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 ISSN 1980-0894 Dossiê, Vol.8 Nº3, Ano 2013 
 
 
NUTRICOSMÉTICOS – LEGISLAÇÃO NACIONAL 
NUTRICOSMÉTICS – NATIONAL LAW 
 
 
Silvia Midori Izumi Morimoto1 
Letícia de Cassia Valim Dias2 
Célio Takashi Higuchi3 
 
 
RESUMO 
O mercado de cosméticos apresenta-se como um dos setores de maior crescimento 
na última década. Aliado a este crescimento com desenvolvimento científico e 
tecnológico nos últimos dez anos foram surgindo novos conceitos no segmento do 
mercado de cosmética, como é o caso de nutracêuticos, cosmecêuticos e mais 
recentemente os nutricosméticos. São produtos com novas categorias e conceitos, uma 
vez não é nem cosméticos e nem alimentos. Porém, por se tratar de um tema novo, 
pouco estudo tem a respeito principalmente na esfera jurídica. O presente estudo tem 
por objetivo de levantar o conceito de nutricosmético, bem como, a legislação pertinente 
(ao tema), com a finalidade de contribuir para os estudos sobre o setor de cosméticos e 
alimentos. 
Palavras chaves: Nutricosmético, alimentos funcionais, legislação brasileira 
 
1 Acadêmica do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética – Centro Universitário Senac – São Paulo 
2Professor (a)/Orientador (a) do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética – Centro Universitário Senac – São 
Paulo email: leticia.cvdgoncalves@sp.senac.br 
 
3 Professor (a)/Orientador (a) do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética – Centro Universitário Senac – São 
Paulo email: celio.thiguchi@sp.senac.br 
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 ISSN 1980-0894 Dossiê, Vol.8 Nº3, Ano 2013 
 
 
ABSTRACT 
The cosmetics market is presented as one of the fastest growing sectors in the last 
decade. Allied to this growth with scientific and technological development in the last 
ten years new concepts have emerged in the market segment of cosmetics, such as 
nutraceuticals, cosmeceuticals and more recently nutricosmetics. They are products with 
new categories and concepts, since it is neither cosmetic nor food. However, because it 
is a new theme, few study has about it mainly concerned in the legal field. The present 
study aims to bring the concept of nutricosmetics, as well as the pertinent legislation, in 
order to contribute to studies on the cosmetics and food industry. 
Keywords: nutricosmetic, functional foods, Brazilian legislation 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O mercado de cosméticos tem um papel destaque na economia brasileira com 
grande crescimento, transformando o mercado mundial do setor. Atualmente, o Brasil 
ocupa a terceira posição do mercado mundial de produtos de higiene pessoal, 
perfumaria e cosméticos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de 
Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) divulgou 
recentemente os dados do Euromonitor Internacional. 
 
Conforme a tabela da ABIHPEC, o mercado brasileiro foi o que mais cresceu, 
com um aumento de 18,9%, somente no período entre 2010 e 2011. Uma comparação 
pode ser feita em relação aos países de maior mercado cosmético, que é o norte-
americano e o japonês. Nos Estados Unidos houve um crescimento de 3,9% e no Japão, 
de 9% desse mercado, nesse período. Isso represente para o país, um faturamento de 
US$ 43 bilhões no ano de 2011. No Japão esse faturamento chegou a US$ 47, 2 bilhões 
e nos Estados Unidos, chegou à cifra de US$ 63 bilhões (ABIHPEC 2010). 
 
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 ISSN 1980-0894 Dossiê, Vol.8 Nº3, Ano 2013 
 
Tabela 1 – Mercado Mundial de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumes e 
Cosméticos 
Higiene Pessoal, 2010 2011 
 
Perfumaria e US$ Milhões US$ Milhões 
Cresciment
o 
Participaçã
o 
Cosméticos 
(Preço ao 
consumidor) 
(preço ao 
consumidor) % % 
Mundo 387.727,10 425.866,50 9,8 
 1 Estados 
Unidos 60.774,00 63.086,40 3,9 14,8 
2 Japão 43.381,70 47.267,70 9 11,1 
3 Brasil 36.186,90 43.028,50 18,9 10,1 
4 China 23.879,40 27.704,30 16 6,5 
5 Alemanha 17.730,30 19.419,90 9,5 4,6 
6 França 16.079,10 17.294,70 7,6 4,1 
7 Reino Unido 15.592,80 17.019,80 9,2 4 
8 Rússia 12.373,00 14.187,00 14,7 3,3 
9 itália 12.158,10 12.964,70 6,6 3 
10 Espanha 10.473,30 11.007,40 5,1 2,6 
Top Tem 258.598,60 272.980,40 9,9 64,1 
 
