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Resistência dos Materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais, Deformação Longitudinal e Transversal Prof. Victor Augusto Introdução Em 1660 o físico inglês Robert Hooke (1635-1703), observando o comportamento mecânico de uma mola, descobriu que as deformações elásticas obedecem a uma lei muito simples. Hooke descobriu que quanto maior fosse o peso de um corpo suspenso a uma das extremidades de uma mola (cuja outra extremidade era presa a um suporte fixo) maior era a deformação (no caso: aumento de comprimento) sofrida pela mola. Prof. Victor Augusto Introdução Analisando outros sistemas elásticos, Hooke verificou que existia sempre proporcionalidade entre forças deformantes e deformação elástica produzida. Pôde então enunciar o resultado das suas observações sob forma de uma lei geral. Tal lei, que é conhecida atualmente como Lei de Hooke, e que foi publicada em 1676, sendo representada da seguinte forma: 𝑭 = 𝑲. 𝒙 Em que: 𝑭 = força elástica 𝑲 = constante elástica 𝒙 = deformação ou alongamento do meio elástico Prof. Victor Augusto Introdução Quando se estuda resistência dos materiais, o principal objetivo é descobrir em quais condições ocorrem as falhas. Para isso, é necessário calcular as tensões e deformações que atuam/ocorrem na peça. É necessário também, conhecer como os materiais se comportam quando submetidos a essas tensões e deformações. É sabido que até um certo nível de tensão, os materiais se comportam elasticamente, de acordo com a lei de Hooke. 𝝈 = 𝑬𝜺 Prof. Victor Augusto Tensão Módulo de elasticidade Deformação Introdução Onde: ❑ 𝝈 = Tensão (é a força atuante em uma unidade de área frente uma seção transversal de um material). ❑ 𝑬 = Módulo de elasticidade (é uma propriedade mecânica que mede a rigidez de um material sólido. Define a relação entre tensão - força por unidade de área - e deformação proporcional em um material). ❑ 𝜺 = Deformação (é qualquer mudança da configuração geométrica do corpo que leve a uma variação da sua forma ou das suas dimensões após a aplicação de uma ação externa). Prof. Victor Augusto Introdução Nota-se então que a Lei de Hooke é responsável por verificar a deformação do corpo elástico. O objeto de estudo mais usado para esse evento é a mola espiral, por ser um objeto flexível que se alonga com facilidade. Prof. Victor Augusto Introdução A energia armazenada no corpo (nesse caso, a mola) é a energia potencial, que é um tipo de armazenamento de energia dos corpos em virtude do seu posicionamento, ou seja, o sistema ou o corpo podem possuir forças interiores capazes de modificar suas posições relativas e suas diferentes partes para se chegar ao objetivo (que é realizar trabalho). Prof. Victor Augusto Propriedade Mecânica dos Materiais ❑ Elasticidade / Comportamento Elástico: Todo material quando submetido a solicitações externas deforma-se, o comportamento elástico de um material é a capacidade que o mesmo tem em retornar sua forma e dimensões originais quando retirado os esforços externos sobre ele. ❑ Plasticidade / Comportamento Plástico: O material já não consegue recuperar sua forma e dimensões originais, pois o mesmo é submetido a tensões que ultrapassam um certo limite (chamada de limite elástico) no qual o material sofre um deformação permanente. Prof. Victor Augusto Propriedade Mecânica dos Materiais ❑ Ductibilidade: É a capacidade que um material tem em deformar-se plasticamente até sua ruptura. Um material que se rompe sem sofrer uma quantidade significativa de carga no regime plástico é denominado de frágil. ❑ Tenacidade: É a capacidade que um material tem em absorver energia até a sua ruptura. Também pode ser definida como a energia mecânica necessária para levar um material a ruptura. ❑ Resiliência: É a capacidade que o material tem em absorver energia no regime elástico (quando é deformado elasticamente). Prof. Victor Augusto Propriedade Mecânica dos Materiais (Indagações) ❑ O que seria o limite de elasticidade de um material? ❑ Como um material se comporta após o limite de elasticidade? ❑ O que vem a ser escoamento? ❑ O que significa endurecimento/encruamento de um material? ❑ Qual a condição para que um material venha a se estriccionar? ❑ Quando ocorre a ruptura do material? Prof. Victor Augusto Ensaios Laboratoriais Para responder as perguntas: são realizados testes experimentais com os materiais estudados com a finalidade de registrar seu comportamento. O teste mais comum é o Ensaio de Tração, quando um corpo de prova composto por um material qualquer a ser estudado é inserido numa máquina, onde será submetido gradualmente a tensões de tração até sua ruptura. Prof. Victor Augusto Ensaio de Tração Prof. Victor Augusto Ensaio de Tração Prof. Victor Augusto Essa máquina registra continuamente a força aplicada e a variação relativa a deformação correspondente no corpo de prova. Diagrama Tensão-Deformação Prof. Victor Augusto Os dados de força aplicada e de variação de comprimento são divididos, respectivamente, pela área original “A” da seção transversal e pelo comprimento original “L” do corpo de prova. Com isso, é obtido o Diagrama Tensão-Deformação do material, que indica a tensão 𝝈 no material (eixo y) correspondente a cada deformação 𝜺 (eixo x) Diagrama Tensão-Deformação (Dúcteis) Prof. Victor Augusto Diagrama Tensão-Deformação (Frágeis) Prof. Victor Augusto Diagrama Tensão-Deformação (Diversos Materiais) Prof. Victor Augusto Na imagem abaixo, tem-se exemplos ilustrativos desse diagrama para alguns materiais: Região Elástica Prof. Victor Augusto Pode-se observar que todos os materiais estudados comportam-se linearmente em uma determinada região dos seus diagramas: Região Elástica Prof. Victor Augusto Essa região, indicada pela cor laranja na figura abaixo, é chamada de Região Elástica ou Região Linear-Elástica. Região Elástica Prof. Victor Augusto Nessa região, os materiais se comportam de acordo com a lei de Hooke 𝝈 = 𝑬𝜺 e as deformações são reversíveis, ou seja, o material volta ao seu estado original, uma vez que nenhuma força atuar sobre o mesmo. Módulo de Elasticidade Prof. Victor Augusto O módulo de