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1 Estudos Estudos ecológicosecológicos Enirtes Enirtes Caetano Prates MeloCaetano Prates Melo Escala ØÉ preciso ver como as coisas acontecem nos vários níveis de tamanho ou de hierarquia […] Ø Precisamos, como no cinema, mudar de plano […] E aproveitar para mostrar os “pluripertencimentos” - um dado lugar liga-se, em geral, a vários conjuntos de maior tamanho, frequentemente de natureza diferente. n BRUNET, Roger. (1997): Champs et Contrechamps: raisons de géographe, Paris, Belin, 319p. ØÉ preciso ver como as coisas acontecem nos vários níveis de tamanho ou de hierarquia […] BRUNET, Roger. (1997): Champs et Contrechamps: raisons de géographe, Paris, Belin, 319p. Escala nnEscala de Escala de ocorrência dos processosocorrência dos processos nn Escala de Escala de captação de dadoscaptação de dados nn Escala de atuação sobre os Escala de atuação sobre os determinantesdeterminantes 2 nn A escala do processo define a escala A escala do processo define a escala de análisede análise A pergunta! A pergunta! Modelo complicado 3 Modelo complexo Atribuir exposições?Atribuir exposições? Estudo ExperimentalEstudo Experimental Estudo ObservacionalEstudo Observacional Alocação randômica?Alocação randômica? Grupo de comparação?Grupo de comparação? EnsaioEnsaio ClínicoClínico RandomizadoRandomizado Ensaio Ensaio Clínico não Clínico não RandomizadoRandomizado Estudo Estudo AnalíticoAnalítico EstudoEstudo DescritivoDescritivo Direção?Direção? CoorteCoorte CasoCaso-- controlecontrole seccionalseccional SimSim NãoNão SimSim SimSimNãoNão NãoNão Exposiçãoà Efeito Exposiçãoß Efeito Exposição e Efeito em um mesmo momento do tempo THE LANCET THE LANCET 20022002;;359359::5757-- 6161 Estudos podem utilizar populações ou grupos de indivíduos como unidades de observação § Estudos descritivos (prevalência, incidência, tendências) § Análise de coortes de nascimento (coorte, idade) § estudos ecológicos Estudos podem utilizar indivíduos como unidades de observação § Ensaios clínicos randomizados § Estudos de coorte § Estudos caso-controle § Estudos transversais Indivíduos / GruposIndivíduos / Grupos Estudos Ecológicos - unidade de análise nnUnidades de estudo são grupos ou Unidades de estudo são grupos ou populações e não indivíduospopulações e não indivíduos t Indivíduos – Exposição e desfecho são aferidos em cada indivíduo t Grupos – Exposição e desfechos são aferidos em cada grupo (médias) 4 Estudos Ecológicos - definição nnClássica:Clássica: é um estudo observacional com a é um estudo observacional com a informação obtida e analisada no nível agregadoinformação obtida e analisada no nível agregado nnUnidade de análiseUnidade de análise: população ou um grupo de : população ou um grupo de pessoas de uma área geográfica e tempo pessoas de uma área geográfica e tempo definidosdefinidos Desenhos agregados Desenhos agregados –– observacionais observacionais -- transversaistransversais Unidade de análise ConjuntosConjuntos de de indivíduosindivíduos ((agregadosagregados) ) definidosdefinidos segundosegundo: : tt lugar lugar (comparações geográficas) (comparações geográficas) tt tempo tempo (dias, semanas, meses, anos)(dias, semanas, meses, anos) ttGrupos étnicosGrupos étnicos ttAgregados institucionais (trabalhadores de Agregados institucionais (trabalhadores de determinados setores produtivos, grupos de determinados setores produtivos, grupos de escolares ...)escolares ...) nn Utilizam dados de uma população inteira para Utilizam dados de uma população inteira para comparar frequências de doença comparar frequências de doença uuentre entre diferentes grupos, durante um , durante um mesmo período de tempoperíodo de tempo Ou Ou uuna na mesma população, em , em diferentes pontos no tempopontos no tempo Estudos ecológicos Estudos Ecológicos População 1 Doentes 1 Expostos* 1 *(ao fator de risco potencial)*(ao fator de risco potencial) População 2 Doentes 2 Expostos* 2 População n Doentes n Expostos*n Diagrama analítico - agregado, transversal, observacional 5 Estudos Ecológicos População 1.1 Doente 1.1 Expostos 1.1 População 1.2 Doentes 1.2 Expostos 1.2 População 1n Doentes 1n Expostos 1n Diagrama analítico - agregado, longitudinal, observacional ∆t∆t características n Atributos do conjunto da população são utilizados para descrever a relação entre doenças e alguns fatores de interesse nDe forma geral, representam etapa exploratória na investigação de uma possível relação causal entre uma exposição e um desfecho n podem ser realizados com baixo custo, utilizando informações coletadas de forma rotineira São apropriados para §§ avaliar a correlação entre um fator de risco avaliar a correlação entre um fator de risco presumido e um resultadopresumido e um resultado §§ estudar exposições mais facilmente mensuráveis estudar exposições mais facilmente mensuráveis a nível populacionala nível populacional §§ monitorar a efetividade de intervenções monitorar a efetividade de intervenções populacionaispopulacionais §§ Avaliação: contextos social e ambiental x saúde Avaliação: contextos social e ambiental x saúde de grupos;de grupos; Estudos ecológicos Estudos ecológicos Estudos ecológicos são ou incluem uma análise epidemiológica das associações entre atributos de grupos ou de populações & taxas de doença nesses grupos 6 Estudos ecológicos ØØ os valores médios do resultado (por os valores médios do resultado (por exemplo, a taxa, a média) são plotados exemplo, a taxa, a média) são plotados contra os valores médios do fator contra os valores médios do fator ØØExemplosExemplos Consumo de carne & Câncer de Consumo de carne & Câncer de coloncolon n Correlação entre consumo de carne em vários países e taxa de mortalidade por câncer de colon FonteFonte:: ARMSTRONGARMSTRONG BKBK && DOLLDOLL R,R, EnvironmentalEnvironmental factorsfactors andand cancercancer incidenceincidence andand mortalitymortality inin differentdifferent countries,countries, withwith specialspecial referencereference toto dietarydietary practicespractices.. IntInt.. JJ.. CancerCancer,, 1515:: 617617,, 19751975.. Fatores ambientais e incidência de câncer e mortalidade em países selecionados Fig. Correlation between per capita meat consumption and colon cancer among women in various countries (From ARMSTRONG BK & DOLL R, Environmental factors and cancer incidence and mortality in different countries, with special reference to dietary practices. Int. J. Cancer, 15: 617, 1975. Estudo ecológico com câncer de colon Fig. Correlation between per capita meat consumption and colon cancer among women in various countries (From ARMSTRONG BK & DOLL R, Environmental factors and cancer incidence and mortality in different countries, with special reference to dietary practices. Int. J. Cancer, 15: 617, 1975. Estudo ecológico com câncer de colon 7 Estudos ecológicos -limitações n Limitações do estudo ecológico para estabelecer associação causal: nNão é possível saber se as mulheres que desenvolveram Ca de colón em qualquer dos países, são de fato aquelas que consumiam maior quantidade de carne n É possível ver que, em média, POPULAÇÕES com maior consumo de carne apresentam taxas mais altas Estudos ecológicos -limitações n não é possível relacionar a exposição (consumo de carne) com o desfecho (Ca de colón) na mesma pessoa n Pode haver outras diferenças em relação a fatores associados ao consumo de carne entre os países, que expliquem as diferenças de frequência da doença te.g. dieta com alto consumo de gordura saturada ou pobre em fibra - ambas afetam o risco da doença Estudos ecológicos -limitações nNão é possível levar em consideração todas essas diferenças entre os países utilizando dados agregados de populações n Em geral, é necessário realizar estudo em INDIVÍDUOS para levar em consideração outros fatores que podem CONFUNDIR o efeito do consumo de carne na frequência do Ca decolón Da mesma forma ... 