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315 Capítulo 22 CÂNCER DE ENDOMÉTRIO Daniele Xavier Assad Samir Abdallah Hanna Fabiana Accioli Miranda Marina Tamm Lannes Vieira Gustavo de Castro Gouveia Viviane Rezende de Oliveira Amário Pires de Barros Júnior INTRODUÇÃO Os tumores do corpo do útero correspondem ao quinto tumor mais frequente mun- dialmente entre as mulheres, em torno de 4,8% dos casos de neoplasia feminina. Em 2012 foram estimados 219.605 novos casos e 76.160 óbitos decorrentes dessa doença.1 Como a doença é frequentemente sintomática mesmo em estádios iniciais, a maior parte dos diagnósticos se enquadra no estádio I. O principal fator de risco é a exposição a estrogênios endógenos ou exógenos,2 as- sociados a obesidade,3 diabetes,4 menarca em idade precoce, nuliparidade, menopausa tardia, uso de tamoxifeno e idade maior ou igual a 55 anos. 5 Há pelo menos 30 anos, os tumores de endométrio são classificados em tipos 1 e 2, com base em características histopatológicas, grau de diferenciação e expressão de recep- tores hormonais. O tipo 1, mais prevalente, consiste de tumor de histologia endometrioi- de, de baixo grau, com expressão positiva de receptores hormonais e com bom prognós- tico. O tipo 2 é geralmente de histologia não endometrioide, subtipo seroso de alto grau, sem expressão de receptores hormonais e de pior prognóstico.6 Após a análise do genoma dos carcinomas de endométrio, ficou demonstrado que o câncer de endométrio consiste de vários subtipos com padrões genéticos, moleculares e clínicos distintos, e a classificação dualística de Bokhman não contempla essas variáveis. O Atlas do Genoma do Câncer conseguiu identificar quatro subtipos moleculares distin- tos da doença: POLE ultramutado, instabilidade microssatélite hipermutada, estabilidade microssatélite com baixo número de cópia e subtipo semelhante ao seroso de alto grau com alto número de cópia.7 O sintoma mais frequente é o sangramento uterino anormal, referido por cerca de 90% das pacientes, usualmente em mulheres pós-menopausa. Pacientes com doença DIRETRIZES ONCOLÓGICAS316 avançada podem ter sintomas semelhantes aos das pacientes com câncer de ovário, como dor e distensão abdominal. O diagnóstico histológico pré-operatório pode ser feito de forma simples e ambulato- rial, como biópsia do endométrio, ou por meios que requerem anestesia, como curetagem seguida de biópsia ou histeroscopia seguida de biópsia.8 EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL A neoplasia do endométrio no Brasil corresponde ao sexto tumor mais frequente em mulheres. Segundo as estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram estima- dos 6.600 casos para cada ano do biênio 2018-2019.9 Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do corpo do útero é o quinto mais incidente na região Sudeste (7,66/100 mil). Na região Centro-Oeste (5,65/100 mil), ocupa a sétima posição. Na re- gião Nordeste (4,98/100 mil), é o oitavo mais frequente. Na região Norte (2,11/100 mil), ocupa a nona posição. Na região Sul (7,17/100 mil), é o 7o mais frequente.9 ESTADIAMENTO (AMERICAN JOINT COMMITTEE ON CANCER – AJCC, 8a EDIÇÃO) O exame de imagem inicial realizado em pacientes com sangramento uterino anor- mal, via de regra, é o ultrassom transvaginal com achado de espessamento do endométrio. O papel do estadiamento pré-operatório é estabelecer o grupo de risco da paciente, com avaliação da invasão do miométrio e do colo do útero e a determinação do acometimento linfonodal, de forma a determinar a melhor estratégia cirúrgica. Assim, a ecografia trans- vaginal seguida de ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC) de abdome para avaliação linfonodal são exames mínimos recomendados.10 O papel da to- mografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET-CT) na avaliação inicial ainda é objeto de debate.11 O câncer de endométrio segue o estadiamento definido pela Federação Internacio- nal de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) 2009 e TNM, baseado no estadiamento cirúrgi- co, extensão da invasão miometrial e doença metastática local ou a distância.12,13 Estadiamento FIGO TNM Tumor primário não pode ser avaliado -- Tx