Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA MARIFLORES/PARAOPEBA DEÓSTENES TORRES, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº, inscrito no CPF sob o nº, endereço eletrônico, telefone, residente e domiciliado na Rua, bairro, Miraflores/Paraobebas, CEP:, vem, por meio seu advogado abaixo assinado, com endereço profissional,, a esse juízo propor: AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS Pelo rito ORDINÁRIO, em face de HERMENIGILDO CAPRA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº, inscrito no CPF sob nº, endereço eletrônico, telefone, residente e domiciliada na Rua bairro, Miraflores/Paraopebas, CEP, pelos fatos e fundamentos a seguir: 1- DAS PRELIMINARES 1.1.DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Requer o autor concessão do benefício da justiça gratuita, com amparo no dispositivo no art. 98 do Código de Processo Civil c/c com art. 5°, LXXIX da Constituição Federal, em virtude de ser pessoa hipossuficiente na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. 1.2. DA REALIZAÇÃO PRÉVIA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Com amparo no artigo 319, VII, do código de processo civil, é requerida a realização prévia de conciliação, com a finalidade de celeridade processual, como também, uma resolução pacifica entre as partes. 2- DOS FATOS O Reclamante relata que certo dia trafegando com sua recém-adquirida bela moto, que ao adquirir suprimiu de suas tão suadas economias, que levarás por muito tempo poupando, foi surpreendido em uma blitz que ao pararem os policiais ao averiguar os documentos do condutor e de sua moto, constataram que o veículo estava constando bloqueio judicial. Sendo que tal problema teria ocorrido apenas alguns dias depois da compra o veículo de seu amigo Hermenigildo (RECLAMADO), o Reclamante por conhecer o Reclamado, já tendo uma aproximação pessoal em que são velhos amigos, o Reclamante decidiu aproveitar a suposta “oportunidade” de compra a bela moto que o Reclamado vinha insistindo para que o Reclamante adquirisse com um bom preço, mas que para o Reclamado ainda estava fora de sua realidade. Porém, aproveitou de certa quantia que estava guardando havia muito tempo. Decidiu que iria aproveitar a oferta que o Reclamado teria feito, pegou a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e pagou ao Reclamado, assinaram o recibo de compra e venda e combinaram esperar que o DETRAN abrisse para que pudessem transferir o bem ao Reclamante, já que não poderia ser feito naquele momento devido às restrições impostas devido um decreto, por conta de uma pandemia global, que já exercia a posse da moto, o Reclamante concordou com a ideia do Reclamado em esperar a reabertura do órgão responsável. Mas como já mencionado anteriormente no início dos fatos, 02 (dois) dias antes da concretização da transferência de propriedade do bem, o Reclamante foi parado em uma blitz e foi informado que a moto estava sendo apreendida por constar bloqueio judicial em nome do Reclamado. O Reclamante procurou saber de que se tratava descobriu que o Reclamado tem uma imensa dívida de alimentos em uma ação executória promovida por seu filho ainda menor de idade. O Reclamado ao fazer uma breve visita ao Reclamado pra que se resolvesse da melhor forma possível, tendo em vista a longa amizade que foi construída com o Reclamado, porém, não obteve êxito em que pretendia que seria a dissolvição do negócio jurídico, já que o pode constatar que o bem em questão que adquiriu não se trata de um bem livre e desembaraçado. Assim o Reclamante pode notar que tudo que o Reclamado feito de caso pensado e agindo de má-fé, ludibriou o Reclamante que por hora preferiu confiar no rosto amigo que é o Reclamado, portando, acabou que não restou soluções ao Reclamante a não ser procurar o intermédio da Justiça. POR FIM, O INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO GERA O ROMPIMENTO DO CONTRATO, CONFORME ART. 475 DO CÓDIGO CIVIL, E O QUERER DA PARTE LESADA, ASSIM TEM ENTENDIDO A JURISPRUDÊNCIA: TJ-DF - AÇÃO CÍVEL DO JUIZADO ESPECIAL ACJ 172134620118070007 DF 0017213-46.2011.807.0007 (TJ-DF) Data de publicação: 19/04/2012 Ementa: DIREITO CIVIL. DESCUMPRIMENTO DE C ONTRATO DE COMPRA E VEND A DE VEÍCULO. RESOLUÇÃO. RESTITUIÇÃO AO ESTADO ANTERIOR. EVICÇÃO QUE NÃO SE ADMTE. 1 - ACÓRDÃO ELABORADO DE CONFORMIDADE COM O DISPOSTO NO ART. 46 DA LEI 9.099 /1995 E ARTS. 12 , INCISO XI , 98 E 99 DO REGIMENTO INTERNO DAS TURMAS RECURSAIS. 2 - NOS CONTRATOS BILATERAIS, O DESCUMPRIMENTO DO CONT RATO GERA A RESOLUÇÃO, NA FORMA DO ART. 475 DO CÓDIGO CIVIL . DEMONSTRADO QUE O PRIMEIRO RÉU NÃO CUMPRIU NA INTEGRALIDADE A OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PERANTE O AUTOR, POIS NÃO ENTREGOU O VEÍCULO LIVRE E SEM ÔNUS, É DEVIDA A RESOLUÇÃO https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701773/artigo-475-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21505529/acao-ci-vel-do-juizado-especial-acj-172134620118070007-df-0017213-4620118070007-tjdf https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21505529/acao-ci-vel-do-juizado-especial-acj-172134620118070007-df-0017213-4620118070007-tjdf https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21505529/acao-ci-vel-do-juizado-especial-acj-172134620118070007-df-0017213-4620118070007-tjdf https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21505529/acao-ci-vel-do-juizado-especial-acj-172134620118070007-df-0017213-4620118070007-tjdf https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21505529/acao-ci-vel-do-juizado-especial-acj-172134620118070007-df-0017213-4620118070007-tjdf https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11307601/artigo-46-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701773/artigo-475-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 DO CONTRATO, COM A RESTITUIÇÃO DAS P ARTES AO ESTADO ANTERIOR, CONFORME RECONHECIDO NA SENTENÇA. 