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Efetividade das prerrogativas e dos poderes sindicais e a relação jurídica interna

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jusbrasil.com.br
13 de Dezembro de 2016
Efetividade das prerrogativas e dos poderes sindicais e a
relação jurídica interna
Proteção do trabalhador sindicalizado na empresa e controle contra
discriminação antissindical.
A importância da existência dos sindicatos representativos profissionais é
expressa pela própria história dos movimentos reivindicatórios, sejam
eles por melhores salários ou condições de trabalho. Claramente, pode­se
observar que os interesses entre empregados e seus empregadores são
antagônicos e por muitas vezes, permeadas por relações conflituosas.
Para que o exercício da representação dos interesses coletivos e
individuais obreiros seja garantido, foram criados instrumentos de
controle, ou seja, prerrogativas, as quais serão objeto deste estudo.
EFETIVIDADE DAS PRERROGATIVAS E DOS PODERES
SINDICAIS
A Constituição Federal de 1988 elenca de maneira bastante clara a função
dos sindicatos, quais sejam: a defesa de direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, tanto em questões judiciais como em questões
administrativas e a participação nas negociações coletivas de trabalho,
conforme dispõe o artigo 8º, em seus incisos III e VI, da Carta Magna,
respectivamente.
Para o exercício das funções constitucionalmente previstas, o
ordenamento justrabalhista, CLT, em seu artigo 513, dispõe sobre as
prerrogativas dos sindicatos, direitos aplicáveis aos dirigentes sindicais
para que possam exercer com segurança a representação dos interesses
coletivos.
Nesse trilho, ao tratar das funções e prerrogativas outorgadas às
entidades sindicais, bem como a necessidade de dispositivos legais que
garantam a efetivação de suas finalidades, Amauri Mascaro Nascimento
(2000, p. 253) assevera:
Ao sindicato devem ser garantidos os meios para o desenvolvimento
da sua ação destinada a atingir os fins para os quais foi constituído.
De nada adiantaria a lei garantir a existência de sindicatos e negar os
meios para os quais as suas funções pudessem ser cumpridas.
Ao ser editada a Consolidação das Leis do Trabalho ­ CLT, várias
disposições trabalhistas esparsas foram incorporadas, tais como o
Decreto­lei 1.402/39, sobre organização sindical, o Decreto­lei 2.381/40,
sobre enquadramento sindical, e o Decreto­lei 2.377/40, sobre
contribuição sindical. Dentre as disposições integradas, foram destacadas
as funções e prerrogativas sindicais, conforme restou registrado nos
artigos 513 e 514 da CLT.
Nesse contexto, cabe uma breve reflexão sobre a interferência estatal
herdada pela CLT, pois, na época de sua elaboração, restou prevista a
autonomia estatal para exercer controle e admissão da criação de
entidades sindicais, bem como a unicidade sindical, o sindicato por
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641170/artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705846/artigo-513-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/126734/decreto-lei-1402-39
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705375/artigo-514-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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categoria e o imposto sindical, resquícios do corporativismo e
intervencionismo do Estado Novo, disposições contrárias à plena
liberdade sindical.
Paradoxalmente, a Constituição Federal de 1988 também surge como um
instrumento libertador do modelo anacrônico instituído na década de
1930­1940, modernizando, mesmo que parcialmente, o sistema sindical
nacional, ao vedar a interferência estatal na organização e gerenciamento
das entidades sindicais, conforme pode ser observado no art. 8.º I, da
CLT.
A mesma Constituição de 1988 garantiu, nos incisos I e III, do artigo 8º,
a liberdade sindical e a proibição de interferência estatal no sindicato.
Conferiu, ainda, a incumbência única de representar e falar em nome da
categoria econômica ou profissional.
Nesse contexto, destaca Arion Sayão Romita (2001, p. 271):
[...] quanto aos objetivos, o movimento sindical não pode deixar de
perseguir a sua verdadeira finalidade, sua primordial razão de ser: a
defesa dos interesses dos Trabalhadores.
E para perseguir essa finalidade, entram em ação as Prerrogativas
Sindicais que a seguir abordadas.
