Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
60 3.6. Princípios gerais de administração para Fayol 3.6.1. – Divisão do Trabalho: consiste na especializa- ção das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência. 3.6.2. – Autoridade e Responsabilidade: autori- dade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si. 3.6.3. – Disciplina: depende da obediência, apli- cação, energia, comportamento e respeito aos acor- dos estabelecidos. 3.6.4. – Unidade de Comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. 3.6.5. – Unidade de Direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo. 3.6.6. – Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares da empresa. 3.6.7. – Remuneração do Pessoal: deve haver jus- ta e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. 3.6.8. – Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. 3.6.9. – Cadeia escalar: é a linha de autoridade que 61 vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio de comando. 3.6.10. – Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. 3.6.11. – Equidade: amabilidade e justiça para al- cançar a lealdade do pessoal. 3.6.12. – Estabilidade do Pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organiza- ção. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa. 3.6.13. – Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. 3.6.14. – Espírito de Equipe: a harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças para a organização. 3.7. Teoria da organização A Teoria Clássica recebe a organização como se fosse uma estrutura. Essa maneira de conceber a estrutura organizacional é influenciada pelas con- cepções antigas de organização (militar e eclesiásti- ca) tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Nesse as- pecto, a Teoria Clássica não se desligou do passado. A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando, ou seja, uma linha de autoridade que in- terliga as posições da organização e define quem se subordina a quem. A cadeia de comando, também 62 denominada cadeia escalar, baseia-se no princípio da unidade de comando, que significa que cada em- pregado deve se reportar a um só superior. Para a teoria Clássica, a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise) ao con- trário da abordagem da Administração Científica. 3.8. O princípio escalar Fayol enfatiza a organização linear, a estrutura organizacional que apresenta forma piramidal. Nela ocorre a autoridade linear, baseada na unidade de comando e que é o oposto da supervisão funcional proposta pela Administração Científica. Fayol e seus seguidores discordam da supervisão funcional por acharem que ela constitui uma negação da unidade de comando, princípio vital para a coordenação das atividades da organização. Na organização linear, os órgãos que compõem a organização são denomina- dos órgãos de linha e seguem o princípio escalar – ou princípio da unidade de comando. 63 PRESIDENTE DIRETOR GERENTE SUPERVISOR CHEFE EXECUÇÃO 3.9. Elementos da administração para Luther Gulick 3.9.1. – Planejamento (planning): é a tarefa de tra- çar as linhas gerais das coisas que devem ser feitas e dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objetivos da empresa. 3.9.2. – Organização (organizing): é o estabeleci- mento da estrutura formal de autoridade, por meio da qual as subdivisões de trabalho são integradas, de- finidas e coordenadas para o objetivo em vista. 3.9.3. – Assessoria (staffing): é a função de prepa- rar e treinar o pessoal e manter condições favoráveis 64 de trabalho. 3.9.4. – Direção (directing): é a tarefa contínua de tomar decisões e incorporá-las em ordens e instru- ções específicas e gerais, e ainda de funcionar como líder da empresa. 3.9.5. – Coordenação (coordinating): é o estabe- lecimento de relações entre várias partes do trabalho. 3.9.6. – Informação (reporting): é o esforço de man- ter informados, a respeito do que se passa aqueles, pe- rante o qual o chefe é responsável; pressupõe a existên- cia de registros, documentação, pesquisa e inspeções. 3.9.7. – Orçamento (buggeting): é a função relacio- nada à elaboração, execução e fiscalização orçamentá- ria, ou seja, o plano fiscal, a contabilidade e o controle. 3.10. Princípios da administração para Urwick 3.10.1. – Princípio da Especialização: cada pessoa deve preencher uma só função. O que determina uma divisão especializada do trabalho. Esse princípio dá ori- gem à Organização de linha, à de staff e à funcional. 3.10.2. – Princípio de Autoridade: deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo da organização até cada indivíduo de base. 3.10.3. – Princípio da Amplitude Administrativa: cada superior deve ter certo número de subordina- 65 dos. O superior tem pessoas para supervisionar, bem como as relações entre as pessoas que supervisiona. O número ótimo de subordinados varia segundo o nível e a natureza dos cargos, complexidade do tra- balho e preparo dos subordinados. 3.10.4. – Princípio da Definição: os deveres, a au- toridade e a responsabilidade de cada cargo e suas relações com os outros cargos devem ser definidos por escrito e comunicados a todos. 3.11. Apreciação crítica da teoria clássica As críticas à Teoria Clássica são numerosas. To- das as teorias posteriores da Administração preocu- param-se em apontar falhas, distorções e omissões nessa abordagem que representou durante várias dé- cadas o figurino que serviu de modelo para as orga- nizações. As principais críticas à teoria Clássica são: 3.11.1. Abordagem Simplificada da Organização Formal Os autores clássicos concebem a organização em termos lógicos, formais, rígidos e abstratos, sem considerar seu conteúdo psicológico e social. Limitaram-se à organização formal, estabelecendo 66 esquemas lógicos, segundo os quais as organizações devem ser construídas e governadas. Nesse sentido, são prescritivos e normativos: como o administrador deve conduzir-se em todas as situações através do processo administrativo e os princípios gerais que deve seguir para obter a máxima eficiência. A preo- cupação com as regras do jogo é fundamental. 