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Atualização em cicatrização de feridas (1)

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ATUALIZAÇÃO EM 
CICATRIZAÇÃO DE 
FERIDAS
PROFESSORA FERNANDA COELHO
O QUE VAMOS APRENDER?
Anatomia e 
fisiologia da pele;
Classificação das 
feridas;
Cicatrização das 
feridas e fatores 
que interferem na 
cicatrização;
Aspectos 
fisiológicos do 
paciente com 
ferida;
Princípios gerais 
do tratamento de 
feridas;
Produtos para 
tratamento de 
feridas;
O enfermeiro e o 
seu papel no 
tratamento de 
feridas.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE
Participa em inúmeras funções vitais: proteção contra microrganismos, regulação da temperatura, 
síntese de vitamina D, além de ser órgão sensorial para temperatura, tato, pressão, dor.
Forma uma barreira entre os órgãos internos e o ambiente externo.
A pele é o maior órgão do corpo. Constitui aproximadamente 15% do peso corporal total do 
adulto.
ANATOMIA DA PELE
• Composta por três camadas
Hipoderme
• Ou tecido 
subcutâneo
derme
epiderme
Fonte: Potter e Perry, 2013
PELE DELGADA E PELE ESPESSA
Fonte: http://histologiaufrn.blogspot.com
EPIDERME
• É a camada mais externa, com células epiteliais pavimentosas estratificadas, composta 
principalmente por queratinócitos
• Sua espessura varia de 0,1mm nas pálpebras a 1mm nas palmas e plantas
• Composta por 04 camadas, chamadas estratos: germinativo, granuloso, lúcido e córneo
• À medida que ascende do estrato germinativo para as camadas mais externas, a célula vai 
se tornando mais diferenciada (madura e com funções específicas)
• Células vivas em constante divisão, cobertas na superfície por células mortas contendo 
grande quantidade de queratina
CAMADAS DA EPIDERME
Estrato germinativo ou basal
Camada mais profunda da 
epiderme
Células basais e 
melanócitos
Intensa atividade mitótica
Desmossomas fazem a 
união das células basais e 
conferem resistência ao 
tecido
Melanina – proteção da 
pele dos raios UV
Camada espinhosa ou Malpighiana
Células poliédricas que vão 
se achatando em direção à 
superfície
Presença de desmossomas
Camada granulosa
Células granulosas
Grande quantidade de 
grânulos de queratoialina, 
que expressam a 
queratinização da 
epiderme.
Camada córnea
Células anucleadas, 
constituídas por queratina
Mais espessa nas regiões 
palmares e plantares
EPIDERME - CÉLULAS
• Melanócitos: células especiais da pele; produzem melanina, pigmento responsável pela 
coloração da pele
• Queratinócitos: produzem a queratina.
• Queratina: proteína insolúvel, que forma a barreira externa da pele. Repele patógenos e 
impede a perda excessiva de líquido.
• Células de Langerhans – células acessórias do sistema imune. Participam das reações cutâneas 
do sistema imune, processando antígenos e transportando os mesmos até o sistema linfático, 
para ativar os linfócitos T.
• Células de Merkel – receptores táteis
EPIDERME – OUTRAS CARACTERÍSTICAS
• Espessura pode variar conforme a área do corpo e aumentar com o uso, podendo 
resultar em calosidades
• Junção com a derme ocorre por meio de cristas interpapilares. Também chamada de 
junção dermoepidérmica
• Essa junção fixa a epiderme à derme e possibilita a troca livre de nutrientes entre as duas 
camadas. 
• As cristas produzem ondulações na pele e formam as impressões digitais
A DERME
• É a maior porção da pele
• Proporciona força de tração, sustentação mecânica e proteção aos músculos, ossos e 
órgãos subjacentes.
• Contém principalmente tecido conjuntivo e poucas células da pele.
• Nessa camada, encontra-se colágeno, vasos e nervos
• Colágeno é uma proteína fibrosa resistente, estrutural, produzida pelos fibroblastos.
A DERME
Substância 
fundamental
Gel amorfo 
viscoso e rico em 
polissacarídeos
Participa da 
resistência 
mecânica da pele
Material fibrilar
Fibras colágenas
95% do tecido 
conjuntivo
Sustentação da derme 
Fixação à epiderme
Fibras elásticas
Elastina
Confere elasticidade à 
pele Proteção 
mecânica e fixação à 
epiderme
Fibras reticulares
Colágeno tipo III
Arcabouço de órgãos 
hematopoiéticos
Estruturas 
anexas da pele
Glândulas 
sudoríparas
Glândulas 
sebáceas
Pelos 
ESTRUTURA DA PELE E ANEXOS
Fonte: Hincle e Cheever, 2016
RECEPTORES TÁTEIS DA PELE
• Terminações nervosas livres: encontradas em toda a pele e em muitos 
outros tecidos, podem detectar tato e pressão.
• Corpúsculo de Meissner: receptor tátil com grande sensibilidade, 
presentes na pele glabra, abundantes nas pontas dos dedos, nos lábios e 
outras áreas em que a capacidade de discriminar localização espacial das 
sensações táteis está muito desenvolvida. São particularmente sensíveis ao 
movimento de objetos na superfície da pele e à vibração de baixa frequência.
• Discos de Merkel: responsáveis por detectar os sinais mantidos, como o 
toque contínuo de objetos sobre a pele. Juntamente com os corpúsculos de 
Meissner, desempenham papel importante na localização das sensações táteis 
e na textura dos estímulos
RECEPTORES 
TÁTEIS DA PELE
• Órgão terminal do pelo: fibra nervosa 
conectada à base de cada pelo do corpo. 
Detecta movimento de objetos sobre a pele ou 
o contato inicial do objeto com o corpo.
• Terminações de Ruffini: Sinalizam os estados 
contínuos de deformação dos tecidos, como os 
sinais de tato e pressão prolongados
• Corpúsculos de Pacini: detectam sensação 
vibratória
TECIDO SUBCUTÂNEO OU HIPODERME
• Camada mais interna da pele
• Consiste principalmente em tecido adiposo, que proporciona 
acolchoamento entre as camadas cutâneas, músculos e ossos.
• Promove a mobilidade da pele, modela os contornos do corpo e o 
isola. 
• Contribui na manutenção da temperatura corporal.
• Se distribui de maneiras diferentes nos vários locais do corpo.
FERIDA
• O início da cicatrização ocorre após a criação de uma ferida, definida como uma lesão 
corporal que normalmente envolve laceração ou ruptura de uma membrana e danos aos 
tecidos subjacentes. A lesão superficial pode ocorrer pela ação de agentes mecânicos ou 
térmicos, que levam à ruptura da pele ou de outros órgãos e danos ao tecido e sua 
vascularização. Em seguida ocorre o sangramento, a lesão de endotélio e o extravasamento de 
proteínas intravasculares e extravasculares. Este ambiente serve como um estímulo para 
hemostasia, inflamação e outros eventos (Medeiros e Dantas Filho, 2016)
• “Feridas são representadas não apenas pela ruptura da pele e do tecido celular subcutâneo, 
mas também, em alguns casos, por lesões em músculos, tendões e ossos” (Smaniotto et al, 
2012)
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
• Há mais de uma forma de se classificar as feridas.
• Os sistemas de classificação das feridas descrevem o estado de 
integridade da pele, a causa da ferida, a intensidade ou extensão da 
lesão tecidual ou do dano, a limpeza da ferida, as qualidades descritivas 
do tecido da ferida, como a cor.
• A classificação das feridas possibilita compreender os riscos associados 
a elas e as implicações para cura. 
• (Potter e Perry, 2013)
CLASSIFICAÇÃO
Etiologia
Traumáticas
Lesão por pressão
Queimaduras
Ferida oncológica
Úlceras venosas
Cirúrgicas
Tempo de evolução
agudas
crônicas
Perda tecidual
Parcial
Total
CLASSIFICAÇÃO
Grau de contaminação
Limpa
Contaminada
Infectada
Tipo de cicatrização
1ª intenção
2ª intenção
3ª intenção
Cor
Vermelha 
Amarela 
Preta 
Causa 
Intencional 
Não intencional
FERIDAS 
COMPLEXAS
• Feridas complexas, podendo ser agudas ou
crônicas, apresentam difícil resolução e associam-
se a perda cutânea extensa, infecções importantes,
comprometimento da viabilidade dos tecidos (com
isquemia e/ou necrose de tecidos) e/ou associação
com doenças sistêmicas que prejudicam os
processos normais de cicatrização.
• O termo “feridas crônicas”, embora
frequentemente utilizado, significa que um tempo
maior para cicatrização da ferida foi necessário,
mas não caracteriza a complexidade do problema
da ferida em si
• Pereira (2018)
FERIDAS SIMPLES X COMPLEXAS
Simples
• Evolui espontaneamente para resolução
• Segue os três estágiosda cicatrização 
fisiológica: inflamação, proliferação e 
remodelamento
Complexas
• Acometem áreas extensas e profundas
• Necessitam recursos especiais para sua 
resolução
• Processo de evolução natural alterado
• Ameaça a viabilidade de um membro
• Feridas recorrentes, que reabram ou 
necessitem de tratamento mais elaborado.
LESÕES POR PRESSÃO
• Em 2016, o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) anunciou a mudança na 
terminologia Úlcera por Pressão para Lesão por Pressão e a atualização da 
nomenclatura dos estágios do sistema de classificação.
• Segundo o NPUAP, a expressão descreve de forma mais precisa esse tipo de lesão, 
tanto na pele intacta como na pele ulcerada.
• Os algarismos arábicos substituíram os romanos na nomenclatura dos estágios
• O termo suspeita foi removido da categoria diagnóstica “lesão tissular profunda”
• Foram adicionados os termos “lesão por pressão relacionada a dispositivo médico” e 
“lesão por pressão em membrana mucosa” (SOBEST, 2016)
LESÃO POR 
PRESSÃO:
• Dano localizado na pele e/ou tecidos moles 
subjacentes, geralmente sobre uma 
proeminência óssea ou relacionada ao uso de 
dispositivo médico ou a outro artefato. A 
lesão pode se apresentar em pele íntegra ou 
como úlcera aberta e pode ser dolorosa. A 
lesão ocorre como resultado da pressão 
intensa e/ou prolongada em combinação com 
o cisalhamento. A tolerância do tecido mole à 
pressão e ao cisalhamento pode também ser 
afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, 
comorbidades e pela sua condição.
ATRITO E 
CISALHAMENTO
• Atrito é a força de fricção entre duas superfícies, 
uma contra a outra, e muitas vezes é causado pela 
tração do cliente contra um lençol ou por um 
dispositivo protético mal ajustado.