Fonte: ABIHPEC 2011 
 
Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o 
Brasil é o primeiro mercado em perfumaria e desodorantes; segundo mercado em 
produtos para cabelo, produtos para higiene oral, masculinos, infantil, proteção solar; e 
o terceiro em produtos cosméticos; quarto em depilatórios; quinto em pele, conforme 
dados do Euromonitor (ABIHPEC, 2011). Nesse mercado de cosméticos em 
transformação, também surgem novos produtos, bem como novos conceitos, criando 
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novos nichos e segmentos. Nesta última década apareceram os cosméticos com 
conceitos de sustentabilidade, de saudáveis como orgânicos e também os 
nutricosméticos. 
Nos últimos dez anos foram surgindo novos conceitos no segmento do mercado 
de cosmética, como é o caso de nutracêuticos, cosmecêuticos e mais recentemente os 
nutricosméticos. São produtos com novas categorias e conceitos, uma vez não é nem 
cosméticos e nem alimentos. O presente estudo tem por objetivo de levantar essa nova 
categoria e o conceito de nutricosmético, bem como, a legislação pertinente ao tema, 
com a finalidade de contribuir para os estudos sobre o setor de cosméticos e alimentos. 
 
NUTRICOSMÉTICOS 
O termo nutricosméticos deriva da combinação do conceito de alimento, fármaco 
e cosmético (GRAMMENOU, 2008 apud CORREIA, 2012), sendo como a última 
tendência da indústria da beleza, caracterizado pela ingestão de alimentos com o 
propósito de melhorar os aspectos estéticos e também a saúde. Para Mellage (2008), 
nutricosméticos são produtos para administração oral, formulados e comercializados 
especificamente para propósitos de beleza, podendo ser apresentados na forma de 
pílulas, alimentos, líquidos ou comprimidos.O conceito de beleza de dentro para fora, 
são caracterizados pelo uso de dieta e de suplementos orais para produzir benefícios na 
aparência física (DRAELOS, 2010). Assim, surge uma nova classe de produtos no 
mercado, os nutricosméticos. 
Partindo deste conceito de beleza, a indústria cosmética procura a emergência de 
produtos cujo objetivo é prevenir o envelhecimento cutâneo sem abordagens invasivas 
(peeling químicos, físicos, lasers, injeções de preenchimentos, entre outros). Desde 
então, indústrias começaram a lançar suplementos em cápsulas para a beleza no 
mercado mundial. Quando esses primeiros produtos foram desenvolvidos, os objetivos 
eram estimular a drenagem excedente de fluídos para reduzir o aspecto da celulite. 
Hoje, diferentes categorias de suplementos alimentares têm sido desenvolvidas, 
direcionadas às diferentes necessidades da pele, tanto dermocosméticas quanto 
dermatológicas (RONA e BERARDESCA, 2008). 
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Rona e Berardesca (2008) apud Anunciato (2011), dispõe que a abordagem 
racional para o tratamento da pele é baseado no efeito sinérgico das substâncias 
funcionais aplicadas localmente, onde o problema se estabelece, e outros agentes com 
ação interna que corrigem, restauram funções alteradas ou condições para garantir a 
correta ingestão de nutrientes ou substâncias ativas. 
A deficiência nutricional de vitaminas, minerais ou ácidos graxos essenciais acaba 
ocasionando problemas cutâneos. A moderna ciência nutricional está desenvolvendo 
uma nova compreensão na relação entre ingestão de alimentos e a saúde, bem como, o 
interesse nas dietas e ingredientes específicos, bem como, os suplementos na redução de 
riscos para aparência da pele. (BOELSMA, 2001). Desta forma, as indústrias 
cosméticas,em parceria com a indústria de alimentos, colocou uma nova categoria de 
produtos que prometem melhorar a aparência da pele, dos cabelos e unhas. Esses 
produtos são formulados com vitaminas C e E, ácidos graxos ômega 3 e ômega 6, 
coenzima Q10, chá verde, entre outras substâncias, prometendo prevenir o 
envelhecimento, a queda dos cabelos, o fortalecimento de unhas e até a diminuição da 
celulite (BOELSMA, 2001; RONA e BERARDESCA, 2008; DRAELOS, 2010; 
ANUNCIATO, 2011). Os benefícios atribuídos a este compostos incluem redução do 
envelhecimento cutâneo, fortalecimento dos anexos da pele como unhas e cabelos e 
redução da adiposidade (FROST e SULLIVAN apud CORREIA, 2012). 
Trata-se de uma tendência que está a ganhar popularidade em todo o mundo 
devido ao desejo crescente dos consumidores irem além correlação às soluções 
convencionais de beleza. A combinação de fatores como, as pressões ambientais e 
sociais e o surgimento da “cultura do corpo”, associadas ao envelhecimento da 
população e maior educação para a saúde, são susceptíveis de conduzir a uma 
aceleração ainda maior desse ritmo (KING, 2011 apud CORREIA, 2012). Por se tratar 
de um produto relativamente novo no mercado brasileiro, os nutricosméticos não se 
enquadram nem na categoria de cosméticos e nem na categoria de alimentos. A Anvisa 
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o órgão fiscalizador tanto alimentos, como 
para os cosméticos, e enquadra os nutricosméticos na categoria de alimentos funcionais. 
No trabalho apresentado por ANUNCIATO (2011, apud MELLAGE, 2008), os 
nutricosméticos é uma intersecção das indústrias de cosméticos e alimentos (figura 1). 
Outras áreas de intersecção são apresentadas, como os cosmecêuticos, formados pelas 
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indústrias de cosméticos e medicamentos, e os nutracêuticos, resultado da convergência 
das indústrias de medicamentos e alimentos. 
 