Sem evidência de tumor primário -- T0 Carcinoma in situ -- Tis Tumor confinado ao corpo do útero Estádio I T1 Tumor limitado ao endométrio ou invasão de menos de 50% do miométrio Estádio Ia T1a Tumor invade 50% ou mais do miométrio Estádio Ib T1b Tumor invade o estroma cervical, mas não ultrapassa o útero Estádio II T2 Tumor com extensão local ou regional Estádio III T3 ou N1-2 ou ambos Tumor envolve a serosa, anexo ou ambos Estádio IIIa T3a Envolvimento vaginal ou parametrial Estádio IIIb T3b Metástases linfonodais regionais Estádio IIIb Capítulo 22 • CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 317 Estadiamento FIGO TNM Metástases linfonodais regionais pélvicos Estádio IIIc1 N1 Metástases em linfonodos regionais para-aórticos com ou sem metástases em linfonodos pélvicos Estádio IIIc2 N2 Tumor invade bexiga ou mucosa do intestino, ou doença metastática a distância presente, ou ambos Estádio IV Tumor invade bexiga ou intestino ou ambos Estádio IVa T4 Doença metastática a distância (incluindo linfonodos inguinais, doença intraperitoneal, pulmão, osso ou fígado) Estádio IVb M1 TRATAMENTO Princípios do tratamento cirúrgico Os objetivos do tratamento cirúrgico do câncer de endométrio são estadiar ade- quadamente a doença e promover citorredução efetiva; sempre que possível, comple- ta. O estadiamento cirúrgico deve atender ao manual de estadiamento da FIGO.14 A cirurgia isolada é tratamento potencialmente curativo, marcadamente para pacien- tes com doença de baixo risco (grau 1 ou 2, confinado ao endométrio, histologia endo- metrioide). O tratamento cirúrgico padrão consiste em histerectomia total extra-fascial (tipo de Piver-Rutledge), com salpingo-ooforectomia bilateral e linfadenectomias pél- vica e retroperitoneal.12 Tradicionalmente, a abordagem cirúrgica é laparotômica; contudo, outras vias são possíveis. A videolaparoscopia, para o estadiamento/tratamento cirúrgico reduz a morbi- dade perioperatória e tem a mesma efetividade terapêutica da laparotomia, em mulheres com doença inicial.15-17 Uma metanálise envolvendo oito estudos clínicos randomizados comparando pacientes com câncer de endométrio inicial, tratadas via laparotomia e lapa- roscopia, não encontrou diferenças significativas na sobrevida global, sobrevida livre de doença, tampouco na mortalidade perioperatória, perda sanguínea ou iatrogenia cirúrgi- ca.5 Outra metanálise que comparou pacientes tratadas com laparotomia versus laparosco- pia, resultou em maior tempo cirúrgico, menor perda sanguínea, menor estadia hospita- lar e retorno mais rápido às atividades habituais para o braço da laparoscopia.18,19 Outro estudo randomizado, envolvendo 760 pacientes, com carcinoma endometrioide estádio I, tratadas com histerectomia total laparoscópica versus histerectomia total abdominal, não identificou diferenças significativas na sobrevida livre de doença e na sobrevida global.20 O principal fator da paciente relacionado à necessidade de conversão para a laparotomia parece ser o IMC maior que 40.21 A laparoscopia robótica é também uma alternativa cirúrgica, e foi comparada com a laparoscopia convencional e a laparotomia numa revisão sistemática que incluiu oito estudos com 589 pacientes.22 As diferenças significativas se deram somente na compa- ração com a laparotomia e incluíram menor perda sanguínea e menores incidências de complicações de ferida operatória, AVC, íleo, linfoceles, linfedema e disfunções uri- nárias. A utilização da laparoscopia por incisão única também tem sido descrita como uma opção técnica; mas inexistem até o momento estudos controlados que permitam comparações efetivas com a via laparoscópica convencional.23 DIRETRIZES ONCOLÓGICAS318 A histerectomia vaginal, embora não se recomende classicamente no tratamento do câncer de endométrio, por não permitir acesso e adequado estadiamento no interior da cavidade abdominal,é uma alternativa em pacientes com condições clínica precárias, obesidade mórbida ou risco cirúrgico graves. Em alguma série, foi descrito uma baixa taxa de complicações a ela relacionadas e uma sobrevida livre de doença em 10 anos maior que 80%.24 Após a remoção da peça cirúrgica, é mandatória sua abertura e exame