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Tributos: Receitas e Espécies

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I. Tributo
1. Atividade financeira do estado
· O estado arrecada dinheiro através de duas maneiras, obtenção de receitas originárias e derivadas.
1.1 Receitas Originárias.
· Originam-se do patrimônio do estado.
· É predominantemente de direito privado.
· O estado explora seu próprio patrimônio.
· São exemplos: aluguéis e receitas de empresas públicas e sociedades de economia mista.
1.2 Receitas derivadas
· Originam-se do patrimônio do particular.
· É predominantemente de direito público.
· O Estado usa o seu poder de império e obriga o particular a contribuir.
· São exemplos: tributos, multas, reparações de guerra.
2. Tributo
· Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
· A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: a) a denominação e demais características formais adotadas pela lei; b) a destinação legal do produto da sua arrecadação.
2.1 Teorias dos tributos
· A teoria dualista, bipartida ou bipartite, afirma serem espécies tributárias somente os impostos e as taxas.
· A teoria tripartida, tricotômica ou tripartite, divide os tributos em impostos, taxas e contribuições de melhoria. [ADOTADA NO CTN]
· A teoria pentapartida ou quinquipartida, diz que os tributos são impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais [ADOTADA NA CF].
· A teoria quadripartida, tetrapartida ou tetrapartite, que simplesmente junta todas as contribuições num só grupo, de forma que os tributos seriam impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. 
2.2 Tributos em espécie
a) Impostos
· Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
· Os impostos são tributos não vinculados que incidem sobre manifestações de riqueza do sujeito passivo (devedor).
· O imposto se sustenta sobre a ideia da solidariedade social.
· Sua receita presta-se ao financiamento das atividades gerais do Estado, remunerando os serviços universais.
· Sua receita não é vinculada a determinada atividade especifica.
· Nos impostos a definição da base de cálculo, dos contribuintes, e dos fatos geradores é feita por lei complementar.
· Compete à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;
· Compete ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.
b) Taxas
· As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização (efetiva ou potencial) de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
· O ente competente para instituir e cobrar a taxa é aquele que presta o respectivo serviço ou que exerce o respectivo poder de polícia.
· A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresa. (CTN)
· As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. (CF)
· Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
· Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
· Os serviços públicos referente às taxas consideram-se utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
· Os serviços públicos referente às taxas consideram-se específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
· Os serviços públicos referente às taxas consideram-se divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários
c) Contribuição de melhoria
· A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
· A lei relativa à contribuição de melhoria observará a publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
· A lei relativa a contribuição de melhoria fixará prazo não inferior a 30 dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos acima.
· Por fim, a lei relativa a contribuição de melhoria regulamentará o processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação sem prejuízo da sua apreciação judicial.
· A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
· Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. 
· O fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas sim sua consequência, a valorização imobiliária.
· A base de cálculo do tributo será exatamente o valor acrescido, ou seja, a diferença entre os valores inicial e final do imóvel beneficiado. 
d) Empréstimos compulsórios
· A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: (i) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; (ii) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional; 
· A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
· Os empréstimos compulsórios são empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis.
· Verificada a ocorrência do fato. gerador, surge a obrigação de "emprestar" dinheiro ao Estado.
· A competência para a criação de empréstimos compulsórios é exclusiva da União.
e) Contribuições especiais
· Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas.
· Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de próprio dos servidores, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
· As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico: (i) não incidirão sobre as receitasdecorrentes de exportação; (ii)  incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (iii) poderão ter alíquotas ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro e específica, tendo por base a unidade de medida adotada.    
· A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei
· A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez
· Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública.
· É facultada a cobrança da contribuição do custeio do serviço de iluminação pública, na fatura de consumo de energia elétrica. 
· As contribuições sociais são as: a) seguridade social; b) outras contribuições; c) contribuições sociais gerais.
· Dentre as contribuições especiais há a contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE).
· Dentre as contribuições especiais há também a contribuição para o custeio de serviço de iluminação pública (COSIP)
· Por fim, dentre as contribuições especiais há as contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas (contribuições corporativas).
2.3 Classificação doutrinária dos tributos
a) Quanto à discriminação das rendas por competência: federais, estaduais ou municipais. 
· A competência do Distrito Federal é cumulativa, pois acumula os tributos estaduais e municipais.
· A União, além dos tributos federais, acumula, nos Territórios, os tributos estaduais (sempre) e municipais (caso não haja divisão do Território em Municípios).
b) Quanto ao exercício da competência impositiva: privativos, comuns e residuais.
· São tributos privativos aqueles em que a Constituição Federal defere a determinado ente político competência exclusiva para sua instituição, não sendo possível delegação, quer expressa, quer tácita. Ex: Impostos, empréstimos compulsórios, etc.
· São comuns os tributos cuja competência para instituição é deferida pela Constituição Federal indiscriminadamente a todos os entes políticos. Ex: Taxas e contribuições de melhoria.
· São residuais os novos impostos e as novas contribuições sociais para seguridade social que porventura sejam criadas pela União.
c) Quanto à finalidade: fiscais, extrafiscais e parafiscais
· O tributo possui finalidade fiscal quando visa precipuamente a arrecadar, carrear recursos para os cofres públicos. São os casos do ISS, do ICMS, do IR e de diversos outros.
· O tributo possui finalidade extrafiscal quando objetiva fundamentalmente intervir numa situação social ou econômica. Ex: Imposto de importação, de exportação, etc.
· O tributo possui finalidade parafiscal quando a lei tributária nomeia sujeito ativo diverso da pessoa que a expediu, atribuindo-lhe a disponibilidade dos recursos arrecadados para o implemento de seus objetivos. 
d) Quanto à hipótese de incidência: vinculados e não vinculados
· São vinculados os tributos cujo fato gerador seja um "fato do Estado", de forma que, para justificar a cobrança, o sujeito ativo precisa realizar uma atividade específica relativa ao sujeito passivo. Ex: taxas e contribuições de melhoria.
· São não vinculados os tributos que têm por fato gerador um "fato do contribuinte” não sendo necessário que o Estado desempenhe qualquer atividade específica voltada para o sujeito passivo para legitimar a cobrança. 