• O cisalhamento é decorrente da força da gravidade 
empurrando o corpo do cliente para baixo e da 
resistência entre o cliente e o leito ou cadeira.
• Quando ocorre cisalhamento, as camadas de tecido 
deslizam uma sobre a outra, os vasos sanguíneos 
são distendidos e torcidos, e a microcirculação da 
pele e do tecido subcutâneo é interrompida.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 1: PELE ÍNTEGRA 
COM ERITEMA QUE NÃO EMBRANQUECE
• Pele íntegra com área localizada de eritema 
que não embranquece e que pode parecer 
diferente em pele de cor escura. Presença de 
eritema que embranquece ou mudanças na 
sensibilidade, temperatura ou consistência 
(endurecimento) podem preceder as 
mudanças visuais. Mudanças na cor não 
incluem descoloração púrpura ou castanha; 
essas podem indicar dano tissular profundo.
Fonte: NPUAP, 2016.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 2: PERDA DA PELE 
EM SUA ESPESSURA PARCIAL COM EXPOSIÇÃO 
DA DERME
• Perda da pele em sua espessura parcial com 
exposição da derme. 
• O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou 
vermelha, úmido e pode também apresentar-se 
como uma bolha intacta (preenchida com 
exsudato seroso) ou rompida. 
• O tecido adiposo e tecidos profundos não são 
visíveis. 
• Tecido de granulação, esfacelo e escara não 
estão presentes. 
Fonte: NPUAP, 2016.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 2: PERDA DA PELE 
EM SUA ESPESSURA PARCIAL COM EXPOSIÇÃO 
DA DERME
• Essas lesões geralmente resultam de 
microclima inadequado e cisalhamento da pele 
na região da pélvis e no calcâneo. 
• Esse estágio não deve ser usado para 
descrever as lesões de pele associadas à 
umidade, incluindo a dermatite associada à 
incontinência (DAI), a dermatite intertriginosa, 
a lesão de pele associada a adesivos médicos 
ou as feridas traumáticas (lesões por fricção, 
queimaduras, abrasões).
Fonte: NPUAP, 2016.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 3: PERDA DA 
PELE EM SUA ESPESSURA TOTAL
• Perda da pele em sua espessura total na qual a 
gordura é visível e, frequentemente, tecido de 
granulação e epíbole (lesão com bordas 
enroladas) estão presentes. 
• Esfacelo e /ou escara pode estar visível. 
• A profundidade do dano tissular varia conforme 
a localização anatômica; áreas com adiposidade 
significativa podem desenvolver lesões profundas.
• Podem ocorrer descolamento e túneis. 
• Não há exposição de fáscia, músculo, tendão, 
ligamento, cartilagem e/ou osso. 
Fonte: NPUAP, 2016.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 3: PERDA DA 
PELE EM SUA ESPESSURA TOTAL
Fonte: NPUAP, 2016.
LESÃO POR PRESSÃO NÃO 
CLASSIFICÁVEL.
• Perda da pele em sua espessura total e perda 
tissular na qual a extensão do dano não pode ser 
confirmada porque está encoberta pelo esfacelo 
ou escara.
• Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por 
Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. 
• Escara estável (isto é, seca, aderente, sem 
eritema ou flutuação) em membro 
isquêmico ou no calcâneo não deve ser 
removida.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 4: PERDA DA PELE EM 
SUA ESPESSURA TOTAL E PERDA TISSULAR
• Perda da pele em sua espessura total e perda 
tissular com exposição ou palpação direta da 
fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou 
osso. 
• Esfacelo e /ou escara pode estar visível. 
• Epíbole (lesão com bordas enroladas), 
descolamento e/ou túneis ocorrem 
frequentemente. 
• A profundidade varia conforme a localização 
anatômica. 
Fonte: NPUAP, 2016
LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA: 
DESCOLORAÇÃO VERMELHO ESCURA, MARROM 
OU PÚRPURA, PERSISTENTE E QUE NÃO 
EMBRANQUECE.
• Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura, 
marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão 
com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento.
• Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração da 
pele.
• A descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de tonalidade mais 
escura.
• Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na interface 
osso-músculo.
LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA: DESCOLORAÇÃO 
VERMELHO ESCURA, MARROM OU PÚRPURA, PERSISTENTE E 
QUE NÃO EMBRANQUECE.
• A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a 
extensão atual da lesão tissular ou resolver sem 
perda tissular. 
• Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido 
de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas 
subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por 
pressão com perda total de tecido (Lesão por 
Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). 
• Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão 
Tissular Profunda (LPTP) para descrever condições 
vasculares, traumáticas, neuropáticas ou 
dermatológicas.
Fonte: NPUAP, 2016.
LESÃO POR PRESSÃO RELACIONADA A 
DISPOSITIVO MÉDICO
• Essa terminologia descreve a etiologia da lesão.
• A Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo 
Médico resulta do uso de dispositivos criados e 
aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. 
• A lesão por pressão resultante geralmente 
apresenta o padrão ou forma do dispositivo. 
• Essa lesão deve ser categorizada usando o 
sistema de classificação de lesões por pressão.
Fonte: NPUAP, 2016.
LESÃO POR PRESSÃO RELACIONADA A 
DISPOSITIVO MÉDICO
• A lesão por pressão em membranas
mucosas é encontrada quando há histórico
de uso de dispositivos médicos no local do
dano.
• Devido à anatomia do tecido, essas lesões
não podem ser categorizadas.
Fonte: NPUAP, 2016.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
• As feridas são eventos que podem afetar a fisiologia da pele, em especial 
aquelas que acometem a camada dérmica.
• Quando a pele é lesada, a epiderme funciona recobrindo a ferida e restaurando a 
barreira contra microrganismos invasores, enquanto a derme reage restaurando a 
integridade estrutural e as propriedades físicas da pele.
• O processo de cicatrização que se segue com a finalidade de cura das feridas pode 
ser dividido didaticamente em três fases que se superpõem: inflamatória, 
proliferativa e de remodelação (Issac et al, 2010)
Fonte: Isaac C et al, 2010
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO – FERIDAS DE 
ESPESSURA PARCIAL
• Também chamado de reepitelização.
• Inicialmenteas feridas são preenchidas por sangue, restos celulares 
desvitalizados e partículas de tecidos, que formam uma crosta.
• As células epiteliais separam-se da membrana basal e migram em direção à área 
lesionada, proliferam-se por mitose e incorporam-se à camada epitelial.
• No momento em que a cicatrização for concluída sob a crosta, esta se 
desprende
• Inicia-se o processo de queratinização das células proliferadas
• Formação de cicatriz frequentemente imperceptível.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO – FERIDAS DE 
ESPESSURA TOTAL
• A cicatrização de feridas de espessura total é mais complexa e de longa duração, 
se comparada às feridas de espessura parcial. 
• Há formação de tecido de granulação, seguido de epitelização e contração da 
ferida
• Compreende três fases: inflamatória, fibroblástica (ou proliferativa), e de 
remodelamento.
• Fases complexas e altamente coordenadas. Eventos fisiológicos que encerram 
uma fase estimulam a próxima fase, havendo sobreposição das fases.
FASE INFLAMATÓRIA
• Prepara a ferida para a cicatrização.
• Também chamada fase defensiva, fase inicial ou fase exsudativa
• A ruptura da pele, dano ao tecido e à vascularização leva ao sangramento, lesão 
do endotélio e extravasamento de proteínas intra e extravasculares. 
• Respostas vasculares e celulares, responsáveis pelo controle do sangramento e 
remoção de micro-organismos, material inorgânico e tecidos desvitalizados. 
• Durante a fase inflamatória ocorrem hemostasia, migração de leucócitos e início 
da cascata de reparação tecidual.
FASE INFLAMATÓRIA
Vasoconstrição inicial em 
resposta a agentes 
inflamatórios
Ativação das plaquetas e 
início da cascata de 
coagulação
Formação de tampão 
hemostático, para evitar 
perda de sangue
Aumento da 
permeabilidade vascular a 
células migrantes e 
substâncias 
biologicamente ativas
Formação de arcabouço 
de fibrina, para migração 
de células e atuação dos 
fatores de crescimento 
(quimiotaxia)
Fatores de crescimento 
atraem neutrófilos e 
monócitos, que se 
infiltram no tecido 
conjuntivo
Vasodilatação e aumento 
da permeabilidade celular
Fagocitose, produção de 
metaloproteinases, 
Fatores de crescimento 
para quimiotaxia dos 
fibroblastos e 
angiogênese.
FASE PROLIFERATIVA - FIBROPLASIA
• Também chamada fase reconstrutiva ou fibroblástica
• Se caracteriza por: fibroplasia, angiogênese e epitelização
• Na fibroplasia, ocorrerão migração e proliferação de fibroblastos,
concomitante à síntese de novos componentes da matriz extracelular
(proteoglicanos, fibronectina, elastina, laminina e colágeno)
FASE PROLIFERATIVA - FIBROPLASIA
• A migração e proliferação dos fibroblastos se darão a partir das margens
livres da ferida e de células mesenquimais. Essa migração é mediada por
fatores de crescimento, que também induzem a diferenciação de
fibroblastos em miofibroblastos capazes de deslocar pela ferida.
• Durante a movimentação dos miofibroblastos, ocorre a deposição de
fibronectina sobre o arcabouço de fibrina.
• Assim, começa a deposição de colágeno na ferida, ligando-se à
fibronectina em sítio diferente do de ligação da fibrina.
FASE PROLIFERATIVA - FIBROPLASIA
• Na derme íntegra, há dois tipos de colágeno: Tipo I (80-85%) e tipo III (15-
20%)
• O colágeno tipo I está presente na derme mais profunda e tem maior
diâmetro que o colágeno tipo III, que se encontra mais superficialmente e
tem menor diâmetro.
• Na ferida, ao contrário da pele íntegra, encontra-se uma proporção maior
de colágeno tipo III.
FASE PROLIFERATIVA - FIBROPLASIA
• Os miofibroblastos alinham-se e ligam-se às fibras de colágeno, puxando-
as em direção a eles. Esse fenômeno é responsável pela contração da
ferida.
• Os fibroblastos também produzem TGF-β (fator transformador do
crescimento beta) FGF (fator de crescimento de fibroblastos) TIMPs
(inibidores de metaloproteinases) e KGF (fator de crescimento dos
queratinócitos), sendo que este último tem ação mais efetiva na
reepitelização
FASE PROLIFERATIVA - ANGIOGÊNESE
• A angiogênese, também chamada de neovascularização, é a formação de
novos vasos.