3 - NÃO HÁ, PARA O TERCEIRO, AINDA QUE DE BOA FÉ, PROTEÇÃO CONTRA O ATO JUDICIAL QUE IMPÕE A RESTITUIÇÃO DAS P ARTES AO ESTADO ANTERIOR, ESPECIALMENTE EM CASO DE COMPRA E VENDA DE VEICU LO EM QUE NÃO HOUVE TRANSFERÊNCIA DO REGISTRO DE PROPRIEDADE. INCABÍVEL, NA HIPÓTESE, A CONVERSÃO DA OBRIGAÇÃO DE DAR EM PERDAS E DANOS, HIPÓTESE PREVISTA APENAS PARA O CASO DE IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO OU DE PEDIDO DO CREDOR (ART. 461 , § 1º. E 461-A, § 3º. DO CPC). 4 - ADEMAIS, A PROTEÇÃO DO TERCEIRO EM FACE DA EVICÇÃO ESTÁ DISCIPLINADA NO ART. 73 DO CPC , HIPÓTESE NÃO CABÍVEL NO CASO PRESENTE POR NÃO SER ADMITIDO PELA LEI (ART. 10 DA LEI 9.099). ASSIM, SOMENTE MEDIANTE AÇÃO PRÓPRIA, PODE O TERCEIRO, QUE NO CASO TAMBÉM É P ARTE, DEFENDER O SEU DIREITO PERANTE O LITISCONSORTE PASSIVO. 5 - SENTENÇA QUE SE MODIFICA PARA CONDENAR OS RÉUS NA OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR O VEÍCULO REFERIDO NA INICIAL AO AUTOR. DEVE O AUTOR PAGAR O RÉU O VALOR https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892261/artigo-461-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892255/par%C3%A1grafo-1-artigo-461-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895933/artigo-73-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11309655/artigo-10-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95 DAS MULTAS, (R$ 2.763,75) AO 2º. RÉU, CONFORME DETERMINADO NA SENTENÇA. 6 - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SEM CUSTAS E SEM HONORÁRIOS. Não restam dúvidasquanto ao direito do Reclamante em rescindir e contrato voltando assim às partes ao seu estado anterior, sendo anulado o contrato e devolvido o veículo conforme pretensão aqui descrita. 3- DO DIREITO O caso, ora pleiteado, recai sobre os vícios do negócio jurídico, estando certo de que o Reclamante assumira uma obrigação excessivamente onerosa em virtude da omissão do Reclamado, sabendo que é devedor de alimentos para seu filho menor de idade, sabendo e fazendo uso desta informação de extrema relevância, que à ação de alimentos recairá sobre o bem em questão, preferiu se calar e vender o bem que foi jogado como em uma roleta de jogo de azar, que apenas o Reclamado tem a sorte ao seu lado. Ademais a boa-fé dentro do negócio jurídico é requisito essencial para que o contrato tenha o seu fim social cumprido ou atendido, conforme alude o art. 421 do código Civil: A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. O desfazimento do negócio jurídico é cabível segundo a determinação do art. 475 do Código Civil, que assim dispõe: A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. Percebe-se a luz da legislação e diante do caso narrado nesta inicial a necessidade do atendimento aos pedidos aqui exposto, haja vista a má-fé do Reclamado negando o ressarcimento do https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704778/artigo-421-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701773/artigo-475-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 bem, portanto, Vossa Excelência catar os fatos e o direito aqui narrado e atender aos pedidos aqui narrado decretando a anulação do negócio jurídico. 4- DANO PATRIMONIAL OU DANO MATERIAL: Aqui, sem pretensão de esgotar o assunto, já bastante debatido, apenas cumpre ressaltar que o Reclamado deverá indenizar o Reclamante por danos materiais. O valor do pedido de reparação material é de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), cujo valor deverá ser corrigido a partir da data dos seus pagamentos, conforme supra identificados. 5- DANO MORAL: Inicialmente, cumpre destacar que o direito à indenização por dano moral vem expresso na Constituição Federal como um dos direitos individuais, nos termos do art. 5º, inciso V e X. Reza o Art. 186 do Código Civil que a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, de cujas condutas decorram, simultaneamente, violação de direito e danos a outrem, “ainda que exclusivamente moral” constitui ato ilícito. O dano moral decorrente do ilícito civil, constante do artigo supracitado, está previsto no art. 927 do mesmo códex: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Eis, portanto, os elementos configuradores da responsabilidade civil no ordenamento jurídico pátrio. Assim, é imperioso reconhecimento do abalo moral. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730887/inciso-v-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730704/inciso-x-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 6- DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas, quais sejam: documentais, documentais suplementares e superveniente, testemunhal e o depoimento pessoal do Reclamado, sob pena de confissão, caso não compareça ou se recuse a depor. 7- DOS PEDIDOS Assim, o Reclamante, vem requerer a Vossa Excelência: 1. A citação do Reclamado para apresentar contestação, no prazo legal, sob pena de reclusão, revelia ou confissão; 2. Que o pedido seja julgado procedente para se anular o negócio jurídico da ação; 3. A condenação do Reclamado a custas processuais e honorários advocatícios no patamar de 20% sobre o valor da causa. V – VALOR DA CAUSA Dá à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) Nestes Termos, Pede deferimento. Local/data. ADV/OABUF
Compartilhar