· Todos os impostos são não vinculados.
e) Quanto ao destino da arrecadação: da arrecadação vinculada e da arrecadação não vinculada
· São tributos de arrecadação vinculada aqueles em que a receita obtida deve ser destinada exclusivamente a determinadas atividades.
· Nos tributos de arrecadação não vinculada, o Estado tem liberdade para aplicar suas receitas em qualquer despesa autorizada no orçamento.
f) Quanto à possibilidade de repercussão do encargo econômico financeiro: diretos e indiretos
· São indiretos os tributos que, em virtude de sua configuração jurídica, permitem translação do seu encargo econômico-financeiro para uma pessoa diferente daquela definida em lei como sujeito passivo.
· São diretos os tributos que não permitem tal translação, de forma que a pessoa definida em lei como sujeito passivo é a mesma que sofre o impacto econômico-financeiro do tributo.
g) Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência: reais e pessoais
· São reais os tributos que, em sua incidência, não levam em consideração aspectos pessoais, subjetivos, eles incidem objetivamente sobre coisas.
· São pessoais os tributos que incidem de forma subjetiva, considerando os aspectos pessoais do contribuinte. 
h) Quanto às bases econômicas de incidência - A classificação do CTN
· Sobre o comércio exterior: II e IE; 
· Sobre o patrimônio ou a renda: IR, ITR, IGF, lPVA, ITCMD, IPTU e lTBl; 
· Sobre a produção ou circulação: IPI, ICM5, IOF e ISS; 
· Impostos extraordinários: IEG.
2.4 Outras informações.
· O tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo de igual força (Medida Provisória).
· A autoridade tributária não pode analisar se é conveniente, se é oportuno cobrar o tributo, a cobrança é feita de maneira vinculada, sem concessão de qualquer margem de discricionariedade ao administrador. 
· O tributo não se confunde com a multa porque a multa é uma sanção de um ato ilícito, algo que o tributo jamais poderá ser.
· Contribuição para o FGTS não é tributo.
· STF adota a teoria da pentapartição: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
· A Constituição Federal não cria tributos, apenas atribui competência para que os entes políticos o façam.
· Nos impostos a definição da base de cálculo, dos contribuintes, e dos fatos geradores é feita por lei complementar.
· STF entende aplicável ao exercício da competência tributária a regra de que, quando a União deixa de editar normas gerais, os Estados podem exercer a competência legislativa plena.
· Nem todos os tributos são delineados na lei em função da capacidade econômica dos contribuintes
· O STF entende que, apesar de previsto como de observância obrigatória apenas na criação dos impostos (sempre que possível), nada impede que o princípio da capacidade contributiva seja levado em consideração na criação de taxas.
· Só se pode cobrar taxa de polícia pelo efetivo exercício desse poder.
· Os serviços públicos justificadores da cobrança de taxas são considerados específicos quando o contribuinte sabe por qual serviço está pagando.
· Não podem ser financiados por taxa, tendo em vista a indivisibilidade, os serviços de segurança pública, diplomacia, defesa externa do país etc. 
· O serviço de limpeza dos logradouros públicos não é divisível.
· A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis é legal.
· O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
· STF entende que os serviços públicos gerais ser financiados com a arrecadação dos impostos, e os serviços públicos específicos por meio das taxas.
· O serviço de utilização potencial se dá quando o serviço é posto compulsoriamente para o individuo e a taxa pode ser cobrada mesmo sem a utilização efetiva do serviço pelo sujeito passivo.
· Não é possível exigir taxa pela emissão da guia ou carnê de cobrança de um tributo.
· Para que se possa cobrar a contribuição de melhoria é obrigatório que ocorra uma valorização dos imóveis.
· O Estado não pode cobrar, a título de contribuição de melhoria, mais do que gastou com a obra.
· Além do limite total, a cobrança da contribuição de melhoria encontra um limite individual, que é o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
· Os limites da contribuição de melhoria não constam do texto constitucional, e sim da legislação infraconstitucional.
· A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate dos empréstimoscompulsórios
· Leis ordinárias e medidas provisórias não podem criar empréstimos compulsórios.
· O STF tem entendimento firmado no sentido de que a restituição do valor arrecadado a título de empréstimo compulsório deve ser efetuada na mesma espécie em que recolhido, assim, como o tributo, por definição, é pago em dinheiro, a restituição deve ser efetivada também em dinheiro.
· Os empréstimos compulsórios só podem ser instituídos nas hipóteses constitucionalmente previstas.
· Os empréstimos compulsórios podem ser criados e cobrados de imediato, sem necessidade de obediência aos princípios da anterioridade e da noventena.
· As contribuições especiais são de competência exclusiva da União, porém há exceção a essa regra.
· Contribuições sociais gerais são aquelas destinadas a atuações da União nas áreas sociais que não sejam passíveis de enquadramento nos subsistemas da seguridade social.
· A CIDE pode ser instituída por lei ordinária ou medida provisória.
· As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas (contribuições corporativas) são contribuições corporativas aquelas criadas pela União com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas
· No âmbito do Supremo Tribunal Federal existe o entendimento de que o serviço de iluminação pública não atende aos requisitos de especificidade e divisibilidade, necessários à possibilidade de financiamento mediante a instituição de taxa.
· Alguns autores preferem denominar os tributos vinculados de retributivos, vendo nos mesmos uma contraprestação a uma benesse estatal. Para tais autores os tributos não vinculados seriam mais bem denominados como contributivos.
· Não há definição constitucional ou legal que imponha que os fatos geradores dos empréstimos compulsórios ou das contribuições especiais sejam vinculados ou não vinculados. Assim, deve-se analisar cada tributo criado individualmente.
· As taxas e contribuições de melhoria são tributos cuja arrecadação pode ou não ser vinculada a determinada despesa.
II. Limitações ao poder de tributar
· A Carta Magna estatui as principais limitações ao exercício da competência tributária, mas não necessariamente todas. (rol não exaustivo)
· É possível PEC sobre direito tributário desde que não seja para abolir a garantia individual do contribuinte.
1. Legalidade
· Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. -> principio da legalidade tributária.
