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– Professora: Fabiana Medeiros de Brito Aluna: Rebeca Alves de Moura Bezerra Obstrução portal O que potencialmente pode ocorrer com o paciente portador de obstrução portal? A veia porta é derivada da veia esplênica e da veia mesentérica superior e inferior. Portanto, recebe o sangue que drena da circulação esplâncnica para o fígado. O fígado é o principal sítio de resistência ao fluxo venoso portal e age como uma rede vascular distensível de baixa resistência. A pressão venosa portal é normalmente baixa (5-10 mmHg), sendo a hipertensão portal definida como superior a 10 mmHg. Quando há obstrução ao fluxo portal, o sangue começa a se acumular em leitos vasculares que normalmente drenam para a veia porta. A congestão omental contribui para a formação da ascite. O sequestro sanguíneo pelo baço causa esplenomegalia e hiperesplenismo, com trombocitopenia, neutropenia e anemia. Eventualmente, um sistema circulatório colateral (por exemplo, varizes), se desenvolve para descomprimir o sistema portal. O aumento do fluxo através de varizes esofagogástricas e hemorroidas pode levar a rutura, com hemorragia devastadora. Se houver o desenvolvimento extenso de varizes, uma quantidade significativa de sangue portal é desviado do fígado, que cada vez vai depender mais de nutrição pela artéria hepática. Esse déficit restringe a capacidade regenerativa do fígado, que leva a atrofia. Também torna o fígado mais susceptível a mudanças na pressão arterial. O sangue proveniente dos intestinos passa para a circulação colateral sem o necessário clearance (ml/min ou L/h) pelo fígado, contribuindo para a encefalopatia hepática e sepses. A hipertensão portal se baseia no aumento da resistência ao fluxo sanguíneo, que pode ter origem pré-hepática, hepática ou pós-hepática. Todos esses processos levam a congestão no sistema porta, o que provoca a dilatação do sistema venoso como um todo. Por isso, os pacientes com hipertensão portal são classificados como hemodinamicamente compensados, mas não estáveis, pois há uma situação hiperdinâmica do fluxo sanguíneo. As principais condições pré-hepáticas são a trombose obstrutiva, o estreitamento da veia porta antes de sua ramificação no interior do fígado ou a esplenomegalia maciça, com aumento do fluxo sanguíneo venoso esplênico. A esplenomegalia pode ser consequência da hipertensão portal, porém também pode ser sua causa, quando gerada primariamente por condições como leucemia mieloide crônica, linfomas, doença de Gaucher, e outras situações que geram hiperesplenismo. O quadro clínico da hipertensão portal consiste em: esplenomegalia, colaterais portossistêmicas: circulação colateral, varizes de esôfago e varizes ectópicas, sangramento digestivo, manifestações sistêmicas: taquicardia, ictus impulsivo e redução da pressão arterial, ascite, encefalopatia hepática, baqueteamento de dedos/unhas em vidro de relógio, taquipnéia e dispnéia aos esforços. Referências: ABCMED, 2014. Hipertensão porta: o que é? Quais são as causas? E as consequências? Como são o diagnóstico e o tratamento?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/522454/hipertensao-porta-o- que-e-quais-sao-as-causas-e-as-consequencias-como-sao-o-diagnostico-e-o- tratamento.htm>. Acesso em: 19 jun. 2021. Hipertensão portal. Sanar Medicina, 2019. Disponível em: https://www.sanarmed.com/hipertensao-portal. Acesso em: 19 jun. 2021. Jorge, S. G. Hipertensão Portal. Hepatologia Médica, 2001. Disponível em: http://www.hepcentro.com.br/hipertensao_portal.htm. Acesso em: 19 jun. 2021. MARTINELLI ALC. Hipertensão portal. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 253-261, jul./dez. 2004. Acesso em: 19 jun. 2021. ABCMED, 2014. Hipertensão porta: o que é? Quais são as causas? E as consequências? Como são o diagnóstico e o tratamento? Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/522454/hipertensao-porta-o- que-e-quais-sao-as-causas-e-as-consequencias-como-sao-o-diagnostico-e-o- tratamento.htm>. Acesso em: 19 jun. 2021.
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