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DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA 
ASPERGILOSE PULMONAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome dos alunos: Bruna Gomes de Sousa Silveira Lima, Flora 
Jales Coan, Lucas Fernando Alves de Andrade, Matheus Phelipe 
Favero Valle, Melissa Hebling Alen Loureiro, Vitória Lebre Gaules 
Nome dos professores: Cassio Negro Coimbra e Michelangelo 
Juvenale 
Turma: 16 B 
Data de realização da atividade: 05/06/2021 
Nome da atividade: Mapa Conceitual 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
Aspergiloses são micoses produzidas por espécies do gênero 
Aspergillus, tendo diversos modos de apresentação clínica, desde 
maduromicose até otomicoses, passando pelas formas pulmonares, que são as 
mais significativas. Estas últimas podem ser primitivas ou secundárias, 
instalando-se sobre lesões pulmonares preexistentes (micose ocasional ou 
infecção micósica oportunista). O habitat dos agentes consiste no solo, na 
vegetação e propagado pelo ar. Sua transmissão é a inalação. 
 
ETIOLOGIA 
 
A etiologia da doença Aspergilose Pulmonar está relacionada aos 
esporos do fungo Aspergillus fumigatus, fungo filamentoso e saprófitico que 
são facilmente encontrados no ambiente. Após o indivíduo inalar os esporos 
desse fungo, eles passam a se germinar e se transformam em hifas que em 
condições favoráveis, como na de um indivíduo acometido por alguma doença 
oportunista ou indivíduos com o sistema imunológico mais comprometido, 
podem acabar causando uma necrose hemorrágica e até mesmo um infarto 
quando chegam nos vasos sanguíneos dessa pessoa, além de possibilitar que 
a infecção seja levada para outros lugares que não o pulmão, como cérebro, 
coração ou rins. 
 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E HABITAT 
 
A distribuição da doença é universal. As formas pulmonares 
predominam nos países de agricultura bem desenvolvida, especialmente de 
grãos de cereais. Os esporos da família Eurotiaceae (subdivisão 
Ascomycotina-Emericella Aspergillus spp.) estão espalhados na natureza, no 
solo, vasos de plantas e áreas de construção. Esses esporos deterioram 
quaisquer alimentos, grãos de cereais, encontrados em diversos substratos em 
decomposição – seu habitat é ubíquo. É possível isolar na placa de Petri com 
meio de cultura, exposta ao ar, numerosas espécies, que em importância 
patogênica sobressaem: Aspergillus fumigatus, Aspergillus flavus, Aspergillus 
niger etc. Alguns estrumes são ricos de A. fumigatus, porque esta espécie se 
desenvolve bem em temperaturas de 37º C ou mais graus (fato facilitador para 
isolá-lo em laboratório), o que ocorre nesses adubos por causa da 
decomposição e fermentação. Outras condições ótimas para o 
desenvolvimento do A. fumigatus são: poda de árvores e o abandono dos 
galhos nas ruas por tempo excessivo, chuva e calor elevado. Quando o fungo é 
removido, uma nuvem de esporos contamina o ar, o que pode resultar numa 
enfermidade em humanos através da colonização de vias aéreas com 
subsequentes reações alérgicas, pela colonização de cavidade preexistente 
(aspergiloma) ou por uma invasão tecidual. 
 
 
 
TRANSMISSÃO 
Os bolores Aspergillus são amplamente distribuídos na natureza. 
Crescem na vegetação em decomposição, produzindo cadeias de conídios. A 
transmissão ocorre a partir de conídios disseminados pelo ar. 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
 
