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13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 1/34 INTRODUÇÃO À INTRODUÇÃO À TIPOGRAFIATIPOGRAFIA Me. Ar isteu S imon I N I C I A R 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 2/34 introdução Introdução A tipogra�a é uma arte que consiste em trabalhar com códigos grá�cos e, a partir deles, ampliar o potencial da comunicação visual. Por meio dela, revelam-se grande riqueza e alta complexidade da comunicação escrita. O poder que a tipogra�a possui ao conectar pessoas de diferentes lugares e até de períodos históricos distintos, sem que tais indivíduos precisem conhecer um ao outro ou estabelecer contato presencial, é algo fascinante. Os avanços técnicos e tecnológicos que a civilização ocidental experimentou desde o século XV impactaram de forma intensa na atividade da tipogra�a. Ela era inicialmente marcada por uma forte materialidade, característica dos tipos móveis e da forma de atuar em processos mecânicos e manuais e que, com o passar dos tempos, avançou para um processo de desenvolvimento por meio da inserção da informática que, além de sua aplicação, trouxe à atividade tipográ�ca uma rede�nição de materialidade. Como efeito ainda mais notável, permitiu o acesso de um número cada vez maior de pessoas às técnicas de criação e de manipulação de tipos. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 3/34 A origem das palavras está nos gestos do corpo, dessa forma, os primeiros tipos foram modelados diretamente sobre as formas da caligra�a. No entanto, as letras não são gestos corporais, mas imagens manufaturadas para repetição in�nita. A história da tipogra�a re�ete uma tensão contínua entre a mão e a máquina, os processos �siológicos e os mecânicos. Essas tensões, que marcaram o nascimento das letras impressas há mais de quinhentos anos, continuam a energizar a tipogra�a hoje. Para Lupton (2013), os tipos móveis, inventados por Gutenberg, na Alemanha, no início do século XV, revolucionaram a escrita no Ocidente. Seguindo o caminho contrário dos escribas, que fabricavam livros e documentos à mão, a impressão com tipos permitia a produção em massa. Grandes quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de um molde e organizadas em espécies de formas para serem reproduzidas em papel e tornarem-se livros e impressos. Um fato interessante dessa descoberta da escrita de forma reprodutível é que, depois de impressas, as letras poderiam ser guardadas para reutilização. História da Tipogra�a/EscritaHistória da Tipogra�a/Escrita 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 4/34 Conforme Lupton (2013) explica, na Itália do século XV, escritores e acadêmicos humanistas rejeitaram essas escritas góticas em favor da lettera antica, um modo clássico de escrita manual com formas mais largas e abertas. Essa herança de processo vinha do Renascimento da arte clássica e da literatura clássica. Muitas das fontes que usamos hoje, incluindo Garamond, Bembo, Palatino e Jenson, herdaram seus nomes de impressores que trabalharam nos séculos XV e XVI, essas fontes são conhecidas como humanistas. Vemos muitas revisões e atualizações de fontes antigas e históricas que hoje são projetadas para adequarem-se às tecnologias modernas e às exigências atuais por precisão e uniformidade. Cada uma delas responde ou reage aos métodos de produção, estilos de impressão e hábitos artísticos de seu tempo. Algumas baseiam-se em tipos de metal, punções ou desenhos que sobreviveram. Lupton (2013) nos explica que as letras itálicas, além de terem surgido na Itália, foram modeladas a partir de um estilo manuscrito mais casual pertencente ao século XV. Quando tratamos das letras humanistas eretas, estas apareciam em livros caros e prestigiados. A forma cursiva, que podia ser escrita com mais rapidez do que a cuidadosa lettera antica, era usada por grá�cas mais baratas. Avançando, segundo Lupton (2013), no século XVI, os impressores começaram a integrar as formas romanae itálica em famílias tipográ�cas com pesos e alturas-x (a altura do corpo principal da letra em caixa baixa) correspondentes. Hoje, o itálico, na maioria das fontes, não é apenas uma versão inclinada do romano: ele incorpora as curvas, os ângulos e as proporções mais estreitas das formas cursivas nas aplicações. Os artistas do Renascimento buscaram padrões proporcionais em corpos humanos idealizados. Lupton (2013) a�rma que o designer e tipógrafo francês Geofroy Tory publicou uma série de diagramas, em 1529, que vinculavam a anatomia das letras à do homem, fazendo uma analogia entre elas. Essa visão seria interrompida somente com uma nova abordagem, distanciada do corpo, já na Era do Iluminismo cientí�co e �losó�co. