Buscar

Diretrizes-oncologicas_separata_Prostata

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Igor Alexandre Protzner Morbeck
Rafael Gadia
Nayara Rosina Chaves
Marcos Santos
CÂNCER DE 
PRÓSTATA
DiRETRizES ONCOlÓgiCAS
CÂNCER DE PRÓSTATA
igor Alexandre Protzner Morbeck
Rafael gadia
Nayara Rosina Chaves
Marcos Santos
iNTRODUÇÃO E EPiDEMiOlOgiA
O câncer de próstata é a segunda neoplasia mais comum no sexo masculino em todo 
o mundo, excluindo os tumores de pele (carcinomas basocelular e espinocelular), com 
uma estimativa de 1.100.000 casos anuais e levando à mortalidade aproximada de 307 
mil homens1. No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam 68.220 
casos novos de câncer de próstata para cada ano do biênio 2018-2019. Esses valores 
correspondem a um risco estimado de 66,12 casos novos a cada 100 mil habitantes em 
nosso país2.
FATORES DE RiSCO
Alguns fatores de risco são conhecidos, como idade, história familiar, alterações ge-
néticas e dieta rica em gordura. Há uma relação com etnia (negros apresentam mais 
risco, enquanto asiáticos, menos risco), mas essa diferença parece estar associada a fatores 
hormonais, dietéticos, socioeconômicos e perfis genéticos dessas populações3.
DiAgNÓSTiCO E ESTADiAMENTO
O rastreamento do câncer de próstata é responsável pelo diagnóstico precoce da 
doença e, em países onde essa prática é rotina, grande parte dos diagnósticos é feita com 
a doença confinada ao órgão, em estádio inicial4.
A suspeita diagnóstica do câncer de próstata é feita pela observação da elevação dos 
níveis séricos do antígeno prostático específico (PSA) ou, clinicamente, pelo toque retal, 
seja por alteração da consistência da glândula, seja pela presença de nodulação.
Diretrizes OncOlógicas2
A introdução do PSA na prática clínica mudou o enfoque do câncer de próstata. Um 
maior número de casos passou a ser diagnosticado (principalmente nos jovens, muitas 
vezes saudáveis e com elevada expectativa de vida), e as recorrências passaram a ser diag-
nosticadas mais precocemente. Para o diagnóstico da doença, o valor preditivo positivo 
para valores de PSA acima de 4 ng/ml é de 31% a 54%, que pode ser superior se associa-
do a exame de imagem e ao toque retal positivo3.
O diagnóstico do câncer de próstata pode ser realizado por biópsia guiada por res-
sonância magnética, preferencialmente, ou por biópsia guiada por ultrassonografia, de-
pendendo do acesso médico. Recomenda-se triagem com ressonância magnética antes da 
realização de biópsia.
Em relação ao exame de estadiamento, o estudo PROMIS demonstrou que, para 
pacientes com PSA elevado, o uso de ressonância magnética multiparamétrica antes da 
biópsia guiada por ultrassonografia reduziu em até 27% as biópsias desnecessárias. Tam-
bém houve redução de 5% do diagnóstico de tumores clinicamente insignificantes e au-
mento em 18% do diagnóstico de câncer clinicamente significativo, quando comparado 
com a biópsia associada à ultrassonografia5.
No estudo PRECISION, foi demonstrado o valor da ressonância magnética para 
triagem e para a realização de biópsia. Os pacientes com PSA elevado ou exame di-
gital suspeito foram randomizados para realizar ressonância magnética, com biópsia 
somente se necessário pelos critérios do exame, ou ser submetidos à biópsia guiada 
por ultrassonografia. No grupo dos pacientes que realizaram ressonância, em 28% 
não foram encontrados sinais sugestivos de câncer, tendo sido, portanto, poupados de 
biópsia. O uso de ressonância também resultou em taxa significativamente maior de 
diagnóstico de câncer de próstata clinicamente significativo, além de menor taxa de 
diagnóstico de doença clinicamente insignificante, quando comparada à biópsia guia-
da por ultrassonografia6.
O adenocarcinoma de ácinos prostáticos representa em torno de 99,5% de todos os 
cânceres que acometem a glândula. Porém, a apresentação patológica tem variabilidade 
de aspectos morfológicos e arquiteturais, fazendo desse um tumor único, com uma forma 
de graduação muito particular. A heterogeneidade morfológica do adenocarcinoma da 
próstata é descrita pela graduação histológica de Gleason, a qual separa os tumores em 
cinco padrões, entre eles o padrão 1, sendo o tumor bem diferenciado, e o padrão 5, re-
presentando o tumor indiferenciado7.
Atualmente, a recomendação é utilizar o sistema de classificação prognóstica elabo-
rado pela Sociedade Internacional de Patologia Urológica (ISUP) (Tabela 1)8. 
Tabela 1.   Grupos prognósticos para o adenocarcinoma de próstata
Grupo I Adenocarcinomas com escore de Gleason ≤ 6
Grupo II Adenocarcinomas com escore de Gleason 7 (3+4)
Grupo III Adenocarcinomas com escore de Gleason 7 (4+3) 
Grupo IV Adenocarcinomas com escore de Gleason 8 
Grupo V Adenocarcinomas com escore de Gleason 9 e 10 
3CÂNCER DE PRÓSTATA
Em homens com diagnóstico inicial da doença, os mais importantes fatores prog-
nósticos são: estadiamento, grau histológico (escore de Gleason) e nível sérico do PSA. 
Além desses, são importantes os seguintes fatores na tomada de decisão terapêutica: 
idade, comorbidade(s), potencial de complicação de cada modalidade de tratamento e 
preferência individual.
O estadiamento padrão é o proposto pela American Joint Committee on Cancer (AJCC)/
Union for International Cancer Control (UICC) (Tabela 2).
Tabela 2.  AJCC, 8a edição
Tx Tumor primário não pode ser avaliado
T0 Sem evidência de tumor primário
T1
T1a
T1b
T1c
Tumor clinicamente não aparente, não palpável ou não visibilizado em estudo de imagem
Achado histológico incidental em ≤ 5% de tecido ressecado
Achado histológico incidental em ≥ 5% de tecido ressecado
Identificado por biópsia com agulha
T2
T2a
T2b
T2c
Tumor confinado ao interior da próstata
Confinado ao interior da próstata
Envolve metade de um lobo ou menos
Envolve mais da metade de um lobo, porém não os dois lobos
T3
T3a
T3b
Tumor estende-se além da cápsula da próstata 
Extensão extracapsular uni ou bilateral
Invade a vesícula seminal
T4 Tumor fixo ou invade estruturas adjacentes outras além da vesícula seminal: esfíncter externo, reto, elevador do ânus 
e/ou parede pélvica
(N)
NX
N0
N1
Linfonodos regionais
Os linfonodos regionais não podem ser avaliados
Ausência de metástase em linfonodos regionais
Metástase em linfonodos regionais
(M)
M0
M1
M1a
M1b
M1c
Metástase a distância
Ausência de metástases a distância
Metástase a distância
Linfonodos não regionais
Osso
Outros locais
Estadiamento patológico
pT2 Confinado à próstata
pT3
pT3a
pT3b
Extensão extraprostática
Extensão extraprostática (unilateral ou bilateral) ou invasão microscópica do colo vesical
Tumor invade a vesícula seminal
pT4 Tumor está fixo ou invade outras estruturas adjacentes, que não as vesículas seminais, como esfíncter externo, reto, 
bexiga, musculatura elevadora pélvica e/ou parede pélvica
Diretrizes OncOlógicas4
Estádio T N M PSA Grupo prognóstico
I T1a-c, cT2a
pT2a
N0
N0
M0
M0
< 10
< 10
1
1
IIA CT1a-c, cT2a, pT2
cT2b-c
N0
N0
M0
M0
≥ 10 < 20
< 20
1
1
IIB T1-2 N0 M0 < 20 2
IIC T1-2
T1-2
N0
N0
M0
M0
< 20
< 20
3
4
IIIA T1-2 N0 M0 ≥ 20 1-4
IIIB T3-4 N0 M0 Qualquer 1-4
IIIC Qualquer T N0 M0 Qualquer 5
IVA Qualquer T N1 M0 Qualquer Qualquer
IVB Qualquer T Qualquer M1 Qualquer Qualquer
A oitava edição da AJCC, de 2017, incorporou, além da extensão anatômica, o nível 
sérico do PSA pré-tratamento e o escore de Gleason, conforme evidenciado anteriormente.
QUADRO ClÍNiCO
A maioria dos pacientes com neoplasia de próstata é assintomática. Entretanto, em 
casos de invasão uretral, podem ocorrer sintomas obstrutivos, como hesitação urinária, 
diminuição do jato urinário, bem como esvaziamento incompleto da bexiga. Além disso, 
podem apresentar sintomas irritativos, como urgência urinária, disúria e até mesmo in-
continência. Quando há envolvimento da uretra prostática e do trígono vesical, é comum 
a presença de hematúria9.
ClASSiFiCAÇÃO DOS gRUPOS DE RiSCO
Para dividir os pacientes com câncer de próstata em diferentes grupos prognósticos 
e auxiliar na escolha do melhor tratamento, algumas classificações de risco foram propos-
tas,sendo a mais utilizada atualmente a do National Comprehensive Cancer Network (NCCN)10, 
que é definida da seguinte maneira (Tabela 3):
Tabela 3.   National Comprehensive Cancer Network (NCCN)
NCCN Fatores prognósticos 
Risco muito baixo T1-T2a e PSA < 10 e Gleason ≤ 6 com menos de três fragmentos de biópsia 
positiva, ≤ 50% de tumor e densidade de PSA < 0,15 ng/ml/g
Baixo risco T1-T2a e PSA < 10 e Gleason ≤ 6
Risco intermediário
Favorável
Desfavorável
T2b-c ou PSA 10-20 ou Gleason 7
Gleason 3+4, porcentagem de tumor < 50%, invasão perineural negativa e 
velocidade do PSA < 2 ng/ml/ano
Gleason 4+3, porcentagem de tumor > 50%, invasão perineural positiva, 
velocidade do PSA > 2 ng/ml/ano
Alto risco T3a ou PSA ≥ 20 ou GS 8-10
Risco muito alto (localmente avançado) T3b-T4
5CÂNCER DE PRÓSTATA
Outros fatores prognósticos podem ser considerados úteis em predizer mais risco de 
recidiva da doença antes ou após o tratamento local: percentual de biópsias positivas11, 
invasão perineural12 e células tumorais circulantes13.
TRATAMENTO DA DOENÇA lOCAlizADA
O planejamento da doença localizada em homens recém-diagnosticados com cân-
cer de próstata depende de cuidadosa avaliação pré-tratamento do risco de recorrência 
locorregional ou de metástase a distância, combinada com vários fatores, como idade 
do paciente, expectativa de vida, comorbidades médicas, performance status, presença ou 
ausência de sintomas prostáticos, preferência individual do paciente e custo financeiro. 
