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1ª PARTE SIGMUND FREUD ESTRUTURA DA DINÂMICA DA PERSONALIDADE HISTÓRICO PSICANÁLISE TERMOS BÁSICOS: RESISTÊNCIA, ATO FALHO, LAPSOS DETERMINISMO PSÍQUICO. CONSCIENTE, PRÉ-CONSCIENTE E INCONSCIENTE. ESTRUTURA DA DINÂMICA DA PERSONALIDADE: ID, EGO E SUPEREGO. OBSTÁCULOS AO CRESCIMENTO: ANSIEDADE. CONCEITOS: ATIVAÇÃO E ANSIEDADE. SITUAÇÕES PROTÓTIPOS QUE CAUSAM ANSIEDADE: PERDAS – OBJETO DESEJADO, AMOR, IDENTIDADE, AUTO-ESTIMA. DOIS MODOS DE DIMINUIR A ANSIEDADE. TRÊS SEDES DA ANGUSTIA COMO INSTÂNCIA ADAPTATIVA DO EGO: ANGUSTIAS – REAL, NEURÓTICO E MORAL. MECANISMO DE DEFESA PONTO DE FIXAÇÃO CONCEITO: AUTOCONCEITO – AUTO-IMAGEM E AUTO- ESTIMA. TIPOS DE DEFESA: REPRESSÃO, RECALQUE, DESLOCAMENTO, FORMAÇÃO REATIVA, ISOLAMENTO, NEGAÇÃO, INTROJEÇÃO, PROJEÇÃO, REGRESSÃO, RACIONALIZAÇÃO. CONTRAPARTIDA NORMAL DOS SENTIMENTOS DE DEFESA: SUBLIMAÇÃO. TRANSFERÊNCIA: NEGATIVA E POSITIVA. CONTRATRANSFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA Sigmund Schlomo Freud, mais conhecido como Sigmund Freud, nasceu em 6 de maio de 1856, Freibergin Mähren, Morávia, Império Austríaco (atualmente a localidade é denominada Příbor, pertencente à República Tcheca. De nacionalidade Austríaco, foi um médico neurologista judeu-austríaco, fundador da psicanálise e morreu em 23 de setembro de 1939 (83 anos) em Londres (Inglaterra – Grã-Bretanha). Durante quarenta anos viveu em Viena, tendo deixado a cidade quando os nazistas ocuparam a Áustria. Ainda jovem, decidiu ser cientista e com essa ideia definida matriculou-se na escola de medicina da Universidade de Viena em 1873, aos dezessete anos, lá se graduou em 1881. Sua permanência na Universidade foi prolongada, não por dificuldades pessoais, mas pela imensa curiosidade científica que o levava a acompanhar os cursos de grandes cientistas e pensadores que lá se encontravam e, em particular, os cursos de filosofia. Freud nunca pensou em clinicar, mas as escassas recompensas do trabalho científico, as limitadas oportunidades de progresso acadêmico para um judeu e as necessidades crescentes da família forçaram-no a exercer a profissão. Apesar disso, ainda encontrava tempo para pesquisar e escrever e, suas realizações como pesquisador médico rapidamente lhe granjearam grande reputação. Freud, o interesse pela neurologia levou-o a especializar-se no tratamento de doenças nervosas e, para aperfeiçoar sua técnica, estudou durante um ano, com Jean Charcot, o famoso psiquiatra francês que estava usando a hipnose no tratamento da histeria. Embora Freud tentasse utilizar a hipnose em seus pacientes, não ficou convencido de sua eficácia. Mas ao ouvir falar do método de Joseph Breuer, um médico vienense que curava seus pacientes fazendo-os falar sobre seus sintomas, Freud o experimentou e o julgou eficiente. Breuer e Freud trabalharam juntos nos estudos de alguns casos de histeria tratados pela técnica de fazer falar o paciente (1895). Contudo, logo se separaram por causa de divergência em torno da importância do fator sexual na histeria. Freud sustentava que os conflitos sexuais eram a causa da histeria, enquanto Breuer mantinha o ponto de vista tradicional e conservador. Freud passou a trabalhar sozinho, desenvolvendo as ideias que haveriam de fundamentar sua teoria psicanalítica e que culminaram na publicação da sua primeira grande obra: A interpretação dos sonhos (1900). Freud comparava a mente humana com uma montanha de gelo flutuante, em que à parte que se vê na superfície representa a região da consciência, enquanto uma porção submersa muito maior representa a região do inconsciente. No vasto domínio do inconsciente se encontram os impulsos, as paixões, as ideias e os sentimentos reprimidos – um imenso subterrâneo de forças vitais e invisíveis que exercem um controle imperioso sobre os pensamentos e ações conscientes do homem. Sigmund Freud e considerado pai da Psicanálise. O termo Psicanálise é