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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE HIDROPILATES Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE HIDROPILATES MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO DO MÉTODO PILATES AO MEIO AQUÁTICO 2 PISCINA 2.1 TEMPERATURA 2.2 AMBIENTE 2.3. VENTILAÇÃO 2.4. PROFUNDIDADE 3 PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA 3.1 DENSIDADE 3.2 GRAVIDADE 3.3 PRESSÃO HIDROSTÁTICA 3.4 FLUTUAÇÃO 4 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO EM REPOSUSO 5 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO NA ÁGUA MÓDULO II 6 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA E HIDROTERAPÊUTICA 7 MÉTODO HIDROPILATES 7.1 OBJETIVOS DO MÉTODO 7.2 INDICAÇÕES DO MÉTODO 7.3 CONTRAINDICAÇÕES DO MÉTODO MÓDULO III 8 APLICAÇÃO DO MÉTODO HIDROPILATES 8.1 MATERIAIS UTILIZADOS AN02FREV001/REV 4.0 4 8.2 POSTURAS 9 GRUPOS ESPECIAIS 9.1 APLICAÇÃO DO MÉTODO PARA A PACIENTE EM OBSTETRÍCIA 9.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO PARA A PACIENTE EM PÓS-PARTO 9.3. APLICAÇÃO DO MÉTODO PARA ATLETAS 10 CONSIDERAÇÃOES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO I O Método Hidropilates incorpora os movimentos baseados no método Pilates, sendo adaptado para o meio aquático. Utilizando todas as propriedades físicas e terapêuticas que o meio líquido oferece, assim como a flutuação, a densidade e a resistência. Devido a esses fatores enquanto se realiza um exercício de alta intensidade pode-se contar com o relaxamento que a água proporciona. Desafiar a estabilidade, melhorar a flexibilidade, tonificar a musculatura, melhorar a postura, aumentar a força dos músculos abdominais, o núcleo, são alguns dos inúmeros objetivos, bem como, a melhora nos sistemas cardiorrespiratório e vascular. Vamos adentrar em dois mundos – Hidroterapia e Pilates – que formam o casamento perfeito – Hidropilates! Vamos juntos nos aprofundar nessa maravilhosa jornada! AN02FREV001/REV 4.0 6 1 INTRODUÇÃO DO MÉTODO PILATES AO MEIO AQUÁTICO Em primeiro lugar é muito importante que saibamos que o método Pilates é muito antigo, introduzido e difundido aos nossos dias de hoje. Vamos estudar um pouco do método, saber quem o desenvolveu, como e quando foi desenvolvido, para que possamos entender a ideia do método adaptado para o meio aquático, nos tempos atuais, pela precursora Carol Argo. O método Pilates desenvolvido por Joseph Pilates, quando a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) explodiu. Pilates, por ser alemão, foi confinado em um campo de prisioneiros, com outros compatriotas. Nesse período ele desenvolveu exercícios para manter a si e aos companheiros saudáveis. Usou as camas e outros artefatos para construir os protótipos dos aparelhos, que são encontrados ainda hoje nos estúdios de Pilates. (CAMARÃO, 2004, p. 1) FIGURA 1: JOSEPH PILATES EM SEU CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO PILATES FONTE: [internet]. 2012. [citado em 2012 mar 03]. Disponível em: <http://www.dicasdedanca.com.br/wp-content/uploads/2010/10/joseph-pilates-1-300x200.jpg>. Acesso em: 03/03/2012 AN02FREV001/REV 4.0 7 Sua filosofia básica conclui que a única maneira de se obter o verdadeiro condicionamento físico era por meio da integração da mente e do corpo. Consequentemente, todas as suas técnicas estavam baseadas em uma combinação de condicionamentos físicos e mentais. (ACKLAND, 2005, p. 11). A teoria e prática do método Pilates ficou bem explicada pelo próprio criador em seu livro Return to Life Through Contrology, no qual a sua técnica como a “Completa integração entre corpo, mente e espírito”. Uma das suas máximas era: “Nem muito pouco, nem em excesso.” Joseph Pilates Os princípios do Pilates são: Relaxamento; Concentração; Alinhamento; Respiração; Coordenação; Resistência. Os benefícios do método Pilates são: Aumentar a força; Estabelecer maior controle muscular; Integrar corpo e mente; Melhorar a capacidade respiratória; Aumentar a energia; Estabelecer maior flexibilidade; Harmonizar os movimentos diários; Alongar, tonificar e definir a musculatura; Melhor o condicionamento físico e mental; Corrigir a postura; Estabelecer maior consciência corporal; Reestruturar o corpo; Aumentar o equilíbrio e a coordenação; Prevenir lesões; Ser eficiente na pós-reabilitação; Aumentar