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A_CABALA_MACONICA_DO_BRASIL_O_primeiro_G

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Revista do
Instituto
Arqueológico,
Histórico e 
Geográfico
Pernambucano
Revista do instituto aRqueológico, HistóRico e geogRáfico PeRnambucano - IAHGP
Número 70. recife, 2017. iSSN 0103-1945
CAPA: retrato do moNSeNhor fraNciSco muNiz tavareS. Baltazar da câmara. 
Óleo S/ tela. 1961. acervo do iahGP.
editoRes
BruNo romero ferreira miraNda (ufrPe/iahGP)
dirceu SalviaNo marqueS marroquim (dPPc/iahGP)
assistente de edição
lariSSa rodriGueS de meNezeS (dPPc/ufPe)
conselHo editoRial
aNtôNio JorGe de Siqueira (ufPe/iahGP)
BruNo auGuSto dorNelaS câmara (uPe/iahGP)
erNSt vaN deN BooGaart (iahGP)
JoSé luiz mota meNezeS (iahGP)
marcuS Joaquim maciel de carvalho (ufPe/iahGP) 
oNéSimo JerôNimo SaNtoS (iahGP) 
YoNY de Sá Barreto SamPaio (ufPe/iahGP) 
conselHo consultivo
acácio catariNo (ufPB)
aNa lúcia do NaScimeNto oliveira (ufrPe)
aNtôNio Paulo rezeNde (ufPe)
BrodwYN fiScher (uNiverSidade de chiGaGo)
carla marY da Silva oliveira (ufPB)
celSo de caStro (cPdoc/fGv)
daNiel de Souza leão vieira (ufPe)
GiSelda Brito Silva (ufrPe) 
JoSé maNuel SaNtoS Pérez (uNiverSidade de SalamaNca - eSPaNha)
maria âNGela de faria Grillo (ufrPe)
mariaNa de camPoS fraNçozo (uNiverSidade de leideN - PaíSeS BaixoS)
rômulo luiz xavier do NaScimeNto (ufPe/iahGP) 
Scott JoSePh alleN (ufPe)
SeveriNo viceNte da Silva (ufPe) 
SuelY creuSa cordeiro de almeida (ufrPe) 
welliNGtoN BarBoSa da Silva (ufrPe)
Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano – IAHGP
Fundado em 1862
	rua do hoSPício, 130, Boa viSta, recife-Pe, BraSil. ceP 50.080-060 
 55 81 3222-4952
 @ iahgp.info@gmail.com

Número 70
Recife, 2017
Revista do
Instituto
Arqueológico,
Histórico e 
Geográfico
Pernambucano
diRetoRia do instituto aRqueológico, HistóRico e geogRáfico PeR-
nambucano – iaHgP PaRa o biÊnio 2017-2019
PResidente: GeorGe Felix Cabral de Souza
1º vice-PResidente: MarGarida de oliveira Cantarelli
2º vice-PResidente: Silvio tavareS de aMoriM
3º vice-PResidente: Maria de betânia Correia de araújo
1º secRetáRio: reinaldo joSé Carneiro leão
2º secRetáRio: táCito luiz Cordeiro Galvão
1º tesouReiRo: YonY de Sá barreto SaMpaio
2º tesouReiRo: MauríCio barreto pedroSa Filho
diRetoRia de PatRimônio: Fernando Guerra de Souza
comissão de admissão de associados:
Fernanda ivo neveS
nilzardo Carneiro leão
raMireS CotiaS teixeira
comissão de Publicação e divulgação:
bruno dornelaS CâMara
bruno roMero Ferreira Miranda
MarCelo CaSSeb Continentino
comissão de HistóRia e geogRafia:
CarloS bezerra CavalCanti
MarCuS joaquiM MaCiel de Carvalho
joSé luiz Mota MenezeS
comissão de aRqueologia e etnogRafia:
CieMa Mello
antônio jorGe de Siqueira
jaCqueS alberto ribeMboiM
comissão de genealogia e HeRáldica:
reinaldo joSé Carneiro leão
táCito luiz Cordeiro Galvão
raFael henriqueS piMentel de paula
conselHo fiscal:
luíS jorGe lira neto
dirCeu Salviano MarqueS MarroquiM
joSé raiMundo de oliveira verGolino
suPlentes:
GeorGe eMílio baStoS GonçalveS
FranCiSCo bonato pereira da Silva
táCito auGuSto MedeiroS
assessoRia JuRídica:
MarGarida de oliveira Cantarelli
nilzardo Carneiro leão
raMireS CotiaS teixeira
assessoRia da gestão:
alípio duranS
assessoRia de PatRimônio e infRaestRutuRa:
reinaldo joSé Carneiro leão (aCervo MuSeolóGiCo)
táCito luiz Cordeiro Galvão (aCervo biblioGráFiCo e doCuMental)
alberto neveS Salazar (inFraeStrutura)
assessoRia Relações inteRnacionais:
ana Maria penha braSil
iSnard penha braSil júnior
assessoRia de Relações institucionais:
FranCiSCo Carneiro da Cunha
luiz Cláudio aGuiar
alexandre Furtado
associados efetivos ativos e benemÉRitos do iaHgP em 2017
efetivos ativos
alberto neveS Salazar
alexandre Furtado de a. Correa 
alípio FernandeS duranS da Silva
aluíSio joSé de vaSConCeloS xavier
antônio jorGe Siqueira
bruno auGuSto dornelaS CâMara
bruno roMero Ferreira Miranda
CarloS a. barreto CaMpelo de Melo
CarloS bezerra CavalCanti
CarMen CardoSo
CieMa Silva de Mello
dirCeu Salviano MarqueS MarroquiM
diva GonSalveS de Mello
Fernando Guerra de Souza
FranCiSCo bonato pereira da Silva
FranCiSCo Carneiro da Cunha
FranCiSCo SaleS de albuquerque
GeorGe eMílio baStoS GonçalveS
GeorGe Félix Cabral de Souza
Gilda Maria Whitaker verri
harlan de albuquerque Gadelha Filho
jaCqueS alberto ribeMboiM
joão Mendonça de aMoriM Filho
joSé raiMundo de oliveira verGolino
liMério Moreira da roCha
luíS jorGe lira neto
luiz Cláudio aGuiar
luiz de GonzaGa braGa barreto
MarCelo CaSSeb Continentino 
MarCuS joaquiM MaCiel de Carvalho
MarGarida de oliveira Cantarelli
Maria de betânia Correia de araújo
MarGot de queiroz Monteiro
Maria CriStina CavalCanti de albuquerque
Maria diGna peSSoa de queiroz
Marieta borGeS linS e Silva
MauríCio barreto pedroSa Filho
nilSe FonteS de Souza
nilzardo Carneiro leão
paulo FrederiCo lobo Maranhão
pedro nuneS Filho (in memoriam)
raFael henriqueS piMentel de paula
raMireS CotiaS teixeira
rita de CáSSia araújo
roberto CavalCanti de albuquerque
roberto Mauro Cortez Motta
robin de rooY
rôMulo luíS xavier do naSCiMento
roque de brito alveS
Sílvio tavareS de aMoriM
táCito auGuSto de MedeiroS
valéria aGra de oliveira
benemÉRitos
ana Maria penha braSil
Fernanda ivo neveS
FranCiSCo tadeu barboSa alenCar
GuStavo krauSe GonçalveS Sobrinho
iSnard penha braSil júnior
joSé luiz Mota MenezeS
MarCo antônio de oliveira MaCiel
MarCoS viníCiuS vilaça
reinaldo Carneiro leão
táCito luiz Cordeiro Galvão
taneY queiroz e FariaS
YonY de Sá barreto SaMpaio
Sumário
A REVOLUÇÃO BICENTENÁRIA - NOTA DOS EDITORES .............. 9
BICENTENÁRIO DA DIPLOMACIA BRASILEIRA
Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão ........................................... 15
A CABALA MAÇÔNICA DO BRASIL: O PRIMEIRO GRANDE 
ORIENTE BRASILEIRO (BAHIA E PERNAMBUCO, 1802-1820)
Pablo Antonio Iglesias Magalhães ............................................................ 73
BASÍLIO QUARESMA TORREÃO, O PATRIOTA NA 
BIBLIOTECA DO CURSO JURÍDICO
Gilda Maria Whitaker Verri 
Lígia Santos da Silva Rodrigues ......................................................................................................... 139
A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE PERNAMBUCO
Margarida Cantarelli ............................................................................. 171
A LEI ORGÂNICA DE PERNAMBUCO NA ENCRUZILHADA 
DOS TEMPOS
Marcelo Casseb Continentino ................................................................. 181
1817: A PRIMEIRA REPÚBLICA NO BRASIL
Leonardo Dantas Silva ........................................................................... 199
