Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O Capitalismo Global Celso Furtado, economista nascido no estado no estado da Paraíba possuía uma ampla visão sobre as necessidades da sua área não somente no país como na América Latina em relação ao resto do mundo. Dessa forma, contribuiu em diversas obras, nessas inclusas “O Capitalismo Global”. Furtado reitera seus posicionamentos durante o livro sobre assuntos como subdesenvolvimento, apresentando inclusive alternativas de ação para superá-lo, considerando que seja necessário um Estado democrático forte politicamente para implementar políticas que assegurem a população de um desenvolvimento soberano frente ao processo globalizatório. O autor revisita sua trajetória acadêmica, a origem do pensamento cepalino, faz análises sobre o Brasil, o subdesenvolvimento e o momento histórico em que se encontrava. Escrito em 1998, trata-se de um Ensaio em que Furtado busca explicar ao leitor como o capitalismo contemporâneo tornou-se hegemônico baseado na globalização como instrumento de disseminação, sua dimensão financeira, bem como os desafios que as classes dirigentes deveriam enfrentar para retomar o crescimento econômico comprometido com a justiça social. P O R A N A A G U I A R CELSO FURTADO O C A P I T A L I S M O G L O B A L M A I O D E 2 0 2 1 | U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D O A M A Z O N A S Componentes autores: Ana Yasmin Farias de Aguiar - 21951914 Maila Gomes Matos - 21951040 Marcos Vinicius Siqueira de Farias - 21854024 Existem diversos motivos que leva um pesquisador a se aventurar no ramo da pesquisa científica. Entretanto, ousar usar algo fora do tradicional levaria a um conflito com o saber econômico da época e por isso seria conveniente seguir por um caminho mais fácil, mas assim não o fizeram. Havia uma necessidade de identificar os nossos próprios problemas no âmbito da América Latina, e graças ao surgimento da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) em 1948 que se foi possível levantar instrumentos eficazes para atuar de forma consistente no plano político. Foi então que surge a primeira publicação rigorosamente acadêmica, a Revista Brasileira de Economia, da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, porém, essa revista se alimentava de traduções de publicações de anglo- americanas que era feito pelo professor Eugênio Gundin seguindo uma ordem liberal, a partir daí em 1950 foi inaugurado para fazer frente a essa ideia a Econômica Brasileira, publicação de um recém-criado Clube de Economistas que era composto por pessoas com ideais de “esquerda” ou “nacionalistas. A verdade era que também nas nações Unidas se praticava algumas censuras, certos temas eram proibidos e desqualificavam um trabalho alegando que era matéria “ideológica”. Com a liderança do economista argentino Raúl Prebish, tornou- se possível o surgimento de uma nova visão da realidade latino-americana, mas quanto mais rica a sociedade, mais conservadora ela parece ser. Celso Furtado: Uma visão sobre a América Latina P O R M A I L A G O M E S "Com a liderança do economista argentino Raúl Prebish, tornou-se possível o surgimento de uma nova visão da realidade latino- americana, mas quanto mais rica a sociedade, mais conservadora ela parece ser." F O R M A Ç Ã O E C O N Ô M I C A D O B R A S I L : C E L S O F U R T A D O Vale observar as fases do processo histórico de formação econômica do mundo moderno, o primeiro é a intensificação do esforço acumulativo mediante a elevação da poupança de certas coletividades, o segunda é a ampliação do horizonte de possibilidades técnicas e a terceira seria o aumento da parcela da população com acesso a novos padrões de consumo. Percebe-se que com as inovações técnicas foi possível o aumento da poupança, consequentemente o aumento do poder de compra foi um elemento essencial para a reprodução dinâmica do sistema e nesse final do século 20 prevaleceu a tese de que o processo de globalização do mercado há de se impor no mundo todo, independentemente de orientação política, isso se trata de um imperativo tecnológico que se assemelhava com o processo de industrialização recente. Nas economias da América Latina são submetidas pressões para um desregulamento dos seus mercados o que causa vários efeitos em decorrência das diversidades das estruturas sociais, portanto, esses novos desafios são de caráter social e não somente econômico. Diversas tensões se manifestaram desde o começo dos anos 80 nos países de Terceiro Mundo devido a forma de elevação das taxas de juros dos mercados internacionais e de uma intensa drenagem de capitais para os Estados Unidos. O ápice da tensão situa-se na inflação virtual da economia norte- americana, inflação causada pelo longo declínio da taxa de poupança conjugado com o elevado déficit na conta corrente da balança de pagamentos. Esse desequilíbrio estrutural da economia dos Estados Unidos é a causa da drenagem para esse país de mais de uma metade da poupança disponível para os investimentos internacionais, outro fator de tensão é o grande processo de destruição-reconstrução das economias do leste europeu que continuam absorvendo parte da poupança gerada pelos demais países sem que consigam remunerar adequadamente esses capitais e isso contribui para permanecer a elevada taxa de juros. Continuando pela Europa, ouve uma integração com a Europa ocidental, mesmo que sendo de