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A cópia do material didático utilizado ao longo do curso é de propriedade do(s) autor(es), não podendo a contratante vir a utilizá-la em qualquer época, de forma integral ou parcial. Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Fundação Getulio Vargas. Todo o conteúdo deste material didático é de inteira responsabilidade do(s) autor(es), que autoriza(m) a citação/divulgação parcial, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da Ouvidoria. ouvidoria@fgv.br www.fgv.br/fgvmanagement SUMÁRIO 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ............................................................................ 1 1.1 EMENTA .......................................................................................................... 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL.................................................................................... 1 1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 1 1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ............................................................................. 2 1.5 METODOLOGIA ................................................................................................ 2 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO................................................................................ 2 1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................... 3 CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ....................................................................... 3 2. TEXTO PARA ESTUDOS .................................................................................... 4 2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4 2.2 ABORDAGEM PRELIMINAR ................................................................................. 4 2.3 OBJETIVOS DA AUDITORIA INDEPENDENTE ........................................................ 8 2.4 EXECUÇÃO DOS TRABALHOS DE AUDITORIA ......................................................10 2.4.1 PROCESSO DE AUDITORIA ............................................................................13 2.5 FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES ........................................................................15 2.6 RELATÓRIOS E PARECERES DE AUDITORIA ........................................................24 2.7 ÓRGÃOS EMISSORES DAS NORMAS BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE ..................................................................................................48 2.8 EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS E EM GRUPOS ...........................................................49 2.9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................63 1 Auditoria das Demonstrações Financeiras 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1.1 Ementa A auditoria, suas metas e objetivos prioritários. Avaliações específicas e abrangentes dos ambientes de negócio e de controle financeiro, administrativo e operacional das empresas. Relatórios, sumarizados e pontuais à alta administração. Pareceres de auditoria independente. Identificação de Macroprocessos e Processos. Integrar a empresa em uma ampla avaliação permanente. 1.2 Carga horária total 24 horas/aula. 1.3 Objetivos Avaliar as Demonstrações Financeiras validando os saldos e registro das informações legais; Integrar a organização numa ampla cadeia de avaliação permanente, através de modernas metodologias de avaliação e de diagnóstico de auditoria; Otimizar os níveis de segurança dos ambientes de negócio e de controle interno das empresas, através de estudos avançados nos processos e fluxos de maior representatividade; Identificar disfunções, desvios e inconsistências estruturais das organizações, com base na análise dos riscos e seus impactos; Discutir o papel da auditoria independente no comprometimento com as metas, objetivos e resultados esperados pelas organizações; Dispor a respeito das principais normas gerais de auditoria: conceitos, aplicabilidade, obrigatoriedade e resultados esperados; Apresentar a importância do trabalho de auditoria das demonstrações financeiras aplicando o desenvolvimento dos seus objetivos através e do entendimento de seus relatórios (Pareceres). 2 Auditoria das Demonstrações Financeiras 1.4 Conteúdo programático Auditoria, suas metas e objetivos prioritários alinhados a Estrutura Normativa vigente. O estabelecimento de planos de ações e de ferramentas sistematizadas de apoio aos targets de auditoria Metodologia focada aos ambientes de riscos inerentes ao negócio (Risco de Continuidade) Avaliações específicas e abrangentes das Demonstrações Financeiras e dos ambientes de negócio e de controle das empresas. Abordagem voltada ao controle dos núcleos e processos representativos Classificação das evidências de auditoria Relatórios sumarizados e pontuais à alta administração e Pareceres de Auditoria Independente. O que esperam os executivos da função de auditoria independente. 1.5 Metodologia Utiliza-se metodologias de ensino e aprendizagem que permitem o engajamento ativo dos participantes no desdobramento do programa através de simulações, cases, aulas expositivas e interativas. 1.6 Critérios de avaliação O grau total que pode ser atribuído ao aluno obedecerá à seguinte ponderação: 30% referentes às atividades em equipe em sala de aula e ou trabalhos; 70% referentes à avaliação individual, sob a forma de prova, a ser realizado após o término da disciplina. 3 Auditoria das Demonstrações Financeiras 1.7 Bibliografia recomendada CARDOZO, JULIO SERGIO DE SOUZA; FERNANDES, ANTONIO M. AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. EDITORA FGV. ALMEIDA, MARCELO CAVALCANTI. AUDITORIA - ABORDAGEM MODERNA E COMPLETA 9ª EDIÇÃO (2017). EDITORA ATLAS. BEASLEY, MARK S. AUDITORIA UM ENFOQUE INTEGRAL (2007). 11ª EDIÇÃO. MÉXICO IBRACON. NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA E CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL.PUBLICAÇÃO DO IBRACON. ROTH, JAMES. ADDING VALUE WITH COSO: BEYOND COMPLIANCE IIA RESEARCH FOUNDATION (IIARF) PUBLICATION. IIA. (IPPF) INTERNATIONAL PROFESSIONAL PRACTICES FRAMEWORK (2017) ASSI, MARCOS. GOVERNANÇA, RISCOS E COMPLIANCE. MUDANDO A CONDUTA NOS NEGÓCIOS (2017) EDITORA SAINT PAUL. IIA. FARGASON, JAMES S. AUDITING THE PROCESS (2008). HUFF, DARRELL. COMO MENTIR COM A ESTATÍSTICA (2013). EDITORA GRADIVA. GIOVANINI, WAGNER. COMPLIANCE A EXCELÊNCIA NA PRÁTICA ( 2014). Curriculum vitae do professor José Henrique Calegher é professor da Fundação Getulio Vargas, em disciplinas de Auditoria. É também professor convidado da UFJF/Universidade Federal Juiz de Fora, UFES/Universidade Federal Espirito Santo e FOA/Universidade Gama Filho. Possui pós-graduação em auditoria e controladoria pela Universidade Santana, São Paulo. Formado em administração de empresas pela Faculdades Metropolitanas Unidas FMU, São Paulo. Mestre em Marketing Internacional UNLP/Universidade Nacional de La Plata, possui larga experiência no setor privado na área de Auditoria Interna, atuou na Arthur Andersen como Auditor Independente e em entidades de ensino superior, ministrando cursos para capacitação de trainees em auditoria, e como professor de contabilidade em escolas técnicas de São Paulo. 4 Auditoria das Demonstrações Financeiras 2. TEXTO PARA ESTUDOS 2.1 Introdução Diversos livrosdisponibilizados no mercado nos mostram, na maioria das vezes, que a função de um auditor encontra-se atrelada exclusivamente ao cumprimento das normas brasileiras e internacionais de contabilidade, para validação das demonstrações financeiras e do nível dos controles internos das empresas. Enquanto este profissional, desatualizado e desfocado deste mercado, achar que apenas a revisão das tarefas dos outros na empresa é uma atividade considerada compensadora e magnânima para a alta administração, e que a sua postura fiscalizadora e prepotente traduz um ambiente de respeito e notoriedade, podem ter a certeza que eese profissional de auditoria esta desalinhado com as necessidades do atual mercado trabalho competitivo e globalizado. Felizmente, as organizações estão reavaliando o perfil dos auditores e o desassociando desta expressão, para o bem da evolução do profissional de auditoria e das pessoas que o cercam, as quais necessitam de exames alternativos para se apoiar e decidir sobre as questões importantes e cruciais ao negócio. Desta forma, a leitura dessa disciplina possibilita uma reflexão sobre o que este mercado deve exigir do profissional de auditoria, o que eles mesmos pensam ao acharem que estão perfeitamente enquadrados na visão de modernas estruturas organizacionais e sobre tudo, quais são as novas propostas de trabalho nesta função, que servirão para agregar valor em suas atividades e aos negócios das empresas. Neste caso, procuraremos estabelecer novas abordagens de auditoria, como o risk score e a auditoria integrada, com a intenção de oferecer aos profissionais da área, metodologias alternativas de avaliação e diagnósticos de risco empresarial. Certamente, as opiniões e idéias defendidas pelo professor reunirão segmentos de adeptos e de não adeptos, pois elas questionam estruturas arcaicas e presentes no dia- a-dia das empresas, oferecem aberturas para um diálogo sobre a importância ou não da existência desta função na organização e acima de tudo, apresentam modelos avançados de auditoria que, se aplicados estrategicamente suplantam, em muito, a forma de trabalho desenvolvida atualmente por modelos de auditoria existentes, permitindo a identificação e a priorização dos principais processos organizacionais, e destinando ações objetivas e consistentes para cada situação detectada. 