Dessa forma, os fatores-chave nessa tomada de decisão incluem o estadiamento da doen-
ça, o nível do PSA pré-tratamento e o grau de Gleason descrito na biópsia.
As recomendações de tratamento devem ser baseadas em uma estratificação de risco 
da doença corroborada por guidelines produzidos pela Associação Americana de Urologia 
(AUA), pela Associação Europeia de Urologia (EAU) e pelo NCCN. As principais mo-
dalidades terapêuticas incluem prostatectomia radical (PR), radioterapia (RT) externa, 
braquiterapia (BT) e vigilância ativa (VA).
O importante e recente estudo conhecido como Protect-T foi desenhado para ava-
liar a eficácia das três principais modalidades de conduta no câncer de próstata localiza-
do: a cirurgia, a RT e a VA14. Nesse estudo de três braços, 545 homens foram alocados 
para monitorização ativa, 553, para PR e 545, para RT. Os resultados mostram que a 
mortalidade pelo câncer de próstata permanece baixa em dez anos (em torno de 1%), 
independentemente de qual modalidade de tratamento tenha sido instituída. Um total de 
204 homens teve progressão da doença, incluindo metástases a distância. A incidência foi 
maior no grupo da VA (112 homens versus 46 no grupo da RT e 46 no grupo da cirurgia; 
p < 0,001). As taxas de falha ao tratamento primário ocorreram em 18 pacientes no braço 
da cirurgia e em 55 no braço da RT. Essas diferenças mostram mais eficácia da terapia 
inicial sobre a monitorização ativa, porém isso não foi traduzido em uma diferença signi-
ficativa na mortalidade câncer-específica nem por outras causas.
Pacientes com doença localizada de riscos baixo e intermediário
Para os pacientes com doença em estádio inicial de riscos baixo e intermediário, as 
opções terapêuticas são PR, RT com ou sem hormonoterapia (HT) ou VA10. Um grande 
número de pacientes diagnosticados tem doença indolente, sendo a VA uma opção no 
manejo deles. Os critérios para indicação da VA variam entre instituições, mas, em geral, 
todos levam em consideração o estadiamento clínico, PSA, Gleason e o volume do tumor 
(porcentagem de tumor em cada fragmento, porcentagem total e número de fragmentos 
envolvidos)15. Em resumo, favorece-se a opção de VA nos pacientes com:
 � tumores de risco muito baixo, com expectativa de vida inferior a 20 anos;
 � tumores de baixo risco, com expectativa de vida inferior a dez anos;
 � tumores de risco intermediário favorável, com expectativa de vida inferior a dez 
anos em casos selecionados.
Diretrizes OncOlógicas6
Os pacientes em VA são acompanhados com medidas de PSA trimestrais ou semes-
trais, toque retal e repetição de biópsias anuais, podendo variar, dependendo do protocolo 
institucional. A ressonância magnética multiparamétrica, por ter elevado valor preditivo 
negativo para progressão tumoral, pode ser uma opção para a seleção de doentes e tam-
bém para o seguimento, já que pode estar associada à redução do número de biópsias de 
reavaliação necessárias, adiando o tratamento definitivo e sem comprometer a sobrevida 
do paciente16.
A PR envolve a exérese da próstata e vesículas seminais, com ou sem esvaziamento 
das cadeias linfonodais pélvicas, e pode ser realizada por via retropúbica, perineal, lapa-
roscópica ou robótica. Não existem, ainda, evidências científicas de boa qualidade que 
demonstrem superioridade de uma técnica em relação a outra, no que diz respeito ao 
controle da doença17,18. Muitos autores admitem que pacientes que tenham PSA inferior a 
10 ng/ml e escore patológico de Gleason menor do que 7 na biópsia não necessitariam da 
realização de linfadenectomia de rotina19. Em relação aos resultados baseados nos estudos 
randomizados publicados, a PR apresenta bons resultados na redução da mortalidade 
câncer-específica e progressão local e sistêmica da doença20.
A RT apresentou um grande avanço nas últimas décadas, graças ao surgimento da 
RT tridimensional (RT3D) e da RT com radioterapia de intensidade modulada (IMRT), 
que possibilitaram o escalonamento da dose total entregue à glândula prostática sem au-
mentar as taxas de complicações, quando comparadas com a RT convencional (RT2D)21. 
Em uma metanálise de estudos clínicos randomizados que comparou RT com dose alta 
(> 70 Gy) versus dose baixa (≤ 70 Gy), os pacientes tratados com dose alta apresentaram 
mais chance de controle da doença em cinco anos com taxas de complicações aceitáveis22.
Já a BT, eventualmente utilizada no câncer de próstata de baixo risco, utiliza o im-
plante permanente de sementes radioativas (baixa taxa de dose) ou por meio de cateteres 
com fonte de irídio (alta taxa de dose)23. Uma vantagem dessa técnica, quando comparada 
com a RT, é a rapidez na sua execução, com rápido retorno às atividades normais do 
paciente24. A sobrevida livre de recorrência bioquímica em séries retrospectivas com BT 
varia de 83% a 90%25.
Para pacientes com doença de risco intermediário submetidos à RT, a associação de 
HT por um período de seis meses pode ser benéfica, especialmente nos que recebem do-
ses inferiores a 70 Gy. D’Amico et al.26 publicaram um estudo de fase III em que pacientes 
portadores de câncer de próstata T1bT2b com PSA maior que ou igual a 10 ng/ml e 
menor que 40 ng/ml ou Gleason maior que ou igual a 7 foram submetidos à RT exclusiva 
com dose de 70 Gy versus RT com a mesma dose associada a seis meses de HT27. Após 
um seguimento mediano de oito anos, os pacientes que receberam HT apresentaram um 
benefício absoluto em sobrevida global de 10% (p = 0,04).
Apesar do benefício clínico, a HT pode causar vários efeitos colaterais indesejáveis, 
como disfunção erétil, diabetes, perda de massa óssea e, consequentemente, mais risco de 
fraturas e aumento do risco de doenças cardiovasculares28,29. Mesmo quando utilizada em 
um período curto (seis meses), foi demonstrado que HT pode impactar a qualidade de 
vida dos pacientes, especialmente a função sexual. Levando em consideração os efeitos 
colaterais causados pela HT, associados à grande heterogeneidade dos pacientes de risco 
intermediário (subdivisão em favoráveis e desfavoráveis), a HT pode ser suprimida em 
7CÂNCER DE PRÓSTATA
pacientes de risco intermediário favorável submetidos à RT com dose maior que 74 Gy. A 
Tabela 4 compara as toxicidades entre as modalidades de tratamento.
Tabela 4.  Comparação entre toxicidades das diferentes modalidades de tratamento
Toxicidade Braquiterapia Radioterapia externa Prostatectomia radical
Incontinência urinária 0% a 10% 3% a 10% 50% (em 3 meses); 20% (em 6 meses) e 
7% (acima de 12 meses)Disfunção erétil 30% 40% 30%
Estenose de uretra 12% 3% 5%
Pacientes com doença de alto risco
Pacientes cujo estadiamento sugere doença avançada localmente (T3a, T3b ou T4), 
com eventual envolvimento de vesícula seminal ou invasão de órgãos adjacentes, são clas-
sificados como de alto risco para progressão ou recorrência. Além disso, a presença do 
padrão 4 ou 5 de Gleason e fragmentos de biópsia com escore 8 a 10 são também classifi-
cados como tal. Nesse grupo de pacientes, o estadiamento-padrão deve ser realizado com 
ressonância nuclear magnética (RNM) da pelve (ou como segunda opção de tomografia) 
e cintilografia óssea.
As opções de tratamento nesse cenário podem ser:
 � radioterapia associada à HT de longa duração;
 � prostatectomia associada à linfadenectomia pélvica estendida.
A HT isolada, embora promova controle sistêmico da doença, deve ser reservada 
a pacientes com expectativa de vida limitada ou com comorbidades, que apresentam 
PSA em elevação e não toleram psicologicamente a conduta expectante. A HT isolada 
por toda a vida é inferior à combinação com RT em termos de mortalidade com causa 
específica ou por qualquer causa em 15 anos, ilustrando o valor inequívoco da RT no 
tratamento da doença localmente avançada15.
Estudos randomizados demonstraram que, para pacientes com câncer de próstata 
de alto risco e/ou doença volumosa na próstata (T3 e T4), a associação da HT à RT 
aumenta as taxas de sobrevida global e o controle da doença quando comparados com 
aqueles submetidos à RT sem HT30,31. Bolla et al. randomizaram 415 pacientes com cân-
cer de próstata de alto risco em dois grupos: o primeiro recebeu RT isolada com dose de 
70 Gy e o segundo, RT com 70 Gy associada à HT por três anos. Os resultados encon-
trados após nove anos de seguimento mediano demonstraram uma chance de morte pelo 
câncer de próstata em dez anos de 10% para o grupo que recebeu RT associada à HT e 
de 30% para o grupo que recebeu RT exclusivamente (p < 0,0001)32.
O tempo ideal de HT na associação à RT para pacientes de alto risco é um tema 
bastante estudado. Sabe-se que seis meses é inferior a 24 a 36 meses33, entretanto 18 meses 
de bloqueio androgênico parecem ser suficientes34. Já na era da RT com escalonamento 
de dose, Zapatero et al. compararam RT com dose de 76 a 82 Gy associada a quatro meses 
de HT versus RT com a mesma dose associada a 28 meses de HT em pacientes de riscos 
intermediário (45%) e alto (55%). Após seguimento mediano de 63 meses, a sobrevida 
Diretrizes OncOlógicas8
global em cinco anos foi melhor para os pacientes submetidos à RT associada à HT por 
28 meses (95% versus 86%; p = 0,01). Esse benefício só foi demonstrado para o grupo de 
pacientes com doença de alto risco35.
O nível sérico do PSA é importante na monitorização pós-tratamento. Para pa-
cientes com níveis de PSA indetectáveis após cirurgia, uma monitorização cuidadosa 
deve ser feita com dosagens trimestrais e toque retal a cada três meses. Se elevação do 
PSA for detectada, o cálculo do tempo de duplicação do PSA (https://www.mskcc.org/
nomograms/prostate/psa_doubling_time) poderá ser importante para predizer maior 
chance de recorrência local ou a distância. Na recidiva bioquímica, tomografia por 
emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET-CT) com antígeno prostático 
específico de membrana (PSMA) é um exame importante, podendo detectar o sítio 
de recidiva mesmo em níveis baixos de PSA (41% de valor preditivo positivo para 
PSA < 0,5 ng/ml, chegando a 99% para PSA ≥ 5,0 ng/ml)36.
RADiOTERAPiA ADJUVANTE E DE SAlVAMENTO EM lEiTO PROSTÁTiCO
Radioterapia adjuvante
Três estudos de fase III, o European Organization for Research and Treatment of Cancer 
(EORTC) 22911, o South West Oncology Group (SWOG) 8794 e o Arbeitsgemeinschaft 
Radiologische Onkologie (ARO) testaram o valor do uso imediato da RT pós-operatória. 
