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Aula 1		1
Aula 1
Breve histórico sobre a origem da Psicologia Experimental
A Psicologia é uma ciência, uma vez que suas afirmações derivam do uso do método científico. Tomando-se especialmente como base uma das abordagens da Psicologia – a Análise Experimental do Comportamento pode-se dizer que a “Psicologia é a ciência que estuda o comportamento dos organismos vivos, considerando-se tanto os organismos inferiores como os superiores (o Homem), na sua relação com o ambiente.”(Lombard-Platet, Watanabe, Cassetari, 2015).
A Análise Experimental do Comportamento – uma das abordagens da Psicologia - utilizando-se da metodologia científica, especificamente do método experimental, oferece-nos uma forma de raciocinar logicamente, a respeito dos comportamentos e variáveis a eles relacionadas - pensar de uma maneira clara, objetiva e precisa, sem ter que recorrer a eventos subjetivos e interpretativos que podem obscurecer e tornar falha a análise (Lombard-Platet, Watanabe, Cassetari, 2015). A ciência do comportamento nos mostra e ensina a forma lógica de analisar comportamentos, através das atitudes científicas, sem interferências pessoais do observador, utilizando para isso os princípios básicos da Análise Experimental do Comportamento (Lombard-Platet, Watanabe, Cassetari, 2015).
Para entendermos como a Psicologia experimental surgiu é importante conhecermos um pouco dos pesquisadores que fizeram a história nessa nova ciência.
Wilhelm Wundt é considerado o pai da Psicologia Experimental, ele implantou o primeiro laboratório de psicologia do mundo na cidade alemã de Leipzig em 1879. Foi Wundt que determinou o objeto de estudo, o método de pesquisa, os tópicos a serem estudados e os objetivos da nova ciência (Schultz, Schultz, 2014).
Edward Titchener, foi discípulo de Wundt, mas alterou dramaticamente o sistema de seu professor. É considerado o fundador do Estruturalismo, aceitou o foco empirista e associacionista sobre os conteúdos mentais e sua ligação mecânica através do processo da associação. Segundo Titchener, a tarefa fundamental da psicologia é descobrir a natureza das experiências conscientes elementares — ou seja, analisar a consciência em suas partes separadas e, assim, determinar sua estrutura (Schultz, Schultz, 2014).
Willian James é considerado o precursor da psicologia funcional, a qual se fundamenta nas operações mentais, estando em contraste com a psicologia dos elementos mentais (o estruturalismo); as utilidades fundamentais da consciência, sendo esta última, considerada à luz desse espírito utilitário, a qual serve de mediadora entre as necessidades do organismo e as exigências do seu ambiente. A psicologia funcional é a psicologia das relações psicofísicas, voltada para o relacionamento total do organismo com o seu ambiente (Schultz, Schultz, 2014).
Ivan Pavlov, não era psicólogo, mas fisiologista e propôs a Lei do reforço em 1902. Segundo Pavlov, as respostas de um organismo podem vir a ser eliciadas por estímulos condicionados. Seu experimento clássico sobre a aprendizagem de novos reflexos foi realizado utilizando-se cães como sujeitos experimentais; carne e o som de uma sineta como estímulos; e a resposta registrada foi a de salivação. Ao fenômeno da aprendizagem de um novo reflexo, em sua homenagem, deu-se o nome de condicionamento pavloviano, também conhecido como condicionamento clássico ou respondente (Moreira; Medeiros, 2019)
Edward Thorndike foi o pioneiro no estudo da aprendizagem. Seus estudos com gatos envolviam a colocação de um gato privado de alimento na caixa. Colocava-se comida fora dela como recompensa para a fuga. A porta da caixa ficava fechada por vários trincos. O gato tinha de puxar uma alavanca ou corrente e, às vezes, executar vários atos em sucessão a fim de abrir a porta. Em sua lei do efeito (1898) afirmava: “Todo ato que, numa dada situação, produz satisfação fica associado com essa situação, de maneira que, quando a situação se repete, o ato tem mais probabilidade de se repetir do que antes. Inversamente, todo ato que, numa dada situação, produz desconforto se toma dissociado dessa situação, de maneira que, quando a situação se repete, o ato tem menos probabilidade de se repetir do que antes” (Thorndike, 1905, p. 203). É importante destacar que a premissa da lei do efeito assemelha-se em muito à proposição de Skinner, de que o reforço tem dois efeitos: um aumento na probabilidade da resposta e uma sensação de prazer (Tourinhos, 2011).
