Buscar

Nulidade de atos processuais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Questão
No ato de recebimento da denúncia, o juiz competente, ao consultar os autos, verificou que
o denunciado foi interrogado perante a autoridade policial sem a presença de defensor.
Notou, ainda, determinados vícios procedimentais de forma nos autos do inquérito policial.
Diante dos fatos narrados, esclareça se o magistrado pode reconhecer a nulidade de atos.
Resposta
A doutrina e a jurisprudência pátrias são dominantes no sentido de que não há falar em
nulidade de ato praticado nos autos do inquérito policial. Isso porque o inquérito policial é
um procedimento administrativo de investigação, consubstanciando peça meramente
informativa da denúncia ou da queixa.
A nulidade, por sua vez, relaciona-se exclusivamente a atos processuais, isto é, inerentes a
um expediente judicial, não havendo, portanto, a hipótese de nulidade de ato produzido em
procedimento administrativo preparatório de ação penal.
Eventual irregularidade na produção de prova na fase inquisitorial deverá ser sanada pelo
juiz durante a instrução do processo – ou mesmo antes, se for preciso –, sob a égide da
ampla defesa e do contraditório, como, por exemplo, a produção de determinado laudo
pericial.
Assim entende o C. Superior Tribunal de Justiça, como se depreende dos seguintes
julgados:
“A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça consolidou-se no sentido de que eventuais
máculas na fase extrajudicial não têm o condão de contaminar a ação penal, dada a
natureza meramente informativa do inquérito policial.” (STJ, RHC 54.032/RS, Rel. Ministro
JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 27/06/2017, DJe 01/08/2017)
"É cediço que o inquérito policial é peça meramente informativa, de modo que o exercício
do contraditório e da ampla defesa, garantias que tornam devido o processo legal, não
subsistem no âmbito do procedimento administrativo inquisitorial" (STJ, RHC 57.812/PR,
Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 22/10/2015).
________________________________________________________________________
Questão
Quanto às nulidades no processo penal, é incorreto afirmar:
● a nulidade do ato processual pode ser classificada como absoluta ou relativa;
(correto)
● o ato processual nulo não emana efeitos desde o início de sua existência;
(incorreto) - Fundamentação: Conforme estudamos, não existe nulidade de pleno
direito no sistema processual penal, de maneira que o ato processual somente
perderá sua eficácia quando uma decisão judicial assim o determinar, reconhecendo
sua nulidade no caso concreto.
● a nulidade situa-se no plano da validade do ato processual; (correto)
● a nulidade pode ser definida como o vício processual em si ou como sua
consequência jurídica; (correta)
________________________________________________________________________
Questão
Você, advogado, assume determinado caso por ocasião da apresentação de memorial de
alegações finais, após o encerramento da instrução do processo. Ao estudar os autos para
a elaboração da tese defensiva, você se depara com o grave fato de que diversas decisões
judiciais possuíam a assinatura eletrônica de um escrevente do cartório da Vara Criminal.
Como você fundamentaria tal vício processual no referido memorial de alegações finais? E
qual seria o pedido a ser formulado em relação a tal vício?
Resposta
Ainda que se trate de um erro no momento da assinatura digital, com a inserção do cartão
errôneo, é certo que a decisão judicial foi proferida por sujeito desprovido de poder
jurisdicional, porquanto assinada por um servidor do cartório.
Assim, na condição de advogado, a melhor tese defensiva seria a de que tais decisões
judiciais viciadas consistiriam em atos processuais inexistentes, já que a figura do juiz é um
pressuposto processual de existência. De mais a mais, uma decisão judicial pressupõe a
assinatura de um juiz de direito, sob pena de não possuir um elemento essencial de sua
própria constituição jurídica.
Logo, a fundamentação estaria lastreada na figura do ato inexistente, com o pedido de
refazimento de tais atos processuais e a anulação dos atos processuais posteriores
dependentes. Saliente-se, nesse ponto, que o pedido não deverá ser a anulação das
decisões judiciais em questão, porque, uma vez inexistentes, simplesmente não comportam
anulação (não se pode anular o que não existe).
Em que pese tal argumentação defensiva, é possível que o juiz, ao apreciar tal questão,
evite o retorno da marcha processual e o prolongamento do processo sob o argumento de
que tal vício consistiria em uma mera irregularidade processual. Nessa ótica, o próprio juiz
teria elaborado e proferido as referidas decisões judiciais, ao passo que a assinatura digital
das decisões seria de responsabilidade do escrevente de sala, a título de auxílio.
Tal equívoco do escrevente de sala, sob esse viés interpretativo, não resultaria em qualquer
ato inexistente ou nulo, mas tão somente em mera irregularidade, devendo tais decisões ser
novamente impressas e juntadas aos autos do processo – dessa vez, com a correta
assinatura digital –, inexistindo qualquer prejuízo às partes.