elasticidade, ou módulo de Young (Thomas Young, 1807) é a razão entre a tensão e a deformação na direção da carga aplicada, sendo a máxima tensão que o material suporta sem sofrer deformação permanente. É dada por: 𝑬 = 𝑭 𝑨 ∆𝑳 𝑳𝒊 → 𝑭 × 𝑳𝒊 𝑨 × ∆𝑳 𝑬 = 𝝈 𝜺 Módulo de Elasticidade Prof. Victor Augusto Demonstração do módulo de elasticidade no diagrama tensão-deformação Módulo de Elasticidade Prof. Victor Augusto Tabela com alguns módulos de elasticidade Obs.: o módulo de elasticidade só pode ser usado se o material tiver um comportamento elástico linear, ou seja, só vale dentro da região elástica. Região Plástica Prof. Victor Augusto Após a região elástica, existe uma segunda região, indicada pela cor verde na figura abaixo, chamada de Região Plástica. Região Plástica Prof. Victor Augusto Nessa segunda região, as deformações: ❑ Deixam de ser elásticas (reversíveis e descritas pela Lei de Hooke) ❑ Passam a ser plásticas (irreversíveis e descritas somente pelo Diagrama Tensão-Deformação) Região Plástica Prof. Victor Augusto Nessa segunda região, as deformações: ❑ Deixam de ser elásticas (reversíveis e descritas pela Lei de Hooke) ❑ Passam a ser plásticas (irreversíveis e descritas somente pelo Diagrama Tensão-Deformação) Obs.: Alguns materiais possuem apenas região elástica ou região plástica. O vidro, por exemplo, é um material que possui apenas região elástica. Resistência ao Escoamento Prof. Victor Augusto Quando os materiais se deformam irreversivelmente, ocorre o escoamento. É necessário definir a tensão máxima que pode ser atingida por esse material a fim de evitar que ele escoe. Essa tensão máxima é chamada de Resistência ao Escoamento ou Tensão de escoamento e é dada por: 𝝈𝒆 = 𝑭𝒆𝑺𝟎Limite de escoamento Força de escoamento Área inicial da seção transversal do corpo de prova Resistência ao Escoamento Prof. Victor Augusto Alguns materiais, como o aço, tem um trecho de escoamento mais acelerado no início de sua região plástica. Nesses materiais, a resistência ao escoamento 𝝈𝒆 é a tensão no ponto imediatamente anterior desse trecho. Resistência ao Escoamento Prof. Victor Augusto Outros materiais, como o alumínio, não possuem essa característica em sua região plástica. Nestes caso, utiliza-se a Regra do Desvio para determinar o valor da resistência ao escoamento 𝝈𝒆. De acordo com essa regra, deve-se traçar, no diagrama, uma reta paralela à reta da região elástica desviada por uma deformação 𝜺 de 0,002 ou 0,2%. Resistência ao Escoamento Prof. Victor Augusto O ponto onde essa reta se encontrar com o diagrama vai indicar a tensão de escoamento 𝝈𝒆. Limite de Resistência a Tração Prof. Victor Augusto O Limite de Resistência à Tração é a tensão no ponto máximo da curva tensão- deformação. É a máxima tensão que pode ser sustentada por uma estrutura que se encontra sob tração. Essa tensão máxima é representada por 𝝈𝒎á𝒙. 