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Maria Luiza Peixoto FMT- LXII 38 BIOSSÍNTESE DE LIPÍDEOS (PROFª MARI) Lipídeos são reservas energéticas. Ocorre quando a digestão de alimentos é maior do que a necessidade energética. Conteúdo energético precisa ser alto para a síntese de lipídeos (ácidos graxos) Sobra de carbonos de substratos energéticos como carboidratos e aminoácidos Parte da glicose pode ser armazenada como glicogêneo, sintese de energia, mas se houver excedente, os carbonos da glicose serão utilizados para a sintese de ácidos graxos. Aminoácido ou é usado pra sintese proteica ou outras moleculas especializadas como ácidos nucleicos. Mas se já produziu tudo o que precisava e existe excedente, o carbono será usado para a síntese de lipídeo, que é uma reserva energética importante. Aminoácidos quando são oxidados, a cadeia carbonica deles, alguns podem originar acetil coa ou outros intermediários do ciclo de krebs. A Célula precisar ter um conteúdo energetico alto, se não o acetil coa presente será oxidado, então não haverá síntese de lipídeo. A célula percebe o alto conteúdo energético pela relação NADH/NAD+ e ATP/ADP. Excesso de ATP e NAD reduzido vão inibir intermediários do Ciclo de Krebs. O Ciclo de Krebs será desacelerado. Conforme o citrato for sendo produzido, haverá excesso de citrato e Acetil-CoA. Acetil-CoA em excesso vai inibir a PDH. Então, o piruvato será carboxilado pela PC, originando o oxaloacetato, porque o Ciclo de Krebs não será uma fonte tão boa para formação de oxaloacetato. E esse oxaloacetato será importante porque ele dá origem ao citrato junto com a Acetil-CoA Citrato em excesso vaza da mitocôndria, fazendo com que diminua sua concentração na mitocondria. A síntese de ácidos graxos ocorre no citosol e é utilizada a acetil-CoA. Só que o Acetil-CoA não sai sozinho da mitocôndria. Por isso, é necessário o oxaloacetato e o citrato nesse processo. Quando for fazer a síntese de lipídeo é necessário NADPH. Quando a enzima Málica transforma Malato em piruvato, a NADPH é originada. Na via das pentoses também será originada NADPH. A acetil-Coa será transformada em Malonil-CoA (a diferença é a quantidade de carbonos) Biotina é uma coenzima na carboxilase. Malonil-CoA será o doador de carbono para a síntese de ácidos graxos. NADP não doa elétrons para a cadeia transportadora de elétrons. COMPLEXO ÁCIDO GRAXO SÍNTASE Quando falamos sobre a síntese de ácidos graxos, falamos do complexo ácido graxo sintase, o qual apresenta em uma das suas extremidades o ACP (proteína carregadora de acil). Esse ACP, apresenta em sua extremidade a fosfopanteteina que é derivada do ácido pantotênico. Na extremidade, há um enxofre, que vai estabelecer a ligação com o Malonil-CoA. Maria Luiza Peixoto FMT- LXII 39 Essa fosfopanteteina forma um braço que irá levar a cadeia de ácido graxo nascente para todas as enzimas do complexo ácido graxo sintase. ORGANIZAÇÃO DO COMPLEXO ÁCIDO GRAXO SINTASE É um complexo multienzimático composto por duas subunidades idênticas que se organizam de forma oposta uma a outra (O lado esquerdo irá trabalhar para fazer uma cadeia de ácido graxo, enquanto que a direita, trabalha para fazer outra cadeia, sendo que a síntese irá ocorrer ali nos enxofres – assim, serão produzidos dois ácidos graxos por vez) A cadeia de ácidos graxos será transportada até cada uma dessas enzimas, a partir da fosfopanteteina, para que assim, elas catalisem suas reações, permitindo a formação da cadeia completa. QUANDO OBSERVAMOS APENAS UMA DAS EXTREMIDADES... Os carbonos do acetil-CoA é transferido ao ACP a partir da acetil transacilase, removendo a CoA, ficando apenas os dois C do acetil ligado ao S do ACP. Logo em seguida, esses carbonos serão transferidos para o enxofre da císteina, com isso o enxofre do ACP fica vago. Nesse momento, a malonil transacilase liga os C do malonil-CoA para o enxofre do ACP, liberando CoA. Os carbonos derivados do malonilCoA serão descarboxilados, retirando o último carbono da cadeia, que será liberado na forma de CO2. No lugar desse último carbono, serão transferidos os carbonos da cisteína, anteriormente derivados do acetil-CoA. Apresentando, assim, uma cadeia com 4 C. Essa reação, será catalisada pela cetoacil sintase. Nesse momento, ocorrerão reações afim de remover a carbonila do meio da cadeia, já que isso não é comum em ácidos graxos. Para isso, a cetoacil redutase, irá reduzir esse carbono, a partir do NADP, que irá conferir dois hidrogênios à cadeia. Nesse momento surgirá a hidratase, que irá remover uma molécula de água dessa cadeia carbônica. Retirando a hidroxila do 3C e o hidrogênio do 2C. Quando isso acontecer, será formada uma dupla ligação. Agora a próxima reação virá para a remoção da dupla ligação. Para isso a molécula será reduzida, pela enzima emoil redutase que irá utilizar do NADPH. Assim, a cadeia deve ser alongada. Para isso, a acetil transacilase será transferida para o enxofre da cisteína, Maria Luiza Peixoto FMT- LXII 40 fazendo com que o enxofre do ACP fique vago. Com isso, o malonil transacilase, leva os carbonos da malonil-CoA. Nesse momento, todas as reações anteriormente realizadas serão reiniadas. Fazendo com que agora, a cadeia antes feita de 4 carbonos, seja convertida em 6C Novamente observa-se no meio