________________________________________________________________________
Questão
No que tange os planos do ato processual, é incorreto afirmar que:
● Os atos processuais devem ser analisados em três são os planos: existência,
validade e eficácia. (correto)
● A validade do processo exige um juiz competente, não suspeito e não impedido,
assim como uma denúncia apta e uma citação válida. (correto)
● A inexistência do ato processual deve ser aferida por meio de seus elementos
de validade e eficácia. (incorreto) - Fundamentação: No caso de ato inexistente,
sequer é necessário examinar a validade e a eficácia do ato, porque sequer existe
perante o mundo jurídico. Um ato inexistente não é passível de anulação no
processo porque, por óbvio, não existe. Deve, portanto, tal vício processual ser
sanado mediante a superveniência do ato inexistente. Se não há denúncia,
elabore-se a denúncia. Se não há sentença proferida por agente público investido de
poder jurisdicional, então que um juiz profira uma sentença no processo
correspondente
● É inexistente o ato processual que não possui elementos essenciais à sua
constituição. (correto)
● Atos irregulares são infrações superficiais, não chegando a contaminar a forma legal
a ponto de merecerem renovação. (correto)
_________________________________________________________________________
Questão
Durante a audiência de instrução em uma ação penal, as testemunhas de defesa foram
ouvidas pelo juízo antes das testemunhas de acusação. Ato seguinte, realizou-se o
interrogatório do réu, com a superveniência da sentença penal condenatória.
Pergunta-se: houve nulidade processual na espécie? Fundamente.
Resposta
Em harmonia com os princípios da instrumentalidade das formas e da economia processual,
a doutrina e a jurisprudência pátrias entendem, de modo majoritário, que a inversão na
ordem de oitiva das testemunhas em audiência no processo penal configura tão somente
nulidade relativa.
Por consequência, deve a parte interessada comprovar o efetivo prejuízo decorrente da
inversão da ordem em questão, como, por exemplo, um fato novo trazido por uma
testemunha de acusação, não podendo uma testemunha de defesa ter sido inquirida a
respeito pela própria defesa do acusado.
Caso contrário, se houver uma hipótese de mera inobservância de formalidade legal, não
haverá falar em nulidade, à medida que o ato processual complexo (audiência de instrução)
alcançou seu objetivo final com êxito. Se assim não fosse, o cumprimento de um formalismo
legal, ainda que inexistindo prejuízo efetivo às partes, sobrepujaria a própria finalidade do
processo, resultando no atraso irracional da prestação jurisdicional.
Ressalte-se, no mais, a hipótese de ter havido a prévia concordância das partes quanto à
inversão da ordem de oitiva das testemunhas, no momento da audiência. Nesse caso, por
se tratar de nulidade relativa, não poderá a parte suscitar posteriormente tal vício, nos
termos do art. 565 do Códigode Processo Penal, in verbis: “Nenhuma das partes poderá
arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a
formalidade cuja observância só à parte contrária interesse”.
_________________________________________________________________________
Questão
Assinale a alternativa que melhor retrate o princípio da causalidade dos atos processuais
nulos:
Resposta
A nulidade do ato culmina na nulidade dos atos processuais subsequentes dependentes.
Questão
Nas razões de um recurso de apelação, o Ministério Público suscitou, preliminarmente, a
nulidade do processo por não ter havido a vista dos autos em seu favor antes do
proferimento de algumas decisões judiciais. Tal alegação preliminar foi fundamentada no
art. 564, III, alínea d, do Código de Processo Penal.
Você, na condição de defensor de José, réu apelado, alegaria o que em sede de
contrarrazões de apelação para afastar a preliminar arguida pelo órgão ministerial?
Resposta
Pode-se alegar que, conforme sabido, a previsão disposta no art. 564, III, alínea d, do
Código de Processo Penal constitui hipótese de nulidade relativa, tal como defendido, por
exemplo, por Guilherme de Souza Nucci.
Nessa linha de raciocínio, em se tratando de nulidade relativa, deveria o representante do
Ministério Público ter suscitado tal vício de forma no momento processual oportuno, logo
após sua ocorrência. Assim não o fazendo, tais atos relativamente nulos restaram
convalidados no processo, inexistindo qualquer nulidade passível de reconhecimento já em
grau recursal.
Nesse sentido, deve-se observar o disposto no art. 572, inciso I, do Código de Processo
Penal, in verbis:
As nulidades previstas no art. 564, III, “d” e “e”, segunda parte, “e” e “h”, e IV,
considerar-se-ão sanadas: I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o
disposto no artigo anterior.
Ademais, abstraindo a clara preclusão operada, é certo que a omissão de formalidade
alegada pelo órgão ministerial não causou qualquer prejuízo ao recorrente, sendo ônus do
Parquet a comprovação do referido prejuízo, o que não ocorreu na espécie. E, como é
sabido, inexistindo prejuízo, não há falar em nulidade, a teor do art. 563 do Código de
Processo Penal.
________________________________________________________________________
Questão
Identifique a alternativa correta:
● O rol de nulidades previsto no art. 564 do Código de Processo Penal é taxativo.
(incorreto) - São Exemplificativos
● A nulidade relativa sujeita-se aos efeitos da preclusão. (correto)
● Tanto a nulidade absoluta quanto a nulidade relativa podem ser convalidadas pelo
juiz. (incorreto) - Podem ser reconhecidas
● As nulidades relativas são aquelas que devem ser proclamadas pelo magistrado, de
ofício ou a requerimento de qualquer das partes. (incorreto)
● A nulidade relativa pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado, desde que se
trate de ação penal pública incondicionada. (incorreta)
Fundamentação: Por não abranger questões de ordem pública, diante da menor gravidade
do vício processual, denotando interesse exclusivamente particular, deve a parte suscitar a
nulidade relativa no momento processual oportuno, sob pena de convalidação do ato
processual correspondente.

Continue navegando