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TRABALHO DE PROCESSO CIVIL - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

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O COMPRIMENTO DE SENTENÇA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER OU NÃO FAZER:
1. ASPECTOS PROCEDIMENTAIS: 
Com o trânsito em julgado, o exequente pode requerir ou o juiz pode dar inicio de ofício ao cumprimento de sentença, uma vez que o art. 536, caput do CPC prevê a “determinação das medidas necessárias à satisfação do direito do exequente”.
Convém ao juiz determinar um prazo para que a obrigação seja cumprida, levando em conta as particularidades do caso, como a complexidade da obrigação, por exemplo. Uma vez estipulado tal prazo, caberá a intimação do devedor.
No tocante aos recursos, o STJ já decidiu que não cabem embargos à execução no cumprimento de sentença de obrigação de fazer, mas não admitir os embargos à execuçãonão significa impedir a manifestação do executado, o que seria inviável a luz do princípio do contraditório. Admite-se, portanto, a apresentação de defesa por meio de mera petição exposta de forma incidental, inclusive quando o excecutado for a Fazenda.
2. TUTELA ESPECÍFICA E CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS:
Todas as formas executivas previstas no art. 536, §1º se prestam para instrumentalizar a obtenção da tutela específica.
Ocorre, porém, que a tutela específica nem sempre é obtida no caso concreto, sendo possível a obrigação de fazer e não fazer ser convertida em prestação pecuniária quando essa for a vontade do exequente ou pela impossibilidade material ou jurídica de obtenção da tutela específica.
2.1. IMPOSSIBILIDADE DE OBTENÇÃO DA TUTELA ESPECÍFICA OU RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE:
A impossibilidade material afeta a pessoa do devedor na hipótese de obrigação de fazer infungível, de forma que fisicamente torna-se impossível o cumprimento da obrigação. Basta imaginar a morte do devedor ou a perda da habilidade específica que determinou a contratação do devedor, como na hipótese de um professor que tenha perdido a voz.
Tal espécie de impedimento não atinge, ao menos em regra, a obrigação de fazer fungível, sendo sempre possível a obtenção da tutela específica pelo cumprimento da obrigação por terceiro.
2.2. ONEROSIDADE EXCESSIVA:
Outra hipótese de conversão da tutela específica em perdas e danos e a excessiva onerosidade da primeira.
2.3. CONVERTENDO EM PERDAS E DANOS:
Sendo a conversão fruto da vontade do exequente, basta uma mera petição informando ao juízo para que se passe a fixação do valor das perdas e danos, o que será feito por meio de liquidação de sentença incidental.
Havendo pedido de uma das partes, o juiz, em respeito ao contraditório, intimará a parte contrária para manifestação no prazo de cinco dias, proferindo sua decisão.
A decisão que defere o pedido ou determina de ofício a conversão em perdas e danos tem natureza interlocutória, sendo recorrível por agravo de instrumento. Na liquidação incidental, por arbitramento ou pelo procedimento comum, a depender do caso concreto, além de todos os prejuízos advindos ao exequente pelo não cumprimento da obrigação por tutela específica, também se calculará o valor da multa fixada para pressionar o executado a cumprir a obrigação (art. 500 do CPC), sempre que tiver sido aplicada pelo juiz. A decisão judicial que fiza o quantum debateur é título executivo judicial, seguindo-se a ela a execução de obrigação de pagar quantia certa pelo procedimento do cumprimento de sentença.
3. ATIPICIDADE DAS FORMAS EXECUTIVAS:
Prevê o art.536, §1º do CPC que o juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exequente, determinar as medidas necessárias para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, se necessário com o uso de força policial. Esse amplo poder, todavia, não é irrestrito e deve levar em conta o princípio da razoabilidade e da menor onerosidade ao executado (art. 805 do CPC).
4. AS ASTREINTES:
As astreintes constituem espécie de multa processual, que tem a finalidade de constranger o requerido ao cumprimento da obrigação. Cite-se, como exemplo, situação na qual o magistrado determina que o executado pinte um quadro em dez dias, sob pena de, não o fazendo, incidir uma multa diária fixada em cem reais.