macroscópi- co, para avaliar a profundidade de invasão do miométrio, para ajudar a definir a extensão do estadiamento cirúrgico. Tal análise macroscópica tem uma sensibilidade de 75% e especificidade de 92% para determinar a extensão miometrial da doença.25 A presença de doença extrauterina é um dos principais fatores prognósticos do cân- cer de endométrio. Ainda assim, a abordagem dos linfonodos pélvicos e retroperitoniais é controversa, sobretudo no subgrupo de pacientes com doença de baixo risco, uma vez que as taxas de comprometimento linfonodal, neste caso, são de 3% a 5%, enquanto que em paciente com doença profunda e indiferenciada chega a 20%.26-28 Mesmo em pacientes com aparente estádio I, histologia de células claras, serosa ou indiferenciada, ou com tumores intracavitários maiores que 2 cm, recomenda-se a linfadenectomia padrão. A linfadenectomia pélvica padrão consiste na remoção do tecido linfático na metade dis- tal dos vasos ilíacos comuns, faces anterior e proximal dos vasos ilíacos externos e na fos- sa obturadora, anterior ao nervo obturador. A linfadenectomia retroperitoneal, também chamada de paraórtica, consiste na remoção do tecido linfático sobre a veia cava e aorta, da emergência da mensentérica inferior até a metade proximal das ilíacas comuns. Um estudo de coorte com 671 pacientes com câncer de endométrio, submetidas a linfadenec- tomias pélvica e retroperitoneal, relatou ganho de sobrevida para aquelas de alto risco de recidiva, mas não para as de baixo risco.29 Outro estudo relacionou grau tumoral elevado com maior probabilidade de recidiva em linfonodos retroperitoneais.30 Uma linfadenectomia seletiva ou amostragem linfonodal, em vez da linfadenectomia clássica, tem sido defendida por alguns autores para pacientes em estádio I ou II, tendo em vista a taxa de mais de 90% de sobrevida de 5 anos para pacientes com tal estadia- mento.31,32 Embora a ressecção do linfonodo sentinela seja um procedimento descrito em algumas séries, não há, no momento, estudo clínicos controlados comparando tal técnica à linfadenectomia, clássica ou seletiva.33,34 Pacientes com câncer de endométrio estádio II, isto é, com envolvimento do cérvix, são usualmente tratadas com histerectomia radical (tipos II ou III de Piver-Rutledge), dado o risco de infiltração parametrial. Contudo, o melhor preditor do envolvimento parametrial parece ser a presença de infiltração angiolinfática.35 Em casos onde nota-se, durante a cirurgia, a presença de doença peritoneal grosseira, a citorredução ótima pode levar a sobrevida mediana maior.36 Tratamento adjuvante O tratamento adjuvante do câncer de endométrio é baseado no estadiamento e na clas- sificação de risco de recorrência, que é determinada pela presença de fatores prognósticos. Os fatores prognósticos não englobados pela classificação TNM ou FIGO são: tipo histológico, grau tumoral, idade da paciente, tamanho do tumor e invasão linfovascular. Capítulo 22 • CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 319 Esses fatores definem o risco de recorrência entre os grupos e norteiam as decisões te- rapêuticas. Diversas classificações prognósticas para definição de risco de recaída estão descritas na Tabela 22.1. Tabela 22.1. Baixo risco Risco intermediário Risco intermediário alto Alto risco PORTEC-137 Adenocarcinoma do endométrio grau 1 estádio Ia Adenocarcinoma do endométrio, estádio 1, baseado em fatores uterinos Grau 1 e invasão do miométrio ≥ 50% Grau 2 e qualquer invasão do miométrio Grau 3 com invasão do miométrio < 50% Idade > 60 com grau 1 ou 2 e invasão do miométrio > 50% Idade > 60 com grau 3 e invasão do miométrio < 50% Estádio III-IV Histologia serosa ou células claras independentemente do estádio GOG-9938 Tumor endometrioide grau 1 ou 2 confinado ao endométrio Estádio Ia Idade ≤ 50 e ≤ 2 fatores de risco patológicos Idade entre 50-69 e ≤ qualquer fator de risco patológico Idade ≥ 70 e sem fator de risco patológico Qualquer idade e 3 fatores patológicos# de alto risco Idade entre 50-60 anos e ≥ 2 fatores patológicos de alto risco Idade ≥ 70 anos e ≥ 1 fator patológico de alto risco Estádio III-IV independentemente da histologia ou grau Histologia serosa ou células