· Pelo princípio do paralelismo das formas se um instituto jurídico foi criado por meio de uma regra jurídica de determinada hierarquia, para promover sua alteração ou extinção é necessária a edição de um ato de hierarquia igual ou superior, assim no ponto em que a Constituição exige lei para a instituição ou majoração de tributos, também o faz, implicitamente, para a respectiva extinção ou redução.
· Multa tributária só se é instituída por lei.
a) Medida Provisória
· STF definiu que, em se tratando de matéria tributária, o uso da medida provisória era plenamente possível, desde que observados os seus requisitos constitucionais (relevância e urgência).
· Ressalvados o II, o IE, o IPI, o IOF e os impostos extraordinários de guerra, a medida provisória que implique majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
· A restrição relativa à necessidade da conversão em lei no exercício da edição da medida provisória aplica-se exclusivamente aos impostos, de forma que, no tocante às demais espécies tributárias, a regra da anterioridade deve ser observada, tomando como referência a data da publicação da MP e não de sua conversão em lei.
· Medida provisória não pode estipular normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre a definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados no seu texto, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes, que deverão ser feitas por lei complementar.
· Os tributos cuja criação é atribuída à lei complementar não podem ser instituídos via medida provisória.
b) Exceções
· A atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo do tributo não é majoração, logo não precisa respeitar o principio da legalidade.
· STF entende que o prazo para o pagamento do tributo é uma exceção ao principio da legalidade e pode ser feito por decreto.
· II, IE, IPI, IOF, podem ser tem suas alíquotas alteradas por ato do chefe do executivo, esse ato pode ser um decreto ou não.
· O Poder Executivo pode reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE-combustíveis
· Os estados e distrito federal, mediante convênio, podem definir as alíquotas do ICMS-monofásico incidente sobre combustíveis definidos em Lei Complementar.
· Em resumo, quanto à CIDE-combustíveis, a redução e restabelecimento de alíquotas podem ser feitos por decreto, sem obediência à legalidade nem à anterioridade. Quanto ao ICMS-monofásico, incidente sobre combustíveis definidos em Lei Complementar, a definição (inclusive redução e aumento) de alíquotas pode ser feita por convênio sem obediência à legalidade, mas se o aumento ultrapassar o mero restabelecimento de patamar anteriormente fixado, deve-se obedecer à anterioridade
2. Princípio da isonomia
· Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
· A acepção horizontal refere-se às pessoas que estão niveladas na mesma situação e que, portanto, devem ser tratadas da mesma forma.
· A acepção vertical refere-se às pessoas que se encontram em situações distintas e que, justamente por isso, devem ser tratadas de maneira diferenciada na medida em que se diferenciam.
· O Supremo Tribunal Federal entende que a concessão de isenção se funda no juízo de conveniência e oportunidade de que gozam as autoridades públicas na implementação de suas políticas fiscais e econômicas. Portanto, não cabe ao Poder Judiciário, que não pode se substituir ao legislador, estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia
a) Isonomia e capacidade contributiva.
· Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
3. Princípio da não surpresa
· O princípio da segurança jurídica traduz-se, em matéria tributária, no princípio da não surpresa, que traz como corolários os princípios da irretroatividade, da anterioridade e da noventena. 
3.1 Princípio da irretroatividade
· Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
3.2 Princípio da anterioridade do exercício financeiro
· Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
· O princípio existe para proteger o contribuinte, não impedindo, portanto, a imediata aplicação das mudanças que diminuam a carga tributária a que o contribuinte está sujeito. 
a) Exceções ao principio da anterioridade do exercício financeiro.· Para o STF a norma que se restringe a mudar o prazo para pagamento de tributo, mesmo antecipando-o, não agrava a situação do contribuinte, não se sujeitando à regra da anterioridade do exercício.
· A mera atualização monetária do valor do tributo ou da sua base de cálculo, por não significar majoração do mesmo, não se sujeita à anterioridade.
· Para o STF não configura aumento de tributo a mera redução ou extinção de desconto legalmente previsto logo não se sujeita a anterioridade.
· II, IE, IPI, IOF não se aplicam ao principio da anterioridade.
· Impostos Extraordinários de Guerra não se aplicam ao principio da anterioridade.
· Empréstimos Compulsórios para guerra ou calamidade pública é exceção também.
· Não se aplica esse princípios nas contribuições para financiamento da seguridade social.
· No caso das alíquotas do ICMS-Monofásico incidente sobre combustíveis definidos em Lei Complementar e das alíquotas da CIDE-combustíveis há uma exceção parcial. No que concerne ao restabelecimento a regra é inovadora, pois permite que, após a realização de uma redução, seja possível uma majoração subsequente, sem obediência à anterioridade, desde que respeitado, como teto, o percentual anterior.
· Se for concedida uma isenção não se aplica esse principio, todavia, se essa isenção for revogada ai vigora esse princípio.
3.3 Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena.
· Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 
· As contribuições sociais só poderão ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando a regra da noventena.
a) Noventena e medidas provisórias.
· Caso a majoração tenha sido incluída por meio de medida provisória, a contagem da noventena terá início a partir da edição da primeira medida provisória, isto se não tiver ocorrido mudanças substanciais no texto da norma.
· Por outro lado, caso tenha ocorrido mudanças substanciais no texto normativo, o prazo de noventena deve ser reiniciado do zero quando da aprovação e publicação da norma alterada.
b) Exceções a noventena
· II, IE, IOF.
· Impostos extraordinários de guerra
· Empréstimos compulsórios de guerra e calamidade pública.
· Imposto de renda.
· Base de cálculo do IPTU
· Base de cálculo do IPVA
4. Princípio do não confisco.
· Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco.
· O legislador, ao se utilizar do poder de tributar que a Constituição lhe confere, deve fazê-lo de forma razoável e moderada, sem que a tributação tenha por efeito impedir o exercício de atividades lícitas pelo contribuinte, dificultar o suprimento de suas necessidades vitais básicas ou comprometer seu direito a uma existência digna.
· Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo, resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal, afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte.
· Esse principio também é aplicável às multas tributárias.
5. Princípio da liberdade do tráfego
· Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
· A regra possui exceções, a primeira é a possibilidade de cobrança do ICMS interestadual.
· O pedágio não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público. 