1. Pequeno tamanho dos conídeos (pequenos esporos também 
conhecidos como mitosporos, responsáveis pela reprodução assexuada de 
alguns grupos de fungos), que por sua vez facilitam a dispersão pelo ambiente, 
a aspiração pelas vias aéreas superiores e a inflamação dos seios paranasais 
e da árvore brônquica; 
 2. Temperatura de crescimento do fungo em torno de 37⁰ C, o que auxilia 
sua proliferação no interior dos pulmões; 
3. Capacidade de adesão ao endotélio e epitélio- Os conídios de 
Aspergillus fumigatus tendem a se aderir ao fibrinogênio humano, bem como à 
laminina na membrana basal alveolar. Acredita-se que este seja um importante 
primeiro passo que permite ao fungo se estabelecer em tecidos do hospedeiro. 
A ligação ao fibrinogênio e laminina poderia facilitar a aderência de conídios, 
enquanto a secreção de elastases e proteases ácidas poderia auxiliar na 
invasão de células do hospedeiro pelas hifas.; 
4. Invasão dos vasos sanguíneos, ocorre devido ao tropismo vascular; 
5. Levando-se em consideração o fator específico de dano tecidual 
direto do fungo em que se há uma alta secreção de produtos metabólicos como 
glicotoxinas e enzimas como elastase, fosfolipases, proteases e catalases, se 
pode ser gerado uma importante função na virulência, isso porquê a gliotoxina 
inibe a fagocitose por macrófagos e a ativação e proliferação de células T; 
entretanto, não se sabe se são produzidas quantidades clinicamente 
significativas de gliotoxinas na doença humana.Os Aspergillus spp. dão origem 
à catalase, uma enzima que quebra a molécula de peróxido de hidrogênio. A 
forte associação entre aspergilose e doença granulomatosa crônica ressalta a 
importância da função neutrofílica na defesa do hospedeiro contra a 
Aspergilose e fornece evidências indiretas para a catalase como um fator de 
virulência. É geralmente aceito que o risco aumentado da doença em 
indivíduos que recebem altas doses de corticosteroides seja devido à 
deficiência na função de macrófagos e, talvez, de células T. Além disso, foi 
demonstrado que os corticosteroides estimulam o crescimento de Aspergillus 
spp. em meios de cultura. Sobretudo não se sabe se apresentam proteínas 
específicas de ligação a esteróides análogas àquelas encontradas em outros 
fungos. 
 
PATOGENIA 
 
A Aspergilose é a mais comum infecção invasiva por fungos 
filamentosos em todo o mundo. Sendo assim e ao se tratar de uma infecção 
fúngica considerada como oportunista, devido a proporcionar uma condição em 
que indivíduos portadores de disfunção imunológica são mais suscetíveis de 
adquirir a doença em relação a outras pessoas que não apresentam tais 
parâmetros. Tais como estado alérgico (asma); doenças de vias aéreas; 
cavidades pulmonares cronicas. 
 
 A aspergilose pulmonar , apresenta como via primária de infecção a 
inalação de conídios por aerossol (tamanho aproximado de 2,5 a 3 μm), se 
depositando em regiões como pulmões, nasofaringe ou seios paranasais. Já na 
cavidade pulmonar, os macrófagos alveolares e neutrófilos passam a 
desempenham papel fundamental na defesa do hospedeiro contra Aspergillus 
spp., isso porque passam a realizar um processo de ingestão e destruição dos 
conídios, enquanto os neutrófilos aderem e destroem as hifas que crescem 
após a germinação dos mitosporos. As hifas remanescentes que não foram 
destruídas podem invadir o tecido pulmonar e a vasculatura, levando a 
trombose e necrose tecidual local, bem como à disseminação hematogênica 
para outros órgãos-alvo (cérebro) e dessa forma se havendo a atração por 
quimiotaxia quimiotaxia dos polimorfonucleares. Ainda se ressaltando a 
cavidade pulmonar, em uma maioridade dos casos se há a ocorrência de 
formação de um espaçamento muito assemelhado ao princípio de uma caverna 
(semelhante à fisiologia da Tuberculose). Sendo assim, se é criado um 
ambiente extremamente propício para proliferação de conídeos, devido ao 
calor e umidade, consequentemente levando ao surgimento de um abcesso 
pulmonar. A partir desse caso se há o que é denominado popularmente como 
bola fúngica (aspergiloma), podendo estar aderida ou não ao tecido. O quadro 
muitas vezes pode ser assintomático ao paciente e estar associado à tosse 
com hemoptise, quando permanece acolhida ao tecido, por lesão vascular. Se 
é também possível a ocorrência nos seios da face, entretanto sem a presença 
de invasão tecidual. 
Deve-se ainda ressaltar-se que o Aspergillus fumigatus tem a 
capacidade de inativar o sistema complemento, aumentando assim sua 
patogenicidade. Ademais, a resposta humoral não é protetora e como não se 
pode ocorrer soroconversão (indivíduo se torna reagente positivo 
a determinada doença), a presença de anticorpos não auxilia em um possível 
diagnóstico, issoporque mesmo se tendo a formação de anticorpos, esses não 
são atuantes e se tem uma certa prevalência de pacientes que não apresentam 
uma soroconversão. 
 