2.2 Abordagem preliminar Inicialmente vamos elencar os tipos de auditoria conhecidos que são: Externa/Independente; Auditoria Interna; Auditoria da Fazenda (Fiscalização). 5 Auditoria das Demonstrações Financeiras A Auditoria Externa/Independente tem sua origem relacionada ao advento da Revolução Industrial no século XVIII, onde observou-se um aumento significativo do número de indústrias na Inglaterra, que rapidamente se disseminou pelo mundo. Este fenômeno foi alimentado pela demanda crescente por produtos e serviços ofertados pelas organizações empresariais. Segundo Almeida (2012) a expansão das empresas, juntamente com o aumento da concorrência e as constantes transformações na economia capitalista tornaram evidentes a necessidade da criação de instrumentos que viabilizassem um maior controle e fiscalização dos registros contábeis das corporações. O auditor tornou-se, assim, peça-chave na relação entre as empresas, o público investidor e a sociedade. No Brasil, o primeiro trabalho de Auditoria registrado, de que se tem conhecimento, ocorreu há pouco mais de um século, quando o balanço da São Paulo Tramway, Light and Power Company relativo ao período compreendido entre junho de 1899 e dezembro de 1902 e foi analisado pela empresa de Auditoria Clarkson & Cross – atualmente Ernst & Young, no entanto, a profissão aqui só foi regulamentada no em 1965 (SFN). Em 1965, o Banco Central criou por meio da Resolução n° 7, o Cadastro de Auditores Independentes. O objetivo era regulamentar a atividade, selecionando os profissionais da área. Naquele momento já se conhecia o modelo de supervisão do mercado de capitais por uma entidade separada do Banco Central – como, nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC) remonta à década de 1930 – mas a posição tomada foi a de manter essa regulação dentro do Banco Central do Brasil, sob a responsabilidade de uma área chamada Gerência de Mercado de Capitais (Gemec). Paralelamente a essas medidas reestruturadoras do sistema econômico, financeiro de capitais, foram estabelecidos incentivos fiscais para o investimento no mercado de capitais, com o Decreto-Lei n° 157, de 1967, que gerou os famosos fundos 157. O investidor podia destinar ao mercado de capitais até 12% do valor a pagar de imposto de renda. Os incentivos foram responsáveis pela captação de uma quantidade de recursos muito grande, sem que a oferta de companhias abertas para utilizá-los fosse suficiente, embora houvesse um salto no número de sociedades anônimas de capital aberto, registradas no Banco Central. As pessoas simplesmente começaram a descobrir a Bolsa de valores. 1968 - Resolução nº 88, do Banco Central, que disciplinou o registro de empresas do mercado de capitais, impondo a obrigatoriedade da auditoria independente. 1971 - criado o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IAIB), que mais tarde viria a se chamar IBRACON. Em 1976, foram editadas duas leis: Lei n° 6.404, conhecida como nova Lei das S.A. – que propôs o novo ordenamento jurídico sobre as regras de funcionamento das sociedades por ações, delimitando os parâmetros de relacionamento entre os acionistas controladores e minoritários da 6 Auditoria das Demonstrações Financeiras sociedade anônima, normas de funcionamento dos órgãos societários (conselho de administração, assembléias gerais, ordinária e extraordinária, conselho fiscal etc.) e normas contábeis, e a divulgação de informações dessas sociedades, determinando a obrigatoriedade de auditoria que – Lei n° 6.385, que criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, formada para disciplinar e estabelecer medidas de atuação no mercado de valores mobiliários Atualmente a Lei 11.638/07. O Brasil adota desde 2009 as normas internacionais de auditoria e contabilidade, são elas: as International Stands on Auditing - ISA, denominadas como Normas Internacionais de Auditoria; e as International Financial Reporting Standards - IFRS, conhecidas como Normas Internacionais de Contabilidade. As normas são emitidas respectivamente, pela International Accouunting Stardards Board - IASB e pela International Federation ofAccountants - IFAC (IBRACON 2015). O auditor independente obedece ainda a uma série de exigências, determinadas pelos órgãos reguladores como, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), BACEN, SUSEP, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs). Revisão Externa de Qualidade Conhecida como, revisão pelos pares, ela é obrigatória para auditores e firmas de auditoria que exerçam auditoria independente em entidades reguladas pela CVM. Há um Comitê Administrador do Programa de Revisão Externa de Qualidade (CRE), instituído pelo CFC e pelo Ibracon, que tem como objetivo avaliar os procedimentos adotados pelos auditores e firmas de auditoria para assegurar a qualidade (medida pelo atendimento das normas técnicas e profissionais estabelecidas pelo CFC e demais órgãos reguladores) dos trabalhos desenvolvidos. A Auditoria Interna. Para exercerem suas atividades, os auditores independentes começaram a ter o auxílio de funcionários das organizações auditadas. Esses profissionais, com o tempo, foram aprendendo técnicas de auditoria e utilizando-as em trabalhos solicitados pela própria administração das empresas. A utilidade de tal função para a saúde do negócio foi reconhecida e a partir dedaí surgiram os primeiros serviços de conferência e revisão interna dos trabalhos contábeis, continuada e permanente. Após a fundação do The Institute of Internal Auditors, em 1941, em Nova York, a Auditoria interna adquiriu novo status. De um corpo de funcionários de linha, em geral subordinados à Contabilidade, aos poucos se voltou para um enfoque de controle administrativo, com a finalidade de avaliar a eficácia e a efetividade dos controles internos. Como seu campo de ação se estendeu para outras áreas, passou a responder diretamente à alta administração da empresa. 7 Auditoria das Demonstrações Financeiras Os auditores externos também lucraram com essa nova categoria profissional, pois puderam se dedicar exclusivamente ao objetivo de examinar a adesão das informações contábeis apresentadas a determinados padrões técnicos contábeis pelas empresas contratantes.(Fonte: IBRACON) Verifica se estão sendo cumpridos corretamente as políticas, normas e procedimentos conforme a legislação. Examina t a m b é m o grau de confiabilidade das informações e o desempenho das tarefas delegadas comparando com os indicadores de desempenho (IDs). O Controle Interno compreende o plano da organização e todos os métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas administrativas prescritas. O Controle interno é um processo conduzido pela estrutura de governança, administração e outros profissionais da entidade, e desenvolvido para proporcionar segurança razoável com respeito à realização dos objetivos relacionados a operações, divulgação e conformidade. (Definição COSO) O que é a AUDITORIA? É uma função independente que busca priorizar a qualidade dos processos, eficientizar as operações e otimizar os resultados organizacionais, utilizando para isto, boas práticas de administração e de controle empresarial. Sua responsabilidade vai além da detecção e prevenção da fraude, uma vez que deve se preocupar por uma contínua melhora da postura dos dirigentes no trato dos assuntos da organização, na confiabilidade das informações e em sua transparência junto ao público-alvo e à sociedade. “A auditoria independente tem a finalidade de aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis (DC) e examinar se as mesmas, no seu conjunto, representam adequadamente a posição patrimonial e financeira da companhia auditada”(IBRACON) “A auditoria interna é uma atividade independente e objetiva de avaliação (assurance) e de consultoria, desenhada para adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. Ela auxilia uma organização a realizar seus objetivos a partir da aplicação de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, controle e governança”(IIA) A auditoria interna é uma atividade de avaliação independente dentro da organização, para a revisão da contabilidade, finanças e outras operações, como base para servir à administração. É um controle administrativo, que mede e avalia a eficiência de outros controles. “A Auditoria é o Controle dos Controles” (JH Calegher) 8 Auditoria das Demonstrações Financeiras Modelos Contábil e Tributária: Demonstrações Financeiras; Relatórios Contábeis, Financeiros e Fiscais; Registros e Armazenamento das Informações Legais; Cumprimento de Preceitos, Normas, Regulamentos e Políticas Fiscais e Contábeis; Tributação e Legislações. Operacional: Economia, Eficiência e Eficácia; Controles Gerenciais; Revisão e Validação do Ciclo