utilizado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e a uma prática profissional. Enquanto método de investigação se caracteriza pelo método interpretativo que busca o significado oculto do que se manifesta por meio de ações, palavras ou produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos. Como tratamento, denomina-se análise que busca o autoconhecimento ou a cura que ocorre através desse autoconhecimento. Resistência: bloqueio ou recusa em revelar lembranças dolorosas durante uma sessão de livre associação. Ato falho (trocas) e lapsos (esquecimentos) de fala que refletem os motivos inconscientes ou a ansiedade. Ato falho: É um equívoco na fala, na memória, em uma atuação física, provocada hipoteticamente pelo inconsciente, isto é, através do ato falho o desejo do inconsciente é realizado. Isto explica o fato de que nenhum gesto, pensamento ou palavra acontece acidentalmente. Os atos falhos são diferentes do erro comum, pois este é resultado da ignorância ou convivência. (Carraro, 2017) Freud evidenciou que o ato falho era como sintoma, constituição de compromisso entre o intuito consciente da pessoa e o reprimido. (Carraro, 2017) Ato falho abrange também erros de leitura, audição, distração de palavras. São circunstâncias acidentais que não têm valor e não possuem consequência prática. (Carraro, 2017) Os atos falhos são compreendidos por muitas pessoas como falta de atenção, cansaço, eventualidade. (Carraro, 2017) Lapso: A troca de uma palavra por outra é um lapso, é uma interpretação. Pode-se dizer que o próprio fundamento da interpretação diz que simplesmente há desejo. Não houve apenas lapso, e o sujeito vai associar a partir desse lapso para tentar dizer: eu troquei uma palavra por outra, e aí ele mesmo vai dar o sentido do que foi aquilo, relacionando com um determinado fato, e continua associando e dando novos sentidos. Pode-se afirmar que esse fato de estrutura mostra que um evento psíquico possa ter várias interpretações. (Carraro, 2017) O corpo é a fonte básica de toda experiência mental. Ele esperava o tempo em que todos os fenômenos mentais pudessem ser explicados com referência direta à fisiologia do cérebro. Freud sentia que seu próprio trabalho era frequentemente apenas descritivo e que seria superado por pesquisas aperfeiçoadas em neurologia. Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que: Não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. É a qualidade momentânea que caracteriza as percepções externas e internas no conjunto dos fenômenos psíquicos. Destaca-se o fenômeno da percepção do mundo exterior, a atenção e o raciocínio. A consciência seria a função de um sistema, chamado de percepção-consciência, que está situado na periferia do aparelho psíquico. A consciência desempenha um papel importante na dinâmica do conflito (evitação consciente do desagradável, regulação mais discriminada do princípio de prazer) e do tratamento (função e limite da tomada de consciência), mas não pode ser definida com um dos pólos em jogo no conflito defensivo. É onde permanecem os conteúdos acessíveis à consciência. É uma parte do inconsciente, mas uma parte que pode tomar-se consciente com facilidade. Pode não estar, nesse momento na consciência, mas no momento seguinte poderá estar. As porções da memória que são acessíveis fazem parte do pré- consciente. Estas podem incluir lembranças de tudo o que você fez ontem, seu segundo nome, todas as ruas nas quais você morou, a data da conquista da Normandia, seus alimentos prediletos, o cheiro de folhas de outono queimando, obolo de aniversário de formato estranho que você teve quando fez dez anos, e uma grande quantidade de outras experiências passadas. É como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções. A descoberta do inconsciente vem para Freud por dois caminhos: a experiência clínica pioneira de Breuer e as experiências com sugestão pós- hipnótica de Bernheim. É a falta de consciente. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias de funcionamento e exprime “o conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência”. Na teoria psicanalítica explica o termo inconsciente como atividade mental que não está disponível na consciência, porque ela se refere a um conteúdo muito ameaçador ao EGO para ser diretamente reconhecido. Há conexões entre todos os eventos mentais. Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estão no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida. As observações de Freud a respeito de seus pacientes revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. ID Componente biológico da personalidade, utiliza-se do “princípio do prazer”. EGO Componente psicológico da personalidade. É o executivo da personalidade porque controla as direções da ação, seleciona os aspectos do meio os quais reagirá e decide quais pulsões a serem satisfeitos. Obedece ao “princípio da realidade”. SUPEREGO Componente social da personalidade. É a arma moral da personalidade, representando mais o ideal que o real e tende mais à perfeição que ao prazer. Processo primário” que está presente no nascimento. Os recém-nascidos são governados pelo ID, a fonte de motivos e desejos que está presente no nascimento. O ID e o mecanismo fundamental de manifestação do desejo, forma, no plano do imaginário, o objeto que permitirá sua satisfação. Os desejos não podem satisfazer-se com objetos apenas alucinatórios, mas é necessário que uma imagem, ou seja, um objeto alucinatório gerado, para que o EGO, responsável pelas relações de realidade, possa satisfazê-lo. Um desejo corresponde a uma carência que, ao ser satisfeita, gerará prazer. Objetivo do ID é a busca do prazer, a satisfação imediata das necessidades, não se questiona qualquer aspecto da adaptação do desejo à realidade física, social ou moral. Quando a gratificação demora, como ocorre quando eles precisam esperar para serem alimentados, os bobês começam a se ver como separados do mundo externo. No ID inexiste o princípio da não-contradição: como não é dimensionado pela realidade, pode estar presentes desejos ou fantasias mutuamente excludentes dentro da lógica. É atemporal: a única dimensão da vivência é o presente. Não é verbal: funciona pela produção de imagens. Num sonho as imagens são criadas, fragmentadas, deslocadas, combinadas, de forma a se adequar à satisfação do desejo. Não é o inconsciente, mas é, em quase uma totalidade, inconsciente. Os desejos oriundos do ID podem ser percebidos pela consciência. Quando não sofrem repressão. Desenvolve-se durante o primeiro ano de vida. O EGO, que representa a razão ou o senso comum. Surge com uma instância que se diferencia a partir do ID, servindo de intermediário entre o desejo e a realidade. Seu objetivo é encontrar modos realistas de gratificar o ID que sejam aceitáveis para o SUPEREGO. O EGO se estrutura com uma nova etapa de adaptação evolutiva do sujeito. Há uma formação pulsional inicial que se desdobra em estruturas mais sofisticadas a partir da elaboração da realidade. É o setor mais organizado e atual da personalidade. Ela domina todas às funções lógica do funcionamento mental. O EGO organiza a simbolização, ou seja, a linguagem, o domínio sobre a fantasia e fornece um instrumento de reter, elaborar e atuar sobre a realidade física e psíquica. A memória e o desenvolvimento do pensamento lógico e operatório estão aqui contidos. É em parte consciente e em outra parte inconsciente. Desenvolve-se aproximadamente aos 5 ou 6 anos. O SUPEREGO inclui a consciência e incorpora deveres e proibições socialmente aprovadas ao próprio sistema de valores da criança. É o responsável pela estruturação interna dos valores morais, ou seja, pela internalização das normas referentes ao que é moralmente proibido e o que é valorizado e deve ser ativamente buscado. É uma estrutura necessária para o desenvolvimento do grupo social. O SUPEREGO é muito exigente; se suas