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 5/34 Tivemos uma mudança muito interessante dessa forma de estruturar os tipos, segundo Lupton (2013), em 1693, um comitê francês nomeado por Luís XIV, colocou-se a trabalhar no processo de construção de letras romanas em um grid �namente tramado. Ao contrário dos diagramas de Tory, que eram gravados em madeira, as representações do conhecido alfabeto do rei eram em chapas de cobre. As fontes de chumbo derivadas desses diagramas de grande formato re�etem o caráter linear do processo e a abordagem cientí�ca do comitê real. Para Lupton (2013), as reproduções entalhadas da arte caligrá�ca disseminaram a obra dos grandes mestres calígrafos do século XVIII. Nesse período, muitas obras foram produzidas graças à técnica apresentada em livros, como The Universal Penman (1743), de George Bickham, que traziam letras romanas e, como característica da técnica, cada uma delas era gravada como um caractere único e trazia manuscritas destacadamente curvas, enfatizando e caracterizando o estilo. A tipogra�a do século XVIII foi in�uenciada por novos estilos manuscritos e suas reproduções gravadas, segundo Lupton (2013), impressores como William Caslon, na década de 1720, e John Baskerville, na de 1750, optaram pelo uso da pena metálica �exível e da pena de ave com ponta �na e, como Figura 2.1 - Tipogra�a seguindo o estilo da obra The Universal Penman (1743) de George Bickman Fonte: Invaluable (2018). 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 6/34 resultados, conseguiam com seus instrumentos produzir linhas �uidas e ondulantes. A autora ainda traz que, na virada do século XIX, o severo vocabulário de Baskerville foi levado ao extremo por Giambattista Bodoni, na Itália, e Firmin Didot, na França, por meio de suas fontes com eixos verticais, contraste intenso entre traços grossos e �nos e serifas nítidas e muito bem marcadas, sendo a porta de entrada para uma visão da tipogra�a desvinculada da caligra�a. praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: Os tipos móveis, inventados por Johannes Gutenberg, na Alemanha, no início do século XV, revolucionaram a escrita no Ocidente. Ao contrário dos escribas, que fabricavam livros e documentos à mão, a impressão com tipos permitia a produção em massa. Fonte: LUPTON, E. Pensar com tipos. Editora GGBR. 2 ed., 2013, p. 9. Considerando o texto acima apresentado, sobre o uso dos tipos, assinale a alternativa correta: a) Grandes quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de um molde, depois que as páginas eram revisadas, corrigidas e impressas, as letras eram dispensadas em caixas subdivididas para reutilização. b) Pequenas quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de um molde de madeira, depois que as páginas eram revisadas, corrigidas e impressas, as letras eraminutilizadas. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 7/34 c) Grandes quantidades de letras podiam ser produzidas a partir de um molde, depois que as páginas eram impressas, as letras eram trituradas e armazenadas em caixas subdivididas para reciclagem. d) Grandes quantidades de textos podiam ser impressas a partir de um molde em rolo, depois que as páginas eram revisadas, corrigidas e impressas, as letras eram dispensadas em caixas subdivididas para reutilização. e) Grandes quantidades de letras podiam ser fundidas a partir de moldes metálicos, depois que as páginas eram revisadas, poderiam ser corrigidas e impressas, em diversas cores sem a possibilidade de reutilização. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 8/34 O crescimento da industrialização e do consumo no século XIX impulsionou a Publicidade, que exigiu novas formas tipográ�cas para a comunicação de massa. De acordo com Martins (2014), vivemos ainda a Era do “homem tipográ�co”, em que a escrita e leitura ainda são práticas indispensáveis para a produção e transmissão de conhecimentos que movimentam a ciência e a cultura contemporâneas: do ensino nas universidades aos comandos para operar gadgets tecnológicos. Vamos entender um pouco da trajetória de alguns grandes nomes e suas relações com a história da tipogra�a: 1. Paul Renner, nasceu na Alemanha, no �nal da década de 20. Passou pela crise global, sofreu com o desemprego em massa e a in�ação da época, mas sua história tem um grande trunfo ou melhor uma grande fonte chamada FUTURA, criada por ele mesmo, uma fonte de formas claras e sóbrias. De todas as sem serifa dos anos 20, na História da Tipogra�aHistória da Tipogra�a 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PAR… 9/34 Alemanha, a Futura é hoje a mais usada e apreciada. Renner estudou arquitetura e arte em Berlim. Em 1907, Renner foi introduzido no mundo das artes grá�cas (TIPOGRAFART, on-line). 2. Adrian Frutiger, �lho de um tecelão, sempre foi apaixonado por escultura, seu pai era contra sua inserção no mundo das artes e, em um ato de rebeldia, criava tipos de letras diferentes indo contra a escrita tradicional européia daquele tempo. Suíço, nascido em 1928, foi incentivado por seus professores a estudar artes grá�cas, devido ao seu grande talento. Algumas das suas famosas tipogra�as são (TIPOGRAFART, on-line): ● Meridien (1955); ● Egyptienne (1956); ● Univers (1957); ● Serifa (1967); ● Didot (1991); ● Apollo (1962); ● Frutiger (1968); ● Avenir (1988); ● Vectora (1990). 