6. Vedações Específicas à União - a Proteção ao Pacto Federativo
· São clausulas pétreas.
6.1 Princípio da uniformidade geográfica da tributação
· É vedado a União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
6.2 Princípio da uniformidade da tributação da renda
· É vedado a união tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.
· É aplicável exclusivamente sobre o imposto de renda.
· Não se está a tributar o rendimento do ente federado que emitiu o título o que se tributa é a renda gerada pela operação, que é rendimento do particular adquirente do título.
· A Constituição Federal impede que a União tribute os rendimentos gerados pelos títulos estaduais e municipais de maneira mais gravosa que aqueles gerados pelos títulos que ela própria emite.
6.3 Princípio da vedação às isenções heterônomas
· É vedado a União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
· A regra é que as isenções sejam autônomas porque concedidas pelo ente federado a quem a Constituição atribuiu a competência para a criação do tributo.
a) Isenções heterônomas constitucionalmente permitidas
· Possibilidade de a União conceder, via lei complementar, isenção heterônoma do ISS, da competência dos Municípios nas exportações de serviços para o exterior.
7. Princípio da não discriminação baseada em procedência ou destino
· É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
8. Exigência de lei específica para concessão de benefícios fiscais
· Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição. 
9. Imunidades
· A não incidência refere-se às situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação.
· A não incidência dos tributos abrange as imunidades.
· A não incidência pode decorrer de três formas: a) o ente tributante, podendo fazê-lo deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária; b) o ente tributante não dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de incidência do tributo; c) a própria Constituição delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos.
· Na não incidência pura e simples o ente tributante pode faze-lo e deixa de fazer, ou não tem competência para definir determinada situação como hipótese de incidência.
· Na hipótese da própria CF delimitar a competência impedindo o ente de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos há a não incidência constitucionalmente qualificada, que configura a própria definição de imunidade.
· Imunidade só se aplica a impostos.
· A imunidade não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros.
· PS: Se no resto do livro não tiver isenção e alíquota zero, o assunto está na pág 200 do livro de Ricardo Alexandre. 
9.1 Classificações doutrinárias das imunidades tributárias
a) Quanto ao parâmetro para concessão: imunidades subjetivas, objetivas e mistas.
· Imunidades subjetivas levam em consideração as pessoas beneficiadas.
· Imunidades objetivas levam emconsideração os objetos cuja tributação é impedida.
· Na imunidade mista os dois critérios são levados em conta.
b) Quanto à origem: ontológicas e políticas
· São ontológicas as imunidades que existiriam mesmo sem previsao expressa do texto constitucional, uma vez que são fundamentais para atendimento ao princípio da isonomia e ao pacto federativo. Nessa linha, são consideradas ontológicas as imunidades das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos e a imunidade recíproca.
· São políticas as imunidades que visam à proteção de outros princípios em virtude de uma opção política do legislador constituinte, como é o caso da imunidade dos templos de qualquer culto e dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão.
c) Quanto ao alcance: gerais e especificas
· As imunidades expressas no texto são consideradas explícitas (ou expressas).
· Aquelas que existem como decorrência dos princípios constitucionalmente consagrados, mas não estejam previstas no texto constitucional são consideradas implícitas.
d) Quanto à necessidade de regulamentação: incondicionadas e condicionadas
· A imunidade é considerada incondicionada quando a norma constitucional que a prevê gera seus efeitos independentemente de regulamentação, possuindo eficácia plena e aplicabilidade imediata. Como exemplos, podem ser citadas as imunidades recíproca e cultural.
· Quando a norma imunizante é classificada como de eficácia limitada, ficando a sua aplicabilidade e o gozo do benefício a depender da edição de regulamentação infraconstitucional, a imunidade é considerada condicionada.
9.2 Imunidades tributárias em espécies
a) Imunidade tributária reciproca
· É vedado a União, estados, DF, e municipios instituir impostos o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
· É clausula pétrea.
· Só se aplica aos impostos.
· É extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes, todavia, para gozar da imunidade, as autarquias e fundações precisam manter seu patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes, restrição esta não aplicável aos entes políticos.
· STF entendeu que a imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo e desde que observados os seguintes parâmetros: a) a imunidade tributária recíproca se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; b) atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do livre exercício de atividade profissional ou econômica lícita. 
· Os valores investidos pelos entes federados, bem como a renda auferida estão imunes ao IOF e ao IR.
· Bens que integram patrimônio de ente federado são imunes, mesmo que estejam ocupados pela empresa delegataria de serviços público.
· A empresa privada que presta serviços de iluminação pública e é remunerada pelo Município não é beneficiada pela imunidade, visto que paga o ICMS à Fazenda Estadual e o inclui no preço do serviço disponibilizado ao usuário.
· O serviço notarial e de registro é uma atividade estatal delegada, mas, por ser exercido em caráter privado, não é imune à incidência do ISS.
· A Constituição afirma que a regra imunizante não exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
· Com incorporação ao direito brasileiro do texto das Convenções de Viena de 1961 e 1963, restou assegurado aos Estados estrangeiros a "imunidade" a impostos e taxas no Brasil, ressalvadas aquelas decorrentes da prestação de serviços individualizados e específicos. 
b) Imunidade tributária religiosa
· É vedado a União, estados, DF, e municípios  instituir impostos sobre templos de qualquer culto.
· É clausula pétrea.
· Essa imunidade deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais.
· O Supremo Tribunal Federal entende que se um imóvel que pertence a ente imune é alugado, não deixa de estar vinculado às finalidades essenciais do ente, não perdendo a imunidade.
c) Imunidade tributária dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos
· É vedado a União, estados, DF, e municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
· São os seguintes os requisitos para que as entidades em questão gozem da imunidade: (i) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (ii) aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; (iii) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
· Na falta de cumprimento desses requisitos a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
· Prevalece no âmbito do Supremo Tribunal Federal o entendimento de que milita em favor da entidade imune a presunção de que seu patrimônio, renda e serviços encontram-se vinculados às suas finalidades essenciais.
· Não se deve confundir ausência de fim lucrativo com proibição de obtenção de superávit financeiro.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
· É vedado a União, estados, DF, e municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
· O Supremo Tribunal Federal entende que, por não poderem ser considerados como destinados à cultura e à educação, os encartes com exclusiva finalidade comercial, mesmo que inseridos dentro de jornais, não estão protegidos pela imunidade.