Em princípio, previstos no texto constitucional, os princípios da liberdade
de associação e da autonomia sindical estabelecem uma relativa
prerrogativa de criação, estruturação e desenvolvimento das entidades
sindicais, para que se tornem efetivos sujeitos de Direito Coletivo do
Trabalho. No ordenamento jurídico justrabalhista brasileiro, uma das
principais prerrogativas sindicais é a garantia provisória de
emprego, classificado pela doutrina como de natureza coletiva, contudo,
não absoluta e limitada ao eventual cometimento de falta grave do
dirigente sindical devidamente apurado por inquérito judicial (OJ nº 114,
TST). A estabilidade provisória conferida ao dirigente do ente sindical e
que trata da dispensa do empregado sindicalizado, está previsto no art.
8.º, VIII, CF/88, in verbis:
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10765818/artigo-8-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725570/inciso-i-do-artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725464/inciso-iii-do-artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641170/artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641170/artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725294/inciso-viii-do-artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
VIII ­ e vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.
Segundo entendimento de Amauri Mascaro Nascimento (2000, p. 266), é
justa a estabilidade sindical, pois os representantes da categoria
formulam pleitos para a solução de questões que por muitas vezes são
contrárias aos interesses dos empregadores, ora solucionadas de modo
consensual, ora acarretando conflitos. O autor destaca, ainda, que em
virtude do exercício destas funções, o dirigente sindical expõe­se a
possíveis retaliações que, se não protegido pela lei, poderiam colocar em
risco o próprio exercício da representaçãosindical.
Embora tal prerrogativa seja necessária para o desenvolvimento das
atribuições do dirigente sindical, existe a discussão acerca dos limites em
que o dirigente sindical poderia fazer uso e proveito próprio da
estabilidade de emprego. Desta forma, questiona­se, a possibilidade da
renuncia à representação, o pedido de demissão ou a negociação do
recebimento de valores compensatórios ao período de estabilidade.
Nesse diapasão, cabe destacar que a estabilidade sindical não privilegia
interesses individuais, mas a garantia dos objetivos da categoria
profissional, não pertencendo o mandato exclusivamente ao dirigente
sindical, conforme assevera Marco Aurélio Mendes de Farias Mello (1989,
p. 148):
A razão de ser da garantia de emprego está, justamente, na
necessidade de viabilizar­se a atuação do dirigente da associação ou
do sindicato, afastando, portanto, o risco de o empregador sofrer
prejuízos considerada a relação jurídica que o aproxima do tomador
dos serviços. Tem por escopo, portanto, evitar que este último,
contrariado em interesses, isolados e momentâneos, acabe por
intimidar o empregado, impedindo­o, assim, de atuar com
desenvoltura no campo das reivindicações. Na verdade, em prol de
um bem maior – o da coletividade de trabalhadores – acabou­se por
retirar do patrimônio do empregador o direito potestativo de
despedir. Assentada esta premissa conclui­se que o direito está ligado
à existência de nexo causal sempre a exigir o fato de a atuação
sindical fazer­se em benefício dos demais prestadores de serviços
existentes na empresa. Nem se diga que o texto constitucional não faz
distinção. No caso, não se trata de distinguir onde a lei não distingue,
mas simplesmente de considerar o objetivo da própria norma. Para
que haja campo propício à articulação em torno da garantia de
emprego, indispensável é que, primeiro, o empregado esteja
vinculado à entidade que congregue categoria profissional e,
segundo, que esta se faça presente, mediante número expressivo de
prestadores de serviços, na empresa.
Por seu turno, Arnaldo Süssekind (1987, p. 613) descreve que o
dispositivo do art. 543, da CLT, "revela claramente que a norma visa a
proteger o trabalhador como empregado, contra atos do seu
empregador, que lhe possam impedir ou dificultar o exercício de seus
direitos sindicais".
Para Amauri Mascaro Nascimento (2000, p. 267), ”a titularidade da
garantia é dupla, do representante e do grupo representado, de modo
que se trata de imunidade conferida a quem vai agir em nome da
categoria ou uma coletividade, proteção, portanto, que alcança
diretamente a indivíduo e indiretamente a comunidade no interesse da
qual atua".
