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Processo de cicatrização

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Um importante aspecto de qualquer procedimento cirúrgico é a preparação da ferida para a 
cicatrização. A lesão tecidual pode ser causada por condições patológicas ou por eventos 
traumáticos. 
 
 
Lesões traumáticas podem ser causadas por agressões físicas ou químicas. Meios físicos de 
promover dano tecidual incluem incisão ou esmagamento, extremos de temperatura ou 
irradiação, desidratação e obstrução do influxo arterial ou do efluxo venoso. Substâncias 
químicas capazes de causar dano incluem aquelas com pH ou tonicidade não fisiológicos, 
aquelas que perturbam a integridade de proteínas e, ainda, aquelas que causam isquemia ao 
produzirem constrição vascular ou trombose. 
Físicas: 
Fluxo sanguíneo comprometido 
Esmagamento 
Desidratação 
Incisão 
Irradiação 
Resfriamento excessivo 
Aquecimento excessivo 
Químicas: 
Agentes com pH não fisiológico 
Agentes com tonicidade não fisiológica 
Proteases 
Vasoconstritores 
Agentes trombogênicos 
 
 
Epitelização 
O epitélio danificado apresenta uma habilidade regenerativa geneticamente programada que 
permite que o mesmo restabeleça sua integridade por meio de proliferação, migração e por um 
processo conhecido como inibição por contato. Em geral, qualquer borda livre de epitélio 
continua a migrar (por proliferação das células germinativas do epitélio, que progridem para 
além da borda livre) até que venha a obter contato com outra borda livre de epitélio, onde é 
sinalizada a parada do crescimento lateral. 
Um exemplo de um raro efeito danoso do processo de inibição por contato que controle a 
epitelização ocorre quando uma abertura é feita de forma acidental dentro do seio maxilar 
durante uma extração dentária. Se tanto o epitélio da parede do seio quanto o da mucosa oral 
forem danificados, eles começarão a proliferar em ambas as áreas. Nesse caso, a primeira 
borda epitelial livre que o epitélio do seio provavelmente encontrará será a mucosa oral, 
Processos de cicatrização 
 Causas do dano tecidual 
Reparação das feridas 
 
criando assim uma fístula oroantral (ou seja, um trajeto epitelizado entre a cavidade oral e o 
seio maxilar). 
 
Qualquer que seja a causa de lesão tecidual não epitelial, um processo estereotípico é iniciado 
que, caso seja capaz de continuar sem impedimentos, trabalhará para restaurar a integridade 
do tecido. Esse processo é chamado de cicatrização de feridas. O processo é dividido em 
estágios básicos que são esses três, (1) inflamatório, (2) fibroplástico e (3) remodelação. 
Estágio Inflamatório: 
O estágio inflamatório inicia-se no momento em que ocorre a lesão tecidual e, na ausência 
de fatores que prolonguem a inflamação, dura de 3 a 5 dias. O estágio inflamatório 
apresenta duas fases: vascular e celular. Os eventos vasculares iniciam-se durante o 
começo da inflamação, com uma vasoconstrição inicial dos vasos afetados como resultado 
do tônus vascular normal. A fase celular da inflamação é disparada pela ativação do 
sistema complemento, presente no soro, quando do trauma tecidual. 
Estágio Fibroblástico: 
As fibras de fibrina, derivadas da coagulação sanguínea, se entrecruzam nas feridas para 
formar uma rede na qual os fibroblastos possam iniciar a deposição de substância 
fundamental e tropocolágeno. Esse é o estágio fibroplástico do reparo de feridas. 
Estágio de Remodelação: 
O estágio final da reparação de feridas, que continua indefinidamente, é conhecido como 
estágio de remodelação, embora alguns utilizem o termo maturação da ferida. Durante esse 
estágio várias fibras colágenas previamente depositadas de forma aleatória são destruídas 
conforme são substituídas por novas fibras colágenas, que são orientadas para resistir 
melhor às forças de tensão às quais a ferida é submetida. Além disso, a resistência da 
ferida aumenta lentamente, mas não com a mesma magnitude observada durante o 
estágio fibroplástico. 
 Fatores Prejudiciais à Cicatrização das Feridas 
 
Corpo Estranho: 
Corpo estranho é tudo aquilo que o sistema imune do organismo do hospedeiro reconhece como 
não pertencendo ao nosso corpo e isso inclui, bactérias, sujeira e material de sutura. Os corpos 
estranhos podem provocar três problemas. Primeiro, as bactérias podem proliferar e 
causar uma infecção na qual as proteínas bacterianas que destroem o tecido hospedeiro 
são liberadas. Segundo, o corpo estranho não bacteriano comporta-se como abrigo para 
as bactérias uma vez que fornece proteção contra as defesas do hospedeiro e, dessa forma, 
promove infecção. Em terceiro, o corpo estranho geralmente é antigênico e pode estimular 
uma reação inflamatória crônica que diminui a fibroplasia. 
 