3. Ludovico Vicentino degli Arrighi, escriba papal e um dos calígrafos que participou na criação da cultura tipográ�ca ocidental durante o Renascimento italiano. Ludovico foi colaborador assíduo de Aldus Manutius no desenho dos tipos móveis humanistas (TIPOGRAFART, on-line); 4. Henri Estienne, nascido em 1460, imprimiu o Quintuplex Psalterium, sua obra mais importante. Produziu algumas das melhores edições de livros produzidos durante a época Renascentista. Seu trabalho incluía obras acadêmicas e bíblicas (TIPOGRAFART, on-line); 5. Eric Gill, nascido em 1882, era socialista, sensualista, católico, polêmico e um grande artista. Foi um dos maiores tipógrafos do século XX, também se dedicou à gravura, à escultura e à ilustração. No início de sua acidentada carreira pro�ssional, Eric gravou em pedras e madeiras, letras como folhas de rosto para livros. Transpassou para suas obras toda sua energia, procurava colocar em seus tipos linhas grossas e �nas escuras e claras. Algumas fontes de 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 10/34 Gill (TIPOGRAFART, on-line): ● Gill Sans 1927–1930, a única sem-serifa; ● Perpetua ,1929–30; ● Golden Cockerel, 1929; ● Floriated Capitals, 1932; ● Bunyan, 1934; ● Pilgrim, 1934. 6. Rudolf Koch, é um tipógrafo alemão que dedicou quase toda sua vida ao mundo das tipogra�as. Sua mais vigorosa fonte foi Wilhelm Klingspor Gotisch, embora fosse direcionada para um mercado local restrito, essa letra �el aos padrões renascentistas da Fraktur marca o apogeu do desempenho artístico de Koch. Algumas de suas mais famosas criações são (TIPOGRAFART, on-line): ● Fette Deutsche Schrift (1906-1910); ● Schmale Anzeigenschrift (condensada, para anúncios); ● Deutsche Zierschrift (abecedário ornamental de 1921). 7. Claude Garamond, nascido em paris, em 1490, com apenas quinze anos já tinha gravado um jogo de punções. Com vinte anos, começou sua aprendizagem na o�cina de Antoine Augereau, como gravador de punções. Foi precursor no desenho e na gravura de punções para tipos móveis, como serviço prestado a outros impressores. Perfeccionista como era, insistia em margens na página, qualidade de impressão, qualidade de papel - e claro - na qualidade do desenho. Inspirou-se em Aldus Manutius, Francesco Gri�o e Simon de Colines. O que se sabe sobre o modo de trabalho de Garamond era que sua o�cina era pequena e, aos seus aprendizes, não ensinava sua arte de gravador, mas as técnicas de fundição (TIPOGRAFART, on-line); 8. Giambattista Bodoni, foi um artista cuidadoso ao elaborar seus tipos, com contrastes de escuro e claro, as hastes �nas e grossas. Segundo Bodoni, os caracteres tinham quatro fontes de beleza. A primeira era a regularidade, pois todos os caracteres de uma família de fonte deveriam ter alguma semelhança, criando uma espécie de identidade e, ao mesmo tempo, cada um com sua singularidade, mas sem destoar do inicial. A segunda era a nitidez, o que mostra a perfeição que Bodoni tinha, tudo teria de estar perfeito para uma 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 11/34 melhor apreciação dos tipos. Em terceiro temos, a escolha de formas, concordando com o bom gosto, espírito de nação e espírito do século, o que é, de certa forma, uma resposta a quem insulta os tipos de Bodoni, pois ele fez suas fontes de acordo com a época e o país em que vivia e tinha um dom sem igual para isso. A quarta e última fonte de beleza era a graça, o compreender, o apreciar, a beleza que o tipo nos passa (TIPOGRAFART, on-line); 9. John Baskerville, possuía formas mais arredondadas, leves, serifadas e tinham algo que lembrava as caligra�as feitas à mão da época. Foi nomeado impressor o�cial da Universidade de Cambridge, em 1758, onde publicou sua obra-mestra tipográ�ca, uma Bíblia in- folio, impressa com os seus próprios tipos, tinta e papel. O curioso era Baskerville ser ateu e ter publicado uma das mais famosas edições inglesas da Bíblia. Os livros de John eram caros, fazendo da elite o seu “público alvo”. Ele não usava muitos elementos decorativos em suas edições. Em seus layouts, os espaços entre as linhas eram muito abertos e margens nas páginas extremamente generosas. De um jeito ou de outro mudou a moda da época (TIPOGRAFART, on-line). praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: “(...) Muitas das fontes que usamos hoje, incluindo, Bembo, Palatino e Jenson, herdaram seus nomes de impressores que trabalharam nos séculos XV e XVI Essas fontes são geralmente conhecidas como “humanistas”. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 12/34 Fonte: LUPTON, E. Pensar com tipos. Editora GGBR. 2013, p. 11. Sobre o texto colacionado, assinale a alternativa correta que indique o nome da tipogra�a que herdou o nome de seu criador: a) Garamond. b) Helvética. c) Monotype. d) Arial. e) Comic Sans. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 13/34Graças à função ambivalente entre técnica e forma, a tipogra�a pode ser entendida segundo diferentes pontos de vista. Em oposição à escrita manual, o termo tipogra�a se refere às formas padronizadas e prede�nidas de desenho da letra para reprodução. Se observada em relação às técnicas posteriores e modernas, ela se refere ao processo de impressão tipográ�ca a partir de matrizes moldadas em relevo, basicamente, obtidas pela composição de tipos e pelo clichê, fazendo alusão ao arranjo dos elementos tipográ�cos, que tradicionalmente caracterizava o trabalho do tipógrafo. (FONSECA, 2007). A capacidade intrínseca da tipogra�a de traduzir a comunicação pela sua capacidade e necessidade de intermediar entre os domínios do verbal e do visual propiciou a exploração da forma tipográ�ca, que permitiu