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Ana Luiza Bittencourt FILOSOFIA E ÉTICA Utilitarismo - “A utilidade ou o princípio da maior felicidade (no sentido de bem-estar), como fundamento da moral, sustenta que as ações são certas na medida em que elas tendem a promover a felicidade e erradas quando tendem a produzir o contrário da felicidade.” - Teoria ética que tem por fundamento a busca da felicidade ao máximo de pessoas > máximo de bem-estar ao maior número de pessoas (felicidade = bem-estar). - Visa a finalidade da ação. - “Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar” – máxima utilitarista. - Ética deontológica (de Kant, baseada na intenção) x ética consequencialista - Não é uma teoria egoísta, pois a busca da felicidade aqui não é individual, mas sim do máximo de pessoas. - Teoria com aplicação prática: Direito, Política e Economia. Obs.: o Estado costuma seguir o utilitarismo > é difícil agradar todo mundo > buscar a coletividade é mais difícil, devendo se prezar pelo interesse da maioria > princípio da supremacia do interesse público. Princípios do utilitarismo 1. Bem-estar: finalidade da ação. 2. Consequencialismo: as consequências do ato determinam sua moralidade. 3. Agregação: maximizar o bem-estar social (saldo). 4. Otimização: é um dever > buscar sempre o melhor (para mais pessoas). 5. Imparcialidade (caráter universal). Ética utilitarista: a ação moral é aquela que beneficia o maior número de pessoas. (cálculo racional) Jeremy Bentham (1748 a 1832) - Obra: Uma introdução aos princípios da Moral e da Legislação (1789). - Utilitarismo quantitativo = cálculo utilitarista > quantificar o utilitarismo através de critérios. - Utilidade: “propriedade existente em qualquer coisa, propriedade em virtude da qual o objeto tende a produzir ou proporcionar benefício, vantagem, prazer, bem ou felicidade, ou impedir que aconteça dano, dor, o mal ou a infelicidade para a parte cujo interesse está em pauta. Se esta parte for a comunidade em geral, tratar-se-á da felicidade da comunidade, ao passo que, em se tratando de um indivíduo particular, estará em jogo a felicidade do mencionado indivíduo.” John Stuart Mill (1806 a 1873) - Elemento qualitativo (aprimoramento do utilitarismo): além de proporcionar o benefício ao maior número de pessoas deve buscar o sofrimento ao menor número possível de pessoas. - Liberdade: o indivíduo pode agir conforme sua vontade desde que não prejudique outrem. O Estado deve intervir somente para evitar danos a outrem (limite) > o Estado deve intervir o mínimo possível, a não ser quando essa pessoa passa os limites da vida de outro. Utilitarismo e o Direito Penal - “maior utilidade na proteção a bens jurídicos relevantes.” + “maior utilidade como limite de interferência do Estado na vida particular humana” = “A norma penal deve conciliar essas duas utilidades para ser justificada , e legitimidade. Como a lei penal limita o indivíduo em sua liberdade de agir, não se pode proibir mais do que seja necessário para que se alcance uma coexistência livre e pacífica”. Conclusão: o Direito Penal tenta intervir minimamente para manter a ordem > ele tenta ser utilitarista > existem vários recursos, como suspensão de vários direitos, para substituir a prisão. Outros campos de atuação do utilitarismo: • Aplicação à bioética; • Questões ambientais: gerar poluição para produzir bens de consumo para uma determinada classe social; • Medicina: escolha do melhor tratamento pelo médico; • Utilitarismo e políticas públicas. Críticas ao Utilitarismo • Impossibilidade de antecipar os resultados das ações > é baseado nas consequências, mas não se tem certeza de nada, então como o Estado garante uma certeza? • Imperativos hipotéticos: ações somente como meio e não ações morais universais. • Caso prático - Tortura para beneficiar uma coletividade? - Para a CRFB, ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante > não existe exceção para torturar sob nenhuma hipótese. - Nos EUA, isso é possível > teoria do cenário da bomba relógio (“Tincking Bomb Scenario Theory”) > a tortura seria possível para beneficiar uma coletividade apenas se esse for o único meio de se conseguir informação + precisa ter o máximo de certeza possível que a pessoa tem a informação + a tortura precisa ser o mínimo possível.
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