• Acontece concomitantemente à fibroplasia e epitelização em resposta a
citocinas angiogênicas (fator de crescimento de fibroblastos – FGF, Fator
de crescimento vascular endotelial – VEGF, fator transformador do
crescimento beta - TGF-β)
FASE PROLIFERATIVA - ANGIOGÊNESE
• Os novos vasos surgem por meio de brotamento a partir de vasos pré-
existentes, mediante ação das citocinas angiogênicas, ativação de células
endoteliais, produção de substâncias fibrinolíticas, ruptura da membrana
basal e proliferação de células endoteliais com síntese de nova membrana
basal.
• Esses vasos recém-formados são característicos do tecido de
granulação, e tem por finalidade nutrir e oxigenar os tecidos em
crescimento.
TECIDO DE GRANULAÇÃO
• É um tipo especializado de tecido, 
com aspecto róseo e granular, em 
que ocorre intensa proliferação de 
novos vasos sanguíneos e de 
fibroblastos. Os macrófagos 
continuam presentes, embora em 
menor quantidade, no tecido de 
granulação, removendo restos de 
material, fibrina e outros corpos 
estranhos.
Fonte: Silva et al, 2011.
FASE PROLIFERATIVA - REEPITELIZAÇÃO
• Tem por função reestruturar as funções da epiderme que foram perdidas com a
ocorrência da lesão: proteção mecânica, regulação da temperatura local, defesa
contra microrganismos e barreira hídrica.
• Reestruturar os estratos dos queratinócitos, com seus níveis crescentes de
queratina (basal, espinhoso, granuloso, lúcido e córneo).
• Primeiramente, ocorre a perda de aderência dos queratinócitos à membrana basal
e células adjacentes pela retração dos tonofilamentos (desmossomos e
hemidesmossomos).
FASE PROLIFERATIVA - REEPITELIZAÇÃO
• Em seguida, ocorre a expressão de filamentos de
actina, formação de lamelipódios e clivagem de
elementos da matriz extracelular; logo, migração
dos queratinócitos sobre o leito cruento.
• A migração dessas células cessa pelo contato entre
elas, com posterior síntese de membrana basal e
moléculas de adesão, além da queda da expressão
de substâncias pró-migração. Fonte: https://slideplayer.es/slide/85407/
FASE DE REMODELAMENTO
• Também denominada fase de maturação. 
Mudança de forma, tamanho e aumento da 
resistência da cicatriz.
• Consiste basicamente na reorganização 
das fibras de colágeno e na substituição 
das fibras de colágeno tipo III por 
colágeno tipo I.
• Degradação do colágeno tipo III e 
produção aumentada de colágeno tipo I 
pelos fibroblastos.
Fonte: Silva et al, 2011.
FASE DE REMODELAMENTO
• Reorganização das fibras, passando de aleatórias para entrelaçadas e 
organizadas ao longo da linha de stress.
• Em cerca de um ano ou mais, a ferida atinge proporção entre colágeno 
tipo I e III semelhante à da pele integra. Porém, não iguala a resistência 
fisiológica em 100%
• À medida que o processo avança, a cicatriz perde seu aspecto róseo e 
brilhante, tornando-se esbranquiçada, como uma lesão madura.
• O processo de remodelamento dura entre 12 e 15 meses.
Fonte: Isaac C et al, 2010
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
As feridas cicatrizam por 
diferentes mecanismos a 
depender da sua condição.
Dependendo do grau da lesão, 
reparo e substituição podem 
ocorrer por regeneração 
de primeira, segunda ou 
terceira intenção.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – PRIMEIRA INTENÇÃO
Os limites da ferida são 
aproximados, havendo 
perda mínima de tecido, 
ausência de infecção e 
mínimo edema. 
A formação de tecido 
de granulação não é 
visível.
Exemplo: ferida cirúrgica 
suturada
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – PRIMEIRA INTENÇÃO
Fonte: Hincle e Cheever, 2016
Fonte: Silva et al, 2011.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – SEGUNDA INTENÇÃO
Perda excessiva de 
tecido
Aproximação das 
bordas não é 
possível
Tecido de 
granulação visível
Fechamento da 
ferida por 
contração e 
epitelização
Formação de 
cicatriz com perda 
de função 
especializada
Exemplos: abscesso,lesão por pressão, 
queimaduras, 
úlceras venosas
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – SEGUNDA INTENÇÃO
Fonte: Hincle e Cheever, 2016
Fonte: Silva et al, 2011.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – TERCEIRA INTENÇÃO
Aproximação das 
margens da ferida 
após tratamento 
inicial aberto
Ocorre quando há 
infecção na ferida
Sutura secundária
Ruptura de suturas, 
com tratamento e 
ressutura posterior
Exemplos: 
deiscências
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – TERCEIRA INTENÇÃO
Fonte: Hincle e Cheever, 2016 Fonte: Silva et al, 2011.
FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO DE 
FERIDAS
Fatores sistêmicos
• Idade 
• Condição nutricional
• Vascularização
• Medicamentos sistêmicos
• Doenças de base
• Tabagismo 
Fatores locais
• Infecção local
• Agentes tópicos
• Tecido necrótico
• Suprimento sanguíneo
• Tipo de cobertura
• Edema
• Técnica de curativo
• Corpos estranhos
• Acúmulo de secreções
• Estressores da ferida
FATORES SISTÊMICOS - IDADE
• Quanto mais velho o cliente, menos resistentes são os seus tecido, demandando cuidado 
no manuseio.
• Alterações metabólicas fazem com que a resposta reparadora em idosos seja mais lenta, 
se comparada à do jovem.
• Resposta inflamatória lenta, produção de linfócitos reduzida.
• Alterações vasculares frequentes prejudicam a vascularização e oxigenação na ferida.
• Produção de colágeno deficiente qualiquantitativamente. 
FATORES 
SISTÊMICOS –
CONDIÇÃO 
NUTRICIONAL
Fonte: Silva et al, 2011.
FATORES 
SISTÊMICOS –
CONDIÇÃO 
NUTRICIONAL
• Obesidade pode gerar má perfusão do tecido 
adiposo, associada a comorbidades (diabetes, 
hipertensão), retardando a cicatrização.
• Proteínas influenciam a síntese de colágeno, a 
formação de capilares e a proliferação 
fibroblástica, reduzem o processo catabólico, 
contribuem para o remodelamento da ferida
• Vitamina C, Cobre também favorecem a 
produção de colágeno e tem efeito 
antioxidante, inibindo a formação de radicais 
livres no tecido de granulação
FATORES 
SISTÊMICOS –
CONDIÇÃO 
NUTRICIONAL
• Vitamina E atua como antioxidante, impedindo 
a oxidação dos fosfolipídeos.
• Zinco favorece a epitelização e aumenta a 
resistência da cicatriz
• Fibras e água são importantes para regularizar 
o trânsito gastrointestinal e prevenir 
complicações como diarreia ou constipação.
FATORES 
SISTÊMICOS –
CONDIÇÃO 
NUTRICIONAL
• Arginina – aminoácido essencial para o 
processo de cicatrização pois é o principal 
combustível de fibroblastos e células epiteliais
• Carboidratos e gorduras – fornecem energia 
para fibroblastos e leucócitos. A falta desses 
nutrientes pode alterar o metabolismo, 
levando ao consumo de proteínas e 
aminoácidos para produção de glicose
• Vitamina A aumenta a velocidade de produção 
de colágeno e a fibroplasia
FATORES SISTÊMICOS – CONDIÇÃO NUTRICIONAL
Indivíduos com lesão tecidual 
tem maior necessidade calórica 
que os restritos ao leito sem 
lesão.
Importante lembrar que a 
presença de lesão tecidual e o 
stress fisiológico podem gerar 
alteração na síntese de insulina, 
levando a hiperglicemia e piora 
da qualidade do colágeno 
produzido
FATORES SISTÊMICOS -VASCULARIZAÇÃO
• Hipovolemia – causa vasoconstricção e redução de oxigênio e nutrientes necessários à 
cicatrização.
• As insuficiências venosa e arterial favorecem o desenvolvimento de úlceras em MMII
• Quando a pele já está lesada, a insuficiência vascular compromete a oxigenação dos 
tecidos, retarda a cicatrização e predispõe a infecção
• A hemorragia, por outro lado, promove o acúmulo de sangue em espaços mortos, bem 
como de células mortas, favorecendo o crescimento de microrganismos
FATORES SISTÊMICOS - MEDICAMENTOS
• Corticosteroides podem mascarar a infecção alterando a resposta inflamatória normal.
• Diminuem a resistência a tensão de feridas cicatrizadas, 
• Reduzem taxa de epitelização e neovascularização
• Inibem severamente a contração da ferida
• Suprimem o sistema imune, tornando a ferida mais suscetível a infecção
FATORES SISTÊMICOS - MEDICAMENTOS
• Anti-inflamatórios não esteroidais: promovem vasoconstricção e suprimem a 
resposta inflamatória
• Reduzem a síntese de colágeno
• Diminuem a resistência a tensão e a contração da ferida
• Outras drogas: quimioterápicos, drogas antineoplásicas e imunossupressoras, 
anticoagulantes e alguns antibióticos interferem no processo cicatricial.
• Dor: causa a liberação de epinefrina, com efeito de vasoconstricção periférica, reduzindo 
oxigenação
DOENÇAS DE BASE -
• Diabetes – quando não controlado, reduz a síntese de colágeno, a 
capacidade de fagocitose dos leucócitos, aumentando o risco de infecção. 
• O tecido de granulação de diabéticos é pobre em macrófagos, tem 
menor crescimento de fibroblastos, menor deposição de matriz e 
alterações da angiogênese. 
• O colágeno formado é de menor estabilidade devido à glicosilação das 
fibras. 
DOENÇAS DE BASE -
• Observa-se menor produção de citocinas, assim a epitelização é mais lenta 
e a quimiotaxia é prejudicada.
• O paciente diabético com neuropatia associada e aterosclerose é 
propenso à isquemia tecidual e ao traumatismo repetitivo
• O processo de reparo tecidual em indivíduos com diabetes mellitus é 
lento devido à produção excessiva de espécies reativas de oxigênio e da 
diminuição do óxido nítrico, da reposta aos fatores de crescimento e das 
proteínas da via de sinalização da insulina.
OUTRAS 
DOENÇAS DE 
BASE
Doenças hematológicas,
Doenças imunológicas
Problemas cardiovasculares
Doenças autoimunes
FATORES SISTÊMICOS - TABAGISMO
• O tabagismo diminui a quantidade de hemoglobina funcional no sangue, reduzindo a 
oxigenação tecidual
• Pode aumentar a agregação plaquetária e causar hipercoagulação.
• Nicotina promove vasoconstricção, acarretando hipóxia tecidual significativa
FATORES LOCAIS – INFECÇÃO LOCAL
• A infecção local tem seu maior efeito negativo no metabolismo do colágeno
• Retarda a síntese de colágeno pelos fibroblastos e ao mesmo tempo aumenta 
sua degradação, por estimular os leucócitos a liberar lisozimas (enzimas que 
destroem o colágeno existente).