claras independentemente do estádio SEPAL29 Tumor endometrioide estádio Ia ou Ib sem invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ia, grau 3, com qualquer grau de carcinoma não endometrioide ou invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ib, grau 1 ou 2, sem invasão linfovascular Tumor endometrioide grau 3, estádio Ib, com qualquer grau de carcinoma não endometrioide ou invasão linfovascular Estádio Ic ou II, qualquer grau, qualquer invasão linfovascular -- Estádio III ou IV independentemente do grau ou invasão linfovascular ESMO39 Adenocarcinoma endometrioide estádio Ia, graus 1 e 2 Tumor endometrioide estádio Ia, grau 3 Tumor endometrioide estádio Ib, grau 1 ou 2 -- Tumor endometrioide estádio Ib, grau 3 Tumores não endometrioides independentemente do estádio DIRETRIZES ONCOLÓGICAS320 Baixo risco Risco intermediário Risco intermediário alto Alto risco ESMO modificada24 Tumor endometrioide estádio Ia, grau 1 ou 2, sem invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ia, grau 1 ou 2, com invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ia, grau 3, sem invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ib, grau 1, sem invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ia, grau 3, com invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ib, graus 1 e 2, com invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ib, grau 3, sem invasão linfovascular Tumor endometrioide estádio Ib, grau 3, com invasão linfovascular Tumores não endometrioides independentemente do estádio # Fatores de risco patológicos: grau 2, grau 3, invasão linfovascular positiva, invasão do miométrio maior que o terço médio, histologia serosa, células claras ou outra que não seja endometrioide. � Radioterapia Tumores iniciais Radioterapia externa adjuvante Quatro estudos randomizados publicados avaliaram o papel da radioterapia externa (RTE) no tratamento do câncer de endométrio. O estudo norueguês, publicado em 1980, incluiu 540 pacientes com câncer em es- tádio clínico I que foram submetidas à histerectomia seguida de braquiterapia de fundo vaginal com 60 Gy. As pacientes foram randomizadas entre RTE de pelve (40 Gy em frações de 2 Gy) e observação. A adição de RTE reduziu a recorrência local (7% vs. 2%, p < 0,01), porém não impactou em sobrevida global (SG). Entre as pacientes com doença grau 3 (19%, 100 de 540 pacientes), a SG parece ser maior no grupo que recebeu RTE pélvica, apesar de ser uma análise de subgrupo sem documentação estatística.41 Em uma atualização recente dessa série com seguimento de 20 anos, a ausência de benefício de SG no tratamento de pacientes com câncer estádio I com RTE foi mantida. Nas pacientes com idade menor que 60 anos e doença de baixo risco, a RTE reduziu a sobrevida e au- mentou o risco de neoplasia secundária. Esse estudo tem como crítica principal a seleção de pacientes, que respeitou o estadiamento clínico vigente à sua época, contrário ao que a FIGO recomenda hoje (estadiamento cirúrgico). No estudo PORTEC-1, 714 pacientes com adenocarcinoma de endométrio estádio I, graus 1 e 2, com invasão de mais de 50% do miométrio, ou graus 2 e 3, com invasão igual ou menor que 50%, submetidas à cirurgia radical, foram randomizadas para tratamento da pelve com RTE vs. observação. Os resultados mostraram aumento significativo no controle local em cinco anos (14% vs. 4%, p < 0,001), à custa de toxicidade: aumento de 26% em toxicidade gastrointestinalgraus 1 e 2. Não houve ganho de sobrevida (85% vs. 81%, p = 0,31).42 Na atualização de 15 anos de seguimento, o controle local manteve-se favorável significativamente ao grupo de RTE (15,5% vs. 6%, p < 0,0001), assim como a ausência de benefício tardio em SG.43 Outrossim, houve impacto negativo em qualidade de vida em detrimento do grupo tratado.44 No estudo Gynecologic Oncology Group (GOG-99), foi comparado RTE da pelve (50,4 Gy em frações de 1,8 Gy) vs. observação para pacientes com câncer estádios I ou II com qualquer extensão de invasão miometrial. Assim como o PORTEC-1, a RTE Capítulo 22 • CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 321 diminuiu a recorrência local (12% vs. 3% em dois anos, p < 0,01), sem diferença