Buscar

Fordismo _ Toyotismo

Prévia do material em texto

Dafra Motos
	A empresa a ser analisada e é a montadora brasileira Dafra Motos, que segundo ao seu site oficial é uma empresa recente: 
 
“(...) criada em 2007 pelo Grupo Itavema, o maior grupo de concessionárias de automóveis da América Latina, que possui mais de 30 anos de história no Brasil e hoje conta com empresas em diferentes segmentos, como transporte rodoviário e indústrias de embalagens plásticas.
Para atender o mercado nacional a DAFRA conta com uma unidade fabril com 170 mil m2, sendo 35 mil m2 de área construída. A fábrica possui mais de 500 funcionários e capacidade produtiva anual de 300 mil motocicletas.”
Considerando as observações de Gramsci em Americanismo e Fordismo é possível constatar que, o modelo fordista buscava através de meios de consenso e coerção uma determinada organização na economia que promoveu um engendramento entre técnica e cultura. Ao analisar-se os indivíduos e sua relação com a estruturação social nota-se que produção em massa provoca uma rotina monótona, repetitiva, individualizada, exaustiva e previsível, fatores que nas palavras de Karl Marx colaboram para a coisificação do homem e de suas funções, visto que, este operário executava somente um ofício ao qual em sua maioria não existia o conhecimento sobre o contexto do que era produzido. Além desta circunstância, também eram utilizados mecanismos de sedução para atrair novos funcionários, conjecturando estereótipos que auxiliavam na contratação, como por exemplo, a necessidade de um homem que fosse chefe de família ou que estivesse se preparando para casar, seguindo o raciocínio de que aquele que estiver dentro deste critério será um indivíduo com maior compromisso com o trabalho, que irá dedicar-se a sua tarefa com empenho, métodos que mascaram as entrelinhas do processo e cooperam para a manutenção e permanência de todo o ciclo favorecendo a classe dominante. 
Zygmunt Bauman em sua obra Modernidade Liquída, desenvolve pensamentos sobre o “ capitalismo- pesado e leve”, que exemplificam e representam exitosamente os modelo fordistas que teve grande ascensão e colaborou mais adiante para taylorismo classificado pela organização científica. As indústrias fordizadas, são propagadoras do aumento do capitalismo e demarcam a etapa de “capitalismo pesado,” onde através desta concepção é provocada a reflexão sobre se atingir um estágio onde a ideologia está altamente cristalizada e impossibilitada se sofrer alguma alteração. Em termos de âmbito temporal trata-se de uma sociedade que transita do pré-moderno ao moderno, dado que, a partir deste processo ocorre a divisão do trabalho e impermanência da caracterização de um “sujeito automático” controlado e controlado, por não ser capaz de desempenhar funções intelectuais.
Fundada no ano de 1964, com uma filial no endereço: Rodovia Presidente Dutra, 2671, Rio de Janeiro e a outra na Rua Manoel Monteiro de Araújo, 1350 - Parque São Domingos, São Paulo, esta fábrica brasileira é fornecedora de perfumes, cosméticos e produtos de higinene. A Procosa é terceirizada da empresa multinacional Francesa L’oréal Paris, que utiliza a privação da fábrica como forma de produzir localmente os produtos que anteriormente eram importados e vendidos com um custo maior. Por fazer parte do quadro de colaboradores posso afirmar que, a alta tecnologia e uso de robôs são implementados em seu funcionamento, que os colaboradores trabalham com metas e premiações como maneira de estímulo à aceleração e eficiência, ou seja, uma fábrica com o perfil plenamente toyotista. 
Em um recorte moderno, o modelo toyotista dispõe a proposta de uma produção vinculada à demanda. Enquanto no fordismo / taylorismo era elaborado um determinado tipo de produto, o toyotismo por não possuir estoques conta com a otimização de materiais, redução de ociosidade, um menor número de funcionários que desempenham múltiplas atividades sendo organizados pelo tempo e respaldando-se desta lógica também originou-se as terceirizações. Foram reformuladas as ferramentas de reprodução do ciclo de absorção de capital, que deu-se no momento em que ocorreu um colapso na modernização e adquiriu maior potência em um ápice pós revolução industrial.
A idealização de um “novo homem” se instala racionalizando a produção e desenvolvendo a tecnologia, promovendo também a busca por exemplos e não por líderes, pois procede neste ínterim a noção de que todos podem ser “empreendedores pró-ativos”, auxiliando no uso da criatividade e revisão de qualidade, resultando em uma falsa valorização e incentivando a competitividade e ambição dos colaboradores (para a referência de um novo conceito de operário / funcionário / empregado, enraizou-se um termo que se adequasse ao momento). Partindo desta premissa, as estratégias de sedução para este paradigma insere a integração do indivíduo com a empresa, plano de carreira, a ilusão de um salário compatível com o serviço prestado, características de uma modernização ambiciosa. 
Bibliografia:
http://www.daframotos.com.br/daframotos/index

Continue navegando