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APG 30 - CERVICALGIA

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Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
• Revisar a composição das vertebras cervicais 
• Identificar a etiologia, FR é classificação das cervicalgias 
• Analisar a fisiopatologia, MC e complicações das cervi-
calgias 
• Discorrer sobre DX e TTO das cervicalgias 
 
Composicao das vertebras cervicais 
A coluna cervical é responsável pela sustentação e movi-
mentação da cabeça e pela proteção das estruturas neurais 
e vasculares. Estima-se que a movimentação da coluna cer-
vical ocorra cerca de seiscentas vezes por hora, ou a cada 
seis segundos. É constituída por sete vértebras, sendo que as 
duas primeiras (atlas e áxis) apresentam características ana-
tômicas distintas das restantes. O atlas tem forma de anel, 
não possui corpo vertebral, articula-se com a base do crânio 
por meio da articulação atlantoccipital, sendo responsável 
por grande parte do movimento sagital da coluna cervical. O 
áxis, a segunda vértebra, possui uma proeminência que 
emerge de seu corpo vertebral, chamada processo odon-
toide, que se projeta para o interior do atlas, pela sua porção 
inferior e anterior, formando um pivô, no qual a articulação 
atlantoaxial consegue efetuar a rotação do crânio; a face 
posterior do odontoide possui uma faceta que acomoda a 
bursa sinovial que o separa do ligamento transverso. Entre es-
sas duas vértebras não existe disco intervertebral ou é ape-
nas rudimentar, sendo sustentadas e separadas por vários li-
gamentos internos. 
 
As demais vértebras cervicais, denominadas C3 a C7, são 
mais homogêneas, possuem corpos vertebrais anteriores e 
arcos neurais posteriores e se diferenciam das vértebras to-
rácicas e lombares por apresentarem os forames das artérias 
vertebrais localizados nos processos tranversos e pela pre-
sença dos processos unciformes, que são protuberâncias ós-
seas que se projetam do aspecto póstero-lateral do contorno 
superior da vértebra. Tais estruturas atuam como uma bar-
reira mecânica à extrusão discal e têm função no movimento 
rotacional da coluna cervical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Visão esquemática lateral da coluna cervical mostrando 
os ligamentos de sustentação anterior e posterior 
Composicao nervosa do plexo braquial 
 
Nível Ação motora Sensibilidade 
C5 Flexão do coto-
velo (bíceps) 
Face lateral do 
braço 
C6 Extensão do pu-
nho 
Tabaqueira 
anatômica 
C7 Extensão do co-
tovelo 
Ponta do 3ª 
dedo 
C8 Flexão do 3º 
dedo 
Borda ulnar do 
5º dedo 
T1 Abdução dos 
dedos 
Parte medial do 
braço 
 
Etiologia 
• Causas mecânicas 
• Doenças reumáticas 
• Infecções 
• Tumores e lesões infiltrativa 
• Doenças endócrinas, metabólicas e hereditárias 
• Doenças neurológicas e psiquiátricas 
• Dor referida 
• Miscelânea 
 
De acordo com a duração 
Aguda: duração inferior a 3 meses; 
Crônica: duração superior a 3 meses; 
Recorrente: duração inferior a 3 meses, mas que retorna após 
um período sem dor. 
 
Causas mecânicas 
Sindrome tensional cervical 
É uma dor cervical não irradiada, associada com sobrecar-
gas mecânicas ou posturais anormais prolongadas da co-
luna. Caracteriza-se por dor em região cervical posterior e em 
área do musculo trapézio, com restrições à movimentação 
ativa e passiva, além de áreas dolorosas à palpação. A dor é 
o sintoma mais comum de apresentação, apesar de serem 
frequentes queixas concomitantes de cefaleia do tipo tensio-
nal. A dor não apresenta irradiação para os braços, mas pode 
se irradiar para os ombros, e se exacerba à movimentação 
do pescoço. Ocorre melhora com repouso e imobilização. O 
exame físico revela apenas uma área de dor localizada, ge-
ralmente paravertebral. A intensidade da dor é variável, e a 
limitação da mobilidade cervical se correlaciona diretamente 
 Cervicalgias 
J 
análise das 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
à magnitude dolorosa. Pode ocorrer contratura sustentada 
do esternocleidomastóideo e do trapézio. A avaliação radio-
lógica pode ser completamente normal, ou revelar apenas 
uma retificação da curvatura fisiológica da coluna cervical. 
 
