Buscar

Da Omissão de Socorro

Prévia do material em texto

INSTITUTO ITAPETININGANO DE ENSINO SUPERIOR – IIES 
DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135 CP) 
 
 
 
 
 
THACYARA ROBERTA DE ALMEIDA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA – SP 
2020
 
 
INSTITUTO ITAPETININGANO DE ENSINO SUPERIOR – IIES 
DIREITO 
 
 
 
 
 
 
THACYARA ROBERTA DE ALMEIDA SANTOS 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Instituto Itapetiningano de 
Ensino Superior – IIES, como requisito básico para a 
aprovação na disciplina Proteção Penal ao Indivíduo. 
Orientador: Prof. Rafael Granato Júnior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA – SP 
2020 
 
 
 
DA OMISSÃO DE SOCORRO 
 
Segundo consta no Código Penal: 
 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem 
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou 
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão 
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a 
morte. 
 
A omissão de socorro nada mais é que a falta de solidariedade entre a 
coletividade, onde não há a assistência necessária àqueles que necessitam. 
Note-se que a omissão difere da misericórdia social, pois nessa se encaixa o 
conceito de “caridade”. 
Pune-se nestes casos aquele que tinha o dever jurídico de agir, porém, 
só é considerado culpado se tal ajuda é possível. 
Tome-se como exemplo um cidadão que caminhava ao redor de um lago, 
e neste vê uma criança se afogando, porém ele não sabe nadar. Diante disto, 
ele liga para o corpo de bombeiros, que surge assim que acionado, mas a criança 
vem a óbito mesmo assim. Neste caso, não incorre omissão de socorro, pois 
mesmo não tendo condições de ajudar, o indivíduo solicitou o socorro à 
autoridade pública, e esta surgiu para desempenhar deu dever. Veja-se outro 
exemplo: Um rapaz que está dirigindo a caminho do trabalho, e no percurso 
encontra um transeunte ferido com sinais de atropelamento, mas ignora-o para 
que o estofado do seu carro não fique manchado de sangue: neste caso há 
omissão de socorro. Aproveitando a deixa do último exemplo, se o atropelado 
vem a falecer, a omissão de socorro é dolosa, mas o óbito é culposo, pois não 
existe a intenção de morte, ou seja, há crime preterdoloso. Trata-se a omissão 
como crime doloso, pois há sempre a intenção de omitir a ajuda. 
 
 
Cuida-se de crime omissivo próprio, de modo que o comportamento 
nuclear consiste num non facere. Isto é, dá-se o crime quando o agente deixa de 
prestar assistência à vítima (podendo fazê-lo sem risco pessoal) ou não pede o 
socorro da autoridade pública (por exemplo, policiais, conselheiros tutelares, 
pronto-socorro, bombeiros, defesa civil). 
A consumação se dá com a omissão do sujeito ativo, independentemente 
da produção de qualquer resultado naturalístico. Isto significa que a infração se 
manterá, ainda que o perigo que rondava a vítima não se converta em dano ou 
lesão. Assim, por exemplo, a infração estará consumada se uma pessoa deixou 
de prestar assistência ou informar a autoridade pública sobre o risco, mas a 
pessoa ferida conseguiu sobreviver por qualquer motivo (como o socorro 
posterior de terceiros). 
O crime se consuma instantaneamente, não prolongando seu iter criminis 
no tempo, e tem como sujeito ativo aquele que deixou de prestar assistência, e 
como sujeito passivo o que não recebeu ajuda.

Continue navegando