8 nCorrelação ecológica - mortalidade por câncer de mama e ingestão de gordura animal Fonte: Reprinted with permission from KK Carroll, Experimental Evidence of Dietary Factors and Hormone- Dependent Cancers. Cancer Research, vol 35, p 3379 © 1975, American Association for Cancer Research Da mesma forma ... Fig. Ecologic correlation of breast cancer mortality and dietary fat intake. (Friis & Sellers, p. 224) Estudo ecológico com câncer de mama E tantos outros estudos ... § correlação positiva entre as taxas de mortalidade por doença coronariana (DC) e as vendas de cigarros per capita, em 44 estados americanos Fonte: Friedman GD, Cigarette smoking and geographic variation in coronary heart disease mortality in the United States. J. Chronic Dis. 20: 769, 1967 § Correlação ecológica entre consumo per capita de bebidas alcoólicas e taxas de mortalidade por doença coronariana em 20 países, em 1972 Fonte: LaPorte RE, Cresanta JL & Juller LH. The relation of alcohol to CHD and mortality. Implication for public health policy. J. Public Health Policy 1: 196, 1960 § Relação a excreção de sódio e idade e o aumento da pressão arterial sistólica (PAS) em centros na coorte INTERSALT Estudos Ecológicos - conceitos “Um estudo ecológico ou agregado focaliza a comparação de grupos, ao invés de indivíduos. A razão subjacente para este foco é que dados a nível individual da distribuição conjunta de duas (ou talvez todas) variáveis estão faltando internamente nos grupos; neste sentido um estudo ecológico é um desenho incompleto”. Morgenstern, cap. Ecologic Studies - in Rothman, Greeland & Lash, Modern Epidemiology, 1998 9 reflexões n “A afirmação de que os estudos de agregados carecem de poder analítico representa um grande equívoco, porque não há qualquer impedimento lógico para a formulação de hipóteses no nível do agregado. n Os estudos agregados na verdade conseguem testar hipóteses, caso assim o queiramos, só que em um nível mais complexo de determinação” (Susser, 1994). n “Nesse nível mais abrangente, não há lugar para o isolamento de variáveis componentes de modelos causais com base em processos individuais, geralmente de inspiração biológica”. (Schwarz, 1994). n Todavia, por outro lado, trata-se do único desenho habilitado ao teste de hipóteses referentes aos processos contextuais ou macrossociais da saúde” (Schwarz, 1994). Modelo complexo Fonte: Carvalho Fonte: Carvalho etet alal. . PloSPloS OneOne 20152015;;1010((77) :e) :e01322160132216 Influences of the Influences of the Context on the CyclesContext on the Cycles nn Estudar a saúde no Estudar a saúde no contexto socioambientalcontexto socioambiental n O objetivo é ambicioso: entender entender como o contexto como o contexto afeta a saúde das pessoas e gruposafeta a saúde das pessoas e grupos, através , através de processos de de processos de seleção, distribuição, interação, seleção, distribuição, interação, adaptaçãoadaptação e e outras respostasoutras respostas.. nnMedidas de atributos individuais não podem Medidas de atributos individuais não podem dar conta destes processos dar conta destes processos (…) sem medir (…) sem medir estes contextos, os padrões de mortalidade e estes contextos, os padrões de mortalidade e morbidade, e a difusão de doenças não podem ser morbidade, e a difusão de doenças não podem ser explicados.»explicados.» Susser, Am.J.Public Health, 1994;84:825-835 Efeitos Contextuais Composição ou Contexto?Composição ou Contexto? Fatores individuais ou de composição (no caso de Fatores individuais ou de composição (no caso de agregados): agregados): üü idade, sexo, fumo, dieta e várias medidas de posição idade, sexo, fumo, dieta e várias medidas de posição socioeconômica, como classe, pobreza ou riqueza. socioeconômica, como classe, pobreza ou riqueza. Fatores contextuais: Fatores contextuais: üü presença de serviços de saúde (ou de outros serviços) presença de serviços de saúde (ou de outros serviços) na área, natureza rural ou urbana da área, presença de na área, natureza rural ou urbana da área, presença de fontes de poluição, falta de equipamentos para prática fontes de poluição, falta de equipamentos para prática de esportes ou para lazer.de esportes ou para lazer. 