 
 Estágios da Cicatrização das Feridas 
 
Tecido Necrótico: 
O tecido necrótico em uma ferida pode causar dois problemas. O primeiro é que a sua 
presença serve como uma barreira para o influxo de células reparadoras e por isso o 
estágio inflamatório é prolongado. O segundo problema é que, de maneira similar ao 
corpo estranho, o tecido necrótico serve como um nicho protetor para bactérias. O tecido 
necrótico frequentemente inclui o sangue que se acumula na ferida (hematoma), 
onde pode servir como uma fonte de nutrientes para as bactérias. 
Isquemia: 
A diminuição do suprimento sanguíneo em uma ferida interfere de várias maneiras em seu 
reparo. Um suprimento sanguíneo diminuído pode provocar a formação de tecido necrótico, 
e também, diminuir a chegada de anticorpos, leucócitos e antibióticos a essa ferida, 
aumentando, dessa forma, as chances de infecção na ferida. A isquemia da ferida diminui 
a chegada de oxigênio e nutrientes necessários para uma cicatrização adequada. Ela pode ter 
várias causas como origem, como, suturas apertadas ou localizadas de forma errada, retalhos 
mal planejados, pressão externa excessiva sobre a ferida, pressão interna também sobre a 
ferida, hipotensão sistêmica, doença vascular periférica e anemia. 
Tensão: 
A tensão sobre uma ferida é o último fator que pode impedir sua cicatrização. Tensão, neste 
caso, é qualquer coisa que tenha tendência a manter as margens da ferida afastadas. Se as 
suturas forem removidas muito precocemente durante o processo de cicatrização, a ferida, ao 
ser submetida à tensão, provavelmente reabrirá e, então, haverá formação excessiva de cicatriz 
e contração da ferida. Se as suturas forem mantidas por um período muito longo na 
tentativa de controlar a tensão da ferida, esta, ainda assim, tenderá a se abrir durante o 
estágio de remodelação da cicatrização.Cicatrização por primeira, segunda e terceira intenções 
 
Primária: 
Na cicatrização por primeira intenção, as margens de uma ferida na qual não houve perda de 
tecido são posicionadas e estabilizadas, essencialmente, na mesma posição anatômica que 
possuíam antes da lesão, e desse modo mantidas, permitindo sua cicatrização. O reparo da 
ferida ocorre, então, com formação mínima de cicatriz, uma vez que os tecidos não 
“percebem” que uma lesão teria ocorrido. Falando de forma exata, a cicatrização por 
primeira intenção é somente um ideal teórico, pois é praticamente impossível de acontecer 
Essa forma de reparo de feridas diminui a quantidade de reepitelização, a deposição de 
colágeno, a contração e a remodelação necessárias durante a 
cicatrização. Dessa forma, a cicatrização ocorre mais 
rapidamente, com um menor risco de infecção. Exemplos de 
feridas que cicatrizam por primeira intenção incluem lacerações 
ou incisões bem reparadas, fraturas 
ósseas bastante reduzidas. 
Secundária: 
Em contraste, a cicatrização por segunda intenção significa que um espaço é mantido entre 
as margens de uma incisão ou de uma laceração, ou entre fragmentos ósseos, ou entre 
terminações nervosas após o reparo, ou seja, isso significa que ocorreu perda de tecido na 
ferida, o que impede a aproximação de suas margens. Essas situações demandam 
uma grande quantidade de migração epitelial, deposição de colágeno, contração e 
remodelação durante a cicatrização. A cicatrização é mais demorada e produz mais tecido 
cicatricial. Exemplos de feridas que cicatrizam por segunda intenção incluem os alvéolos 
após a extração e fraturas mal reduzidas. 
 
 
 
Terciária: 
Alguns cirurgiões utilizam o termo terceira intenção para descrever a 
cicatrização de feridas através do uso de enxertos de tecido para cobrir 
grandes feridas e reduzir ou eliminar o espaço 
entre as margens da ferida. 
 
 
 
 
 
Referências: 
https://docero.com.br/doc/cs11v1

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