da cadeia uma C=O, promovendo novas reações para que sejam retiradas. Com isso, a cada ciclo, o complexo vai alongando de 2 em 2C, até que na ACP tenha uma cadeia carbônica formada por 16C. Ao fim, será formado um ácido graxo de 16 carbonos, todos saturados, chamado de palmitato, 4 finalizado a partir da adição de H2O, por parte do palmitoil- tioesterase. Que permitirá a retirada do palmitato da enzima. Obs: o acetil-CoA é utilizado apenas na primeira reação, sendo o malonil-CoA considerado o principal doador dos carbonos → O principal órgão lipogênico é o fígado, porém esse processo pode ocorrer também no tecido adiposo e nas glândulas mamárias → Localização subcelular: citosol → A cada ciclo serão inseridos 2 carbonos até a cadeia apresentar 16 carbonos (palmitoil que se ligará a uma CoA, formando o palmitoilCoA) PALMITATO O ácido graxo produzido poderá passar por diversas modificações, podendo passar pelo alongamento (retículo endoplasmático ou mitocôndria) ou pela dessaturação, ou seja, inserção de insaturações (retículo endoplasmático), no entanto, esses processos apresentam limitações, sendo elas: → As insaturações só podem ser colocadas até o carbono 9 contando a partir da extremidade delta (C=O) A maioria dos ácidos graxos podem ser formados, no entanto, 2 são essenciais, pois não conseguimos produzir, sendo eles o linolênico e linoleico, sendo necessário ingeri- los na dieta ALONGAMENTO É muito semelhante ao que acontece no citosol, tendo participação do complexo ácido graxo alongase, muito parecido com o sintase. Esse processo se inicia a partir do palmitoil-CoA, sendo que o alongador será também o melonil-CoA. Esse processo ocorrerá também na forma de 2C por vez. O processo de alongamento observado na mitocôndria, ocorrerá em ácidos graxos menores, não sendo necessário um complexo. Assim, nesse local, ocorrerá um inverso da beta-oxidação, com exceção da última reação. O doador de carbonos, nesse caso, passa a ser o acetil-CoA. Além disso, o doador de elétrons na mitocôndria será o NAD, ao invés do NADP. DESSATURAÇÃO Ocorre no retículo endoplasmático por um complexo chamado acil-CoA dessaturase, que vai inserir a instauração no ácido graxo. Para que isso ocorra, os elétrons serão transferidos para uma molécula de O2, formando a água. No entanto, faltarão 2 elétrons para a formação da água (2 H2O), os quais serão advindos do NADH+H que será convertido em NAD+. DESTINOS METABÓLICOS Os ácidos graxos produzidos podem apresentar váriosdestinos, como: síntese de ésteres de glicerol, ceras epidérmicas, síntese de fosfolipídios de membrana, síntese de TAG, entre outros. Os ácidos linoleico e linolênico permitem a produção de outros ácidos graxos, funcionando como precursores de outros ácidos graxos. Para isso, são inseridas saturações nos carbonos 4, 5 e 6, somado ao alongamento da cadeia. Esses ácidos são: Maria Luiza Peixoto FMT- LXII 41 → Ácido aracdônico: 20C, insaturações no 5, 8, 11 e 14 – inseridos nos fosfolipídios de membrana, síntese de moléculas sinalizadoras (eicosanoides) ▪ Prostaglandinas ▪ Tromboxano ▪ Leucotrieno → Ácido decosa-hexaenoico – DHA, apresenta 22C e 6 insaturações → Ácido eicosapentaenoico – EPA, com 20 C e 5 insaturações REGULAÇÃO DA SÍNTESE A principal enzima reguladora é a acetil-CoA carboxilase, a qual é a responsável por coverter o acetil em malonil. Quando desativada, não há a formação de malonil e, portanto, não ocorre a síntese de ácidos graxos. Existem duas formas de regulação, de curto prazo e longo prazo: CURTO PRAZO Inicialmente, ela está no citosol na forma de protômeros inativos, sendo necessária a formação de um polímero para que se torne ativa, quem estimula a polimerização, é o citrato. Quando há o acúmulo de palmitoil-CoA, essa polimerização é inibida, fazendo com que essa enzima permaneça na forma de protômeros inativos. Além disso, outra forma de regulação é a hormonal. Quando temos excesso de carboidratos, a insulina é liberada e, portanto, ativa a acetil-CoA carboxilase. Já em casos contrários, são liberados o glucagon e a adrenalina (estresse – demanda metabólica alta), os quais levarão à inibição dessa enzima -> fosforilação e desfosforilação. LONGO PRAZO Atua na acetil-CoA carboxilase e no complexo ácido graxo sintase, sendo de acordo com o tipo de dieta que a pessoa tem. → Baixa quantidade de lipídio e bastante carboidrato: ativa acetil-CoA → Mais lipídios e pouco carboidrato: inativa acetil-CoA → É uma reação de longo prazo pois as enzimas já foram produzidas e, portanto, demorarão um tempo para serem degradadas. Assim... REFERÊNCIAS: • MARZZOCO, A., TORRES, B. B. Bioquímica Básica. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Livro. (1 recurso online). ISBN 978-85-277-2782-2. • BROWN, T. A. Bioquímica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Livro. (1 recurso online). ISBN 9788527733038. • NELSON, David L. Princípios de bioquímica de Lehninger. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2018. Livro. (1 recurso online). ISBN 9788582715345. • DEVLIN, Thomas M. Manual de bioquímica com correlações clínicas. tradução de Yara M. Michelacci. 7. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2011. 1252 p., il. ISBN 978-85-212-05920. • Anotações da aula
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