10 Composição ou Contexto?Composição ou Contexto? üüa população na área pior tem uma a população na área pior tem uma maior proporção de indivíduos com maior proporção de indivíduos com maior risco (composição), maior risco (composição), ou ou üüalgum elemento de seu ambiente físico, algum elemento de seu ambiente físico, econômico ou social (contexto) econômico ou social (contexto) aumenta sua chance de adoecer.aumenta sua chance de adoecer. Efeitos Contextuais nn••As propriedades de grupo são diferentes do que as dos seus membros, individualmente. n As variáveis ecológicas afetam os desfechos, independentemente das características individuais, ou modificam a maneira como as características individuais afetam a saúde. n É importante analisar as características individuais, mas também as dos grupos aos quais os indivíduos pertencem. Diez-Roux (1998) Arquitetura dos desenhos ecológicosArquitetura dos desenhos ecológicos nnTipos de medidas utilizadasTipos de medidas utilizadas nnNíveis de análise Níveis de análise nnNíveis de inferênciaNíveis de inferência Tipos de medidas Medidas agregadas Medidas ambientais Medidas globais 11 1. Medidas agregadas nn Resumem as características dos indivíduos de um Resumem as características dos indivíduos de um grupo, como grupo, como valores médios valores médios de um certo parâmetro, oude um certo parâmetro, ou nn a proporção de população ou grupo de interesse, que a proporção de população ou grupo de interesse, que apresenta determinada característicaapresenta determinada característica Exemplos t taxa de incidência de uma doença t renda média familiar t prevalência de tabagismo t proporção de pessoas maiores de 15 anos analfabetas Estudos ecológicos - medidas utilizadas 2. Medidas ambientais n Representam características físicas da localidade geográfica onde reside (ou trabalha) o grupo de interesse n Os indivíduos dentro do grupo podem apresentar diferentes graus de exposição a uma dada característica, que pode, teoricamente, ser mensurada n Cada medida ambiental apresenta um análogo ao nível individual, e estas exposições individuais (ou doses) variam entre os membros de cada grupo Exemplos: intensidade da poluição atmosférica, exposição a luz solar, qualidade da água, nível de ruído nos locais de trabalho Estudos ecológicos - medidas utilizadas 3. Medidas Globais n Representam características do grupo que não são redutíveis a características dos indivíduos (não têm análogos no nível individual) Exemplos: n Sistema político n Modelo de organização do sistema de saúde n Regulamento e leis n Densidade populacional n nível de desorganização social n Latitude ou altitude do município Estudos ecológicos - medidas utilizadas Níveis de Níveis de análiseanálise 12 Níveis de análise nn A A unidade de anunidade de anáálise lise éé o no níível comum para o vel comum para o qual os dados de todas as variqual os dados de todas as variááveis são reduzidos e veis são reduzidos e analisados.analisados. Compreende:Compreende: 1. Análise de nível individual • Um valor (atributo) para cada variUm valor (atributo) para cada variáável vel éé atribuatribuíído para do para cada sujeito do estudocada sujeito do estudo • • Mesmo em epidemiologia ambiental Mesmo em epidemiologia ambiental éé posspossíível a vel a atribuiatribuiçção de medidas ecolão de medidas ecolóógicas em ngicas em níível individualvel individual Níveis de análise Análise de nível individual Exposição Exposição ao fator (X)ao fator (X) Agravo (Y)Agravo (Y) SIMSIM Agravo (Y)Agravo (Y) NãoNão TotalTotal SimSim aa bb a+ba+b NãoNão cc dd c+dc+d TotalTotal a+ ca+ c b +db +d a+b+c+da+b+c+d Níveisde análise 2. Análise completamente ecológica •Todas as variTodas as variááveis (exposiveis (exposiçção, desfecho e covarião, desfecho e covariááveis) são veis) são medidas ecolmedidas ecolóógicas, de tal forma que a unidade de gicas, de tal forma que a unidade de ananáálise lise éé o grupoo grupo •• Dentro de cada grupo não temos disponDentro de cada grupo não temos disponíível a distribuivel a distribuiçção ão conjunta de qualquer combinaconjunta de qualquer combinaçção de varião de variááveis individuaisveis individuais •• As informaAs informaçções disponões disponííveis são apenas as distribuiveis são apenas as distribuiçções ões marginais para cada varimarginais para cada variáávelvel Níveis de análise Análise completamente ecológica Exposição Exposição ao fator (X)ao fator (X) Agravo (Y) Agravo (Y) SIMSIM Agravo (Y)Agravo (Y) NãoNão TotalTotal SimSim ?? ?? a+ba+b NãoNão ?? ?? c+dc+d TotalTotal a+ ca+ c b +db +d a+b+c+da+b+c+d 13 3. Análise parcialmente ecológica •• Informações adicionais são disponíveis para algumas distribuições conjuntas, mas não para todas as variáveis do estudo dentro de cada grupo 4. Análise multinível • É um tipo especial de técnica de modelagem que combina análises conduzidas em 2 ou mais níveis Ex. Análises individuais são conduzidas em cada grupo seguida de uma análise ecológica de todos os grupos utilizando os resultados da análises de nível individual Níveis de análise Exposição x, medida a nível Individual Exposição X, medida a nível Agregado Evento y, medido a nível Individual {yi α xi} Estudo tradicional de fator de risco {yi α xi , Xj} Estudo Multinível Evento Y, medido a nível Individual Agregado {Y, x} Não especificado {Yj α Xj} Estudo ecológico Níveis de análise Perspectiva mais tradicional Perspectiva mais tradicional Níveis de inferênciaNíveis de inferência Níveis de inferência nO objetivo subjacente de todo estudo epidemiológico é a realização de inferências • Inferência biológica – estima efeitos de risco individuais • Inferência ecológica – estima efeitos nas taxas de grupos O nível de inferência causal alvo nem sempre corresponde ao nível da análise 14 Níveis de inferência nOs estudos ecológicos permitem fazer inferências ecológicas acerca do efeito de situações de risco nas taxas de doenças dos grupos. nDeve-se evitar inferências “cross-level”, ou seja, de um nível para outro tconstitui-se num “bias” (falácia ecológica) Assim... População 1 Doentes 1 Expostos* 1 População 2 Doentes 2 Expostos* 2 População n Doentes n Expostos*n produção de inferências causais sobre comportamentos individuais com base em dados agregados ou grupais Só a população apresenta padrão nn Taxas de mortalidade são bom objeto de Taxas de mortalidade são bom objeto de estudo porque existe um estudo porque existe um padrão regular padrão regular de de mortalidade em cada sociedade, por diferentes mortalidade em cada sociedade, por diferentes causas, até mesmo pela mais subjetiva, ocausas, até mesmo pela mais subjetiva, o suicídiosuicídio nnMas como existe esse padrão uniforme, se são Mas como existe esse padrão uniforme, se são diferentes indivíduos que morrem a cada ano? diferentes indivíduos que morrem a cada ano? Estudou as conexões entre os indivíduos e a sociedade. Acreditava que se pudesse Estudou as conexões entre os indivíduos e a sociedade. Acreditava que se pudesse demonstrar o quanto um ato individual é o resultado do meio social que o cerca,demonstrar o quanto um ato individual é o resultado do meio social que o cerca, 15 Para Durkheim nno suicídio é um fato social o suicídio é um fato social üüquando trataquando trata--se de um conjunto de suicídios em se de um conjunto de suicídios em certa sociedade em certo períodocerta sociedade em certo período üüquando é total quando é total -- que não é a soma de unidade que não é a soma de unidade independentes, mas um fato novo e independentes, mas um fato novo e suisui generisgeneris. . üüas sociedades têm, em cadaas sociedades têm, em cada momento, uma momento, uma disposição definida para o suicídiodisposição definida para o suicídio.. Fato social nn ““sese emem lugarlugar dede vermosvermos nono suicídiosuicídio apenasapenas eventoseventos particulares,particulares, isoladosisolados unsuns dosdos outrosoutros ee queque exijam,exijam, cadacada umum deles,deles, exameexame emem separado,separado, considerarmosconsiderarmos oo conjuntoconjunto dosdos suicídiossuicídios cometidoscometidos emem dadadada sociedadesociedade durantedurante umum dadodado espaçoespaço dede tempotempo,, iremosiremos verificarverificar queque nn oo totaltotal assimassim obtidoobtido nãonão éé aa simplessimples somasoma dede unidadesunidades independentesindependentes,, umum todotodo dede coleção,coleção, masmas queque constituiconstitui porpor sisi mesmomesmo umum fatofato queque éé novonovo ee suisui generisgeneris,, comcom unidadeunidade ee individualidade,individualidade, ee poispois comcom suasua naturezanatureza própria,própria, ee que,que, alémalém disso,disso, essaessa naturezanatureza éé eminentementeeminentemente socialsocial”” ((DurkheimDurkheim) ) “Países católicos têm taxas de suicídio menor que os protestantes. Mesmo nos países protestantes, as áreas com populações católicas têm menor taxa de suicídio. A menor taxa entre os católicos é independente do seu caráter minoritário“ Durkheim falácia ecológica “Viés que