• Prolonga a fase de inflamação e impede a epitelização
• Altera o metabolismo celular, devido a competição por oxigênio e nutrientes
• Toxicidade microbiana lesa células fundamentais para o processo de cicatrização
FATORES LOCAIS – CONTAMINAÇÃO, COLONIZAÇÃO E 
INFECÇÃO
A infecção implica parasitismo, com interação metabólica e reação inflamatória e imune.
Na colonização, há relação de dependência metabólica com o hospedeiro e formação de 
colônias, sem expressão clínica ou reação imunológica. A microbiota está em equilíbrio
Contaminação é a presença de um microrganismo sobre a superfície epitelial, sem que 
haja invasão tecidual, reação fisiológica ou dependência metabólica com o hospedeiro
FATORES LOCAIS – AGENTES TÓPICOS
• Alguns agentes tópicos tem ação prejudicial no processo cicatricial, retardando-o.
• Diminuição da mobilidade leucocitária no leito da ferida
• Efeito tóxico sobre os fibroblastos
• Prejuízo da síntese de colágeno
• Exemplos: antimicrobianos, antissépticos, corticoides.
FATORES LOCAIS – TECIDO NECRÓTICO
• A presença de tecido necrótico e de corpos estranhos (restos de gaze, restos de 
cobertura anterior, fios de sutura) prolonga a fase inflamatória.
• Células do tecido necrótico liberam substâncias que promovem inflamação.
• Retardo do processo cicatricial.
• Contribuição para cronificação das lesões
• Favorece a proliferação de microrganismos
• Impede migração celular
FATORES LOCAIS – SUPRIMENTO SANGUÍNEO
• Se inadequado, dificulta o suprimento de oxigênio, nutrientes e leucócitos.
• A baixa tensão de oxigênio, numa fase inicial da ferida, estimula a angiogênese 
(pela estimulação de produção de fator de crescimento transformador beta –
TFG beta). Em momento posterior, a alta tensão de O2 proporcionada pela 
angiogênese estimula a diferenciação de células epiteliais para completar oseventos de epitelização.
• Nesse momento, a baixa tensão de O2 inibe a migração de fibroblastos e a 
síntese de colágeno, diminuindo a resistência a tensão na ferida
• Falta de nutrientes retarda a fase inflamatória por interferir no metabolismo 
celular e comprometer a eficiência fagocitária
• Importante lembrar que o edema altera
FATORES LOCAIS – TIPO DE COBERTURA
• Grande variedade
• Vantagens e desvantagens
• Impacto financeiro
• Tanto a eficácia clínica quanto os resultados relacionados com a saúde (p. ex., diminuição 
da dor, aumento da mobilidade) devem ser usados para medir o sucesso de um produto 
para determinada ferida.
FATORES LOCAIS – TÉCNICA DE CURATIVO
• Se realizado com técnica inadequada, possibilita a invasão de bactérias e 
contaminação
• Curativo muito pequeno ou muito apertado podem reduzir o suprimento 
sanguíneo, com redução da oxigenação e de nutrientes.
• O manuseio descuidado lesa os tecidos e retarda a cicatrização.
FATORES 
LOCAIS –
ESTRESSORES 
DA FERIDA
• Produzem tensão nas feridas, 
particularmente no tronco. 
• Vômitos
• Manobra de Valsalva
• Tosse intensa
• Esforço 
ASPECTOS 
FISIOLÓGICOS 
DO PACIENTE 
COM FERIDAS
• Inflamação produz cinco sinais cardinais locais: rubor, 
calor, edema, dor e perda de função.
• Podem ocorrer, também, efeitos sistêmicos como febre, 
leucocitose, perda de apetite, dor, fraqueza
• A inflamação aguda tem por objetivo a proteção do 
corpo, caracterizada por alterações vasculares e 
exsudação local. Tem duração menor.
• Quando permanece o agente causador da inflamação, 
ela passa a ser crônica. Nesse caso, não tem função 
protetora. Podem ocorrer modificações no local da 
ferida, com necrose tecidual e substituição por tecido 
conjuntivo, havendo fibrose e perda de função celular.
ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO PACIENTE COM FERIDAS
Aumento da necessidade 
de aporte de nutriente, 
tanto proteicos quanto 
não proteicos.
A presença de infecção 
aumenta as necessidades 
metabólicas, prolonga a 
fase de inflamação.
Podem haver infecções 
concomitantes e sepse.
Aumento de 
espasticidade em 
pacientes com lesão 
medular
AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE 
LESÕES POR PRESSÃO (LPP)
• A imobilidade, o prejuízo na percepção sensorial ou cognição, a diminuição da perfusão 
tissular, a diminuição do estado nutricional, as forças de atrito e cisalhamento, o aumento 
da umidade e as alterações da pele relacionadas com a idade contribuem para o 
desenvolvimento de lesões por pressão.
AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE 
LESÕES POR PRESSÃO (LPP)
• Os principais fatores de risco envolvidos com o desenvolvimento de LPP são
Pressão 
prolongada nos 
tecidos
Imobilidade ou 
mobilidade 
comprometida
Perda de reflexos 
protetores, déficit/ 
perda sensorial
Má perfusão da 
pele, edema
Desnutrição, 
hipoproteinemia, 
anemia, déficit de 
vitamina
Atrito, forças de 
cisalhamento, 
traumatismo
Incontinência 
urinária ou fecal
Umidade da pele 
alterada: 
excessivamente 
seca ou úmida
Idade avançada, 
debilitação.
AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE 
LPP – ESCALA DE BRADEN
• A literatura menciona três escalas validadas associadas à prevenção de lesões por 
pressão: escala de Norton, Braden e Waterlow, sendo esta última um aprimoramento 
da escala de Norton
• A escala de Braden foi criada em 1987, adaptada para a cultura brasileira em 1999 e tem 
sido aplicada em várias instituições, sendo recomendada pela Anvisa em protocolo de 
prevenção de lesão por pressão.
• Avaliação de aspectos relacionados à formação da lesão, segundo seis parâmetros: 
percepção sensorial, umidade, mobilidade e atividade, nutrição, fricção e cisalhamento.
AVALIAÇÃO DO RISCO DE 
DESENVOLVIMENTO DE LPP –
ESCALA DE BRADEN
• Os cinco primeiros itens recebem pontuação 
de 1-4; fricção e cisalhamento recebem 
pontuação de 1-3.
• Pontuação total varia entre 6 e 23.
• A pontuação total é atribuída em faixas: >16 
pontos, sem risco; 12 a 15 pontos, em risco 
moderado; e < 11 pontos, em alto risco.
AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE 
LPP – ESCALA DE NORTON
• A escala de Norton avalia cinco parâmetros para grau de risco: condição física; 
nível de consciência; atividade; mobilidade; incontinência. 
• Cada parâmetro foi pontuado com valores de 1 a 4. 
• A soma dos cinco níveis produz um escore que varia de 5 a 20 pontos, 
interpretados da seguinte forma: menor ou igual a 14 (risco)< 12 (alto 
risco). 
• Além disso, quanto menor for o somatório final maior será o risco para o 
desenvolvimento de UP
AVALIAÇÃO DO RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE 
LPP – ESCALA DE WATERLOW
A escala de Waterlow possui aspectos avaliativos de grande relevância no estudo do paciente 
hospitalizado. 
Avalia sete tópicos principais: relação peso/ altura (IMC), avaliação visual da pele em áreas de 
risco, sexo/idade, continência, mobilidade, apetite e medicações. 
Além de quatro itens que pontuam fatores especiais de risco: subnutrição do tecido celular, 
déficit neurológico, tempo de cirurgia acima de duas horas e trauma abaixo da medula lombar. 
Quanto mais alto o escore, maior o risco de desenvolver úlcera por pressão, e além disso, 
através do valor do escore os pacientes são estratificados em grupos de risco
Em risco (10-14 pontos); Alto risco (15-19 pontos); Altíssimo risco (>= 20)
PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO DE FERIDAS -
AVALIAÇÃO
• Histórico ou coleta de dados
• Exame físico
• Dados objetivos sobre o cliente: condições gerais, exames laboratoriais e comorbidades
• Avaliação do risco, com base nas condições gerais do cliente e do local da lesão
• Avaliação e classificação adequada da lesão: localização, tempo de evolução, medida do 
tamanho (diâmetro e profundidade), vitalidade do leito e tecidos circunvizinhos, presença de 
secreção e necrose, coloração do leito da ferida, sensibilidade cutânea e comprometimentos
• Diagnóstico adequado do tipo de ferida, suas necessidades e planejamento das ações
PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO DE FERIDAS -
AVALIAÇÃO
• Cada ferida apresenta aspectos específicos a serem observados no decorrer da avaliação. 
• Esta deve responder as seguintes questões:
• Qual é a etiologia?
• Quais fatores presentes podem retardar a cicatrização?
• Qual é a terapia mais adequada?
• Há algum fator de risco corrigível?
• Além disso, é necessário avaliar e monitorar a condição geral do paciente e da ferida 
sistematicamente. Reavaliar e mensurar a ferida, no mínimo, semanalmente, considerando-se o local, 
tipo de tecido, tamanho, presença de túneis, exsudato, presença/ausência de infecção, bordas da ferida, 
classificação, pele periferida, dor e adesão ao tratamento e prevenção
PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO DE FERIDAS -
AVALIAÇÃO
1. Etiologia; 2. Localização; 3. Dimensões;
4. Existência de 
lojas, fístulas e / ou 
trajetos fistulosos;
5. Exsudado; 6. Odor; 7. Dor;
8. Tipo de tecido / 
leito da ferida;
9. Margens da 
ferida e pele peri-
lesional;
10. Sinais de 
colonização crítica 
/ infeção.
PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO DE FERIDAS 
– SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
• Sistema RYB: indicado para feridas que cicatrizam por segunda intenção.
• As feridas são classificadas de acordo com a coloração, que frequentemente reflete o balanço entre 
tecidos novos e necrosados. Classifica as feridas em:
• Importante lembrar que uma mesma ferida pode 
apresentar diferentes combinações de coloração, de acordo
com a profundidade da lesão, terapias utilizadas e condições
locais e gerais. Não deve ser o único parâmetro utilizado.
Amarelas 
(yellow)
Pretas
(black)
Vermelhas 
(red)
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO – RYB 
Vermelhas
• Sítios doadores de 
enxerto,
• Feridas pós-
desbridamento
• Feridas crônicas em 
cicatrização, com 
predominância de 
granulação e epitélio 
novo
• Manter umidade, 
proteger tecidos novos e 
prevenir infecções.
