Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 1 Pág Acionamentos Eletrônicos de Motores Introdução ao Controle Vetorial FAENG – Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia Campo Grande – MS Prof. Márcio Kimpara Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 2 Pág Introdução Controle escalar é relativamente simples de implementar, mas o acoplamento inerente (i. e., o torque e o fluxo são funções da tensão/corrente e da frequência) origina resposta lenta e o sistema pode facilmente tornar-se instável devido aos efeitos do sistema de alta ordem (quinta ordem) o controle escalar é uma técnica de controle de velocidade utilizada por inversores de frequência convencionais aplicados em processo que necessitam apenas de variação de velocidade. Outra característica é que não requerem elevadas dinâmicas bem como respostas precisas Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 3 Pág Introdução Os problemas mencionados anteriormente podem ser resolvidos com o chamado Controle Vetorial (Vector Control) ou Controle de Campo Orientado (Field-Oriented Control) O Controle Vetorial foi inventado no início dos anos 70 A demonstração de que o motor de indução poderia ser controlado como um motor CC de excitação separada, trouxe o verdadeiro nascimento do controle de alta performance de acionamentos CA Devido a performance semelhante a de uma máquina CC de excitação separada, ele é também conhecido como controle desacoplado (decoupling control), controle ortogonal (orthogonal control), ou controle transvetorial (transvector control) Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 4 Pág Ao contrário do controle escalar do tipo V/f (tensão/frequência), as técnicas vetoriais de controle para máquinas de indução apresentam alto desempenho tanto em regime permanente quanto durante os transitórios. Este rendimento é conseguido através do controle independente do torque e do fluxo. Introdução Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 5 Pág Introdução Sem dúvida nenhuma, controle vetorial e o correspondente processamento de sinais de realimentação, particularmente para controle vetorial sem sensores (sensorless vector control) modernos, o uso de computadores poderosos ou DSP é mandatório A expectativa é que o controle vetorial vai “desbancar” o controle escalar e passará a ser aceito como padrão da industria de controle em acionamentos CA. Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 6 Pág o fluxo do campo é f produzido pela corrente If é perpendicular ao fluxo de armadura a , o qual é produzido pela corrente de armadura Ia. Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 7 Pág Analogia ao Controle do Motor CC Idealmente, o controle vetorial do motor de indução opera como o controle do motor de corrente contínua. A figura a seguir explica esta analogia Na máquina de corrente contínua, desprezando-se o efeito de reação de armadura e a saturação do campo, o torque desenvolvido é dado por: Onde Ia – corrente de armadura If – Corrente de campo A construção da máquina CC é tal que o fluxo do campo é f produzido pela corrente If é perpendicular ao fluxo de armadura a , o qual é produzido pela corrente de armadura Ia. fate IIKT ' Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 8 Pág Analogia ao Controle do Motor CC Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 9 Pág Controle vetorial Consiste em controlar as correntes do estator da máquina, representadas por um vetor. Se baseia em projeções que transformam um sistema trifásico em um sistema de duas coordenadas (d e q), implicando numa transformação do modelo da máquina de indução em um modelo similar ao de uma máquina de corrente contínua, de onde decorre o desacoplamento entre controlador de torque e o de fluxo Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 10 Pág Analogia ao Controle do Motor CC Com controle vetorial, a seguinte analogia é valida Portanto, o torque pode ser dado por: aqs fds ii ii armadura de corrente campo de corrente qsdste qsrte iiKT iKT ' ou ˆ Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 11 Pág Analogia ao Controle de Motor Esta performance semelhante à máquina CC somente é possível se ids é orientada (ou alinhada) na direção do fluxo r e iqs é colocada perpendicular a ele, como mostrado nos digrama de vetores espaciais. Isto significa que quando iqs * é controlado, ela afeta apenas a corrente real iqs, mas não afeta o fluxo r. Similarmente, quando ids * é controlado, ele controla apenas o fluxo, e não afeta a componente iqs. Esta orientação da corrente pelo vetor ou campo é essencial sob todas as condições de operação em um sistema de acionamento com controle vetorial Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 12 Pág Este vetores espaciais, os quais são estacionários no espaço, são ortogonais ou desacoplados in natura. Isto significa que quando o torque é controlado através do controle da corrente Ia, o fluxo f não é afetado e podemos obter rápida resposta transitória Devido ao desacoplamento, quando a corrente If é controlada, ela afeta apenas o fluxo de campo f, e não o fluxo de armadura a. Devido ao seu inerente problema de acoplamento, o motor de indução em geral não pode ter tal rapidez de resposta. Analogia ao Controle do Motor CC Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 13 Pág A performance parecida como a de um motor CC pode ser estendido a um motor de indução se o controle da máquina for considerado na referência girante síncrona (de-qe), onde, em regime permanente, as variáveis senoidais aparecem como quantidades CC. Na figura, podemos ver o motor de indução com o inversor. O controle vetorial na frente é mostrado com duas entradas de controle de corrente, ids* e iqs*. Estas correntes são a componente de eixo direto e a componente de eixo em quadratura da corrente do estator na referência girante síncrona. Analogia ao Controle do Motor CC Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 14 Pág Circuito Equivalente e Diagrama Fasorial A figura abaixo mostra os diagramas fasoriais na referência de-qe com os valores de pico das senoides, e a tensão de entreferro alinhada com o eixo qe. Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 15 Pág Circuito Equivalente e Diagrama Fasorial A componente de torque da corrente iqs contribui para o cruzamento de potência ativa pelo entreferro A componente de fluxo ids contribui somente para a potência reativa. A figura mostra como variáções em uma das componentes da corrente de armadura pode ocorrer sem contudo variar a outra Embora a análise seja para regime permanente, ela também é válida para regime transitório Dada que a orientação é possível, a pergunta queresta é: “Como controlar as correntes independentemente?” Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 16 Pág Modelo Trifásico do MI Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 17 Pág Equações de tensão do Estator: as as as s d v i r dt bs bs bs s d v i r dt cs cs cs s d v i r dt Equações de Tensão Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 18 Pág Equações de Tensão do Rotor: ar ar ar r d v i r dt br br br r d v i r dt cr cr cr r d v i r dt Equações de Tensão Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 19 Pág Equações do Fluxo Concatenado Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 20 Pág Para construir uma equação para a tensão, poderiamos diferenciar cada expressão de , como: Mas, como Lsr depende da posição, a qual geralmente é função do tempo, os termos trigonométricos levam a uma complicação extratosférica! A transformada de Park vem para nos salvar! as as d d v dt dt [first row of matrix] Modelo do MI Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 21 Pág Princípios do Controle Vetorial Os fundamentos da implementação do controle vetorial podem ser explicados com a ajuda da figura abaixo Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 22 Pág Princípios do Controle Vetorial O modelo da máquina é representado na referência girante síncrona O inversor é omitido, e assume-se que ela tenha ganho unitário, i.e., ele consegue gerar as correntes ia, ib, e ic, correspondentes as suas respectivas referências ia *, ib * e ic * determinadas pelo controlador. Do lado direito é mostrado o modelo da máquina O controlador tem dois estágios da transformação inversa Assim, as correntes de controle ids * e iqs * correspondem as correntes da máquina ids e iqs Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 23 Pág O vetor unitário garante o correto alinhamento de ids com o fluxo r, e iqs perpendicular a ele Note que não nenhuma dinâmica na transformação, e na sua transformação inversa, bem como não há nenhuma dinâmica no inversor. Portanto a resposta de ids e iqs é instantânea Há essencialmente dois métodos de controle vetorial: Controle Vetorial Direto ou Realimentado Inventado por Blaschke, 1972 Controle Vetorial Indireto, ou de Alimentação Direta Inventado por Hasse, 1969 Princípios do Controle Vetorial Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 24 Pág Controle Vetorial Direto A principal exigência dos controladores vetoriais é o conhecimento do valor exato da magnitude e da posição do campo girante. Este fator gera a necessidade do uso de sensores de fluxo colocados no interior da máquina, o que pode ser inviável em determinados sistemas pela dificuldade de acesso e/ou pelo alto custo destes sensores. Uma forma de contornar essas limitações é utilizar estimadores de fluxo baseados no modelo vetorial da máquina. Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 25 Pág Controle Vetorial Direto Utilização das transformadas de Park e Clark para transformar um sistema de 3 eixos para 2 eixos Cada componente Id e Iq são controladas independentemente através de controladores lineares PI Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 26 Pág Controle Vetorial Direto Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 27 Pág Os controles vetorias direto e indireto basicamente diferenciam-se na maneira de gerar o vetor unitário (cose e sin e) O controle vetorial também pode se classificar segundo a orientação de ids, assim existe ainda as classificações Controle vetorial com orientação de ids pelo fluxo do rotor r Controle vetorial com orientação de ids pelo fluxo do entreferro m Controle vetorial com orientação de ids pelo fluxo do estator s Princípios do Controle Vetorial Acionamentos Elétricos – 2014 – Acionamentos CA Prof. Marcio Kimpara INTRODUÇÃO AO CONTROLE VETORIAL 28 Pág Conclusões Acionamentos básicos: – Controle escalar realizado por inversores com frequência variável – Acionamento mais popular: V/Hz – Mérito: simplicidade – Problema: baixo desempenho dinâmico Controle vetorial: – Melhor desempenho dinâmico – Possibilidade de implementação sem sensores – Problema: mais complexo
Compartilhar