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Enfermagem em Unidade de Terapia Intensivo – UTI Gerenciamento e Estrutura na UTI Equipamentos Utilizados. Profª Rhanná Hindira ENFERMEIRA/COREN AP 541846 Enfermagem em Unidade de Terapia Intensivo – UTI • Historicamente, o modelo de atenção à saúde que conhecemos na unidade de terapia intensiva (UTI) teve início com Florence Nightingale, que se baseou nos conceitos de triagem e vigilância contínua como determinantes do processo de cuidar. • Era Florence: Monitoração de paciente grave ERA FLORENCE: Cuidado ao paciente crítico – Guerra de Crimeia (1854) com Florence Nightingale, onde reduziu a mortalidade de 40% para 2%. • A UTI nasceu da necessidade de oferecer suporte avançado de vida a pacientes agudamente doentes que porventura possuam chances de sobreviver, destina-se a internação de pacientes com instabilidade clínica e com potencial de gravidade; • As unidades de terapia intensiva (UTIs) surgiram como resposta ao problema do tratamento dos pacientes graves, tornando-se áreas hospitalares destinadas àqueles em estado crítico, que necessitavam de cuidados altamente complexos e controles estritos DEFINIÇÃO • Unidade reservada, complexa, dotada de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos. • Suporte e tratamento intensivo, 24 horas, equipamentos específicos, equipe multidisciplinar treinada. • Todo hospital de nível terciário, com 100 ou mais leitos, deve dispor de leitos de tratamento intensivo correspondente a no mínimo 6% dos leitos totais. • Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes graves ou de risco que exijam assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamento e recursos humanos especializados. • À UTI pode estar ligada uma Unidade de Tratamento Semi-Intensivo. • Unidade de Tratamento Semi-Intensivo (Unidade Semi-Intensiva), que constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes, preferencialmente oriundos da UTI, que requeiram cuidados de enfermagem intensivos e observação contínua, sob supervisão e acompanhamento médico, este último não necessariamente contínuo, porém linear. • Serviço de Tratamento Intensivo Móvel, que constitui-se de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados e uma frota de veículos devidamente projetados e equipados, destinados a garantir suporte avançado de vida durante o transporte de pacientes graves ou de risco, no atendimento de emergência pré-hospitalar e no transporte inter-hospitalar. • UTI NEONATAL CLASSIFICAÇÃO • UTI PEDIATRA • UTI MISTA • UTI ADULTA • UTI ESPECIALIZADA • Os Serviços de Tratamento Intensivo dividem- se de acordo com a faixa etária dos pacientes atendidos, nas seguintes modalidades: • Neonatal - destinado ao atendimento de pacientes com idade de 0 a 28 dias. • Pediátrico - destinado ao atendimento de pacientes com idade de 29 dias a 14 anos incompletos. • Adulto - destinado ao atendimento de pacientes com idade acima de 14 anos. • Denomina-se UTI Especializada aquela destinada ao atendimento de pacientes em uma especialidade médica ou selecionados por grupos de patologias. PORTARIAS RESOLUÇÃO-RDC Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010 Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. RESOLUÇÃO - RDC Nº 26, DE 11 DE MAIO DE 2012 Altera a Resolução RDC nº. 07, de 24 de fevereiro de 2010, que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 15 Resolução - RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002 D.O.U de 18/11/2002 Altera a Resolução - RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002 que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 16 PORTARIA Nº 355, DE 10 DE MARÇO DE 2014 Publica a proposta de Projeto de Resolução "Boas Práticas para Organização e Funcionamento dos Serviços de Terapia Intensiva Adulto, Pediátrica e Neonatal". 17 PORTARIA Nº 3.432, DE 12 DE AGOSTO DE 1998 Estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI Posteriormente alterada por : PORTARIA MS/GM Nº 332, DE 24 DE MARÇO DE 2000 18 • É obrigatória a existência de UTI em todo hospital secundário ou terciário com capacidade igual ou superior a 100 leitos. • O número de leitos de UTI em cada hospital deve corresponder a entre 6% e 10% do total de leitos existentes no hospital, a depender do porte e complexidade deste, e levando-se em conta os seguintes parâmetros referenciais: REQUISITOS BÁSICOS DOS SERVIÇOS DE TRATAMENTO INTENSIVO a) 5% de leitos UTI Adulto em se tratando de Hospitais Gerais; b) 5% de leitos UTI Pediátricos em relação ao total de leitos pediátricos do Hospital; c) 5% de leitos de UTI Neonatal em relação ao número de leitos obstétricos do Hospital; d) 10% de leitos de UTI Especializada, em se tratando de Hospitais Gerais que realizem cirurgias complexas como Neurocirurgia, Cirurgia Cardíaca e que atendam trauma e