Amarelas 
• Apresentam exsudato 
fibroso, tecidos moles e 
desvitalizados (necrose 
de liquefação)
•Podem estar colonizadas, 
favorecendo infecção.
• Identificar presença de 
infecção e, se presente, 
terapia sistêmica
• Promover desbridamento 
de tecidos desvitalizados
Pretas
• Necrose tecidual com 
desnaturação e aumento 
de fibras colágenas
• Escara espessa, coloração 
entre marrom e preto
• Remover tecido 
necrosado por 
desbridamento.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO – PRESSURE ULCER 
SCALE FOR HEALING (PUSH)
• Proposta pelo NPUAP
• Parte dos parâmetros tamanho da lesão, tipo de tecido e quantidade de exsudato
• Permite a categorização da lesão e auxilia no direcionamento das medidas de intervenção 
em cada uma das fases do processo cicatricial
• Permite avaliar a eficácia das medidas e recursos utilizados e a evolução do processo de 
cicatrização
• Escores que diminuem indicam melhora. Escores maiores apontam deterioração.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO – PRESSURE ULCER 
SCALE FOR HEALING (PUSH)
Fonte: Santos et al, 2005. 
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO – PRESSURE ULCER 
SCALE FOR HEALING (PUSH)
• Comprimento x largura - primeiramente mede-se a ferida em seu maior 
comprimento, no sentido céfalo-caudal. A seguir, uma segunda medida é feita também 
para a maior largura, do lado direito para o esquerdo.
• Multiplicam-se estas duas medidas para obter a área, em centímetros quadrados 
e, então, seleciona-se, no instrumento, a categoria à qual essa medida corresponde, 
registrando-se o subescore obtido, que pode variar de 0 a 10
• Utilizar sempre uma régua métrica graduada e sempre o mesmo método, todas as 
vezes em que a lesão for medida.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO – PRESSURE ULCER 
SCALE FOR HEALING (PUSH)
Fonte: Santos et al, 2005. 
• Quantidade de exsudato: Verificar após a remoção da coberturae antes da 
aplicação de qualquer agente tópico, classificando-a como ausente (0), pequena 
(1),moderada (2) ou grande (3) quantidade.
• Tipo de tecido presente no leito da ferida
• (escore 4) - tecido necrótico (escara): tecido de coloração preta, marrom ou 
castanha que adere firmemente ao leito ou às bordas da ferida e pode apresentar-
se mais endurecido ou mais amolecido, comparativamente à pele periferida.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO – PRESSURE ULCER 
SCALE FOR HEALING (PUSH)
• Tipo de tecido presente no leito da ferida
• (escore 3) - esfacelo: tecido de coloração amarela ou branca que adere 
ao leito da ferida e apresenta-se como cordões ou crostas grossas, 
podendo ainda ser mucinoso.
• (escore 2) - tecido de granulação: tecido de coloração rósea ou 
vermelha, de aparência brilhante, úmida e granulosa.-
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO – PRESSURE ULCER 
SCALE FOR HEALING (PUSH)
• Tipo de tecido presente no leito da ferida
• (escore 1) - tecido epitelial: para as feridas superficiais, aparece como 
um novo tecido róseo ou brilhante (pele) que se desenvolve a partir das 
bordas ou como “ilhas” na superfície da lesão.-
• (escore 0) - ferida fechada ou recoberta: aferida está completamente 
coberta com epitélio (nova pele).
• Somam-se os subescores, obtendo a pontuação, que deverá ser registrada em 
tabela e gráfico para acompanhamento da lesão.
AVALIAÇÃO –
ASPECTO DO 
EXSUDATO
• Exsudato seroso – tipo de exsudato que possui 
origem plasmática
• Exsudato aquoso – aspecto transparente, presente 
em lesões limpas
• Exsudato sanguinolento – característico de lesão 
vasculalr
• Exsudato purulento – aspecto espesso, sendo 
resultado de leucócitos e micro-organismos vivos 
ou mortos, apresentando coloração que pode variar 
entre amarelo, verde ou marrom, de acordo com o 
agente infeccioso.
MARGENS E PELE PERI-LESIONAL
• As condições das margens da ferida e pele peri-lesional são importantes para a 
cicatrização. Uma pele circundante íntegra favorece a epitelização e 
encerramento da ferida.
• Alterações como maceração, eritema, edema, eczema ou celulite são prejudiciais 
para o processo de cicatrização. 
• O seu diagnóstico e tratamento são cruciais já que podem ser indicativos de 
alterações no processo cicatricial (por exemplo, infeção), tratamento local 
inadequado ou cuidados adicionais inexistentes (por exemplo, alívio de pressão).
FINALIDADES DA TERAPIA TÓPICA
Remover corpos 
estranhos
Reaproximar 
margens
Proteger a ferida 
contra 
contaminação, 
infecções e trauma
Promover 
hemostasia
Preencher espaço 
morto e evitar 
formação de sero-
hematomas
Favorecer 
aplicação de 
medicação tópica
Realizar 
desbridamento e 
remover tecido 
necrótico
FINALIDADES DA TERAPIA TÓPICA
Absorver excesso 
de exsudato
Manter a umidade 
da superfície da 
ferida
Fornecer 
isolamento 
térmico
Proteger a 
cicatriz da ferida
Limitar a 
movimentação 
em torno da 
ferida
Propiciar 
conforto 
psicológico
Diminuir 
intensidade da 
dor
TERAPIA TÓPICA
• O tratamento tópico das lesões é constituído de duas etapas:
• Limpeza e/ou desbridamento
• Cobertura 
LIMPEZA
• A prevenção de infecção da ferida inclui limpeza e remoção de tecido não viável
• Recomenda-se utilizar soluções não citotóxicas para a limpeza, para não agredir os 
fibroblastos e não retardar a cicatrização
• Exemplos de soluções citotóxicas (iodo-povidona, acido acético, peróxido de 
hidrogênio)
• Revisão sistemática conduzida por Santos et al (2016) demonstrou que “A água 
corrente foi mais eficaz que o soro fisiológico na redução da taxa de infeção em adultos 
com feridas agudas e crónicas (Nível de evidência 1.a – Revisão sistemática de ECA)”
LIMPEZA
• Estudo de revisão das diretrizes internacionais da Wound, Ostomy and Continence Nurses Society, de 
2003 a 2005, conduzido por Gonçalves, Rabeh e Nogueira (2014)
• A técnica de limpeza deve remover as bactérias do leito da lesão, de forma a não requerer o uso de 
antisséptico. Solução salina ou água de torneira, aplicada com pressão adequada sobre o leito da ferida, 
é suficiente para remover detritos e tecido desvitalizado soltos no leito da ferida
• De acordo com as diretrizes da WOCN, o método de limpeza deve prover pressão suficiente para 
remover detritos, sem causar trauma no leito da ferida. A pressão ótima para limpeza varia de 4 a 15 
psi. No Brasil, uma seringa de 20 ml acoplada a uma agulha 18 Gauge (G) ou calibre 18 (que 
corresponde à agulha 40x12) gera pressão de irrigação de 9 psi, suficiente para remover material 
aderente ao leito da ferida
LIMPEZA
• O guia de consulta rápida para prevenção e tratamento de lesões por pressão, publicado pela EPUAP 
(European Pressure Ulcer Advisory Panel) em parceria com a NPUAP e a Pan Pacific Pressure Injury Alliance 
em 2014 recomenda:
• “Limpar a úlcera por pressão sempre que os pensos forem substituídos.”
• “Limpar a maioria das úlceras por pressão com água potável (ou seja, água adequada para consumo) ou uma 
solução salina normal”.
• “Considerar a utilização de uma técnica asséptica quando o indivíduo, a ferida ou o ambiente de cicatrização 
da ferida estiverem comprometidos”
• Considerar a utilização de soluções de limpeza com agentes surfactantes e/ou antimicrobianos para limpar 
as úlceras por pressão com resíduos, infeções confirmadas, suspeitas de infeção ou suspeitas de níveis 
elevados de colonização bacteriana. .
LIMPEZA
• O guia de consulta rápida para prevenção e tratamento de lesões por pressão, publicado pela EPUAP 
(European Pressure Ulcer Advisory Panel) em parceria com a NPUAP e a Pan Pacific Pressure Injury 
Alliance em 2014 recomenda:
• “Limpar com cuidado as úlceras por pressão com tratos sinusais/tunelizações/cavitações”
• “Aplicar a solução de limpeza com pressão suficiente para limpar a ferida sem danificar os tecidos nem 
introduzir bactérias na ferida”
• “Armazenar e descartar a solução de irrigação utilizada para reduzir a contaminação cruzada” . 
• “Limpar a pele circundante”
DESBRIDAMENTO
• A EPUAP (2014) recomenda “Desbridar o tecidodesvitalizado do interior do leito da 
ferida ou da borda da úlcera por pressão quando tal for adequado ao estado de saúde do 
indivíduo e aos objetivos gerais dos cuidados”. E ressalta que “O desbridamento só deve 
ser realizado quando houver uma perfusão adequada da ferida”
• Os métodos mais comuns utilizados para desbridamento das úlceras por pressão são os 
seguintes: cirúrgico/cortante, cortante conservador, autolítico, enzimático, larval e 
mecânico (incluindo ultrassom e hidrocirurgia).
DESBRIDAMENTO
• Desbridamento autolítico: é um processo que utiliza as próprias enzimas digestivas 
do corpo para degradar o tecido necrótico. A ferida é mantida úmida com curativos 
oclusivos. A escara e os resíduos necróticos são amolecidos, liquefeitos e separados do 
leito da ferida.
• Desbridamento enzimático: Aplicação local de enzimas exógenas (por exemplo, 
colagenase) que degradam a fibrina, o colagénio desnaturalizado e a elastina, promovendo 
a separação do tecido necrótico. A pele perilesional deve ser protegida com produto 
barreira dado o risco de maceração.
DESBRIDAMENTO
• Desbridamento cirúrgico
• Remoção completa do tecido necrótico, realizado em contexto de 
bloco operatório sob anestesia. É o método mais rápido, mas que tem 
os custos mais elevados.
• Desbridamento cortante
• Realizado com lâmina de bisturi, tesoura ou cureta à “cabeceira do 
doente”. É um método rápido, seletivo e que pode ser associado a 
outros tipos de desbridamento (enzimático ou autolítico). Não está 
recomendado em doentes com risco de hemorragia (coagulopatias ou 
anticoagulantes) e em lesões com insuficiência arterial.
DESBRIDAMENTO
• A seleção dos vários métodos descritos nas diretrizes –
autolítico, mecânico, químico ou enzimático, cirúrgico –
depende de alguns fatores como:
• a quantidade de tecido desvitalizado,
• o tempo necessário para o desbridamento,
• as habilidades do profissional para a realização do
procedimento, a necessidade de analgesia e custos.