A aspergilose broncopulmonar alérgica ocorre em pacientes com asma 
ou fibrose cística. Nesse caso não há deficiência da atividade do sistema 
imunológico. Ocorre uma resposta exacerbada e desregulada. Mediadas pelas 
reações de hipersensibilidade do tipo I, III e IV. Onde a reação de 
hipersensibilidade do tipo I é a mais importante, o anticorpo principal é o IgE, 
que vai ser acionado quando o epitopo do alérgeno entrar em contato com as 
nossas células. A fração Fc do IgE vai se ligando a este alérgeno e 
sensibilizando-o, porém quando há muitas IgEs juntas, ocorre a degranulação 
dos mastócitos/eosinófilos/basófilos e a liberação de histaminas, que são 
mediadores inflamatórios e responsáveis pelos sintomas desse quadro. A do 
tipo II, é devido a falha na depuração do complexo imune, com isso ocorre a 
deposição nos vasos, por conta do tropismo vascular, causando vasculite, que 
aumenta a resposta inflamatória agravando o quadro. Por fim a IV – tardia, 
ocorre pelos mecanismos da resposta imunológica específica celular, com 
liberação de enzimas mediadoras da resposta inflamatória. As reações de 
hipersensibilidade do tipo II e IV porque o aspergillus tem a capacidade de 
inativar o sistema complemento. 
 
SINTOMAS 
Na aspergilose pulmonar ao inalar os esporos do Aspergillus fumigatus, o 
fungo pode colonizar o trato respiratório e acometer as áreas respiratórias 
desse indivíduo acarretando como principais sintomas a perda de peso, tosse 
persistente, tosse com sangue, cansaço excessivo e sensação de falta de ar. 
No caso da aspergilose alérgica, a qual acomete geralmente pessoas com 
histórico de doenças pulmonares crônicas, os sintomas são: febre, tosse com 
sangue e catarro, sensação de falta de ar e coriza e dificuldade para sentir 
cheiros. Caso a doença se agrave e passe para uma aspergilose invasiva, que 
acontece quando o fungo consegue se multiplicar nos pulmões e depois se 
espalhar pelo sangue, os sintomas mais comuns passam a ser febre acima de 
38 graus, dor no peito, dor de cabeça, dor nas articulações, tosse persistente e 
inchaço no rosto. 
DIAGNÓSTICO 
 
Geralmente os exames de imagens apresentam alterações que devem 
ser relacionadas com o quadro clínico e com os exames laboratoriais. 
O diagnóstico da aspergilose é complexo e difícil uma vez que os 
sintomas são inespecíficos, a ocorrência dos infiltrados pulmonares é, muitas 
vezes, tardia e até pela dificuldade de diferenciação entre o agente fúngico 
patogênico e colonizador. Os critérios de diagnóstico da forma broncopulmonar 
são as provas laboratóriais in vivo e in vitro e os exames de imagem pulmonar 
correlacionados com todos os achados clínicos. 
As espécimes de biópsias revelam as hifas septadas e remificadas 
invadindo os tecidos. Culturas mostram colonias com cadeias radialista de 
conídios, entretanto, culturas positivas ainda não comprovam a doença uma 
vez que a colonização é comum. Nos indivíduos com arpergilose invasiva, 
pode haver altos títulos de antígeno galactomanana no soro e pacientes com 
ABPA (Aspergiloso bronco-pulmonar alérgica) existem altas concentrações de 
IgE específicas para antígenos de Aspergillus, assim como eosinofilia 
acentuada. Precipitinas IgG também se encontram presentes. 
 
 
TRATAMENTO 
Considerando as formas pulmonares, segundo as formas clínicas, a 
terapêutica poderá seguir três direções principais: 
1 No caso de aspergilose (aspergilomas), está indicada a remoção 
cirúrgica, principalmente quando ocorrem frequentes hemoptises. 
2 Na aspergilose alérgica, as reações brônquicas intensas podem levar 
a um fechamento parcial dos condutos aéreos, não só resultante de espasmo 
como de acúmulo de secreções viscosas, que, por sua vez, vão constituir ótimo 
substrato para fixar novos esporos inalados. Para esses casos, estão indicados 
dessensibilização específica, aerossol com nistatina ou com natamicina, 
emprego de corticosteróides, de mucolíticos. 
3 Para aspergilose invasiva, pode ser utilizado, sem muita expectativa, 
anfotericina B. Pode-se tentar, também, o uso de nistatina, já que há casos de 
cura registrados. Nos casos de aspergilose invasiva que não respondem à 
anfotericina B, a caspofungina poderá apresentar efetividade. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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terapêutica imunossupressora. https://comum.rcaap.pt, 2021. Disponível em: 
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/17600/1/Silva_Ana_Sofia_Cristino.p
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02/02/2021. 
 
ORTEGA, Victor E. Ortega. Aspergilose broncopulmonar alérgica, 
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MURRAY, Patrick. Microbiologia Médica (8 Edição). 
 
LEVINSON, Warren. Microbiologia médica e imunologia (10° edição) 
 
OLIVEIRA, Jesfferson Carvalhaes de. Tópicos em micologia médica (4° 
edição) 
 
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/17600/1/Silva_Ana_Sofia_Cristino.pdf
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