a manifestação do poder de comunicação por meio da escrita. Segundo Fonseca (2007), essa capacidade contribuiu para o desenvolvimento de uma nova atitude na comunicação impressa, que eclodiu no início do História da Tipogra�aHistória da Tipogra�a 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 14/34 século 20 e cuja evolução seria representativa para as direções que foram se de�nindo ao longo desse período. Vamos entender esse processo de organização e racionalização do sistema tipográ�co, que começou na Inglaterra e na França com os primeiros manuais de descrição e divulgação dos métodos adotados de Joseph Moxon (1683), na Inglaterra e, com Martin Dominique Fertés (1723), que teve o primeiro publicado na França. Para Fonseca (2007), a partir daí, a modularidade que iria se constituir na essência do sistema tipográ�co pôde ser desenvolvida e instaurada, a natureza modular viria a ser reinterpretada e explorada como recurso instrumental para organização e estruturação dos elementos grá�cos no espaço impresso pela abordagem da “moderna tipogra�a” na primeira metade do século 20. As fontes modernas abriram o caminho para modernizações no desenho das letras e indiretamente contribuiu para a explosão de variações e exageros nos tipos display da tipogra�a comercial do século 19, que avançaram para uma focalização no elemento grá�co, o que Fonseca (2007) aponta que viria a ser uma condição determinante para o desenvolvimento da linguagem moderna no Design Grá�co do século 20. Nessa fase, passamos pelas fat faces, tipos derivados da Bodoni com contraste e peso ampliado pela expansão de seus elementos, que apareceram com grande presença na Inglaterra ainda no século 19. As novas características de uma sociedade urbana e industrial e suas novas relações comerciais requerem meios mais ágeis e a abundância de impressos de divulgação, como cartazes, pan�etos, anúncios, rótulos e catálogos de produtos. Esse per�l de impressão exigia uma tipogra�a cuja presença fosse mais expressiva e, nesse período, as fat faces foram muito aplicadas. Fonseca (2007) detalha que a importância dessa aquisição está na valorização do peso da letra, resultando, a partir do �nal do século, em uma variação aplicável a qualquer fonte (as versões bold ou negrito). Esse recurso de ênfase e contraste foi amplamente explorado na tipogra�a do século 20. Fonseca 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 15/34 (2007) explana que, no mesmo período, os tipos sem serifas surgiam na Inglaterra, em 1816. A partir disso, surge a primeira espécie, conhecida como as maiúsculas de William Caslon IV ou Two Line English, denominação adotada na Inglaterra e Alemanha para designar as sem serifa anônimas. Na Inglaterra, as sem serifa eram consideradas deselegantes e adequadas apenas para títulos e destaques de �m publicitário. No início, foram pouco usadas, começando a difundir-se somente a partir de 1830. Com os naturais avanços tecnológicos, o uso fotográ�co entrou em cena na impressão escalonada, introduzida em 1839, com os aperfeiçoamentos técnicos de Daguerre, a fotogra�a começou a ter participação importante no material impresso quando pode ser incorporada à impressão tipográ�ca pela produção de blocos em meio-tom ou clichês. Dali Fonseca (2007) destaca que tivemos um salto com a entrada da Kelmscott Press, editora criada por William Morris, em 1890, partindo de referências ancestrais e, assessorado nas técnicas de impressão pelo amigo tipógrafo Emery Walker, Morris buscava recuperar uma beleza perdida em um tempo em que a concepção do livro era, em si, uma arte. Fonseca explana que tinham como intenção inicial produzir pequenas tiragens de qualidade excepcional, com textos escolhidos, para distribuição entre amigos. Seu formato de atuação e a apresentação dos materiais colocava-o em um intervalo de inde�nição entre o “antigo” e o “novo” e iriam instigar os movimentos relacionados à constituição do Design moderno do início do século 20. Sua in�uência signi�cou um avanço para a retomada da qualidade na concepção do livro e para o desenho e uso do tipo, que penetrou no século 20. Sob a inspiração de Kelmscott, surgiu um movimento de revival na impressão que se caracterizou pela proliferação de editoras privadas, principalmente, na Inglaterra e nos Estados Unidos (FONSECA, 2007). Vale ainda lembrar dos tipógrafos americanos, que começaram a trabalhar sob o impulso tradicionalista de Kelmscott, ganhando projeção nas primeiras décadas do século 20 tanto na esfera do desenho de livros quanto no desenho de tipos. Fonseca ressalta que, no início do século 20, começou a estabelecer-se na Inglaterra um outro movimento reformista que, embora derivado das mesmas ambições de recuperação da qualidade, consciência e 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 16/34 estética de Morris, tinha uma natureza diversa: centrava-se na automatização da impressão. Avançando e observando outra participação importante, Sandusky (2001) aponta que na obra Bauhaus tradition and the new typography (original de 1938) nega-se a dicotomia entre belas artes e artes aplicadas e busca-se, com isso, o alinhamento com a máquina. A Bauhaus oferecia, sem qualquer paralelo na história, as condições corretas