Operacional; Verificação de Procedimentos Agregados à Operação; Adequação dos Fluxos e Sistemas Operacionais. Sistemas Informatizados: Estrutura Lógica e Física dos Sistemas e Softwares; Ambiente Físico e de Controles (Acessos); Plano de Contingências; Segu ran ça das Informações; Investimentos em Tecnologia; Gestão: Plano Estratégico e Tático da Organização; Sintonia Estratégica entre Auditoria e AA; Análise Focada nas Linhas de Negócio e seus Resultados; Impacto Financeiro, Contábil, Tributário, Operacional e Patrimonial. Qualidade/Ambiental: Avaliação dos Sistemas e Processos de Qualidade em conformidade com as ISOs; Exame Sistemático e Independente (Processos e Documentação); Adequação com as Exigências Contratuais do Cliente; Certificação da Empresa; Certificação dos Fornecedores. Compliance: Do verbo inglês to comply, significa cumprir, é o dever de cumprir e fazer cumprir regulamentos internos e externos de aderência voluntária ou impostos às atividades da organização. ABR – Auditoria Baseada em Riscos: “É uma metodologia que associa a auditoria interna ao arcabouço global de gestão de riscos de uma organização. A ABR possibilita que uma auditoria interna dê garantia ao conselho diretivo de que os processos de gestão de riscos estão gerenciando os riscos de maneira eficaz em relação ao apetite por riscos.” (IIA) 2.3 Objetivos da auditoria Independente De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC TA 700 (2016), é objetivo do auditor, como regra geral, construir uma opinião sobre os relatórios contábeis baseando-se na investigação realizada e nas evidências obtidas pela auditoria. Essa opinião deve ser realizada de forma escrita e atendendo as normas impostas. Expressar uma opinião sobre as Demonstrações Contábeis em todos os seus aspectos relevantes. Caso tudo em conformidade o Parecer pode aumentar a credibilidade das DFs frente à condução dos negócios. Otimizar os níveis de segurança dos ambientes de negócio e de controle interno das empresas. Identificar disfunções, desvios e inconsistências estruturais das organizações. 9 Auditoria das Demonstrações Financeiras Portanto é um importante instrumento de validação das informações contábeis, fiscais, tornando-a um eficiente indicador de gestão organizacional que é um aspecto de suma importância. Os princípios gerais da auditoria são: Independência, de opinião e ser imparcial; Está impedido de executar trabalho de auditoria independente, o auditor que tenha tido, no período a que se refere a auditoria ou durante a execução dos serviços, em relação à entidade auditada, suas coligadas, controladas, controladoras ou integrantes do mesmo grupo econômico: a) vínculo conjugal ou de parentesco consangüíneo em linha reta, sem limites de grau, em linha colateral até o 3º grau e por afinidade até o 2º grau, com administradores, acionistas, sócios ou com empregados que tenham ingerência na sua administração ou nos negócios ou sejam responsáveis por sua contabilidade; b) relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado, ainda que esta relação seja indireta, nos dois últimos anos; c) participação direta ou indireta como acionista ou sócio; d) interesse financeiro direto, imediato ou mediato, ou substancial interesse financeiro indireto, compreendida a intermediação de negócios de qualquer tipo e a realização de empreendimentos conjuntos; e) função ou cargo incompatível com a atividade de auditoria independente; f) fixado honorários condicionais ou incompatíveis com a natureza do trabalho contratado; e g) qualquer outra situação de conflito de interesses no exercício da auditoria independente, na forma que vier a ser definida pelos órgãos reguladores e fiscalizadores. Integridade, ser contrário a qualquer atividade ilegal ou, ainda, envolvimento em atos impróprios, bem com a integridade das informações; Objetividade, divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, caso não sejam divulgados, podem distorcer o relatório apresentado sobre as atividades objeto do exame; Competência: Em 2005 o CFC estabeleceu o CadastroNacional do Auditor Independente (CNAI). Para participar do CNAI é necessário fazer uma prova. Depois, deve-se seguir um programa de educação continuada, para se manter lá. Trata-se de um número de 32 créditos anuais, tendo 96 no triênio e um mínimo por ano de 20. 10 Auditoria das Demonstrações Financeiras O Auditor Interno pode obter o CIA I, CIAII e CIAIII através de provas para sua certificação. Zelo Profissional; Atenção na realização dos trabalhos. Confidencialidade, auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, não as divulgando, sob nenhuma circunstância, sem autorização expressa da entidade, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo. Comportamento Profissional, Postura do auditor. Todos respaldados nas Normas Técnicas de Auditoria – NIAs (Normas Internacionais de Auditoria) 2.4 Execução dos trabalhos de auditoria Introdução A execução de auditorias internas e externas envolve não só o conhecimento dos fundamentos, objetivos e técnicas de auditoria, mas também a colocação em prática de todo o aprendizado obtido pela leitura e entendimento de trabalhos anteriores e a aplicação destes conhecimentos nos diversos segmentos e processos auditados. Todo o embasamento técnico do auditor junta-se ao gerencial e administrativo de uma equipe de trabalho treinada e capacitada para realizar os trabalhos supervisionados por auditores experientes. Imaginação e criatividade, além de experiência, permitem trabalhos de maior profundidade, abrangência e quantitativos. Revisão do Controle Interno A revisão do controle interno tem a finalidade de determinar qual a confiabilidade dos mecanismos existentes, para que possam definir quais e quando os procedimentos de auditoria serão utilizados e em qual extensão. A finalidade da revisão é assegurar que os procedimentos gerais de controle interno reflitam com exatidão na prática os procedimentos e registros já estabelecidos. Avaliação do Controle Interno é pode ser realizada mediante a aplicação de questionários que auxiliam na avaliação global do processo em estudo revelando o nível de controle interno em comparação aos indicadores de performance. A aplicação de desenhos e redesenhos, dos fluxos em estudo, compreende também uma etapa de mapeamento e visualização dos processos auditados. 11 Auditoria das Demonstrações Financeiras Período de Execução compreende o intervalo de tempo de quando o serviço de auditoria será realizado, desde o momento em que se concede o planejamento de trabalho até a sua concretização e a finalização dos papéis de trabalho. O período de execução, na medida do possível, deve satisfazer as necessidades das empresas, dos acionistas e da auditoria. Auditorias externas devem sempre comunicar com antecedência a programação e o cronograma dos trabalhos. Auditorias internas não tem a obrigatoriedade de informar com antecedência determinados trabalhos. Contudo, o seu planejamento estratégico é, variavelmente, submetido e discutido com os acionistas. A documentação da auditoria estabelece: O Planejamento, Execução, Supervisão, Revisão e registram evidências para o Parecer. Identificam as áreas estudadas e os processos analisados. Organizam o fluxo de trabalho da Auditoria Interna ou Independente. Logo, os Papéis de Trabalho (Working Papers), devem ter entendimento claro, serem padronizados e detalhados por completo. Devem, também, conter: Registro de Evidências, Comentários e Conclusões Definição do Trabalho - Metodologia e Abordagem Procedimentos Testados e Escopo Alcançado Diagrama de Fluxo de Dados – DFDs Desenho e Redesenho de Processos Utilização de Planilhas, Documentos em Geral Papéis, Filme, Meios Eletrônicos Programa de Auditoria Os Programas de Auditoria devem ter o Objetivo da auditoria para cada área auditada, os Procedimentos com Escopo e o Prazo dos trabalhos. 12 Auditoria das Demonstrações Financeiras PA - PROGRAMA DE AUDITORIA DISPONIBILIDADES 31/12/XX MODELO 1. OBJETIVO DA AUDITORIA I. Determinar sua existência, que poderá estar na própria entidade (Caixa), em bancos ou com terceiros. II. Certificar a pertinência dos desembolsos 2. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA CAIXA REF: 1. Inventário físico de 100% do numerário do caixa em 31/12/xx, com a presença do responsável pelo caixa e de duas testemunhas durante a contagem. Uma declaração do responsável pelo caixa de que todo o dinheiro e outros bens colocados á disposição da auditoria foram devolvidos ao caixa. 2. Atentar para sinais que indiquem possíveis dissimulações de numerários, tais como: descontos de cheques de terceiros; empréstimos temporários; comprovantes de pagamentos com sinais de falsificações; e cheques de realização duvidosa CONTAS BANCÁRIAS 1. Analisar 100% das Reconciliações Bancárias no período de outubro a Dezembro/xx, para certificar-se de que está correto e se as pendências são decorrentes de operações normais da entidade e se existe a necessidade de proceder aos ajustes visando à correta apresentação de contas do ativo, passivo, receitas e despesas. 