O IAHGP E AS BATALHAS PELA MEMÓRIA DA REVOLUÇÃO 
REPUBLICANA DE PERNAMBUCO EM 1817
George F. Cabral de Souza ..................................................................... 233
REVOLUÇÃO REPUBLICANA DE PERNAMBUCO EM 1817: 
BURGUESIA E MAÇONARIA VERSUS ARISTOCRACIA
Reinaldo Carneiro Leão ......................................................................... 251
ECOS DA REPÚBLICA DE PERNAMBUCO (1817)
Fernando Guerra de Souza ................................................................... 259
O PRESOS NA REVOLUÇÃO DE 1817: UM BALANÇO EXAUSTIVO
Fernanda Ivo Neves ................................................................................ 265
PADRE VIRGÍNIO RODRIGUES CAMPELO, UM PERNAMBUCANO 
REVOLUCIONÁRIO DE 1817 NA PARAÍBA DO NORTE: BREVE 
ESBOÇO BIOGRÁFICO
Reinaldo Carneiro Leão ......................................................................... 301
EXPOSIÇÃO DE FATOS HISTÓRICOS QUE COMPROVAM A 
PRIORIDADE DE PERNAMBUCO, NA INDEPENDÊNCIA E 
LIBERDADE NACIONAL
José Domingues Codeceira ..................................................................... 309
A MAÇONARIA E A REVOLUÇÃO REPUBLICANA DE 1817
Mário Melo ............................................................................................. 325
O PRIMEIRO CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO REPUBLICANA DE 
PERNAMBUCO EM 1817 ..................................................................369
A BANDEIRA DE PERNAMBUCO
Mário Melo .............................................................................................385
O CRONISTA DA REVOLUÇÃO DE 1817
Manuel de Oliveira Lima ....................................................................... 389
OS MÁRTIRES ...................................................................................393
DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DO BRASIL ............................421
POLÍTICA EDITORIAL E NORMAS GERAIS PARA A APRESENTAÇÃO 
DE TEXTOS ......................................................................................451
A REVOLUÇÃO BICENTENÁRIA
Nota doS editoreS
“Rompeu no horizonte o dia 6 de março de 1817, dia fulgurante 
que vinha abrir uma nova série de prosperidades ao Brasil; e 
Pernambuco, firme em suas convicções, é a primeira província que 
denodadamente dá o grito de INDEPENDÊNCIA!” 
Pe. Lino do Monte Carmelo Luna
O ano de 2017 é marcado pela passagem do Bicentenário da Re-
volução Republicana de Pernambuco em 1817, o mais importante 
movimento precursor da Independência do Brasil. Como guardião 
da memória da Revolução de 1817, o IAHGP tem se empenhado em 
tornar a insurgência republicana pernambucana mais conhecida pe-
los brasileiros e, em particular, pelos pernambucanos.
É mister salientar que, a despeito de sua importância e da magni-
tude dos feitos aqui ocorridos, 1817 foi sistematicamente posta nas 
sombras pela historiografia oficial brasileira. Num primeiro momento, 
pelos historiadores da corte do Rio de Janeiro. Eles jamais ousariam 
afrontar o poder ao qual serviam recobrando a memória do levante 
republicano. Os áulicos cortesãos se empenharam mesmo em des-
qualificar a Revolução para apequená-la e condená-la ao olvido. A 
fundação do IAHGP em 1862 foi uma reação contra esse crime de 
lesa-memória. Os pernambucanos precisavam contar a história dos 
feitos de 1817 – e de outros momentos da história do Brasil – a partir 
de uma perspectiva que escapasse às estreitas balizas estabelecidas 
na corte.
Chegado o regime republicano de 1889, a figura escolhida para 
herói nacional foi produzida a partir dos acontecimentos transcor-
ridos em Vila Rica, Minas Gerais, em 1789. O mártir único e cris-
Bruno Romero Ferreira Miranda / Dirceu Marroquim / George F. Cabral de Souza10
tificado do movimento que nunca estalou, adrede escolhido pelos 
vencedores do 15 de novembro, sobrepujou todos aqueles que em 
Pernambuco ousaram transformar o sonho da liberdade em realidade 
concreta, depondo o governador português, proclamando a indepen-
dência com um regime republicano e pondo em vigor uma proto-
-constituição feita por brasileiros, entre outras providências pioneiras.
Honrando as tradições históricas pernambucanas e fazendo valer 
os objetivos que nortearam sua fundação, o IAHGP se empenha du-
rante as celebrações do bicentenário em divulgar a história de 1817 e 
em propor uma comemoração reflexiva sobre o ideário republicano 
do movimento, uma discussão que reputamos essencial nos dias con-
turbados em que vivemos. Nossos antecessores realizaram uma im-
ponente rememoração da insurgência pernambucana em 1917, por 
ocasião do centenário do movimento. Agora, no bicentenário, nos 
esforçamos com afinco para reverenciar a memória de todas as pes-
soas que em 1817 enfrentaram as violências do despotismo na defesa 
de uma sociedade mais justa, livre e progressista, chegando inclusive 
ao sacrifício das próprias vidas.
Nas celebrações do bicentenário, várias atividades começaram a 
ser realizadas desde o ano passado e se estenderão até o final de 
2018. O IAHGP integra a Comissão das Comemorações constituída e 
dirigida pela Secretaria da Casa Civil do Governo do Estado de Per-
nambuco ao lado de outras instituições como a Academia Pernambu-
cana de Letras e o Museu da Cidade do Recife/Forte da Cinco Pontas. 
O Governo do Estado de Pernambuco, mediante a lei 15.877, de 12 
de julho de 2016, concedeu subvenção ao IAHGP para a realização 
de ações de divulgação e de salvaguarda dos bens culturais relativos 
à Revolução. Parte do acervo restaurado está disponível para a frui-
ção do público no Museu da Cidade do Recife. Em parceria com esta 
instituição, o IAHGP realiza uma grande exposição que permanecerá 
em cartaz até março de 2018.
Outra ação importante é a aposição de painéis de azulejos nos 
locais onde ocorreram os principais lances da Revolução Pernambu-
cana. São ao todo dez painéis, dos quais, oito se situam no Recife, 
um em Olinda e um em Salvador. Esta iniciativa contou com o apoio 
da Grande Loja Maçônica de Pernambuco. Uma segunda exposição 
com imagens das peças do museu e reproduções de documentos 
Notas dos Editores 11
percorrerá várias cidades do interior numa parceria com a Secretaria 
de Educação e com o SESC. Vários dos associados do IAHGP têm rea-
lizado palestras para diferentes públicos em todo o estado enfocando 
a Revolução de 1817. O IAHGP contribuiu ainda na produção do 
filme “1817, a Revolução esquecida”, dirigido por Tizuka Yamazaki e 
Ricardo Favilla para veiculação nacional na TV Escola (Ministério da 
Educação).