 
Hérnias discais cervicais 
Um disco herniado pode ser definido como uma protrusão do 
núcleo pulposo através de soluções de continuidade das fi-
bras do ânulo fibroso. A maioria das hérnias ocorre em situa-
ção pósterolateral, com uma maior incidência na quarta dé-
cada de vida, quando o núcleo pulposo ainda é gelatinoso. As 
hérnias mais frequentes estão localizadas em C6-C7 e C5- 
C6. Hérnias C7-T1 e C3-C4 são raras. Clinicamente, a principal 
queixa do paciente é de dor no braço, às vezes sem cervical-
gia associada. A dor geralmente é descrita como se iniciando 
no pescoço e posteriormente irradiando-se para o ombro, 
braço, antebraço até os dedos, com distribuição na depen-
dência da raiz acometida. 
 
Síndrome do chicote (whiplash) 
Ocasionada por impactos indiretos, geralmente por colisões 
automobilísticas traseiras em baixas velocidades. Ocorre um 
mecanismo aceleração-desaceleração, com transferência 
de força para a região cervical. Também é ocasionada por 
colisões laterais, mergulhos e outros acidentes. Pode resultar 
em lesões ósseas ou em partes moles que, por sua vez, evo-
luem com uma variedade de manifestações clínicas. Em 
aproximadamente 50% dos pacientes que apresentam quei-
xas de cervicalgia crônica após tais eventos, a dor tem ori-
gem nas articulações interfacetárias. Os sintomas persistem 
por mais de seis semanas em 50% dos pacientes e por mais 
de seis meses em cerca de 30% e raramente ocorre uma evo-
lução clínica favorável. Casos com dor cervical importante, 
localizada e com evolução mais protraída, ou na presença de 
sintomas radiculares, devem ser avaliados com radiografias 
em extensão e flexão (radiografias dinâmicas) e com resso-
nância magnética, visando o diagnóstico de alterações pas-
síveis de correção cirúrgica. 
 
Causas reumatológicas 
Osteoartrose cervical 
Patologia crônica, definida pelo desenvolvimento osteofitário 
e outros sinais de degenerativos, como consequência de do-
ença discal também relacionada à idade. 
• Apresentação: artrose isolada, com radiculopatia, mi-
elopatia ou mielor radiculopatia associada. 
• Acomete pacientes acima dos 40 anos. Achado univer-
sal após 70 anos de idade. 
• Pode ocorrer cefaleia suboccipital concomitante; dor 
referida é comum. � Exame físico: dor à mobilização cer-
vical. Exame neurológico geralmente normal. 
 
Artrite reumatoide 
Cefaleias occipitais, perda de consciência ou síncope, incon-
tinência esfincteriana, disfagia, nistagmo e sintomas de insu-
ficiência vértebro-basilar. 
 
Síndromes espondilíticas 
• O envolvimento cervical é menos frequente que o lom-
bar. Estatísticas: 0 a 53,9% – ambos os sexos. 
• Início mais tardio – 5 a 8 anos após o acometimento 
lombar. 
• Presença de dor cervical alta, com irradiação para oc-
cipício e mastoides. 
• Rigidez progressiva. 
• Pacientes com doença articular periférica apresentam 
maior risco de subluxação atlantoaxial. 
• Coluna mais susceptível a fraturas, mesmo com trau-
mas mínimas (C6-C7) 
Hiperostose esquelética idiopática difusa (DISH). 
• Doença caracterizada clinicamente por rigidez cervical 
e radiologicamente por ossificações exuberantes das 
estruturas espinhais e extra-espinhais 
• Dor cervical ocorre em cerca de 50% dos pacientes 
• Disfagia acontece em 17 a 28% dos pacientes, devido à 
formação osteofitária anterior, mais frequente em C5-
C6 
• Dificuldade para intubação orotraqueal 
 