Saliente-se que enquanto as astreintes têm finalidade coercitiva, ou seja, têm a finalidade de constranger o demandado a cumprir a obrigação, diferentemente das perdas e danos, por exemplo, que têm finalidade ressarcitória ou reparatória.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA.
1. NECESSIDADE DE PROVOCAÇÃO DO CREDOR NA INSTAURAÇÃO DA FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
O art. 523, caput, do CPC, exige a iniciativa da parte para o inicio da fase de cumprimento desta sentença, afastando o principio do impulso oficial.
2. REQUERIMENTO INICIAL:
O requerimento tem seus requisitos formais previstos nos incisos do art. 524 do CPC , notando-se ser uma petição formalmente menos rigorosa que a petição inicial. Deve-se, no próprio requerimento, indicar o índice de correção monetária adotado (II), os juros aplicados e as respectivas taxas (III), o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados (IV), a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso (V) e a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados (VI).
É possível que o exequente não consiga se desincumbir do ônus de justificar o valor exequendo com a elaboração do memorial descritivo de cálculos. Para tanto, basta imaginar que os dados necessários estejam em poder do executado ou de terceiros. Nesse caso, o código prevê que o juiz poderá requisita-los, sob cominação do crime de desobediência.
Caso não haja a exibição no prazo legal, o §5º do art. 524 do CPC prevê que os cálculos apresentados pelo exequente serão presumidos como corretos, seguindo-se a execução pelo valor apontado em sua inicial. É natural que, em virtude da imprecisão que os cálculos apresentarão nesse caso, a presunção de correção dos cálculos apresentados só possa ser entendida como relativa, cabendo ao demandado, no momento em que se defender – por meio de embargos ou de impugnação -, demonstrar a incorreção do valor apresentado no cálculo apresentado pelo exequente.
3. APARENTE EXCESSO DE CÁLCULOS:
Nos termos do art. 524, §1º do CPC, caso o juiz entenda que o valor apontado no demonstrativo de cálculos aparentemente excede os limites da condenação, a execução seguirá com dois valores distintos: o valor exequendo será o indicado na inicial pelo exequente, mas a penhora será realizada pelo valor que o juiz entender adequado. Para chegar a tal valor o §2º do mesmo dispositivo permite que o juiz se valha de contabilista do juízo, cabendo ao juiz fixar-lhe prazo para a realização do trabalho, sendo de 30 dias o prazo caso o juiz se omita em tal indicação.
4. INTIMAÇÃO DO EXECUTADO:
Os §§ 2º, 3º, e 4º do art. 513 do CPC regulamentam a intimação do devedor para o cumprimento de sentença. Há uma novidade no § 4º que prevê um prazo de um ano do trânsito em julgado para que o exequente requeira o início do cumprimento de sentença, devendo ser realizada a intimação pessoal do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento, se a provocação ocorrer depois desse prazo.
Segundo o inciso II do §2º do artigo ora analisado, a intimação será pessoal por carta com aviso de recebimento na hipótese de o executado não ter advogado constituído nos autos ou ter sido representado pela defensoria pública. A ausência de advogado, entretanto, não acarreta necessariamente a intimação por carta com aviso de recebimento, e pode ser realizada, nos termos do inciso III do dispositivo comentado, por meio eletrônico, segundo o art. 246, §1º do CPC. Como cabe ao executado manter nos autos seu endereço atualizado, considera-se intimado sempre que não informar a mudança de endereço (art. 513, § 3º do CPC).
Por fim, o inciso IV do § 2º do dispositivo analisado prevê que a intimação será por edital quando o executado tiver sido citado por edital na fase de conhecimento, tendo sido revel.
5. CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO:
Mesmo antes de ser intimado para o pagamento em 15 dias o devedor pode satisfazer espontaneamentea obrigação de pagar quantia certa.
O autor será ouvido em cinco dias, podendo levantar imediatamente a quantia incontroversa (§ 1º ); não havendo oposição do autor, o juiz julgará extinta a obrigação e, entendendo o juiz pela insuficiência do depósito, aplicará sobre a diferença multa de dez por cento e fixará honorários advocatícios, seguindo-se a execução.