demandas não são atendidas, a criança pode sentir-se culpada e ansiosa. É em parte consciente e em outra parte inconsciente. EGO IDEAL Corresponde à internalização dos ideais valorizados dentro do grupo cultural, os quais o indivíduo deve ativamente perseguir. Como por exemplo: a honestidade, a coragem, o desenvolvimento intelectual, a caridade, outros. Tende a impulsionar o indivíduo na obtenção destes valores, punindo-o ou criticando-o quando falha na perseguição destes objetos. CONSCIENCIA MORAL É a internalização das proibições. Se a honestidade é valorizada, a sua transgressão acarretará a punição pelos sentimentos acusatórios. O ID dá o nível do desejo, o nível do querer, independente das possibilidades reais de o desejo ser satisfeito ou não. O EGO partirá do desejo, da imagem formada pelo processo primário (ID), para tentar construir na realidade caminhos que possibilitam a satisfação do desejo. As proibições morais, oriundas do SUPEREGO, e as interdições da realidade objetiva. ID → EGO ← SUPEREGO ← → ↓↑ Realidade CONCEITO: ATIVAÇÃO (Weinberg, 2001: 96) É uma preparação fisiológica e psicológica geral, variando em um continuum de sono profunda a uma intensa agitação. É uma mistura de atividades fisiológicas e psicológicas em uma pessoa e refere-se às dimensões de intensidade de motivação em um determinado momento. A ativação não está automaticamente associada a eventos agradáveis ou desagradáveis. CONCEITO: ANSIEDADE É o receio sem objetivos ou relação com qualquer contexto de perigo, e que se prende, na realidade, a causa psicológica inconsciente. (Aurélio, 1992). Resposta adaptativa do ser humano frente a situações ameaçadoras, preparando o indivíduo para evitar a ameaça ou atenuar sua consequência. Impacto emocional ou dimensão cognitiva da ativação. (Gould &Krane, 1992) Forma específica de incitação ou ativação. (Maguill, 1988) Estado de apreensão e medo, acompanhado de inquietação e incerteza. (Aurélio, 1992) Uma expressão da personalidade de um indivíduo. (Singer, 1968) ATIVAÇÃO E ANSIEDADE (Weinberg, 2001: 96) É um estado emocional caracterizado por nervosismo, preocupação e apreensão associado com ativação ou agitação do corpo. Tem um componente de pensamento (ansiedade cognitiva) e um componente de ansiedade somática, que é o grau de ativação física percebida. O estado de ansiedade somática não é necessariamente uma mudança na ativação física da pessoa, mas sua percepção dessa mudança. O principal problema da psique é encontrar maneiras de enfrentar a ansiedade. Esta é provocada por um aumento, esperado ou previsto da tensão ou desprazer; pode desenvolver-se em qualquer situação (real o imaginada), quando a ameaça a alguma parte do corpo ou da psique é muito grande para ser ignorada, dominada ou descarregada. 1. Perda de um objeto desejado Por exemplo: Uma criança privada de um dos pais, de um amigo íntimo, ou de um animal de estimação. 2. Perda de amor Por exemplo: Rejeição, fracasso em reconquistar o amor ou a aprovação de alguém que lhe importa. 3. Perda de identidade Por exemplo: Medo de castração, da perda de prestígio, de ser ridicularizado em público. 4. Perda de auto-estima Por exemplo: A desaprovação do superego por atos ou trações que resultam em culpa ou ódio em relação a si mesmo. A ameaça desses ou de outros eventos causa ansiedade. O primeiro é: Lidar diretamente com a situação. Resolvemos problemas, superamos obstáculos, enfrentamos ou fugimos de ameaças, e chegamos a termo de um problema a fim de minimizar seu impacto. Desta forma, lutamos para eliminar dificuldades e diminuir as probabilidades de sua repetição, reduzindo, assim, as perspectivas de ansiedade adicional no futuro. Deforma ou nega a própria situação. O ego protege toda a personalidade contra a ameaça, falsificando a natureza desta. Os modos pelos quais se dão as distorções são denominados mecanismos de defesa. Se o ego é obrigado a admitir sua fraqueza, ele irrompe em ansiedade. ANSIEDADE