A Revista do IAHGP não poderia deixar de também dedicar um 
número especial à Revolução de 1817. O dossiê comemorativo foi 
organizado por George F. Cabral de Souza. O presente volume reúne 
artigos, ensaios, uma seleta de textos publicados nos séculos XIX e 
XX, e um documento histórico inédito, tudo relativo ao movimento 
republicano. O número 70 da Revista se inicia com o texto de Gon-
çalo de Barros Carvalho e Mello Mourão intitulado “Bicentenário da 
Diplomacia Brasileira”. Nele o autor ressalta o pioneirismo pernam-
bucano com o envio de Antônio Gonçalves da Cruz Cabugá como 
embaixador da República de Pernambuco nos Estados Unidos da 
América e também as repercussões externas do movimento. Pablo 
Magalhães, mediante uso de documentação inédita, esquadrinha os 
primórdios da maçonaria no Brasil e comprova a existência de um 
Grande Oriente Brasileiro que articulava os pedreiros-livres de Per-
nambuco e Bahia, antecedendo o grêmio formado no Rio de Janeiro.
Gilda Verri e Lígia Santos da Silva Rodrigues analisam a atuação 
de Basílio Quaresma Torreão, participante dos movimentos de 1817 
e 1824, como primeiro bibliotecário do Curso Jurídico, ressaltando a 
importância da circulação de livros em Pernambuco como combus-
tível para as insurgências libertárias do primeiro quartel do século 
XIX. Margarida Cantarelli dedica seu texto ao estudo da Lei Orgânica 
da República de Pernambuco, ressaltando a presença das noções de 
soberania popular e democracia constantes nos seus artigos. A Lei 
Orgânica também é o foco da abordagem do texto de Marcelo Cas-
seb. O autor, com base na história conceitual de Reinhart Koselleck, 
defende que a “Lei Orgânica de 1817” aproxima-se semanticamente 
do moderno conceito de “Constituição”. O contexto da eclosão da 
Revolução Pernambucana de 1817, seus desdobramentos e seu lega-
do são trabalhados por Leonardo Dantas Silva em seu artigo, no qual 
recorre à fontes e testemunhos de época. George F. Cabral de Souza 
Bruno Romero Ferreira Miranda / Dirceu Marroquim / George F. Cabral de Souza12
discorre sobre a memória da Revolução no período compreendido 
entre 1840 e 1917 e sobre o papel do IAHGP como guardião e de-
fensor da história do movimento. Reinaldo Carneiro Leão analisa a 
atuação dos principais grupos sociais e políticos envolvidos no mo-
vimento, e as motivações que lastrearam seus atos. Fernando Guerra 
de Souza se debruça sobre o contexto histórico da Revolução e rea-
firma a necessidade premente de torná-la mais conhecida e celebrada 
pelo povo brasileiro. Fernanda Ivo Neves, mediante o cotejamento de 
várias listas de acusados, presos, executados e indultados, realiza o 
mais exaustivo levantamento já feito dos participantes do movimento 
de 1817. Na sequência, Reinaldo Carneiro Leão traça um breve perfil 
biográfico do Padre Virgínio Rodrigues Campelo, participante da Re-
volução de 1817 de quem publicamos um “Requerimento solicitando 
a restituição de sua liberdade” feito a Dom João VI em 1820. O docu-
mento pertence ao acervo da BibliotecaNacional do Rio de Janeiro 
e não integrou a Coleção de Documentos Históricos publicada por 
aquela instituição. A transcrição foi realizada por Reinaldo Carneiro 
Leão e George F. Cabral de Souza.
Aproveitamos a ocasião festiva para republicar alguns dos mais 
importantes textos já estampados na Revista do IAHGP sobre 1817. 
A seleta se inicia com a “Exposição de fatos históricos que com-
provam a prioridade de Pernambuco, na independência e liberdade 
nacional”, de autoria de José Domingues Codeceira e publicada em 
1890. De Mário Melo coletamos três contribuições: “A Maçonaria e a 
Revolução republicana de 1817” de 1913; “O primeiro centenário da 
Revolução Republicana de Pernambuco em 1817” e “A bandeira de 
Pernambuco”, estes dois últimos publicados em 1917. Neste mesmo 
ano Manuel de Oliveira Lima publicou “O cronista da Revolução de 
1817”, sobre o Monsenhor Francisco Muniz Tavares. Fechando a se-
leta, sob o título “Os Mártires”, está o conjunto de contribuições de 
vários sócios efetivos e correspondentes sobre os participantes da 
Revolução que foram executados.
Renovamos nossos sinceros agradecimentos a todos que nos têm 
apoiado na realização dos atos comemorativos do Bicentenário de 
1817 e também à Companhia Editora de Pernambuco, que tem regu-
larmente cumprido o preceito da Constituição Estadual que garante 
a impressão da Revista do IAHGP. Não podemos deixar de destacar 
Notas dos Editores 13
o importante papel que a CEPE tem desempenhado nas celebrações 
promovendo a reedição da História da Revolução de Pernambuco 
em 1817, de autoria de Francisco Muniz Tavares, primeiro presidente 
do IAHGP, para além de toda uma série de obras relativas ao nosso 
movimento republicano. Por fim agradecemos a todos os autores que 
enviaram suas contribuições e desejamos uma boa leitura.
Recife, dezembro de 2017.
Bruno Romero Ferreira Miranda
Dirceu Marroquim
George F. Cabral de Souza
A CABALA MAÇÔNICA DO BRASIL: 
O PRIMEIRO GRANDE 
ORIENTE BRASILEIRO
(BAHIA E PERNAMBUCO, 1802-1820)
Pablo Antonio Iglesias Magalhães1
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo investigar a organização 
do Grande Oriente Brasileiro (1813-1817) na capitania da Bahia. Ignorado 
pela historiografia, que só reconhece o segundo Grande Oriente Brasileiro 
formado no Rio de Janeiro a partir de 1822, o primeiro Grande Oriente do 
Brasileiro foi instalado na cidade de Salvador e exerceu significativa influên-
cia nas estruturas políticas e culturais da colônia. Por iniciativa de Hipólito 
da Costa foi impresso o Compendio das Instrucções Maçonicas para uso do 
G:. O:. B:. (c. 1814), utilizado pelas lojas de pedreiros-livres da Bahia e de 
Pernambuco que, aqui revelado pela primeira vez, constitui-se na principal 
prova material da existência daquela Obediência maçônica, cujos associados 
podem ser identificados a partir de três documentos negligenciados pela 
historiografia maçônica e acadêmica.
ABSTRACT: This paper investigates the organization of the Grand Orient 
of Brazil (1813-1817) in the captaincy of Bahia. Ignored by historiography, 
which only recognizes the second Grand Orient of Brazil, formed in Rio de 
Janeiro from 1822, the first Grand Orient of Brazil was installed in the city of 
Salvador and exerted significant influence on the political and cultural struc-
tures of the colony. On the initiative of Hipólito da Costa, the Compendio 
das Instrucções Maçonicas para uso do G:. O:. B:. (C. 1814) was printed and 
used by the freemasonry lodges of Bahia and Pernambuco. Here revealed 
for the first time, the Compendio constitutes the main material evidence of 
the existence of that Masonic Obedience whose members can be identified 
from three documents which were neglected by Masonic and academic his-
toriography.
KEYWORDS: Masonry; Hipólito José da Costa; Pernambuco Revolution of 1817.