6. NÃO PAGAMENTO NO PRAZO DE 15 DIAS:
Antes de analisar as consequências do não pagamento dentro do prazo legal é essencial se determinar se tal prazo é processual ou material. Isso porque o art. 219, caput, do CPC prevê que os prazos processuais serão contados somente em dias úteis, o que não ocorre com os prazos materiais, sendo a esses aplicado o art. 231, § 3º do CPC, ou seja, o termo inicial do prazo não levará em conta os incisos de tal dispositivo, sendo o dia em que se der a comunicação.
Tratando especificamente do tema da forma de contagem de prazo para pagamento voluntário no cumprimento de sentença o Superior Tribunal de Justiça entendeu pela aplicação do art. 219, caput, do CPC, com contagem somente em dias úteis.
6.1. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
O STJ consolidou o entendimento de que, sendo necessário ao exequente promover o cumprimento de sentença, caberá a condenação do executado ao pagamento da verba honorária, da qual só se isentará na hipótese de cumprimento voluntário da obrigação.
6.2. APLICAÇÃO DE MULTA DE 10% SOBRE O VALOR EXEQUENDO:
Segundo previsão do art. 523, § 1º do CPC, somente o pagamento da condenação evita a aplicação da multa, de forma que o mero oferecimento de bens à penhora, ainda que seja dinheiro, não evita o acréscimo de 10% no valor da condenação. Aduz o art. 523, § 2º que, sendo realizado o pagamento parcial, a multa incidirá sobre o restante do valor, bem como a fixação de 10% de honorários advocatícios.
6.3. PROTESTO EXTRAJUDICIAL DA SENTENÇA:
Nos termos do art. 517, caput, do CPC, a decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. Trata-se de medida executiva indireta, ou seja, uma forma de pressionar psicologicamente o executado a cumprir a obrigação por meio da ameaça de sua situação ser piorada caso não satisfaça a obrigação no prazo de 15 dias.
Para efetivar o protesto, o § 1º prevê que incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão, que segundo o § 2º deverá ser fornecida no prazo de três dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.
Segundo o § 3º do art. 517 do CPC, o executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, às suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
E o § 4º do mesmo dispositivo indica que, a requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de três dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
6.4. EXPEDIÇÃO DO MANDADO DE PENHORA E AVALIAÇÃO:
Nos termos do § 3º do art. 523 do CPC, não sendo efetuado o pagamento no prazo de 15 dias da intimação do executado será expedido, desde logo, o mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação.
6.5. PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO:
O art. 525, caput do CPC, prevê que transcorrido o prazo para pagamento voluntário da obrigação inicia-se o prazo de 15 dias para que o executado, independentemente de nova intimação, apresente a impugnação nos próprios autos do cumprimento de sentença.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA.
1. INTRODUÇÃO:
O art. 538, caput, do CPC prevê tão somente o procedimento inicial, em especial para a entrega de coisa incerta.
Aduz o mesmo artigo, eu seu § 3º, que se aplicam ao cumprimento de sentença de obrigação de entregar coisa as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer e não fazer. Dessa forma, aplicam-se a essa espécie de execução todas as considerações feitas a respeito da conversão em perdas e danos, da atipicidade dos meios executivos e da multa coercitiva.
2. ASPECTOS PROCEDIMENTAIS:
Segundo o art. 498, caput, do CPC, o juiz, ao conceder tutela específica de entregar coisa, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação, não sendo a omissão quanto a esse prazo um vício suscetível de anular a decisão. Uma vez descumprida a regra prevista no dispositivo legal, caberá ao juiz, no inicio do cumprimento de sentença, fixar o prazo para entrega da coisa, levando em conta as particularidades do caso concreto, em especial a complexidade da obrigação.