REALISTICA referente ao mundo externo o EGO, ANSIEDADE NEURÔTICA referente à força das pai- xões do ID e ANSIEDADE MORAL referente ao SUPEREGO. (1933 livro 28, pp. 99-100 na ed. bras.). EGO é o responsável pela detecção dos perigos reais e psicológicos que ameacem a integridade do indivíduo: ANGUSTIA REAL: é o sentimento de medo. É o sinal que mobiliza o indivíduo diante da perspectiva de uma agressão real. ANGUSTIA NEURÓTICO: é o temor existente no Ego de que o ID, ou seja, os desejos prevaleçam sobre os dados da realidade. ANGUSTIA MORAL: é um sentimento acusatório no qual sentimos que erramos, que somos maus, em que a única opção a ser feito é espiar a culpa. Proposto inicialmente por Freud, o mecanismo de defesa pode assumir muitas formas, entre eles as mais comuns são: repressão, formação reativa, projeção, introjeção, isolamento, racionalização, negação, sublimação. O mecanismo de defesa é uma estratégia que protege o EGO ou o AUTOCONCEITO de uma ameaça real ou imaginária. Todo ser humano de vez em quando faz uso deles com um meio de evitar informações indesejadas sobre si mesmo ou sobre o mundo externo. São modos mediante os quais as pessoas inconscientemente lidam com a ansiedade distorcendo a realidade. De acordo com Freud, diariamente, as três estruturas (ID, EGO e o SUPEREGO) estão em constante estado de conflito e quando as demandas do ID ou SUPEREGO ameaçam dominar o EGO, o resultado é a ansiedade. Se a solução realista não é possível, o EGO pode, temporariamente, rduzir a ansiedade distorcendo pensamentos ou percepções da realidade por processo que Freud chamou de “Mecanismo de defesa do EGO”. Todos os mecanismos apresentam a desvantagem de distorcer a compreensão individual da realidade, exceto o mecanismo de SUBLIMAÇÃO. Se um dado momento de evolução o sentimento de angústia (temor ou destruição) é muito forte, ao tentarmos nos ligar a um objeto, o EGO é obrigado a mobilizar forte mecanismo de defesa para enfrentá-la, ou seja, mobilizando-o. Isto cria um ponto chamado de fixação (um dado momento no processo evolutivo onde paramos, por não poder satisfazer um desejo, e onde também paramos por que aí deixamos muita energia imobilizada). O EGO se torna frágil em seu processo evolutivo, porque parte de sua energia permanece ligada a este momento (do passado/fase), com isto terá dificuldades em enfrentar novos momentos críticos (do presente) gerando forte sentimento de angustia. Através da terapia psicanalítico (análise pessoal/autoconhecimento) tem por objetivo desbloquear este mecanismo de defesa (ponto de fixação) para que o paciente volte a ter um melhor qualidade de vida afetiva. ESQUEMA Passado/fase: → EGO → Presente/Evolutivo Oral Mecanismo de defesa Anal Para relacionar-se com o mundo Fálica Negação Reativa Regressão Sublimação Outros CONCEITO: AUTOCONCEITO Segundo Stratton, o autoconceito (1994) se traduz pela soma total dos modos com que o indivíduo se vê a si mesmo. Considera ainda que o autoconceito tem duas principais dimensões: um componente descritivo, conhecido como auto-imagem, e um componente avaliativo, conhecido como auto-estima, sendo que na prática o termo é mais empregado para referir-se à dimensão avaliativa da auto- percepção. Para Corona (1990), o autoconceito parte da ideia do “EU” como uma conscientização primária na vida do indivíduo e, esta tomada de consciência do “EU” que se constitui no ponto de partida para a formação ao autoconceito. REPRESSÃO Processo que consiste em barrar da consciência qualquer impulso indesejável como ideias inaceitáveis, memórias ou desejos provindo do ID, deixando-os operar livremente no inconsciente. Por exemplo: Reprimir da consciência o desejo sexual pelo genitor do sexo oposto. RECALQUE O indivíduo “não vê”, “não ouve” o que ocorre. Existe a supressão de uma parte da realidade. Este aspecto que não é percebido pelo indivíduo faz parte de um todo e, ao ficar invisível, altera, deforma o sentido do