𝝈𝒎á𝒙 = 𝑭𝒎 𝑺𝟎Limite de resistência à tração Força máxima atingida no ensaio Área inicial da seção transversal do corpo de prova Limite de Resistência a Tração Prof. Victor Augusto O Limite de Resistência à Tração é a tensão no ponto máximo da curva tensão- deformação. É a máxima tensão que pode ser sustentada por uma estrutura que se encontra sob tração. Essa tensão máxima é representada por 𝜎𝑚á𝑥. Encruamento Prof. Victor Augusto A partir da região de escoamento, o material entra no campo de deformações irreversíveis (plásticas), onde ocorre o endurecimento por trabalho a frio. Essa característica chama-se Encruamento. Empescoçamento (Necking) ou Estricção Prof. Victor Augusto A redução percentual da área de seção transversal do corpo de prova na região onde vai se localizar a ruptura, chama-se estricção. Quando ocorre esse efeito o “pescoço” do corpo de prova se deforma de maneira que a deformação no resto da peça se alivia, causando a queda de tensão. A estricção determina a ductilidade do material, quanto maior a porcentagem de estricção, mais dúctil será o material. Empescoçamento (Necking) ou Estricção Prof. Victor Augusto Empescoçamento (Necking) ou Estricção Prof. Victor Augusto Empescoçamento (Necking) ou Estricção Prof. Victor Augusto Região do corpo de prova onde ocorre a estricção Ou seja Diminuição da área da seção transversal da peça no ponto estriccionado, em razão da força de tração aplicada na mesma. Empescoçamento (Necking) ou Estricção Prof. Victor Augusto A redução de área da seção transversal pode ser calculada para corpos de seção circular ou corpos de seção retangular, e são representadas por: 𝝋 = 𝒒 × 𝟏𝟎𝟎 → 𝝋 = (𝒂𝒛𝒃𝒛 − 𝒂𝟎𝒃𝟎) 𝒂𝟎𝒃𝟎 × 𝟏𝟎𝟎(%) Empescoçamento (Necking) ou Estricção Prof. Victor Augusto 𝝋 = 𝒒 × 𝟏𝟎𝟎 → 𝝋 = (𝑫𝟎𝟐 −𝑫𝒇𝟐) 𝑫𝟎𝟐 × 𝟏𝟎𝟎(%) A redução de área da seção transversal pode ser calculada para corpos de seção circular ou corpos de seção retangular, e são representadas por: Tensão de Ruptura Prof. Victor Augusto É a máxima carga axial observada no teste de tração, imediatamente antes do seu rompimento, dividida pela área original da seção transversal do corpo de prova. É a tensão no último ponto do diagrama tensão-deformação do material, quando ocorre sua ruptura. Alongamento Percentual Prof. Victor Augusto O alongamento percentual 𝑳’ corresponde ao acréscimo percentual do comprimento final do corpo de prova após o ensaio em relação ao seu comprimento inicial. O cálculo do alongamento do corpo de prova fraturado pode ser realizado por meio da fórmula da deformação específica 𝜺 = 𝜹 𝑳𝒐 𝑳′ = 𝑳 + 𝜹 Alongamento Percentual Prof. Victor Augusto 𝑳′ = 𝑳 + 𝜹 Onde: ❑ 𝑳′ = Comprimento final ❑ 𝑳 = Comprimento inicial ❑ 𝜹 = Variação de comprimento (é igual ao comprimento inicial 𝑳 multiplicado pela deformação final 𝜺𝒑 ) Alongamento Percentual Portanto: Prof. Victor Augusto 𝑳′ = 𝑳 + (𝑳 . 