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Av. Rio Branco, n. 110, 28.º andar, Centro - CEP 20.040-004 
uchoavianna@uchoavianna.adv.br - Tel. (21) 2252-0808 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA 
COMARCA DE MACAÉ- RJ. 
 
 
 
 
Processo nº: 0009604-03.2017.8.19.0028 
 
AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS S/A, empresa concessionária 
de serviços públicos de energia elétrica, inscrita no CNPJ/MF sob n° 
33.050.071/0001-58, com sede na Praça Leoni Ramos, nº 1, São Domingos, 
Niterói, RJ, nos autos da presente AÇÃO DE RITO ESPECIAL proposta por 
LARISSA VIEIRA DE FREITAS, vem por seu advogado abaixo assinado, esta 
com sede no endereço citado ao rodapé, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, 
consubstanciada nas razões de fato e direito a seguir aduzidas: 
 
BREVE RESUMO DA LIDE 
Alega a parte autora em sua inicial que no dia 10/07/2017 solicitou 
uma troca de titularidade e uma religação. 
 
Aduziu, e síntese, que a troca foi realizada no mesmo dia, já a 
religação foi passado um prazo de 48h. 
 
Alegou, ainda, que no dia 11/07/2017 entrou em contato para 
saber da religação e foi informada que esta já teria sido realizada. Contudo, 
verificou que isso não ocorreu. 
 
Afirma ter entrado em contato diversas vezes com a empresa, 
sem êxito. 
 
PRELIMINARMENTE 
 
DA RETIFICAÇÃO DO POLO PASSIVO 
 
Inicialmente requer a retificação do polo passivo da presente 
demanda para que conste como Ré, AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS S/A, 
concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica, 
inscrita no CNPJ/MF sob n° 33.050.071/0001-58, com sede na Praça Leoni 
Ramos, nº 1, São Domingos, Niterói, pois essa é a razão social da 
Companhia. 
 
 Permanece inalterada a denominação social da Ampla Energia e 
Serviços S.A., bem como seu controle acionário. Vez ser esta uma prestadora 
dos serviços de distribuição de energia elétrica aos consumidores. 
 
 
 
Av. Rio Branco, n. 110, 28.º andar, Centro - CEP 20.040-004 
uchoavianna@uchoavianna.adv.br - Tel. (21) 2252-0808 
 
2 
Assim, pugna que este juízo determine a retificação do polo 
passivo, para que conste na distribuição e futuras intimações, apenas AMPLA 
ENERGIA E SERVIÇOS S/A, a fim de evitar eventual nulidade processual, nos 
termos do artigo 272, § 2º do NCPC, com a consequente exclusão dos dados 
da ENEL BRASIL S/A (AMPLA). 
 
 
 
PRELIMINARMENTE 
 
Da Incompetência do Juizado Especial Cível Ante a Complexidade da 
Matéria 
Preliminarmente, faz-se necessário suscitar a incompetência do 
Juizado Especial Cível para julgar a presente, uma vez que a matéria 
controvertida neste litígio é de complexidade, sendo imprescindível a 
realização de prova pericial técnica para o deslinde da questão. 
 
Logo, atribuir responsabilidade a AMPLA por suposto 
inconveniente, vindo, ainda, a ser fixada uma indenização seria admitir o 
enriquecimento sem causa, vez que não restou comprovado nada na petição 
inicial. 
 
Diante da impossibilidade do Juízo avaliar, sem a devida perícia 
técnica as reais causas para o alegado fato, resta comprovada a 
incompetência do Juizado Especial Cível para julgar a presente demanda, ante 
a complexidade da matéria trazida à baila. 
 
O artigo 3º da Lei 9.099/95 que trata da competência dos 
Juizados Especiais Cíveis é taxativo ao excluir causas de maior complexidade, 
ao dispor, in verbis: 
 
“Art 3º. O Juizado Especial Cível tem competência para 
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor 
complexidade, assim consideradas: (...)”. 
 
Tal celeuma aponta para a necessidade da produção de perícia 
que extrapola os limites dos artigos 33 e 35 da Lei 9.099/95. 
 
Assim, diante da necessidade da realização de prova pericial, 
devem ser reconhecidas a complexidade da causa e a incompetência absoluta 
deste Juizado Especial Cível, com o consequente acolhimento da preliminar 
suscitada, devendo o processo ser julgado extinto, sem exame do mérito, na 
forma do artigo 51, inciso II da Lei 9.099/95. 
 