todo. É como se, ao ler esta página, uma palavra ou uma das linhas não estivesse impressa, e isto impedisse a compreensão da frase ou desse outro sentido ao que está escrito. Por exemplo: É quando entendemos uma proibição como permissão porque não “ouvimos” o “não”. DESLOCAMENTO Os impulsos emocionais são redirecionados para um substituto, pessoa ou objeto geralmente aquele menos ameaçador ou perigoso que a fonte original de conflito. Por exemplo: O indivíduo está com raiva do chefe e desloca seu sentimento batendo na porta. FORMAÇÃO REATIVA O EGO ao se deparar com um perigo, por conseguinte, reage com sinal de ansiedade. O temido será o objeto da formação reativa. Se teme o ódio, apresentará amor e vice-versa. O indivíduo, ao se deparar com uma situação de ambivalência, demonstra, inconscientemente, o contrário do que está sentindo por temer que o outro sentimento emirja (amor ou ódio). Por exemplo: É o caso da mãe que não desejava o nascimento do seu filho. Como o ódio (inconscientemente) a ameaça, age de forma oposta, atendendo a todos os desejos do filho. Essa atitude, aparentemente de muito amor, é na realidade o ódio. A mãe irá prejudicar o filho com esse modo de agir. ISOLAMENTO Há a separação entre determinado acontecimento (que é liberado conscientemente) e a emoção que o acompanha. O fato é recordado, mas parece totalmente desprovido de emoção. A emoção dolorosa a ele relacionada é reprimida. Obs.: Atenção de não interpretar o mecanismo de isolamento como afastamento de pessoas próximas/social. Por exemplo: Num acidente de carro, quando morre um amigo ou parente, o indivíduo lembra o fato, mas aparentemente parece não estar sofrendo. A emoção e reprimida, entretanto, continua existindo (inconscientemente). NEGAÇÃO Quando o indivíduo nega uma parte da realidade externa desagradável ou indesejável. Por exemplo: Se não gostamos de determinada atitude de uma pessoa, nós (inconscientemente) a negamos, ou seja, agimos conscientemente como se ela não existisse. Negar o fato de estar lesionado ou doente. INTROJEÇÃO É o inverso da projeção, significa “voltar-se contra si próprio”. Obs.: Esse mecanismo desempenha um importante papel na vida psíquica normal. Por exemplo: Uma criança que tenha raiva de outra, mas não ousa expressá-la contra o objeto original, pode agredir a si próprio. PROJEÇÃO Que leva o indivíduo a atribuir um impulso ou desejo seu a outra pessoa ou objeto do mundo externo. Por exemplo: Se o indivíduo tem um impulso que para ele é inaceitável, procura se livrar dele pela projeção. “Não fui eu que provoquei minha demissão, foi o fulano”. O jovem que critica os colegas por serem extremamente competitivos e não se dá conta de que também o é, às vezes até mais que os colegas. REGRESSÃO Retornar a um padrão de comportamento que é característico de um estágio anterior do desenvolvimento. Por exemplo: Uma criança mais velha ao se deparar com o seu irmão recém-nascido, sente-se ameaçado (de perder o amor dos pais), pois os pais estão dando mais atenção ao bebê, à criança apresenta comportamentos regressivos como: engatinhar, falar como bebê, colocar o dedo na boca, querer chupeta, dar comidinha na boca, etc. RACIONALIZAÇÃO Justificar as ações ou sentimentos de uma pessoa com explicações de uma pessoa socialmente aceitável, em vez de conscientemente reconhecer os verdadeiros motivos ou desejos. O indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os estados “deformados” da consciência. Isto é, uma defesa que justifica as outras. Portanto, o ego coloca a razão a serviço do irracional e utiliza para isto o material fornecido pela cultura, ou mesmo pelo saber científico. Por exemplo: O pudor excessivo, justificado com argumentos morais. Justificativas ideológicas para os impulsos destrutivos que eclodem na guerra, no preconceito e na defesa da pena da morte. SUBLIMAÇÃO É o processo através do qual a energia originalmente dirigida para propósitos sexuais ou agressivos é