𝜺𝒑) 𝑳′ = 𝑳 + 𝜹 A deformação 𝜺𝒑 é dada emporcentagem, assim sendo, multiplicar o valor da deformação por 100 para se obter a deformação percentual. Ex.: 0,02*100= 2,0% Deformação Específica ou Deformação Normal Prof. Victor Augusto A Deformação normal é o alongamento ou contração de um seguimento de reta por unidade de comprimento. Ex.: 𝑚𝑚 𝑚𝑚 ; 𝑐𝑚 𝑐𝑚 ; 𝑝𝑜𝑙 𝑝𝑜𝑙 ; 𝑚 𝑚 … (adimensional) Deformação Específica ou Deformação Normal Prof. Victor Augusto Dessa forma, tem-se que: 𝜺 = ∆𝑳 𝑳𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 ∴ 𝜺 = 𝑳𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍−𝑳𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝑳𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 Materiais Dúcteis Prof. Victor Augusto Os materiais que são capazes de sofrerem grandes deformações antes do seu rompimento, são chamados de Materiais Dúcteis. Obs.: Os materiais que sofrem estricção serão sempre dúcteis. Materiais Frágeis Prof. Victor Augusto Os materiais que sofrem pequenas deformações até o seu ponto de ruptura são chamados de Materiais Frágeis. Obs.: Nos materiais frágeis o limite de resistência a tração 𝝈𝒎á𝒙 é igual à tensão de ruptura 𝝈𝒓. Materiais Frágeis Prof. Victor Augusto Embora denominam-se materiais frágeis, sua resistência 𝝈𝒎á𝒙 pode ser alta, como é o caso de alguns materiais cerâmicos. Alguns materiais frágeis possuem resistência à compressão maior que a resistência à tração, como ocorre com o concreto. Tipos de Falha em Corpos de Prova Prof. Victor Augusto Tipos de Falha em Corpos de Prova Prof. Victor Augusto Tensão e Deformação Cisalhante Prof. Victor Augusto A tensão de cisalhamento 𝜏 é a relação entre a força aplicada e a área submetida ao cisalhamento, e é dada por: 𝝉 = 𝑭 𝑨𝟎 𝝉 = Tensão 𝑭 = Força paralela às faces superior e inferior do corpo de prova 𝑨𝟎 = Área das faces superior e inferior do corpo de prova Tensão e Deformação Cisalhante Prof. Victor Augusto As tensões de cisalhamento produzem o deslocamento de um plano de átomos em relação ao plano adjacente, ou seja, as forças atuantes provocam uma deformação elástica de cisalhamento 𝜸 é dada por: 𝜸 = Deformação elástica 𝒕𝒈𝜽 = Tangente do ângulo de deformação do corpo de prova 𝜸 = 𝐭𝐠𝜽 Tensão e Deformação Cisalhante Prof. Victor Augusto Dessa forma, aplicando-se o conceito da Lei de Hooke (𝝈 = 𝑬. 𝜺) para as tensões de cisalhamento, tem-se: 𝝉 = 𝑮 × 𝜸 Onde: 𝝉 = Tensão de cisalhamento 𝑮 = Módulo de elasticidade ao cisalhamento do material (módulo de cisalhamento ou módulo transversal) 𝜸 = Deformação de cisalhamento (relacionada ao ângulo de torção do slide anterior) Tensão e Deformação Cisalhante Prof. Victor Augusto Para se obter o módulo de elasticidade ao cisalhamento, ou módulo transversal, relaciona-se o módulo do cisalhamento (𝑮) com o Módulo de Young (𝑬) e o Coeficiente de Poisson (𝝂), dessa forma tem-se: 𝑮 = 𝑬 𝟐 × (𝟏 + 𝝂) Coeficiente de Poisson Prof. Victor Augusto Segundo o cientista francês S. D. Poisson (1800) Quando um corpo deformável é alongado em uma direção, ele sofre uma contração na direção transversal. Essa relação chama-se coeficiente de Poisson e se dá por: 𝝂 = − 𝜺𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒗𝒆𝒓𝒔𝒂𝒍 𝜺𝒍𝒐𝒏𝒈𝒊𝒕𝒖𝒅𝒊𝒏𝒂𝒍 Coeficiente de Poisson Prof. Victor Augusto O sinal negativo está incluído na fórmula porque as extensões transversais e longitudinais possuem sinais opostos. Materiais convencionais têm coeficiente de Poisson positivo, ou seja, contraem-se transversalmente quando esticados longitudinalmente e se expandem transversalmente quando comprimidos longitudinalmente. 