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Bioquímica Metabólica e Clínica Descarboxilação do Piruvato, Fermentação e Ciclo de Krebs Professor Hagamenon Alencar 2018 Fermentação • Fermentação é um termo geral que denota a degradação anaeróbica da glicose para obter energia na forma de ATP. • A fermentação ocorre quando, após a glicólise, não é realizado o ciclo de Krebs, porque o organismo em questão não o possui ou porque esta via está bloqueada, como durante a hipóxia (falta de oxigênio). • Fermentação na indústria, vem a ser um processo utilizado pelas bactérias, as quais não utilizam oxigênio sendo que, em cada etapa é catalisada com a ajuda de diferentes enzimas. Fermentação • Exemplos de processos por fermentação: • Iogurte é produzido pela ação de bactérias, denominadas de lactobacilos, que produzem ácido lático. • Pão e cerveja são produzidos pela fermentação alcoólica, onde a fermentação é realizada por fungos (anaeróbios facultativos), que produzem no final álcool; • Vinagre é produzido pela fermentação acética, que consiste numa reação química, onde ocorre a oxidação parcial do álcool etílico, obtendo o ácido acético. As bactérias que realizam esse processo são as acetobactérias. • Antibióticos: fungos e bactérias podem fabricar estes medicamentos que tem como objetivo atacar as bactérias patogênicas. Fermentação lática • A fermentação lática no ser humano ocorre nos músculos. • Imagine que você está em uma cidade movimentada onde o seu deslocamento de um local a outro terá de ser feito somente a pé ou de bicicleta. • Mas lembre-se: você é uma pessoa quase sedentária, não gosta de andar e somente vai de carro ou de ônibus. Fermentação lática • Aí depois de meia hora ou uma hora andando, dependendo das pessoas, pode ocorrer fadiga muscular. • Via Anaeróbica (falta de oxigênio) • Quando fazemos um esforço muscular intenso, a quantidade de oxigênio que chega nos músculos não é o suficiente para fornecer toda a energia necessária para a atividade desenvolvida. • Então, as células musculares passam a realizar fermentação láctica, onde o lactato acumula-se no interior da fibra produzindo dores, cansaço e cãibras. Fermentação lática • PIRUVATO ---------------------------> LACTATO • Após um período de repouso, o ácido lático presente no músculo da pessoa é “queimado” e as dores musculares desaparecem. • O ácido é conduzido pela corrente sanguínea ao fígado onde é convertido em ácido pirúvico. • A enzima presente na reação é a lactato-desidrogenase (LDH). ausência de O₂ Fermentação lática Anaeróbios ou Anaeróbios facultativos Células musculares Lactato desidrogenase Fermentação alcoólica • Ocorre em microrganismos e tem como produto final o etanol. • O piruvato sofre ação da enzima piruvato descarboxilase, sendo retirada uma molécula de CO₂. Dessa forma, é transformado na molécula de acetaldeído. • Na sequência, o acetaldeído sofre a ação da enzima álcool- desidrogenase e com a participação de NADH + H⁺, é convertido em etanol. Fermentação alcoólica Anaeróbios Piruvato descarboxilase Álcool desidrogenase Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA • Reação acontece dentro da matriz mitocondrial Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA • Antes de iniciar o ciclo, temos que lembrar do ciclo da glicólise onde o produto final foi PIRUVATO (situado no citoplasma sendo via aeróbica). • Esta molécula pode ter 2 sentidos: ou vai para formar Lactato ou vai para o Ciclo de Krebs a fim de formar ENERGIA, liberar gás carbônico e formar molécula de água, uma vez que este ciclo trabalha em conjunto com a cadeia respiratória. Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA • PIRUVATO Acetil-CoA • Piruvato tem de ser oxidado a Acetil-CoA e eliminar o gás carbônico. (Acetil-CoA = Acetil coenzima A.) • O referido processo é irreversível. • Quem participa da reação é o complexo Piruvato desidrogenase. • Este complexo requer 3 diferentes enzimas e 5 diferentes coenzimas: Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA • Enzimas: descarboxilase; diidrolipoil-transacetilase; diidrolipoil desidrogenase. • Coenzimas: • Tiamina pirofosfato (Tiamina ou vitamina B1 é uma das vitaminas B); • FAD - flavina adenina dinucleotídeo; • NAD - nicotinamida adenina dinucleotídeo; • Ácido lipóico ou lipoato (Ácido lipóico é um composto organosulfurado derivado do ácido octanóico que contém dois átomos de enxofre vicinais ligados por uma ligação dissulfídica); • Coenzima A. • Assim, se tiver todo o complexo, o PIRUVATO entra na mitocôndria e forma Acetil-CoA. • Se ocorrer alguma deficiência no complexo, o Piruvato não formará Acetil-CoA e voltará a formar Lactato. Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA Descarboxilação do piruvato com formação de Acetil-CoA Ciclo de Krebs Ciclo de Krebs • Conjunto de processos onde a célula consome O₂ e produz CO₂. • Energia capturada de: • Carboidratos, Lipídeos e Aminoácidos • Três estágios: • Produção de Acetil-CoA • Oxidação de Acetil-CoA • Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa Ciclo de Krebs • Este ciclo serve para formar ATP (energia), liberar gás carbônico e formar molécula de água através do transporte de elétrons. • Em todas as etapas existem enzimas para a reação ocorrer como: • aconitase • isocitrato desidrogenase • α-cetoglutarato desidrogenase • succinil CoA sintestase • succinato desidrogenase • fumarato hidratase • malato desidrogenase Ciclo de Krebs • Os compostos que estão presentes no ciclo são: • Oxaloacetato + C (proveniente do Acetil CoA) ----> Citrato ----> Isocitrato----->Alfa-Cetoglutarato ---->Succinil CoA ----->Succinato- --->Fumarato--->Malato voltando a ser Oxalacetato • Isto ocorre como relógio biológico, onde formará ATP. Ciclo de Krebs Ciclo de Krebs Ciclo de Krebs Ciclo de Krebs • Relembrando: • Conversão do Piruvato em Acetil-CoA Ciclo de Krebs • 1º passo: Formação do Citrato • Condensação de Acetil-CoA e Oxaloacetato, formando Citrato (enzima: citrato sintase) Ciclo de Krebs • 2º passo: Formação do Isocitrato via Cis-aconitato • Citrato é isomerizado a Isocitrato (enzima: aconitase) Ciclo de Krebs • 3º passo: Oxidação do Isocitrato a α-Cetoglutarato e CO₂ • Isocitrato é oxidado a α-Cetoglutarato (enzima: isocitrato desidrogenase), redução de NAD a NADH e liberação de CO₂ Ciclo de Krebs • 4º passo: Oxidação do α-Cetoglutarato a Succinil-CoA e CO₂ • α-Cetoglutarato é transformado em Succinil-CoA (enzima: α-Cetoglutarato desidrogenase), redução de NAD a NADH e liberação de CO₂ Ciclo de Krebs • 5º passo: Conversão do Succinil-CoA em Succinato • Succinil-CoA é convertida em Succinato (enzima: succinil- CoA sintetase), formação de GTP a partir de GDP + Pi Ciclo de Krebs • 6º passo: Oxidação do Succinato a Fumarato • Succinato é oxidado a fumarato (enzima: succinato desidrogenase), redução de FAD a FADH₂ Ciclo de Krebs • 7º passo: Hidratação do Fumarato produzindo Malato • Fumarato é hidratado a malato (enzima: fumarase) Ciclo de Krebs • 8º passo: Oxidação do Malato a Oxaloacetato • Malato é oxidado a Oxaloacetato (enzima: malato desidrogenase), redução de NAD a NADH Piruvato Complexo Piruvato Desidrogenase Acetil-CoA Citrato Isocitrato Alfa Cetoglutarato Succinil-CoASuccinato Fumarato Malato Oxaloacetato Aconitase Isocitrato Desidrogenase NADH Alfa Cetoglutarato Desidrogenase NADH CO2 Succinil-CoA Sintetase CO2 GTP=ATP Succinato Desidrogenase FADH2 Fumarase H2O Malato Desidrogenase NADH NADH CO2 Citrato Sintase Ciclo de Krebs • Conclusão: • 2 carbonos entram no ciclo na molécula de Acetil-CoA e dois saem como CO₂. • Do piruvato até o fim do ciclo houve a produção de 4 NADH, 1 FADH₂ e 1 ATP. __________________________________________________ x 2 Ciclo de Krebs • Saldo energético • São produzidos a partir de 2 piruvatos:• 2 NADH na metabolização dos piruvatos em acetil-CoA • No ciclo de Krebs: • 6 NADH • 2 FADH₂ • 2 ATP Ciclo de Krebs • Saldo total • 6 NADH • 2 FADH₂ • 2 ATP • 4 CO₂ • 2 H₂O Obrigado!
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