pode ocorrer devido a uma “Viés que pode ocorrer devido a uma associação observada entre variáveis em associação observada entre variáveis em nível agregado que necessariamente não nível agregado que necessariamente não representa uma associação que existe em representa uma associação que existe em nível individual”nível individual” Last: Dictionary of Epidemiology, Last: Dictionary of Epidemiology, 19951995 16 n Limitação para testar hipóteses ecológicas èpotencial viés na estimação do efeito n Viés ecológico (falácia ecológica) è inferência causal inadequada sobre fenômenos individuais na base de observações de grupos tuma associação observada no nível agregado não significa necessariamente que essa associação exista no nível individual n Principal problema neste tipo de análise u suposição de que os mesmos indivíduos são simultaneamente portadores do problema de saúde e do atributo associado Inferência Exemplo de falácia ecológica Acidentes de Trânsito: 4/7=57% População A $10.5K $34.5K $28.5K $12.2K $45.6K $17.5K $19.8K População B Renda média: $22,57 $12.5K $32.5K $24.3K $10.0K $14.3K $38.0K $26.4K Acidentes de Trânsito: 3/7=43% População C Renda média: $21,41 $28.7K $30.2K $13.5K $23.5K $10.8K $22.7K $20.5K Acidentes de Trânsito: 2/7=29% *Based on: Diez-Roux, Am J Public Health 1998;88:216. Fonte: Fonte: Szklo, M Renda média: $24,08 17 Rendas médias e taxas de acidentes de trânsito das populações A, B e C 0 10 20 30 40 50 60 21 22 23 24 25Ac id en te s de T râ ns ito (% ) Renda Média (US$, in 1000) Título do Gráfico Análise ecológica • Maior renda está associada com maior ocorrência de acidentes Slide: Slide: Szklo, M 0 10 20 30 40 50 60 70 21 22 23 24 25 Ac id en te s de T râ ns ito (% ) Renda Média (US$, in 1000) Análise ecológica Maior renda está associada com maior ocorrência de acidentes 0 20 40 Injury cases Non cases Renda Média (1000 US$) Análise em nível individual Casos de acidentes tem menor renda média do que não casos Slide: Slide: Szklo, M Exemplo n Qual dos dois níveis de inferência é errado? uConcluir que alta renda é um fator de risco para acidentes (baseado nos dados ecológicos) é sujeito à falácia ecológica. uConcluir que, porque os casos têm mais baixa renda, comunidades com altas médias de renda devem ter mais baixas taxas de acidentes é também errado! *Morgenstern: Ann Rev Public Health 1995;16:61-81. 18 Qual dos dois níveis de inferência está correto? n O real problema realé a referência cruzada* u Utilizar dados ecológicos para fazer inferência a nível individual (falácia ecológica) u Ou utilizar dados individuais para inferência para o grupo (nível populacional – falácia atomística) Não funciona n Quando utilizados para fazer inferências o nível apropriado, ambas aproximações estão corretas *Morgenstern: Ann Rev Public Health 1995;16:61-81. Medida da associação n A medida descritiva da associação nos estudos ecológicos, é o coeficiente de correlação (r) n É a covariância do fator em estudo (x) e a doença (y) dividido pela raiz quadrada do produto das duas variâncias (vx e vy) n O coeficiente de correlação reflete a extensão em que cada variável consegue predizer a outra n O valor do coeficiente de correlação (r) pode variar de u -1,0 perfeita correlação negativa u 1,0 perfeita correlação positiva Medida da associação n O coeficiente de correlação quantifica a relação linear entre exposição e doença n Isto é, para cada mudança de uma unidade no nível de exposição, a frequência da doença aumenta (ou diminui) proporcionalmente Medida da associação 19 Estimativas do Efeito n Análises de correlação n Análises de tendência - séries temporais n Regressão - desfecho e variáveis “independentes” n Detecção de aglomerados de eventos (clusters) n Análises de padrão uVariabilidade em pequenas áreas/números uDependência espacial n Difusão Padrões 0.00.0 00..22 00..44 00..66 0.80.8 11..00 --00 ..55 00.. 00 00.. 55 11.. 00 11.. 55 00..00 00..22 00..44 00..66 00..88 1.01.0 --0 .50. 5 00.. 00 00.. 55 11.. 00 11.. 55 00..22 00..33 00..44 0.50.5 00.. 22 0. 3 0. 3 00.. 44 00.. 55 00.. 66 00.. 77 00.. 