• Para o manejo da úlcera neuropática, o desbridamento
criterioso de calos e calosidades é fundamental, uma
vez que agravam e retardam a cicatrização
COBERTURA
• A escolha da cobertura está relacionada à capacidade do produto em manter a ferida em 
um ambiente fisiológico, propício ao processo de cicatrização. 
• Segundo as recomendações das diretrizes da WOCN, o leito da ferida deve ser mantido 
úmido. 
• A umidade da borda deve ser controlada, a fim de evitar maceração do tecido. 
• Essa condição é fisiológica ao favorecer a migração das células no leito da lesão, através 
do que ocorre a formação de tecido de reparação e a reepitelização
COBERTURA
• Segundo a EPUAP, deve-se selecionar um penso (curativo) com base na:
• sua capacidade de manter o leito da ferida úmido;
• necessidade de tratar a biocarga bacteriana;
• natureza e volume do exsudado da ferida;
• estado do tecido no leito da úlcera;
• condição da pele perilesional;
• tamanho, profundidade e localização da úlcera;
• presença de tunelizações e/ou cavitações;
• objetivos de cuidados do indivíduo com úlcera.
COBERTURA
• Silva et al (2011) consideram as seguintes características para a escolha da cobertura:
Manter umidade 
na interface 
ferida-cobrtura
Remover o 
excesso de 
exsudato
Permitir a troca 
gasosa
Promover 
isolamento 
térmico
Proporcionar 
proteção contra 
infecção
Ser isento de 
partículas e 
contaminantes
Permitir a 
remoção sem 
traumas
Disponibilidade 
e facilidade de 
aquisição 
Flexibilidade 
Facilidade de 
manuseio
Custo-eficácia
CATEGORIAS DE CURATIVOS
• Curativo semioclusivo: curativo absorvente, comumente utilizado em feridas cirúrgicas. 
Possui diversas vantagens: permite a exposição da ferida ao ar, absorve exsudato e o isola da 
pele saudável adjacente
• Curativo oclusivo: não permite a passagem de ar e fluidos. Funciona como barreira contra 
bactérias. Veda a ferida, impede a perda de fluidos, promove isolamento térmico e das 
terminações nervosas, impede a formação de crosta
• Compressivo: utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo ou promover estase. Auxilia na 
aproximação das margens.
• Sutura com fita adesiva: apropriado para cortes superficiais e de pequena extensão
CATEGORIAS DE CURATIVOS
• Curativos abertos: realizados em ferimentos descobertos e que não tem necessidade de 
serem ocluídos. Algumas feridas cirúrgicas (após 24h), cortes pequenos, escoriações
• Curativos secos: fechado com gaze ou compressa seca
• Úmido: fechado com gaze ou compressa umedecida, com pomada ou soluções prescritas.
• Drenagens: usado em ferimentos com grande quantidade de exsudato, coloca-se drenos, 
tubos, cateteres ou bolsas de colostomia
• Cobertura primária: permanece em contato direto com a lesão
• Cobertura secundária: ficam sobre a cobertura primária, como gazes ou outras
CATEGORIZAÇÃO DOS PRODUTOS QUANTO À 
FUNÇÃO
• Epitelizantes: aceleram o processo de epitelização
• Absorventes: absorvem secreções sobre o leito da lesão
• Desbridantes: substâncias químicas que degradam tecidos
• Antibióticos: substâncias bactericidas e bacteriostáticas que impedem o crescimento 
bacteriano no leito da lesão
• Antissépticos: substâncias que reduzem a microbiota presente em tecidos vivos durante a 
antissepsia
• Protetores: geralmente na forma de coberturas, conferem proteção física ao leito da lesão.
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS
• Grupo: epitelizantes
• Composição: ácidos graxos mais abundantes são o oléico, linoléico e linolênico.
• Essas substâncias promovem aumento da resposta imune; mantém a lesão úmida 
acelerando o crescimento do tecido de granulação; estimulam o processo de cicatrização 
por meio da angiogênese e epitelização, além de ter ação bactericida. 
• Dentre as principais funções do ácido linoleico e o linolênico, destacam-se o 
debridamento autolítico e a formação de uma barreira epidérmica, evitando o 
desenvolvimento de UP, respectivamente.
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS
• Vantagens: fácil aplicação, boa relação custo-benefício, pode ser utilizado com outros 
produtos, em diferentes fases da cicatrização, não contém irritantes da pele.
• Indicações: pode ser usado em qualquer lesão de pele, infectada ou não, em qualquer 
fase da cicatrização. Não indicado para feridas tumorais.
• Desvantagens: requer troca diária e cobertura secundária
• Periodicidade de troca: conforme a saturação da cobertura secundária ou a cada 24h.
AGE
ALGINATO DE CÁLCIO
• Grupo: absorvente e hemostático
• Composição: é um polissacarídeo composto de cálcio, derivado de algumas algas.
• Ação: Realiza a hemostasia, a absorção de líquidos, a imobilização e retenção das 
bactérias na trama das fibras. 
• Propicia desbridamento autolítico pela troca iônica entre o cálcio presente no curativo e 
o sódio do exsudato, transformando as fibras do alginato em um gel suave, fibrinoso, não 
aderente, que mantém o meio úmido ideal para o desenvolvimento da cicatrização. 
ALGINATO DE CÁLCIO
• Vantagens: controla excesso de exsudato e sangramento no leito da lesão, evitando 
trocas constantes de curativo. Pode ser usado para preenchimento de feridas cavitárias
(utilizar apresentação em fita). Pode ser cortado, para se ajustar às dimensões da lesão.
• Indicações: pode ser usado em úlceras infectadas e exsudativas, como as de pressão; 
úlceras traumáticas; áreas doadoras de enxerto; úlceras venosas e deiscentes. Pode ser 
utilizado para preencher os espaços mortos, como cavidades e fístulas. Lesões altamente 
exsudativas, com sangramento, infectadas ou não.
ALGINATO DE CÁLCIO
• Desvantagens: requer cobertura secundária. Adere à ferida se não houver exsudação 
suficiente.
• Contra-indicações: Feridas secas; não deve ser associado a agentes alcalinos
• Periodicidade de troca: Deve ser trocado sempre que estiver saturado. Não deve 
permanecer por prazo maior que 7 dias. Em feridas infectadas, a inspeção deve ser 
frequente e a troca a cada 24h.
ALGINATO DE CÁLCIOCARVÃO ATIVADO E PRATA
• Grupo: Antimicrobiano
• Composição: possui uma cobertura composta de uma almofada contendo um tecido de 
carvão ativado cuja superfície é impregnada com prata, que exerce uma atividade 
bactericida, reduzindo o número de bactérias presentes na úlcera, principalmente as 
gram-negativas.
• Ação O tecido de carvão ativado remove e retém as moléculas do exsudato e as 
bactérias, exercendo o efeito de limpeza. A prata exerce função bactericida, 
complementando a ação do carvão, o que estimula a granulação e aumenta a velocidade 
da cicatrização.
CARVÃO ATIVADO E PRATA
• Vantagens: pode permanecer no leito da lesão por mais de 24h. Pode ser utilizado em 
associação com AGE e alginatos. É eficaz no controle de odor desagradável
• Indicações: feridas infectadas, exsudativas e com odores desagradáveis, superficiais ou 
profundas
• Desvantagens: poderá lesar a pele íntegra ao contato prolongado. Não pode ser 
recortado (a menos que seja feito em apresentação própria para isso). Não pode ser 
utilizado no tecido de granulação, exigindo monitorização constante. Pode ser necessário 
um curativo secundário ou pode ser necessário utilizar em associação com um curativo 
não aderente (primário).
CARVÃO ATIVADO E PRATA
• Contra-indicações: Feridas secas, limpas ou queimadas. Não é aconselhável uso em 
tecido de granulação
• Periodicidade de troca: É uma cobertura primária, com uma baixa aderência, podendo 
permanecer de três a sete dias quando a UP não estiver mais infectada. No início, a troca 
deverá ser a cada 24 ou 48 horas, dependendo da capacidade de absorção.
• Observação: nas úlceras pouco exsudativas e nos casos de exposição osteotendinosa, 
deve ser utilizado com restrições, devido à possibilidade de ressecamento do local da 
lesão.
CARVÃO ATIVADO COM PRATA
CURATIVOS COM PRATA
• Grupo: antimicrobiano
• Composição: diferentes materiais (hidrocoloides, hidrofibras, alginato, poliuretano) 
impregnados com prata em diferentes percentagens
• Ação: bactericida e bacteriostática
• Vantagens: prevenção da contaminação bacteriana. Reduz risco de colonização. 
CURATIVOS COM PRATA
• Indicações: barreira microbiana em lesões por pressão, diabéticas, venosas, arteriais e 
mistas. Queimaduras, áreas doadoras e receptoras de enxerto. Feridas com risco ou sinais de 
infecção
• Desvantagens: deve ser umedecido com água estéril (pode ser contraindicado utilizar 
solução salina – verificar recomendação do fabricante). É necessário curativo secundário. Não 
utilizar produtos à base de óleo ou com antimicrobiano 
• Contra-indicações: conhecida sensibilidade a prata. Não é compatível com produtos a base 
de petrolatum
• Periodicidade de troca : pode permanecer na ferida entre 3 e 7 dias
CURATIVOS COM PRATA
FILMES SEMIPERMEAVEIS
• Grupo : protetores/ coberturas finais ou secundárias
• Composição: membrana de poliuretano, coberto com adesivo hipoalergênico
• Ação: mantém um ambiente úmido entre a UP e o curativo, favorece o desbridamento 
autolítico, protege contra traumas, ajudando a cicatrização. A umidade natural reduz a 
desidratação e a formação de crosta, o que estimula a epitelização.
• Vantagens Pode proporcionar barreiras bacterianas e virais, dependendo de sua 
porosidade. Permite visualizar a úlcera, além de permanecer sobre a mesma por vários 
dias, diminuindo o número de trocas. Pode também ser utilizado como curativo 
secundário. Adapta-se facilmente aos contornos do corpo
FILMES SEMIPERMEÁVEIS
• Indicações: feridas secas, que cicatrizam por primeira intenção, queimaduras. Como 
cobertura secundária, inclusive sobre hidrogel, a fim de promover desbridamento 
autolítico. Para a prevenção de feridas, fixação de dispositivos. Curativo de punções. 
Proteção de áreas de epitelização.
• Desvantagens: pode provocar reações de sensibilidade local. Poderá ser permeável a 
alguns agentes tópicos de veículo aquoso. Pode enrolar em áreas de muita fricção 
(cóccix). Não tem capacidade absorvente.