· A presença de propaganda no corpo da própria publicação, s.endo dela inseparável, não lhe retira a imunidade.
· Seguindo a mesma ideia, o STF decidiu que o fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade não afasta o benefício constitucional da imunidade.
· A imunidade abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
· Por também se constituírem em material assimilável a papel, o STF considerou imunes os filmes destinados à produção de capas de livros.
· A imunidade referente a impostos sobre livros, jornais e periódicos de papel não alcança publicações veiculadas em meios digitais, tais como DVD, CD e fitas de vídeo.
e) Imunidade da musica.
· É vedado a União, estados, DF, e municípios instituir impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
f) Outras imunidades
· Taxas para Obtenção de certidões, exercício do direito de petição.
· Custas judiciais (consideradas taxas pelo STF) para ação popular, salvo comprovada má-fé.
· Custas judiciais e emolumentos (consideradas taxas pelo STF) para Habeas Corpus, Habeas Data e na forma da lei, atos necessários ao exercício da cidadania.
· Contribuições sociais e CIDE para receitas decorrentes de exportação.
· IPI para exportação de produtos industrializados.
III. Competência Tributária e Legislação tributária
1. Competência para legislar
· Competência para legislar sobre direitotributário é o poder constitucionalmente atribuído para editar leis que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Trata-se de uma competência genérica para traçar regras sobre o exercício do poder de tributar.
· No que concerne à matéria tributária, compete à União editar normas gerais de observância obrigatória para todos os entes tributantes, restando aos Estados e ao Distrito Federal a competência suplementar.
· Se a União não editar as normas gerais, os Estados e o Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena para atender as suas peculiaridades.
2. Competência tributária
· A Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga competência para que os entes políticos o façam por meio de leis próprias. Assim, é correto definir competência tributária como o poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos.
· Em sentido estrito, a competência tributária é política e se refere à possibilidade de editar lei instituindo o tributo, definindo seus elementos essenciais (fatos geradores, contribuintes, alíquotas e bases de cálculo). Em sentido amplo, a competência seria., a soma de quatro atribuições, quais sejam: instituir, arrecadar, fiscalizar e executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas relativas ao tributo
· O exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, e, principalmente, econômica, sobre o exercício da competência tributária.
· A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios.
· Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
· A competência tributária é indelegável, mas é possível delegar a capacidade tributária ativa que decorre da competência tributária e possui natureza administrativa, referindo-se as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
· Utilizando-se a expressão competência tributária em sentido amplo, a indelegabilidade seria referente apenas à primeira atribuição, a de instituir o tributo; as demais funções (arrecadar, fiscalizar e executar) seriam delegáveis
· A atribuição (delegação) compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
· A atribuição (delegação) pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
· Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
· O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
2.1 Repartição da competência tributária
a) Competência tributária privativa
· Compete privativamente a União instituir impostos sobre: (i) importação de produtos estrangeiros (II); (ii) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE); (iii) renda e proventos de qualquer natureza (IR); (iv) produtos industrializados (IPI); (v) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF); (vi) propriedade territorial rural (ITR); (vii) grandes fortunas, nos termos de lei complementar (IGF).
· Os Estados e o Distrito Federal possuem competências privativas para instituir impostos sobre: (i) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD); (ii) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS); (iii) propriedade de veículos automotores (IPVA).
· Os Municípios e o Distrito Federal tem competência privativa para instituírem impostos sobre: (i) propriedade predial e territorial urbana (IPTU); (ii) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI); (iii) serviços de qualquer natureza (ISS).
· No que concerne aos Estados, Distrito Federal e Municípios, as listas são absolutamente exaustivas, pois, ressalvada a possibilidade de Emenda à Constituição, em nenhuma hipótese tais entes poderão instituir quaisquer impostos, ressalvados os que lhe foram expressamente deferidos.
· A lista dos impostos federais não é, contudo, absolutamente exaustiva uma vez que a União possui competência residual para instituir, mediante lei complementar, novos impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na CF, bem como competência extraordinária para criar, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária.
· Por fim, também podem ser denominadas de privativas as competências para instituir: Empréstimos Compulsórios (privativa da União); Contribuições Especiais (privativa da União), ressalvada a competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituírem a cobrança da contribuição previdenciária dos seus servidores (privativa em cada esfera) e Contribuição de Iluminação Pública (privativa dos Municípios e do Distrito Federal)
b) Competência tributária comum
· União, estados, DF e municípios podem cobras taxas e contribuições de melhoria.
c) Competência tributária cumulativa
· Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; 
· Já o Distrito Federal é vedado sua divisão em Municípios, de forma que este ente político acumula as competências tributárias dos Estados e dos Municípios.
· Também é do Distrito Federal a competência para instituir as taxas e contribuições de melhoria de competência dos Estados e Municípios, a contribuição previdenciária dos seus servidores e a contribuição de iluminação pública.
d) Bitributação e bis in idem
· Ocorre o bis in idem (duas vezes sobre a mesma coisa) quando o mesmo ente tributante edita diversas leis instituindo múltiplas exigências tributárias, decorrentes do mesmo fato gerador.
· Ocorre a bitributação quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador.
· Não há proibição expressa no bis in idem, mas devem ser observadas as restrições da criação do imposto residual.
· A bitributação é, em regra, proibida. Mas há exceções.
· A primeira exceção da bitributação decorre da possibilidade de que a União institua, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária. A segunda exceção da bitributação ocorre nos casos envolvendo Estados-nações diversos, principalmente no que concerne à tributação da renda.
3. Legislação tributária.
· A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
· A enumeração de normas que compõem a "legislação tributária" não é exaustiva.
3.1 Leis
Somente a lei pode estabelecer:
· A instituição de tributos, ou a sua extinção;
· A majoração de tributos, ou sua redução (exceto II/IE/IPI/IOF, nesse caso permite apenas a alteração quanto à fixação de alíquotas);
· A definição do fato gerador da obrigação tributária principal 
· A fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo (com exceções). 