1 Sócio Efetivo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – IGHB. Doutor em 
História pela Universidade Federal da Bahia. Professor da Universidade Federal 
do Oeste da Bahia.
74 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
PALAVRAS-CHAVE: Maçonaria; Hipólito José da Costa; Revolução Pernam-
bucana de 1817.
Em 1827, José da Silva Lisboa, então Visconde de Cairú, publicou 
no Rio de Janeiro a Historia das principaes successos politicos do im-
perio do Brasil, descrevendo no capítulo VIII, Revolução na Cidade 
da Bahia, o que ocorreu após as notícias da Revolução do Porto 
chegarem a Salvador:
Tendo as Praças do Porto e Lisboa activo Commercio 
com a da Bahia, as noticias de Revolução de Portugal 
chegarão em breve a esta Cidade, com as Proclama-
ções e papelladas incendiarias do Douro e Téjo. Já os 
espiritos de seus habitantes se achavão exasperados 
com a nova do Despacho que ElRei havia feito em 
fim de Dezembro de 1820, nomeando o Conde de 
Villa-Flor para Governador da Capitania. A Cabala 
Maçonica se precipitou a fazer (quanto antes) a 
explosão da Cratéra Revolucionaria da predo-
minante sociedade correspondente do Grande 
Oriente. Os Emissarios da antiga Metropole não per-
derão tempo em pôr no seu partido a Tropa do Paiz. 
[...] esta Praça, sendo quasi huma Colonia do Minho, 
tomou vivo interesse na Revolução do Porto; [...]. Os 
naturaes da Bahia seguirão o impulso dado pe-
los emissarios da Cabala Maçonica de Lisboa. 
Poserão-se em movimento os membros mais ac-
tivos das Sociedades Secretas, assaz notorios na 
chronica escandalosa do Paiz, cujos nomes ora 
he desnecessario individuar, por honra de suas 
pessoas; He todavia impossivel não declarar alguns 
dos Corifêos, que forão a Causa de tantas desgraças 
da Nação Brasileira, e da propria Patria local, para 
execração da posteridade e são o Tenente Coronel 
Manoel Pedro de Freitas Guimarães, o Desembar-
gador Luiz Manoel de Moura Cabral, e o Cirurgião 
Cypriano José Barata. [...] A selecta Mestrança dos 
75
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Pedreiros Livres em a noite de 9 de Fevereiro do 
corrente anno accordou no seu Club Jacobinico 
fazer acclamar a Constituição de Portugal pelo 
Corpo de Artilheria na Praça do Trem, contigua ao 
Forte de S. Pedro. Os principaes Chefes da Tropa da 
Guarnição da Praça estavão de mãos dadas com o 
dito Tenente Coronel Manoel Pedro, Commandante 
do Corpo de Artilheria (LISBOA, 1827:43-46).
O parágrafo acima revela a atuação das sociedades maçônicas da 
Bahia no início do processo de ruptura política que teve lugar na 
Bahia, após a Revolução do Porto. O Visconde de Cairú destaca a 
existência de um grupo de influentes indivíduos, civis e militares, que 
se articularam no seio da maçonaria em Salvador, entre 1821 e 1822. 
É notório que o referido cronista tornou-se um ferrenho inimigo das 
sociedades maçônicas, apesar de membros da sua família, incluindo 
seu filho Bento da Silva Lisboa, ter alcançado elevados cargos no 
seio da maçonaria brasileira, sendo Grão Mestre do Grande Orien-
te Brasileiro (do Passeio), já sob a Ordem Imperial (MAGALHÃES, 
2013:789-824).2 
Uma questão negligenciada tanto pela historiografia política, quan-
to pela historiografia maçônica, em particular, é a existência de uma 
influente associação de pedreiros livres na capitania da Bahia na se-
gunda década do século XIX, organizada sob o Grande Oriente Bra-
sileiro (G. O. B.). Nessa questão, a historiografia sobre a maçonaria 
brasileira, que remonta aos Annaes Maçônicos Fluminenses (1832), 
apresenta diversos problemas, sob qualquer aspecto. A referida obra, 
que mais tende a esconder do que a apresentar os fatos e persona-
gens ligados à maçonaria brasílica, foi escrita por Januário da Cunha 
Barbosa (Ir:. Kant), à época pedreiro livre que alcançara o grau de 
Cavaleiro Rosa Cruz (Grau 18o). Impresso em 1832, em seguida à 
criação dos dois Grandes Orientes no Rio de Janeiro (1831) ao tempo 
em que, na Bahia, ocorriam movimentos federalistas (1831-1833),nos 
2 É possível que José da Silva Lisboa, suspeito de atuar na Conjuração Baiana de 
1798, tenha sido pedreiro-livre até por volta dos 50 anos, quando sua indisposição 
contra as sociedades maçônicas se acentuou, levando-o, em 1823, a publicar o 
Atalaia, declarado periódico anti-maçom. 
76 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
quais atuaram sociedades de pedreiros-livres, o livro buscou mini-
mizar a presença histórica das lojas maçônicas em outras capitanias, 
observando apenas a existência da maçonaria fluminense. 
É possível que a razão desse silêncio historiográfico sobre a exis-
tência (e primazia) de um Grande Oriente Brasileiro, na Bahia colo-
nial, esteja na própria instabilidade política sob o período regencial. 
Os Annaes Maçônicos Fluminenses contém um Quadro Histórico da 
Maçonaria no Rio de Janeiro, que dividiu a história da presença da-
quelas sociedades em três épocas, sendo a primeira compreendendo 
os anos 1800-1805, a segunda 1805-1822 e a terceira 1823- 1832. Para 
a primeira fase, o autor afirma que os maçons do Rio de Janeiro, ao 
buscar um tratado com o Grande Oriente Lusitano em 1804, travaram 
contato com os maçons da Bahia e nada mais foi registrado sobre 
aquele grupo. Nota-se, ainda, que a divisão de épocas sequer consi-
derou o Alvará de 1818, que extinguiu, pelo menos na forma da lei, 
as sociedades secretas (ou iniciáticas) no Brasil, já então elevado a 
Reino Unido a Portugal e Algarves. Isso indica que o referido Alvará, 
feito sob o ministério do implacável inimigo da maçonaria Tomás 
Antonio de Vila Nova Portugal, não teve sobre as lojas fluminenses o 
mesmo impacto que teve sobre as lojas da Bahia e de Pernambuco. 
Dezesseis anos depois da publicação dos Annaes, o cirurgião e 
pedreiro livre Manoel Joaquim de Menezes (1789-1872) retomou os 
estudos sobre a história da maçonaria no Brasil. Menezes (Ir:. Penn), 
um dos autores da Constituição do G.O.B de 1839, escrevera o Es-
boço histórico da maçonaria no Brasil, Rio de Janeiro, 1848, com 20 
páginas. Esse texto foi ampliado na Exposição histórica da maçona-
ria no Brasil, particularmente na província do Rio de Janeiro, em re-
lação com a independência e integridade do Império, Rio de Janeiro, 
1857, contando 67 páginas. Nesse segundo livro, Menezes buscava 
demonstrar que a Ordem imperial brasileira devia à maçonaria o Dia 
do Fico de 9 de Janeiro, o título de Defensor Perpétuo, o 7 de Se-
tembro e a proclamação do Imperador D. Pedro. Mesmo em tempos 
de estabilidade política interna do Império, e quando a maçonaria 
baiana havia retomado seu crescimento de associados, sua expansão 
geográfica e importância política, os historiadores continuaram a ne-
gligenciar a história das lojas maçônicas que não estavam inseridas 
na Corte Fluminense (MENESES, 1857).