88 AleatórioAleatório Agrupado Agrupado RegularRegular Em que situações os estudos ecológicos fornecem conclusões mais acuradas do que estudos individuais? uuVariabilidade da exposiçãoVariabilidade da exposição ttBaixa dentro da populaçãoBaixa dentro da população ttAlta entre populações Alta entre populações ttEgEg.: consumo sal x hipertensão; consumo de .: consumo sal x hipertensão; consumo de gordura e câncer de mamagordura e câncer de mama uuInferência individual, prevenção coletiva:Inferência individual, prevenção coletiva: ttPelagra (Pelagra (GoldbergerGoldberger etet alal, , 19141914), condição ), condição socioeconômica individual x disponibilidade socioeconômica individual x disponibilidade alimentos mercadoalimentos mercado ttCessação tabagismo x leis regulação tabacoCessação tabagismo x leis regulação tabaco Ingesta de sal diáriaIngesta de sal diária Dados hipotéticos sobre Dados hipotéticos sobre indivíduos indivíduos dada População mundialPopulação mundial associaçãoassociação forte e positiva forte e positiva (linear)(linear) 20 Ingesta de sal diáriaIngesta de sal diária Dados hipotéticos Dados hipotéticos sobre sobre indivíduos indivíduos dada População mundialPopulação mundial Ingesta de sal diáriaIngesta de sal diária Indivíduos do Indivíduos do país A país A Não há associaçãoNão há associação Ingesta de sal diáriaIngesta de sal diária Ingesta de sal diáriaIngesta de sal diária Dados hipotéticos sobre Dados hipotéticos sobre indivíduos indivíduos dada População mundialPopulação mundial País BPaís B País A País A País D País D País C País C País F País F País E País E País GPaís G média de ingestão de sal diáriamédia de ingestão de sal diária Dados Dados ecológicosecológicos hipotéticoshipotéticos de de 7 7 paísespaíses associação forte e positiva associação forte e positiva (linear)(linear) País País BB País A País A País País D D País País C C País País F F País País E E País País GG nn Estudos ecológicos de múltiplos grupos nEstudos de tendências ou séries temporais nEstudos ecológicos mistos (pela combinação de tempo e lugar) Tipos de d Desenho Ecológico 21 Ecológico – Tipos de desenho §§ Método de agrupamentoMétodo de agrupamento §§ Os grupos de um estudo ecológico podem ser Os grupos de um estudo ecológico podem ser identificados identificados §§ pelo espaço/lugar (pelo espaço/lugar (estudo de múltiplos gruposestudo de múltiplos grupos), ), §§ pelo tempo (pelo tempo (estudos de tendência temporalestudos de tendência temporal), ou ), ou §§ pela combinação de tempo e lugar (pela combinação de tempo e lugar (estudos mistosestudos mistos).). Ecológico – Tipos de desenho §§ Método de mensurar a exposiçãoMétodo de mensurar a exposição §§ Podem ser Podem ser exploratóriosexploratórios –– se não existe nenhuma se não existe nenhuma exposição específica de interesse, ou a exposição não exposição específica de interesse, ou a exposição não é mensuradaé mensurada §§ Podem ser Podem ser analíticosanalíticos –– se a exposição de interesse é se a exposição de interesse é mensurada e incluída na análisemensurada e incluída na análise Estudos ecológicos de Estudos ecológicos de múltiplos gruposmúltiplos grupos Distribuição espacial das taxas brutas de incidência por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2014, Unidades da Federação (neoplasia maligna da mama feminina) Fonte: INCA, 2015Fonte: INCA, 2015 22 redes de cirurgia, quimioterapia e radioterapia redes de cirurgia, quimioterapia e radioterapia para câncer de mama e fluxos transversaispara câncer de mama e fluxos transversais Fonte: Oliveira, EX, Melo, ECP, Pinheiro, RS, Noronha, CP& Carvalho, MS. (2011). Acesso à assistência oncológica: mapeamento dos fluxos origem-destino das internações e dos atendimentos ambulatoriais Estudos ecológicos de Estudos ecológicos de dede tendências ou séries temporaistendências ou séries temporais Sé rie s te m po ra is Índice de infestação predial Índice de infestação predial de de AedesAedes aegyptiaegypti Pluviosidade médiaPluviosidade média Incidência de casos de Incidência de casos de dengue no Estado de Goiásdengue no Estado de Goiás Fonte: Elena Fonte: Elena SarroufSarrouf, infecção respiratória atribuível a gripe , infecção respiratória atribuível a gripe –– Impacto Impacto vacunacionvacunacion, , 20152015 23 Fonte: Elena Fonte: Elena SarroufSarrouf, , infecção respiratória