Figura 1 
Convergência entre nutricosméticos, nutricêuticos e cosmecêuticos 
 
Fonte: MELLAGE, 2008 
Destacamos alguns produtos lançados no Brasil, publicado na Cosmetics & 
Toiletries (2011): 
 
 
Cosméticos 
Medicamentos Alimentos 
Nutricosmético 
Cosmecêutico 
Nutracêuticoo 
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- Beauty’In, a linha de “aliméticos” é composta de três variantes: beatycandy 
(balas a base de colágeno hidrolisado), beatydrink (bebida com vitaminas e minerais), 
e a última a do portifólio, a beautybar (cereais em cubos, com colágeno, vitaminas e 
antioxidantes). Há uma versão especial, com ácido fólico, para gestantes. 
- Biolab, o Reaox, com ação antioxidante direcionada à prevenção da formação 
de radicais livres, é o primeiro nutricosmético da linha dermatológica da empresa. O 
produto é formulado com luteína purificada, um agente antioxidante que aumenta a 
hidratação e a elasticidade da pele. 
- Biomarine, a marca destaca a criação do primeiro nutricosméticos em spray 
oral do mundo, o Bioinova. A formulação traz licopeno, geleia real, vitamina C e E e 
colágeno hidrolisado. 
- Biotec Democosméticos, o Bio-Arct provém da Chrondus Crispus, alga 
vermelha que vive nas profundezas do Mar Ártico, cuja sobrevivência só é possível 
devido à concentração de peptídeos, que tem a finalidade de proteger a pele contra as 
agressões externas, auxiliar na cicatrização cutânea, hidratar e estimular o crescimento 
celular, proporcionando produção de colágeno. 
- Imedeen, o último lançamento é o Imedeen Radiant Complexion. O produto 
combina o complexo biomarinho (que estimula a síntese das fibras de colágeno e 
elastina para melhorar a densidade e a estrutura da pele). 
- Innéov, o Nutri-Care é um concentrado com ômega-3 que protege a fibra 
capilar contra as agressões externas, amenizando a queda dos cabelos. 
- Nutricé, a tecnologia Actilease confere ao Nutricé Sun Rescue a absorção dos 
componentes da formulação, que traz licopeno, betacaroteno e vitamina E. As cápsulas 
preparam a pele para exposição ao sol e oferecem contra os efeitos dos raios UV. 
- Nutrilatina, a Rennovee Beauty Solution, um dos 15 itens da linha Rennovee, é 
um suplemento que combina as vitaminas A, C e B6 e E com biotina, cobre, zinco e 
cromo. A proposta é fortalecer os cabelos, as unhas e firmeza da pele. 
COSMECÊUTICOS 
Os cosmecêuticos enquadram-se na interseção das indústrias cosméticas e 
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farmacêuticas. Os termo cosmecêutico foi estabelecido por Albert Klingman no 
National Scientific Meeting of de Society of Cosmetic Chemiss (1984) referindo-se a 
produtos topicamente que não são meramente cosméticos (que enfeitam ou camuflam a 
pele), pois são capazes de alterar o status da pele, não sendo porém, considerados 
medicamentos (KLIGMAN, 2005 apud ANUNCIATO, 2011). 
Reszko, Berson e Lupo (2009 apud ANUNCIATO, 2011), dividem os 
cosmecêuticos em sete categorias principais de produtos: fotoprotetores solares, 
antioxidantes, anti-inflamatórios, clareadores, reparadores de colágeno, esfoliantes e 
reparadores da barreira/hidratantes. Os consumidores da geração denominada como 
baby-boomers, indivíduos nascidos entre 1946 e 1964, caracterizados pela avidez na 
redução de sinais do envelhecimento e na suavização de outras imperfeições cutâneas, 
são os maiores influenciadores para o crescimentos dos cosmecêuticos (KUMAR, 2005 
apud ANUNCIATO, 2011). 
Os cosmecêuticos podem proteger a pele contra o fotodano e, em alguns casos, 
repará-la por meio de estímulo de produção de colágeno novo. Além disso, associado à 
prescrição de retinóides e fotoprotetores, podem ser usados como coadjuvantes no 
processo de rejuvenescimento cutâneo (CHOI; BENSON, 2006 apud ANUNCIATO, 
2011). 
NUTRACÊUTICOS 
O termo nutracêutico foi definido por Stephen DeFelice, fundador e presidente da 
Fundação para Inovação em Medicina (Foundation for Innovation in Medicine –FIM) 
como “um alimento ou parte de alimento que proporciona benefícios médicos para 
saúde incluindo a prevenção e/ou tratamento de doença. Tais produtos podem variar 
desde nutrientes isolados, suplementos dietéticos e dietas, a alimentos geneticamente 
modificados, alimentos funcionais, produtos herbais e alimentos processados tais como 
cereais, sopas e bebidas” (ANUNCIATO, 2011). 
Vários nutracêuticos podem ser produzidos através de métodos fermentativos com 
o uso de microorganismos considerados como GRAS (Generally Recognized as Safe). 
Os nutricêuticos podem ser classificados como fibras dietéticas, ácidos graxos, poli-
insaturados, proteínas, peptídeos, aminoácidos ou cetoácidos, minerais, vitaminas 
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antioxidantes e outros antioxidantes (glutationa, selênio) (ANDLAUER E FÜRST, 2002 
apud MORAES e COLLA, 2006). 
Segundo Moraes e Colla (2006), o alvo dos é significativamente diferente dos 
alimentos funcionais, por várias razões, enquanto que a prevenção e o tratamento de 
doenças (apelo médico) são relevantes aos nutracêuticos, apenas a redução de risco da 
doença estão envolvidos como os alimentos funcionais. Aos nutracêuticos incluem 
suplementos dietéticos e outros tipos de alimentos, os alimentos funcionais devem estar 
na forma de um alimento comum (KWAK e JUKES, 2001 apud MORAES e COLLA, 
2006). 
Com base nas acima informações, o Quadro 1 apresenta uma visão geral das 
principais diferenças entre os produtos comercializados com os conceitos de 
nutricosméticos, nutracêuticos e cosmecêutico (ANUNCIATO, 2011). 
 
Quadro 1 – Principais diferenças entre nutricosméticos, nutracêuticos e 
cosmecêuticos 
 
Nutricosméticos Cosmecêuticos Nutracêuticos 
Forma de 
apresentaçãoSuplementos em 
cápsulas 
Formulações 
cosméticas 
Suplementos em 
cápsulas 
ao consumidor ou alimentos como como cremes, loções, ou alimentos como 
 
bebidas, balas e sprays, xampus. bebidas, balas, 
 
iogurtes. 
 
Iogurtes 
Apelos Apelos de beleza: Apelos de beleza: Apelos médicos: 
 