O EORTC (22911) randomizou 968 homens, pT23N0M0, quando apresentavam pelo 
menos um dos seguintes fatores de risco pós-PR: perfuração capsular, margem positiva 
(incluindo ápice) ou invasão de vesícula seminal. O braço controle foi mantido em ob-
servação, apenas recebendo tratamento adicional (RT, HT) na recidiva bioquímica ou 
clínica. O outro braço recebeu 60 Gy adjuvante e o intervalo após a cirurgia chegou até 
quatro meses. Os resultados desse estudo mostraram significativo ganho na sobrevida livre 
de progressão bioquímica e no controle local. Esses efeitos não se traduziram em benefí-
cios da sobrevida global. É possível que o fato de a metade das recidivas ter recebido RT 
de salvamento tenha impedido que tal ganho se manifestasse37.
O SWOG (8794) realizou um estudo com o mesmo critério de eleição (pT3N0/
margem positiva), menor número de pacientes (n = 435 pacientes), mesmos braços de 
randomização, mas mais tempo de seguimento (mediana de dez anos). Em uma primeira 
publicação, o estudo falhou em demonstrar diferença em seu objetivo primário: sobrevida 
livre de metástase, assim como sobrevida global. Entretanto, a RT adjuvante novamente 
mostrou menor recidiva bioquímica e diminuiu o risco de receber HT. Em sua atuali-
zação, esse estudo demonstrou um inesperado predomínio de falências locais para esse 
subgrupo de alto risco, realçando o papel da RT. O uso da RT adjuvante diminuiu as 
falhas locais e metástases a distância. O estudo sugere também que o controle bioquímico 
é inferior quando a RT é usada somente na recidiva, independentemente do nível de 
PSA, o que impossibilita a tentativa de definir até quando a RT pode ser retardada nesse 
subgrupo de pacientes38.
O temor das complicações da RT pós-operatória não tem se confirmado. As com-
plicações tardias graus 3 e 4 no estudo do EORTC foram semelhantes nos dois braços e 
menores que 5%. Já o SWOG, que não estratificou o grau de complicações, mostrou 23% 
de complicações gerais no braço da RT versus 11%. Proctite e sangramento retal ocorre-
9CÂNCER DE PRÓSTATA
ram em 3%. Incontinência urinária total foi incomum (6% versus 2%; p = 0,11). Embora 
haja um racional para mais incidência de disfunção erétil, a literatura é escassa, faltando 
comprovação de que a RT pós-operatória seja deletéria39.
Radioterapia de resgate
A recidiva bioquímica é a elevação do PSA após a PR, definida por dois aumentos 
consecutivos ou dosagem sérica superior a 0,2 ng/ml, e atinge 20% a 40% dos pacien-
tes operados40.
Trock et al. realizaram um estudo retrospectivo incluindo 635 pacientes com re-
corrência bioquímica após cirurgia e compararam a sobrevida causa-específica de pa-
cientes que não receberam tratamento de resgate no momento da elevação de PSA 
(n = 397) com a daqueles tratados com RT de salvamento isolada (n = 160) ou associada 
a tratamento hormonal (n = 78). A RT de salvamento foi associada à redução do risco 
de morte da ordem de três vezes em comparação com observação quando da recidiva 
bioquímica (p < 0,001), mas esse benefício foi restrito aos que tinham tempo de dupli-
cação de PSA inferior a seis meses e com recidiva bioquímica em período menor que 
dois anos da cirurgia41.
A ausência de métodos de imagem que localizem a doença eficazmente tornou a 
avaliação de resultados de RT pós-operatória um método seguro para distinguir grupos 
prognósticos e guiar a terapêutica. Nesse contexto, Stephenson et al. publicaram uma série 
retrospectiva de RT de salvamento42. Em uma análise multivariada, cinco fatores foram 
identificados como preditores de sucesso do salvamento: margem positiva, Gleason 2 a 7, 
PSA pré-RT menor que ou igual a 2, doubling time de PSA superior a dez meses e vesícula 
seminal livre. 
Além disso, pacientes com PSA pré-RT menor que ou igual a 0,6 evoluíram sig-
nificativamente melhor, quando comparados com aqueles com níveis de 0,61 a 2,0 ou 
superiores a 2,0. Embora criticável, esse dado sugere que o emprego precoce da RT 
produz resultados mais favoráveis, como foi recentemente demonstrado no estudo de 
Tendulkar et al. Nessa atualização, 2.460 pacientes foram seguidos por cinco anos eavaliados por meio de um nomograma, concluindo-se que a RT de salvamento precoce 
com baixos níveis de PSA pós-PR está associada a menores taxas de falha bioquímica 
e metástases a distância43.
Shipley et al. avaliaram 760 pacientes com recidiva bioquímica (T23N0) e compa-
raram RT de resgate versus RT de resgate com bicalutamida (150 mg por dia). Após 13 
anos de seguimento, os resultados favoreceram o braço que associou a bicalutamida por 
24 meses, com redução das taxas de mortalidade câncer-específica (5,8% no grupo bica-
lutamida, em comparação com 13,4% no grupo placebo; p < 0,001), sobrevida global 
(76,3% no grupo bicalutamida, em comparação com 71,3% no grupo placebo; p = 0,04) 
e incidência de metástases (14,5% no grupo bicalutamida, em comparação com 23% no 
grupo placebo; p = 0,005)44.
Outro ensaio clínico, francês (GETUG-AFU16), igualmente randomizou 743 pa-
cientes com recidiva bioquímica pós-PR para receber seis meses de HT (10,8 mg de 
gosserrelina) no primeiro dia da RT e após três meses (n = 369) versus RT exclusiva 
Diretrizes OncOlógicas10
(n = 374). A sobrevida livre de progressão bioquímica em cinco anos do grupo tratado 
foi de 80% versus 62% no grupo não tratado (p = 0,0001)45.
Atualmente, alguns estudos prospectivos randomizados de fase III estão em anda-
mento para auxiliar, no futuro, a tomada de decisões: o SWOG (S0611), que compara 
RT de salvamento versus RT de salvamento associada a docetaxel; o Radiation Therapy 
Oncology Group (RTOG) 0534, com três braços associando HT, RT de leito prostático e 
RT de drenagens linfáticas; o RADICALS46, do grupo canadense que compara RT de 
salvamento versus adjuvância e, ainda, randomiza esses pacientes para o uso de HT por 
seis meses versus 24 meses; por fim, o Radiotherapy Adjuvant Versus Early Salvage (RAVES), 
que testa a hipótese de que observação com RT de resgate precoce não é inferior à RT 
adjuvante em relação à falha bioquímica em pacientes pT3 e/ou com margens cirúrgicas 
positivas pós-PR47.
Na ASCO de 2019 foi apresentado o estudo GETUG 16, que randomizou pa-
cientes com neoplasia de próstata anteriormente tratados com prostatectomia e que 
estavam apresentando aumento dos níveis de PSA, caracterizando recidiva bioquímica. 
O braço A foi tratado com 46 Gy sobre a pelve (se houvesse risco de recidiva segundo 
o escore de Partin > 10% e na ausência de avaliação linfonodal) e 66 Gy sobre a loja 
prostática. O braço B recebeu o mesmo tratamento local, associado à hormonoterapia 
(gosserrelina 10,8 mg, sendo a primeira injeção aplicada no primeiro dia de radiotera-
pia e a segunda, três meses após). Observou-se melhor sobrevida livre de metástases em 
cinco (94% versus 89% para o grupo que não recebeu HT) e dez anos (75% versus 69%), 
com p = 0,0348.
No Congresso da European Society of Medical Oncology (ESMO) de 2019 foram apresen-
tados os primeiros resultados do estudo RADICALS, que sugere que não há benefícios 
advindos da aplicação da radioterapia adjuvante, em comparação a uma estratégia que 
envolva observação e uso de radioterapia precoce, ao menor sinal de aumento do PSA. 
O benefício óbvio dessa segunda estratégia de tratamento é que muitos homens acabam, 
ao seguir a observação, não necessitando, em nenhum momento, da aplicação da terapia 
com radiações, evitando seus efeitos secundários. 
Neste estudo, foram incluídos 1.396 pacientes submetidos à prostatectomia e rando-
mizados para radioterapia adjuvante ou observação e aplicação da radioterapia no caso 
de PSA ≥ 0,1 ng/ml (ou três aumentos consecutivos de qualquer magnitude). Os dados 
ainda estão imaturos para o desfecho principal do estudo, sobrevida livre de metástases. 
Foram apresentados os resultados de sobrevida livre de recorrência bioquímica (bPFS), 
definida como PSA ≥ 0,4 ng/ml pós-RT; PSA ≥ 2,0 ng/ml, progressão local ou sistêmica, 
iniciação de hormonoterapia ou morte relacionada a câncer de próstata. Após um acom-
panhamento médio de cinco anos, 93% dos pacientes no braço da radioterapia adjuvante 
iniciaram o tratamento em cinco meses. Além disso, 33% dos pacientes do braço de tera-
pia de radiação de resgate iniciaram a RT oito anos após a randomização. 
Nos dois grupos, cerca de um quarto dos homens foram submetidos à terapia hormo-
nal em combinação com a radioterapia, o que foi permitido como parte do protocolo do 
estudo. No total, houve 169 eventos, 87 no grupo de radioterapia adjuvante e 82 no grupo 
de radioterapia de resgate. A bPFS em cinco anos foi de 85% para o braço de terapia de 
radiação adjuvante e 88% para a radioterapia de resgate, com hazard ratio (HR) de 1,10 
(intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,81 a 1,49; P = 0,56). A terapia hormonal sem 
11CÂNCER DE PRÓSTATA
protocolo (isto é, a terapia hormonal administrada para fins paliativos posteriormente) 
teve taxa de risco de 0,88 para radioterapia adjuvante (IC de 95%: 0,59-1,33; P = 0,53). 
Em comparação com uma política de radioterapia precoce, concluiu-se que a radio-
terapia adjuvante não melhorou a bPFS nem o tempo para promover terapia hormonal. 
No entanto, enfatiza-se que será necessário um acompanhamento mais longo para avaliar 
o efeito da radioterapia adjuvante nas metástases e na sobrevida. A radioterapia adjuvan-
te aumentou as morbidades urinária e intestinal. Esses resultados corroboram o uso de 
radioterapia de resgate precoce para falha do PSA após prostatectomia radical49.
TÉCNiCA DE RADiOTERAPiA
iMRT versus RT3D
Poucos estudos prospectivos que compararam as taxas de toxicidades quando uti-
lizada RT3D ou IMRT foram publicados. Um estudo de fase III randomizou pacientes 
com câncer de próstata e doença localizada para receber as doses de 70,2 Gy versus 
79,2 Gy. No grupo que recebeu a maior dose, uma parte dos pacientes foi submetida 
à RT3D e outra, à IMRT. As taxas de complicações grau ≥ 2 geniturinário (GU) e 
gastrointestinal (GI) foram comparadas entre as duas técnicas e os resultados encontra-
dos foram melhores quando a técnica utilizada foi a IMRT (9,7% versus 15,1%). Viani 
et al. compararam as taxas de toxicidade agudas e tardias em pacientes submetidos à 
RT3D versus IMRT com dose total de 70 Gy entregue em 25 frações de 2,8 Gy por dia. 
