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MEDIÇÕES COM OSCILOSCÓPIO EM CIRCUITOS BÁSICOS EM CA Aluno: MARCÍLIO BARROS FONTES Disciplina: Análise de Circuitos Elétricos II Turma: A Sobral-CE, Junho de 2021 1 SUMÁRIO 1. OBJETIVOS............................................................................................................... 2 2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO .......................................................................... 2 3. PROCEDIMENTO..................................................................................................... 3 3.1 Lista de material utilizado ...................................................................................... 3 3.2 Resultados adquiridos e análise .............................................................................. 3 4. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 14 5. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 15 2 1. OBJETIVOS • Entender o funcionamento básico de um circuito C.A.; • Aprender a utilização do osciloscópio em circuitos C.A. e os resultados mostrados perante o circuito analisado; • Aprender utilização do amperímetro e do voltímetro; • Analisar a diferença entre circuitos puramente resistivos e circuitos com indutor/capacitor associado a uma resistência. 2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO Desde o início do descobrimento da eletricidade, viu-se a necessidade de abranger e aprofundar os estudos nesse fenômeno da natureza. Assim, realizou-se diversos experimentos em corrente contínua (CC) principalmente por motivos pedagógicos e também por motivos históricos. Segundo [1] Alexander e Sadiku, 2013 “as fontes CC foram o principal meio de fornecimento de energia elétrica até o final dos anos 1800”. Dessa forma, com o passar do tempo e a descoberta de fontes em corrente alternada (CA) houve uma espécie de “batalha” entre os dois tipos de correntes e, por conta de maior eficiência e economia para longas distâncias, os sistemas CA acabaram vencendo essa batalha. Os sistemas em CA basicamente partem do princípio de excitação senoidal com variação no tempo, ou, resumidamente, excitação por uma senoide. Tal excitação é deveras interessante pois a característica senoidal também está presente em movimentos de pêndulos, vibrações de cordas, ondas de oceano e respostas naturais de circuitos de segunda ordem subamortecidos ([1] Alexander e Sadiku, 2013). Esse relatório apresenta uma visão geral, primordial e introdutória a respeito dos circuitos em CA, ou seja, os modelos de sinais de tensão em circuitos resistivos, capacitivos e indutivos bem como suas defasagens (quando há de acontecer), deslocamento de ondas e outras características. 3 3. PROCEDIMENTO 3.1 Lista de material utilizado • Osciloscópio Tektronix; • Resistores de 125Ω; • Capacitor de 9.22µF; • Indutor de 1.47H; • Multímetro; • Fonte CA de 80V RMS. 3.2 Resultados adquiridos e análise Primeiramente foi montado o seguinte circuito (Figura 1) baseado na seguinte representação (Figura 2): Figura 1: Circuito elaborado no software de simulação MULTISIM Figura 2: Circuito apresentado no roteiro do relatório 4 Dessa forma, com o auxílio do osciloscópio que mostrou a forma de onda, foi possível determinar a frequência (iguais para os dois canais onde foi conectado o osciloscópio). Veja na Figura 3 que a frequência encontrada foi de 60 Hz: Também foi possível verificar o valor de pico do sinal de entrada para os dois canais, onde para CH1 o valor foi de 112V (valor de pico do sinal de entrada) e, para CH2, 56.2V. Veja na Figura 4: Figura 3: Frequência encontrada no osciloscópio Tektronix Figura 4: Picos de tensão para o sinal de entrada e para o resistor R2 5 Tal afirmação pode ser constatada pois como trata-se de um circuito com 2 resistores, a queda de tensão será igual para os dois (no caso, 40V para cada um). Assim, observando que trata-se de uma senoide, o pico de tensão é dado pelo produto entre o valor RMS de cada uma por √2. Ou seja: • Em CH1 trata-se dos dois resistores, ou seja: 𝑉𝐶𝐻1 = 80 × √2 = 113.13𝑉 • Em CH2 trata-se de apenas um resistor, ou seja: 𝑉𝐶𝐻2 = 40 × √2 = 57.57𝑉 Logo, observa-se que os valores equivalem aproximadamente aos evidenciados pelo osciloscópio na Figura 4. Para confirmar a tensão nos dois resistores, utilizou-se o multímetro na função de voltímetro para corrente alternada. Vale lembrar que, como ambos os resistores são iguais e estão em série, terão os mesmos valores de tensão (40V) como foi afirmado anteriormente. Veja na Figura 5 o valor encontrado pelo multímetro: Seguindo a prática, substituiu-se o resistor R2 por um indutor de 1.47H de tal forma que o circuito mostrou-se da seguinte forma (Figura 6): Figura 5: Tensão em cada resistor Figura 6: Circuito depois da troca do resistor pelo indutor 6 A fim de calcular a defasagem do circuito, foi utilizada a função X-Y de Lissajour de tal forma que tal defasagem é dada por: 𝜃 = 𝑠𝑒𝑛−1( 𝑎 𝑏 ) Em que 𝑎 representa a distância entre o centro da elipse e o ponto em que esta corta o eixo y e 𝑏 representa a distância entre o centro da elipse e o ponto máximo da figura de Lissajour (Figura 7). Assim, pela Equação 1, a defasagem é: 𝜃 = 𝑠𝑒𝑛−1 ( 27.5 112 ) ∴ 𝜃 = 14.21° (1) Figura 7: Gráfico de Lissajour para o circuito com o indutor para definir defasagem 7 O tempo de deslocamento encontrado entre o pico de cada onda foi de 435µs, como é mostrado pela Figura 8: Pôde-se observar que a onda do canal CH2 (ou seja, a do indutor) está levemente adiantada em relação a onda do circuito completo (CH1, resistor e indutor). Dessa forma, confirma-se o fato de que a presença do indutor adianta o sinal de tensão no circuito em corrente alternada. Por outro lado, usando o multímetro na função de ohmímetro, depois de desenergizar o circuito, foi realizada a medição do resistor R1 (Figura 9): Figura 8: Tempo de deslocamento entre as ondas Figura 9: Resistência no resistor R1 8 Para descobrir a razão S entre a tensão do indutor e a tensão da fonte, foi colocado um multímetro na função de voltímetro no indutor de tal forma que esse apresentou o seguinte valor (Figura 10): Logo, a razão S é: 𝑆 = 𝑉𝐿 𝑉𝐹 ∴ 𝑆 = 78.085 80 ∴ 𝑆 = 0.985 Ainda, sabe-se que a constante de tempo τ de um circuito RL é dada por: 𝜏 = 𝐿 𝑅 ∴ 𝜏 = 1.47 125 ∴ 𝜏 = 0.01176𝑠 Seguindo a prática, transferiu-se o ‘terra’ do osciloscópio para o ponto P do circuito e o CH2 para o ‘terra’ do circuito da Figura 2, o qual gerou as seguintes ondas com seus respectivos picos de tensão (Figura 11): (2) (3) Figura 10: Tensão no indutor Figura 11: Sinais mostrados pelo osciloscópio depois da inversão do canal CH2 e o ‘terra’ 9 Usando a função do osciloscópio Math para fazer operações com as tensões, constatou-se que tanto a soma quanto a subtração das ondas ocasionaram no mesmo resultado (pico de 113V), veja na Figura 12: A onda resultante trata-se dasoma das duas ondas vistas por CH1 e CH2, lembrando que não deve-se simplesmente soma-las pois ambas estão defasadas. Continuando, sabe-se que a reatância indutiva é dada por: 𝑋𝐿 = 𝑗𝜔𝐿 E que a frequência angular 𝜔 é dada por: 𝜔 = 2𝜋𝑓 Como a frequência do circuito indutivo é 60Hz, na Equação 5 tem-se: 𝜔 = 2 × 