Outra importante prerrogativa conferida ao dirigente sindical é a
inamovibilidade, previsto no caput do artigo 543 da CLT, garantia que
impede qualquer transferência que dificulte ou impeça o exercício das
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atribuições sindicais. Vale ressaltar que essa prerrogativa, igualmente à
estabilidade, reveste­se de caráter coletivo e em ambos os casos, na
hipótese de violação, é possível a reversão ao status quo, com
fundamento nos artigos 543, § 3.º, 659, X, 522 e 543, § 4º, todos da CLT,
objetivando a garantia do pleno exercício das atividades sindicais e as
suas prerrogativas funcionais.
Uma celeuma ligada às prerrogativas dos dirigentes sindicais refere­se ao
texto do art. 522 da CLT, o qual dispõe que a administração do sindicato
será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no
mínimo de três membros, eleitos pela Assembléia Geral. Contudo, o art.
1.º da CF/88 veda a interferência e a intervenção do Poder Público na
organização sindical, dispositivos claramente contraditórios, motivo pelo
qual gerou muita discussão doutrinária e jurisprudencial.
Para solucionar a questão, a Seção de Dissídios Individuais do TST e o
STF sedimentaram o entendimento no sentido de que a CF/88
recepcionou a redação do art. 522 da CLT, de modo que foram mantidos
os limites estabelecidos pela norma sob o argumento da necessidade de
impedir que a entidade de classe fixe abusivamente um número excessivo
de dirigentes com a finalidade de conceder indiscriminadamente a
estabilidade de emprego.
No entanto, o fato do texto legal pré­determinar aos sindicatos a forma
pela qual cada uma deveria se estruturar é compreendido por muitos
como uma forma de violação da previsão de não interferência do Estado
nas entidades sindicais, previsto no art. 8º, caput da Constituição Federal
de 1988, como destacam Amauri Mascaro Nascimento (2008, p. 266­
267) e Eduardo Gabriel Saad et al (2008, p. 717).
Essas questões deveriam ser matéria interna corporis, ou seja, são
questões que caberiam apenas e somente às entidades sindicais decidir,
tendo em vista que elas próprias, conhecedoras da realidade na qual estão
inseridas, possuem maior competência para resolver o melhor formato
para se organizarem. O estatuto de cada entidade seria o meio mais
adequado para dispor sobre sua estrutura interna.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698825/artigo-543-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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Nessa esteira, Amauri Mascaro Nascimento (2000, p. 264) ressalta:
[...] restringir a sete o número máximo de diretores de uma entidade
sindical, independentemente do seu tamanho, natureza ou número de
associados, é uniformizar o que por natureza não é uniforme:
sindicatos nacionais com estaduais ou municipais, sindicatos de
categoriais grandes com os de categorias pequenas, sindicatos por
categoria com sindicatos por profissão, enfim, situações díspares.
Por seu turno, Maurício Godinho Delgado (2013, p. 1375) entende que:
A matéria é própriapara os estatutos sindicais, em vista do princípio
da autonomia organizativa que favorece tais associações. Os
estatutos é que melhor levarão em conta a extensão da base sindical,
o número de associados e de potenciais representados, a diversidade
empresarial envolvida e fatores correlatos.
Contudo, prevalece o entendimento jurisprudencial de que as limitações
impostas pela lei ordinária foram recepcionadas pelo texto constitucional.
Dentre o rol de funções e prerrogativas dos sindicatos merece destaque a
previsão contida no art. 8.º, III, da CF/88, que trata da representação,
em sentido amplo, de suas bases trabalhistas. Tal dispositivo faculta ao
sindicato representar os direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria em questões judiciais e administrativas, por meio do instituto
da substituição processual.