Doenças infecciosas 
As infecções da coluna cervical são causas pouco frequentes 
de cervicalgia. As infecções bacterianas causam sintomas 
agudos e toxemia, enquanto a tuberculose e as artrites fún-
gicas apresentam início mais insidioso e curso mais indolente. 
O sintoma primário dos pacientes com infecção vertebral é 
de dor cervical, geralmente além do segmento acometido. O 
exame físico demonstra uma diminuição dos movimentos, 
espasmo da musculatura paravertebral e dor à percussão 
sobre a área envolvida. Anormalidades dos exameslabora-
toriais rotineiros não estão sempre presentes e podem ser 
inespecíficas. Alterações radiológicas, que incluem perda ós-
sea subcondral, erosões em vértebras contíguas e diminui-
ção do espaço discal são úteis quando presentes, porém 
ocorrem tardiamente, geralmente após semanas a meses do 
início dos sintomas. Os pacientes podem se apresentar com 
clínica de dor cervical interpretada como secundária ao pro-
cesso osteodegenerativo observado em uma radiografia ini-
cial, vindo posteriormente a desenvolver cervicalgia de forte 
intensidade, disfunção neurológica, mostrando destruição 
osteovertebral acentuada em avaliações radiológicas poste-
riores em períodos de tempo variáveis. 
 
Condições neurológicas 
Radiculopatia cervical 
• Compressão ou disfunção da raiz do nervo espinhal; 
• Estenose do forame vertebral ou hérnia de disco; Herpes 
Zooster; 
• Sintomas: Dor + Anormalidades sensoriais e/ou fraqueza 
na extremidade superior; 
• Exame Físico: Padrão dermatomal alterado, reflexo dimi-
nuído e/ou fraque muscular localizada; 
• Diagnóstico: Manobras de provocação positivas + RNM 
com sinais de compressão nervosa + Clínica favorável; 
 
Mielopatia espondilótica cervical 
• Lesões da medular por ação degenerativas que estrei-
tam o canal espinhal; 
• Sintomas: fraqueza nos MMII, deficiência dos esfíncteres 
• Diagnóstico: Clínico + RNM (Confirma o estreitamento e 
anormalidade do sinal); 
• Tratamento: Descompressão precoce para manter a in-
tegridade nervosa; 
 
Ossificação do ligamento longitudinal posterior 
• Etiologia: Calcificação anormal do ligamento longitudi-
nal posterior, geralmente na coluna cervical; 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
• Sua patogênese é desconhecida; 
• Pode se associar a outras espondiloartropatias; 
• Diagnóstico: Rx, TC auxiliam no diagnóstico com evidên-
cias de calcificações fluidas ao longo da superfície pos-
terior da vértebra, que podem ser contíguas em vários 
níveis; 
 
Quadro clinico 
A maioria dos casos de cervicalgia é secundária a problemas 
musculoesqueléticos, como tensão muscular, espondilose e 
dor discogênica. O segundo grupo mais frequente é de cau-
sas neurológicas, como as radiculopatias, seguido de causas 
não espinhais, como infecções, malignidade e doença reu-
matológica. Nem sempre é possível identificar uma causa 
clara e, frequentemente, várias condições são encontradas 
simultaneamente, como radiculopatia e degeneração do 
disco vertebral, por exemplo. A forma de apresentação clínica 
da cervicalgia depende essencialmente da sua causa. 
 