signi- ficativa em SG nos dois grupos. Os autores identificaram um subgrupo de maior risco entre os pacientes de risco intermediário, em que a incidência cumulativa de recorrência foi de 27% no grupo de observação vs. 6% no grupo irradiado. Os fatores que definiam esse grupo, chamado “intermediário alto”, seriam: grau 3, invasão de mais de 66% do miométrio, invasão linfovascular e idade maior que 70 anos. Esse trabalho mostrou uma pequena vantagem, porém não significativa de SG em quatro anos: 86% para o grupo de observação vs. 92% para o grupo irradiado (p = 0,52). Contudo, as taxas de compli- cações severas em quatro anos foram de 13% para pacientes irradiadas em comparação com 3% em cinco anos no estudo PORTEC-1, que chama a atenção para o aumento da toxicidade quando se agrega RTE à cirurgia com linfadenectomia,38 realizada na maioria das pacientes desse estudo. O estudo multicêntrico randomizado ASTEC/EN5 incluiu 905 pacientes com car- cinoma de endométrio estádios I e IIA com fatores de alto risco (invasão profunda ou grau 3 com invasão superficial ou histologia serosa), que foram randomizados para RTE vs. observação. Aproximadamente 50% das pacientes no grupo controle receberam bra- quiterapia vaginal. As taxas de recorrência pélvica isolada foram de 6,1% vs. 2,9% nas pacientes que receberam radioterapia (RT) da pelve, mas sem diferença em SG (84% em cinco anos nos dois grupos).45 A conclusão obtida desses estudos é que a RTE pélvica adjuvante promove aumento significativo do controle local para pacientes com câncer de endométrio estádio I, po- rém não exerce efeitos diretos na SG. Mesmo assim, os critérios de seleção usados pelos autores, além dos fatores preditores mais impactantes encontrados nesses estudos, são usados na prática clínica para a recomendação de RTE adjuvante, a seguir: idade, grau histológico, tipo histológico (seroso, células claras ou endometrioides grau 2 ou 3), invasão miometrial, extensão além do útero e invasão linfovascular. Dependendo do número e da severidade desses fatores de risco, os pacientes são classificados como sendo de baixo, intermediário e alto risco de recorrência (Tabela 22.1). Braquiterapia de fundo vaginal O local mais comum de recorrência em pacientes com doença em estádio inicial é a cúpula vaginal.37 A braquiterapia de fundo vaginal reduz o risco de recorrência na vagina e causa menos toxicidades do que a RT pélvica. Estudos retrospectivos que usaram bra- quiterapia isolada para tumores de endométrio estádio I após cirurgia mostraram risco de recorrência em cinco anos de 0% a 7%.3,46-50 Contudo, as taxas de recorrência pélvica e falha a distância continuam similares às dos pacientes tratados com cirurgia exclusiva. Por essa razão, a maioria dos estudos incluiu apenas pacientes com doença de baixo risco (graus 1 e 2 com invasão superficial ou sem invasão do miométrio). O uso de esquemas variáveis (6 Gy x 5 ou 4 Gy x 6 prescritos na superfície vaginal) de tratamento revelaram excelentes taxas de controle vaginal, com toxicidade mínima. Quando comparada com observação, apenas 9% das pacientes apresentam toxicidade vaginal grau 1 ou 2 vs. 1,5% no grupo de observação. Toxicidade urinária graus 1 e 2 também são mais comuns após irradiação de vagina (2,8% vs. 0,6%; p = 0,063), porém não impacta nas taxas de toxici- dade gastrointestinal.51 DIRETRIZES ONCOLÓGICAS322 Os resultados dos estudos randomizados para risco intermediário sugerem que, diante da ausência de benefício em sobrevida com RTE e do fato de que a maioria das recorrências ocorre na vagina, a braquiterapia de fundo vaginal pode ser suficiente para o controle local nas pacientes com fatores de risco do grupo intermediário alto, gerando menos toxicidade e melhor qualidade de vida. Esse foi o racional para o estudo randomizado PORTEC-2, que comparou a eficácia e a qualidade de vida das pacientes tratadas com RTE vs. braquiterapia de fundo vaginal. O objetivo primário do estudo, a recorrência vaginal, foi equivalente nos dois grupos (1,6% vs. 1,8%, p = 0,7). Pacientes tratadas com RTE tiveram risco menor de recorrência pélvica (0,5% vs. 3,8%, p = 0,02), mas a taxa absoluta de recorrência pélvica foi baixa no braço