para o nascimento “do novo”. “Veio na hora certa, estabeleceu-se no local certo e atraiu os homens certos” (SANDUSKY, 2001, p.129). Para o autor, a tipogra�a geometrizada característica da Bauhaus foi in�uenciada tanto pelo neoplasticismo holandês quanto pelo construtivismo russo e húngaro. O minimalismo de cores e formas do movimento liderado por van Doesburg parecia apropriado aos princípios da tipogra�a pensados naquela época (SANDUSKY, 2001, p.133). As características do neoplasticismo em relação a essa nova tipogra�a se apresentavam por meio da liberdade expressiva que esse movimento artístico permitia aos designs e aplicações tipográ�cas em geral. Sandusky (2001) observa que da mesma forma que parte da Bauhaus entendia a arquitetura como criadora de “máquinas para viver”, sob tal faceta a tipogra�a era vista como uma “máquina para comunicar”. Esse olhar rompante demonstra que o período foi de grande agitação criativa, a indústria estava como forte Figura 2.1 – Escola de Bauhaus Fonte: Claudiodivizia / 123RF. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 17/34 precursora da modernidade no mundo e os mais variados setores sentiam essa interferência da presença industrial. A tipogra�a modernista só viria a desenvolver seu corpo teórico e se evidenciar a partir de meados dos anos de 1980, tendo como base teorias pós-estruturalistas e a desconstrução proposta por Derrida. O ponto de vista de Derrida é que escrever é uma forma de representação e seu meio é a tipogra�a, cujo uso in�ui na construção da linguagem e, portanto, também na cultura (BONEMY, 2009. p. 123). Em processo seguinte, estaríamosnas chamadas tipogra�as pós-modernas, de maneira abreviada, pode-se descrever essa fase, de acordo com Lupton (2006), como um estilo que favorecia a sobreposição de camadas, formas fragmentadas e retalhadas, frequentemente, imbuídas com imagens de aparência futurista. A história do Design Grá�co moderno está entrelaçada com os desenvolvimentos da tipogra�a, principalmente, quando observamos os elementos que dizem respeito à evolução formal do desenho dos tipos e dos processos de composição do texto. A constituição de uma linguagem propriamente moderna, característica do Design Grá�co, não representa uma ruptura com essa história, mas está relacionada à uma nova visão da tipogra�a como elemento grá�co que, por Figura 2.2 – Selo com tipogra�a da Bauhaus Fonte: Alexander Mitrofanov / 123RF. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 18/34 sua vez, é uma nova aproximação com relação ao seu uso para a con�guração do texto e a organização do espaço, um processo de constante mudanças e evolução que o design participa em todas as etapas, seja por base técnica ou na vivência social por meio de meios da comunicação. No instrumental do design grá�co moderno, especialmente, o relacionado à comunicação impressa, a tipogra�a se destaca como elemento fundamental para a de�nição de parâmetros, a natureza do processo tipográ�co envolve procedimentos que são semelhantes com os processos que tradicionalmente caracterizam a atividade do Design. Na tipogra�a, os processos de desenvolvimento andam juntos, na medida em que implica a sistematização e coordenação de elementos e se insere nas condições de produção por meios industriais, o design está junto perfazendo este processo também. A tipogra�a se operacionalizou por um sistema construtivo modular que passou a orientar os procedimentos do fazer do design grá�co: em um primeiro momento por necessidades ditadas pela própria técnica e, mais tarde, com a liberação dessa técnica como recurso para estabelecer diretrizes de orientação no espaço, adentrando em campos modernos, como as novas mídias e a internet. A tipogra�a na internet tomou novos rumos, que não podem ser comparados aos processos tradicionais, mas precisam ser entendidos como processos evolutivos. praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: “(...) As letras entalhadas, cujas linhas �uídas não se atêm ao grid mecânico da prensa tipográ�ca, ofereciam um meio apto ao lettering formal. Reproduções 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 19/34 entalhadas da arte caligrá�ca disseminaram a obra dos grandes mestres calígrafos do século XVIII. Livros como The Universal Penman (1743), de George Bickham, traziam letras romanas – cada qual gravada como um caractere único”. Fonte: LUPTON, E. Pensar com tipos. Editora GGBR, 2013, p. 13. Sobre os tipos que eram gravados como caractere único, assinale a alternativa correta: a) Esses tipos individuais eram gravados com maiúsculas, mantendo traços de contraste forte, eixo vertical marcado e serifas bem desenhadas com precisão. b) A tipografia, nesse caso, sempre era com maiúsculas para ser vista como um modo amplo e capaz de realizar significados apenas textuais, sem qualquer interpretação cultural e social. c) Esses tipos individuais eram gravados com minúsculas, mantendo traços de contraste forte, eixo vertical inclinado marcado e sem serifas. d) Esses tipos individuais eram gravados com maiúsculas, mantendo traços finos, eixo vertical marcado e finais curvados com adornos. e) Esses tipos individuais eram gravados com maiúsculas, mantendo traços orgânicos e curvilíneos fortes, marcados com serifas bem desenhadas com precisão. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 20/34 Agora, vamos fazer um breve resgate histórico. Até meados da década de 1870, quase toda a ilustração editorial, jornais, revistas e livros e parte da ilustração comercial eram feitos pela técnica da gravura em relevo. Fonseca (2007) a�rma que os desenvolvimentos dos processos fotomecânicos de gravação de imagens começaram a surgir e se popularizar a partir de 1870. No início, faziam apenas as ilustrações a traço. Em 1885, já era possível a reprodução do meio tom com a graduação obtida por meio de retículas de pontos produzidas mecanicamente, permitindo sua gravação no processo tipográ�co, instaurando as condições para o desenvolvimento do jornal e revista modernos. Fonseca (2007) aborda que, embora houvesse uma tendência natural de modernização, a composição manual e a impressão movida por pedais permaneceram ativas até o século 20, mesmo nos países industrialmente avançados, como a Inglaterra e os Estados Unidos. No �nal do século, a modernização desses processos - por meio de máquinas movidas a vapor, sistemas mecânicos de moldagem e, �nalmente, sistemas mecânicos de Sistemas de ComposiçãoSistemas de Composição Tipográ�caTipográ�ca 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 21/34 composição - já estava implantada na maioria das o�cinas e lojas de impressão. No entanto, o salto efetivo para a mecanização da composição de textos se deu na década de 1880, com a incorporação das matrizes de fundição para dentro das máquinas, que podiam moldar os tipos no próprio processo: linha por linha (a Linotype) ou caractere por caractere (a Monotype). saiba mais Saiba mais Linotipo ou linótipo é uma máquina inventada por Ottmar Mergenthaler, em 1884, na Alemanha, que funde em bloco cada linha de caracteres tipográ�cos. É composta por um teclado, como o da máquina de escrever. As matrizes que compõem a linha-bloco descem do magazine, onde �cam armazenadas e, por ação do distribuidor, a ele voltam depois de usadas para aguardar nova utilização. As três partes distintas — composição, fundição e teclado — �cam unidas em uma mesma máquina. A capacidade de produção é de seis mil a oito mil toques por hora. Suas matrizes (superfícies impressoras) são em baixo relevo, justapostas em um componedor (utensílio no qual o tipógrafo vai juntando à mão, um a um, os caracteres que irão formar as linhas de composição). O próprio operador despacha para a fundição, a 270 graus Celsius. Fonte: Adaptado de Wikipedia (2019, on-line). 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 22/34 Fonseca (2007) ainda aponta que a composição mecânica ampliou ainda mais a esfera de inserção do impresso, com efeitos principalmente na área de publicações, que envolvem grandes extensões de textos, o que re�etiu na edição maior e mais diversi�cada de livros, jornais, revistas ilustradas, catálogos e demais materiais grá�cos. A tipogra�a não deve ser entendida restrita a apenas um sistema lógico de escrita, mas também como uma linguagem estética. O design e o arranjo de tipos de�nem objetivamente a identidade e o discurso de suas formas: é um desenho que se faz por meio das letras (COSTA et. al, 2009). Vamos detalhar cada sistema para �car mais nítido como funcionam os sistemas de composição tipográ�ca, mecânicos, fotoquímicos e digitais. O início do século XX revolucionou os processos de impressão com o sistema o�set, elaborado pelo tipógrafo Ira W. Rubel, que teve grande repercussão mundial. saiba mais Saiba mais A máquina de composição Monotype nasceu da imaginação do norte-americano Tolbert Lanston. Essa máquina de composição tinha dois componentes: uma fundidora de tipos e um módulo de teclado, separado da fundidora. A primeira patente, de 1887, foi obtida para um modelo que não chegou a ser construído em série. Em 1896, surgiu a primeira máquina Monotype funcional. No módulo com o teclado de 276 teclas, que obteve a suaforma de�nitiva, em 1908, uma bobina fornecia a longa �ta de papel que era perfurada para registrar digitalmente a sequência dos glifos batidos no teclado. Esse registo transmitia à unidade fundidora as matrizes a serem fundidas, saindo os textos compostos em linhas justi�cadas. Os principais campos de aplicação da Monotype eram os trabalhos de composição de livros e as tarefas de composição mais complicadas, como as tabelas. Como diferença de destaque, podemos citar que a Monotype fazia a gravação de tipo por tipo, já na Linotype era feita uma linha inteira de uma vez. Fonte: Adaptado de Tipógrafos.net (2019, on-line). 