· A cominaçãode penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
· As hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
· Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
· Não constitui majoração de tributo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. 
a) Resoluções do Senado
· No que concerne ao IPVA, o Senado fixará (obrigatoriamente) as alíquotas mínimas.
· Quanto ao ITCMD, o Senado fixará (obrigatoriamente) suas alíquotas máximas.
· Quanto ao ICMS, o senado deve estabelecer, com iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos Senadores e aprovação da maioria absoluta deles, as alíquotas aplicáveis às operações interestaduais e de exportação, o exercício desta competência senatorial é obrigatório.
· Quanto ao ICMS, o senado também deve estabelecer, com iniciativa de 1/3 dos Senadores e aprovação da maioria absoluta deles, as alíquotas mínimas aplicáveis às operações internas, o exercício dessa competência senatorial, nesse caso, é facultativo.
· Por fim, Quanto ao ICMS, o senado deve estabelecer, com iniciativa da maioria absoluta dos Senadores e aprovação de 2/3 deles, as alíquotas máximas aplicáveis às operações internas. O exercício da competência senatorial, também nesse caso, é facultativo.
3.2 Tratados e convenções internacionais
· Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
· O Tratado é aprovado pelo decreto legislativo e promulgado pelo presidente da República por decreto presidencial.
3.3 Decretos
· O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas no CTN.
3.4 Normas complementares
São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:
· Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
· As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
· As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
· Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
· A observância dessas normas exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
4. Vigência e Aplicação da Legislação Tributária
· A LINDB é, portanto, plenamente aplicável ao direito tributário, salvo a existência de disposição legal específica deste ramo do direito, mas nos pontos em que houver norma especial tributária disciplinando determinado tema, também disciplinado pela LINDB, será aplicada a norma tributária, em face da especialidade.
4.1 Vigência da legislação tributária
· A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral.
a) Vigência no Espaço
· A regra fundamental da legislação no espaço é a territorialidade
· A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
b) Vigência temporal
· Publicada uma lei tributária, a vigência se dará de acordo com a cláusula própria que deve constar do próprio texto legal. No caso de inexistência de disposição expressa, deve-se observar o prazo de quarenta e cinco dias após a data de publicação (vacatio legis) para o início da vigência.
· No caso de aplicação de lei brasileiro em território estrangeiro (caso admitida via tratado, por exemplo), a vigência dar-se-ia no prazo de 3 meses.
· Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativa entram em vigor na data de sua publicação, salvo disposição em contrário.
· As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, quanto a seus efeitos normativos, entram em vigor 30 dias após a data de sua publicação, salvo disposição em contrário.
· Os convênios entram em vigor na data neles prevista, salvo disposição em contrário.
4.2 Aplicação da Legislação tributária
· A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa.
· A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: a) em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
· A lei aplica-se a ato ou fato pretérito tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
a) Outras informações
· Se a lei que se afirma interpretativa trouxer efetivas modificações de institutos jurídicos, ela terá caráter normativo e não interpretativo, sendo impedida de retroagir.
· Não haverá retroatividade de lei que verse sobre tributo, seja a lei melhor ou pior.
5. Interpretação e Integração da Legislação Tributária
5.1 Critérios de interpretação
· A interpretação literal ou gramatical leva em conta exclusivamente o rigoroso significado léxico das palavras constantes do texto legal, sem considerar qualquer outro valor.
· A interpretação sistemática analisa a norma como parte de um sistema na qual está inserida, buscando a harmonia e unicidade que devem caracterizar o ordenamento jurídico, afastando antinomias (contradições). Deixa-se de olhar exclusivamente para o texto do dispositivo interpretado e se passa a analisá-lo em conjunto com todos os demais dispositivos da mesma norma e com todas as demais normas correlatas que integram o ordenamento jurídico, respeitando-se a hierarquia.
· A interpretação teleológica busca conhecer o sentido da norma através do entendimento da finalidade de sua inserção no ordenamento jurídico
· A interpretação histórica leva em consideração as circunstâncias políticas, sociais, econômicas e culturais presentes no momento da edição da norma.
a) Interpretação quanto a fonte
· A interpretação é autêntica quando é realizada pela mesma autoridade responsável pela elaboração da lei interpretada
· A interpretação é doutrinária quando é fruto do trabalho dos estudiosos do direito (doutrinadores) na 1málise das normas produzidas pelas autoridades competentes.
· A interpretação é judicial quando emanada dos órgãos do Poder Judiciário (juízes e tribunais) ao analisarem os processos que lhes são submetidos.
· A interpretação é administrativa quando realizada pela administração pública no exercício de seu mister de concretizar no mundo as disposições abstratas da lei
b) Interpretação quanto aos efeitos ou resultados
· A interpretação declaratória opera-se quando o intérprete, utilizando dos critérios estudados, conclui que há coincidência entre o que o legislador quis dizer e o que efetivamente ficou disposto no texto legal, não havendo necessidade de se fazer qualquer correção interpretativa (ampliação ou restrição) do alcance normativo.
· A interpretação é extensiva quando o intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse menos do que pretendia, deixando de abranger casos que deveriam estar sob regulação, sendo necessário ampliar o conteúdo aparente da norma, de forma a atribuir-lhe o alcance que o legislador originariamente lhe quis conferir.
· A interpretação é restritiva quando o intérprete percebe que no texto escrito o legislador disse mais do que pretendia, abrangendo casos que não deveriam estar sobre sua regulação, sendonecessário se restringir o conteúdo aparente da norma, de forma a atribuir-lhe o alcance que o legislador originariamente lhe quis conferir.
5.2 Interpretação do CTN
· Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: a) a analogia; b) os princípios gerais de direito tributário; c) os princípios gerais de direito público; d) a equidade.
· O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
· O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
· Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
· A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
· Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: a) suspensão ou exclusão do crédito tributário; b) outorga de isenção; c) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessória
· A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: a) à capitulação legal do fato; b) à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; c) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; d) à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
IV. Obrigação tributária
· A obrigação tributária é principal ou acessória.