a autoestima; AN02FREV001/REV 4.0 8 Aliviar o estresse; Aliviar as dores musculares (CAMARÃO, 2004, p. 7,8 e 9). “Os benefícios do Pilates só dependem da execução dos exercícios. As instruções devem ser seguidas com fidelidade.” Joseph Pilates Bem, já vimos e estudamos o método Pilates. Agora vamos nos adentrar na história da introdução do mesmo, na água. O método Pilates foi introduzido ao meio aquático pela Educadora Física e Personal Trainer Carol Argo. Isso se deu na Califórnia, em 1996, em um programa para idosos. Carol reside em Palos Verdes, na Califórnia, e, ensina uma variedade de classes em vários locais. No Spectrum e Equinox Clubes, Carol ensina também Yoga, Yoga Dance, Pilates e Pilates na água. Carol foi especialista de Treinamento Aquatic Exercise Association (AEA) por 12 anos. Nesse período ela viajou nacional e internacional dando certificação e treinamento para centenas de profissionais. Ela recebeu em 2002 o Aquatic Fitness Professional Prêmio Global pela Exercise Association (AEA). Em 2003 ela apresentou Aquatic Fitness & Water Pilates para uma cadeia grande clube de fitness em Taiwan. (ARGO´S WEB SITE, 2012). O programa que Carol Argo propõe, adapta criativamente exercícios de Pilates para a piscina. Alongar o corpo inteiro com exercícios de condicionamento únicos. Criar um núcleo mais forte (abdominais e costas), movendo de dentro para fora. Desenvolver a força e a flexibilidade com fluidez e graça. Melhorar a postura e a consciência corporal. Saber como mover o corpo como um todo, integrando-o. O programa apela para um amplo espectro de idades e níveis de aptidão. Incluindo exercícios em águas rasas e flutuadores. (ARGO, 2007, p. 2). Em 2007 Carol veio ao Brasil e nos consagrou com a técnica, por meio do Curso Internacional de Pilates na Água. “Uma mente relaxada positiva, corpo saudável e espírito alegre fará você se sentir, olhar e ser o seu melhor." Carol Argo. AN02FREV001/REV 4.0 9 FIGURA 2: CAROL ARGO EM 2010, EM PALOS VERDES, NA CALIFÓRNIA FONTE: [internet]. 2012. [citado em 2012 fev 28]. Disponível em: <http://www.nianow.com/sites/nianow.com/files/imagecache/user_pic_full/user-files/user- 523/profile/Carol%20Head%20Shot%20Oct%202010.jpg>. Acesso em: 28/02/2012 Os princípios do Pilates na água são: Concentração; Centragem; Respiração; Controle; Fluidez; Precisão; Isolamento integrado. Os benefícios do método Pilates na água são: Alongar os músculos; Estabilização e força do centro; AN02FREV001/REV 4.0 10 Prevenção de lesões; Diminuição do estresse e das dores nas costas; Melhorar a postura; Aumentar o equilíbrio e a coordenação; Melhorar a performance atlética; Ser eficazna pós-reabilitação; Aumentar a consciência corporal; Melhorar a autoestima (ARGO, 2007, p. 2,3). 2 PISCINA A Imersão ou hidroterapia é uma das formas mais antigas de prescrição médica. Seus efeitos benéficos são elogiados desde a Antiguidade. Na mitologia, a mágica das águas prometia rejuvenescer a pessoa que fosse imersa. A “mágica” deriva dos seus efeitos de imersão, que causa efeitos diuréticos, mostrando-se terapêutica. (ARTAL, WISWELL e DRINKWATER, 1999, p. 271). O chão em volta da piscina deve ser antiderrapante e de preferência antitérmico. A escada para a entrada dos pacientes à piscina devem conter degraus largos e barras de proteção dos dois lados. Já dentro da piscina, nas paredes, devem conter barras fixadas as mesmas. A piscina deve ser tratada com cloro e/ou salinização e ozônio. Os níveis de cloro devem ser 1,5-3,0 partes por milhão. Os níveis de PH devem ser de 7,2-7,8. O teste bacteriológico deve ser realizado regularmente. Todos os resultados devem ser registrados meticulosamente. A lavagem do fundo e das paredes da piscina deve ser realizada regularmente. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 457). AN02FREV001/REV 4.0 11 2.1 TEMPERATURA A água esfria o corpo mais eficazmente que o ar. A temperatura recomendada é de 27° – 29° Celsius. É de suma importância aquecer o corpo com movimentos globais antes de começar os exercícios de Hidropilates. No Brasil, tem- se usado uma temperatura mais alta, entre 29° – 31º Celsius. (ARGO, 2007, p. 2). 