Segundo ensina Maurício Godinho Delgado, a função representativa, lato
sensu, abrangeria inúmeras dimensões. A privada, em que o sindicato
coloca­se em diálogo ou confronto com os empregadores, em vista dos
interesses coletivos da categoria. A administrativa, pela qual o
sindicato busca relacionar­se com o Estado, visando a solução de
problemas trabalhistas em sua área de atuação. A pública, em que ele
tenta dialogar com a sociedade civil, na procura de suporte para as suas
ações e teses laborativas. A judicial, em que, por meios processuais, atua
o sindicato também na defesa dos interesses da categoria ou de seus
filiados, ou pela atuação direta em favor dos membros da categoria, ainda
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641170/artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725464/inciso-iii-do-artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
que não associados, como sujeito coletivo próprio, tal como se passa nos
dissídios coletivos e casos de substituição processual ou mesmo por
mandato em favor dos trabalhadores nas ações individuais ou plúrimas.
A substituição processual instituída pela CF/88, é objeto de acirrados
debates doutrinários. A respeito do tema, citado por Cláudio Rodrigues
Morales (1999, p. 46/47), Arion Sayão Romita assevera:
[...] não vem ao caso indagar, em conseqüência, se o sindicato está
autorizado por lei para agir. Autorizado está ele, sempre, e não
mediante previsão específica, em cada caso. E independentemente de
outorga de poderes por parte dos interessados (não ‘substituídos’),
associados ou não, já que no direito brasileiro (ao contrário do que
ocorre em outros ordenamentos jurídicos) o sindicato é portador do
interesse da categoria e não apenas de seus associados.
Além das prerrogativas estabelecidas pelo ordenamento jurídico
brasileiro, cabe destacar as garantias previstas por normas internacionais
e fixadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). As principais
são as Convenções 98 e 135, as quais estimulam a formulação de proteção
eficiente, bem como condenam quaisquer medidas que possam
prejudicar, por sua qualidade, os" representantes dos trabalhadores ".
Cabe destacar que o Brasil é signatário dos referidos diplomas
internacionais, os quais passaram a integram o patrimônio normativo
nacional, objetivando a proteção aos princípios de livre exercício da
atividade sindical.
RELAÇÃO JURÍDICA INTERNA.
Diz respeito à relação mantida entre o sindicato e os membros da
categoria a ele sindicalizados. Segundo a CLT, são órgãos do sindicato: a
diretoria, a assembléia e o conselho fiscal. Os associados participam das
assembleias, podendo votar e ser votados. Os membros da categoria que
não são associados não possuem tal direito.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
As entidades sindicais devem ter os seus próprios estatutos, os quais
devem ser estabelecidos democraticamente, especificando ainda, a
disposição de seus órgãos internos, o patrimônio, a fonte de recursos,
casos de dissolução do sindicato e destino do patrimônio nesta hipótese.
O art. 521 da CLT determina que os mandatos sejam gratuitos, ai ponto
que o art. 515, b, estabelece a duração máxima de três anos para o
mandato da diretoria.
Previsto no art. 5.º, XX e 8.º, V, ambos da CF/88, o princípio da
liberdade de associação abrange o princípio da liberdade de
sindicalização. Possui uma dimensão positiva, traduzida pela
prerrogativa de livre criação e vinculação a uma entidade associativa,
bem como uma dimensão negativa, decorrente da liberdade também de
desfiliação de qualquer entidade. Desta feita, é defeso ao empregador ou
a entidade impor óbice para que membro da categoria profissional torne­
se sócio e exerça os direitos estabelecidos em seus estatutos ou peça
desligamento do sindicato.
Nesse sentido, também as Convenções da OIT 98 e 135, as quais
determinam rigorosa proibição de cláusulas antissindicais, que
apresentem artifícios para exclusão ou ingresso ao sindicato.
Exceção à regra encontra­se regulamentada pelo art. 540 da CLT,
dispositivo que permite a recusa de membro da categoria à admissão
sindical nos casos de falta de idoneidade, devidamente comprovada, com
recurso para o Ministério do Trabalho.