antiruga, anticelulite, antiruga, anticelulite, Cardioprotetores 
 
antiacne, antiqueda antiacne, antiqueda Neuroprotetores 
 
Capilar capilar Osteoprotetores 
Via de administração Oral Tópica Oral 
 
Fonte: ANUNCIATO, 2011 
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ALIMENTOS FUNCIONAIS 
O termo necessidade nutricional pode ser definido como as quantidades de 
nutrientes e de energia disponíveis nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir 
para satisfazer suas necessidades fisiológicas normais e prevenir sintomas de 
deficiências. Assim, as necessidades nutricionais representam valores fisiológicos 
individuais que ser expressam em médias para grupos semelhantes da população 
(CUPPARI, 2005). 
A seleção de alimento é muito complexa e influenciada por vários fatores. Embora 
se saiba que quando os alimentos não estão disponíveis é bem provável que ocorram 
deficiências, por outro lado a abundância por si só não assegura ótima nutrição devido 
ao componente comportamental que determina a escolha de alimentos (CUPPARI, 
2005). 
Nos anos 1960, surgiram os primeiros estudos científicos que comprovaram a 
ligação entre alimentação e saúde, apontando para os impactos negativos do excesso de 
gordura e açúcar. Na década de 1980, os produtos diet e light começaram a ser 
comercializados, com sucesso (RAUD, 2008). 
De acordo com Heasman e Mellentin (2001 apud RAUD, 2008), foram os 
japoneses que "inventaram" os alimentos funcionais. O médico Minoru Shirota 
descobriu os benefícios da bactéria Lactobacillus casei para a regulação do trânsito 
intestinal na década de 1930, quando trabalhava junto aos população carente e 
desnutridos. Ele fundou a Companhia Yakult Honsha em 1955 e começou a produzir as 
garrafinhas de 65 mililitros de leite fermentado que conheceram progressivamente um 
sucesso mundial. 
O termo alimento funcional foi inicialmente introduzido pelo governo do Japão 
em meados de 1980 como o resultado de esforços para desenvolver alimentos de 
possibilitassem a redução dos gastos com a saúde pública (STRINGHETA et al, 2007). 
O Japão foi pioneiro na formulação do processo de regulamentação específica 
para os alimentos funcionais. Refere-se a alimentos processados, similares em aparência 
aos alimentos convencionais, usados como parte da dieta normal e que demonstraram 
benefícios fisiológicos e, ou, reduziram o risco de doenças crônicas, além de suas 
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funções básicas nutricionais (STRINGHETA et al, 2007). 
Os alimentos ou nutrientes funcionais são aqueles que, além das funções 
nutricionais básicas produzem efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde 
(MOREIRA e CHIARELLO, 2008). Para Silva e Mura (2010), alimentos funcionais são 
aqueles que, em razão das propriedades fisiologicamente ativas de seus componentes 
alimentícios, oferecem benefícios à saúde que vão além da nutrição básica, ou seja, 
além de fornecer os nutrientes, podem prevenir ou tratar algumas doenças. 
Alguns alimentos funcionais, quando consumidos de maneira adequada, 
mostraram benefícios na prevenção e no tratamento de várias doenças, principalmente 
as cardiovasculares, por meio de diferentes mecanismos, entre eles: redução dos níveis 
de colesterol sanguíneo, diminuição na formação de placas de gordura nas artérias e 
redução na formação de radicais livres (SILVA e MURA, 2010). 
Como é o caso da aveia Quaker®, em 1997, a Administração de Alimentos e 
Remédios (Food and Drug Administration – FDA) aprovou a primeira alegação de 
saúde nos Estados Unidos para um produtos alimentício. A Quaker® comprovou que o 
consumo de 3 gramas de fibra beta-glucana presente em 40 gramas de farinha de aveia 
ou 60 gramas de farelo de aveia poderia reduzir em 5% a taxa do colesterol no plasma 
(UNNEVEHR; HASLER, 2000 apud FRANCO, 2012). 
Pode-se dizer que essa forma de rever o alimento é o resultado do 
desenvolvimento científico e tecnológico que levou à necessidade de reconhecimento 
das relações entre os vários componentes dos alimentos e de seu papel na manutenção 
da saúde do ser humano que os consome (CUPPARI, 2005). 
 
