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Comprovadamente de etiologia multifatorial, entende-se, nos dias de hoje, que estas disfunções devem ser tratadas não unicamente direcionadas para uma causa, mas buscando-se dentro de uma síndrome fatores etiológicos diversos que se confundem em um quadro de DTM. E o tratamento em vários casos de DTM só poderá ser o controle da disfunção, e não a cura. Biomecânica das ATM as ATM são articulações compostas tendo o disco articular a representar um terceiro osso. Tem como característica ímpar a de unir um osso móvel (mandíbula) por meio de duas articulações distintas a dois ossos do crânio (temporais – fossas mandibulares). Corte sagital da ATM: 1. Cabeça da mandíbula; 2. Fossa mandibular do osso temporal; 3. Tubérculo articular; 4a. Banda posterior do disco articular; 4b. Zona intermediária; 4c. Banda anterior do disco articular; 5. Zona retrodiscal; 6. Poro acústico externo. ANATOMIA DA ATM @Emanuele_teixeira O exame clínico das ATM e estruturas musculares correlatas deve ser baseado na história clínica do paciente. O relato do paciente, quanto à queixa principal, se resume em dor (importante relacioná-la com localização, tipo, intensidade, duração) e/ou disfunção (limitação ou desvios na trajetória do movimento mandibular, ruídos articulares). Exame clínico das ATM e das suas estruturas musculares adjacentes: Investigar os fatores,visto que a DTM é de origem multifatorial Diagnóstico: Classificar a DTM Excluir os diagnósticos diferenciais que são as dores orofaciais e de origem odontogênica A coleta de dados para a formulação de uma hipótese de diagnóstico é muito importante. Tratamento: Controle da DOR APLASIA Caracterizada pelo desenvolvimento incompleto ou defeituoso dos ossos temporais (fossa mandibular) ou da mandíbula (cabeça ou côndilo mandibular) DEFEITO MAIS COMUM: Côndilo pouco desenvolvido com uma fossa mandibular pouco caracterizada Metodologia do exame clínico CLASSIFICAÇÃO DAS DISFUNÇÕES DAS ATM I. Disfunções congênitas ou de desenvolvimento II. Deslocamento de disco III. Condições inflamatórias IV.Anquilose V. Fraturas VI. Síndrome de Eagle A Síndrome de Eagle é um conjunto de sintomas e sinais resultante da ossificação ou aumento do ligamento estilohióideo secundário a uma hipertrofia da apófise estilóide do osso temporal. Pode originar dor facial, otalgia, cefaleias, disfagia, odinofagia, zumbidos e muitas vezes trismo (contratura espasmódica do músculo masseter). I. Disfunções congênitas ou de desenvolvimento Aplasia Hipoplasia Hiperplasia Neoplasia(Benigna e maligna) HIPOPLASIA CONGÊNITA OU ADQUIRIDA CASOS MAIS COMUNS DE HIPOPLASIA: estão relacionados com o micrognatismo mandibular que pode estar associada a uma aplasia da ATM. Síndrome de Hallermann-Streiff: Mandíbula pequena Côndilos 1. Tamanho reduzido 2. Situados anteriormente às fossas mandibulares (pouco desenvolvidas). A síndrome de Hallermann-Streiff é um distúrbio genético muito raro que apresenta aparência facial característica, anormalidades dentárias, hipotricose, atrofia da pele, baixa estatura proporcional e características oftálmicas, como microftalmia e cataratas bilaterais congênitas. OBS: Na presença de uma hipoplasia condilar única deve-se investigar a história de trauma (ADQUIRIDA) HIPERPLASIA Desenvolvimento excessivo dos Ossos Cranianos (fossa mandibular) ou da Mandíbula (cabeça ou côndilo mandibular, da mandíbula inteira ou de uma hemimandíbula) A hiperplasia unilateral da mandíbula é limitada ao côndilo, que se mostra maior que o do lado oposto. Se esta hiperplasia unilateral for adquirida (por trauma), pode haver limitação funcional NEOPLASIAS Neoplasmas na região das ATM podem ser benignos, malignos e metastáticos Lesão metastática: Uma lesão secundária a inicial Tumores primários (ATM): Osteoma Osteoblastoma benigno Condroma Condrossarcoma Tumor benigno de células gigantes Displasia fibrosa Mixoma Ocorrem principalmente no côndilo mandibular/cabeça da mandíbula Como o disco articular dá a