queimados; • A unidade deve estar localizada em uma área física diferenciada, próxima de unidades de emergência e do centro cirúrgico, facilitando o deslocamento do paciente crítico; • Deve oferecer suporte (diagnóstico e terapêutico) nos aspectos hemodinâmico, metabólico, nutricional, respiratório e de reabilitação. • Deve funcionar em espaços individualizados e com equipes próprias. • Deve possuir acesso restrito. UTI - ESTRUTURA FÍSICA • Seguindo normas para projetos físicos de Estabelecimento Assistenciais de Saúde (E.A.S.) do Ministério da Saúde, 1995 e Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, a organização física funcional de internação de paciente em regime de terapia intensiva nesta instituição procura abranger a todos os requisitos: Proporcionar a internação de pacientes críticos, em ambientes coletivos ou individuais, com requisitos de privacidade, conforme patologia, grau de risco e faixa etária (exceto neonatologia); Executar e registrar assistência médica e de enfermagem intensiva; Prestar apoio diagnóstico de imagem e laboratoriais, além de hemoterápico, cirúrgico e terapêutico 24 horas; Manter condições para assistência respiratória e monitoramento 24 horas; Prestar assistência nutricional e distribuir alimentação aos pacientes; Manter pacientes com morte cerebral em condições que permitam a retirada de órgãos para transplantes, quando consentida; Prestar informações e assistência aos acompanhantes dos pacientes; • Leito de UTI Adulto = 12m² de área total/leito; • Mínimo de 5 a 8 leitos; • Local para guarda de roupas, medicamentos e materiais; • Local de preparo de medicações com balcão e pia; • Expurgo para sólidos e líquidos e limpeza de material contendo balcão e pia; • Repouso com banheiro para a equipe de saúde na UTI; • Um ponto de oxigênio por leito; • Um ponto de ar comprimido por leito; • Um sistema de aspiração a vácuo para cada leito; • Tomadas no mínimo 8 por leito/box, dispostas de acordo com regras da ABNT; • Posto de enfermagem com visão centralizada dos leitos; • Temperatura variando entre 24 a 26°C eumidade relativa do ar de 40 a 60%; • Referência para cirurgia disponível 24 horas RECURSOS MATERIAIS • Carro de reanimação contendo desfibrilador, material de intubação, máscaras e cânulas de Guedel. • Ventilador mecânico (1 para cada leito) • Eletrocardiógafro (1 por unidade) • Aparelho móvel de raios X (1 por unidade) • Monitor cardíaco de beira de leito, mínimo de 1 por leito • Equipamento para infusão contínua e controlada de fluidos ("bomba de infusão"): 3 (três) equipamentos por leito, com reserva operacional de 1 (um) para cada 3 (três) leitos • Negatoscópio (1 para cada unidade; • Oxímetros de pulso (1 por leito) • Acesso a uma unidade transfusional 24 h/dia • Referência para transporte extra-hospitalar • Transporte intra-hospitalar adequado às necessidades e com acompanhamento médico • Aspirador mecânico móvel de reserva • Material e condições disponíveis para realização dos seguintes procedimentos 24 horas/dia: Traqueostomia; Diálise peritoneal; Hemodiálise; Drenagem torácica; Cateterismo vesical; Punção lombar; Acesso vascular profundo; Curativos • Acesso a laboratório de análises clínicas durante 24 horas/dia, com capacidade de realizar gasometria e dosagem de eletrólitos • Balança (1 por unidade) • Ressuscitador manual (1 para cada leito) • Máscaras de oxigênio (1 por leito) • Termômetros (1 por leito) • Estetoscópio (1 por leito) • Esfigmomanômetro (1 por leito) • Otoscópio e oftalmoscópio (1 por unidade) • Gerais -Aspiradores; -Macas; -Cadeira de rodas; -Camas especiais; -Balança; -Suporte para soro; -Vacuômetros; Fluxômetros;nebulizadores -Mesa de cabeceira • Materiais para consumo geral Medicação: Estoque de reserva de acordo com a padronização hospitalar; Roupas- paciente:rotina; FuncionárioPrivativa CARRINHO DE EMERGÊNCIA/REANIMAÇÃO desfibrilador cânulas de Guedel. Eletrocardiógafro • Sala de estar para enfermagem; • Sala de estar para médicos; • Sala para reuniões, estudos, aulas; • Local para despejo, almoxarifado, rouparia, depósito de materiais; • Copa; • Sala de arquivo. • Sala de material esterilizado e outra para preparo de materiais; AMBIENTES DA UTI • Vestiário masculino e feminino com banheiro dotado de chuveiro; • Uma secretaria; • Telefones e interfones; • Laboratório exclusivo ou de plantão 24horas; • Sala para chefia médica e de enfermagem • Sala para reservar de respiradores prontos para uso. Ou central de equipamentos, com engenharia clínica disponível UTI BIOSSEGURANÇA • Rota de fuga (NR23): que visa determinar quais são as medidas de proteção e combate a incêndios a serem adotadas pelas empresas em todos os casos. • Mapa de Risco – normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental • Instruções de uso para os EPIs e os EPCs • Manuseio e transporte de