que não recebeu RT pélvica. O estudo não mostrou diferença em SG (84,8% vs. 79,6%, p = 0,46) e sobrevida livre de doença (82,7% vs. 78,1%, p = 0,74). As taxas de toxicidade gastrointestinal graus 1 e 2 foram significativamente menores no grupo que recebeu apenas braquiterapia. Contudo, vale lembrar que o estudo incluiu poucas pa- cientes com invasão profunda grau 2 e nenhuma com invasão profunda grau 3, por isso não fornece evidência para o tratamento dessas pacientes com braquiterapia exclusiva de fundo vaginal.52-53 Radioterapia definitiva Aproximadamente 3% das pacientes consideradas inoperáveis por causa de comor- bidades podem ser candidatas à RTE definitiva. Pacientes com baixo risco de doença ex- trauterina e com útero de pequeno volume podem ser tratadas com braquiterapia exclu- siva; a RTE ficaria reservada a pacientes com volume uterino maior, invasão de cérvice, doença grau 3 e para aquelas que apresentem doença extrauterina (linfonodos, ou invasão de órgãos adjacentes). Pacientes sem condições clínicas para RTE definitiva podem ser tratadas com a prescrição de doses hemostáticas.54 Tumores localmente avançados Radioterapia nos tumores localmente avançados As pacientes com tumores localmente avançados correspondem a uma população heterogênea que pertence aos estádios III e IV da classificação FIGO de 2009, incluindo tumores com extensão local, regional ou peritoneal, metástases para linfonodos pélvicos ou para-aórticos, ou invasão de bexiga e mucosa intestinal. A SG desse grupo de pacientes situa-se entre 20% e 60%. Uma análise dos padrões de falha revela incidência de 10% a 30% de falha local pélvica, de 5% a 20% de falha abdominal e de 20% a 35% de falha a distância. É senso comum a recomendação de tratamento combinado com RT e quimio- terapia (QT) após a cirurgia, se possível.55 A RT tem um papel bem definido no tratamento do câncer de endométrio localmen- te avançado e contribui de maneira significativa no controle local da doença, reduzindo a taxa de recidiva vaginal e pélvica.56 O benefício da QT, baseada principalmente nos fármacos cisplatina e doxorru- bicina, foi demonstrado em estudo randomizado do GOG, que incluiu 396 pacientes com câncer estádios III e IV (tendo o máximo de 2 cm de doença residual). Elas foram randomizadas para QT vs. RT de abdome total na dose de 30 Gy, seguida de um reforço Capítulo 22 • CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 323 de dose na região pélvica de 15 Gy (também em linfonodos para-aórticos grosseira- mente acometidos, conforme a necessidade). Com seguimento mediano de 74 meses, observou-se redução no risco de progressão [hazard ratio (HR) ajustada para estádio = 0,71; intervalo de confiança (IC) 95%: 0,55-0,91; p < 0,01] e no risco de morte (HR ajustada para estádio = 0,68; IC 95%: 0,52-0,89; p < 0,01) em favor do grupo que re- cebeu tratamento sistêmico.57 Em termos absolutos, aos cinco anos, 50% das pacientes tratadas com QT estavam vivas e livres de doença, em comparação com 38% para o braço tratado com RT. Nesse estudo, no entanto, as recidivas locorregionaisforam altas no braço da QT adjuvante (18%), reforçando a importância da RT adjuvante. Contudo, a RT de todo abdome está em desuso pela alta toxicidade. Ademais, 60% das pacientes ficaram impos- sibilitadas de terminarem o tratamento com RT.58 Portanto, para os estádios patológicos III a IV, é preferível a QT adjuvante de início, considerando-se a RT em pacientes jovens (RT pélvica incluindo ou não os linfonodos para-aórticos), associada ou não à braquiterapia vaginal após término do tratamento sis- têmico, embora essa estratégia não tenha sido formalmente analisada em nenhum estudo aleatorizado contemporâneo. Em pacientes idosas, com comorbidades importantes ou índice de desempenho limi- tado, recomenda-se somente RT adjuvante, que inclui RTE envolvendo a pelve com ou sem região para-aórtica e braquiterapia vaginal. Essa estratégia resultou em sobrevida de cinco anos em aproximadamente 60% em duas séries retrospectivas.59-60 Devido à escassez de pacientes com essa apresentação clínica (estádios III e IV), a literatura médica é escassa de referências robustecidas, havendo apenas séries