esta articulação sua característica mais importante, as disfunções por deslocamento do disco articular ainda são motivo de muita controvérsia com relação à etiologia e ao tratamento. “Relação não funcional entre o disco articular e a cabeça da mandíbula (côndilo)” As disfunções articulares causadas por deslocamento do disco podem ser divididas em: Deslocamento com e sem redução. Deslocamento da articulação temporomandíbular E, enquanto a causa permanecer como duvidosa, os tratamentos pouco invasivos parecem ser a escolha inicialmente correta. Tratamento multiprofissional e com terapias complementares. Acupuntura , fisioterapia. Esse deslocamento é descrito como uma alteração abrupta da relação estrutural entre o côndilo e o disco articular. MOVIMENTAÇÃO NÃO FUNCIONAL DO COMPLEXO CÔNDILO-DISCO O som provocado no momento da redução do deslocamento é chamado de estalido ou clique, e dependendo do estágio da abertura bucal em que a redução ocorra recebe o nome de: deslocamento inicial ou tardio, e recíproco quando ocorre na abertura e no fechamento mandibular. A presença de dor não é um achado obrigatório, mas quando está presente é exacerbada pelo movimento da articulação. Embora não provoque restrição de movimento, este deslocamento na maioria das vezes é acompanhado de desvios mandibulares. Não recaptura do disco pelo côndilo durante a translação da articulação. Sendo mais grave que o anterior. O deslocamento do disco sem redução pode se apresentar como “agudo” ou “crônico”, estando à cronicidade ligada a evolução do quadro agudo. No quadro agudo, o aparecimento do travamento é relatado como súbito, e seguido de um quadro de deslocamento redutível, normalmente acompanhado de dor ao movimento, e na região da ATM afetada DISFUNÇÕES POR DESLOCAMENTO DO DISCO ARTICULAR DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO DESLOCAMENTO DOS DISCO SEM REDUÇÃO Vista lateral: Esquema de movimentação não funcional do complexo côndilo-disco, em caso de deslocamento anterior do disco articular sem redução. Também conhecido como luxação mandibular, este quadro é caracterizado por uma condição em que o côndilo fica posicionado anteriormente à eminência articular, não voltando à sua posição. Este quadro está normalmente associado à história de hipermobilidade mandibular. Existe dor aguda no momento do deslocamento. ATM podem apresentar condições inflamatórias primárias advindas de trauma, irritação ou infecção, apresentando-se, muitas vezes, associadas a outras disfunções temporomandibulares – da ATM ou dos músculos da mastigação. Sinovite e capsulite Poliartrite Osteoartrite primária Osteoartrite secundária Sinovite e capsulite A sinovite é uma inflamação do líquido sinovial secundária à infecção, trauma ou pela degeneração do disco articular e/ou do tecido fibroso que cobre a articulação. Nos casos de sinovite, uma diminuição na capacidade de ocluir os dentes posteriores do lado ipsilateral é um sinal característico. Já a capsulite é a inflamação da cápsula articular estando relacionada à distensão dos ligamentos capsulare Dor localizada na ATM e aumentada pela função, carga ou palpação; a limitação do movimento mandibular (pela dor) e a dor tida como de orelha, são achados comuns. Poliartrite Entre as doenças poliartríticas que acometem as ATM estão: a artrite reumatoide, a artrite reumatoide juvenil, as espondiloartropatias (espondilite anquilosante, artrite psoriática, artrite infecciosa, a síndrome de Reiter), e as doenças que são induzidas por cristais como a hiperuricemia, por exemplo. As manifestações clínicas comuns e sempre presentes nestas alterações são: dor na função mandibular, dor pontiaguda à palpação da região das ATM e limitação de abertura bucal. O som de crepitação é uma característica decorrente de alterações estruturais significativas presentes, que podem ser facilmente confirmadas por imagem, e o teste sorológico laboratorial será positivo DESLOCAMENTO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DISFUNÇÃO POR PROCESSOS