LEGISLAÇÃO NACIONAL 
 
Constituição Federal 
A Constituição Federal foi promulgada em 05/10/1988, no art. 196, assim dispõe: 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
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universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” 
(BRASIL1). 
Com a Constituição, o direito à saúde foi elevado à categoria de direito subjetivo 
público, num reconhecimento de que o sujeito é detentor do direito e o Estado o seu 
devedor, além, é obvio, de uma responsabilidade própria do sujeito que também deve 
cuidar de sua própria saúde e contribuir para a saúde coletiva. Hoje, compete ao Estado 
garantir a saúde do cidadão e da coletividade (SANTOS, 2005). 
No Brasil, a saúde é um direito social, inscrito na Constituição Federal de 1988, 
que também instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) como meio de concretizar esse 
direito. O art. 200 da Constituição Federal estabelece, em seus incisos I e VI, a 
competência do SUS para controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias 
de interesse para a saúde, e também fiscalizar e inspecionar alimentos, bebidas e águas 
para consumo humano (LUCCHESE, 2013). 
Para regulamentar a estrutura e o funcionamento do SUS foi aprovada a Lei 
Orgânica da Saúde – Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 – que dispõe sobre as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes. Essa lei afirma, em seu art. 6º, que estão 
incluídas, no campo de atuação do SUS, a vigilância epidemiológica, a vigilância 
sanitária, a saúde do trabalhador e a assistência terapêutica integral, inclusive 
farmacêutica (LUCCHESE, 2013). 
As ações da vigilância sanitária tem exatamente o propósito de implementar as 
concepções e atitudes éticas a respeito da qualidade das relações, dos processos 
produtivos, do ambiente e dos serviços. Por este motivo é que se entende que esta área é 
um instrumento importante, tanto para a reversão do nosso antigo modelo assistencial 
de saúde, quanto para alimentar ou enriquecer os processos indispensáveis à construção 
da cidadania em nosso país (LUCCHESE, 2013). 
 