Dentre as relações entre sindicatos e sindicalizados, também denominado
por Luis de Pinho Pedreira da Silva (2000, p. 120) como relações
endoassociativas, devem ser garantidos aos associados o direito de ser
convocados e assistirem as assembleias da organização, com direito de
voz, voto e inscrição de chapas para eventuais eleições, o direito de
informação a respeito dos atos sindicais, bem como a divulgação dos
critérios para desligamento ou expulsão da organização.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10703569/artigo-521-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730324/inciso-xx-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10699134/artigo-540-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
Por fim, cabe salientar que o art. 540, parágrafo único, da CLT, dispõe
acerca das hipóteses de perda da qualidade de associado, tais como deixar
o exercício de atividade ou de profissão, à exceção para os autônomos e
profissionais liberais e nos casos de aposentadoria, desemprego, serviço
militar, bem como pela renúncia ou demissão espontânea; em tais
hipóteses, não perderão os direitos sindicais e terão isenção da
contribuição, no entanto, não poderão exercer cargos de administração
sindical ou de representação econômica.
PROTEÇÃO DO TRABALHADOR SINDICALIZADO NA
EMPRESA E O CONTROLE CONTRA DISCRIMINAÇÃO
ANTISSINDICAL.
Com a evolução das relações sociais, bem como às relacionadas ao
trabalho, novos problemas surgem, novas reivindicações e conflitos de
interesses. Nesse trilho, inevitável o surgimento de instrumentos diversos
de resistência ao livre exercício da atividade de classe, e quase sempre
ilícitos, as chamadas discriminações ou condutas antissindicais.
Assim sendo, sem que existissem as garantias legais que outorgassem a
estabilidade de emprego e inamovibilidade funcional e territorial ao
dirigente sindical, não seria possívelo pleno exercício de liderança no
âmbito do local do trabalho, principalmente relacionados às pretensões
da coletividade obreira que visem a melhoria de suas condições sociais e
de trabalho.
Neste contexto, surgiram mecanismos de resistência com o intuito de
imunizar a representação sindical dentro das empresas, contudo,
facilmente detectáveis. Dentre os mecanismos, destacam­se as listas
negras, cláusulas de open shop, yellow dog contracts, company­unios, e
tantos outros.
No âmbito do Direito Internacional, por meio da Organização
Internacional do Trabalho, foram estabelecidas regras para garantir o
livre exercício da atividade sindical, com o objetivo de resguardar os
princípios de livre sindicalização e associação, amparadas
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10699134/artigo-540-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10699097/par%C3%A1grafo-1-artigo-540-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
primordialmente pela Declaração Universal dos Direitos do Homem de
1948, art. 23.º, IV, o qual dispõe que todo homem tem o direito a
ingressar num sindicato.
Tendo a representação sindical funções relevantes para a proteção dos
trabalhadores no plano individual e coletivo, não poderia a normatização
internacional se olvidar de fixar regras de proteção aos seus dirigentes.
Deste modo, a Convenção nº 98 da OIT estabelece regras de proteção
contra atos atentatórios à liberdade sindical relacionados à filiação,
dispensa do representante sindical ou do trabalhador sindicalizado, bem
como proteção às organizações sindicais contra atos de ingerência em sua
formação, funcionamento e administração.
A matéria ligada à proteção se divide em duas vertentes: a Subjetiva,
ligada à proteção do indivíduo, dirigente sindical ou associação
profissional, possuidor de prerrogativas que beneficiem o ser coletivo; e a
Objetiva, relacionado com a proteção das próprias organizações sindicais.
ATIVIDADES ANTISSINDICAIS.
Como já verificado alhures, é ilícita qualquer medida, tanto emanada pelo
empregador como pela entidade sindical, que limite ou elimine o pleno
exercício da liberdade de organização e sindicalização do trabalhador.
Nesse diapasão, Amauri Mascaro Nascimento (2000, p. 146) faz as
seguintes considerações sobre as cláusulas antissindicais:
[...] são injustificadas. Impedem a liberdade de trabalho.
Condicionam­na aos sindicalizados. Criam, assim, um privilégio
quando o direito ao trabalho não deve ser assim. Todos devem ter o
direito de trabalhar, preenchidas as condições que a lei impõe. Dentre
estas, não podem estar incluídos os interesses corporativos de um
sindicato.
As formas mais comuns de condicionantes restritivas do emprego são as
indagações a respeito da filiação sindical nas fichas de solicitação de
emprego ou entrevistas; as" listas negras "; os contratos com cláusulas
antissindicais (yellow dog contracts, company unions, closed shop, etc.).