Pacientes submetidos à RT3D apresentaram 12,3% de toxicidade tardia grau ≥ 2 GU 
versus 3,7% com IMRT (p= 0,02) e 21,7% de toxicidade tardia GI grau ≥ 2% versus 
6,4% com IMRT (p = 0,001)50.
Atualmente, a IMRT é considerada padrão na maioria dos grandes centros de RT 
do mundo, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, uma vez que, com essa tecno-
logia, é possível entregar doses altas sem aumentar os riscos de efeitos colaterais. Entretan-
to, em países com menor renda, especialmente pelo incremento importante no custo do 
tratamento, a IMRT encontra-se disponível para uma minoria da população.
Hipofracionamento em próstata
Por meio do estudo da radiobiologia dos tumores de próstata, sabe-se que doses 
maiores por fração podem ter mais efeito tumoricida. Atualmente, estudos prospectivos 
estão sendo desenvolvidos com a justificativa de que o hipofracionamento no tratamento 
do câncer de próstata possui a vantagem de diminuir o número de frações, além de facili-
tar mais a adesão do paciente ao tratamento.
O maior estudo já publicado é o Conventional or Hypofractionated High-Dose Intensity- 
-Modulated Radiotherapy for Prostate Cancer (CHHiP) com mais de 3 mil pacientes. Nesse 
estudo, foram comparados três fracionamentos de RT: 74 Gy em 37 frações de 2 Gy; 
60 Gy em 20 frações de 3 Gy; 57 Gy em 19 frações de 3 Gy. O objetivo primário era 
demonstrar não inferioridade do esquema hipofracionado em relação ao fracionamento 
convencional. Após seguimento mediano de cinco anos, a sobrevida livre de doença foi 
semelhante nos três grupos (88,3%, 90,6% e 85,9%, respectivamente; p < 0,05), não 
tendo havido diferença nas taxas de toxicidades tardias GU e GI. É importante ressaltar 
Diretrizes OncOlógicas12
que a maioria desses pacientes recebeu o tratamento com a técnica IMRT associadaa 
recursos de radioterapia guiada por imagem (IGRT) para acompanhar a movimentação 
da próstata e o posicionamento diário do paciente51.
A radioterapia estereotáxica corpórea (SBRT) ou radioterapia estereotáxica ablativa 
(SABR) está atualmente sendo usada no tratamento do câncer de próstata por meio de 
altas doses em poucas frações (1 a 5) com RT externa52. Nas séries publicadas por Kupelian 
et al.51, o uso da SBRT em pacientes com câncer de próstata localizado demonstrou alta 
eficácia, além de resultados favoráveis para toxicidades retal e sexual, em comparação com 
outras técnicas de radiação e cirurgia. Como os estudos com essa técnica ainda apresentam 
seguimento clínico curto, trata-se de uma indicação considerada experimental53,54.
DOENÇA OligOMETASTÁTiCA
Após o tratamento definitivo na doença localizada, alguns pacientes podem even-
tualmente evoluir para metástases em alguns poucos sítios, habitualmente linfonodais e 
ósseas. Atualmente, não há um alto nível de evidência para o manejo ótimo nessa situa-
ção. Muitos casos de doença oligometastática são diagnosticados por meio de exames de 
imagem de maior sensibilidade e especificidade, como PET/CT marcada com fluoreto 
ou principalmente com PSMA.
O papel da terapia direcionada a algum sítio metastático (exemplo de linfadenec-
tomia regional ou radioterapia estereotáxica – SBRT – em metástase óssea) permanece 
incerto até o momento, e a decisão sobre o tratamento requer a cuidadosa avaliação de 
fatores relacionados ao paciente, como localização da metástase, intervalo livre de doen-
ça, idade e comorbidades.
Uma metanálise identificou 20 séries de casos alocando 728 pacientes com recorrên-
cia linfonodal53. Cerca de dois terços dos pacientes foram manejados com linfadenecto-
mia e um terço, com RT. Aproximadamente metade dos pacientes estava livre de progres-
são após um seguimento relativamente curto. Dados adicionais de estudos prospectivos 
no futuro são necessários e importantes para determinar o papel das terapias direcionadas 
a metástases na doença oligometastática. À luz dos poucos dados atuais, a tomada de 
decisões deve ser preferencialmente feita em um ambiente de discussão interdisciplinar.
DOENÇA NÃO METASTÁTiCA RESiSTENTE À CASTRAÇÃO
Uma recente revisão sistemática mostrou que entre 10% e 20% dos pacientes com 
câncer de próstata desenvolvem doença resistente à castração em um período de até cin-
co anos de seguimento. Aproximadamente 80% desses homens apresentarão progressão 
de doença a distância. Porém, considerando-se os pacientes sem sinais de metástases, a 
presença de um curto período de duplicação do PSA (inferior a dez meses) indica que 
aproximadamente um terço desses doentes apresentará progressão sistêmica de suas en-
fermidades em um período de dois anos e 60%, em cinco anos, com impactos óbvios em 
suas curabilidades e qualidades de vida55.
Câncer de próstata não metastático resistente à castração é definido como PSA 
≥ 1 ng/ml, níveis de testosterona característico de castração (< 50 ng/ml) e ausência 
de evidência radiológica de doença metastática, por métodos convencionais de rastreio 
(tomografia computadorizada ou cintilografia óssea)56. Estima-se que essa condição afete 
13CÂNCER DE PRÓSTATA
aproximadamente 100 mil homens nos Estados Unidos, com incidência anual de 50 mil 
a 60 mil casos novos por ano57. Atualmente, a proporção de pacientes com câncer de 
próstata não metastático resistente à castração comparada àqueles diagnosticados com 
metástases a distância é desconhecida. Isso porque em alguns casos as metástases podem 
estar presentes, mas não prontamente detectadas pela forte dependência da sensibilidade 
e especificidade das ferramentas de diagnóstico utilizadas58. 
Com a introdução de modalidades de imagem mais sensíveis, espera-se que o cená-
rio evolua: a doença metastática poderá ser detectada mais cedo, reduzindo o número de 
pacientes com doença sistêmica e aumentando o número daqueles com doença metastá-
tica de “baixo peso”. Esse novo estágio da doença (metástases apenas diagnosticadas pelos 
métodos mais modernos) certamente resultará em uma nova estratificação dos estágios da 
neoplasia da próstata, com uma nova terminologia e abordagem de tratamento59.
Na América Latina, porém, não há dados consolidados a respeito da prevalência ou 
da incidência do câncer de próstata não metastático resistente à castração. O estudo mais 
recente foi apresentado no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica 
(ASCO), em 2013, e trazia um modelo desenvolvido para estimar a prevalência dessa 
patologia na região. Ao considerar os dados de 28 países, incluído o Brasil, a estimativa da 
proporção entre pacientes com doença resistente à castração, não metastática, foi baixa: 
entre 2% e 8% de todos os pacientes com câncer de próstata60.
Em dois ensaios apresentados separadamente no Simpósio de Câncer Geniturinário 
de 2018 e recentemente publicados, a apalutamida e a enzalutamida reduziram o risco 
de metástase e prolongaram a sobrevida livre de metástases em homens com câncer de 
próstata não metastático resistente à castração. No estudo SPARTAN, a apalutamida re-
duziu o risco de desenvolver metástases e morte em 72% em comparação com placebo61, 
e no estudo PROSPER, a enzalutamida reduziu o risco de metástase ou morte em 71% 
em comparação com placebo62. Em ambos os estudos, os homens foram tratados com a 
terapia de privação de androgênio em curso.
No contexto clínico presente, a aprovação desses fármacos se deu com base na melho-
ra da sobrevida livre de desenvolvimento de metástases a distância, comparados a placebo. 
Trata-se de um fato inédito, uma vez que esse desfecho nunca havia sido aceito anterior-
mente: a aprovação ocorreu antes mesmo que houvesse demonstração de ganho de sobre-
vida global nos pacientes em uso dessas medicações. Tradicionalmente, a sobrevida global 
é o principal desfecho avaliado pelas agências reguladoras. Assim, trata-se de uma inova-
ção das agências reguladoras inaugurada pela Food and Drug Administration americana.
Recomenda-se, então, que a apalutamida ou a enzalutamida sejam incluídas como 
parte do tratamento de primeira linha quando o tempo de duplicação do PSA for igual ou 
inferior a dez meses. Note que a observação clínica pode ser uma opção quando o tempo 
de duplicação do PSA for superior a dez meses ou quando o paciente tiver baixa expec-
tativa de vida e/ou baixo performance status em razão de comorbidades. Se os medicamen-
tos de categoria 1 não estiverem disponíveis ou forem contraindicados, outras opções de 
tratamento, como terapias hormonais secundárias, poderão ser válidas (antiandrogênicos 
não esteroides: nilutamida, flutamida, bicalutamida), apesar da falta de informações sobre 
qualidade de vida e sobrevida livre de metástases, quando da utilização desses medica-
mentos no presente contexto.
Diretrizes OncOlógicas14
No ASCO GU de 2019 foi apresentado o estudo ARAMIS, com 1.509 pacientes 
randomizados, para utilizar ou não o fármaco daralutamida, em uma proporção de 2:1. 
A daralutamida é, também, um antagonista do receptor de andrógeno não esteroidal. 
A utilização da medicação reverteu-se em um ganho de 22 meses de sobrevida livre de 
surgimento de metástases (40,4 versus 18,4 meses; p < 0,001), benefício mantido em todos 
os subgrupos, inclusive naqueles com doença considerada de baixo risco. Os dados de 
sobrevida global, embora apontem, também, para uma vantagem, ainda são imaturos. Os 
resultados desse estudo são comparáveis àqueles obtidos com a utilização da enzalutami-
da ou apalutamida previamente discutidos63.
Os números apresentados confirmam os benefícios da inibição potente e precoce dos 
receptores de androgênio em pacientes com neoplasia de próstata não metastática resis-
tente à castração64, ainda que sejam aguardados os dados maduros de sobrevida global. 
Assim, a utilização dessas medicações deve ser considerada no Brasil, dado o importante 
resultado de, ao menos, adiar eventos ósseos, umavez que esses eventos estão claramente 
relacionados a um aumento significativo do custo do tratamento de doentes65,66, não obs-
tante não haja estudos econômicos robustos, de que se tenha notícia, feitos especificamen-
te para a realidade nacional.