uma forma não esperada por esses países, esse processou reforçou os grandes grupos econômicos que operam transnacionalmente, mas abre espaço para os agentes que atuam em esferas sociais outras que especificamente econômicas e financeiras. O declínio dos instrumentos de política macroeconômica exigirá ação compensatória em outras áreas abertas à invenção política. Celso Furtado comenta que quando a capacidade criativa do homem se volta para a descoberta de suas potencialidades, e ele se empenha em enriquecer o universo que o gerou, produz-se o que chamamos desenvolvimento. Este somente se efetiva quando a acumulação conduz à criação de valores que se difundem na coletividade. Portanto, é notório as experiências no mundo atual, algumas condições devem ser cumpridas pelos países subdesenvolvidos que pretendem emergir nesse cenário, entre essas experiências podemos citar algumas de destaque, há um grau de autonomia de decisões para o exterior do potencial de investimento, estruturas de poder que dificultem a reprodução dos padrões de consumo de países ricos e que possibilitem um nível alto de investimento no fator humano, descentralização de decisões empresariais para a adoção de um sistema de incentivos capaz de assegurar o uso do potencial produtivo e organizações sociais que promovem a criatividade do potencial cultural no âmbito das forças preventivas e corretivas nos processos de concentração de poder. Celso Furtado: Uma visão sobre a América Latina P O R M A I L A G O M E S F O R M A Ç Ã O E C O N Ô M I C A D O B R A S I L : C E L S O F U R T A D O No Brasil, a estrutura econômica que atuava no período era uma economia reflexa: o consumo da elite eram requeriam uma renda bem elevada, mercado interno sendo abastecido por bens importados. O trabalho de teorização de Celso Furtado trata-se de um crescimento anômalo onde o mesmo verifica que o crescimento da economia brasileira não dependia do sistema internacional, que o mercado interno começa a ganhar autonomia e para ganhar essa autonomia o Brasil teve um grande um grande sistema, dito sistema cafeeiro. Celso Furtado cria a teoria do subdesenvolvimento, caracterizado pelo surgimento da Revolução Industrial. Ele compara a importância da Revolução Industrial no século XVIII às grandes descobertas, por causa do grande impacto no sistema econômico, onde o sistema econômico não pode está limitado a apenas algumas estruturas e sim como um conjunto de atividades existentes. Teve como analise dois grandes focos, o primeiro mostra as transformações do modo de produção, mudando a mão-de- obra, instrumentosutilizados para o trabalho. O segundo é sobre as relações comerciais ligadas ao novo sistema de divisão do trabalho e com isso a modernização do estilo de vida. Com o trabalho de Celso na CEPAI, a técnica de planejamento econômico estudava a possiblidade de modificação estruturais, como o latifúndio, o corporativismo e a canalização inadequada da poupança. Celso Furtado: subdesenvolvimento P O R M A R C O S F A R I A S "Celso Furtado cria a teoria do subdesenvolvimento, caracterizado pelo surgimento da Revolução Industrial." F O R M A Ç Ã O E C O N Ô M I C A D O B R A S I L : C E L S O F U R T A D O A primeira condição para se libertar do subdesenvolvimento é caracterizada por produzir para os que se auto intitulam desenvolvidos e sim tomar uma autoridade. E que o cidadão também faça o seu trabalho, de sempre acreditar que é capaz de melhorar a sua vida com as coisas que estão disponíveis. Celso Furtado cita a importância de ter a identidade cultural, que significa a ideia de manter o passado em uma relação bem nítida com o presente. Por exemplo, somente uma relação bem firme pode ajudar no seu desenvolvimento tanto no presente quanto no futuro no sistema político e principalmente no sistema econômico. No cenário Macroecônomico, o Brasil tem um grande desajuste e a maior culpa disso é a ingovernabilidade. A concentração de poder em alguns países influência muito na fisionomia do mundo atual, e tem como a globalização uns efeitos negativos bem marcantes, como a vulnerabilidade externa e a concentração de renda e riqueza. A globalização tem muitos pontos positivos também e um desses pontos é que o crescimento do comércio internacional mais do que duplicou o seu crescimento de produção, mas é claro que é necessário de ajustes bem importantes. Outro ponto bem importante que surgiu durante a globalização foi o surgimento do keynesianismo, que devido a pressão das forças sociais a mesma ajudou para aumentar o salário dos trabalhadores e surgindo assim a era da socialdemocracia. Surgiu também, o movimento dos trabalhadores sem-terra, cujo objetivo é realizar a reforma agrária, praticar a produção de alimentos ecológicos e melhorar as condições de vida no campo. O Estado também criou um papel bem estratégico, instalando elementos básicos de um sistema produtivo moderno, medindo o bem-estar médio da população. Celso também explica que talvez seja necessário apresentar dois mapas, um sobre o bem-estar social e outro sobre a penúria social (fome e exclusão social) para uma análise mais completa de alguns fatores negativos que a globalização traz à tona. Celso Furtado: subdesenvolvimento P O R M A R C O S F A R I A S F O R M A Ç Ã O E C O N Ô M I C A D O B R A S I L : C E L S O F U R T A D O FURTADO, Celso. O capitalismo global. São Paulo: Paz e Terra, 1998. Referências
Compartilhar