O parágrafo único do art. 498 do CPC prevê que, sendo a coisa incerta – determinada pelo gênero e quantidade -, o autor a individualizará na petição inicial se lhe couber a escolha; e sendo do devedor a escolha, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
As medidas de execução por sub-rogação, típicas da execução de obrigação de entregar coisa, estão previstas no art. 538, caput, do CPC, que determina que, uma vez não cumprida a obrigação no prazo estabelecido na sentença, o juízo expedirá um mandado de busca e apreensão (bem móvel) ou de imissão de posse (bem imóvel). Como também se aplica a essa espécie de execução o art. 536, § 1º, do CPC, nada impede que o juiz adote outras formas executivas, em especial a aplicação da multa coercitiva. Pode até ao mesmo tempo expedir o mandado e aplicar a multa, sendo que satisfeita a obrigação por uma dessas formas a outra automaticamente perderá o objeto. Por outro lado, o credor poderá se valer do art. 499 e requerer a conversão da obrigação de entregar coisa em perdas e danos.
3. SOBRE A EXECUÇÃO DE ENTREGA DE COISA CERTA:
Conforme o art. 806 do CPC, o executado será citado para dentro do prazo de 15 dias satisfazer a obrigação. Terá o mesmo prazo para oferecimento dos embargos à execução, nos termos do art. 915 do CPC.
Optando pela opção dos embargos a execução, o executado poderá oferecer em depósito a coisa, cumprindo assim uma das exigências contidas no art. 919, § 1º do CPC para a concessão do efeito suspensivo aos embargos.
Optando pela entrega da coisa no prazo de 15 dias, o direito do exequente estará satisfeito.
A terceira conduta possível é a manutenção de seu estado de inadimplência, omitindo-se por completo à ordem do juiz contida no mandado de citação. Sendo o prazo para entrega no art. 806, caput, do CPC de 15 dias, e sendo aplicável à execução de entrega de coisa o art. 915 do CPC (15 dias de prazo para os embargos à execução), entendo que, transcorrido o prazo de 15 dias sem que haja sido concedido efeito suspensivo aos embargos à execução porventura oferecidos, o juiz dará início à pratica dos atos executivos.
Apesar de o art. 806, § 1º prever que o juiz poderá, ao despachar a petição inicial, fixar multa por dia de atraso por dia de atraso no cumprimento da obrigação (astreintes), essa multa – que na realidade não precisa ser diária – só passará a ser exigida após o vencimento do prazo legal concedido pela lei para que o executado cumpra sua obrigação.
Além da fixação da multa caberá ao juiz a expedição do mandado de busca e apreensão – bens móveis – ou de imissão de posse – bens imóveis.
Pode ocorrer de, mesmo depositando a coisa em juízo, o executado não consiga efeito suspensivo em razão do não preenchimento de outros requisitos exigidos no art. 919, § 1º do CPC. Nesse caso, caberá a entrega imediata da coisa depositada ao exequente.
Na hipótese de a coisa devida estar no patrimônio de terceiro e de ter sido desviada de forma fraudulenta, será ali buscada, sendo que o terceiro que a adquiriu somente será ouvido pelo juízo depois de depositá-la em juízo, ou seja, após a garantia do juízo (art. 808 do CPC).
O exequente que perder o interesse na coisa devido ao fato de estar nas mãos deterceiro, poderá converter a obrigação de entregar coisa certa na obrigação de pagar quantia certa, além do montante devido como reparação de perdas e danos e eventualmente o valor das astreintes. É possível, por exemplo, que o bem não seja localizado, tendo se deteriorado ou desaparecido. A definição do valor a pagar se dará por meio de uma liquidação incidente, dispensada quando o exequente pretender obter somente o valor da coisa que estiver indicado no título executivo.
Havendo benfeitorias na coisa, deve ser instaurado um processo de liquidação de sentença antes do processo de execução. O art. 810 do CPC dispõe que, no caso de benfeitorias indenizáveis feitas pelo executado ou terceiros, sua liquidação prévia é obrigatória. Existindo saldo em favor do executado, o exequente depositará o valor ao requerer a entrega da coisa; havendo saldo em favor do exequente, este poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo. Não havendo tal liquidação prévia, é possível ao executado suspender a execução por meio da interposição de embargos à execução (art. 917, IV, CPC).