· Em direito tributário, a obrigação pode assumir as três formas previstas pelos civilistas: a obrigação de pagar tributo ou multa caracteriza-se como uma obrigação de dar (dinheiro); as obrigações de escriturar livros fiscais e de entregar declarações tributárias são obrigações de fazer; as obrigações de não rasurar a escrituração fiscal e de não receber mercadorias sem os documentos fiscais previstos na legislação são obrigações de deixar de fazer.
· A obrigação de dar (dinheiro) será considerada obrigação principal, o resto será obrigação acessória.
1. Obrigação tributária principal
· A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
· O enquadramento de uma obrigação tributária como principal depende exclusivamente do seu conteúdo pecuniário.
· Para o surgimento do vínculo obrigacional é necessário que a lei defina certa situação (hipótese de incidência), que, verificada no mundo concreto (fato gerador), dará origem à obrigação tributária.
· A multa tributária não é tributo, mas a obrigação de paga-la tem natureza tributária.
2. Obrigação tributária acessória
· A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
· Ao falar em prestações positivas ou negativas, a lei se refere às obrigaç6es de fazer ou deixar de fazer. 
· A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
· A relação de acessoriedade, em direito tributário, consiste no fato de que as obrigações acessórias existem no interesse da fiscalização ou arrecadação de tributos, ou seja, são criadas comi o objetivo de facilitar o cumprimento da obrigação tributária principal, bem como de possibilitar a comprovação deste cumprimento (fiscalização), ou seja, em direito tributário a obrigação acessória independe da principal.
3. Fato gerador
· O fato gerador é a situação de fato, prevista na lei de forma prévia, genérica e abstrata, que, ao ocorrer na vida real, faz com que, pela materialização do direito ocorra o nascimento da obrigação tributária, seja esta principal ou acessória.
· O fato gerador em concreto é o fato imponível.
· O fato gerador em abstrato é a hipótese de incidência.
· A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; b) dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
3.1 Fato gerador da obrigação principal
· Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
· Situações necessárias são todas aquelas que precisam estar presentes para a configuração do fato
3.2 Fato gerador da obrigação acessória
· Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
3.3 Fato Gerador e principio da legalidade
· A definição legal da situação que constitui o fato gerador de obrigação principal deve ser feita necessariamente por lei ou ato de igual hierarquia (medida provisória). 
· Já a definição da situação que constitui o fato gerador de obrigação acessória pode ser feita pela legislação tributária.
3.4 Momento da ocorrência do fato gerador
a) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
· Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
· Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
b) Para os efeitos de ocorrência do fato gerador e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
· Sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento.
· Sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
· A condição é resolutória quando seu implemento tem por efeito resolver (desmanchar, desfazer, dissolver) o negócio jurídico que foi celebrado.
4. Evasão, Elisão e Elusão Tributária
a) Elisão
· Quando o contribuinte usa de meios lícitos para fugir da tributação ou torná-la menos onerosa, ocorre a elisão fiscal.
· A elisão é verificada, no mais das vezes, em momento anterior àquele em que normalmente se verificaria o fato gerador. 
· Trata-se de planejamento tributário, que encontra guarida no ordenamento jurídico, visto que ninguém pode ser obrigado a praticar negócio da maneira mais onerosa.
· A elisão fiscal ocorre antes da concretização do fato gerador, mas há exceções.
b) Evasão
· A evasão fiscal é uma conduta ilícita em que o contribuinte, normalmente após a ocorrência do fato gerador, pratica atos que visam a evitar o conhecimento do nascimento da obrigação tributária pela autoridade fiscal. 
· Aqui o fato gerador ocorre, mas o contribuinte o esconde do Fisco, na ânsia de fugir à tributação.
· É tradicional em doutrina se afirmar que a evasão sempre é posterior ao fato gerador do tributo, mas comporta exceções.
c) Elusão
· O contribuinte simula determinado negócio jurídico com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador. 
· Trata-se de um ardil caracterizado primordialmente pelo que a doutrina denomina de abuso das formas, pois o sujeito passivo adota uma forma jurídica atípica, a rigor lícita, com o escopo de escapar artificiosamente da tributação.
· Em síntese, a elusão é formalmente licita, mas com abuso de forma jurídica.
5. Norma Geral Antielisão Fiscal
· A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
6. Elementos subjetivos da obrigaçãotributária
6.1 Sujeito ativo da obrigação tributária
· Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
· Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
· Somente as pessoas jurídicas de direito público têm a possibilidade de figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária.
6.2 Sujeito passivo da obrigação tributária
· Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
· O sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
· O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
· Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
· Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
a) Outras informações
· Contribuinte de direito é a pessoa designada pela lei para pagar o imposto.
· Contribuinte de fato é a pessoa que de fato suporta o ônus fiscal. 
· Apesar de o sujeito legalmente definido como responsável não possuir relação pessoal e direta com o fato gerador, não pode ser um estranho ao fato, devendo necessariamente possuir um vínculo com a situação tipificada na lei como fato gerador do tributo. 
7. Solidariedade
· São solidariamente obrigadas: a) as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; b) as pessoas expressamente designadas por lei.
· A solidariedade tributária não comporta benefício de ordem.
· Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: a) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; b) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; c) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
a) Outras informações
· A solidariedade de fato (ou natural) são as pessoas que tem interesse comum na situação que constitua fato gerador
· A solidariedade de direito (ou legal) são as pessoas designadas por lei.
8. Capacidade tributária passiva
A capacidade tributária passiva independe:
· Da capacidade civil das pessoas naturais;
· De achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
· De estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
a) Outras informações
· Para que alguém venha a ser considerado sujeito passivo de obrigação tributária, basta que a lei tributária assim o defina e que ocorra o fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes as regras 'sobre capacidade segundo o direito civil.
9. Domicilio tributário
· Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: a) quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; b) quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; c) quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante.
· Quando não couber a aplicação dessas regras, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
· A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se a regra do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos
V. Responsabilidade Tributária
· A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
· Para ocorrer a responsabilidade a lei sempre deve atribuir a alguém tal condição.
1. Modalidades de responsabilidade
· De acordo com o momento em que surge o vínculo jurídico entre a pessoa designada por lei como responsável e o sujeito ativo do tributo, a responsabilidade tributária pode ser classificada como por substituição ou por transferência.
· Na responsabilidade por substituição, a sujeição passiva do responsável surge contemporaneamente à ocorrência do fato gerador. 