INFLAMATÓRIOSOsteoartrite: Podendo ser classificada como primária ou secundária, a osteoartrite é uma condição patológica não inflamatória. Osteoartrite primária: Considerada uma alteração idiopática, por não ter nenhum fator etiológico facilmente identificável, tem como características clínicas a dor e limitação na função mandibular com desvio para o lado afetado Dores: Relatada na própria articulação Pontiaguda para a palpação da região articular envolvida Achados imaginológicos: Alterações ósseas como esclerose subcondral, formação de osteófitos e erosão, bem como estreitamento do espaço articular são achados em exames de imagem. Essas alterações acarretam situações funcionais anormais, gerando sons de crepitação. Osteoartrite secundária Não IDIOPÁTICA Com os mesmos sinais e sintomas da osteoartrite primária, esta manifestação NÃO é tida como idiopática, pois tem sua etiologia ligada em histórias clínicas de trauma (artrite traumática), de sobrecarga (deslocamento de disco), ou de doença preexistente (artrite reumática). Anquilose Pode ser fibrosa ou óssea, sendo que a maioria dos casos de anquilose verdadeira combina ambos, (anquilose fibro-óssea) e estão frequentemente associadas a história de trauma, incluindo-se aqui as fraturas mandibulares. A limitação de movimento mandibular Deflexão acentuada para o lado afetado na abertura Limitação da função de translação da articulação, é característica frequente. Fratura Fraturas relacionadas ao processo condilar (cabeça e colo do côndilo) estão diretamente relacionadas com acidentes. Independentemente da técnica utilizada para a redução (aberta ou fechada), uma fratura do processo condilar acarreta injúrias às estruturas moles da articulação (ligamentos, zona retrodiscal, cápsula e disco articular), como também às estruturas ósseas vizinhas (osso temporal, placa timpânica, processo zigomático e osso esfenoide). Adesão, anquilose, degeneração articular e alterações de padrão oclusal são sequelas comuns em casos de fratura do processo condilar, e as disfunções articulares estarão presentes na dependência da capacidade de remodelação por adaptação da articulação envolvida. Imagem por tomografia computadorizada frontal mostrando fratura de côndilo direito. Caracteriza-se pelo alongamento do processo estiloide ou calcificação do ligamento estilo-hioide. Nervo glossofaríngeo Sintomas: Dor cervical com restrição do movimento da cabeça Dor na garganta Dor na língua Dor facial Dor de ouvido (otalgia) Dor de dente (odontalgia) Dor na ATM Dificuldade ao abrir a boca SÍNDROME DE EAGLE As dores musculares em pacientes portadores de disfunções articulares são muito comuns, e estima-se que a maioria destes pacientes apresentem dor nos músculos elevadores, e cerca de 40% dos mesmos relatam dor na função mandibular. Disfunção por mialgia local Disfunções musculares que provocam dores musculares secundárias à isquemia, ao bruxismo, alterações metabólicas, efeitos autonômicos e contração protetora. A musculatura mastigatória encontra-se dolorida quando o paciente abre muito a boca e ao acordar. A dor é geralmente bilateral e é descrita como uma dor em cãibra, é secundária ao bruxismo, fadiga, alterações do metabolismo, contração de proteção, e pelo uso intenso ou não costumeiro do músculo acometido. Critérios de diagnóstico: Estas situações dolorosas provocam disfunção muscular Rigidez, fraqueza, fadiga muscular No repouso muscular não existe dor ou mínima Dor na palpação, e ausência de ponto gatilho e padrões de dor referida. A abertura encontra-se reduzida, mas pode ser aumentada em mais de 4 mm pelo alongamento passivo dos músculos de fechamento. Disfunções dos músculos da mastigação Critérios de diagnóstico É uma dor muscular difusa presente no repouso muscular que é agravada pela função desse. Tem como característica a presença de pontos de dor localizados, denominados de “pontos de gatilho”. Quando um ponto gatilho, que pode se localizar no corpo, na fáscia ou no tendão do músculo, for pressionado, a dor é