4. SOBRE A EXECUÇÃO DA ENTREGA DE COISA INCERTA:
Seguirá basicamente as mesmas regras supramencionadas, sendo que a única diferença diz respeito ao procedimento de individualização da coisa, que deverá ocorrer no início do processo executivo. Após a escolha, a coisa passa a ser certa e o procedimento seguirá as regras já estudadas. Segundo o art. 811 do CPC, tal execução tomará lugar sempre que recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade.
OBS: Coisa incerta não se confunde com coisa fungível (coisa móvel que pode ser substituída por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade – art. 85 do CC).
A escolha da coisa incerta segue norma de direito material, mais precisamente o art. 244 do CC, que determina que, nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, o devedor não pode dar a pior nem esta obrigado a dar a melhor coisa. Tratando-se de bens de diferente qualidade, poderão surgir conflitos quanto à escolha feita pela parte contrária, situação resolvida pelo art. 812 do CPC, que determina que qualquer das partes poderá, no prazo de 15 dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação.
Tendo sido feita a escolha pelo exequente em sua petição inicial, o executado terá 15 dias contados da juntada do mandado de citação devidamente cumprido aos autos, suspendendo-se o prazo para entregar ou depositar o bem até a solução do incidente. Se a escolha couber ao executado, assim que indicado o bem, entregue ou depositado em juízo, o exequente terá 15 dias para impugnar a escolha. Impugnada tempestivamente a escolha, o juiz deverá decidir de plano, podendo em casos mais complexos valer-se do auxilio de perito de sua nomeação (art. 812 do CPC).
O STJ entende pela possibilidade de conversão do procedimento de execução para entrega de coisa incerta para execução por quantia certa na hipótese em que o bem for entregue com atraso, gerando danos ao credor da obrigação.
SENTENÇA ILÍQUIDA. LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA: NATUREZA JURÍDICA E LIMITES. HIPÓTESES DE VEDAÇÃO DE SENTENÇA ILÍQUIDA. ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO, INICIATIVA E PROCEDIMENTO.
1. CONCEITOS GERAIS:
A sentença ilíquida é aquela que não fixa o valor da condenação ou não lhe individua o objeto. É, portanto, condição  incompatível com o processo executivo que pressupõe, sempre, um título representativo de obrigação certa, líquida e exigível. A iliquidez da condenação pode dizer respeito à quantidade, à coisa, ou ao fato devidos. Embora seja normal que a liquidação aconteça logo após a sentença, também pode se dar incidentalmente no curso da execução.
A liquidação de sentença é o nome que se dá ao método de cálculo do valor líquido de uma sentença, visando, em geral, a execução forçada de seu conteúdo decisório.
Conforme o art. 786, CPC, a execução deve recair sobre uma obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em um título executivo. E conforme seu parágrafo único, a necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação.
Contudo, existem outras finalidade da liquidação. Pode ser utilizada, por exemplo, para:
· indenização do dano processual na litigância de má-fé, conforme o parágrafo 3º do art. 81, Novo CPC;
· indenização por prejuízo decorrente da tutela de urgência, nos moldes do art. 302, Novo CPC;
· indenização pela hipoteca judiciária decorrente de sentença reformada ou invalidade, de acordo com o art. 495, Novo CPC.
O Novo Código de Processo Civil regula a liquidação de sentença do art. 509 ao art. 512. Dessa forma, o art. 509, Novo CPC, dispõe que se procederá à liquidação a sentença que condenar ao pagamento de quantia ilíquida.
É o caso, por exemplo, de uma sentença que condena uma das parte por litigância de má-fé, como já citado, mas sem estabelecer a indenização devida pelo ato, uma vez que não é o seu objeto.
Quando a sentença possuir uma parte líquida e outro líquida, o autor poderá liquidar a parte ilíquida e promover a execução da parte líquida simultaneamente (através do cumprimento de sentença), conforme o parágrafo 1º, do art. 509, Novo CPC. Depois de liquidade, então, poderá seguir com a execução.
O parágrafo 2º do art. 509, Novo CPC, por sua vez, dispõe que quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento de sentença. Portanto, ela não será considerada ilíquida nesses casos.