A mais antiga é a closed shop, pela qual o empregador compromete­se
com a entidade de classe a admitir somente os candidatos sindicalizados.
Em contraposição à modalidade mencionada, verifica­se a existência da
open shop, que, por sua vez, a empresa contrata tão­somente os
candidatos não sindicalizados, igualmente deletéria à garantia da livre
sindicalização.
Preferencial Shop: o empregador dá preferência de admissão aos
empregados filiados.
Unions Shop: o empregado compromete­se se sindicalizar após a
admissão.
Yellow Dog Contract: o trabalhador assume um compromisso contratual
com o empregador de não­filiação ao sindicato, sob pena de rescisão
contratual por justa causa.
Company Unions: também chamado de" sindicatos­fantasmas ", um
grupo de empregados assume o compromisso de constituir um sindicato
paralelo (existente somente na estrutura de pluralismo sindical).
Não se admite igualmente a resistência à negociação, tanto pelo
empregador ou pelos sindicatos (patronal ou de empregado), ensejando a
instauração direta de dissídio coletivo. Condena­se, outrossim, a
paralisação articulada pelo próprio empregador, o lock­out, passível de
rigorosa punição pelo ordenamento legal.
CONTROLE CONTRA A DISCRIMINAÇÃO ANTISSINDICAL
São garantias de atuação sindical previstas na Recomendação nº 143 da
OIT: tempo livre para o exercício das atividades sindicais; o direito de
ingressar e de se deslocar na empresa ou no local de trabalho; a
comunicação direta com as direções das empresas e com os respectivos
representantes; faculdade para arrecadar contribuições sindicais; difusão
e comunicação; disposição de locais adequados para a filiação dos
empregados aos sindicatos ou associações e o direito à informação.
No ordenamento justrabalhista brasileiro, estão previstos alguns
dispositivos de controle contra a discriminação antissindical. Neste
sentido, destacam­se o previsto no art. 659, X, da CLT, o qual dispõe
sobre a competência do Juiz do Trabalho para a concessão de liminar, até
decisão final do processo, em ações que visem a reintegrar no emprego o
dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.
Também o art. 543, parágrafo 6º, da CLT, prevê ao empregador que
impedir que o empregado se associe a sindicato, organize associação
profissional ou sindical ou exerça os direitos inerentes à condição de
sindicalizado, penalidade prevista na letra a, do art. 553 (multa), sem
prejuízo da reparação a que tiver direito o empregado.
CONCLUSÃO.
Importa salientar que a liberdade sindical, elevada a um dos direitos
fundamentais do homem, que no contexto individual é lastreada pela
liberdade de associação e de sindicalização, assegura a organização e
controle das relações de trabalho, seja no âmbito pecuniário ou na
qualidade de vida do trabalhador, questões de interesse do próprio
Estado.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10673758/artigo-659-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10673420/inciso-x-do-artigo-659-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698825/artigo-543-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698592/par%C3%A1grafo-6-artigo-543-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10695898/artigo-553-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
Assim, não é forçoso concluir que as entidades sindicais funcionam como
órgãos privados de fiscalização dos conflitos envolvendo relação
econômica de trabalho, mesmo porque precárias condições de labor,
riscos à saúde dos trabalhadores, baixos e injustos salários, desrespeito à
legislação, inadimplência fiscal e previdenciária, são questões
arduamente combatidas pelas entidades sindicais, pois, importam
significativos prejuízos para toda a coletividade.
Para a efetividade de suas prerrogativas, o sindicato conta com o apoio
legislativo estatal e a eficácia jurisdicional, os quais lhes conferem
diversos instrumentos de defesa contra mecanismos de esvaziamento de
suas atribuições, garantindo, assim, o exercício pleno de sua mais
importante função, a representação da categoria na busca de melhores
condições sociais e de trabalho da coletividade representada.
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Disponível em: http://jeffersoncosta.jusbrasil.com.br/artigos/228529281/efetividade‐das‐
prerrogativas‐e‐dos‐poderes‐sindicais‐e‐a‐relacao‐juridica‐interna
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43

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