irradiada para toda a região afetada pela disfunção. A dor referida pode ser interpretada como odontalgia, cefaleia, dor nos maxilares, otalgia; A dor só se resolve pela liberação dos pontos de gatilho. Critérios de diagnóstico Essa dor é descrita como cor crônica e contínua. Dor muscular contínua em repouso e difusa; Agravada pela função e com repercussão positiva na palpação; Presença de pontos gatilho; Musculatura rígida e fadigada; Sensação de má oclusão não observada clinicamente; Zumbido; Dor dentária; Cefaleia do tipo tensional; Redução da abertura bucal e hiperalgesia; A DOR NÃO CESSA APÓS REMOÇÃO DO ESTÍMULO O mioespasmo é caracterizado por uma contração do tipo isotônica, repentina e involuntária de um músculo, sendo raro em pacientes com disfunção temporomandibular. Quando presente, provoca dor em repouso sempre exacerbada pela função. Termos como “cãibra” e “trismo” foram empregados para nominar este tipo de disfunção muscular. Quando localizada no pescoço é conhecida por “TORCICOLO”. Esta disfunção é provocada por uma inflamação tecidual. As causas mais comuns da miosite são o trauma direto sobre um músculo ou, mais raramente, por um processo infeccioso à distância (p. ex., parotidite bacteriana gerando uma miosite do masseter ipsilateral) .A dor se apresenta como aguda e constante, sendo exacerbada com a função. Sinais cardeais da inflamação Limitação dos movimentos mandibulares é outro sinal clínico observável. A disfunção que caracteriza o estado clínico de miofibrose é a limitação do movimento mandibular. Longos períodos sem abrir a boca por exemplo FIBROSE Consequência da fibrose dos tendões que suportam os músculos, dos ligamentos ou, mesmo, das fibras musculares. Este tipo de contração está relacionada a longos períodos de limitação funcional, que podem ser causados por uma fixação dos arcos superiores e inferiores por questões cirúrgicas, por trauma ou por infecção. DOR: A dor, nestes casos, só se manifesta quando o músculo envolvido é forçado além do permitido pela característica fibrosa (tendões, ligamentos ou músculo) Disfunção por dor miofascial Disfunção por mialgia mediada centralmente Disfunção por mioespasmo Disfunção por miosite Disfunção por contratura miofibrótica Uma neoplasia dos músculos da mastigação é definida como um crescimento de tecido muscular novo, anormal ou não controlado. Pode vir acompanhada por dor, podendo ser maligna ou benigna. Para descartarmos qualquer suspeita, exames complementares devem ser sempre realizados. Queixa princial do paciente Local Tipo Intensiade Duração Disfunção com limitação ou desvios na trajetória do movimento mandibular Ruídos articulares Coletar dados Forma ordenada e sequencial Formulação de uma hipótese de diagnóstico INICIAR POR UMA DAS ENTIDADES ANATÔMICAS(EXAMINAR) Exame clínico facial Exame clínico oclusal Exame clínico para as ATM Exame clínico muscular EXAME CLÍNICO FACIAL Observar a simetria facial Assimetrias faciais por hipertrofia muscular Desvios funcionais da mandíbula Disfunção por neoplasias EXAME CLÍNICO DIRIGIDO PARA AS DTM'S FICHA CLÍNICA EXAME CLÍNICO OCLUSAL A relação entre a dinâmica mandibular e os contatos dentários A estabilidade em oclusão propiciará uma posição musculoesquelética estável Equilíbrio ortopédico da oclusão: máximo de contatos dentários na posição final de fechamento mandibular. Estabilidade oclusal proporciona um movimento de translação do complexo côndilo disco sobre a eminência articular sem compressão discal INSTABILIDADE OCLUSAL Identificação dos ruídos articulares Palpação lateral da ATM Palpação dorsal da ATM Palpação na região posterior/dorsal (manobra intra-auricular) Compressão seletiva da ATM/Manipulação dirigida EXAME CLÍNICO PARA AS ATM Músculo digástrico Músculos posteriores do pescoço Músculo esternocleidomastóideo Músculo masseter Músculo temporal Músculo pterigoideo medial Músculo pterigoideo lateral* EXAMECLÍNICO MUSCULAR Ana Emanuele Turma 12 Odontologia
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