Tratamento da doença metastática sensível à castração
O papel da testosterona em estimular o crescimento das células neoplásicas da prós-
tata foi estabelecido na década de 1940 pelo pesquisador Charles Huggins64. Tais achados 
levaram ao desenvolvimento da terapia de deprivação androgênica (ADT), que desde essa 
época se tornou a base do tratamento do câncer de próstata metastático65. Embora essa 
abordagem na doença metastática não seja considerada curativa, as respostas ao trata-
mento estão na ordem de 90%, levando em consideração a redução do PSA e respostas 
objetivas. Além disso, a ADT está relacionada a melhora geral da qualidade de vida, 
redução de fraturas ósseas, compressão raquimedular e obstrução uretral. 
A ADT pode ser realizada cirurgicamente (orquectomia) ou de forma medicamen-
tosa, com o uso de análogos ou antagonistas do hormônio liberador de gonadotrofina 
(GnRh). Ambos os métodos são apropriados em promover castração eficiente, levando 
à rápida redução da testosterona a níveis abaixo de 50 ng/dl ou 1,7 nmol/l. A decisão 
em utilizar um dos métodos depende de uma série de fatores, como custo, preferência 
do paciente, disponibilidade do tratamento e necessidade de promover um intervalo no 
tratamento em razão dos potenciais efeitos adversos66,67.
A eficácia da ADT como tratamento inicial do câncer de próstata metastático foi 
bem demonstrada pelo estudo STAMPEDE68. Esse estudo inovador, com múltiplos bra-
ços de tratamento (alguns deles ainda estão em andamento), iniciou-se em 2005, com 
mais de 8 mil pacientes envolvidos. Dessa forma, pacientes com doença metastática ou 
localmente avançada de alto risco foram randomizados para receber ADT (cirúrgica ou 
química) versus um dos vários braços experimentais do estudo. Em uma das análises que 
reportaram a eficácia da ADT isolada, a sobrevida livre de progressão foi de 20 meses e a 
sobrevida mediana alcançou 42 meses. 
A elevação transitória dos níveis de hormônio luteinizante (LH) durante o uso de 
análogos de hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH) (gosserrelina, leu-
15CÂNCER DE PRÓSTATA
prorrelina) pode, consequentemente, elevar a testosterona. Esse fenômeno, conhecido 
como flare, pode manifestar-se com dor óssea e obstrução urinária e estimular transitoria-
mente o crescimento das células neoplásicas69. O flare pode ser prevenido com o uso de 
terapia antiandrogênica (bicalutamida, flutamida, nilutamida) ou por meio do antagonis-
ta LHRH (degarelix), o qual se liga aos receptores hipofisários e não estimula a liberação 
inicial do LH nem do hormônio folículo estimulante (FSH)70. Essas são as opções para 
pacientes que necessitam de resposta rápida ao tratamento, como aqueles com compres-
são raquimedular, dor óssea e alto volume de doença.
A ADT intermitente visa minimizar os efeitos adversos causados por essa terapia 
durante o período sem tratamento, melhorando a qualidade de vida. Além disso, a ADT 
contínua pode facilitar a progressão para a doença androgênio-independente. O principal 
estudo que comparou o tratamento contínuo versus intermitente (INT0162) foi desenhado 
como estudo de não inferioridade71. Um total de 1.535 pacientes foi analisado em um 
período de seguimento de 9,8 anos. A sobrevida global foi de 5,8 anos versus 5,1 anos (HR: 
1,10; IC95%: 0,991,23) em favor do tratamento contínuo. O limite para demonstrar a 
não inferioridade não foi atingido nesse estudo. Porém, a análise de qualidade de vida fa-
voreceu a ADT intermitente, com diferenças significativas para melhora da função sexual 
e do status de saúde mental.
Recentemente, a combinação de ADT com quimioterapia (docetaxel) ou novos agen-
tes hormonais (abiraterona) mostrou ganho significativo de sobrevida global em compa-
ração com ADT de maneira isolada. O estudo CHAARTED randomizou 790 pacientes 
com doença metastática ao diagnóstico para receber ADT e docetaxel ou ADT isolada72. 
O benefício da quimioterapia inicial foi bem estabelecido na população com alto volume 
de doença, levando a uma diferença de 17 meses na sobrevida global mediana (49,2 versus 
32,2 meses). Recentemente, o estudo LATITUDE mostrou que a adição da abiraterona 
à ADT também está relacionada a significativo aumento da sobrevida global73. Nesse 
estudo, 1.199 pacientes tinham características consideradas de alto risco, como Gleason 
8 ou superior, mais de três lesões ósseas metastáticas ou presença de metástase visceral. A 
combinação de abiraterona e ADT levou à redução do risco de morte em 38%, além de 
haver melhora em outros parâmetros estudados: sobrevida livre de progressão radiológica 
(33 versus 14,8 meses), tempo para progressão do PSA, tempo de evento relacionado ao 
esqueleto e tempo para início da quimioterapia.
O estudo STAMPEDE tem o mérito de ter um desenho inovador, com múltiplos 
braços de tratamento e diferentes estágios. Para isso, utilizou um braço controle, consi-
derado Standard of Care (SOC) com ADT. No braço desse estudo com docetaxel, com um 
período de seguimento de 43 meses, a sobrevida mediana foi de 71 meses para o braço 
de ADT isolado e de 81 meses para ADT mais docetaxel (HR: 0,78; IC95%: 0,660,93; 
p = 0,006)68. Recentemente, foram também publicados os dados do STAMPEDE com a 
adição da abiraterona à ADT74. Os resultados foram semelhantes aos dados de sobrevida 
global alcançados com o estudo LATITUDE. 
A prevenção da osteoporose é importante em pacientes em uso de ADT prolongada. 
Suplementação diária com cálcio e vitamina D, realização de atividades físicas ao ar livre 
e uso de terapias inibidoras da formação de osteoclastos (bisfosfonatos e denosumabe) são 
recomendados para evitar fraturas e outras complicações ósseas.
Diretrizes OncOlógicas16
Na ASCO de 2019 foi apresentado o estudo TITAN, que comparou o uso de apalu-
tamida + bloqueio hormonal versus bloqueio hormonal associado ao placebo. Com mais 
de mil pacientes incluídos, observou-se melhora significativa da sobrevida global (68% 
versus 48% em dois anos), com redução significativa, com o uso de apalutamida, de pro-
gressão radiológica da enfermidade e diminuição do risco de morte de 52%75,76. Enzalu-
tamida também foi estudada nesse contexto, nos estudos ENZAMET e ARCHES. No 
primeiro, observou-se importante redução do risco de morte aos 36 meses de seguimento 
(sobrevida global em três anos: 80% versus 72%; p = 0,002)77,78. No segundo, a diferença 
era a possibilidade de utilizar docetaxel concomitantemente, dependendo da decisão do 
médico-assistente. Com um seguimento médio de 34 meses, observou-se diminuição im-
portante do risco de morte no braço de enzalutamida (33%). As medianas de sobrevida 
global ainda não haviam sido atingidas, mas estima-se que seriam de 80% e 72%, respec-
tivamente. Análises de subgrupo mostraram que o benefício da sobrevida atingiu homens 
com alto ou baixo volume de doença, mas, considerando-se a utilização de docetaxel, o 
benefício ficou restrito a pacientes que não fizeram uso dessa medicação, embora, com 
a enzalutamida, se tenha observado ganho de sobrevida livre de doença nesse contexto. 
Assim sendo, para pacientes candidatos a uso de docetaxel, ao iniciar-se a supressão da 
testosterona, são necessários análises de qualidade de vida e um acompanhamento mais 
prolongado para determinar se o atraso na progressão de doença com a utilização conco-
mitante da enzalutamida resulta em benefícios clinicamente significativos para o paciente, 
uma vez que haverá aumento importante da utilização de recursos financeiros com essa 
estratégia de tratamento79.
Em relação à escolha da melhor estratégia terapêutica, neste cenário de enfer-
midade sensível à castração (são opções enzalutamida, apalutamida, abiraterona ou 
quimioterapia), médicos e pacientes devem considerar preferências,comorbidades e 
custos. Provavelmente, docetaxel seja a alternativa mais custo-efetiva em homens com 
alto volume de doença, sendo o tratamento completado em 18 semanas, com efeitos 
secundários reversíveis, mas mais intensos do que aqueles observados com outras op-
ções. Entretanto, em homens com baixo volume de doença, não há benefícios claros 
advindos do uso de quimioterapia80. Além disso, muitos homens com alto volume de 
doença podem preferir não ser tratados com QT ou, ainda, auferir benefícios da te-
rapia tripla. 
Uma vantagem potencial da apalutamida, em comparação à enzalutamida, pode 
ser mais atividade antitumoral em doses mais baixas, além de menos concentração no 
sistema nervoso central, o que indica que pode haver menos risco de convulsões ou fa-
diga81. Nesse contexto, algumas questões, contudo, permanecem sem resposta. São elas: 
qual é o potencial da terapia tripla (bloqueio hormonal + apalutamida ou enzalutamida 
+ docetaxel). A sequência apropriada desses agentes, particularmente abiraterona, em 
comparação com inibidores do receptor de andrógenos, ainda não está clara. A eficácia 
comparativa e efeitos colaterais dos três inibidores do receptor de andrógeno precisam 
ser investigados. Finalmente, são necessários marcadores para melhorar a seleção de 
pacientes para além de fatores clínicos e identificar melhor qual paciente deve receber 
qual agente82.
17CÂNCER DE PRÓSTATA
Doença metastática resistente à castração
A ADT é a base do tratamento do câncer de próstata avançado, porém, não obstante 
as respostas iniciais em torno de 90%, virtualmente todos os pacientes evoluirão para a 
doença resistente à castração (câncer de próstata resistente à castração [CPRC]) por me-
canismos ainda pouco conhecidos83. O entendimento da biologia a respeito desse cenário 
e a evidência de que o CPRC continua sendo dirigido pela sinalização do receptor an-
drogênico (RA) levaram à descoberta, nos últimos anos, de novos agentes terapêuticos. O 
termo CPRC identifica um grupo heterogêneo de pacientes sintomáticos e assintomáticos 
e com ou sem metástases clinicamente identificadas.
As recomendações do Prostate Cancer Working Group 2 (PCWG2)84 refinou as estraté-
gias de condução dos estudos clínicos em CPRC no século XXI, incluindo critérios de 
elegibilidade e aprimoramento do Response Evaluation Criteria In Solid Tumors (RECIST) 
em definir a progressão da doença, medir os efeitos dos novos tratamentos para demons-
trar o benefício clínico e definir o CPRC como progressão por PSA (confirmada três 
semanas após) em pacientes em ADT com níveis de testosterona menores que 50 ng/dl. 
Essa progressão pode ser, além de bioquímica, radiológica ou sintomática.
Nos últimos anos, a aprovação de vários agentes eficazes e que foram capazes de 
demonstrar significativo ganho de sobrevida global mudou o panorama de tratamento 
do CPRC. A Tabela 5 mostra os principais agentes e os respectivos benefícios de sobre-
vida global85-90.