Causas musculoesqueléticas 
Tensão muscular 
→ Apresenta-se com dor e/ou rigidez no movimento; 
→ Pode não ter um fator precipitante claro, mas muitas vezes 
está relacionada à postura e posição do sono; 
→ Ao exame físico, apresenta desconforto à palpação dos 
músculos do pescoço e trapézio; 
→ Pode persistir até 6 semanas. 
Espondilose vertebral 
→ Corresponde a alterações degenerativas da coluna, com 
aparecimento de osteófitos (“bico de papagaio” ao longo dos 
corpos vertebrais, que podem comprimir ou não estruturas 
nervosas (ou seja, podem levar à radiculopatia); 
→ Normalmente as alterações degenerativas são achadas 
em pacientes assintomáticos. Lesões cervicais: 
→ Ocorrem mais frequentemente após colisões de veículos; 
→ Apresentam dor e/ou rigidez no movimento do pescoço 
após lesão abrupta do tipo extensão flexão; 
→ Pode estar associada a outros sintomas como cefaleia, dor 
no ombro, tonturas, parestesias e fadiga; 
→ Ao exame físico, apresenta diminuição da amplitude do 
movimento associada ao espasmo do pescoço. 
Discopatia degenerativa 
→ Proeminência do disco intervertebral, podendo comprimir 
o canal medular, mas está presente em muitos indivíduos as-
sintomáticos; 
→ Apresenta dor e/ou rigidez no movimento e é exacerbada 
por posições contínuas como dirigir, ler e sentar; 
→ Sintomas radiculares podem estar presente; 
→ Apresenta dor e redução de amplitude ao movimento. 
Síndrome de dor miofascial: 
→ Quadro muscular peculiar, com dor profunda associada a 
queimação, geralmente localizada (um lado do pescoço); 
→ Apresenta sensibilidade à pressão e podem haver cordões 
de tensão (espessamentos musculares), com pontos gati-
lhos. 
Radiculopatia/mielopatia Radiculopatia 
→ Consiste na disfunção da raiz do nervo espinhal, na maioria 
das vezes (70-90%) causadas por alterações degenerativas 
da coluna, como a estenose do forame cervical e hérnia de 
disco; 
→ Apresenta dor, dormência e/ou formigamento com uma 
distribuição dermatomal e/ou fraqueza no membro superior; 
 → Ao exame físico, encontra-se sensibilidade alterada, refle-
xos motores diminuídos e/ou força reduzida no membro. 
Causas não espinhais Doença arterial coronariana 
→ Precordialgia com irradiação no pescoço, com piora aos 
esforços; 
→ Apresenta exame físico do pescoço sem alterações. 
Malignidade (doença metastática da coluna cervical) 
→ Perda ponderal, história prévia de câncer; 
→ Ao exame físico, sensibilidade localizada à palpação da 
coluna. 
Cefaleia tensional 
→ Cefaleia associada a dor cervical, sem outros sintomas 
neurológicos; 
→ Ao exame, apresenta sensibilidade à palpação do couro 
cabeludo e/ou pescoço. 
Fibromialgia 
→ Dor musculoesquelética difusa, associada a fadiga; 
→ Apresenta múltiplos pontos sensíveis em tecidos moles, 
sem evidência de inflamação articular ou muscular. 
 
Sinais de alerta 
• Febre/calafrios 
• Cefaleia intensa ou dores espasmódicas em salvas 
• Distúrbios mental 
• Edema visível 
• Aumento ganglionar 
• Sangramento: ouvidos, nariz ou bucal 
• Distúrbios visuais, olfativos ou do paladar 
• Parestesias ou fraqueza muscular 
• Síndrome de Homer 
• Dor axilar 
• Isquemia de membros superiores 
• Ausência de pulsos nos membros superiores 
• Claudicação do braço 
• Atrofia em membro superior 
 
Diagnostico 
Anamnese 
A história clínica deve ser conduzida para investigar as carac-
terísticas, o início, a localização, a irradiação, os fatores agra-
vantes ou aliviadores. É extremamente importante caracteri-
zar a dor. 
→ A dor de caráter mecânico está relacionada a atividades 
físicas e posturais, ou seja, normalmente é desencadeada 
pela atividade/exercício e melhora com o repouso; 
→ A dor inflamatória ou não mecânica pode aparecer ou pi-
orar com o repouso e melhorar com o movimento; 
→ As dores podem ser localizadas ou irradiadas e com ou 
sem envolvimento neurológico; 
→ As irradiações típicas seguem o dermátomo característico 
de uma raiz nervosa, e as atípicas normalmente correspon-
dem à dor referida da lesão da coluna ou a pontos miofas-
ciais da musculatura paravertebral. 
 