retros- pectivas que avaliaram o papel da RT nesse estádio. Um desses estudos, incluindo 26 mulheres tratadas com RTE e braquiterapia endovaginal, revelou SG em cinco anos de 26%.61 Outra análise retrospectiva sugeriu que a RT seguida de cirurgia para as pacien- tes com boa resposta pode ser benéfica naquelas com câncer estádio clínico III.46 Uma série italiana revisou as pacientes com câncer estádios III e IV com objetivo de avaliar a eficácia e a toxicidade da QT seguida de RT convencional em 45 pacientes submetidas à cirurgia. Os resultados demonstraram que o tratamento combinado foi uma forma se- gura e eficaz no tratamento da neoplasia de endométrio.58 Hogberg et al. mostraram que o tratamento combinado é superior, com redução de 36% no risco de morte (HR: 0,64; IC 95%: 0,41-0,99; p = 0,04), por meio da análise de dois ensaios clínicos randomizados (NSGO-EC-9501/EORTC-55991 e ILIADE-III).63 � Quimioterapia adjuvante O estudo PORTEC 3 avaliou o benefício de quimioterapia adjuvante durante e após a radioterapia em comparação à radioterapia pélvica exclusiva para pacientes com câncer de endométrio de alto risco. Foram definidas como alto risco as pacientes com tumores es- tádio I, subtipo endometrioide, grau 3 associado à invasão miometrial profunda e/ou in- vasão vascular, estádio II ou III subtipo endometrioide ou estádio I a III subtipo seroso ou células claras. As pacientes receberam radioterapia isolada (48,6 Gy em frações de 1,8 Gy por 5 dias na semana) ou radioterapia associada a quimioterapia (dois ciclos de cisplatina 50 mg/m2 durante a radioterapia, seguido de quatro ciclos de carboplatina AUC 5 e pa- clitaxel 175 mg/m2). Os objetivos primários foram sobrevida global e sobrevida livre de DIRETRIZES ONCOLÓGICAS324 recaída. Foram recrutadas 686 pacientes. Não houve benefício em sobrevida global com a adição de quimioterapia, mas houve benefício em sobrevida livre de recaída. Baseado nos resultados negativos do estudo PORTEC 3, o uso de quimioterapia adjuvante na doença inicial estádio I e II de alto risco deve ser considerado apenas após discussão individuali- zada caso a caso.64 A QT adjuvante é considerada padrão na doença localmente avançada estádio III.49 O estudo GOG 122 avaliou 396 mulheres com câncer de endométrio estádios III e IV com citorredução cirúrgica para RT abdominal total ou QT com cisplatina e adriamici- na.41 A QT com cisplatina e adriamicina levou ao aumento da sobrevida livre de progres- são em relação à RT (HR: -0,71) e ao aumento da SG (HR: 0,68). O estudo GOG 17766 mostrou que a adição de paclitaxel ao esquema de cisplatina e adriamicina resultou em maior benefício que cisplatina e adriamicina, mas o benefício de sobrevida não foi confir- mado no estudo de fase III GOG 184.67 Devido às toxicidades do esquema TAP (paclitaxel, doxorrubicina e cisplatina), o estudo randomizado GOG 209, que avaliou 1.300 mulheres para receber carboplatina associada a paclitaxel vs. o esquema TAP, foi apresentado no congresso da Sociedade de Ginecologia Oncológica Americana em 2009 e mostrou resultados equivalentes de sobrevida livre de progressão (14 meses nos dois grupos, HR: 1,03) e SG (32 meses vs. 38 meses, HR: 1,01), mas com melhor perfil de toxicidade. O esquema do GOG 209 com carboplatina AUC 6 e paclitaxel 175 mg/m2 é o mais utilizado na atualidade, quatro ciclos na doença inicial e seis a oito ciclos na doença localmente avançada.68 Doença recorrente e metastática � Doença recorrente local exclusiva Em casos selecionados, RT de salvamento pode ser realizada em pacientes não ex- postas a esse tipo de tratamento inicialmente. Naquelas relativamente jovens e com bom índice de desempenho, faz-se interessante a estratégia da administração de QT conco- mitantemente à RT, com a consideração de cirurgia no contexto multidisciplinar. A RT no tratamento da doença recorrente local após cirurgia resulta em taxas de SG em cinco anos da ordem de 25% a 43%.69,70 A adição de QT aumenta o controle locorregional quando comparada à RT isolada, tanto em pacientes com carcinomas serosos quanto naquelas com carcinomas não seroso-papilíferos.71,72 � Doença sistêmica As opções para pacientes que progridem após QT adjuvante