Código de Defesa do Consumidor 
A Lei 8.078 de 11/09/1990, institui o Código de Defesa do Consumidor (CDC) 
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(BRASIL2). Destacamos aqui, os principais artigos no que concerne relação de 
consumidor de nutricosmético. 
Ao fornecedor cabe assegurar que os produtos ou serviços postos no mercado de 
consumo sejam seguros, não causem danos, de qualquer espécie, aos consumidores. O 
CDC tem várias normas a respeito. O art.6º, tratando dos direitos básicos do 
consumidor, estabelece a proteção da vida, saúde e segurança contra o risco provocados 
por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. 
O art. 8º, a seu turno, consigna: “Os produtos e serviços colocados no mercado de 
consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os 
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-
se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas 
a seu respeito” (BRAGANETTO, 2012). 
Na ocorrência de dano, segundo o art. 12, a responsabilidade será do fabricante, o 
produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, 
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como 
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Bem como, 
o comerciante é igualmente responsável, caso os fabricante, construtor, produtor ou 
importador não puderem ser identificados. (BRASIL2). 
O CDC dispõe ainda em seu art. 36, que a publicidade seja veiculada de modo que 
o consumidor perceba que está diante de um anúncio publicitário. Há, nas mensagens 
publicitárias, evidente e legítimo interesse de vender o produto ou serviço. São por isso 
mesmo, informações encharcadas de parcialidades. O consumidor tem o direito 
subjetivo de identificar a mensagem que vê ou lê ou ouve é publicitária (BRAGA 
NETTO, 2012). Esse dispositivo legal adota o princípio da identificação da publicidade, 
ou seja, não pode haver publicidade camuflada: precisa estar evidente para o 
consumidor que ele está assistindo um anúncio publicitário (RIOS et al, 2001). 
Segundo o parágrafo único do art. 36, o fornecedor deve guardar consigo 
elementos técnicos, fáticos, científicos que comprovem as qualidades apregoadas do 
produto ou serviços. Não se trata, naturalmente, de obrigar o fornecedor a fornecer 
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segredos próprios da atividade empresaria. A lei não exige isso, e seria absurdo se 
exigisse. O que se busca é fazer com que as informações publicitárias sejam dotadas, 
realmente, de verdade e correção. Isto é, que o fornecedor não aluda a propriedade 
inexistentes ou fantasiosas do produto ou do serviço. Temos, mais uma vez, o princípio 
da boa-fé objetiva permeando as relações de consumo (BRAGA NETTO, 2012). 
Seja por necessidade ou desejos, é de suma importância para o consumidor que 
sua expectativa com o consumo não se transforme em uma frustação (SILVA, 2008). 
Assim, como o conceito de nutricosmético implica na promoção da beleza através de 
um corpo saudável (CORREIA, 2012), necessário que o consumidor seja 
adequadamente informado para que não seja induzido a erro (BRAGA NETO, 2012), 
uma vez que a compra é efetuada sem a supervisão médica. 
Decreto-Lei 986/69 
O Decreto-Lei 968 de 21/10/1969 (BRASIL3), instituiu as normas básicas de 
alimentos, e no seu artigo art. 1º dispõe que a defesa e a proteção da saúde individual ou 
coletiva, no tocante a alimentos, desde a sua obtenção até o seu consumo. 
O art.º 2, define todos os tipos de alimentos, mas os que nos interessa é o alimento 
enriquecido, disposto no inciso IV, como todo alimento que tenha sido adicionado de 
substância nutriente com a finalidade de reforçar o seu valor nutritivo (BRASIL3). 
Sendo este controle, registro e fiscalização pelos órgãos competentes do Ministério da 
Saúde. 
Muito embora, neste período não houvesse muitos estudo sobre alimentos 
enriquecidos, bem como, a definição de alimento funcionais tenha surgido somente na 
década de 1980, há uma preocupação do legislador com este tipo de alimento e que o 
mesmo necessidade de fiscalização. 
Lei nº 6.360 de 23/09/1976 
A lei nº 6.360/76, dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os 
medicamentos as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes 
e outros produtos (BRASIL4). 
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No artigo 1º, além dos itens anteriormente citados, são também sujeitos a 