EXAME FISICO 
Após a obtenção de uma história clínica detalhada e com-
pleta, o exame físico é a próxima e fundamental etapa no 
processo de diagnóstico das cervicalgias. O exame físico da 
coluna cervical, como dos demais segmentos, compreende a 
inspeção, a palpação, a mobilização ativa e passivas mano-
bras ditas especiais. 
 
Durante a inspeção devemos observar se há deformidades 
aparentes, alterações da curvatura cervical, atitudes 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
antálgicas, anormalidades posturais, atrofias localizadas, al-
terações cutâneas e sinais de traumatismos. A simetria das 
escápulas deve ser observada. A assimetria das mesmas 
pode indicar acometimento do músculo trapézio, escoliose 
ou até discrepância na medida dos membros inferiores. Du-
rante a palpação devemos verificar a presença de pontos 
dolorosos, de contratura da musculatura paravertebral cervi-
cal, além de alterações nos linfonodos regionais e possíveis 
massas cervicais. A palpação da tireoide e dos pulsos carotí-
deos deve ser realizada como rotina. O ligamento nucal deve 
ser apalpado na sua totalidade, visando a identificação de 
possíveis sítios de dor. A inserção occipital do músculo trapé-
zio também deve ser cuidadosamente examinada. 
 
A mobilização ativa (aquela realizada pelo paciente) e a pas-
siva (realizada pelo examinador) fornece informações sobrea capacidade funcional do segmento cervical e a amplitude 
de movimento, auxiliando na identificação do possível seg-
mento cervical acometido. No eixo sagital, a flexão e a exten-
são somadas perfazem um arco de aproximadamente 70°, a 
rotação compreende 90° para cada lado e a inclinação late-
ral 45°, estando essas medidas diminuídas com idade avan-
çada e na vigência de processos inflamatórios ou degenera-
tivos. Durante a anamnese e o exame físico, a presença de 
dor irradiada para o ombro, escápula e braço denota a ne-
cessidade de avaliação neurológica cuidadosa, com ênfase 
na alteração de reflexos, presença de parestesias ou pare-
sias, diminuição da força motora e sua distribuição por der-
mátomos. O exame de áreas relacionadas deve ser realizado 
rotineiramente. Inclui a avaliação das articulações têmporo-
mandibulares, da mandíbula, da articulação esterno-clavicu-
lar e do complexo articular do ombro, com finalidade de dife-
renciar dor local ou referida na coluna cervical. 
 