infecção respiratória atribuível a gripe atribuível a gripe -- Impacto Impacto vacunacionvacunacion, , 20152015 Fonte: Elena Fonte: Elena SarroufSarrouf, infecção respiratória atribuível a , infecção respiratória atribuível a gripe gripe -- Impacto Impacto vacunacionvacunacion, , 20152015 Estudos ecológicos mistosEstudos ecológicos mistos Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, 2015Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, 2015 24 Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, 20152015 Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, 20152015 Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, 2015Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose na Argentina, 2015 Fonte: Paulina Jacob, Fonte: Paulina Jacob, Leptospirose, Argentina, Leptospirose, Argentina, 20152015 25 subclassificações nOs estudos agregados-obervacionais podem ser também longitudinais Assim, abordando “populações de populações”, teremos: Ø Estudos de tendências ou série temporais Ø Estudos de caso-controle de agregados Ø Estudos de coorte de agregados nnQual o padrão espacial do riscoQual o padrão espacial do risco para o óbito infantil?para o óbito infantil? nnQuais as principais variáveis Quais as principais variáveis associadas ao óbito infantil?associadas ao óbito infantil? Principais Aplicações n Mapeamento de doenças: descrição do processo espacial de distribuição das doenças, visando vigilância, predição de epidemias, etc. n Estudos ecológicos: estudar a relação entre incidência de doenças e potenciais fatores etiológicos, seja no campo da análise exploratória visando definir hipóteses (formulação clássica), ou apontar medidas preventivas. n Cluster: identificação de focos de doença ou avaliação de aumento de risco ao redor de fonte suspeitade risco ambiental. n Avaliação e monitoramento ambiental: estimativa e monitoramento da distribuição espacial de fatores ambientais relevantes para a saúde. VANTAGENS: • Costumam ser mais baratos e rápidos • Captam de forma completa a experiência da base populacional •Apropriados para estudos preliminares ou exploratórios •Ponto de partida para outros estudos ESTUDOS ECOLÓGICOS 26 VANTAGENS: •Permite avaliação de múltiplos fatores de risco potenciais, por exemplo: gênero, raça/cor, NSE, desenvolvimento econômico •Pode ser realizado usando dados públicos disponíveis sobre atributos de grupos e taxas de doenças •Dados coletados de rotina - SIM, SINASC, SINAM, APAC, SIH/SUS ESTUDOS ECOLÓGICOS DESVANTAGENS: • Não permite estabelecer associação entre as variáveis no nível individual; • Não permitem o controle adequado de fatores de confundimento em potencial • Utilizam valores médios de exposição. Pode mascarar uma relação mais complexa entre exposição e doença (se a relação não for linear) •Mobilidade populacional – migração •Multicolinearidade entre as variáveis preditoras ESTUDOS ECOLÓGICOS Quando usar n Quando o evento em estudo é gerado por fatores ambientais de difícil detecção a nível do indivíduo; n Na delimitação de áreas homogêneas segundo intervenção pretendida; n Quando o evento em estudo e os fatores relacionados têm distribuição espacialmente condicionada; n No estudo de trajetórias entre localidades n Quando o nível de inferência de interesse é populacional. nn ““A Epidemiologia é frequentemente definida em termos A Epidemiologia é frequentemente definida em termos do estudo da determinação da distribuição da doença; do estudo da determinação da distribuição da doença; mas não se deve esquecer que mas não se deve esquecer que quanto mais quanto mais espalhada é uma causa particular, menos ela espalhada é uma causa particular, menos ela contribui para explicar a distribuição da doençacontribui para explicar a distribuição da doença. ”. ” nn ““...dois tipos de perguntas etiológicas. A primeira busca ...dois tipos de perguntas etiológicas. A primeira busca as causas dos casos, e a segunda as causas da as causas dos casos, e a segunda as causas da incidência.”incidência.” (Rose G. (Rose G. SickSick individualsindividuals andand sicksick populationspopulations. . IntInt J J EpidemiolEpidemiol. . 2001 2001 Jun;Jun;3030((33):):427427--3232; ; discussiondiscussion 433433--44.).)