2. Enviar Carta de Circularização para 100% dos Bancos na data base 31/12/xx certificar-se quanto a existência dos valores em banco, conforme foram informados pela empresa ao auditor. Prazo dos trabalhos = 120 horas 13 Auditoria das Demonstrações Financeiras Os procedimentos correspondem as ferramentas das quais o auditor dispõe para atingir os objetivos da auditoria e a época de aplicação obedece ao plano previamente elaborado com base na avaliação dos controles internos da empresa. A época de aplicação dos procedimentos denomina-se “Data Base”. Deverá constar como um roteiro ou do documento já conhecido por “Programa de Trabalho de Auditoria. Todos os procedimentos realizados deverão estar evidenciados nos Papéis de Trabalho, adequadamente documentados. Organizam os testes e análises pertinentes a uma ou mais Áreas ou Processos. Linkam exames, verificações e passos a serem desenvolvidos pela equipe com alcance e profundidade requerida. O auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis de trabalho pelo prazo de cinco anos, a partir da data de emissão do seu parecer 2.4.1 Processo de auditoria Contempla a Revisão Analítica, o Planejamento com base no Conhecimento da Empresa e a Avaliação do Sistema de Controle Interno. No processo, consideramos os critérios de relevância e materialidade, para determinar a correta obtenção de elementos comprobatórios, a realização de Testes de Procedimentos e de Saldos, objetivando uma consistente opinião sobre a matéria analisada. Na Revisão Analítica, procuramos atingir os seguintes planos: Abrangência Avaliação dos riscos Foco nas unidades, filiais, departamentos, setores e, principalmente, processos Análises verticais e horizontais Entrevistas No Planejamento com base no Conhecimento da Empresa, almeja-se: Padrões de trabalho a serem adotados Aumento da eficiência Direcionamento para “gargalos” e processos relevantes O que causa impacto para a empresa? Entendimento das operações da empresa Na Avaliação do Sistema de Controle Interno, o auditor terá que estabelecer análises objetivando diagnosticar os controles organizacionais, controles gerais da 14 Auditoria das Demonstrações Financeiras atividade; controle do sistema de informações e controles contábeis, sob à luz dos princípios e métodos de contabilidade, e com base na relevância e materialidade. Uma outra forma de definir vetores de auditoria seria a implantação e monitoramento dos processos, através deuma Matriz de Risco, considerando aspectos Relevantes, Relativos e Controlados. Neste modelo, há de observar os volumes envolvidos, e a experiência do auditor e o histórico da empresa são variáveis importantes. Na obtenção de elementos comprobatórios, o auditor procura constatar a credibilidade da prova, através de testes específicos, seleção e amostragem, e determinação do escopo de teste. No Teste de Procedimentos almeja-se: Nível dos controles Pontos fortes e fragilidades Fluxo de aprovações Sistema de informações Vigência dos procedimentos Atualização e pertinência das normas internas No Teste de Saldos procura-se: Existência real Propriedade Avaliação e aferição Testes substantivos Testes de saldos globais Auditoria Integrada É o processo mais avançado para execução dos trabalhos de auditoria que busca um estudo globalizado dos Processos da Organização. O conceito de Auditoria Integrada é definido pela extrema objetividade de testar, analisar e validar os principais eventos da organização. Partindo do macroprocesso da empresa (fluxo principal) e se detalhando nos sub-processos de suas áreas, setores e atividades, a metodologia possibilita um diagnóstico completo e representativo das empresas auditadas. Ao atingirmos um nível de escopo e de profundidade da forma mais completa, integrada e consistente possível, uma vez que os links (entre empresas, áreas e processos) possibilitarão uma visão agregada e abrangente, o resultado técnico será imediato e a organização estará sempre sob uma ampla cadeia de avaliação permanente. Desta forma, ao se revelar disfunções, desvios de procedimentos e inconsistências estruturais no curso de nossos estudos, aumentaremos o nível de segurança dos ambientes de negócio e de controle. 15 Auditoria das Demonstrações Financeiras Devemos estabelecer nesta metodologia os seguintes objetivos: Realizar auditorias cíclicas, integrando a organização numa ampla cadeia de avaliação, identificando inconsistências e disfunções, aumentando assim, o nível de segurança dos controles internos e do negócio. A importância do Foco para: Identificação do processo e os seus sub-processos mais representativos e que causam impacto nas operações Observando sempre os agentes internos e externos que podem influenciar na avaliação final da auditoria. Estabelecer o perfil das ações de auditoria. Na execução dos trabalhos devemos examinar e definir a relevância de cada processo, revelando os níveis de riscos, validando toda a estrutura de dados e eventos, podendo aplicar métodos alternativos de auditoria. Para a consolidação processo é de suma importância a precisão no escopo e nos diagnósticos, preservando a materialidade nas recomendações. A postura do auditor deve ser pró-ativa e integrada com as áreas envolvidas Como resultado os relatórios devem ser sumarizados e pontuais à alta administração. 2.5 Fraudes nas organizações Lei 12.846/2013, Lei Anticorrupção Empresarial A nova lei não obriga mas prevê, que as sanções serão atenuadas se a empresa tiver, comprovadamente, instituído mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades, bem como código de Ética Lei 12.683/12 (altera lei original 9.613/98) Lavagem de Dinheiro Tipificou como: ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. A Lei deu origem ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão responsável por identificar atividades financeiras ilícitas. Em 2019 o COAF mudou o nome para Unidadede Inteligência Financeira vinculado ao Banco Central. A lei trouxe notável avanço aos mecanismos de prevenção e combate às ações delituosas de lavagem de dinheiro e de ocultação de bens A pena prevista para o crime de lavagem de dinheiro é de três à dez anos de reclusão, e multa. 16 Auditoria das Demonstrações Financeiras Um dos principais instrumentos de combate aos crimes financeiros e corrupção como resultado das investigações da Polícia Federal e da Procuradoria nos escândalos do Mensalão e da Lava Jato. Todo recurso financeiro (dinheiro) sem origem legal precisam ser “lavados” ou “esquentados” para justificar aumento no patrimônio. Origem ilegal: • Contra a Administração Pública Corrupção; • Caixa 2 • De Tráfico de Drogas; • De Terrorismo; • De Contrabando de Armas; • De Sequestro; • Contra o Sistema Financeiro Nacional; • Praticado por Organização Criminosa Fases da lavagem de dinheiro O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de um processo dinâmico que envolve, teoricamente, três fases independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente. Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo". É a colocação do dinheiro no sistema econômico. Objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal. A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie. Consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. 17 Auditoria das Demonstrações Financeiras Os criminosos buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizando depósitos em contas abertas em nome de "laranjas" ou utilizando empresas fictícias ou de fachada. Os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico. As organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna- se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal. Fonte: https://www.fazenda.gov.br/assuntos/prevencao-lavagem-dinheiro#enccla Empresas de Fachada X Empresas Fantasmas A empresa de fachada geralmente é legalmente constituída e participa do mercado; é operante, mas acaba sendo utilizada para o fim de contabilizar nela os recursos ilícitos, de modo a muitas vezes ‘mesclar’ o montante resultante da sua atividade com um valor ilícito, dissimulando sua origem. Já a empresa fantasma existe apenas no papel. Geralmente o seu endereço é inexistente ou, se existente, pode ser de uma residência, sendo que o morador pode nem mesmo saber que há uma empresa registrada naquele endereço (MENDRONI, 2015). De qualquer modo, a empresa de fachada e a empresa fictícia podem ser usadas do mesmo modo para a prática da lavagem de dinheiro. Como dito, a empresade fachada pode ser operada de modo a mesclar o montante lícito com o ilícito. É utilizada para a efetivação de transações que permitam que o dinheiro sujo tenha aparência de limpo. Para tanto, podem ser emitidas notas fiscais frias e elaborados contratos que não existem na realidade. Em empresas fantasmas, da mesma forma, podem ser elaborados contratos falsos e notas fiscais frias, entretanto “o agente movimenta o dinheiro em nome da empresa, mas ela na verdade não existe fisicamente. Diferentemente da empresa fachada que existe fisicamente, esta está somente constituída em papel” (MENDRONI, 2015). Fraude e Erro Fraude - Ato Intencional Manipulação, Falsificação, Alteração, Apropriação Indébita, Supressão ou Omissão Registro de transações sem Comprovação Aplicação Indevida de Políticas Contábeis https://www.fazenda.gov.br/assuntos/prevencao-lavagem-dinheiro#enccla 18 Auditoria das Demonstrações Financeiras Erro - Ato Não Intencional Erros Aritméticos ou de Escrita Descuido ou Interpretação Errônea dos Fatos Aplicação Equivocada de Políticas Contábeis É responsabilidade da Administração Prevenir e Detectar Fraudes ou Erros, com base na implantação e monitoramento de Sistemas e de Controle Interno. O Auditor não é Responsável nem pode ser Responsabilizado pela Prevenção de Fraudes e Erros No entanto, durante a execução dos trabalhos de auditoria podemos realizar questionamentos que podem indicar risco de fraude. Abaixo segue um modelo de questões: Modelo de Questionário 1) A Administração é Dominada por uma Pessoa ou um Reduzido Grupo de Pessoas, Inexistindo Conselho ou Comitê. 