77
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Em 1895, já sob a República, Alfredo Paiva publicou no Rio de 
Janeiro uma História da Maçonaria que, concernente à maçonaria 
na Bahia, limita-se a repetir trechos do texto publicado pela Astrea 
(1847), que é a cópia de um capítulo do Almanak do Rit:. Esc:. Ant:. 
e Acc:. em Portugal para o Ano de 5845, de que adiante se tratará. 
Na segunda metade do século XX, em 1968, Kurt Prober (cujo 
pseudônimo era Isa Ch’an) em nada avançou nas investigações acer-
ca de um Grande Oriente Brasileiro criado na Bahia em 1813, mas 
admite acertadamente que “a maçonaria brasileira (sic) dos tempos 
primevos, por força das circunstâncias, tomou uma feição puramente 
política” (CH’AN, 1968:35 e 37).3 José Castellani, também historiador 
da maçonaria brasileira, afirma que as três lojas maçônicas da Ba-
hia colonial foram “tomadas por muitos fantasistas como um Grande 
Oriente Brasileiro”, afirmando em seguida tratar-se de uma “Obediên-
cia efêmera e sem suporte legal” (CASTELLANI, 1993:29 e 31). Ao in-
vés de buscar fontes documentais mais sólidas, Castellani continuou 
a minimizar ou negar a existência do Grande Oriente que atuou no 
período colonial.
 Em 1990, Antonio Henrique de Oliveira Marques, historiador da 
maçonaria portuguesa, afirmou que aquele primeiro Grande Oriente 
Brasileiro, que prefigurou a autonomia das lojas brasílicas em rela-
ção ao Grande Oriente Lusitano, teria sido fundado em 1813, restrito 
a quatro lojas, três na Bahia e uma no Rio de Janeiro (MARQUES, 
1990:109). Oliveira Marques, não obstante, em nada avançou sobre 
a existência do primeiro Grande Oriente Brasileiro e tampouco teve 
notícias de quem pertencera aos seus quadros. As incertezas sobre 
aquela instituição perduram tanto que Alexandre Mansur Barata, em 
2006, afirmou que “caso esse centro de poder maçônico tenha exis-
tido, ele possuiu vida breve, visto que em 1815 suas atividades já se 
encontravam encerradas” (BARATA, 2006:78). Assim, a historiografia 
luso-brasileira ignorou completamente a existência de uma das insti-
tuições mais influentes nos últimos anos do Brasil colonial.
As primeiras tentativas de investigar os primórdios da maçonaria 
na Bahia focaram apenas a hipotética existência da Loja Cavalheiros 
da Luz. Foi Francisco Borges de Barros, no cargo de Diretor do Ar-
3 Esse livro não foi posto à venda, mas distribuído entre iniciados na maçonaria. 
78 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
quivo Público do Estado da Bahia, sendo também Grão-Mestre da 
Grande Loja da Bahia (1928), quem apresentou os primeiros estudos 
sobre a existência da Loja Cavalheiros da Luz, que teria sido criada 
em Salvador por volta de 1798. Essa loja teria sido o suposto centro 
de articulação da Conjuração Baiana e entre seus associados estariam 
os baianos José da Silva Lisboa, Francisco Agostinho Gomes, Cipria-
no Barata, Paulo José de Azevedo e Brito e José Borges de Barros, 
sendo este último ancestral do próprio historiador. Francisco Borges 
de Barros não indicou onde encontrou alguns documentos que uti-
lizou ao longo de artigos publicados nos Annaes do Arquivo Públi-
co do Estado da Bahia e no livro História da Maçonaria na Bahia 
(1932). Por isso não foi possível, até o presente, confirmar ou negar 
a existência da Loja Cavalheiros da Luz. Francisco Borges de Barros, 
à época alinhado ao projeto de cisão da maçonaria brasileira enca-
beçado por Mário Behring (1927), nada diz da existência do Grande 
Oriente Brasil na Bahia colonial. 
Celso Jaloto Ávila, no livro A Maçonaria na Bahia e sua História 
(2000), foi o único pesquisador que tentou apresentar um esboço his-
tórico sobre o primeiro Grande Oriente Brasileiro, sem oferecer aos 
pesquisadores, contudo, qualquer indicação de fonte que fundamen-
tasse suas afirmações. Na prática, as dificuldades em compreender 
a real dimensão da maçonaria colonial e provincial limitaram e até 
comprometeram o conhecimento mais amplo não só da História da 
maçonaria baiana, mas da própria História da Bahia. Segundo Luís 
Henrique Dias Tavares,
Nestes, como em outros autores, sem indicação de 
fontes, comportamento que se repete nos historiado-
res da maçonaria brasileira, a começar pelo bem in-
formado Alexandre José de Mello Morais (foi maçom 
que alcançou o mais alto grau), continuando-se em 
Mário Behring e nos mais recentes Nicola Aslan e 
José Castellani, apesar do valor dos seus trabalhos. 
As dificuldades que encontramos repousam nas mu-
ralhas de segredos e proibições da maçonaria (TAVA-
RES, 2005a:37).
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Na investigação sobre a existência do primeiro Grande Oriente 
Brasileiro, a historiografia fracassou tanto como uma História da ma-
çonaria em si, quanto em inserir a maçonaria na História do Brasil. 
Não é exagero observar que a História da Maçonaria no Brasil é 
importante demais para permanecer restrita apenasaos historiadores 
maçons. Os historiadores acadêmicos podem oferecer novas infor-
mações e leituras sobre a influência do(s) Grande(s) Oriente(s) na 
História do Brasil. No geral, os historiadores maçons brasileiros, a 
exemplo de Francisco Borges de Barros, Mario Mello e Kurt Prober 
empregaram parte considerável dos seus trabalhos a questões refe-
rentes à primazia das lojas maçônicas no Brasil, discutindo se foram 
criadas no Rio de Janeiro, em Salvador ou no Recife. Essa, contudo, 
parece uma questão de menor valor. A importância de estudar as pri-
mitivas lojas maçônicas existentes desde o período colonial consiste 
em compreender as conexões políticas dessas influentes sociedades 
no contexto da década que antecedeu a Independência. 
O presente artigo tem como objetivo, portanto, apresentar as ori-
gens das primeiras lojas maçônicas em Salvador e o estabelecimento 
do primeiro Grande Oriente Brasileiro (1813), cuja existência, confor-
me demonstrado acima, é constantemente posto em dúvida. Também 
será discutida a relação entre o G.O.B. e a Revolução Pernambucana 
de 1817. Além disso, diferente da prudência de José Silva Lisboa em 
1827, é necessário, ao presente, identificar e revelar os indivíduos 
que atuaram na maçonaria baiana antes de 1822, visto que a maior 
parte deles exerceu profunda influência na vida política e cultural da 
capitania da Bahia entre 1802 e 1820. 
80 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
aS PrimeiraS loJaS Na caPitaNia da Bahia (1802-1813)
Há notícias de que desde fins do século XVIII os pedreiros-livres 
circulavam pela Bahia. O cronista mineiro Joaquim Felício dos Santos, 
em 1868, afirmou que na referida capitania funcionava um importan-
te centro de conluios políticos concebidos no seio da maçonaria:
Não sabemos como a maçonaria se introduzira no 
Brasil; é certo, porém, que no meiado do seculo pas-
sado já funccionava na Bahia o grande oriente ma-
çonico, e é um facto, que se não pode negar, a sua 
importante cooperação no trabalho lento, occulto, 
persistente, para a nossa independencia. A inconfi-
dencia de Minas tinha sido dirigida pela maçonaria. 
Tiradentes e quasi todos os conjurados erão pedrei-
ros livres. Quando Tiradentes foi removido da Bahia, 
trazia instrucções secretas da maçonaria para os pa-
triotas de Minas (SANTOS, 1869:251-255).