 
 
 
 
 
 
Av. Rio Branco, n. 110, 28.º andar, Centro - CEP 20.040-004 
uchoavianna@uchoavianna.adv.br - Tel. (21) 2252-0808 
 
3 
MÉRITO 
DA REALIDADE DOS FATOS 
 
Ab initio, em análise ao sistema comercial, pode-se constatar que 
no dia 19/07/2017, a parte autira solicitou uma religação com instalação de 
medidor, de acordo com ordem A020298135. 
 
Contudo, nesta ordem foi constatada que a religação já havia sido 
feita no dia 08/07/2017 e, em visita posterior, verificou-se que a parte autora 
somente não está com fornecimento por problemas internos . 
 
Conforme art. 15 e 166 da Resolução 414/2010, a empresa é 
responsável do fornecimento até o ponto de entrega, sendo portanto, 
responsabilidade do consumidor o padrão interno para obter 
fornecimento. 
 
Pelo exposto, pugna esta ré pela IMPROCEDÊNCIA do pedido 
autoral, haja vista que o fornecimento só não foi retomado por problemas 
internos. 
 
DO NÃO CABIMENTO DOS DANOS MORAIS PLEITEADOS 
 
Indubitável é o fato de que a AMPLA agiu de acordo com o 
ordenado pela legislação do setor. Evidenciada a sua boa-fé, o pleito autoral 
de indenização por danos morais não pode prosperar. 
 
Não há lesão a direito da personalidade da parte autora. 
 
É evidente a ausência de comprovação de transtorno fora da 
normalidade. 
 
Com a certeza de que V.Exa. entenderá desta maneira, porém, 
por amor ao debate, demonstra-se a seguir outras razões pelas quais o 
requerimento de indenização por danos morais deve ser julgado improcedente. 
 
O Judiciário tem sido constantemente alvo de consumidores que 
procuram fazer deste órgão uma “indústria de dano moral”, visando se 
locupletar com o recebimento de um “dinheiro fácil”. 
 
Sobre este assunto, em posicionamento firmado pelo jurista Sílvio 
Rodrigues, citado pelo professor Caio Mário da Silva Pereira, este esclarece 
que: 
 
“A indenização, em termos gerais não pode ter o 
objetivo de provocar o enriquecimento ou 
proporcionar ao ofendido um avantajamento, por 
mais forte razão deve ser eqüitativa a reparação por 
dano moral, para que se não converta o sofrimento 
 
 
Av. Rio Branco, n. 110, 28.º andar, Centro - CEP 20.040-004 
uchoavianna@uchoavianna.adv.br - Tel. (21) 2252-0808 
 
4 
em móvel de captação de lucro (‘de lucro 
capiendo’)”1 (grifos nossos) 
 
Assim, no que tange ao pedido de danos morais formalizado pela 
parte autora, é evidente que o nosso direito não contempla situações da 
espécie, sob pena de subversões de valores. 
 
Além disso, faz-se necessário esclarecer que a responsabilidade 
civil tem por fundamento a recomposição do stauts quo ante, no caso do dano 
tê-la alterado, e não a punição do pretenso ofensor ou o enriquecimento ilícito 
do suposto lesado, para que as indenizações concedidas não venham a 
alimentar cada vez mais a já mencionada “indústria de dano moral”. Fato este 
não pode ser acobertado neste caso, razão pela qual requer-se que a presente 
ação seja julgada improcedente. 
 
DO PEDIDO DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
 
Não obstante todo o exposto, o que já seria suficiente para o 
impedimento do prosseguimento da presente ação, é de suma importância que 
o pedido de inversão do ônus da prova seja indeferido por inepto, tendo em 
vista que a parte autora apenas solicitou a inversão do ônus sem demonstrar a 
sua real necessidade, seu cabimento e a que fato a ser provado este se refere. 
 
Outrossim, um dos aspectos cruciais de toda a demanda judicial 
consiste na distribuição eqüitativa do ônus da prova. O princípio geral contido 
no Código de Processo Civil é de que “o ônus da prova incumbe ao autor, 
quanto ao fato constitutivo de seu direito” (artigo 333, I do CPC). Deste modo, a 
inversão do ônus revela-se, a toda evidência, 
uma verdadeira medida de exceção, e como tal deve ser tratada. 
 
Lembre-se, nesse passo, que “interpretam-se restritivamente as 
disposições derrogatórias do Direito comum” 5, e, além disso, que “todas as 
disposições derrogatórias do Direito Comum são suscetíveis de abrandamento 
ditadopela equidade ou em atenção a motivos jurídico-sociais, 
verdadeiramente humanos” 6, sendo certo que “humanos”, neste caso, não 
significa pura e simples pessoas, mas sim fatores humanos. 
 