A sobrevida global com a incorporação de novos agentes foi capaz de elevar a sobre-
vida global de aproximadamente 10 a 18 meses para mais de 30 meses, associada a me-
lhores benefícios de sobrevida livre de progressão e melhora de dor e qualidade de vida.
No entanto, o maior desafio atual é como melhor sequenciar esses tratamentos de 
maneira individualizada e, eventualmente, combiná-los com o objetivo de maximizar o 
benefício global e diminuir os riscos de mais toxicidade. Até o momento, não há nenhum 
estudo prospectivo e randomizado que demonstre o melhor sequenciamento, porém da-
dos retrospectivos sugerem que parece haver resistência cruzada quando se usa em pri-
meira linha a abiraterona seguida de enzalutamida ou vice-versa91. A combinação desses 
agentes também não se mostrou sinérgica em estudos preliminares e a toxicidade também 
parece ser maior com essa abordagem92. 
A combinação de rádio-223 com enzalutamida parece ser segura e bem tolerada, 
além de potencialmente aumentar a sobrevida global, segundo uma análise recente de 
um estudo de acesso expandido canadense93, embora a combinação com abiraterona 
seja, atualmente, desencorajada após o estudo randomizado conhecido como ERA Trial 
demonstrar maior número de fraturas e mortes no grupo experimental (abiraterona + 
rádio-223) em comparação ao grupo tratado com abiraterona e placebo94.
Uma melhor compreensão dos mecanismos de resistência desses novos agentes, as-
sociada ao uso de ferramentas de análise genômica do CPRC, poderá, em um futuro 
próximo, levar a melhorias adicionais no prognóstico dessa doença.
O uso de biomarcadores, como a variante 7 do RA (ARV7), é de grande interesse, 
uma vez que a presença dessa variante pode conferir mais resistência ao uso dos novos 
agentes hormonais e melhor resposta com o uso dos taxanos95.
Diretrizes OncOlógicas18
Tabela 5.  Tratamentos no CPRC metastático
Agente Indicação Posologia
Corticoste­
roides
Sintomas
Contrain­
dicações
Resposta 
ao PSA
Benefício da 
sobrevida 
global me­
diana (meses)
Rádio­223 Pós-docetaxel 
ou not fit para 
docetaxel
IV, cada quatro 
semanas, por 
seis doses
Não Sintomático
Metástases 
ósseas
Metástases 
viscerais
Não 3,6
Abiraterona Pré-/ 
pós-docetaxel
Oral, estômago 
vazio
Sim Não 
especificado
Disfunção 
hepática, 
hipocalemia, 
insuficiência 
cardíaca 
congestiva
Sim Pós-doceta-
xel: 4,6
Pré-doceta-
xel: 4,4
Enzalutamida Pré-/ 
pós-docetaxel
Oral Não Não 
especificado
Crises 
convulsivas
Sim Pós-doceta-
xel: 4,8
Pré-doceta-
xel: 4,0
Docetaxel CRPCm IV, cada três 
semanas
Sim Não 
especificado
Disfunção 
hepática 
moderada, 
citopenia
Sim 2,4
Cabazitaxel Pós-docetaxel IV, cada três 
semanas
Não 
obrigatório
Não 
especificado
Disfunção 
hepática 
moderada, 
citopenia
Sim 2,4
Sipuleucel­T * Pré-/ 
pós-docetaxel
IV, cada duas 
semanas, 
durante três 
vezes
Não Assintomáticos Opioides 
para dor
Metástase 
visceral
Não 4,1
* Custos e indisponibilidade limitam sua utilização no Brasil.
O estudo PROPHECY, apresentado recentemente na ASCO 2018, comparou dois 
testes atuais: o teste EPIC AR-V7 e o teste Hopkins AR-V7 Adnatest. No início do estudo, 
24% dos pacientes tinham AR-V7 positivo usando o teste Hopkins e 10% usando o teste 
EPIC. No momento da progressão, 44% dos pacientes tiveram um teste AR-V7 positivo 
comparado com 20% que estavam usando o teste EPIC. A concordância entre os ensaios 
foi de 82%. A detecção de AR-V7 foi intensamente correlacionada com a sobrevida glo-
bal para ambos os testes. Sobrevida global média foi de 27,2 meses para o braço negativo 
AR-V7 em comparação com 10,8 meses para o braço positivo AR-V7 no teste Hopkins e 
20,3 meses versus 8,4 meses no teste EPIC96.
No ASCO de 2019, foi apresentado o estudo ALLIANCE, que testou a associação 
de abiraterona e enzalutamida (+ corticoide) versus enzalutamida isolada em pacientes 
com câncer de próstata metastático resistente à castração. Não houve diferenças de sobre-
vida global entre os grupos de pacientes estudados, de maneira que não há indicação de 
associação dos anteriormente mencionados fármacos97.
19CÂNCER DE PRÓSTATA
REFERÊNCiAS BiBliOgRÁFiCAS
1. Bray F, Ferlay J, Soerjomataram I, Siegel RL, Torre LA, Jemal A. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN 
estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA: a Cancer Journal 
for Clinicians. 2018;68(6):394-424.
2. Inca. Estimativas Inca _ Incidência de câncer no Brasil [Interne]. Inca, 2018. Disponível em: http://
www.inca.gov.br/estimativa/2018/.
3. Baquet CR, Horm JW, Gibbs T, Greenwald P. Socioeconomic factors and cancer incidence among 
blacks and whites. Journal of the National Cancer Institute. 1991;83(8):551-7.
4. Barry MJ, Nelson JB. Patients present with more advanced prostate cancer since the USPSTF 
screening recommendations. The Journal of Urology. 2015;194(6):1534-6.
5. Ahmed HU, El-Shater Bosaily A, Brown LC, Gabe R, Kaplan R, Parmar MK, et al. Diagnostic accuracy of 
multi-parametric MRI and TRUS biopsy in prostatecancer (PROMIS): a paired validating confirmatory 
study. Lancet (London, England). 2017;389(10071):815-22.
6. Kasivisvanathan V, Rannikko AS, Borghi M, Panebianco V, Mynderse LA, Vaarala MH, et al. MRI-
targeted or standard biopsy for prostate-cancer diagnosis. The New England Journal of Medicine. 
2018;378(19):1767-77.
7. Epstein JI, Zelefsky MJ, Sjoberg DD, Nelson JB, Egevad L, Magi-Galluzzi C, et al. A contemporary 
prostate cancer grading system: a validated alternative to the Gleason score. European Urology. 
2016;69(3):428-35.
8. Epstein JI, Egevad L, Amin MB, Delahunt B, Srigley JR, Humphrey PA. The 2014 International Society 
of Urological Pathology (ISUP) Consensus Conference on Gleason Grading of Prostatic Carcinoma: 
definition of grading patterns and proposal for a new grading system. The American Journal of 
Surgical Pathology. 2016;40(2):244-52.
9. Hamilton W, Sharp DJ, Peters TJ, Round AP. Clinical features of prostate cancer before diagnosis: a 
population-based, case-control study. The British Journal of General Practice: the journal of the Royal 
College of General Practitioners. 2006;56(531):756-62.
10. NCCN. NCCN clinical practice guidelines in Oncology Internet 2019. Disponível em: https://www.
nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx.
11. Greene KL, Elkin EP, Karapetian A, Duchane J, Carroll PR, Kane CJ. Prostate biopsy tumor extent but 
not location predicts recurrence after radical prostatectomy: results from CaPSURE. The Journal of 
Urology. 2006;175(1):125-9; discussion 9.
12. D'Amico AV, Wu Y, Chen MH, Nash M, Renshaw AA, Richie JP. Perineural invasion as a predictor of 
biochemical outcome following radical prostatectomy for select men with clinically localized 
prostate cancer. The Journal of Urology. 2001;165(1):126-9.
13. Galletti G, Portella L, Tagawa ST, Kirby BJ, Giannakakou P, Nanus DM. Circulating tumor cells in 
prostate cancer diagnosis and monitoring: an appraisal of clinical potential. Molecular Diagnosis & 
Therapy. 2014;18(4):389-402.
14. Hamdy FC, Donovan JL, Lane JA, Mason M, Metcalfe C, Holding P, et al. 10-year outcomes after 
monitoring, surgery, or radiotherapy for localized prostate cancer. New England Journal of Medicine. 
2016;375(15):1415-24.
15. Wong YN, Mitra N, Hudes G, Localio R, Schwartz JS, Wan F, et al. Survival associated with treatment vs. 
observation of localized prostate cancer in elderly men. JAMA. 2006;296(22):2683-93.
16. Schoots IG, Petrides N, Giganti F, Bokhorst LP, Rannikko A, Klotz L, et al. Magnetic resonance imaging 
in active surveillance of prostate cancer: a systematic review. European Urology. 2015;67(4):627-36.
17. Han M, Partin AW, Pound CR, Epstein JI, Walsh PC. Long-term biochemical disease-free and cancer-
specific survival following anatomic radical retropubic prostatectomy. The 15-year Johns Hopkins 
experience. The Urologic Clinics of North America. 2001;28(3):555-65.
Diretrizes OncOlógicas20
18. Bivalacqua TJ, Pierorazio PM, Su LM. Open, laparoscopic and robotic radical prostatectomy: 
optimizing the surgical approach. Surgical Oncology. 2009;18(3):233-41.
19. Kattan MW, Zelefsky MJ, Kupelian PA, Cho D, Scardino PT, Fuks Z, et al. Pretreatment nomogram that 
predicts 5-year probability of metastasis following three-dimensional conformal radiation therapy 
for localized prostate cancer. Journal of Clinical Oncology: official journal of the American Society of 
Clinical Oncology. 2003;21(24):4568-71.
20. Holmberg L, Bill-Axelson A, Helgesen F, Salo JO, Folmerz P, Haggman M, et al. A randomized trial 
comparing radical prostatectomy with watchful waiting in early prostate cancer. The New England 
Journal of Medicine. 2002;347(11):781-9.
21. Zelefsky MJ, Leibel SA, Gaudin PB, Kutcher GJ, Fleshner NE, Venkatramen ES, et al. Dose escalation 
with three-dimensional conformal radiation therapy affects the outcome in prostate cancer. 
International Journal of Radiation Oncology, Biology, Physics. 1998;41(3):491-500.
22. Viani GA, Stefano EJ, Afonso SL. Higher-than-conventional radiation doses in localized prostate 
cancer treatment: a meta-analysis of randomized, controlled trials. International Journal of Radiation 
Oncology, Biology, Physics. 2009;74(5):1405-18.
23. Zelefsky MJ, Kuban DA, Levy LB, Potters L, Beyer DC, Blasko JC, et al. Multi-institutional analysis of 
long-term outcome for stages T1-T2 prostate cancer treated with permanent seed implantation. 
International Journal of Radiation Oncology, Biology, Physics. 2007;67(2):327-33.
24. Stish BJ, Davis BJ, Mynderse LA, Deufel CL, Choo R. Brachytherapy in the management of prostate 
cancer. Surgical Oncology Clinics of North America. 2017;26(3):491-513.