A afirmação de Joaquim Felício dos Santos carece de comprovação 
documental e, portanto, torna-se temerária de ser aceita. O cronista 
Emílio Maia, filho de Joaquim José da Silva Maia, escrevendo nos 
anos de 1830, confirma que na “Cidade da Bahia se estabeleceram 
lojas maçônicas desde os fins do século passado”.4 Sua fonte seria 
seu próprio pai, comerciante portuense estabelecido no Recôncavo 
baiano desde 1795, que se tornou Venerável da Loja Humanidade, 
de que se falará adiante. Atualmente, não obstante, a documentação 
comprova que pedreiros-livres se articulavam politicamente em Sal-
vador antes de 1798, a exemplo do bahiense José Borges de Barros, 
que se iniciou na maçonaria na Ilha da Madeira e estivera na mira das 
polícias de Portugal e da Inglaterra entre 1799 e 1803 (MAGALHÃES, 
2017:01-48).
 Não é uma tarefa fácil investigar as sociedades iniciáticas na Amé-
4 Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro. Lata 345, pasta 17. Es-
tudo Sétimo. Agradeço a Maiara Alves do Carmo por ter, generosamente, trans-
crito e cedido esse documento.
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
rica portuguesa, particularmente a maçonaria, em decorrência de 
dois fatores. Primeiro, obviamente, por se tratar de associações onde 
apenas os iniciados têm acesso aos rituais e à circulação de informa-
ções. Segundo, porque não existe significativa documentação acerca 
das primeiras lojas maçônicas no Brasil, na transição entre o século 
XVIII e o XIX. Eventualmente, os pedreiros-livres foram arrolados em 
devassas de conjurações e inconfidências em Portugal, Brasil e Ilhas 
Atlânticas. A maçonaria na Capitania da Bahia aparece pela primeira 
vez, como ente político, no episódio da Conjuração Baiana (1798) e 
em decorrência de supostamente ter sido organizada pela Loja Ca-
valheiros da Luz, da qual praticamente nada pode ser afirmado com 
fundamentos documentais. 
Diante do silêncio dos primeiros historiadores e da escassez de 
documentos, como então é possível recuperar elementos e documen-
tos da História da maçonaria colonial? Acima foi exposto que desde a 
criação do Grande Oriente Brasileiro no Rio de Janeiro (1822, refun-
dado em 1832), os historiadores da maçonaria oitocentista, oriundos 
do centro-sul do país, particularmente do Rio de Janeiro, negligencia-
ram e omitiram a existência de outras lojas e, até mesmo, da primeira 
Obediência Maçônica, constituída ainda na América portuguesa.
 O que foi possível apurar dos primeiros tempos da presença 
da maçonaria na Bahia deve-se ao historiador e pedreiro-livre por-
tuguês Rodrigo José de Lima Felner (1809-1877), que, em parceria 
com e a Antônio Nunes dos Reis, imprimiu em 1846 o «Progressos da 
Maçonaria na Bahia» inserto no Almanak do Rit:. Esc:. Ant:. e Acc:. 
em Portugal para o Ano de 5846, entre as páginas 66-71 ([FELNER], 
1846). Completamente desconhecidos pelos pesquisadores brasilei-
ros, o «Progressos da Maçonaria na Bahia» é relevante na medida em 
que apresenta informações precisas sobre a criação das três primeiras 
lojas maçônicas estabelecidas na Bahia entre 1802 e 1813, bem como 
do Grande Oriente Brasileiro. As informações apresentadas por Lima 
Felner não puderam mais ser negligenciadas pelos cronistas maçons 
de meados do século XIX. Parte delas foram reproduzidas, com mui-
tas omissões propositais, no Astrea: Almanak Maçônico, impresso no 
Rio de Janeiro em 1847. O Astréa, diga-se que não era uma publica-
ção oficial de nenhum dos dois Grandes Oriente fluminenses. 
A fonte de Lima Felner foi o pedreiro-livre baiano José Mendes 
82 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
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da Costa Coelho, que enviou para o cronista português uma carta 
e dois impressos, possivelmente de sua autoria. Um dos impressos 
pode ter sido o Discurso recitado no 3o dia do sétimo mez do anno 
1837 da V. L. Cap. Humanidade em o acto da posse do presidente, 
do qual infelizmente não possível encontrar nenhum exemplar, mas 
está referenciado por Sacramento Blake. Pouco se conhece sobre 
José Mendes da Costa Coelho, mas era natural da Bahia e serviu 
na Guerra de Independência em 1822, sendo “condecorado com 
a medalha da campanha da independência em sua província, na 
qual serviu o cargo de official da secretaria do governo provisório”.5 
Traduziu em 1826 Entretenimentos de Phocion sobre a relação do 
moral com a política, traduzidos do grego em francez pelo abbade 
de Mably, do qual existe um exemplar na Biblioteca do Itamaraty. 
Foi sua correspondência com Felner que preservou a história das 
primeiras lojas maçônicas na Bahia.
De acordo com o «Progressos da Maçonaria na Bahia», a primei-
ra associação maçônica em Salvador foi a Loja Virtude e Razão, no 
Rito Francês (ou Moderno), que começou a operar a 5 de julho de 
1802 [15/04/5802 A:. V:. L:.]6. Observaria a Constituição do Grande 
Oriente Lusitano (1804), mas não era subordinada a ele. A crer 
5 Arquivo Público do Estado da Bahia. Seção Judiciária. Testamentos/Salvador/
Livro 43, fl. 85-89v. Natural de Salvador, batizado na freguesia de Nossa Senho-
ra da Conceição da Praia, filho do capitão Francisco Mendes da Costa e de sua 
mulher Paula Maria do Carmo. Foi casado em primeiras núpcias com sua prima 
Thereza Claudia de Jesus, com que teve nove filhos. Após enviuvar, casou-se em 
segundas núpcias com outra prima, Anna Joaquina de Jesus. Faleceu no Engenho 
das Pedras, Vila da Capela, Sergipe. A 11 de janeiro de 1864 ocorreu abertura do 
seu testamento (SACRAMENTO BLAKE, 1970:v. 5, 97-98; TITARA, 1835: v. 
4, 42). A Loja Acácia Cachoeirense, sendo filiada ao GOB [no Rio de Janeiro], 
no Rito Escocês, sob o N° 90, foi regularizada em 16/abr/1849, pelo Delega-
do do GOB, na Bahia, José Mendes da Costa Coelho. Segundo Rodrigo Felner 
(1846:67), “O Resp:. Ir:., José Mendes da Costa Coelho, gr:. 33 Grande Digna-
tario honorario do Gr:. Or:. do Brasil [no Rio de Janeiro], e Pres.: do Gr:. Cap:. 
Bahiense, nos favoreceu com uma carta acompanhada de dois impressos, de cujo 
conteúdo passaremos a dar conhecimento”. Dos dois impressos, Blake cita um. 
Atualmente não se conhece nenhum exemplar dos dois, mas é possível indicar 
que José Mendes da Costa Coelho foi o primeiro cronista da maçonaria na Bahia.
6 O Astréa: Almanak Maçonico para 5847 oferece a data de fundação das lojas no 
calendário gregoriano. O Almanak de Lima Felner indica a data de acordo com o 
calendário maçônico.
83
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
nas informações de Emílio Maia, a Virtude e Razão “possuída de 
espírito de independência democrática, compunha-se de proprie-
tários, fazendeiros e alguns empregados”. Não há indicações de 
quem teria sido o seu venerável, mas não deve ser coincidência 
que essa loja tenha surgido em seguida ao retorno de Francisco 
Agostinho Gomes, que, após livrar-se das suspeitas de participar 
da Conjuração de 1798, voltou de Lisboa apadrinhado por D. Ro-
drigo de Sousa Coutinho. 