O termo Behaviorismo surgiu formalmente em 1913, com o psicólogo John Watson, que propôs o comportamento como objeto de estudo da Psicologia, devendo ser analisado através do método experimental, evitando-se ao máximo a interferência de interpretações subjetivas dos estudiosos (Schultz, Schultz, 2014). Ao longo da história, passou por reformulações e recebeu diferentes adjetivos: Behaviorismo clássico, metodológico e radical. Nos dias atuais, praticamente todo mundo que se diz behaviorista está fazendo referência ao chamado Behaviorismo Radical, de B. F. Skinner.
O Behaviorismo Radical difere do Behaviorismo Metodológico principalmente no que tange à análise dos comportamentos encobertos ou eventos privados. Skinner defendia o estudo desses eventos e chegou a falar do “mundo sob a pele de cada um”. Skinner (2003, p.281) afirma que “quando dizemos que o comportamento é função do ambiente, o termo “ambiente” presumivelmente significa qualquer evento no universo capaz de afetar o organismo. Mas parte do universo está encerrada dentro da própria pele de cada um”. Seus estudos, realizados com ratos albinos na caixa de Skinner, colaboraram para a sistematização dos princípios básicos da Análise Experimental do Comportamento. Esses princípios ampliaram a análise da relação entre comportamento – ambiente, proposta por John Watson. A Análise Experimental do Comportamento estabelece relações funcionais entre as variáveis comportamentais e as variáveis ambientais que as controlam (Lombard-Platet, Watanabe, Cassetari, 2015).
O laboratório de Psicologia Experimental consolida-se como uma ferramenta no ensino de Psicologia, o ensino de Análise do Comportamento em laboratório experimental caracteriza-se pelo uso no laboratório do rato albino e até mesmo de participantes humanos. No entanto, isso suscita a décadas debates éticos e levou a legalização das pesquisas esmere humanos, por exemplo com a criação de Comitês de Ética em pesquisa, Declaração de Nuremberg (1947), que enfatiza, o “consentimento voluntário do participante da pesquisa”, a Declaração de Helsinque (Associação Médica Mundial , 1964), citando ainda a Resolução n.º 016/2000 do Conselho Federal de Psicologia. Sobre a utilização de animais em pesquisa de laboratório a Lei nº. 11.794 (2008) estabelece procedimentos para o uso didático-científico de animais. No livro The principles of humane experimental technique (1959) Russel e Burch discutem a ética no uso de animais em laboratório e indicam três pautas: a redução, o refinamento (proporcionar maior conforto possível para os animais) e a substituição por experimentos simulados (por exemplo o software Sniff – O rato virtual).
Leituras sugeridas: 
CARVALHO NETO, M. B. de. Análise do comportamento: behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e análise aplicada do comportamento. Interação em Psicologia, v 6, nº 1, p. 13-18, 2002.
SÉRIO, T. M. de A. P. O behaviorismo radical e a psicologia como ciência. Revista brasileira de terapia comportamental e cognitiva, v VII, nº 2, p. 247-261, 2005.
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOMBARD-PLATET, V. L. V.; WATANABE, O. M.; CASSETARI, L. Psicologia Experimental: manual teórico e prático de Análise do Comportamento. 5ª ed. São Paulo: Edicon, 2015.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ. S. E. História da Psicologia moderna. 3ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
SKINNER, B. F. Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
TOURINHO, E. Z. Notas sobre o Behaviorismo de Ontem e de Hoje. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 24, nº1, 186-194, 2011.

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