25. Grimm PD, Blasko JC, Sylvester JE, Meier RM, Cavanagh W. 10-year biochemical (prostate-specific 
antigen) control of prostate cancer with (125)I brachytherapy. International Journal of Radiation 
Oncology, Biology, Physics. 2001;51(1):31-40.
26. D'Amico AV, Manola J, Loffredo M, Renshaw AA, DellaCroce A, Kantoff PW. 6-month androgen 
suppression plus radiation therapy vs. radiation therapy alone for patients with clinically localized 
prostate cancer: a randomized controlled trial. JAMA. 2004;292(7):821-7.
27. D'Amico AV, Chen MH, Renshaw AA, Loffredo M, Kantoff PW. Androgen suppression and radiation vs. 
radiation alone for prostate cancer: a randomized trial. JAMA. 2008;299(3):289-95.
28. Shahinian VB, Kuo YF, Freeman JL, Goodwin JS. Risk of fracture after androgen deprivation for prostate 
cancer. The New England Journal of Medicine. 2005;352(2):154-64.
29. Keating NL, O'Malley AJ, Smith MR. Diabetes and cardiovascular disease during androgen deprivation 
therapy for prostate cancer. Journal of Clinical Oncology: official journal of the American Society of 
Clinical Oncology. 2006;24(27):4448-56.
30. Roach M 3rd, Lu J, Pilepich MV, Asbell SO, Mohiuddin M, Terry R, et al. Predicting long-term survival, 
and the need for hormonal therapy: a meta-analysis of RTOG prostate cancer trials. International 
Journal of Radiation Oncology, Biology, Physics. 2000;47(3):617-27.
31. Hanks GE, Pajak TF, Porter A, Grignon D, Brereton H, Venkatesan V, et al. Phase III trial of long-term 
adjuvant androgen deprivation after neoadjuvant hormonal cytoreduction and radiotherapy 
in locally advanced carcinoma of the prostate: the Radiation Therapy Oncology Group Protocol 
92-02. Journal of Clinical Oncology: official journal of the American Society of Clinical Oncology. 
2003;21(21):3972-8.
32. Bolla M, Van Tienhoven G, Warde P, Dubois JB, Mirimanoff RO, Storme G, et al. External irradiation with 
or without long-term androgen suppression for prostate cancer with high metastatic risk: 10-year 
results of an EORTC randomised study. The Lancet Oncology. 2010;11(11):1066-73.
33. Bolla M, Maingon P, Carrie C, Villa S, Kitsios P, Poortmans PM, et al. Short androgen suppression and 
radiation dose escalation for intermediate- and high-risk localized prostate cancer: results of EORTC 
trial 22991. Journal of Clinical Oncology: official journal of the American Society of Clinical Oncology. 
2016;34(15):1748-56.
34. Incrocci L, Wortel RC, Alemayehu WG, Aluwini S, Schimmel E, Krol S, et al. Hypofractionated versus 
conventionally fractionated radiotherapy for patients with localised prostate cancer (HYPRO): final 
21CÂNCER DE PRÓSTATA
efficacy results from a randomised, multicentre, open-label, phase 3 trial. The Lancet Oncology. 
2016;17(8):1061-9.
35. Zapatero A, Guerrero A, Maldonado X, Alvarez A, Gonzalez San Segundo C, Cabeza Rodriguez MA, 
et al. High-dose radiotherapy with short-term or long-term androgen deprivation in localised 
prostate cancer (DART01/05 GICOR): a randomised, controlled, phase 3 trial. The Lancet Oncology. 
2015;16(3):320-7.
36. Fendler W, Calais J, Gartmann J, Nickols NG, Reiter RE, Rettig M, et al. Accuracy of 68Ga-PSMA11 PET/
CT on recurrent prostate cancer: preliminary results from a phase 2/3 prospective trial. Journal of 
Clinical Oncology. 2018;36(15 suppl):5001.37. Thompson IM Jr, Tangen CM, Paradelo J, Lucia MS, Miller G, Troyer D, et al. Adjuvant radiotherapy for 
pathologically advanced prostate cancer: a randomized clinical trial. JAMA. 2006;296(19):2329-35.
38. Swanson GP, Thompson IM, Tangen C, Paradelo J, Canby-Hagino E, Crawford ED, et al. Update 
of SWOG 8794: adjuvant radiotherapy for pT3 prostate cancer improves metastasis free survival. 
International Journal of Radiation Oncology, Biology, Physics. 2008;72(1):S31.
39. Gerber GS, Thisted RA, Scardino PT, Frohmuller HG, Schroeder FH, Paulson DF, et al. Results of radical 
prostatectomy in men with clinically localized prostate cancer. JAMA. 1996;276(8):615-9.
40. Catalona WJ, Smith DS. 5-year tumor recurrence rates after anatomical radical retropubic 
prostatectomy for prostate cancer. The Journal of Urology. 1994;152(5 Pt 2):1837-42.
41. Trock BJ, Han M, Freedland SJ, Humphreys EB, DeWeese TL, Partin AW, et al. Prostate cancer-specific 
survival following salvage radiotherapy vs. observation in men with biochemical recurrence after 
radical prostatectomy. JAMA. 2008;299(23):2760-9.
42. Stephenson AJ, Scardino PT, Kattan MW, Pisansky TM, Slawin KM, Klein EA, et al. Predicting the outcome 
of salvage radiation therapy for recurrent prostate cancer after radical prostatectomy. Journal of 
Clinical Oncology: official journal of the American Society of Clinical Oncology. 2007;25(15):2035-41.
43. Tendulkar RD, Agrawal S, Gao T, Efstathiou JA, Pisansky TM, Michalski JM, et al. Contemporary update 
of a multi-institutional predictive nomogram for salvage radiotherapy after radical prostatectomy. 
Journal of Clinical Oncology: official journal of the American Society of Clinical Oncology. 
2016;34(30):3648-54.
44. Shipley WU, Seiferheld W, Lukka HR, Major PP, Heney NM, Grignon DJ, et al. Radiation with or 
without antiandrogen therapy in recurrent prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 
2017;376(5):417-28.
45. Carrie C, Hasbini A, de Laroche G, Richaud P, Guerif S, Latorzeff I, et al. Salvage radiotherapy with or 
without short-term hormone therapy for rising prostate-specific antigen concentration after radical 
prostatectomy (GETUG-AFU 16): a randomised, multicentre, open-label phase 3 trial. The Lancet 
Oncology. 2016;17(6):747-56.
46. Parker C, Clarke N, Logue J, Payne H, Catton C, Kynaston H, et al. RADICALS (Radiotherapy and 
Androgen Deprivation in Combination after Local Surgery). Clinical Oncology (Royal College of 
Radiologists (Great Britain)). 2007;19(3):167-71.
47. Pearse M, Fraser-Browne C, Davis ID, Duchesne GM, Fisher R, Frydenberg M, et al. A phase III trial 
to investigate the timing of radiotherapy for prostate cancer with high-risk features: background 
and rationale of the radiotherapy – Adjuvant Versus Early Salvage (RAVES) trial. BJU international. 
2014;113(suppl. 2):7-12.
48. Carrie C, Magné N, Burban-Provost P, Sargos P, Latorzeff I, Supiot S, et al. Interest of short 
hormonotherapy (HT) associated with radiotherapy (RT) as salvage treatment for metastatic free 
survival (MFS) after radical prostatectomy (RP): update at 9 years of the GETUG-AFU 16 phase III 
randomized trial (NCT00423475). Journal of Clinical Oncology. 2019;37(15_suppl):5001.
49. Sciencedaily. Men with prostate cancer can be spared radiotherapy after surgery, study 
suggests internet, 2019. Disponível em: https://www.sciencedaily.com/releases/2019/09/ 
190927095316.htm.
Diretrizes OncOlógicas22
50. Viani GA, Viana BS, Martin JE, Rossi BT, Zuliani G, Stefano EJ. Intensity-modulated radiotherapy reduces 
toxicity with similar biochemical control compared with 3-dimensional conformal radiotherapy for 
prostate cancer: a randomized clinical trial. Cancer. 2016;122(13):2004-11.
51. Kupelian PA, Willoughby TR, Reddy CA, Klein EA, Mahadevan A. Hypofractionated intensity-
modulated radiotherapy (70 Gy at 2.5 Gy per fraction) for localized prostate cancer: Cleveland Clinic 
experience. International Journal of Radiation Oncology, Biology, Physics. 2007;68(5):1424-30.
52. King CR, Brooks JD, Gill H, Pawlicki T, Cotrutz C, Presti JC Jr. Stereotactic body radiotherapy for 
localized prostate cancer: interim results of a prospective phase II clinical trial. International Journal 
of Radiation Oncology, Biology, Physics. 2009;73(4):1043-8.
53. Ost P, Bossi A, Decaestecker K, De Meerleer G, Giannarini G, Karnes RJ, et al. Metastasis-directed 
therapy of regional and distant recurrences after curative treatment of prostate cancer: a systematic 
review of the literature. European Urology. 2015;67(5):852-63.
54. As NJV, Brand D, Tree A, Ostler PJ, Chu W, Loblaw A, et al. PACE: analysis of acute toxicity in PACE-B, 
an international phase III randomized controlled trial comparing stereotactic body radiotherapy 
(SBRT) to conventionally fractionated or moderately hypofractionated external beam radiotherapy 
(CFMHRT) for localized prostate cancer (LPCa). Journal of Clinical Oncology. 2019;37(7 suppl):1.
55. Kirby M, Hirst C, Crawford ED. Characterising the castration-resistant prostate cancer population: a 
systematic review. International Journal of Clinical Practice. 2011;65(11):1180-92.
56. Scher HI, Morris MJ, Stadler WM, Higano C, Basch E, Fizazi K, et al. Trial design and objectives for 
castration-resistant prostate cancer: updated recommendations from the Prostate Cancer Clinical 
Trials Working Group 3. Journal of Clinical Oncology: official journal of the American Society of 
Clinical Oncology. 2016;34(12):1402-18.
57. Alpajaro SIR, Harris JAK, Evans CP. Non-metastatic castration resistant prostate cancer: a review of 
current and emerging medical therapies. Prostate Cancer and Prostatic Diseases. 2019;22(1):16-23.
58. Rozet F, Roumeguere T, Spahn M, Beyersdorff D, Hammerer P. Non-metastatic castrate-resistant 
prostate cancer: a call for improved guidance on clinical management. World Journal of Urology. 
2016;34(11):1505-13.
59. Umbehr MH, Muntener M, Hany T, Sulser T, Bachmann LM. The role of 11C-choline and 
18F-fluorocholine positron emission tomography (PET) and PET/CT in prostate cancer: a systematic 
review and meta-analysis. European Urology. 2013;64(1):106-17.
60. Liede A, Arellano J, Hechmati G, Bennett B, Wong S. International prevalence of nonmetastatic (M0) 
castration-resistant prostate cancer (CRPC). Journal of Clinical Oncology. 2013;31(15 suppl):e16052-e.