direcionada para novas finalidades, com frequência metas artísticas, intelectuais ou culturais. A sublimação foi denominada a "defesa bem sucedida“. (Fenichel, 1945) A energia sublimada é responsável pelo que denominamos civilização. Freud alega que a enorme energia e complexidade da civilização resulta da pulsão subjacente para achar vias aceitáveis e suficientes para a energia reprimida. A civilização encoraja a transcendência das pulsões originais e, em alguns casos, os fins alternativos podem ser mais satisfatórios para o id que a satisfação dos impulsos iniciais. A energia sublimada reduz as pulsões originais. O mecanismo de sublimação não distorcer a compreensão individual da realidade. É uma atividade substituta que se adapta ao mesmo tempo às exigências do ambiente e proporciona uma certa gratificação inconsciente ao derivativo de sua forma original. Por exemplo: Uma criança gosta de brincar com fezes, que é um derivativo de impulso. Em nossa cultura esse desejo é contrariado e, por isso, a criança passa a brincar com miolo de pão, massa de modelagem e, em certos casos, poderá vir a tornar-se escultor. Uma mãe que perdeu seu filho num sequestro ajuda numa ONG outros pais que estão passando pelo mesmo processo. Designa em psicanálise o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação analítica. Trata-se aqui de uma repetição de protótipos infantis vivida com um sentimento (valores, direito, entidade) de atualidade acentuada. A transferência é um terreno em que se da a problemática de um tratamento psicanalítico, pois são a sua instalação, as suas modalidades a uma interpretação e a sua resolução que caracterizam este. INDIVÍDUO (PACIENTE) → PROFISSIONAL (ANALISTA) Por exemplo: Entrevista do Profissional e o aluno. Refere-se à atualização, na entrevista, de sentimentos, atitudes e condutas inconsciente, por parte do entrevistado, que correspondem a modelos que ele estabeleceu no seu curso de desenvolvimento, especialmente na relação interpessoal com seu meio familiar. (o passado do entrevistador é repetido no presente, provocando sentimentos intensos). (Shineid, 2018) Negativa ↓ Se constitui em uma resistência ao processo. Positiva ↓ É facilitadora, pois permite que o sujeito se envolva. É o conjunto das reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e, mais particularmente, à transferência deste. Freud relata como exemplo: "influência do doente sobre os sentimentos inconscientes do médico" e sublinha que "nenhum analista vai além do que os seus próprio complexos e resistências internas lhe permitem", o que tem como corolário a necessidade de o analista se submeter a uma análise pessoal. PROFISSIONAL (ANALISTA) → INDIVÍDUO (PACIENTE) Por exemplo: Entrevista do profissional e o aluno. Refere-se aos fenômenos que aparecem no entrevistador que emergem do campo psicológico que se configura na entrevista. É o sentimento que o entrevistado (paciente) provoca no entrevistador. Na verdade o entrevistador, diante das manifestações transferenciais do entrevistado, não responde a todos estes fenômenos de forma absolutamente lógica – mas também de forma irracional e inconsciente – isto é a contratransferência. (Shineid, 2018) ANA, Book; FURTADO, Odair; MARIA, Teixeira – Psicologias – Uma introdução ao estudo de Psicologia – São Paulo - Ed. Saraiva – 2007. CARRARO, Patrícia Rossi – Psicologia da Educação – SESES - Rio de Janeiro, 2017. HALL, C. S.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. B. – Teorias da Personalidade. São Paulo – EPU - 4ª EDIÇÃO, 2000. INTERNET WIKIPEDIA – a enciclopédia livre. LAPLAMCHE E PONTALIS – Vocabulário da Psicanálise – São Paulo – Ed. Martins Fontes. RAPPAPORT, C. R. ET AL – Psicologia do desenvolvimento – São Paulo – Ed. EPU, 2004. RICETTE, Sonia – Apostila: Psicologia Desportiva – Rio de Janeiro – UNESA – 2005. SHINEID, Bete – Data show: TEP I – Rio de Janeiro – UNESA – 2018.
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