𝜋 × 60 ∴ 𝜔 = 120𝜋 Logo, na Equação 4, tem-se a reatância indutiva: 𝑋𝐿 = 𝑗 × 120𝜋 × 1.47 ∴ 𝑋𝐿 ≈ 𝑗554.18 Ω Figura 12: Onda resultante (em vermelho) pela função Math (4) (5) 10 Por fim, substituiu-se o indutor por um capacitor de tal forma que o circuito encontrou-se da seguinte forma (Figura 13): Da mesma forma como foi realizado com o indutor, utilizou-se a função X-Y de Lissajour para calcular o ângulo de defasagem θ. Assim, com base no gráfico mostrado pelo osciloscópio e pela Equação 1, obteve-se os seguintes valores para 𝑎 e 𝑏 (Figura 14): Figura 14: Gráfico de Lissajour para o circuito com o indutor para definir defasagem Figura 13: Circuito com o capacitor 11 Logo, pela Equação 1: 𝜃 = 𝑠𝑒𝑛−1 ( 42.5 102 ) ∴ 𝜃 = 24.62° O tempo de deslocamento encontrado entre as ondas (1.47ms) é mostrado pela Figura 15: Pôde-se observar que a onda do canal CH2 (ou seja, a do capacitor) está levemente adiantada em relação a onda do circuito completo (CH1, resistor e capacitor). Dessa forma, confirma-se o fato de que a presença do capacitor atrasa o sinal de tensão no circuito em corrente alternada. Por outro lado, usando o multímetro na função de ohmímetro, depois de desenergizar o circuito, foi realizada a medição do resistor R1 (Figura 16): Figura 15: Tempo de deslocamento entre as ondas Figura 16: Resistência em R1 12 Para descobrir a razão S entre a tensão da fonte e a tensão no capacitor, foi colocado um multímetro na função de voltímetro no capacitor de tal forma que esse apresentou o seguinte valor (Figura 17): Logo, a razão S é: 𝑆 = 𝑉𝐹 𝑉𝐶 ∴ 𝑆 = 73.219 80 ∴ 𝑆 = 0.915 Ainda, sabe-se que a constante de tempo τ de um circuito RL é dada por: 𝜏 = 𝑅 × 𝐶 ∴ 𝜏 = 125 × 9.22 × 10−6 ∴ 𝜏 = 1.152𝑚𝑠 Usando a função Math para fazer operações com as tensões, constatou-se que tanto a soma quanto a subtração das ondas ocasionaram no mesmo resultado (pico de 113V), veja na Figura 18: (6) (7) Figura 17: Tensão no capacitor Figura 18: Onda resultante (em vermelho) pela função Math 13 Continuando, sabe-se que a reatância capacitiva é dada por: 𝑋𝐿 = − 𝑗 𝜔𝐶 E que a frequência angular 𝜔 é dada por: 𝜔 = 2𝜋𝑓 Como a frequência do circuito indutivo é 60Hz, na Equação 5 tem-se: 𝜔 = 2 × 𝜋 × 60 ∴ 𝜔 = 120𝜋 Logo, na Equação 8, tem-se a reatância indutiva: 𝑋𝐶 = − 𝑗 120𝜋 × 9.22 × 10−6 ∴ 𝑋𝐶 ≈ −𝑗288.32Ω (8) (5) 14 4. CONCLUSÃO De acordo com os resultados apresentados pôde-se analisar de forma simples o funcionamento de circuitos em corrente alternada (CA). Percebeu-se também que muitos conceitos adquiridos anteriormente em análise de circuitos em corrente contínua, além de ser um conteúdo base para análise de circuitos em CA, é fundamental para a compreensão e aplicação das respostas em um certo período de tempo (em regime estacionário). Vale ainda mencionar que a função senoide é tão importante pois suas integrais e derivadas geram outras senoides e, dessa forma, são extremamente importantes para análise de circuitos. Desse modo, com essa prática, é possível refletir a respeito dos modelos senoidais de sinais encontrados e suas utilidades. Como exemplo, pode-se afirmar que, para transformar um circuito defasado em um circuito em fase, basta utilizar determinados capacitores ou indutores a fim de atrasar ou adiantar o sinal para igualar com o sinal da fonte CA. Tal exemplo simples abre caminho para situações mais complexas que serão evidenciadas em conteúdos que serão ministrados posteriormente. 15 5. BIBLIOGRAFIA [1] ALEXANDER, C. A.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. Porto Alegre: ABDR, 2013. 5 ed. 330 p.
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