Testes especiais 
Teste de compressão: com o paciente sentado, realiza-se a 
compressão progressiva da cabeça. Tal manobra causa o 
aumento na dor cervical, devido ao estreitamento foraminal 
secundário, aumento da pressão na raiz acometida, sobre-
carga nas facetas articulares e maior sensibilização muscu-
lar. Na suspeita de instabilidade segmentar cervical, essa ma-
nobra não deve ser realizada. 
Teste de tração: com o paciente sentado, realiza-se uma tra-
ção progressiva da cabeça. Tal manobra promove o alívio da 
sintomatologia dolorosa, devido a um aumento do diâmetro 
do forame de conjugação, diminuição da compressão radi-
cular e da tensão nas estruturas acometidas. Na realização 
desse teste, o examinador coloca uma mão aberta sobre o 
queixo do paciente e outra na região occipital, efetuando a 
tração de maneira suave e progressiva, durante 30 a 60 se-
gundos. 
Teste de valsalva: promove um aumento na pressão intrate-
cal. Se uma lesão expansiva, como um disco herniado ou uma 
tumoração, está presente no canal vertebral cervical, o paci-
ente desenvolverá dor secundária ao aumento da pressão. A 
dor apresenta distribuição segmentar, na dependência da 
raiz acometida. Anormalidades nas regiões supraclaviculares, 
como aumento de linfonodos, também podem se tornar mais 
visíveis com o teste. A maneira mais simples e utilizada para 
sua realização consiste em solicitar ao paciente que faça 
uma expiração forçada contra a própria mão, segurando por 
5 a 10 segundos. 
Manobra de Spurling: demonstra possível compressão ou ir-
ritação radicular. Consiste na extensão e rotação conjuntas 
da cabeça para o lado acometido, resultando na reprodução 
ou aumento da dor radicular. 
Sinal de Lhermitte: sensação de parestesias ou disestesias 
nas mãos ou pernas durante a flexão cervical. Tal sensação é 
mais frequentemente causada por uma hérnia de disco vo-
lumosa com compressão medular ou por formações osteofi-
tárias em pacientes com canal vertebral estreito. Pode ser en-
contrado em pacientes portadores de artrite reumatoide 
com subluxação atlantoaxial ou subaxial. Sensações similares 
foram descritas em pacientes portadores de esclerose múlti-
pla. O sinal de Lhermitte está presente em uma variedade de 
doenças da medula, incluindo neoplasias, aracnoidite e sirin-
gomielia. 
Teste de compressão do ombro: é um teste provocativo 
para irritação radicular. O pescoço é flexionado lateralmente 
enquanto uma compressão é realizada no ombro homolate-
ral. Esse teste traciona a raiz responsável pela dor, amplifi-
cando a sintomatologia. 
Teste de abdução do ombro: o braço do lado da dor é colo-
cado no topo da cabeça. Essa posição diminui a distância 
entre a coluna cervical e o processo coracoide, liberando a 
tensão nas raízes. Alguns autores sugerem que o alívio da dor 
é um indicador de doença compressiva cervical extradural 
secundária a hérnia discal ou doença degenerativa. A dor as-
sociada com estenose foraminal secundária a espondiloar-
trose não melhora com essa manobra. 
Teste de Adson: palpação do pulso radial durante a abdução, 
extensão e rotação externa do braço, com rotação homola-
teral do pescoço. A diminuição do pulso caracteriza um teste 
positivo, sugestivo de síndrome do desfiladeiro torácico. 
 
Exames de imagem 
Podem incluir: 
→ Radiografia simples; 
→ Ressonância magnética (RM); 
→ Tomografia computadorizada (TC); 
→ Cintilografia óssea; 
 
Na presença de sinais de comprometimento neurológico, 
com exame radiográfico normal, ou quando a radiografia su-
gere lesão óssea, com diminuição do espaço intervertebral e 
sintomas neurológicos, deve ser estudado o uso da RM ou da 
TC; A TC complementa a radiografia simples na avaliação de 
processos vertebrais degenerativos e na avaliação de desar-
ranjos discais; 
 
→ Entretanto, não possibilita uma avaliação confiável de al-
terações intramedulares; 
 
A RM é indicada para demonstrar infecção espinal oculta, 
avaliar elementos neuronais e estruturas paravertebrais, in-
cluindo partes moles; 
 
→ Apresenta um custo mais elevado em relação a outros 
exames, possuindo valor limitado para a maioria dos casos 
de cervicalgia; 
 
A cintilografia óssea está indicada na suspeita de tumor ós-
seo, primário ou metastático, de processos infecciosos e de 
trauma da coluna cervical. 
 
 
 
 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
Referencias: 
KAZEMINASAB, Somaye et al. Neck pain: global epidemiology, 
trends and risk factors. BMC musculoskeletal disorders, v. 23, 
n. 1, p. 1-13, 2022. 
 
Tratado Brasileiro de Reumatologia. São Paulo: Atheneu, 2015

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