2) Estrutura Organizacional Complexa não Justificável. 3) Fraquezas de Controle Interno não são Corrigidas 4) Turnover Alto nas Áreas ou Processos Contábil e Financeiro Há Mudanças Freqüentes de Auditores e Advogados 5) O Setor está em Declínio e as Falências estão Aumentando 6) Capital de Giro se Deteriorando 7) Mudança de Praxes Comerciais e de Políticas Contábeis 8) A Alta Administração está sofrendo Pressão Financeira 9) A Entidade precisa de uma Tendência de Lucro Crescente para suportar o Preço de Mercado de suas Ações 10) Transações com Partes Relacionadas 11) Pagamentos Freqüentes e não Compatíveis a Advogados e Consultores Exemplos de evidências insuficientes de Auditoria: Arquivos Incompletos Respostas Evasivas e Ilógicas ao Auditor dificultando os trabalhos das Auditorias Documentos com Aprovações não Apropriadas e Alterações de Documentos Divergências Significativas entre o Contábil e a Circularização Externa Alterações nos Programas do Computador não Documentadas ou Testadas Falta de Conciliações Contábeis, Financeiras ou de Transações Processadas Eletronicamente e respectivas Bases de Dados O ato fraudulento é um procedimento doloso, enganador, ardiloso, feito com má fé. A fraude é contínua. Elas vão se somando, se avolumando, à medida que não vão sendo descobertas. 19 Auditoria das Demonstrações Financeiras As empresas receiam em desligar alguém por causa de fraude. A fraude tem que ter como consequência a justa causa. E a justa causa tem que ser provada, documentada e as penalidades terão que ser praticadas pela empresa, sob pena dos demais funcionários não levarem à sério a Alta Administração. Esta pode perder a sua credibilidade. É muito mais fácil para o dirigente encobrir uma fraude na empresa, do que considerá-la e arcar com problemas de ordem interna, através de justificativas, explicações e penalidades que o fato requer, e também com implicações externas, junto à sindicatos, representações de classes, ministério do trabalho, autoridades policiais e etc. Sem entrar no mérito ou no campo da ética, a empresa tem que estabelecer e implementar princípios e fundamentos que identifiquem o divisor de águas entre a fraude e a ética. Há aí uma zona cinzenta preocupante. Tem que haver princípios e normas de conduta assegurando uma ética empresarial. Políticas internas e normas de conduta devem ser definidas para coibir atos fraudulentos no meio empresarial. Em tais políticas devem constar procedimentos absolutamente claros sobre a responsabilidade de cada funcionário. Deve haver a excepcional preocupação na integridade dos dados estratégicos e em seu ativo. Tudo isto é patrimônio e deve ser preservado e controlado. No cumprimento da ética empresarial é necessário que toda organização produza informações íntegras e transparentes. Caso contrário estaremos violando normas de conduta ética junto ao seu público, aos seus clientes, aos seus fornecedores, aos seus pares internos, enfim à sociedade. Rastros de um fraudador Os rastros de um fraudador são realmente visíveis. A prática nos mostra que, geralmente, o fraudador gasta tudo que ele consegue através da fraude. O produto decorrente das irregularidades praticadas não é guardado. Tudo é praticamente transparente para os colegas de trabalho, vizinhos, amigos mais íntimos e pessoas da família. Existe uma perigosa limitação para o fraudador: O sucesso da última fraude praticada. Sempre pensar que as demais também darão certo. Isto vai criando uma dependência cada vez maior do ato fraudulento e a exposição torna-se também proporcionalmente maior. Os indícios vão se tornando evidências e o cruzamento do "disse-me-disse" das pessoas em seu universo de atuação começa a se mostrar mais palpável e as informações com maior consistência. 20 Auditoria das Demonstrações Financeiras Lembro-me com bastante clareza, quando me deparei com uma situação de fraude numa indústria. O caso foi suportado por um inquérito administrativo. Um inquérito administrativo consiste na formulação de perguntas e na obtenção de respostas satisfatórias. As respostas vão desde as declarações formais, por escrito, até aos comentários em conversações normais. Contudo, pelo cuidadoso uso do procedimento de inquérito, podem-se obter muitas informações acerca do assunto que está sendo investigado, que de outra forma poderia ser mais difícil. A resposta a uma simples pergunta raramente pode constituir prova que mereça confiança, no entanto se diversas perguntas e respostas se inter- relacionam entre si passam a ser encaradas como elementos de suporte para o juízo profissional do Auditor. Além das declarações formais que se obtém, o Auditor também consegue respostas a uma grande quantidade de perguntas, através de bate-papos, conversações, durante o seu dia-a-dia. Nada há nessas perguntas que dê a impressão de interrogatório ou coisa parecida. As respostas dadas constituem, naturalmente, informações que deverão ser checadas e sendo validadas deverão ser encaradas como provas também. Ainda que não sejam suficientes para um diagnótico final, devem ser conferidas, cruzadas e alimentadas por diversos exames específicos de auditoria. Inclusive tais esclarecimentos são inteiramente validados pelo Professor Mautz, uma das autoridades mais consideradas nos EUA e tendo seu nome ligado à American Accouting Association e ao Instituto Americano dos Contadores Públicos Certificados, duas das maiores entidades profissionais e educacionais, voltadas para o estudo e pesquisa da auditoria, sob os seus vários aspectos. Logo, quando uma Alta Administração não se simpatiza com a instauração de um Inquérito Administrativo, desconfie. Nada há de policialesco, inesperado ou constrangedor na execução de um procedimento deste nível, é uma prática mundial. Aqueles que acreditam que o Auditor desenvolveu um sexto sentido que o capacita a "sentir" erros ou situações no mínimo estranha, não mostram muita compreensão da verdadeira natureza de um exame de auditoria. Uma auditoria é igual a qualquer outro projeto de pesquisa; consiste na reunião de uma grande quantidade deinformações avaliando-a, então, de forma justa e impessoal, sem conter qualquer dose de emoção. Naturalmente, tudo isto tem que ser feito com habilidade e cuidado. Planejar um programa eficaz de auditoria em situações particularmente difíceis, requer grande experiência, conhecimento, bom senso e critérios adequados. É até irresponsável atribuir este tipo de trabalho para um Auditor Júnior, por exemplo. Não obstante a esta limitação, os métodos seguidos na obtenção e avaliação das provas testemunhais e documentais, sobre as quais o Auditor baseia o seu parecer, são muito comuns e simples. Simples como são, entretanto, se aplicados adequadamente, 21 Auditoria das Demonstrações Financeiras tornam-se extremamente eficientes na localização de desvios ou na observação de práticas fraudulentas nas atividades examinadas. Na realidade, nós tinhamos colhidos depoimentos de ex-funcionários (que podem ser questionados, eu admito), de órgãos de recursos humanos de empresas que os envolvidos trabalharam anteriormente (que são informações creditícias, pois são oficiais) e de órgãos externos como a Junta Comercial. Atrelado a tais informações possuíamos um razoável volume de documentos internos, um arsenal de dados como planilhas de controle das operações alvos da análise, memorandos, sistema de ponto, controles da portaria, controles da frota, prestações de contas dos funcionários envolvidos, notas fiscais de serviço, etc. Os erros primários Da mesma forma, se um banco sofreu um assalto, não há dúvidas de que um crime realmente aconteceu. Todos no banco, clientes e funcionários, foram testemunhas do roubo. Caso contrário, tal situação pode ter sido filmada por câmeras de segurança. Mas e m a l g u n s c a s o s e x i s t e m a p e n a s indicadores, sintomas, vestígios, indícios e etc. N o e n t a n t o , o fraudador sempre deixa transparecer alguma situação que indique que o crime efetivamente aconteceu. São erros primários que acontecem à medida que ele tem que se apresentar à sociedade, no seu trabalho, no meio de amigos e etc. O estilo de vida dessa pessoa muda. Algo não faz sentio Rasuras em notas fiscais elevando os valores a serem reembolsados. Utilização indevida dos veículos da Cia. A situação financeira ante a iminência da fraude Vícios com jogos, drogas, álcool e sexo são comuns para explicar o motivo pelo qual a pessoa cometeu um ato fraudulento. Erros e deslizes ocorrem em qualquer processo de fraude, mesmo que bem estruturado. Nem todas as cadeias de processo possuem segurança nos procedimentos e nem todas as pessoas possuem um perfil extremamente adequado para uma execução plena da fraude. Um elo desta cadeia tende a partir quando sua estrutura não é suficientemente preparada. Um trabalho de auditoria razoavelmente bem planejado, com objetivos claros de evidenciar todos os elementos e documentos que compõem cada processo, facilita sobremaneira a constatação da fraude. Situações diversas que ocorrem no dia-a-dia de uma pessoa potencialmente direcionada a cometer um ato fraudulento se transformam em fortes pressões em seu comportamento. 