3.11.2. Abordagem prescritiva e normativa da Teoria Clássica Princípios gerais da administração Divisão do trabalho Unidade de comando Especialização Organização formal Amplitude de controle MÁXIMA EFICIÊNCIA 3.11.3. Ausência de Trabalhos Experimentais 67 A Teoria Clássica pretendeu elaborar uma ciên- cia da Administração substituindo o empirismo e a improvisação por técnicas científicas. Porém, os au- tores clássicos fundamentam seus conceitos na ob- servação e no senso comum. Seu método é empírico e concreto, baseado na experiência direta e no prag- matismo, e não confronta a teoria com elementos de prova. Suas afirmações dissolvem-se quando postas em experimentação. A designação de “princípios” às suas proposições é criticada como um procedimento presunçoso. As ideias mais importantes são catalo- gadas como princípios, o que provocou críticas, pois o princípio utilizado como sinônimo de lei, deve, como esta, envolver um alto grau de regularidade e consistência, permitindo razoável previsão em sua aplicação, tal como acontece nas outras ciências. 3.11.4. Extremo Racionalismo na Concepção da Administração Os autores clássicos preocupam-se com a apre- sentação racional e lógica das suas proposições sacri- ficando a clareza das suas ideias. O abstracionismo é o formalismo são criticadospor levarem a análise da Administração à superficia- lidade, super simplificação e falta de realismo. A con- cepção da Administração como um conjunto de prin- 68 cípios universalmente aplicáveis provocou a denomi- nação Escola Universalista. Alguns autores preferem, pelo espírito pragmático e utilitarista, a denominação Teoria Pragmática. O pragmatismo do sistema leva-o a apelar à experiência direta e não representativa para obter soluções aplicáveis de modo imediato. 3.11.5. “Teoria da Máquina” A teoria Clássica recebe a denominação de teo- ria da máquina pelo fato de considerar a organização sob o prisma do comportamento mecânico de uma máquina: a determinadas ações ou causas decorrem determinados efeitos ou consequências dentro de uma correlação determinística. A organização deve ser arranjada tal como uma máquina. Os modelos ad- ministrativos correspondem à divisão mecanicista do trabalho: a divisão do trabalho é a mola do sistema. A abordagem mecânica, lógica e determinística da or- ganização foi o fator que conduziu erradamente os clássicos à busca de uma ciência da Administração. 3.11.6. Abordagem Incompleta da Administração Tal como ocorreu na Administração Cientí- fica, a Teoria Clássica preocupou-se apenas com a 69 organização formal, descuidando-se da organização informal. O foco na forma e a ênfase na estrutura levaram a exageros. A teoria da organização formal não ignorava os problemas humanos da organização, porém não conseguiu dar um tratamento sistemático à interação entre pessoas e grupos informais nem aos conflitos intra-organizacionais e ao processo decisório. 3.11.7. Abordagem do Sistema Fechado A Teoria Clássica trata a organização como se ela fosse um sistema fechado e hermético compos- to de algumas variáveis conhecidas e previsíveis e de alguns aspectos que são manipulados por meio de princípios gerais e universais. Predomina a lei da causa e efeito. Mantendo essa filosofia, a escola clássica permite uma abordagem simplificada. Sem mudar sua base, ela pode absorver novos elementos como fatores adicionais em sua filosofia. 3.12. Confronto entre as teorias de Taylor e Fayol 70 Taylor Aumentar a eficiência da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional Ênfase nas tarefas Teoria Científica Fayol Teoria Clássica Ênfase na estrutura Aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização e das suas inter-relações estruturais 71 73 Questões 1. A Teoria Clássica da Administração (ou Fayo- lismo) é uma escola de pensamento administrativo, idealizada pelo engenheiro francês Henri Fayol, a partir da década de 1910. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência. Tam- bém é caracterizada pelo olhar sobre todas as esfe- ras da organização (operacionais e gerenciais), bem como na direção de aplicação do topo para baixo (da gerência para a produção). O modo como Fayol encarava a organização da empresa valeu à Teoria Clássica a impostação de abordagem anatômica e estrutural. Cite as seis funções básicas que toda em- presa apresenta. 2. Para Fayol, as funções administrativas coorde- nam e sincronizam as demais funções, por isso estão acima delas. A função de administração é, por isso, a única que formula um programa de ação geral e coordena as demais. Hoje, essa visão está ultrapas- sada. Nomes como Produção, Finanças, Marketing, Recursos Humanos, Logística, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) representam áreas muito mais conhecidas nas organizações. No entanto, essas áre- as nada mais são que evoluções da visão de Fayol. 74 Quais são as funções básicas do Administrador? 3. Do ponto de vista didático, costuma-se dividir a Escola Clássica ou Teoria Clássica da Administração em dois grupos: o primeiro grupo encabeçado por F. Taylor chamado “Administração Científica”; e o segundo liderado por H. Fayol, denominado “Teo- ria Clássica da Administração”. Assim, a abordagem clássica da Administração cobre duas áreas distintas: a operacional, de Taylor, com ênfase nas tarefas; e a administrativa, de Fayol, com ênfase na estrutura organizacional. A abordagem típica dessa Escola é a ênfase nas tarefas e seu nome deriva da aplicação de métodos científicos (observação, experiência, re- gistro, análise) aos problemas da administração, com vistas a alcançar maior eficiência industrial, produzir mais, a custos mais baixos. Quais as diferenças bási- cas existentes nas teorias de Taylor e Fayol?
Compartilhar