material e amostras biológicas • Ergonomia (NR17) • Gerenciamento de Resíduos Hospitalares (RDC ANVISA Nº33, de 25/02/2003) RECURSOS HUMANOS • Médico; Médico de outras especialidades; Enfermeiro; Técnico de enfermagem; Assistente social; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; Fisioterapeuta; Farmacêutico; Auxiliares de serviços gerais; Auxiliares de serviço burocrático • Todos os profissionais dos Serviços de Terapia Intensiva devem ser vacinados em conformidade com a normatização vigente; • A equipe de enfermagem precisa ser apta a manter constante observação e estar pronta para reconhecer e notificar alterações nas condições vitais dos pacientes. MÉDICO • Deve ser exclusivo da UTI • Relação máxima de 1 plantonista para cada 10 leitos • 1 responsável técnico • 1 diarista • Recomenda-se que todos os médicos pertencentes à equipe da UTI tenha capacitação em terapia intensiva ou especialização • Os Serviços de Terapia Intensiva devem dispor da seguinte equipe: • Responsável Técnico médico, legalmente certificado como especialista em Medicina Intensiva, específico para a modalidade de assistência adulto, pediátrica ou neonatal; • Médico responsável técnico deve assumir a responsabilidade por Serviços de Terapia Intensiva conforme normatização vigente em cada Estado Parte; • Médico diarista, para o turno matutino e vespertino, com capacitação em Medicina Intensiva validada conforme normatização vigente em cada Estado Parte, específico para a modalidade da assistência; • Médico de plantão, exclusivo da unidade por turno; • Profissional de enfermagem, de acordo com a normatização vigente em cada Estado Parte, exclusivo da unidade, responsável pela coordenação da assistência de enfermagem; • Profissionais de enfermagem, exclusivos da unidade, com nível de formação e em quantitativo de acordo com a normatização vigente em cada Estado Parte; ENFERMEIRO • Um enfermeiro 24 horas por dia, na proporção de 1 para cada 10 leitos por turno de trabalho (RDC N26 Maio/2012) • Um enfermeiro coordenador do serviço TÉCNICO DE ENFERMAGEM • 1 para cada 2 leitos por turno de trabalho • Toda UTI deve estabelecer, por escrito, um manual de rotinas de procedimentos, assinada pelo Responsável Técnico (RT) e Chefia de Enfermagem, elaborada em conjunto com os setores afins do hospital (CCIH, Farmácia, Serviço de Manutenção, dentre outros), e que contemple, no mínimo, os seguintes tópicos: Procedimentos médicos. Procedimentos de enfermagem. Processamento de artigos e superfícies. Controle de manutenção dos equipamentos. Procedimentos de biossegurança. Sistemas de Classificação de Severidade da Doença. Transporte intra-hospitalar. NORMAS E ROTINAS • Normas e rotinas devem ser planejadas, segundo as características da unidade, a fim de conter de maneira regular os registros de um período de 24 horas. Alguns procedimentos são aplicáveis à maioria dos pacientes e podem ser estabelecidos como rotina. • Os Manuais podem ser elaborados à partir de duas situações: quando na fase de organização e programação das atividades de um serviço e quando este já está em funcionamento e requer a atualização de normas e procedimentos. Em ambas a situações, a metodologia a ser aplicada é a mesma. RESPONSABILIDADE DA ENFERMAGEM • Obter dados do paciente e estabelecer prioridades; • Prover o paciente de roupas adequadas; • Primeiros cuidados, SSVV, monitorização, oxigenoterapia, cateterismo vesical, ECG, medicação, dentre outros; • Orientar o paciente sobre a finalidade da UTI; • Orientar a família do paciente quanto ao horário de visitas e rotina da UTI juntamente com o Serviço Social; • Ao enfermeiro incumbe o exame físico do paciente e o plano de cuidados de enfermagem. ÉTICA DA ENFERMAGEM NA UTI • Não se ausentar do plantão sem substituto; • Receber o paciente com respeito e atenção; • Não discutir fatos junto aos pacientes; • Cumprir as determinações; • Não levar problemas da UTI para outros setores do hospital; • Respeitar a hierarquia funcional. BRASIL, Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 7, de 24 de fevereiro de 2010. Diário Oficial da União, n 37, 25/02/2010, seção 1, pág.48. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/documentos/rdcs/R DC%20N%C2%BA%207-2010.pdf. Acesso em: 05 de ABRIL de 2021. CHEREGATTI, A.L.; AMORIM, C.P. (org). Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. 2.ed. São Paulo: Martinari, 2011. FIGUEIREDO,N.M.A., SILVA,C.R.L., SILVA, R.C.L. CTI: Atuação, Intervenção e • Cuidados de Enfermagem. 2.ed. São Paulo: YENDIS, 2009. VIANA, R.A.P.P.; WHITAKER, I.Y. (org). Enfermagem em Terapia Intensiva: práticas e vivências. Porto Alegre: Artmed, 2011; 546 p. REFERÊNCIAS http://www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/documentos/rdcs/RDCN%C2%BA 7-2010.pdf
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