𝝂 = − 𝜺𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒗𝒆𝒓𝒔𝒂𝒍 𝜺𝒍𝒐𝒏𝒈𝒊𝒕𝒖𝒅𝒊𝒏𝒂𝒍 Coeficiente de Poisson Prof. Victor Augusto Como se pode ver na figura, para uma deformação longitudinal negativa (∆𝐿/𝐿) a deformação transversal (∆𝐴/𝐴) é positiva, por isso se inclui o sinal negativona definição do coeficiente de Poisson, de modo a obter um coeficiente positivo. Assim sendo, tem-se que: 𝝂 = − ∆𝑨 𝑨𝟎 ∆𝑳 𝑳𝟎 Coeficiente de Poisson Prof. Victor Augusto Onde: 𝚫𝑨 – variação da dimensão transversal; 𝑨𝟎 – dimensão transversal inicial; 𝚫𝐋 – variação da dimensão longitudinal; 𝑳𝟎 – dimensão longitudinal inicial. 𝝂 = − ∆𝑨 𝑨𝟎 ∆𝑳 𝑳𝟎 Coeficiente de Poisson Prof. Victor Augusto A tabela ao lado demonstra o Coeficiente de Poisson de alguns materiais comuns, obtidos por meio de ensaios de tração. material 𝜈 Aço 0,25 Alumínio 0,26 a 0,36 Cobre 0,34 Borracha 0,47 concreto 0,083 a 0,125 Exercício de Fixação 01 Prof. Victor Augusto Ao ser submetido a um ensaio de tração, um corpo de prova de liga de cobre com comprimento de referência de 50 mm sofre uma deformação de 0,40 mm/mm quando a tensão é de 490 MPa. Se 𝜎𝑒 = 315 𝑀𝑃𝑎 quando 𝜀𝑒 = 0,0025 𝑚𝑚/𝑚𝑚, determine a distância entre os pontos de referência quando a carga é aliviada Prof. Victor Augusto Resolução Dados: Comprimento de referência = 𝟓𝟎𝒎𝒎 Deformação = 𝟎, 𝟒𝟎𝒎𝒎/𝒎𝒎 Tensão = 𝟒𝟗𝟎𝑴𝑷𝒂. 𝜎𝑒 = 𝟑𝟏𝟓𝑴𝑷𝒂 𝜀𝑒 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟓𝒎𝒎/𝒎𝒎 Exercício de Fixação 01 Prof. Victor Augusto Resolução Determinação do módulo de elasticidade 𝐸 = 𝜎𝑒 𝜀𝑒 𝐸 = 315 𝑀𝑃𝑎 0,0025 𝑚𝑚/𝑚𝑚 𝐸 = 126.000 𝑀𝑃𝑎 Deformação final 𝜀𝑝 = 𝜀 − 𝜎 𝐸 𝜀𝑝 = 0,3961 𝑚𝑚/𝑚𝑚 𝜀𝑝 = (0,40 𝑚𝑚/𝑚𝑚) − 490 𝑀𝑃𝑎 126.000 𝑀𝑃𝑎 Exercício de Fixação 01 Prof. Victor Augusto Resolução Comprimento final 𝑳 𝐿′ = 𝐿(1 + 𝜀𝑒) 𝑳 = 𝟔𝟗, 𝟖𝟎𝟔𝒎𝒎 𝐿′ = 50 𝑚𝑚 (1 + 0,3961 𝑚𝑚) Exercício de Fixação 01 Exercício de Fixação 02 Prof. Victor Augusto A haste de alumínio mostrada na figura (a) tem seção transversal circular e está submetida a uma carga axial de 10 kN. Se uma parte do diagrama tensão-deformação do material é mostrado na figura (b), determinar o alongamento aproximado da haste quando a carga é aplicada. Suponha que 𝐸𝑎𝑙 = 70 𝐺𝑃𝑎. Prof. Victor Augusto Resolução Tensão normal em AB 𝜎𝐴𝐵 = 𝑃 𝐴 𝜎𝐴𝐵 = 10 ∗ 103 𝑁 𝜋 ∗ 𝑑² 4 𝜎𝐴𝐵 = 4 ∗ 104 𝑁 𝜋 ∗ (0,02 𝑚) ² 𝝈𝑨𝑩 = 𝟑𝟏, 𝟖𝟑𝑴𝑷𝒂 Tensão normal em BC Exercício de Fixação 02 𝜎𝐵𝐶 = 𝑃 𝐴 𝜎𝐵𝐶 = 10 ∗ 103𝑁 𝜋 ∗ 𝑑² 4 𝜎𝐵𝐶 = 4 ∗ 104 𝑁 𝜋 ∗ (0,015 𝑚)² 𝝈𝑩𝑪 = 𝟓𝟔, 𝟓𝟗𝑴𝑷𝒂 Prof. Victor Augusto Resolução De acordo com o diagrama, a região AB se comporta elasticamente, pois a tensão elástica 𝜎𝑒 = 40 Mpa é maior que a tensão normal neste trecho (31,83 MPa). 𝜀𝐴𝐵 = 𝜎𝐴𝐵 𝐸𝑎𝑙 𝜀𝐴𝐵 = 31,83 ∗ 106 𝑃𝑎 70 ∗ 109 𝑃𝑎 𝜺𝑨𝑩 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟒𝟓𝟒𝟕𝒎𝒎/𝒎𝒎 Exercício de Fixação 02 Região do gráfico em que a deformação é elástica Prof. Victor Augusto Resolução De acordo com o diagrama, a região BC se comporta plasticamente, pois a tensão elástica 𝜎𝑒 = 40 Mpa é menor que a tensão normal neste trecho (56,59 MPa). 