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 23/34 Para Costa (et. al, 2009), a composição gravada em chapa de metal �exível é transferida para o papel por intermédio de um cilindro de borracha, revolucionando não apenas o processo de produção, mas também a criação grá�ca e as potencialidades da comunicação visual enquanto meio de informação e pesquisa estética. No sistema mecânico e manual, a composição tipográ�ca era feita por meio de um linotipo (linha a linha). Depois de geradas as linhas de texto e compostas as páginas, a matriz de tipos em chumbo servia para gerar uma placa de cobre, que era mais resistente e suportava mais impressões. É interessante destacar que todo o processo era mecanizado, já que era direcionado à impressão de altas tiragens. No caso de baixas tiragens, era mais comum a composição manual e muitas etapas feitas à mão, como o corte e a encadernação. Ao �nal, as capas tinham seus títulos impressos em hot-stamp, processo tipográ�co que permite imprimir letras metalizadas. Esse processo era conhecido como composição a quente, o primeiro sistema mecânico de composição e fundição de tipos, produzido por Ottmar Mergenthaler em 1884. Esse sistema se assemelha ao funcionamento da máquina de escrever: o operador pressionava uma tecla e a matriz do caractere era liberada sucessivamente até que se formasse uma linha, transportada mecanicamente para fundidora, que fundia uma linha de cada vez. Figura 2.3 – exemplo de Linotipo Fonte: Simone Maruccia / 123RF. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 24/34 Já os sistemas de fotocomposição eram mais rápidos que o processo mecânico, visto que as matrizes traziam o caractere negativo, que era projetado em suportes sensíveis à luz e processado gra�camente. A fotocomposição é a composição tipográ�ca feita por projeção de caracteres sobre papel (ou película de �lme) fotossensível. Essa tecnologia foi introduzida em 1944, mas só se impôs nos primeiros anos do decénio de 1950. As duas primeiras fotocompositoras foram o aparelho francês Photone o Fotosetter da empresa Intertype. Para essas máquinas, os typeface masters eram uma película transparente em forma de disco. Uma luz focada projetava a imagem dos glifos sobre papel fotográ�co. O disco rodava para permitir focar os diversos tipos. Um sistema óptico ajustava o tamanho, escalando a fonte ao corpo pretendido. Com luz devidamente focada, era projetada uma imagem dos glifos dispostos nesses masters sobre um papel fotográ�co. Em poucos anos, a fotocomposição fez desaparecer as máquinas de composição (Linotype, Monotype e Intertype). A fotocomposição foi chamada de composição a frio, por oposição à linotipia, chamada composição a quente. O advento da tipogra�a digital e o constante aperfeiçoamento dos softwares subsidiam permanentes mudanças nesse cenário temático. Os tipos deixaram de ser objetos com propriedades físicas transformando-se em sequências de códigos binários (ROCHA, 2002). Passada essa parte que tem maiores ligações com a história, você deve se perguntar sobre os processos digitais tipográ�cos. Devemos considerar que um dos principais meios usados pelos tipógrafos e designers hoje é o digital. A grandes discussões que permeiam acerca da qualidade de criação envolvida, já que os processos se tornaram mais automatizados e menos artísticos e técnicos do que nos manuais, têm relação com a velocidade que ocorrem. Hoje, um software de vetorização consegue desenhar uma fonte, agilizar um processo de impressão que antes demoraria dias. Agora, em bem menos tempo, consegue-se estruturar o projeto tipográ�co e direcionar à 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 25/34 uma grá�ca o�set, por exemplo, podendo ter em mãos uma amostra da composição. reflitaRe�ita No dia 25 de setembro de 2007, uma mulher chamada Vicki Walker cometeu um erro tipográ�co tão calamitoso que lhe custou não somente o emprego, mas quase sua sanidade. Walker estava trabalhando como contadora em um asseguradora de saúde da Nova Zelândia e precisava enviar um e-mail. Lamentavelmente, ela ignorava a única regra conhecida por todos os que já enviaram e-mails na vida: LETRAS MAIÚSCULAS DÃO A IMPRESSÃO DE QUE VOCÊ ODEIA ALGUÉM E DE QUE ESTÁ GRITANDO COM A PESSOA. Era uma tarde de terça-feira, Walker digitou essa orientação e clicou em “enviar”: PARA GARANTIR QUE O PEDIDO DE SEU PESSOAL SEJA PROCESSADO E PAGO, SIGA, POR FAVOR, A LISTA DE CHECAGEM ABAIXO. “(...) Vicki Walker foi demitida três meses depois que seu e-mail foi acusado de ter provocado “desarmonia no local de trabalho”, o que teria sido motivo de riso se não lhe tivesse causado tanto dissabor”. Fonte: Gar�eld (2012, p. 20-21). 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 26/34 praticar Vamos Praticar Leia o excerto a seguir: Com a explosão da propaganda e a popularização da internet, uma nova forma de comunicação tipográ�ca se desenvolveu. De acordo com Walker (2001, p.15), “as pessoas crescem com uma consciência voluntária ou involuntária sobre a história da linguagem grá�ca e o que é culturalmente apropriado. Poucos escapam da in�uência da palavra impressa na forma de livros, jornais, etc. (...) e da crescente in�uência da palavra digital, como o e-mail e a web”. Dessa forma, entendemos que a tipogra�a digital se popularizou pela facilidade de ser desenvolvida e acessibilidade. saiba mais Saiba mais Entre os tipos sem serifas mais notáveis da época entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, está a fonte Futura. Desenhada entre 1924 e 1926 por Paul Renner, é uma letra bem representativa da clareza defendida nos manifestos da Bauhaus, com evidente construção geométrica. Inicialmente, a Bauersche Giesserei editou a Futura, em 1928, com seis estilos diferentes; a fundição francesa Deberny & Peignot comprou uma licença e editou-a na França com o nome Europa. As fundições American Typefounders Corporation e Mergenthaler Linotype pouparam os custos do copyright e emitiram uma imitação da Futura com o nome de Spartan. Fonte: Tipógráfos.net (2014, on-line). 