2.2 AMBIENTE É essencial que o ambiente seja limpo, claro, agradável e seguro. As barras de segurança devem estar de acordo com as normas para que acidentes sejam evitados. Sons ambientes e adaptados aos ritmos são bem-vindos e muito estimulantes. Deve haver lava-pés na entrada da piscina. A temperatura do ambiente deve ser 25° Celsius. O nível de umidade deve ser de 55%. Toda a equipe deve ser treinada e testada regularmente sobre os procedimentos de segurança de emergência e ressuscitação. As substâncias químicas devem ser armazenadas em lugar escuro, seguro, frio e seco. É necessário manusear o material químico com óculos protetores e luvas. É importante que tenha um espaço para guardar roupas, cadeiras de rodas, bengalas e muletas. Banheiros bem equipados com armários e vestiários, de modo a manter a privacidade dos pacientes. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 457). AN02FREV001/REV 4.0 12 2.3. VENTILAÇÃO A ventilação é muito importante para que os pacientes não se superaqueçam e respirem com tranquilidade e eficiência. (ARGO, 2007, p. 3). 2.4. PROFUNDIDADE A profundidade ideal é a que fica na altura do esterno do paciente. O que, nesse caso, aumenta a circulação sanguínea e o aporte de oxigênio na musculatura. Nesse caso, há uma melhora na postura e consciência corporal por meio da concentração e foco da atividade. Proporcionando um trabalho desafiador e ainda podendo ser modificado para diferentes níveis de condicionamento físicos. Mas, nada impede que a profundidade ultrapasse a altura o paciente, pois o método também pode ser adaptado a águas profundas. Ocasionalmente, as opções em termos de profundidade da água são limitadas pelas instalações disponíveis. Podem ser feitas modificações acrescentando equipamento de flutuação para suprimir as cargas ou acrescentando equipamento de resistência para aumentar a resistência frontal. A quantidade da sustentação do peso corporal depende da composição corporal do paciente, da profundidade da água e da velocidade da marcha. (ARGO, 2007, p. 2). 3 PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA Os efeitos terapêuticos e fisiológicos da água são muito amplos. Isso se dá a uma série de efeitos relacionados às forças físicas, atuando sobre o organismo AN02FREV001/REV 4.0 13 dentro da água. Esses princípios físicos, muito conhecidos desde o advento da ciência, afetam quase todos os sistemas fisiológicos do organismo humano. Vamos estudar um a um, juntos. 3.1 DENSIDADE A densidade é definida como massa por unidade de volume e é designada pela letra grega p. Onde m é a massa e V é o volume. Caracterizada pela fórmula: p = m/V A densidade é uma variável dependente da temperatura, embora muito menos para os sólidos e líquidos do que para os gases. Como o corpo humano é constituído principalmente de água, a densidade do corpo é ligeiramente menor do que a da água. Sendo que os homens têm, em média, uma densidade mais alta do que as mulheres. Consequentemente, o corpo humano desloca um volume de água que pesa ligeiramente mais do que o corpo, forçando o corpo para cima por uma força igual ao volume de água deslocado. 3.2 GRAVIDADE Além da densidade, as substâncias são definidas pela sua gravidade específica, a relação entre a densidade da substância e a densidade da água. A água tem uma gravidade específica igual a um (1) quando a 4º Celsius. Como esse número é uma proporção, ele não tem unidade. AN02FREV001/REV 4.0 14 3.3 PRESSÃO HIDROSTÁTICA A pressão é definida como força por unidade de área, em que força, por convenção é suposta atuando perpendicularmente a área da superfície. Sendo constado experiencialmente que os líquidos exercem pressões em todas as direções, segundo a Lei de Pascal, a pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso, a uma determinada profundidade. Em uma posição pontual teórica imersa em um recipiente de água, a pressão exercida sobre esse ponto é igual a partir de todas as direções. A pressão de um líquido aumenta com a profundidade, e é diretamente relacionada à densidade do líquido. Quando o líquido é incompressível, como a água, a pressão exercida por ele sobre um corpo em profundidade pode ser utilizada como recurso terapêutico. Portanto, a pressão hidrostática é maior no fundo da piscina, por causa do peso da água suprajacente. 