𝛿 = Σ 𝜀 ∗ 𝐿 𝛿 = 𝜀𝐴𝐵 ∗ 𝐿𝐴𝐵 + 𝜀𝐵𝐶 ∗ 𝐿𝐵𝐶 𝛿 = (0,0004547 ∗ 600) + (0,045 ∗ 400) 𝜹 = 𝟏𝟖, 𝟑 𝒎𝒎 Exercício de Fixação 02 Região do gráfico em que a deformação é plástica Exercício de Fixação 03 Prof. Victor Augusto Um corpo de liga de titânio é testado em torção e o diagrama tensão- deformação de cisalhamento é mostrado na figura abaixo. Determine o módulo de cisalhamento G, o limite de proporcionalidade e o limite de resistência ao cisalhamento. Determine também a máxima distância d de deslocamento horizontal da parte superior de um bloco desse material, se ele se comportar elasticamente quando submetido a uma força de cisalhamento V. Qual é o valor de V necessário para causar esse deslocamento? Prof. Victor Augusto ResoluçãoExercício de Fixação 03 𝑮 = 𝟑𝟔𝟎 ∙ 𝟏𝟎𝟔 𝑷𝒂 𝟎, 𝟎𝟎𝟖 𝒓𝒂𝒅 𝑮 = 𝟒𝟓 ∙ 𝟏𝟎𝟗 𝑷𝒂 𝒐𝒖 𝟒𝟓 𝑮𝑷𝒂 As coordenadas no ponto A são: (0,008 rad.; 360 Mpa). Assim, o módulo de cisalhamento se dá por: 𝝉 = 𝑮 × 𝜸 ∴ 𝑮 = 𝝉 𝜸 Prof. Victor Augusto ResoluçãoExercício de Fixação 03 Por inspeção, o gráfico deixa de ser linear no ponto A. dessa forma, o limite de proporcionalidade é: 𝝉𝒍𝒑 = 𝟑𝟔𝟎𝑴𝑷𝒂 Prof. Victor Augusto ResoluçãoExercício de Fixação 03 O limite de resistência é representado no gráfico no ponto B, onde ocorre a máxima tensão de cisalhamento, portanto: 𝝉𝒎 = 𝟓𝟎𝟒𝑴𝑷𝒂 Prof. Victor Augusto ResoluçãoExercício de Fixação 03 Para determinar o deslocamento da parte superior do bloco tem-se que: 𝜸 = 𝐭𝐠𝜽. Logo, 𝒕𝒈 𝟎, 𝟎𝟎𝟖 ≈ 𝟎, 𝟎𝟎𝟖 𝒅 𝟓𝟎𝒎𝒎 ∴ 𝒅 = 𝟎, 𝟒 𝒎𝒎 Prof. Victor Augusto ResoluçãoExercício de Fixação 03 𝛕𝐦é𝐝 = 𝐕 𝐀 ∴ 𝐕 = 𝟑𝟔𝟎 ∙ 𝟏𝟎𝟔 𝑷𝒂 ∙ (𝟎, 𝟎𝟕𝟓𝐦 ∙ 𝟎, 𝟏 𝒎) A tensão cisalhante V necessária para causar tal deslocamento (0,4 mm), tendo em vista que ele se comporte elasticamente será: 𝐕 = 𝟐. 𝟕𝟎𝟎 𝒌𝑵 Prof. Victor Augusto Exercício de Fixação 04 Mediu-se uma barra de aço de 12 mm de diâmetro por 250 mm de comprimento e constatou-se um comprimento de 249,8 mm, após um tempo. a) A que força ela estava submetida? b) Qual a deformação lateral sofrida pela barra? Prof. Victor Augusto Resolução Dados: Comprimento inicial = 𝟐𝟓𝟎𝒎𝒎 Comprimento final = 𝟐𝟒𝟗, 𝟖 𝒎𝒎 Diâmetro = 𝟏𝟐𝒎𝒎 = 𝟎, 𝟎𝟏𝟐 𝒎 Módulo de elasticidade longitudinal (E) do aço = 𝟐𝟏𝟎 × 𝟏𝟎𝟗 𝑷𝒂 (N/m²) Coeficiente de Poisson (𝝂) do Aço = 𝟎, 𝟐𝟓 Exercício de Fixação 04 Prof. Victor Augusto Resolução Exercício de Fixação 04 𝜺 = ∆𝑳 𝑳𝒊 = (𝟐𝟒𝟗, 𝟖𝒎𝒎 − 𝟐𝟓𝟎𝒎𝒎) 𝟐𝟓𝟎𝒎𝒎 = − 𝟎, 𝟐𝒎𝒎 𝟐𝟓𝟎𝒎𝒎 = a) 𝜺 = 𝝈 𝑬 → 𝝈 = 𝜺 × 𝑬 → 𝝈 = 𝟖 × 𝟏𝟎−𝟒 × 𝟐𝟏𝟎 × 𝟏𝟎𝟗 = 𝝈 = 𝑭 𝑨 → 𝑭 = 𝝈 × 𝑨 = 𝟏𝟔𝟖 × 𝟏𝟎𝟔 × 𝟏, 𝟏𝟑 × 𝟏𝟎−𝟒 = 𝑨 = 𝝅 × 𝒅² 𝟒 → 𝑨 = 𝝅 × (𝟎, 𝟎𝟏𝟐 𝐦)² 𝟒 → 𝑨 = −𝟖 × 𝟏𝟎−𝟒 𝒎 Τ𝒎 𝒎𝒎 𝟏𝟔𝟖𝑴𝑷𝒂 𝟏𝟖. 𝟗𝟖𝟒 𝑵 𝒐𝒖 𝟏𝟖, 𝟗 𝒌𝑵 𝟏, 𝟏𝟑 × 𝟏𝟎−𝟒 𝒎² Sinal negativo significa que a peça está comprimindo (encurtando) no sentido longitudinal. Consequentemente, a deformação lateral será positiva, pois estará aumentando. Prof. Victor Augusto ResoluçãoExercício de Fixação 04 b) Para encontrar a deformação lateral, têm-se: 𝝂 = − 𝜺𝒍𝒂𝒕𝒆𝒓𝒂𝒍 𝜺𝒍𝒐𝒏𝒈𝒊𝒕𝒖𝒅𝒊𝒏𝒂𝒍 → 𝜺𝒍𝒂𝒕 = 𝝂 × 𝜺𝒍𝒐𝒏𝒈 𝜺𝒍𝒂𝒕 = −𝟎, 𝟐𝟓 × (−𝟖 × 𝟏𝟎 −𝟒) 𝜺𝒍𝒂𝒕 = 𝟐 × 𝟏𝟎 −𝟒 Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 01 O diagrama tensão-deformação para o polietileno que é utilizado para revestir cabos coaxiais é determinado por um ensaio com um corpo de prova com comprimento de referencia de 250 mm. Se uma carga P