Além disso, o parágrafo 3º do art. 509, Novo CPC, prevê a disponibilização, pelo Conselho Nacional de Justiça, de um programa de atualização financeira.
Já o parágrafo 4º do art. 509, Novo CPC, veda a rediscussão da lide ou a modificação da sentença que a julgou na liquidação.
Por fim, o recurso cabível da liquidação de sentença, em regra, será o agravo de instrumento. 
Dessa forma, dispõe o parágrafo único do art. 1.015, Novo CPC:
Parágrafo único.  Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 
2. MODALIDADES DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
Os incisos do art. 509, Novo CPC, então, definem duas modalidades de liquidação de sentença:
A. por arbitramento (inciso I, art. 509, Novo CPC);
B. pelo procedimento comum (inciso II, art. 509, Novo CPC).
2.1. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO
A liquidação de sentença por arbitramento, por sua vez, ocorrerá em três hipóteses:
· se determinado na própria sentença;
· se convencionado entre as partes; ou
· se exigido pela natureza do objeto da liquidação.
O art. 510, Novo CPC, também dispõe que, na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para apresentação de pareceres ou documentos elucidativos. 
O prazo para apresentação será estabelecido, assim, pelo juiz. E, caso ele não possa decidir de plano, deverá nomear perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Acerca da modalidade, decidiu o Superior Tribunal de Justiça em acórdão:
[…] 
3. A verba honorária foi fixada com base no valor da causa, dada a condenação ilíquida, conforme o Recurso Especial repetitivo REsp. 1.155.125/MG, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe 6.4.2010, não se podendo falar em erro material.
4. A alegada omissão, por ambas as partes, da não estipulação do procedimento pelo qual deverá se fazer a liquidação do julgado é procedente e, por inexistir a necessidade de se alegar e provar fato novo, deverá seguir o rito do arbitramento, nos termos dos arts. 475-C do CPC/73 e 509, I e 510 do CPC/2015. 
[…]
(STJ, 1ª Turma, EDcl no REsp 1248237/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 02/02/2017, publicado em 15/03/2017)
2.2. LIQUIDAÇÃO NO PROCEDIMENTO COMUM:
Na liquidação de sentença pelo procedimento comum, diferentemente, a parte requerida será intimada para apresentar contestação em até 15 dias. E deverá orientar-se, assim, pelo procedimento comum previsto no próprio código. 
Assim, estabeleceo art. 511, Novo CPC:
Art. 511.  Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. 
2.3. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA TRABALHISTA
A liquidação de sentença trabalhista é regulamentada pelo art. 879 da CLT, que dispõe, então:
Art. 879 – Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.  
§ 1º – Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal.
§ 1º-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devidas.
§ 1º-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.
§ 2º  Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.
§ 3º Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusão.
§ 4º A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária.
§5º O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de-contribuição, na forma do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão jurídico.
§ 6º Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade. 
§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1o de março de 1991.
3. HIPÓTESES DE VEDAÇÃO DE SENTENÇA ILÍQUIDA:
É concepção corrente da doutrina que somente os títulos judiciais podem ser ilíquidos. Abelha ensina que a liquidação de sentença dos arts. 509 e ss parte de uma premissa: “há uma sentença, provisória ou definitiva, a ser liquidada, ou seja, houve o suposto término da fase cognitiva do procedimento comum com fundamento em alguma das matérias do art. 487” (2015, p. 545). A este respeito também se posiciona Gonçalves com argumentação notoriamente válida: Somente os títulos judiciais podem ser ilíquidos. Mesmo assim, há casos em que o legislador os veda expressamente. 
Dispõe o art. 491 do CPC: “Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I — não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II — a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença” (GONÇALVES, 2017, p. 961). Como observa o autor, mesmo nos casos em que se admite pedido genérico, ou seja, naqueles que emanam na previsão normativa do art. 324, § 1º, do CPC, a sentença deve ser líquida. Para este “só se admitirá que não o seja nas hipóteses dos incisos I e II do art. 491, quando então será necessária a liquidação. Nos termos da Súmula 318 do STJ, ‘formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em arguir o vício da sentença ilíquida’” (2017, p. 961).

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