· Na responsabilidade por transferência, no momento do surgimento da obrigação, determinada pessoa figura como sujeito passivo, contudo, num momento posterior, um evento definido em lei causa a modificação da pessoa que ocupa o polo passivo da obrigação, surgindo, assim, a figura do responsável, conforme definida em lei.
1.1 Responsabilidade por substituição
· Nos casos de responsabilidade por substituição, desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva recai sobre uma pessoa diferente daquela que possui relação pessoal e direta com a situação descrita em lei como fato gerador do tributo.
· Em nenhum momento o dever de pagar o tributo recai sobre a figura do contribuinte, não havendo qualquer mudança subjetiva na obrigação.
· Existem dois casos de responsabilidade por substituição. São os casos da substituição tributária regressiva ("para trás', antecedente) e da substituição tributária progressiva (‘para frente,’ subsequente).
a) Substituição tributária regressiva
· A substituição tributária para trás, regressiva ou antecedente ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas que ocupam as posições posteriores nessas mesmas cadeias.
· Na substituição regressiva há diferimento do pagamento, pois o fisco recebe o pagamento em momento posterior.
· No primeiro caso (compras), "B" é responsável, pois, apesar de não possuir relação pessoal e direta com a situação que constitui o fato gerador (não é o alienante), possui vínculo com tal situação (é o adquirente), e sua obrigação decorre de expressa disposição de lei. 
· No segundo caso (vendas), "B" será contribuinte, pois possui relação pessoal e direta com o fato gerador do tributo (é o alienante).
b) Substituição tributária progressiva
· A substituição tributária para frente, progressiva ou subsequente ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições posteriores das cadeias de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas que ocupam as posições anteriores nessas mesmas cadeias.
· Todo o tributo da cadeia produtiva é pago, mesmo somente tendo se verificado o primeiro fato gerador. 
· O cálculo do recolhimento total é realizado sobre o valor pelo qual se presume que a mercadoria será vendida ao consumidor. Tal montante é definido mediante a aplicação do regime de valor agregado
· Assim, "A” será sujeito passivo do tributo incidente sobre as seguintes operações: a) Venda de combustível feita de "A" para "B"; b) Venda de combustível de "B" para "C"; c) Venda de combustível feita por "C" aos consumidores.
· Com relação ao primeiro caso, A é contribuinte, pois é ele quem pratica o ato definido emlei como fato gerador do ICMS, tendo com ele relação pessoal e direta (promove a saída da mercadoria do estabelecimento comercial).
· Com relação aos dois últimos casos, A é responsável, pois sua obrigação decorre de expressa determinação legal, apesar de não possuir relação pessoal e direta com a saída da mercadoria do estabelecimento comercial.
1.2 Responsabilidade por transferência
· O CTN prevê a possibilidade de mudança da pessoa que figura no polo passivo da respectiva obrigação como decorrência da verificação de determinados fatos. 
· Trata-se de casos em que a obrigação nasce tendo, no polo passivo, determinado devedor (contribuinte ou responsável), mas, em virtude de evento descrito com precisão na lei, há a transferência da sujeição passiva a uma outra pessoa, esta na condição de responsável.
· Verifica-se, portanto, urna modificação subjetiva (dos sujeitos) na obrigação surgida.
· Além dos casos de transferência de sujeição passiva de contribuinte para responsável, existem também hipóteses em que a transferência se verifica de responsável para responsável.
· O Código Tributário Nacional divide as hipóteses de responsabilidade por transferência em três modalidades, a saber: (i) Responsabilidade dos sucessores; (ii) Responsabilidade de terceiros; (iii) Responsabilidade por infrações.
2. Responsabilidade por Sucessão
· Na responsabilidade por sucessão aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
2.1 Responsabilidade do adquirente de bens imóveis
· Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
· No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
a) Outras informações
· No que concerne aos créditos tributários relativos as taxas, o CTN restringiu a regra aos casos em que o fato gerador é a prestação de serviços referentes ao imóvel, não sendo possível a responsabilização do adquirente nos casos de taxas decorrentes do exercício do poder de polícia.
2.2 A responsabilidade do adquirente ou remitente de bens móveis
· São pessoalmente responsáveis o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remido. 
2.3 A responsabilidade na sucessão causa mortis
· São pessoalmente responsáveis o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação.
· São pessoalmente responsáveis o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
· RESUMINDO: Até sua morte (abertura da sucessão), o de cujus era sujeito passivo na modalidade contribuinte; Após a morte os novos fatos geradores terão como contribuinte o espólio, e tal situação durará até data da partilha ou adjudicação; Após a partilha ou adjudicação os novos fatos geradores terão como contribuintes os sucessores a qualquer titulo e o cônjuge meeiro.
2.4 A responsabilidade na sucessão empresarial
· A sucessão empresarial gera sucessão tributária. 
a) A responsabilidade na fusão, incorporação, transformação, cisão e extinção de pessoas jurídicas. 
· A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
b) Casos de extinção da sociedade
· As regras estipuladas para os casos de fusão, incorporação e transformação aplicam-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
· Somente subsistirá responsabilidade caso algum dos sócios remanescentes (ou seu espólio) continue a exploração da mesma atividade a que se dedicava a sociedade extinta.
c) A responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento
· A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato.
· Responde integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
· Responde subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 6 meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
d) Outras informações
· A responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento não se aplica na hipótese de alienação judicial: a) em processo de falência; b) de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
· Não se aplica a exceção quando, apesar da alienação ser feita em processo de falência ou ter por objeto filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial o adquirente for: a) sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; b) parente, em linha reta ou colateral até o 4º grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou c) identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
· Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
3. Responsabilidade de terceiros
· Os terceiros responsabilizados são pessoas que, em determinadas circunstâncias, falharam no cumprimento de um dever legal de gestão ou vigilância do patrimônio do contribuinte.
a) Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
· Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores.
· Os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados
· Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes
· O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio
· O síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário
· Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício
· Os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
· Essas regras só se aplicam, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
b) São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
· As pessoas citadas acima
· Os mandatários, prepostos e empregados;
· Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
4. Responsabilidade por infrações 
· Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
a) A responsabilidade é

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