 
Por outro lado, ressalte-se que o artigo 6º, VIII, do Código de 
Defesa do Consumidor – dispositivo onde está prevista a possibilidade de 
inversão do ônus da prova – não confere à parte autora o direito de ver 
concedida essa inversão automaticamente ou em qualquer situação 
indistintamente. 
 
Precisa-se, para tanto, que haja necessidade e finalidade, razão 
 
1 In Responsabilidade Civil. 1 ed. São Paulo: Forense, p. 339. 
5 Maximiliano, Carlos, Hermenêutica e Aplicação do Direito. 16 ed. São Paulo: Forense, 1996, p. 236. 
6 Ob. Cit. pág. 238. 
 
 
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5 
pela qual era imprescindível que a parte autora fundamentasse o seu pedido de 
inversão do ônus da prova. 
 
Apenas a título ilustrativo, pedimos vênia para trazer aos autos os 
ensinamentos de Nelson Nery Júnior e Antonio Gidi7, que tratam do conceito 
da 
necessidade e finalidade da inversão do ônus da prova, in verbis: 
 
“Ao contrário do que comumente se vem afirmando, 
a inversão do ônus da prova não é um “direito básico 
do consumidor”. O direito outorgado ao consumidor 
pelo inc. VIII do art.6° do CDC, como “direito básico”, 
é a facilitação da defesa dos seus direitos em juízo: 
a inversão é, tão somente, um meio através do qual 
é possível promover tal facilitação. 
A inversão do ônus da prova em favor do 
consumidor somente se legitima como forma de 
facilitar a defesa de seu direito em juízo. É 
imperativo, pois, que, para facilitar a defesa do 
consumidor, seja necessária ou, pelo menos, 
extremamente útil a inversão. O objetivo é, tão-só e 
exclusivamente, a facilitação da defesa do seu 
direito, e não privilegiá-lo para vencer mais 
facilmente uma demanda, em detrimento das 
garantias processuais do fornecedor-réu. 
(...) Inverte-se o ônus da prova apenas como forma 
de facilitar a defesa do consumidor em juízo. Assim, 
se o autor, em tese, dispõe de meios para provar as 
suas alegações, a inversão é de todo 
desautorizada.” (grifos nossos) 
 
 
Em suma, a inversão do ônus da prova pressupõe a dificuldade, 
pelo requerente do benefício, de provar determinado fato constitutivo de seu 
direito. Não basta requerer de forma genérica a inversão. É preciso que seja 
especificada às quais provas ela se dá, além da demonstração da dificuldade 
para a produção da prova em questão e o que se quer comprovar. 
 
 
Sendo assim, em face de todo o exposto, dúvidas não restam de 
que V.Exa rejeitará o pedido de inversão do ônus da prova formulado pela 
parte autora. 
 
 
 
 
7 Antonio Gidi. Revista de Direito do Consumidor, vol.3, p.55. 
 
 
 
 
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6 
 
DO PEDIDO 
 
Diante de todo o exposto, requer a empresa Ré, que seja 
acolhida as preliminares suscitadas, com a consequente extinção do processo 
sem resolução do mérito. 
 
Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, o que 
se admite ad argumentandum tantum, requer, que no mérito seja julgado 
totalmente improcedente o pleito autoral, por todas as razões demonstradas, 
sendo esta medida de justiça. 
 
A guisa da eventualidade, admitindo-se por mera alegação uma 
suposta possibilidade de condenação, requer desde já, pela fixação da verba 
indenizatória em patamar condizente com as peculiaridades do caso vertente, 
atentando-se aos princípios BOA-FÉ OBJETIVA, da proporcionalidade, 
razoabilidade e vedação ao enriquecimento sem causa. 
 
Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito 
admitidos, especialmente documental superveniente, para eventual 
demonstração de fatos novos. 
 
Por fim, requer a anotação na capa do processo do nome do seu 
patrono JACKSON UCHOA VIANNA (OAB/RJ 24.697) para fins de 
intimação/publicação no órgão da Imprensa Oficial, sob pena de nulidade do 
ato, declarando, em atenção ao preceito do art. 106 do NCPC, que seu 
endereço profissional se situa na Av. Rio Branco, n. 110, 28.º andar, Centro, 
Rio de Janeiro, RJ. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 Rio de Janeiro, 04 de Outubro de 2017. 
 
 IGOR DE SOUZA TEIXEIRA 
 OAB/RJ: 160.760 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
 
 
 
 
 
		2017-10-04T15:42:15-0300
	IGOR DE SOUZA TEIXEIRA

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