As informações apresentadas no «Progressos da Maçonaria na 
Bahia» de Felner está em perfeita sincronia cronológica com as 
notícias apresentadas pelos viajantes que estiveram na Bahia entre 
1802 e 1813. Em alinhamento ao que Felner afirmara, a existên-
cia da Virtude e Razão foi registrada também pelo contrabandista 
Thomas Lindley, quando esteve preso em Salvador em 1803. Pro-
prietário do brigue Packet, cujo diário de viagem foi impresso em 
Londres, em 1805, relatando sua permanência em Porto Seguro e 
Salvador entre julho de 1802 e agosto de 1803, Lindley afirma que 
“Os maçons da Bahia ousaram ir além dos limites de sua cautela 
habitual, reunindo-se em assembleia, na catedral, a fim de cumprir 
os últimos deveres de humanidade, no enterro de um irmão ex-
-capitão de marinha, vítima dessa lastimável doença, tuberculose, 
na flor da idade (LINDLEY, 1805:128).” A pesquisa no Arquivo 
da Cúria, em Salvador, permitiu identificar quem era o maçom a 
quem Lindley presenciou o funeral:
No dia vinte e sete de abril de mil oitocentos e 
tres nesta Sé Cathedral, tendo recebido todos os 
sacramentos falecera tísico com idade de trinta e 
tres annos o Capitão de Ingenheiros e Lente da 
Real Academia de Goarda Marinha na cidade de 
Lisboa, Antonio Caetano de Siqueira Serio, casado 
com D. Maria do Carmo moradora da Freguesia 
de Nossa Senhora da Saúde na cidade de Lisboa, 
foi amortalhado na forma militar, e sepultado na 
Igreja da Sé, conduzido por despacho do Ilmo. Dr. 
Providor Manoel Marques Brandão; sendo acom-
panhado pelo seu Reverendo Paroco de capa de 
84 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
aspergir, e sacristão. De que fiz este assento, que 
assignei. O Coadjutor Manoel Pereira de Souza.7
A atuação da Loja Virtude e Razão ultrapassava, contudo, os limi-
tes de uma associação fraternal. Foram seus membros que ajudaram 
o pedreiro-livre Thomas Lindley a fugir da cadeia e seguir viagem 
para a Inglaterra, onde as autoridades portuguesas não poderiam 
alcançar o contrabandista. Segundo o próprio Lindley relata:
Partíamos, agora, com esses valiosos amigos, que tan-
to nos tinham ajudado materialmente , num país que 
suas terras e bens teriam sofrido severamente se hou-
vessem sido descobertos; e que procederam nisso, 
pelos mais puros motivos de humanidade e benevo-
lência (as grandes características da sociedade a que 
tinham a honra de pertencer.). (LINDLEY, 1805:128).
É notável que já em 1803 a Virtude e Razão estivesse tão organi-
zada a ponto de cuidar do funeral de um maçom português recém-
-chegado, como demonstra o episódio de Sequeira Sério. Ainda mais 
surpreendente foi sua capacidade de articulação política a ponto de 
resgatar um maçom inglês prisioneiro e dar-lhe os meios de fugir de 
Salvador rumo a sua terra natal. Em 1806, um ano após o relato de 
Lindley ser publicado, esse episódio chegou a tramitar como denún-
cia no Conselho Ultramarino, sem que nenhuma investigação fosse, 
inexplicavelmente, levada à diante.8 Anos depois, José da Silva Lis-
7 Arquivo da Cúria. Catedral da Sé – Livro de Assentamentos de óbitos (1797-
1816), fls. 106. Gazeta de Lisboa, terça-feira 29 de janeiro de 1799, p. 4. Por Decreto 
de 12 de dezembro de 1798, Sequeira Serio foi promovido de Segundo Tenente 
para Primeiro Tenente. Segundo Supplemento à Gazeta de Lisboa, sábado, 29 de 
maio d 1802, p. 4: “Por Decreto de 5 de maio de 1802 foi o Principe Regente N. 
S. servido conceder passagem no posto de Capitão para o Real Corpo de Enge-
nheiros a Antônio Caetano Sequeira Sério, 1.o Tenente da Aramada Real, sem per-
juizo (sic) da antiguidade daquelles que a tiverem maior, e conservando o mesmo 
exercicio que tem de Lente Substituto de Navegação na Academia dos Guardas 
Marinhas. Sério era o encarregado das observações de eclipses na Academia de 
Marinha”. 
8 Arquivo Histórico Ultramarino, Bahia. Avulsos. Cx. 243, doc. 16790. Narrativa 
(tradução para o português) de uma viagem ao Brasil publicada no Montley Re-
85
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
boa, em mais um ataque às sociedades maçônicas brasileiras, criticou 
o resgate do contrabandista inglês pelos pedreiros-livres da Bahia. 
 Ainda em 1806, contudo, D. Marcos de Noronha e Brito chega 
ao Rio de Janeiro, no cargo de Vice-rei, com instruções de proibir 
o funcionamento dos clubes e sociedades secretas, o que fez por 
meio do decreto de 2 de agosto de 1806. Isso levou à diminuição 
das atividades maçônicas fluminenses (BARATA, 2006:78).9 Na Bahia, 
contudo, a maçonaria experimentou uma significativa expansão nos 
seus quadros locais. Em 30 de março de 1807 [10/01/5807 A:. V:. 
L:.], segundo registrou Felner, doze dissidentes da Virtude e Razão 
fundaram a Loja Virtude e Razão Restaurada, também do Rito Fran-
cês, mudando o nome, a 10 de agosto de 1808 [25/05/5808 A:. V:. 
L:.], para Loja Humanidade, que “compreendia muitas pessoas do 
comércio, dominadas o maior número pelo espírito constitucional”. 10 
A existência dessa loja é fundamental para compreender os eventos 
políticos na Bahia até às vésperas da Guerra de Independência, que 
assolou o Recôncavo.
Outro visitante que esteve na Bahia colonial registrou suas impres-
sões da maçonaria local. O tenente da marinha holandesa Quirinus 
Maurits Rudolf Ver Huell, na sua estadia forçada entre fevereiro de 
1808 a julho de 1810, quando toda a equipagem do seu navio De 
Vlieg ficou retida e o militar foi mantido em prisão domiciliar por 
causa do virtual estado de guerra entre Portugal e a Holanda napo-
leônica, conheceu na residência de um amigo, certo professor Fer-
reira, o coronel “Don Andrade”. Esse militar, descrito como homem 
com aparência severa e sempre apoiado numa bengala com cabo 
dourado, falava mal da maçonaria, definindo-a como “godvergeten” 
(condenada por Deus) e “hoogste schandelijk” (altamente escanda-
losa), entregando ao marinheiro neerlandês um exemplar do livro 
anti-maçônico do abade Barruel. Huell ouvira dizer que havia uma 
loja maçônica funcionando numa casa abandonada, nos arrabaldes 
view do mês de Abril de 1806 (Artigo 30).
9 Até então, os pedreiros livres eram condenados pela Igreja Católica em razão da 
Bula In Eminenti (1738) de Clemente VII e do Breve Providus (1751) de Bento XIV.
10 Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro. Lata345, pasta 17. 
Estudo Sétimo.
86 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
de Salvador, onde a população que transitava nas proximidades tinha 
receio e que fosse habitada pelo diabo. Essa loja pode ser a Humani-
dade, localizada na Água Brusca (HUELL, 1842:174-175).