3.4 FLUTUAÇÃO O princípio de Arquimedes estabelece que um corpo submerso experimente um impulso para cima igual ao peso do mesmo volume de líquido que desloca. Assim sendo, em vez de uma força descendente como da gravidade e do peso corporal, os indivíduos na piscina experimentam uma força ascendente – flutuabilidade – relacionada com a profundidade da água e a gravidade específica – densidade. O fator de flutuação pode ser alterado terapeuticamente simplesmente por meio do ajuste da quantidade do corpo humano imersa. Caso o efeito desejado seja de retirada parcial da carga, a profundidade de imersão é reduzida: com imersão até o processo xifoide, é descarregado em torno AN02FREV001/REV 4.0 15 de 75% do peso corporal, e com a imersão até a cicatriz umbilical, em torno de 50%. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 17, 19). Os princípios físicos da água estão exemplificados abaixo na figura 3: FIGURA 3: PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA Pressão sobre um corpo flutuante com a cabeça fora da água e porcentagem de descarga de peso em corpo imerso até o pescoço. FONTE: Revista Fisioterapia Brasil – volume 3 – nº 6 – nov/dez – 2002. p. 398. AN02FREV001/REV 4.0 16 4 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO EM REPOSUSO Os efeitos combinados da densidade da água, incompressibilidade e da pressão hidrostática criam uma compressão significativa sobre todos os tecidos do organismo em imersão. Assim sendo, a piscina pode constituir uma boa opção para os indivíduos com edema ou derrame articular das extremidades inferiores, que são os efeitos desejáveis. (HALL e BRODY, 2001, p. 289). Pois, todos os tecidos moles são comprimidos, de modo que os retornos venoso e linfático são aumentados. Por outro lado, efeitos indesejáveistambém podem ocorrer, um exemplo disso é colocar um paciente com expansão torácica reduzida em uma imersão até a altura de seu pescoço. Portanto, escolher a profundidade apropriada da água com base no estudo da saúde específica do paciente, assim como dos objetivos fisioterapêuticos desse paciente. A pressão hidrostática produz também centralização do fluxo sanguíneo periférico, o que altera a dinâmica cardíaca. As alterações cardiovasculares à centralização do fluxo sanguíneo são progressivas e ocorrem com a simples imersão, mesmo antes de o indivíduo iniciar os exercícios. Essa pressão atua uniformemente sobre o espaço vascular, resultando em rápida expansão do volume plasmático. Entretanto, quanto maior a quantidade de fluido extravascular, mais é transferido para o intravascular. Forçando assim uma expansão do volume sanguíneo central e uma redistribuição do sangue para o segmento cefálico. O efluxo ocorre em segundos e, em indivíduos imersos até o pescoço, leva uma expansão de até 700 ml do intravascular. A pressão hidrostática também tem efeito significativo sobre o sistema pulmonar. A centralização do volume sanguíneo provoca ingurgitamento da vasculatura pulmonar, resultando em retenção de ar e em pequena redução na capacidade vital forçada (CVF). A CVF reduzida está relacionada a uma diminuição AN02FREV001/REV 4.0 17 no volume de reserva expiratório. (ARTAL, WISWELL e DRINKWATER, 1999, p. 271). As alterações na função respiratória são desencadeadas pela ação da pressão hidrostática de duas maneiras diferentes, aumentando o volume central e comprimindo a caixa torácica e o abdômen. O volume residual, contudo, parece permanecer inalterado. Essas alterações na função pulmonar não impõem nenhuma limitação para indivíduos normais. A resposta renal à imersão inclui o débito urinário (diurese) com perda de volume plasmático, sódio (natriurese), perda de potássio (potassiurese) e supressão de vasopressina renina e aldosterona plasmática. A imersão em água fria potencializa essa resposta. O papel de diurese em imersão é usualmente explicado como um forte mecanismo compensador homeostático para contrabalançar a distensão sofrida pelos receptores pressóricos cardíacos. Esses mecanismos são amenizados com o tempo de imersão, mas em situação terapêutica, de aproximadamente uma hora de imersão, os efeitos persistem várias horas após a imersão. (CAROMANO, THEMUDO FILHO e CADELORO, 2003, p.2,3) A temperatura também influencia diretamente na musculatura. Quando fria provoca espasmos e contrações musculares. Quando quente provoca hipotonia fisiológica, ou seja, o relaxamento da musculatura. Vários estudos identificaram uma queda na frequência cardíaca (FC) nos indivíduos que se exercitavam em água fria, enquanto que em água muito quente pode-se observar a elevação da FC. Foi sugerido que a temperatura termoneutra é aproximadamente de 34° Celsius, enquanto que a maioria das piscinas varia entre 27º Celsius e 35° Celsius. Conclui-se que convém conhecer a atual temperatura das piscinas e os efeitos potencias sobre o paciente. O centro de equilíbrio do paciente, pelo simples fato de entrar na piscina é alterado no mesmo momento através do trabalho postural conseguido por meio da água, onde o paciente para manter-se em pé, faz uma correção entre as forças atuantes – propriedades físicas da água e o seu próprio centro de gravidade. (CARREGARO e TOLEDO, 2008, p. 24). AN02FREV001/REV 4.0 18 Embora o centro de gravidade humana seja localizado em um ponto ligeiramente posterior ao plano mediossagital e ao nível do umbigo, o centro de flutuação humana e no meio do tórax. O fato de a força de flutuação ser uma força para cima tem consequências importantes no ambiente aquático terapêutico. Ajudando assim, o corpo humano flutuante na manutenção de uma postura de cabeça para fora ereta ou quando são usados aparelhos de flutuação, por meio do torque (momento de força), fazendo o indivíduo flutuar em decúbito dorsal ou ventral. A aplicação do conceito torque no ambiente aquático pode ser demonstrada pela interação em a força de empuxo e o posicionamento do corpo na água. O que representa a capacidade de rotação de uma força, quando a mesma é aplicada sobre um sistema de alavanca. (CARREGARO e TOLEDO, 2008, p. 24). No caso das articulações, quando o corpo imerge, gradualmente, a água é deslocada, criando a força de flutuação. Isso retira a carga das articulações imersas progressivamente, e, com imersão até o pescoço, somente aproximadamente 7,5 Kg de força compressiva é exercida sobre a coluna, quadris e joelhos. Já para um corpo suspenso ou flutuante, os efeitos da gravidade para baixo são essencialmente contrabalanceados pela força de flutuação para cima. Um exemplo disso é um paciente com fratura de pelve, que o torna mecanicamente instável fora da água, mas que em imersão, as forças gravitacionais podem ser parcialmente ou completamente superadas, de modo que as forças de torque muscular estarão presentes no local da fratura, permitindo ao paciente atividade de amplitude de movimento e até o treino da marcha. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 20). Do ponto de vista fisiológico inúmeras respostas são desencadeadas pela ação de um corpo imerso na água, o ajuste dos sistemas circulatório, respiratório, renal e ativação dos mecanismos de termorregulação. Estas respostas podem alterar-se pela realização de exercício físico na água. A seguir vamos ver essas respostas de imersão combinada à atividade física, o que para o tratamento hidroterapêutico tem suma importância e para cada paciente e patologia. (CAROMANO e NOWOTNY, 2002, p. 402). AN02FREV001/REV 4.0 19 5 RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO NA ÁGUA Em virtude das propriedades físicas da água, os fatores que determinam o custo energético do exercício na água são diferentes do que aqueles em terra, pois a força de flutuação reduz o peso do corpo, reduzindo assim o gasto energético para elevar o corpo contra a força de gravidade. A maioria dos estudos demonstra que a frequência cardíaca (FC) é mais baixa e não se modifica em comparação com uma atividade cardiovascular semelhante realizada em terra firme. Durante o exercício dinâmico leve e moderado, usado em programas de exercício na água, a maior parte na energia usada para sustentar a atividade física é suprida por meio do metabolismo aeróbio. (HALL e BRODY, 2001, p. 293, 294, 295, 296). Como já estudados anteriormente, a pressão hidrostática que centraliza o fluxo sanguíneo ainda ocorre, aumentando assim, o fluxo sanguíneo para os músculos ativos. A profundidade de imersão afeta os graus de alterações cardíacas, com um aumento na profundidade produz maiores modificações cardiovasculares. Chegamos à conclusão que a temperatura, a profundidade, a velocidade do movimento, a direção do movimento, o indivíduo são de suma importância para a realização de um bom programa de exercício em imersão. FIM DO MÓDULO I
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