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“O passado como dimensão explicativa do presente” PRECONCEITO Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições, considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial e sexual. A questão do preconceito não é algo recente , pois se trata de um fenômeno historicamente construído e consolidado em diferentes sociedades, ao longo de anos.Embora tenha passado por significativas tranformações, o preconceito se mostra presente em diversas áreas da vida humana e a análise de sua trajetória histórica permite a compreensão que determinadas atitutes assumiram no presente. Ele se contrapõe às qualidades de caráter, como lealdade, compromisso, honestidade, propósitos que afirmam valores atemporais e regras éticas. As demandas nos espaços de trabalho, sobretudo em relação às mulheres, por exemplo, exigem juventude, boa aparência (magreza, altura, altivez, cabelos lisos e claros, dentes perfeitos, porte, postura, etc.), além da cor branca. As mulheres não-brancas são aceitas na proporção em que tais atributos estejam presentes associados à sensualidade, à exuberância erótica, evidenciado a vulnerabilidade e manipulação dos componentes do preconceito. Uma série de conceitos preconceituosos de grandes pensadores contribuiu para relegar a mulher a uma posição de inferioridade e reprimir qualquer manifestação do feminino na história. A imagem de fragilidade e submissão sempre esteve ligada à mulher na história, principalmente na antiguidade, idade média e moderna. Muitos pensadores, teólogos e filósofos contribuíram para aumentar sua posição de inferioridade, mas o que não impediu que muitas mulheres se rebelassem contra tal atitude em todos os tempos. Muitos são eles que contribuíram para o preconceito contra o sexo feminino ao longo dos tempos veja alguns deles. Na antiguidade Platão dizia “que os homens covardes que foram injustos durante sua vida, serão provavelmente transformados em mulheres quando reencarnarem”; Aristóteles afirmava que “a fêmea é fêmea em virtude de certas faltas de qualidade”. Na idade média as mulheres foram classificadas de três formas como prostitutas, bruxas ou santas servindo como modelo a virgem Maria. As prostitutas eram as que se entregavam aos vícios da carne e utilizavam seus corpos para saciar os desejos ou para ganho. As mulheres bruxas eram as que de alguma forma iam contra os dogmas da igreja, muitas mulheres que tinham de alguma forma acesso as artes, as ciências ou a literatura padeceram nas mãos da santa inquisição. Buscar alguma forma de conhecimento custou à vida de milhares de mulheres. As mulheres da idade média tinham que ser moldes de virtudes da Virgem Maria, dóceis, puras e devotadas aos seus maridos. Religiosos como São Tomas de Aquino dizia que “ela era um ser acidental e falho e que seu destino é o de viver sob a tutela de um homem, por natureza é inferior em força e dignidade”, Tertuliano dizia que “era a porta do Demônio”. Na idade moderna não foi muito diferente, renomados pensadores tiverem sua parcela de contribuição nas justificativas de sexo frágil. Rousseau no século XVIII, disse que a mulher é um ser destinado ao casamento e a maternidade, Napoleão não menos Machista afirmava “a mulher é nossa propriedade e nós não somos propriedade dela”, Nietzsche “o homem deve ser educado para a guerra, a mulher para a recreação do guerreiro”, Exemplos são o que não faltam na história de preconceitos contra o gênero feminino, como alguns que continuam a resistir ao tempo e vem mascarado, a exemplo, temos a música, que cada vez mais traz em suas letras “piriguetes, safadonas, cachorronas, mulheres melancias, maçãs, enfim mulheres frutas” rótulos que acabam fazendo sucesso entre o público masculino, mas que limitam as mulheres ao culto de seus corpos. Mesmo com a implacável perseguição ao longo dos séculos, que colocou as mulheres em uma posição de inferioridade, houve uma mudança cultural dos papeis atribuídos a elas. Muitas tiveram um papel essencial para tais mudanças e acabaram colocando seus nomes na história, a exemplo de: Anita Garibaldi “a heroína de dois mundos”, Indira Gandhi, Lady Di, Joana D’Arc., Madre Teresa de Calcutá, Maria Bonita, Marilyn Monroe entre outras tiveram grande importância em diversas áreas. A repressão perdura por várias fases históricas, mas hoje as mulheres respiram mais aliviadas com a conquista de vários direitos, como o avanço no mercado de trabalho (apesar do sexo masculino ainda ganhar mais) e o direito ao voto. Se a sociedade brasileira deseja combater o preconceito injusto e a discriminação indevida, a solução não é impor igualdade mascarada e fictícia por intermédio de leis. A solução é admitir e esclarecer as diferenças, as aparências e as realidades para que o sistema de defesa humano as compreenda e não rejeite o que for normal e saudável. Tentar impor qualquer tipo de igualdade, por força de lei, é semear a hipocrisia, o desrespeito e, por conseqüência, a violência. E como diz a frase da primeira dama da Califórnia Maria Shriver “mulheres bem- comportadas não fazem história”. Bibliografia MASSUNO, Elizabeth. "Delegacia de Defesa da Mulher: uma resposta à violência de gênero". Em BLAY, Eva A. Igualdade de oportunidades para as mulheres. São Paulo, Humanitas, 2002. Nogueira, Oracy. Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugestão de um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais no Brasil. Tempo soc., Jun 2007, vol.19, no.1, p.287-308. ISSN 0103- 2070. BANDEIRA, LOURDES and BATISTA, ANALÍA SORIA Preconceito e discriminação como expressões de violência. Rev. Estud. Fem., Jan 2002, vol.10, no.1, p.119-141. ISSN 0104-026X.
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