61. Smith MR, Saad F, Chowdhury S, Oudard S, Hadaschik BA, Graff JN, et al. Apalutamide Treatment 
and metastasis-free survival in prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 
2018;378(15):1408-18.
62. Hussain M, Fizazi K, Saad F, Rathenborg P, Shore N, Ferreira U, et al. Enzalutamide in men 
with nonmetastatic, castration-resistant prostate cancer. New England Journal of Medicine. 
2018;378(26):2465-74.
63. Fizazi K, Shore N, Tammela TL, Ulys A, Vjaters E, Polyakov S, et al. Darolutamide in nonmetastatic, 
castration-resistant prostate cancer. New England Journal of Medicine. 2019;380(13):1235-46.
64. Huggins C, Hodges CV. Studies on prostatic cancer. I. The effect of castration, of estrogen and of 
androgen injection on serum phosphatases in metastatic carcinoma of the prostate. Cancer 
Research. 1941;1(4):293-7.
65. Huggins C, Stevens RE Jr, Hodges CV. Studies on prostatic cancer: II. The effects of castration on 
advanced carcinoma of the prostate gland. JAMA Surgery. 1941;43(2):209-23.
66. Loblaw DA, Virgo KS, Nam R, Somerfield MR, Ben-Josef E, Mendelson DS, et al. Initial hormonal 
management of androgen-sensitive metastatic, recurrent, or progressive prostate cancer: 2006 
update of an American Society of Clinical Oncology practice guideline. Journal of Clinical Oncology: 
official journal of the American Society of Clinical Oncology. 2007;25(12):1596-605.
23CÂNCER DE PRÓSTATA
67. Heidenreich A, Bastian PJ, Bellmunt J, Bolla M, Joniau S, Van der Kwast T, et al. EAU guidelines on 
prostate cancer. Part II: treatment of advanced, relapsing, and castration-resistant prostate cancer.European Urology. 2014;65(2):467-79.
68. James ND, Spears MR, Clarke NW, Dearnaley DP, De Bono JS, Gale J, et al. Survival with Newly 
diagnosed metastatic prostate cancer in the "docetaxel era": data from 917 patients in the control 
arm of the STAMPEDE Trial (MRC PR08, CRUK/06/019). European Urology. 2015;67(6):1028-38.
69. Waxman J, Man A, Hendry WF, Whitfield HN, Besser GM, Tiptaft RC, et al. Importance of early tumour 
exacerbation in patients treated with long acting analogues of gonadotrophin releasing hormone 
for advanced prostatic cancer. British Medical Journal (Clinical research ed). 1985;291(6506):1387-8.
70. Klotz L, Boccon-Gibod L, Shore ND, Andreou C, Persson BE, Cantor P, et al. The efficacy and safety 
of degarelix: a 12-month, comparative, randomized, open-label, parallel-group phase III study in 
patients with prostate cancer. BJU International. 2008;102(11):1531-8.
71. Hussain M, Tangen CM, Berry DL, Higano CS, Crawford ED, Liu G, et al. Intermittent versus continuous 
androgen deprivation in prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 2013;368(14):1314-25.
72. Sweeney CJ, Chen YH, Carducci M, Liu G, Jarrard DF, Eisenberger M, et al. Chemohormonal 
therapy in metastatic hormone-sensitive prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 
2015;373(8):737-46.
73. Fizazi K, Tran N, Fein L, Matsubara N, Rodriguez-Antolin A, Alekseev BY, et al. Abiraterone plus 
Prednisone in metastatic, castration-sensitive prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 
2017;377(4):352-60.
74. James ND, de Bono JS, Spears MR, Clarke NW, Mason MD, Dearnaley DP, et al. Abiraterone for prostate 
cancer not previously treated with hormone therapy. The New England Journal of Medicine. 
2017;377(4):338-51.
75. Chi KN, Agarwal N, Bjartell A, Chung BH, Gomes AJPDS, Given RW, et al. First results from TITAN: a 
phase III double-blind, randomized study of apalutamide (APA) versus placebo (PBO) in patients 
(pts) with metastatic castration-sensitive prostate cancer (mCSPC) receiving androgen deprivation 
therapy (ADT). Journal of Clinical Oncology. 2019;37(15 suppl):5006.
76. Chi KN, Agarwal N, Bjartell A, Chung BH, Pereira de Santana Gomes AJ, Given R, et al. Apalutamide 
for metastatic, castration-sensitive prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 
2019;381(1):13-24.
77. Sweeney C, Martin AJ, Zielinski RR, Thomson A, Tan TH, Sandhu SK, et al. Overall survival (OS) results of 
a phase III randomized trial of standard-of-care therapy with or without enzalutamide for metastatic 
hormone-sensitive prostate cancer (mHSPC): ENZAMET (ANZUP 1304), an ANZUP-led international 
cooperative group trial. Journal of Clinical Oncology. 2019;37(18 suppl):LBA2-LBA.
78. Davis ID, Martin AJ, Stockler MR, Begbie S, Chi KN, Chowdhury S, et al. Enzalutamide with standard 
first-line therapy in metastatic prostate cancer. New England Journal of Medicine. 2019;381(2):121-31.
79. Armstrong AJ, Szmulewitz RZ, Petrylak DP, Holzbeierlein J, Villers A, Azad A, et al. ARCHES: a 
randomized, phase III study of androgen deprivation therapy with enzalutamide or placebo in men 
with metastatic hormone-sensitive prostate cancer. Journal of Clinical Oncology. 0(0):JCO.19.00799.
80. Kyriakopoulos CE, Chen YH, Carducci MA, Liu G, Jarrard DF, Hahn NM, et al. Chemohormonal Therapy 
in metastatic hormone-sensitive prostate cancer: Long-term survival analysis of the randomized 
phase III E3805 CHAARTED trial. Journal of Clinical Oncology: official journal of the American Society 
of Clinical Oncology. 2018;36(11):1080-7.
81. Clegg NJ, Wongvipat J, Joseph JD, Tran C, Ouk S, Dilhas A, et al. ARN-509: a novel antiandrogen for 
prostate cancer treatment. Cancer Research. 2012;72(6):1494-503.
82. Klotz L. Apalutamide for metastatic, hormone-responsive prostate cancer. The New England Journal 
of Medicine. 2019;381(1):84-6.
83. Damber JE. Endocrine therapy for prostate cancer. Acta Oncologica (Stockholm, Sweden). 
2005;44(6):605-9.
Diretrizes OncOlógicas24
84. Scher HI, Halabi S, Tannock I, Morris M, Sternberg CN, Carducci MA, et al. Design and end points 
of clinical trials for patients with progressive prostate cancer and castrate levels of testosterone: 
recommendations of the Prostate Cancer Clinical Trials Working Group. Journal of Clinical Oncology: 
official journal of the American Society of Clinical Oncology. 2008;26(7):1148-59.
85. Kantoff PW, Higano CS, Shore ND, Berger ER, Small EJ, Penson DF, et al. Sipuleucel-T immunotherapy 
for castration-resistant prostate cancer. New England Journal of Medicine. 2010;363(5):411-22.
86. Ryan CJ, Smith MR, de Bono JS, Molina A, Logothetis CJ, de Souza P, et al. Abiraterone in metastatic 
prostate cancer without previous chemotherapy. The New England Journal of Medicine. 
2013;368(2):138-48.
87. Beer TM, Armstrong AJ, Rathkopf DE, Loriot Y, Sternberg CN, Higano CS, et al. Enzalutamide 
in metastatic prostate cancer before chemotherapy. The New England Journal of Medicine. 
2014;371(5):424-33.
88. Tannock IF, de Wit R, Berry WR, Horti J, Pluzanska A, Chi KN, et al. Docetaxel plus prednisone or 
mitoxantrone plus prednisone for advanced prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 
2004;351(15):1502-12.
89. de Bono JS, Oudard S, Ozguroglu M, Hansen S, Machiels JP, Kocak I, et al. Prednisone plus cabazitaxel 
or mitoxantrone for metastatic castration-resistant prostate cancer progressing after docetaxel 
treatment: a randomised open-label trial. Lancet (London, England). 2010;376(9747):1147-54.
90. Parker C, Nilsson S, Heinrich D, Helle SI, O'Sullivan JM, Fossa SD, et al. Alpha emitter radium-223 and 
survival in metastatic prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 2013;369(3):213-23.
91. Loriot Y, Bianchini D, Ileana E, Sandhu S, Patrikidou A, Pezaro C, et al. Antitumour activity of abiraterone 
acetate against metastatic castration-resistant prostate cancer progressing after docetaxel and 
enzalutamide (MDV3100). Annals of Oncology: official journal of the European Society for Medical 
Oncology. 2013;24(7):1807-12.
92. Efstathiou E, Davis JW, Titus MA, Chapin BF, Zurita AJ, Wen S, et al. Neoadjuvant enzalutamide (ENZA) 
and abiraterone acetate (AA) plus leuprolide acetate (LHRHa) versus AA+ LHRHa in localized high-
risk prostate cancer (LHRPC). Journal of Clinical Oncology. 2016;34(15 suppl):5002.
93. Saad F, Carles J, Gillessen S, Heidenreich A, Heinrich D, Gratt J, et al. Radium-223 and concomitant 
therapies in patients with metastatic castration-resistant prostate cancer: an international, early 
access, open-label, single-arm phase 3b trial. The Lancet Oncology. 2016;17(9):1306-16.
94. Smith M, Parker C, Saad F, Miller K, Tombal B, Ng QS, et al. Addition of radium-223 to abiraterone 
acetate and prednisone or prednisolone in patients with castration-resistant prostate cancer and 
bone metastases (ERA 223): a randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial. The 
Lancet Oncology. 2019;20(3):408-19.
95. Antonarakis ES, Lu C, Wang H, Luber B, Nakazawa M, Roeser JC, et al. AR-V7 and resistance 
to enzalutamide and abiraterone in prostate cancer. The New England Journal of Medicine. 
2014;371(11):1028-38.
96. Armstrong AJ, Halabi S, Luo J, Nanus DM, Giannakakou P, Szmulewitz RZ, et al. The PROPHECY trial: 
multicenter prospective trial of circulating tumor cell (CTC) AR-V7 detection in men with mCRPC 
receiving abiraterone (A) or enzalutamide (E). Journal of Clinical Oncology. 2018;36(15 suppl):5004.
97. Morris MJ, Heller G, Bryce AH, Armstrong AJ, Beltran H, Hahn OM, et al. Alliance A031201: a phase 
III trial of enzalutamide (ENZ) versus enzalutamide, abiraterone, and prednisone (ENZ/AAP) for 
metastatic castration resistant prostate cancer (mCRPC). Journal of Clinical Oncology. 2019;37(15 
suppl):5008.
Apoiaram este projeto
Apoio científico
LCCUnB
LIGA DE COMBATE AO
CÂNCER DA UnB

Outros materiais