• Contra-indicações: feridas exsudativas, necrosadas e infectadas. Não utilizar em pós-
operatório imediato com possibilidade de exsudação da ferida operatória. 
• Periodicidade de troca: pode permanecer até 7 dias, ou conforme a necessidade de 
troca da cobertura primária.
FILMES 
SEMIPERMEÁVEIS
FATORES DE CRESCIMENTO
• Grupo: crescimento celular
• Composição: fator de crescimento derivado de plaquetas, constituído por dois 
polipeptídeos idênticos + ingrediente ativo (Becaplermin) + conservantes + estabilizantes 
em uma base de carboximetil celulose
• Ação: age na membrana celular (ativa a tirosinaquinase que entra em contato com o 
DNA, estimulando a divisão e proliferação celular).
• Vantagens: aceleração do processo de reparação tecidual, em função da aceleração da 
granulação. Ativa macrófagos e fibroblastos
FATORES DE CRESCIMENTO
• Indicações: lesões de difícil cicatrização, que já experimentaram diversas terapêuticas sem 
sucesso
• Desvantagens - requer troca diária no mesmo horário (1x/dia - 12 horas depois, lavar com 
solução salina e fazer outro curativo, mantendo o meio úmido); - requer cobertura 
secundária; - eficácia ainda não comprovada para não diabéticos; - custo elevado.
• Contra-indicações: Em clientes fora de possibilidade terapêuticas, em função do alto custo. 
Feridas infectadas, altamente exsudativas
• Periodicidade de troca: - requer troca diária no mesmo horário (1x/dia - 12 horas depois, 
lavar com solução salina e fazer outro curativo, mantendo o meio úmido); - requer cobertura 
secundária; - eficácia ainda não comprovada para não diabéticos; - custo elevado.
FATORES DE CRESCIMENTO
• Importante: Aviso do fabricante em sua página na internet!
• Taxa aumentada de mortalidade associada a malignidade
• Uma taxa aumentada de mortalidade secundária a malignidade foi observada em 
pacientes tratados com 3 ou mais tubos de Gel REGRANEX em um estudo de coorte 
retrospectiva pós-comercialização. O REGRANEX Gel só deve ser usado quando se 
espera que os benefícios superem os riscos. REGRANEX Gel deve ser utilizado com 
precaução em doentes com malignidade conhecida 
FATORES DE CRESCIMENTO
• Com relação ao uso em lesões por pressão, a EPUAP (2014) recomenda:
• Considerar a utilização de fatores de crescimento derivados de plaquetas no tratamento 
das úlceras por pressão de Categoria/Grau III e IV com dificuldades de cicatrização. 
(Força da Evidência = B)
• Devido a evidência insuficiente para sustentar ou refutar a utilização de fatores de 
crescimento (para além do fator de crescimento derivado de plaquetas recombinante) no 
tratamento das úlceras por pressão, esses não são atualmente recomendados para uso 
rotineiro. 
FATORES DE CRESCIMENTO CELULAR
HIDROPOLÍMEROS
• Grupo: absorventes/ espumas
• Composição: camada interna com hidropolímero, intermediária feita em falso tecido e 
camada externa com poliuretano (impermeável à agua e permeável ao vapor)
• Ação: absorção de exsudato, eliminação do excesso de umidade na forma de vapor. Evita 
maceração das margens.
• Vantagens: Não adere ao tecido, evitando danos. Acelera desbridamento autolítico. 
Algumas apresentações são transparentes, permitindo a monitorização da lesão. Pode ser 
utilizado sob bandagens de compressão. Algumas apresentações são autoadesivas, o que 
dispensa cobertura secundária.
HIDROPOLÍMEROS
• Indicações: Feridas com baixo a moderado exsudato (indicação do fabricante). Lesões 
por pressão, úlceras venosas, arteriais, mistas e diabéticas.
• Desvantagens – apresentação em tamanhos padronizados, impossibilita o corte e 
adequação às diferentes partes do corpo. 
• Contra-indicações: feridas secas
• Periodicidade de troca: Poderá ser trocado a cada 48h (Siva et al, 2011). Os 
fabricantes orientam que não permaneça mais que 5-7 dias. Necessário avaliar a 
exsudação da ferida e a saturação da cobertura
HIDROPOLÍMEROS
HIDROGEIS
• Grupo: umidificantes e aceleradores dodesbridamento autolítico
• Composição: hidrogel (água e carboximetilcelulose), associado ou não a alginato de 
cálcio
• Ação: proporciona meio úmido, favorece desbridamento autolítico.
• Vantagens: pode ser utilizado em várias fases da cicatrização. Garante excelente 
umidade no leito das lesões. Pode permanecer de 1-3 dias, a depender da quantidade de 
exsudato e do tipo de cobertura. Com gaze, troca diária; com filme transparente, até 3 
dias. Comercializados na forma de gel amorfo e em lâminas flexíveis. 
HIDROGEIS
• Indicações: feridas secas, limpas e superficiais. Em enxertia, úlceras e queimaduras
• Desvantagens – não poderá ser utilizado em qualquer tipo de lesão. Risco de 
maceração da pele perilesional (dosar bem a quantidade).
• Contra-indicações: feridas secas
• Periodicidade de troca: Poderá ser trocado a cada 48h (Siva et al, 2011). Os 
fabricantes orientam que não permaneça mais que 5-7 dias. Necessário avaliar a 
exsudação da ferida e a saturação da cobertura
HIDROGEIS
HIDROCOLOIDES
• Grupo: umidificantes e aceleradores do desbridamento autolítico
• Composição: carboximetilcelulose, pectina e gelatina, camada externa de poliuretano.
• Ação: curativo interativo. Em contato com o exsudato, as partículas de celulose se 
expandem e se transformam em gel, mantendo meio úmido e favorecendo o 
desbridamento autolítico.
• Vantagens: pode ser utilizado em várias fases da cicatrização. Preserva o tecido de 
granulação. Garante meio úmido. Apresentações com variados formatos, auxiliando 
adaptação a regiões de contornos difíceis (joelhos, cotovelos, calcanhares, região sacral). 
Apresentação em lâminas, pó ou gel. Mudança de cor indica necessidade de troca do 
curativo. Pode ser associado a alginatos.
HIDROCOLOIDES
• Indicações: feridas secas, com dano parcial de tecido, com ou sem necrose, com pouco 
exsudato (moderado no máximo). Feridas cirúrgicas que cicatrizam por primeira 
intenção. Anvisa recomenda que feridas cirúrgicas, com cicatrização por primeira 
intenção e sem exsudação, sejam deixadas expostas até remoção da sutura
• Desvantagens –Risco de maceração da pele. Algumas apresentações exigem cobertura 
secundária. Apresentam odor peculiar ao serem removidos
• Contra-indicações: queimaduras de 3º grau, lesões com dano expressivo, feridas 
infectadas, principalmente as fúngicas. Lesões por pressão graus 3 e 4.
• Periodicidade de troca: Poderá permanecer até 7 dias. Necessário avaliar a exsudação 
da ferida e a saturação da cobertura (mudança de cor)
HIDROCOLOIDES
DESBRIDANTES ENZIMÁTICOS
• Grupo: desbridantes enzimáticos
• Composição: enzimas proteolíticas. 
✓Papaína (enzima proteolítica, obtida a partir do látex de folhas, caules e frutos do vegetal 
Carica papaya Linne)
✓Fibrinolisina + cloranfenicol (uso não recomendado, devido ao risco de hipoplasia de 
medula óssea)
✓Colagenase – colagenase e vaselina
DESBRIDANTES ENZIMÁTICOS
• Ação: proteólise, ou seja, degradação de proteínas em aminoácidos, degradando tecido 
desvitalizado. A preservação dos tecidos viáveis se deve, no caso da papaína, à ação da a-
1- antitripsina (antriprotease). No caso da colagenase, a proteção do colágeno viável se 
deve à presença de bainhas de glicosaminoglicanas no colágeno intacto, impedindo sua 
degradação.
• Vantagens: acelera a fase defensiva do processo de cicatrização. Tem baixo custo. 
Estimulam a força tênsil da cicatriz. Fácil manejo. A papaína tem vantagem adicional 
devido à possibilidade de utilização em todas as fases da cicatrização, alterando apenas a 
concentração do produto. 
DESBRIDANTES ENZIMÁTICOS
• Indicações: Desbridamento químico
• Desvantagens – podem agredir os tecidos, se utilizados incorretamente. Tem 
instabilidade e exigem coberturas secundárias. Necessidade de troca diária. Relato de dor 
após aplicação da papaína. 
• Contra-indicações: feridas limpas e granuladas
• Periodicidade de troca: diária
PAPAÍNA
• Pode ser apresentada na forma de pó, gel. Creme e spray podem ser manipulados.
• Deve ser mantida livre de luz e umidade, em recipiente fechado e refrigerado. É inativada 
na presença de ferro.
• Preconiza-se para tecido de granulação, uma concentração de 2% de papaína; na presença 
de necrose de liquefação, 4 a 6% e na necrose de coagulação, 8 a 10%, após escarectomia
SULFADIAZINA DE PRATA
• Grupo: antimicrobianos
• Composição: sulfadiazina de prata e excipientes
• Ação: antimicrobiano tópico
• Vantagens: Baixo custo e fácil aquisição
• Desvantagens: pode prejudicar a visualização do leito da lesão, por se tratar de um 
creme de difícil absorção. Deixa resíduos sobre a lesão. Exige frequência de troca elevada 
(diária ou a cada 12h em caso de lesões muito exsudativas). Exige cobertura secundária. 
SULFADIAZINA DE PRATA
• Indicações: controle do crescimento bacteriano em feridas infectadas e tecido 
necrosado. Prevenção da colonização e tratamento de queimaduras.
• Contra-indicações: pacientes com hipersensibilidade a prata. Uso por crianças 
prematuras. Mulheres grávidas nos últimos três meses de gestação. Menores de 2 meses 
de idade (segundo a bula do fabricante).
• Periodicidade de troca: diária ou a cada 12h.
SULFADIAZINA DE PRATA
• Evidências Cochrane: 
✓2016- Em lesões por pressão, os efeitos dos tratamentos com antibióticos tópicos não 
são claros. Onde foram encontradas evidências, elas por vezes favoreceram ao 
tratamento sem antibióticos. 
✓2017- Existe evidência moderada de que queimaduras tratadas com mel, em média, tem 
mais chances de cicatrizar com o tempo, comparadas às tratadas com antibióticos 
tópicos.
✓2013- O maior volume de evidências sugere que a sulfadiazina de prata está associada a 
um aumento significativo nas taxas de infecção da queimadura e maior tempo de 
internação em comparação com curativos ou substitutos da pele; essa evidência não é 
clara ou tem alto risco de viés.