vigilância sanitária, os produtos de higiene, os cosméticos, perfumes, saneantes 
domissanitários, produtos destinados a correção estética (BRASIL4). 
Mais adiante no artigo 3º, define cada um dos itens relacionados na legislação, e 
no seu inciso II, traz a definição de nutrimentos, como substâncias constituintes de 
alimentos de valor nutricional, incluindo proteínas, gorduras, hidratos de carbono, água, 
elementos minerais e vitaminas (BRASIL4). 
Aqui novamente podemos notar a preocupação do legislador ao definir 
nutrimentos, e entender que esta classe de alimentos necessita de uma atenção especial 
com relação a fiscalização e registro. 
Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
A lei 9.782 de 26/01/1999, define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, e 
criada a ANVISA, vinculado ao Ministério da Saúde (BRASIL5), regulamentado pelo 
Decreto nº 3.571, de 21/08/2000 (BRASIL6). 
Desta forma, a ANVISA é criada para coordenar o Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária, para fomentar e realizar estudos e pesquisas no âmbito de suas 
atribuições, conceder registro de produtos, proibir fabricação, cancelar registro, etc. 
Incube a ANVISA, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que 
envolvam risco à saúde pública, como é o caso de alimentos, inclusive bebidas, águas 
envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites contaminantes 
orgânicos, resíduos de agrotóxicos e medicamentos veterinários; cosméticos, produtos 
de higiene pessoal e perfumes; quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de 
risco à saúde, obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda 
submetidos a fontes de radiação (BRASIL5). 
Considerando que, o nutricosmético não é nem cosmético nem alimento, a 
ANVISA enquadra os produtos nutricosméticos na categoria de alimentos funcionais, 
porque produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos por meio da atuação de um 
nutriente na manutenção do organismo. Para ANVISA, o cosmético age topicamente, 
portanto, só é aprovado para uso externo. Assim, produtos ingeridos não são 
considerados cosméticos e necessitam de outro tipo de registro, bem como, de normas 
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mais criteriosas. 
A legislação brasileira não define alimentos funcionais. Define a alegação de 
propriedade funcional e alegação de propriedade de saúde e estabelece as diretrizes para 
sua utilização, bem como as condições de registro para os alimentos com alegação de 
propriedade funcional e, ou, de saúde (STRINGHETA, et al 2007). 
A ANVISA aprovou as seguintes regulamentações que trata das os alimentos 
funcionais: 
a) Resolução nº 16/1999, que trata de procedimentos para registro de alimentos e 
ou novos ingredientes, cuja característica é de não necessitar de um Padrão de 
Identidade e Qualidade (PIQ) para registrar um alimento, além de permitir o registro de 
novos produtos sem histórico de consumo no país e também novas formas de 
comercialização para produtos já consumidos (BRASIL7). 
Segundo a ANVISA, alimentos e, ou novos ingredientes são alimentos ou 
substâncias sem histórico de consumo no país, ou alimentos com substâncias já 
consumidas, e que, entretanto venham a ser adicionadas ou utilizadas em níveis muito 
superiores aos atualmente observados nos alimentos utilizados na dieta regular. Os 
alimentos que vierem a ser consumidos nas formas de cápsulas, comprimidos ou outras 
formas farmacêuticas, e que não apresentem alegação de propriedade funcional e/ou 
saúde cientificamente comprovada devem ser trazer no rótulo a afirmação “O Ministério 
da Saúde adverte: Não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento 
previna, trate ou cure doenças”. (STRINGHETA et al, 2007) 
b) Resolução nº 17/1999, aprova o regulamento técnico que estabelece as 
diretrizes básicas para avaliação de risco e segurança de alimentos que prova, baseado 
em estudos e evidências científicas, se o produto é seguro sob o ponto de vista à saúde 
ou não (BRASIL8). 
c) Resolução nº 18/1999, aprova o regulamento técnico que estabelece diretrizes 
básicas paraanálise e comprovação de propriedades funcionais e/ou saúde, alegadas em 
rotulagens de alimentos (BRASIL9). 
A alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde é permitida em caráter 