são limitadas. As taxas de resposta parecem estar relacionadas à resposta ao primeiro tratamento realizado como tempo de sobrevida livre de progressão.73 Uma análise retrospectiva de cinco estudos de fase III do grupo GOG mostrou que o intervalo livre de progressão (intervalo definido como tempo entre o fim da QT adjuvante e o diagnóstico da recaída) foi o fator prediti- vo para a sobrevida no tratamento da doença em recaída. Intervalo livre de progressão maior que seis meses comparado com intervalo livre de progressão menor que seis meses resultou em 30% de redução do risco de morte (HR: 0,7; IC 95%: 0,59-0,84) e melhora na SG (10 meses vs. 5 meses) após QT de segunda linha.74 Capítulo 22 • CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 325 Para pacientes que não receberam QT prévia, está indicado o esquema com dois fármacos como no tratamento adjuvante da doença localmente avançada, sendo a escolha carboplatina AUC 6 associada a paclitaxel 175 mg/m2.75 Outra opção é a combinação de cisplatina e adriamicina, como no estudo GOG 122.57 Não há trata- mento-padrão para segunda linha de QT paliativa. Na Tabela 22.2 estão listadas as taxas de respostas nos estudos de fase II com agentes isolados que podem ser utilizados nesse contexto. Tabela 22.2. Esquemas de quimioterapia para doença metastática Protocolo GOG N Fármacos Taxa de resposta % 86-I Sutton et al., 199676 33 Ifosfamida 24,3 86-M Homesley, 200577 52 Doxorrubicina lipossomal 11,4 129-C Lincoln et al., 200378 44a,b Paclitaxel 27,3 129-E Moore et al., 199979 25a Dactinomicina 12 129-H Muggia et al., 200280 42a Doxorrubicina lipossomal 9,5 129-J Miller et al., 200281 28a Topotecana 9 129-K Fracasso et al., 200682 52a Oxaliplatina 13,5 129-N Garcia et al., 200883 26a Docetaxel semanal 7,7 a Quimioterapia prévia; b Sem exposição prévia a paclitaxel. O papel da terapia hormonal é baseado em estudos retrospectivos. As taxas de res- posta aos progestágenos, tamoxifeno e inibidores de aromatase são de aproximadamente 15% a 20% e se referem aos tumores endometrioides de baixo grau, com expressão de receptores hormonais.84 Nesse perfil de pacientes com baixo volume de doença, assinto- máticas, podem ser uma opção razoável. Pembrolizumabe mostrou benefício em tumores sólidos com deficiência em enzimas de reparo ou com instabilidade microssatélites. Dessa forma pode ser considerado em pacientes com câncer de endométrio associado à síndro- me de Lynch e doença avançada.85 � Indicações de aconselhamento genético As pacientes portadoras de câncer de endométrio com os seguintes critérios deverão ser encaminhadas para aconselhamento genético (síndrome de Lynch):86 �Diagnóstico de câncer de endométrio < 50 anos; � Câncer de endométrio ≥ 50 anos + familiar de até 3o grau com câncer de endo- métrio ou colorretal em qualquer idade; � Câncer de endométrio sincrônico ou metacrônico com câncer colorretal; DIRETRIZES ONCOLÓGICAS326 � Amostra tumoral de câncer de endométrio com deficiência na expressão de pro- teínas de reparo e alta instabilidade de microssatélites; � Câncer de endométrio + dois tumores associados à síndrome de Lynch na mes- ma pessoa ou na história familiar. NOVAS PERSPECTIVAS Estudos em andamento com radioterapia O protocolo do grupo GOG 258 mostrará a RT concomitante com cisplatina versus somente cisplatina em 804 pacientes de estádio III-IVA.75 Estudos em andamento com fármacos-alvo na doença avançada Bevacizumabe em associação à carboplatina e paclitaxel tem sido estudado na doen- ça avançada com respostas promissoras.87 Everolimo associado à hormonioterapia tam- bém é objeto de pesquisa.88 A combinação de olaparibe e vistusertibe atingiu resultados promissores tanto na histologia endometrioide quanto na serosa, em estudo apresentado na ASCO 2018.89 O uso de metformina no câncer de endométrio foi avaliado em meta- nálise com evidência de que diminui progressão de doença e melhora sobrevida global.90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Forman D BF, Brewster DH, Gombe Mbalawa C, Kohler B, Piñeros M, Steliarova-Foucher E, Swaminathan R and Ferlay J. International Agency for Research on Cancer. 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