COLÁGENO
• Grupo : crescimento celular
• Composição: partículas hidrofílicas de colágeno de origem bovina. Existem ainda os 
compostos de colágeno (90%) e alginato (10%).
• Ação o colágeno promove granulação e epitelização; quimiotáxico para macrófagos e 
fibroblastos. O alginato controla o exsudato, formando um gel que mantém o meio 
úmido. Tem também ação hemostática por aumento da agregação plaquetária. 
• Vantagens: remove o excesso de exsudato; diminui a inflamação local e o edema; 
acelera o processo cicatricial. Pode ser cortado, A formação do gel não causa trauma 
tecidual na remoção, mantendo meio úmido.
COLÁGENO
• Indicações: feridas crônicas, sem evolução, idealmente sem necrose e/ou infecção
• Contraindicações: hipersensibilidade. Não usar em queimaduras de terceiro grau ou 
feridas com exsudação leve
• Desvantagens. Custo elevado. Exige aplicação de curativo secundário, conforme a 
exsudação da ferida
• Troca : uma vez ao dia em feridas infectadas. A cada 48h em feridas limpas. Em lesões 
muito exsudativas, a troca deve ser feita conforme a saturação do curativo secundário. 
COLÁGENO
GAZE NÃO ADERENTE
• Grupo : curativos não aderentes
• Composição: gaze de acetato de celulose ou poliéster hidrófobo, que podem não estar 
impregnada ou serem impregnadas com petrolato, PVPI a 10%, ácidos graxos essenciais e 
aloe vera.
• Ação evitam aderência do curativo à ferida, permitindo o fluxo para o curativo 
secundário, não interferindo com o tecido de regeneração, e evitam a dor durante a 
troca
• Vantagens: preservam o tecido de granulação, não provocam trauma na retirada, 
permitem adaptações aos locais. Redução da dor na remoção do curativo anterior. Pode 
ser cortado.
GAZE NÃO ADERENTE
• Contraindicações: hipersensibilidade. Apresentações impregnadas com petrolatum são 
incompatíveis com curativos com prata
• Desvantagens. Necessita curativo secundário. Apresentações impregnadas com 
antissépticos podem ser tóxicas para os fibroblastos.
• Troca : podem permanecer na ferida de um a três diasGAZE NÃO ADERENTE
HIDROFIBRA
• Grupo : curativos absorventes
• Composição: carboximetilcelulose sódica
• Ação Têm um elevado poder de absorção. A absorção é feita na vertical e o exsudado é 
retido, provocando a sua transformação num gel, evitando a maceração do tecido 
perilesional.
• Vantagens: Alto poder de absorção (até 25 – 30 vezes o seu peso). Encontrado na 
forma de lâmina ou fita. Proporcionam meio úmido, com redução da dor e 
potencialização do desbridamento autolítico. Pode ser utilizado em trajetos fistulosos e 
para preenchimento de cavidades. O preenchimento não deve exceder 80% de sua área, 
devido à expansão da cobertura.
HIDROFIBRA
• Contraindicações: hipersensibilidade. Apresentações impregnadas com petrolatum são 
incompatíveis com curativos com prata
• Desvantagens. Necessita curativo secundário. É possível ocorrer pequenos pontos de 
sangramento devido à estimulação de neoangiogênese. 
• Troca : podem permanecer até 7 dias, ou serem trocadas antes se saturadas.
HIDROFIBRA
ACETATO DE CELULOSE PERMEÁVEL AO VAPOR
• Grupo : membranas/ películas
• Composição: compostos de acetato de celulose, semipermeável e semitransparente.
• Ação mantém o meio úmido, tem permeabilidade seletiva.
• Vantagens: Não necessita troca, as bordas devem ser cortadas à medida que se 
soltam. Pode ser cortado e adaptado. Visibilidade, barreira eficaz. Custo baixo
ACETATO DE CELULOSE PERMEÁVEL AO VAPOR
• Contraindicações: hipersensibilidade. Feridas infectadas.
• Desvantagens. Necessita curativo secundário. Requer habilidade para aplicação. 
• Troca : não necessita.
POLIHEXANIDA
• Grupo : antissépticos
• Composição: polihexametileno biguanida (PHMB). Pode ser apresentado como solução 
de irrigação ou em gel, placas ou tiras constituídas por fibras de celulose associadas a 
PHBM
• Ação polihexanida tem um amplo espetro antimicrobiano eficaz contra bactérias 
aeróbias e anaeróbias, MRSA e VRE, fungos e leveduras.
• Vantagens: elimina mau cheiro. Boa tolerância cutânea. Não há relato de resistência 
microbiana. Retira camadas de fibrina de forma indolor. Não apresenta citotoxicidade
ACETATO DE CELULOSE PERMEÁVEL AO VAPOR
• Contraindicações: hipersensibilidade. 
• Desvantagens. Necessita curativo secundário. 
• Estabilidade: até 8 semanas após aberto
• Grupo : bandagens
• Composição: bandagem inelástica impregnada com óxido de zinco a 10%, associado a 
petrolato e agentes antissépticos e estimulantes da cicatrização
• Ação constituído pelas bandagens de curto estiramento, que são recomendadas para 
pacientes que deambulam, em casos nos quais não exista edema no membro acometido, 
pois a compressão ocorre pelo processo de contração e relaxamento da panturrilha.
• Vantagens: adapta-se ao contorno das pernas, é flexível, e seu custo é relativamente 
baixo, podendo ser preparada em farmácias hospitalares ou de manipulação. 
BOTA DE UNNA
BOTA DE UNNA
• Contraindicações: úlceras arteriais e mistas. Presença de infecção ou miíase. 
Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula
• Desvantagens. Requer habilidade para aplicação
• Troca: deverá ser trocado semanalmente. A troca será mais frequente em caso de 
desconforto, vazamento de exsudato, sinais clínicos de infecção, dormência e latejamento
dos dedos ou outras irritações dermatológicas locais.
BANDAGEM COMPRESSIVA
• Grupo : bandagem compressiva
• Composição: sistema de bandagem de compressão multicamadas. 
✓Curativo à base de espuma de poliuretano e polietilenoglicol (PEG) revestido com filme de 
poliuretano perfurado em ambos os lados (10 cm x 10 cm). Fica em contato direto com a 
ferida. Material não aderente.
✓Bandagem Nº1 – acolchoada e produzida em poliéster e fibras de celulose (preserva áreas de 
proeminência óssea e absorve exsudato)
✓Bandagem Nº 2 – Aplicada sobre a primeira bandagem. É uma bandagem de compressão 
adesiva confeccionada com tecido de algodão e nylon revestido com fio de polímero 
elastomérico sintético e é disponível para três diferentes faixas de circunferências de 
tornozelos. 
BANDAGEM COMPRESSIVA
• Ação: aplicação de compressão graduada em tratamentos de úlceras venosas das pernas 
e outras condições associadas. Redução de pressão no sistema venoso superficial, 
reduzir edema, melhorar retorno venoso. Promove uma pressão de 40 mmHg no 
tornozelo, decrescendo gradualmente até o joelho promovendo uma compressão ótima 
requerida para a reversão da hipertensão venosa. 
• Vantagens: as bandagens podem ser reutilizadas após lavagem (alguns fabricantes 
recomendam uso único)
• Contraindicações: úlceras arteriais e mistas. Pernas com circunferência do tornozelo 
menor que 18cm. Hipersensibilidade conhecida a algum dos componentes.
• Desvantagens: não se recomenda uso direto de bandagem elástica sobre a ferida. 
Necessário curativo primário.
BANDAGENS COMPRESSIVAS E BOTA DE UNNA
EVIDÊNCIAS COCHRANE:
• 2012 -A compressão aumenta as taxas de cicatrização da úlcera em comparação com 
nenhuma compressão. 
✓Os sistemas de múltiplos componentes são mais eficazes que os sistemas de componente 
único. Sistemas multicomponentes contendo uma bandagem elástica parecem ser mais 
eficazes do que aqueles compostos principalmente de constituintes inelásticos. 
✓ Sistemas de bandagem de dois componentes parecem ter o mesmo desempenho que o 4LB 
(four-layer bandage). 
✓ Pacientes que recebem o 4LB curam mais rápido do que aqueles alocados no SSB (short 
stretch bandage). 
✓Mais pacientes curam em sistemas de alta compressão do que com o SSB. Mais dados são 
necessários antes que a diferença entre meias de alta compressão e 4LB possa ser 
estabelecida.
TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA (TPN)
• A TPN é um tipo de tratamento ativo da ferida que promove sua cicatrização em 
ambiente úmido, por meio de uma pressão subatmosférica controlada e aplicada 
localmente.
• Espuma ou gaze
• Contato como o leito 
da ferida incluindo 
túneis e cavidades
Material de 
interface
• Oclui totalmente a 
ferida em relação ao 
meio externo
Película adesiva 
transparente • Conectado à ferida 
por meio de tubo 
• Reservatório adaptado
• Programação de 
parâmetros e alarmes
Dispositivo 
computadorizado
TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA (TPN)
Mudança na conformação do citoesqueleto – estímulo a proliferação celular e angiogênese
Estímulo à formação de tecido de granulação
Modulação da resposta inflamatória local
Aumento do fluxo sanguíneo à ferida
Redução do edema e controle de exsudato
Redução das dimensões da ferida
TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA (TPN) 
• Indicações: lesões por pressão, feridas traumáticas, deiscências, queimaduras, feridas 
necrotizantes, feridas diabéticas, úlceras venosas, enxertos de pele, abdome aberto 
(necessário espuma especial), prevenção de deiscências, feridas inflamatórias (presentes 
na anemia falciforme e em doenças reumatológicas, como artrite reumatoide e 
esclerodermia), feridas por radiação (radiodermites e radionecroses), outras úlceras 
vasculares (arteriais, isquêmicas e neuropáticas), feridas tunelizadas ou cavitárias (para 
redução do espaço morto), bem como sobre matriz dérmica acelular (permitindo sua 
integração mais precoce ao leito da ferida).
• Contraindicações: presença de necrose sobre o leito da ferida; presença de tecido 
com malignidade; osteomielite sem tratamento; fístulas não entéricas ou não exploradas; 
exposição de vasos, nervos, órgãos ou sítios de anastomoses.
TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA (TPN) 
• Indicações: lesões por pressão, feridas traumáticas, deiscências, queimaduras, feridas 
necrotizantes, feridas diabéticas, úlceras venosas, enxertos de pele, abdome aberto 
(necessário espuma especial), prevenção de deiscências, feridas inflamatórias (presentes 
na anemia falciforme e em doenças reumatológicas, como artrite reumatoide e 
esclerodermia), feridas por radiação (radiodermites e radionecroses), outras úlceras 
vasculares (arteriais, isquêmicas e neuropáticas),

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