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 27/34 Fonte: WALKER, S. Typography and language in everyday life: prescriptions and practices. London: Pearson Education. 2001. Considerando o excerto apresentado sobre a evolução da tipogra�a, assinale a a�rmativa correta: a) Os softwares de criação e de manipulação de fontes e layouts são chamados vetoriais. b) Os softwares de criação e manipulação de fontes e layouts são chamados nodais. c) Os softwares de criação e de manipulação de fontes e layouts são chamados processadores. d) Os softwares de criação e de manipulação e fontes e layouts são chamados modelistas. e) Os softwares de criação e manipulação e fontes e layouts são chamados tipográficos. 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 28/34 indicações Material ComplementarLIVRO A Linguagem Invisível da Tipogra�ia - Escolher, Combinar e Expressar com Tipos Erik Spiekermann. Editora: Edgard Blucher ISBN: 978-85-212-0615-6 Comentário: o autor possui muita experiência na área de desenvolvimento e aplicação tipográ�ca, além de contar sobre sua experiência e seus trabalhos e peculiaridades, Erik nos apresenta nessa obra formas de ver o design inserido nas novas tecnologias e buscando atuar com elas, bem como maneiras de entender e buscar tipos recentes. Traz também uma 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 29/34 discussão de como escolher tipos que atuem melhor na web, e-mails, telas e monitores de todos os tamanhos. FILME Prenda-me se for capaz Ano: 2002 Comentário: o �lme gira em torno da �gura de Frank Abagnale Júnior, esse personagem é interpretado por Leonardo DiCaprio que �ca milionário aplicando golpes e se passando por pro�ssionais, como médico, piloto, e advogado. Ele aplicou seu primeiro golpe emitindo e distribuindo pela praça cheques sem fundo. O enredo mostra que Frank descobriu que esse feito era possível quando foi forçado a fazer cheques com quantias superiores aos que tinha guardado em sua conta bancária e, mesmo assim, esses pagamentos eram aceitos sem problemas. Isso, entretanto, funcionou até o momento em que o banco parou de emitir cheques, o que fez com que ele abrisse mais contas em bancos diferentes e, eventualmente, criasse novas identidades para isso. Os seus cuidados minuciosos com detalhes e com as tipogra�as, as identidades dos bancos e as características tipográ�cas dos cheques faziam com que ele atingisse um nível muito alto de precisão em seus golpes. T R A I L E R 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 30/34 conclusão Conclusão O tema da tipogra�a propõe imediatamente a ideia de tradição, mas também denota a capacidade de transição e demonstração de modernidade. A invenção de Gutenberg, em 1450, situa-se no período equivalente ao Renascimento Italiano, frequentemente visto como um sinalizador da transição entre o mundo Medieval e o Moderno. A capacidade de expressão que a tipogra�a carrega remete a um traçado histórico, não somente com o desenvolvimento social ao qual ela está envolvida, mas com todos os períodos que carrega e com as mudanças que intermediou. Entender a tipogra�a como um processo de informação e de comunicação social nos coloca como designers em uma posição de responsabilidade técnica. Mesmo com os mais diversos meios digitais e de impressão que temos disponíveis, desenvolver obras e processos modernos e responsáveis fazem parte de um desenvolvimento do design como área. Podemos, por meio de peças grá�cas, dialogar e levar comunicação a diversos âmbitos sociais. Dessa forma, re�etir sobre a intenção, qualidade, tipologia da tipogra�a é um processo diário e que nos cabe. referências Referências Bibliográ�cas 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 31/34 BONEMY, M. H. W. O panorama do design grá�co contemporâneo: a construção e desconstrução e a nova ordem. Tese de doutorado em Design e Arquitetura, FAUUSP. São Paulo. 2009. CAVICHIOLI, O. Tipogra�a Estudo da arte e processo de criação de caracteres. SlideShare. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/barao/tipogra�a- 95866>. Acesso em: 19 jul. 2019. COSTA, A, F.; ALVES, D. P., DA SILVA, I. G., GOMES, T. M. Tipogra�a: Panorama evolutivo, histórico e tecnológico. In: Revista Tecnologia e Sociedade. 2009. Disponível em: <https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/download/2541/1656>. Acesso em: 19 jul. 2019. GARFIELD, S. Esse é o meu tipo: um livro sobre fontes. 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IMPRIMIR https://www.invaluable.com/auction-lot/bickham-george-the-universal-penman-1743-lack-28-c-98149548e3 https://tipografart.wordpress.com/2012/11/07/tipografos-famosos-gill-benton-e-koch/ https://tipografart.wordpress.com/2012/11/07/tipografos-famosos-garamond-bodoni-e-baskerville/ https://tipografart.wordpress.com/2012/11/07/tipografos-famosos-renner-frutiger-arrighi-e-estienne/ 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 33/34 13/03/2021 Ead.br https://fg.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668920_1&PA… 34/34
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