22 Auditoria das Demonstrações Financeiras Problemas profissionais são representativos em tais situações. A pessoa em circunstâncias especiais como “ganhando pouco”, “não existindo reconhecimento pelo seu trabalho” e “insatisfeita com as condições de trabalho que são distintas das de outras pessoas”, torna-se potencialmente interessada em reverter uma situação desfavorável. Não obstante, quando uma pessoa comete um crime, principalmente se for pela primeira vez, ela se envolve em emoções fortes de medo e culpa. Essas emoções se expressam através de uma sensação desagradável chamada stress, assim dizem os analistas. Desta forma, ela então começa a agir de modo diferente para poder lidar com esta nova situação. Algumas características reconhecíveis nestas pessoas são mencionadas num determinado trabalho publicado nos EUA: A pessoa não dorme, bebe demais, usa drogas, fica irritado ou suspeita de tudo, não relaxa, não aproveita dos prazeres de outrora, tem medo de ser pego por algum motivo, não olha nos olhos das pessoas, fica embaraçado com dúvidas levantadas pela família ou por amigos, fica sempre na defesa e discute por qualquer motivo ou quando sua opinião não é respeitada por terceiros, sempre pensa em se desculpar colocando a culpa em outra pessoa, sua demais e etc. O auditor de maior experiência deve ser o responsável na condução de um trabalho deste nível. Terá que demonstrar conhecimento suficiente para distinguir os diversos tipos e práticas fraudulentas, no sentido de avaliar se os controles dispensados foram adequados para inibir tais situações, e acima de tudo, poder vislumbrar quais os controles que, efetivamente, se implementados, poderão auxiliar no combate às fraudes. Outros cases vivenciados pelo professor: Case 1: Ocorrido numa indústria de gases, referiu-se à diferenças mensais significativas em seu estoque e envolveu a participação da transportadora do produto. A fraude foi proveniente de lacres adulterados dos cilindros. Case 2: Ocorrido numa indústria de refrigerantes, referiu-se à diferenças mensais significativas em função de troca de produtos na área de estocagem. Envolveu o pessoal de estoque (arrumadores e empilhadores). Dois produtos com embalagens idênticas, mas de valores distintos (cerveja e guaraná) foram manipulados propositalmente. Case 3: Ocorrido na área de materiais de uma agroindústria do setor de alimentação, em que sucatas de alumínio eram vendidas como sucatas de ferro. Estavam envolvidos supervisores de produção e almoxarifeis. 23 Auditoria das Demonstrações Financeiras Case 4: Ocorrido em uma agroindústria do setor de alimentação, pagamentos aprovados pela Alta administração e não checados pela Controladoria por tratar-se de cargo de confiança. Case 5: Ocorrido na área de projetos e compras de uma indústria metalúrgica, referiu-se à pedidos de compras e diversas alterações de preços e condições de pagamento não submetidas ao nível requerido. Todas as peças se relacionavam à beneficiamento. Envolveu a gerência da fábrica e o setor de contas a pagar. Case 6: Ocorrido numa indústria de alimentos, referiu-se à envios de motores para conserto sendo que os mesmos estavam em condições de uso e no entanto o pretador de serviços faturava troca de peças que na realidade não eram trocadas. Case 7: Ocorrido numa empresa do setor agrícola, referiu-se abastecimentos incompatíveis as tarefas realizadas em comparação com outras fazendas. Case 8: Ocorrido numa empresa do setor agrícola, referiu-se à adiantamentos expressivos para pagamentos de fretes junto ao transportador contratado. Parte da frota pertencia ao diretor da empresa. Como Prevenir e Evitar Fraudes Devemos implementar uma metodologia sistematizada de avaliações dos indicadores de desempenho, por processo, das principais operações da empresa, reportando pontualmente um painel de risco que por definição (camadas ou cores) irá revelar quais áreas estão com um Risk Score representativo. Os indicadores de desempenho devem estar alinhados com a alta administração. O auditor deve sempre estar alerta para visualizar em cada processo as oportunidades e os "gargalos" que o sistema de controle interno oferece. Ele deve sempre validar se os controles-chave encontram-se preservados e atualizados com as necessidades prementes. 24 Auditoria das Demonstrações Financeiras Os indícios poderão se transformar em evidências. No quebra-cabeça de uma situação de fraude, a coleta de dados, o cruzamento de registros e informações, o histórico da área e das pessoas envolvidas são peças relevantes para o diagnóstico.Sob o enfoque de auditoria, os seguintes procedimentos deverão ser assegurados: Definir um planejamento de execução da auditoria para cobrir todas as etapas de análise e comprovação da fraude. Instaurar um inquérito administrativo, definindo as pessoas envolvidas diretamente ou indiretamente com a situação detectada. Ouvir tanto as pessoas internas quanto externas à organização. Estabelecer os élos de ligação das pessoas envolvidas com os registros existentes em documentos, depoimentos e informações externas. Iniciar os procedimentos de “amarração” das evidências obtidas com a documentação suporte. Relacionar as pessoas com os fatos comprovados, levantar o montante atingido e projetar tais números à partir de um “tempo zero” (definido num cut-off) visando demonstrar o impacto do evento antes e depois de sua comprovação. Elaborar um report contendo as ações requeridas para minimizar ou neutralizar a ocorrência de situações idênticas, os “gargalos” detectados e o tratamento dispensado, os dispositivos necessários para automatizar ou otimizar os controles existentes e, evidentemente, toda a sistemática e metodologia adotada pela auditoria para concluir sobre a situação de fraude. Registrar as evidências em documentação padronizada para suportar a constatação da fraude. O cuidado com as fontes utilizadas Todo este aparato deve assegurar um caráter de sigilo e confidencialidade. 2.6 Relatórios e Pareceres de auditoria Destino dos Relatórios Auditoria Interna Conselho - Alta administração Comitê de Auditoria Gerência Departamental Internos (Auditoria) Relatório/Diagnóstico de Auditoria Interna (por parágrafo) No primeiro parágrafo descrevemos a Finalidade/objetivo do motivo da condução dos trabalhos de auditoria: Por Planejamneto; 25 Auditoria das Demonstrações Financeiras Por Solicitação das áreas usuárias; Por Denúncia Atualmente muitas empresas avaliam a atuação da auditoria interna considerando as ações de melhoria propostas/implementadas e a quantidade de trabalhos realizados por solicitação das áreas internas. Este indicador revela que a auditoria esta atuando de forma contributiva e não exclusivamente fiscalizadora. No segundo parágrafo devemos deixar claro as fronteiras do trabalho, descrevendo o Escopo da Auditoria: Período sob exame (Ex: Janeiro/2018 a Dezembro/2018 ou data específica 31/12/2018); As áreas envolvidas (Ex: Suprimentos da unidade Brasilia); Volume de testes (Ex: 70% dos pedidos de compras, aleatoriamente); O terceiro parágrafo, devemos descrever os Pontos de Auditoria ordenados por relevância/importância. Que são considerados necessários para: retratar fatos e evidências comprovar os resultados do auditor suportar recomendações e evitar outras interpretações podendo refletir medidas tomadas pela alta administração. No quarto parágrafo reportamos as Ações e ou Recomendações: Ações: Auditor e auditado estão de acordo com os pontos apontados no relatório final da auditoria. As ações geram Medidas que foram implementadas ou serão, definindo-se os planos e prazos. Recomendações: Controvérsias de posições entre auditor e auditado. Neste caso não podemos nos omitir e devemos reportar a nossa opinião. Podemos ainda indicar no nosso relatório as Informações Checadas ( fontes) tais como as áreas internas, órgãos externos, clientes, fornecedores e entidades relacionadas. No entanto, por solicitação da alta administração não colocamos no relatório o nome da pessoa, mas sim o cargo e a função. Os cálculos e projeções e fluxos e redesenhos de processos devem ser apresentados como anexos. Essa media visa atender as solicitações da alta administração. 