aplicada ao corpo de prova desenvolver uma deformação 𝜀 = 0,024 mm/mm , determine o valor aproximado do comprimento do corpo de prova medido entre os pontos de referencia quando a carga é removida. Considere que o corpo de prova se recupere elasticamente Prof. Victor Augusto A figura apresenta o diagrama tensão-deformação para uma resina de poliéster. Se a viga for suportada por uma barra AB e um poste CD, ambos feitos desse material, e for submetida à carga P = 80 kN, determine o ângulo de inclinação da viga quando a carga for aplicada. O diâmetro da barra é 40 mm, e o diâmetro do poste é 80 mm. Exercício Proposto 02 Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 03 Abaixo se apresenta o diagrama tensão-deformação de um material dúctil fictício. Identifique na imagem as seguintes propriedades desse material: a) Módulo de elasticidade (E) b) Limite de resistência ao Escoamento (𝜎𝑒) c) Limite de Resistência a Tração (𝜎𝑚á𝑥) d) Tensão de Ruptura (𝜎𝑟) Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 04 Com base no gráfico de tensão e deformação dado abaixo, responda se as alternativas são falsas ou verdadeiras, justificando aquelas que são falsas. a) ( ) O módulo de elasticidade do material A é maior que o módulo de elasticidade do material B b) ( ) A resistência a tração do material B é maior que o de A. c) ( ) Os gráficos parecem demonstrar que ambos os materiais são frágeis d) ( ) Os materiais A e B rompem na mesma deformação, apesar de possuíremtensões de rompimento deferentes. Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 05 Dois blocos de borracha, cada um com 80 mm de comprimento por 40 mm de largura e 20 mm de espessura, são colados a um suporte e a uma placa móvel (1). Quando é aplicada uma força P = 2.800 N ao conjunto, a placa (1) se move horizontalmente 8 mm. Determine o módulo de elasticidade transversal G da borracha usada nos blocos. Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 06 Um corpo de prova de alumínio tem diâmetro de 𝑑0 = 25 𝑚𝑚 e comprimento de referência 𝐿0 = 250 𝑚𝑚. Se uma força de 165 kN provocar um alongamento de 1,2 mm no comprimento de referência, determine o módulo de elasticidade. Determine também a contração do diâmetro que a força provoca no corpo de prova. Considere: 𝐺𝑎𝑙 = 26 𝐺𝑃𝑎 e 𝜎𝐿𝑝 = 440 𝑀𝑃𝑎. Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 07 Calcular o alongamento de uma barra de aço de diâmetro 10 mm e 2,70 m de comprimento, submetida a uma carga de 12 kN. Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 08 Uma barra de aço de 6 mm de comprimento não deve alongar-se mais do que 4,8 mm, quando for submetida a uma força de tração de 6 kN. Sendo Eaço = 200 GPa, determine o menor diâmetro que a barra pode ter. Prof. Victor Augusto Exercício Proposto 09 Uma barra de latão de 8 metros de comprimento e, quando tracionada não deve ter um alongamento superior a 9 mm. Determine o menor diâmetro que pode ter essa barra, sabendo-se que E = 105 GPa e σe = 100 MPa. A carga atuante é de 5 kN. Prof. Victor Augusto
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