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opcional. O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde 
pode, além das funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzirem 
efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro 
para o consumo sem a supervisão médica (BRASIL9). 
As alegações podem fazer referências à manutenção geral da saúde, ao papel 
fisiológico dos nutrientes e não nutrientes e à redução de risco de doenças. Não são 
permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças 
(BRASIL9; BRASIL10). 
São permitidas alegações de função ou de conteúdo para nutrientes e não 
nutrientes, podendo ser aceitas aquelas que descrevem o papel fisiológico do nutriente 
ou não nutriente, no desenvolvimento e funções normais do organismo, mediante 
demonstração de eficácia. Para os nutrientes com funções plenamente reconhecidas pela 
comunidade científica não será necessária a demonstração de eficácia ou análise da 
mesma para alegação funcional na rotulagem (BRASIL9). 
Assim, a alegação de propriedade funcional, é aquela relativa ao papel metabólico 
ou fisiológico que uma substância (seja nutriente ou não) tem no crescimento, 
desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano. 
Já a alegação de propriedade de saúde, é aquela que afirma, sugere ou implica a 
existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição 
relacionada a saúde, porém, não são permitidas alegações de saúde que façam referência 
à cura ou prevenção de doenças. 
d) Resolução nº 19/1999, aprova o regulamento técnico de procedimentos para 
registro de alimentos com alegação de propriedades funcionais e ou de saúde em sua 
rotulagem (BRASIL10). 
O registro de um alimento funcional só pode ser realizado após comprovada a 
alegação de propriedades funcionais ou de saúde com base no consumo previsto ou 
recomendado pelo fabricante, na finalidade, condições de uso e valor nutricional, 
quando for o caso ou na evidência(s) científica(s): composição química ou 
caracterização molecular, quando for o caso, e ou formulação de produto; ensaios 
bioquímicos; ensaios nutricionais e ou fisiológicos e ou toxicológicos em animais de 
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experimentação; estudos epidemiológicos; ensaios clínicos, evidências abrangentes da 
literatura científica, organismos internacionais de saúde e legislação internacionalmente 
reconhecidas sob propriedades e características do produto e comprovação de uso 
tradicional, observado na população, sem associação de danos à saúde (BRASIL10). 
e) Resolução nº 23/2000, estabelece procedimentos básicos para o registro e 
dispensa da obrigatoriedade de registro de produtos pertinentes à área de alimentos. No 
item 5.2, dispõe sobre a obrigatoriedade de registro dos alimentos do Anexo II, 
constando os alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde no 
código 4300032 (BRASIL11). 
Os formulários devem ser protocolizados na Vigilância Sanitária do Estado, do 
Distrito Federal, ou do Município. A validade do registro é por 5 (cinco) anos em todo 
território Nacional, devendo ser revalidada até 60 (sessenta) dias, antes da data do 
vencimento. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O nutricosmético deriva da combinação do conceito de alimento, fármaco e 
cosmético, sendo como a última tendência da indústria da beleza, caracterizado pela 
ingestão de alimentos com o propósito de melhorar os aspectos estéticos e também a 
saúde. É um produto relativamente novo no mercado brasileiro, inexplorado com renda 
suficiente, ávidos por produtos que tragam benefícios para pele, cabelos, e unhas. 
A proposta do nutricosmético é proporcionar beleza de dentro para fora, isto é, 
que complementem o uso dos cosméticos nos cuidados da pele, cabelos e unhas. 
Considerando que existe uma mudança na abordagem do setor cosmético que até então 
era somente de uso tópico e hoje o associa com ingestão oral para atuarem no 
tratamento antienvelhecimento, antirrugas, anticelulite, queda de cabelos, etc., 
necessário se faz a criação de uma nova categoria na legislação existente. Assim, 
acreditamos que o consumidor estará mais protegido e informado, uma vez que, a 
legislação atual está confusa, pois não há uma diferenciação entre nutricosméticos e 
alimentos funcionais. 
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Recebido em 30/10/2013 
Aceito em 21/11/2013