26 Auditoria das Demonstrações Financeiras ___________________________________________________________ (Modelo) Diagnóstico de Auditoria Interna Título: Inventário Físico de Líquidos – Unidade xyz Período Coberto: 31/12/2018 a 20/02/2019 Data da Ação: 01/01/2019 ___________________________________________________________ Diagnóstico: O objetivo deste trabalho esta de acordo com o planejamento estratégico de auditoria motivado face as constantes perdas (significativas – acima do indicador de desempenho de 1%) registradas em inventários físicos anteriores. A partir de 01/01/2019, iniciamos um processo de investigação objetivando o entendimento das operações, a validação das tranferências entre a fábrica até a unidade xyz, a identificação de perdas apuradas em todas as fases do processo, incluindo a realização de inventários diários para melhor compreensão das diferenças. Inventariamos 100% dos estoques em três cíclos no período da auditoria. Constatamos em nossos trabalhos de mensuração dos estoques que parte da diferença, cerca de 0,30% refere-se as perdas no processo de tranferências da fábrica até a unidade no subprocesso de CIP que são descartados e não registradas como perdas. Identificamos também diferenças entre balanças na ordem de 0,20% e o restante referente a aferição da capacidade de armazenagem dos tanques. Como ação de auditoria, entendemos que a empresa deve registrar as perdas de CIP a cada viagem, aferição constante dos equipamentos e adoção de um modus operandi de inventários rotativos que é imperativo para identificação e correção tempestiva das eventuais diferenças, acima do indicador de desempenho (ID) estabelecido pela alta Administração. Nos anexos do presente relatório, detalhamos os percentuais identificados e corroborados, por quebra/fase do processo e o detalhamento das distorções relevantes diagnosticadas. Colocamo-nos à disposição para dirimir eventuais esclarecimentos. Cordialmente, JHCalegher 27 Auditoria das Demonstrações Financeiras ___________________________________________________________ (Modelo) RELATÓRIO DO COMITÊ DE AUDITORIA DO BANCO BRADESCO S.A. __________________________________________________________________ Governança Corporativa e Responsabilidades • Comitê de Auditoria O Conselho de Administração do Banco Bradesco mantém um Comitê de Auditoria único para o Conglomerado Bradesco, inclusive para o Grupo Bradesco Seguros Na Governança o Comitê de Auditoria é órgão estatutário de assessoramento, vinculado diretamente ao Conselho de Administração. Atualmente, é composto por um Conselheiro e dois Membros, indicados a cada 05 (cinco) anos pelo Conselho de Administração, que leva em consideração os critérios constantes na legislação e regulamentação aplicáveis. A avaliação técnica anual dos membros é conduzida pelo Conselho de Administração. O Comitê de Auditoria tem entre suas principais atribuições: a) revisar, previamente à publicação, as Demonstrações Contábeis, inclusive Notas Explicativas e relatórios da Administração. • Auditoria Independente A KPMG Auditores Independentes está responsável por auditar as Demonstrações Contábeis e emitir relatório sobre sua aderência às normas aplicáveis. Avalia, na extensão necessária, à execução de seus trabalhos, a qualidade e adequação dos sistemas de controles internos e o cumprimento de dispositivos legais e regulamentares, produzindo relatórios de recomendações sobre procedimentos contábeis e controles internos, sem prejuízo de outros relatórios que, também, é incumbida de preparar, como os das revisões limitadas das informações trimestrais requeridas pela CVM. • Auditoria Interna A Auditoria Interna (Inspetoria Geral) tem como atribuições aferir a qualidade e aderência dos sistemas de controles internos da Organização Bradesco e o cumprimento das políticas e dos procedimentos, inclusive aqueles adotados na elaboração dos relatórios contábeis e financeiros. Atividades relativas ao 1º semestre de 2017 O Comitê participoude 132 reuniões com o Conselho de Administração, com os Executivos das áreas de Negócio, Tecnologia da Informação, de Controle Gerenciamento Estratégico de Riscos e do Sistema de Controles Internos O Gerenciamento Estratégico de Riscos e do Sistema de Controles Internos na Organização Bradesco é exercido por Unidades Independentes das áreas comerciais. Durante o 1º semestre de 2017, acompanhamos os trabalhos do DCIR - Departamento de Controle Integrado de riscos, na avaliação da aderência do Sistema de Controles Internos e na identificação, monitoramento e gestão dos riscos, mais relevantes, a que está exposta a Organização Auditoria Independente O planejamento dos trabalhos de auditoria independente para o exercício de 2017 foi discutido com a KPMG Auditores Independentes em reuniões específicas, e, no decorrer 28 Auditoria das Demonstrações Financeiras do 1º semestre de 2017, as equipes de Auditoria encarregadas dos serviços apresentaram os resultados e principais conclusões ao Comitê de Auditoria. Os pontos relevantes registrados no relatório acerca do estudo e a avaliação dos Sistemas Contábil e de Controles Internos, elaborado em conexão com os exames das Demonstrações Contábeis e respectivas recomendações para aprimoramento desses sistemas, e devidas mitigações dos riscos, foram discutidos com o Comitê, que solicitou acompanhamento das implementações de melhorias nas áreas responsáveis. Auditoria Interna O Comitê tomou conhecimento do planejamento dos trabalhos para o exercício de 2017 e solicitou a inclusão de temas abrangidos na agenda deste Comitê, de forma a considera- los no seu escopo do “Plano Anual de Auditoria e Inspeção”. No decorrer do 1º semestre de 2017, em reuniões ordinárias mensais, as equipes encarregadas da execução dos trabalhos cronogramados reuniram-se com o Comitê de Auditoria e reportaram as principais conclusões na visão de processos, riscos inerentes e residuais, além de aspectos referentes a cumprimentos de dispositivos legais/normativos e regulamentos, extensivas aos procedimentos internos do Conglomerado. O Comitê de Auditoria, em função do acompanhamento dos trabalhos e da avaliação da efetividade de seus resultados, julga que a Auditoria Interna tem respondido adequadamente às demandas do Comitê e às necessidades e exigências da Organização e dos Órgãos Reguladores. Nos mesmos moldes do praticado com a Auditoria Independente, o Comitê mantém atualizado o instrumento - “Avaliação Técnica da Auditoria Interna (Inspetoria Geral) ” respondido anualmente, o qual é apresentado e discutido com a administração da Auditoria Interna. Demonstrações Contábeis do Banco Bradesco S.A. O Comitê reuniu-se, previamente, com as áreas de Contadoria Geral, de Planejamento, Orçamento e Controle, de Inspetoria Geral e com a Auditoria Independente (KPMG) para avaliação das Demonstrações Contábeis mensais, trimestrais e semestral. Nessas reuniões, foram avaliados os aspectos de preparação dos Balancetes e Balanços Individuais e Consolidados, as Notas Explicativas e os relatórios financeiros publicados, em conjunto com as Demonstrações Contábeis. Conclusão Com base nos trabalhos, avaliações, revisões e discussões acima mencionadas, e considerando o contexto e o escopo de suas atribuições, o Comitê de Auditoria recomenda, ao Conselho de Administração, a aprovação das Demonstrações Contábeis auditadas, relativas ao 1º semestre de 2017. Cidade de Deus, Osasco, SP, 26 de julho de 2017. (Coordenador) (Especialista Financeiro) 29 Auditoria das Demonstrações Financeiras Relatórios e Pareceres de Auditoria Independente Internos Sumários executivos Drafts Revisionais Pontuais Detalhados Time-sheets e relatórios de progresso Pareceres Internos Memorandos de visitas Mudança de escopo Mudança de direcionamento dos exames Comunicação de deadline Sumários Executivos Ênfase dos assuntos de maior relevância. Resultados objetivos da auditoria Podem ser emitidos separadamente ao relatório final Drafts Objetiva uma discussão com os dirigentes auditados antes da emissão do relatório. Ajusta interpretações equivocadas do auditor. Posiciona as recomendações antes da conclusão final. Clarifica os pontos obscuros. Possibilita expressar opiniões. Revisionais Aplica procedimentos de follow-up Quadro sinóptico - posiciona sobre situações anterior, atual e futura (comprometida) Informa o resultado de procedimentos alternativos de auditoria aplicados Revisa e atualiza fluxos Pontuais Não criam expectativas para o dirigente auditado ou AA Sinalizam para ações imediatas Sinalizam para ambientes de fraudes São curtos e objetivos 30 Auditoria das Demonstrações Financeiras Detalhados/Fraudes Contém dados específicos, registros auxiliares e narrativas. Pontos segregados em vários tópicos e sub-tópicos Utilizado largamente na composição de processos (inquéritos administrativos) Time-Sheets e Relatórios de Progresso Controle das horas trabalhadas, do status quo dos projetos e da alocação dos recursos. Performance da área, por job, por equipe e por auditor Informações quadrimestrais, semestrais e anuais Pareceres - Sem Ressalva DFs representam as posições financeira e patrimonial. O resultado de acordo com os PFCs e NBCs. O auditor afirma que não há efeitos relevantes que possam afetar as DFs. Pareceres - Com Ressalva Um ou mais valor nas DFs não refletem adequadamente as posições. O auditor não consegue evidências para comprovação de valores. Não obediência aos PFCs Não concessão de alternativas para a realização de um exame integral Pareceres – Adverso O auditor verificou efeitos e condições que comprometeram substancialmente as DFs Mais forte que a ressalva. Exprime a opinião que as DFs não representam as posições financeira e patrimonial. O auditor tem que justificar as razões em parágrafo adicional Pareceres - Abstenção de Opinião O auditor não consegue fundamentar uma opinião das DFs por não obter comprovação Foi identificada uma limitação imposta ao objetivo dos exames (PAs não realizados). Existência de algum fato substancial que afete as DFs. Incerteza substancial em relação ao montante de algum item. 31 Auditoria das Demonstrações Financeiras RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS E CONSOLIDADAS Aos Administradores e Acionistas da Azul S.A. Opinião Examinamos as demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Azul S.A. (“Companhia”) identificadas como controladora e consolidado, respectivamente, que compreendem os balanços patrimoniais em 31 de dezembro de 2017, e as respectivas demonstrações dos resultados, dos resultados abrangentes, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa do exercício findo nessa data, bem como as correspondentes notas explicativas, incluindo o resumo das principais políticas contábeis. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira, individual e consolidada, da Azul S.A. em 31 de dezembro de 2017, o desempenho individual e consolidado de suas operações e os seus respectivos fluxos de caixa individuais e consolidados para o exercício findo nessa data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB). Base para opinião Nossa auditoria foi conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Nossas responsabilidades, em conformidade com tais normas, estão descritas na seção a seguir intitulada “Responsabilidades do auditor pela auditoriadas demonstrações financeiras individuais e consolidadas”. Somos independentes em relação à Companhia e suas controladas, de acordo com os princípios éticos relevantes previstos no Código de Ética Profissional do Contador e nas normas profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, e cumprimos com as demais responsabilidades éticas de acordo com essas normas. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Principais assuntos de auditoria Principais assuntos de auditoria são aqueles que, em nosso julgamento profissional, foram os mais significativos em nossa auditoria do exercício corrente. Esses assuntos foram tratados no contexto de nossa auditoria das demonstrações financeiras individuais e consolidadas como um todo e na formação de nossa opinião sobre essas demonstrações financeiras individuais e consolidadas e, portanto, não expressamos opinião separada sobre esses assuntos. Para cada assunto abaixo, a descrição de como nossa auditoria tratou o assunto, incluindo quaisquer comentários sobre os resultados de nossos procedimentos, é apresentado no contexto das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Nós cumprimos as responsabilidades descritas na seção intitulada “Responsabilidades do auditor pela auditoria das demonstrações financeiras individuais e consolidadas”, incluindo aquelas em relação a esses principais assuntos de auditoria. Dessa forma, nossa auditoria incluiu a condução de procedimentos planejados para responder a nossa avaliação de riscos de distorções significativas nas demonstrações financeiras. Os resultados de nossos procedimentos, incluindo aqueles executados para tratar os 32 Auditoria das Demonstrações Financeiras assuntos abaixo, fornecem a base para nossa opinião de auditoria sobre as demonstrações financeiras da Companhia. Receita de passageiros As receitas de passageiros são reconhecidas após a efetiva prestação do serviço de transporte, sendo os trechos vendidos e não voados reconhecidos no passivo circulante como transportes a executar e apropriados ao resultado do exercício quando utilizados, pelo regime de competência. O reconhecimento de certas receitas leva em consideração estimativas com alto grau de julgamento profissional por parte da administração, tais como a expectativa de expiração de bilhetes não utilizados, sendo estas premissas avaliadas pela administração com base em dados históricos. Adicionalmente, o processo de venda de bilhetes e reconhecimento da receita de passageiros é extremamente dependente de sistemas de tecnologia da informação. Considerando os aspectos citados acima e a magnitude dos montantes relacionados para as demonstrações financeiras tomadas em conjunto, consideramos este um principal assunto de auditoria. Como nossa auditoria conduziu esse assunto Os procedimentos de auditoria incluíram, dentre outros (i) a análise da adequação de lançamentos manuais incluídos nas contas de receita; (ii) confronto de uma amostra de voos com relatórios emitidos pela agência reguladora de aviação; (iii) acompanhamento do embarque de passageiros e verificação do reconhecimento da respectiva receita, (iv) análise da movimentação dos saldos de receita considerando nossa expectativa e indicadores de mercado; e (v) análise da adequação do reconhecimento da receita sobre os créditos expirados; e (vi) avaliação se as divulgações nas demonstrações financeiras, incluídas nas notas explicativas 3.17 e 24, foram apropriadas. Baseados no resultado dos procedimentos de auditoria efetuados, que está consistente com a avaliação da administração, consideramos aceitáveis as políticas de reconhecimento de receitas de passageiros da Companhia para suportar os julgamentos, estimativas e informações incluídas no contexto das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Operações com partes relacionadas – (HNA e TAP) A Companhia recebeu no ano de 2016, investimento proveniente da Hainan Airlines Co. Ltd ("HNA"), conforme divulgado na nota explicativa 12g. Parte dos recursos investidos foi utilizada para aquisição de Bonds com opção de conversão em títulos patrimoniais emitidos pela TAP - Transportes Aéreos Portugueses SGPS S.A. ("TAP") e o valor justo desta opção foi reconhecido em aplicações financeiras não circulante.... Como nossa auditoria conduziu esse assunto Nossos procedimentos de auditoria incluíram, dentre outros (i) a revisão das premissas para o cálculo de valor justo preparado pela administração da aplicação financeira não circulante(Bond TAP) e da Opção da HNA nos benefícios econômicos do Bond TAP, incluindo o envolvimento de um especialista em avaliações para nos auxiliar na execução dos procedimentos; (ii) a avaliação da adequação dos registros contábeis relacionados à 33 Auditoria das Demonstrações Financeiras operação; e (iii) a avaliação se as divulgações nas demonstrações financeiras, incluídas na nota explicativa 12g,12fii e 22iii, foram apropriadas. Baseados no resultado dos procedimentos de auditoria efetuados, que está consistente com a avaliação da administração, consideramos aceitáveis as políticas de mensuração do valor justo do DA aplicação financeira não circulante (Bond TAP) e da Opção da HNA nos benefícios econômicos do Bond TAP para suportar os julgamentos, estimativas e informações incluídas no contexto das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Reservas de manutenção Ativo intangível – vida útil indefinida Ambiente de Tecnologia da Informação Tendo em vista o elevado volume de transações e pelo fato de as operações da Companhia serem altamente dependentes do funcionamento apropriado da estrutura de tecnologia e de seus sistemas, somados as complexidades inerentes a natureza do negócio, consideramos o ambiente de tecnologia como um principal assunto de auditoria. Como nossa auditoria conduziu esse assunto Nossos procedimentos de auditoria incluíram, entre outros, a avaliação do desenho e da eficácia operacional dos controles gerais de TI (“ITGC”) implementados pela Companhia para os sistemas considerados relevantes para o processo de auditoria. A avaliação dos ITGC incluiu procedimentos de auditoria para avaliar os controles sobre os acessos lógicos (gestão de acesso), gestão de mudanças e outros aspectos de tecnologia. No que se refere à auditoria dos acessos lógicos, analisamos, em bases amostrais, o processo de autorização e concessão de novos usuários, de revogação tempestiva de acesso a colaboradores transferidos ou desligados e de revisão periódica de usuários. Identificamos fragilidades em determinados controles preventivos do processo de gestão de usuários (concessão de novos acessos, revogação de acessos, alteração de acessos em decorrência de transferência e gerenciamento de funcionários terceirizados). Em resposta a tais fragilidades foi implantado controle detectivo de revisão de acesso, que apesar de identificar os acessos indevidos, não possui o atributo de avaliar o impacto da permanência desses acessos no ambiente. Além disso, avaliamos as políticas de senhas, configurações de segurança e acesso aos recursos de tecnologia. No que se refere ao processo de gestão de mudanças, avaliamos se as mudanças nos sistemas foram devidamente autorizadas e aprovadas pela administração da Companhia. Também analisamos o processo de gestão das operações, com foco nas políticas para realização de salvaguarda de informações e a tempestividade no tratamento de incidentes. Envolvemos nossos profissionais de tecnologia para nos auxiliar na execução desses procedimentos. A deficiência no desenho dos controles internos relativo ao processo de gestão de acesso, alterou a nossa avaliação quanto a natureza, época e ampliou a extensão de nossos procedimentos substantivos planejados
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