Mais revelador é o relato de Sir James Prior que, em novembro de 
1813, registrou a presença da maçonaria em Salvador. Prior diz que 
“a greater curiosity, considering the place, is a full-lenght picture of 
his Royal Highness the Prince Regent of England, in masonic rega-
lia, occasionally seen in a recess of the body of the church” (PRIOR, 
s/d:103).11 O príncipe regente, duque de Sussex, desde 1813, tornou-
-se o Grão-Mestre da maçonaria inglesa e seu retrato com insígnias 
maçônicas estava exposto na Basílica de Nossa Senhora de Concei-
ção da Praia, pois Prior descrevera o templo mais rico na Cidade 
Baixa (lower town) “built with a species of blue stone, resembling 
marble, brought hither for this express purpose from Lisbon”(PRIOR, 
s/d:104-105).12 Surpreso pela maçonaria ser admirada e frequentada 
em Salvador, apesar da perseguição que sofria nos países católicos, 
Prior revela ainda que “There are here three lodges of the society, 
wich boast among their members the governor, archbishop, and the 
majority of the principal people, who do not, however, publicly own 
it; several of the minor clergy have been lately initiated” (PRIOR, 
s/d:104-105).13 
A afirmação de Prior está em sincronia com o que foi registrado 
por Rodrigo Felner. Segundo o Almanak de 1845, pela segunda vez, 
dezoito dissidentes da Virtude e Razão fundaram em Salvador a 12 
de março de 1813 [23/06/ 5813 A:. V:. L:.] a Loja União. Há indícios 
de que está última situava-se na Rua Nova, que atualmente é a Rua 
Portugal, no bairro do Comércio, contendo “em seu seio indivíduos 
11 “Uma maior curiosidade, considerando o lugar, é uma imagem inteira de Sua 
Alteza Real o Príncipe Regente da Inglaterra, em insígnias maçônicas, visto oca-
sionalmente em um nicho do corpo da igreja” (PRIOR, s/d:103). (Tradução do 
autor).
12 “(...) construído com uma espécie de pedra azul, assemelhando-se a mármore, 
aqui trazido para este expresso propósito de Lisboa” (Idem, 104-105) (Tradução 
do autor). 
13 “Existem aqui três lojas da sociedade, que gabar-se ter entre os seus membros, o 
governador, arcebispo, e a maioria das principais pessoas, que não fazem, todavia, 
publicamente; vários clérigos menores foram recentemente iniciado” (Ibidem, 
104-105) (Tradução do autor).
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
de diversas profissões, grandes nomes de militares e quase todos 
os oficiais de artilharia baiana”. 14 Deste modo, Prior mostra-se bem 
informado ao afirmar que haviam três lojas maçônicas pois existiam 
a Virtude e Razão (1802), a Humanidade (1807) e a União (1813). 
Prior afirmou ainda que o Conde dos Arcos, D. Marcos de Noronha 
e Brito, e o Arcebispo D. José de Santa Escolástica Alvarez Pereira 
(1804-1813), assim como boa parte do clero menor, eram iniciados 
na maçonaria.
o GraNde orieNte maçôNico Na Bahia (1813-1817)
O desenvolvimento da maçonaria na capitania da Bahia e o es-
tabelecimento do Grande Oriente Brasileiro podem ser explicados 
a partir das suas conexões com o mais influente pedreiro-livre luso-
-brasílico que atuou nas duas primeiras décadas do século XIX: Hi-
pólito José da Costa Furtado de Mendonça. A iniciação de Hipólito 
na maçonaria deu-se durante sua viagem à Filadélfia, nos Estados 
Unidos em 1798 e 1799. De volta a Lisboa (1800), ligou-se a D. Rodri-
go de Sousa Coutinho e foi nomeado um dos diretores da Impressão 
Régia, junto com frei José Mariano da Conceição Veloso. Sua ativa 
participação no Capítulo dos Cavaleiros da Espada no Oriente (1801-
1802) e no reconhecimento do Grande Oriente Lusitano (1803) pela 
maçonaria inglesa lhe rendeu a prisão no Santo Ofício após seu retor-
no para Lisboa, de onde fugiu para a Inglaterra em 1805, com auxílio 
dos pedreiros-livres de Lisboa. No autoexílio em Londres, Hipólito da 
Costa atuou continuamente nos negócios da maçonaria portuguesa. É 
pouco conhecido, até o presente, que o editor do Correio Brazilien-
se (1808-1822) também intervira profundamente no desenvolvimento 
das lojas maçônicas coloniais. Francisco Muniz Tavares, que tomou 
parte na Revolução Pernambucana de 1817, afirma que “Erigirão o 
Grande Oriente, ou Governo Supremo da Sociedade, na Bahia, re-
sidência do maior número dos sócios, que tinhão sido iniciados, e 
elevados aos altos graos na Europa” (TAVARES, 1884:11-12).
14 Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro. Lata 345, pasta 17. 
Estudo Sétimo.
88 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
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Em 1812 foi criada a Loja Luzitana N.o 184, ao Grande Oriente de 
Londres, tendo como seu venerável Hipólito José da Costa. Os estatu-
tos foram impressos por L. Thompson e naquele mesmo ano Hipólito 
teve a iniciativa de convidar portugueses influentes, na política e na 
imprensa, chegando até mesmo a convidar antigos adversários políti-
cos, para ingressar naquela sociedade.15 A partir da Luzitana 184 e de 
um dos seus sócios fundadores, Domingos José Martins, os anos de 
1812 e 1813 foram decisivos para a maçonaria tanto na Bahia quanto 
em Pernambuco. É certo que a maçonaria da Bahia não se submeteu 
ao Grande Oriente Lusitano. Somente as lojas do Rio de Janeiro o fi-
zeram desde 1804. Acertadamente, Evaldo Cabral de Melo afirma que
Ao contrário da maçonaria fluminense, a pernambu-
cana escapou ao controle do Grande Oriente Lusita-
no. Seu aparecimento datava também dos primeiros 
anos do século, sob o estímulo do naturalista Manuel 
Arruda da Câmara e do seu discípulo, padre João Ri-
beiro. Mas foi igualmente a partir de 1813 que ela foi 
reativada não de Lisboa ou do Rio, mas de Londres, 
por Domingos José Martins, emissário de pedreiros-
-livres ingleses (MELLO, 2002:9).
15 PT/UM-ADB/FAM/FAA-AAA/000409 Carta de Bernardo José de Abrantes 
e Castro ao Conde da Barca. Londres, 04 de novembro de 1812; 4 pp.; 201 mm 
x 253 mm ; “Ha outra causa da raiva do perverso Hyppolito contra mim, a saber 
elle organizou aqui huma Loja Maçonica intitulada Loja Luzitana: convidou-
-me para entrar nella - respondi a q.m me veio fallar da parte delle que não queria 
sociedades, e que era precizo ter hum grande T na testa para cahir outra vez de-
pois que eu tinha promettido a S.A.R. e ate publicado pela imprensa que nunca 
mais me ligaria a semelhante Sociedade enquanto S.A.R. não consentisse. Nada 
indignou tanto o perverso Hyppolito. Eu prometti a VEx.ca de abandonar a So-
ciedade; e eu não sou homem capaz de faltar ao que prometo”. 
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Imagem 1: Exemplar da Biblioteca da Universidade Católica Portuguesa
Domingos José Martins era, decerto, um dos agentes de Hipólito 
da Costa na América portuguesa. Um ano antes de criar a Luzitana 
184, Martins apresentava-se bem relacionado com outros pedreiros-
-livres portugueses. Desde meados de 1811, os maçons portugueses 
na Inglaterra estavam se organizando e em 25 de julho aquele ano, 
Domingos de Sousa Coutinho, irmão do Ministro D. Rodrigo, tomou 
parte de uma cerimônia no “club” City of London Tavern que servia 
de fachada para uma loja maçônica presidida pelo madeirense José 
Sebastião de França e Andrade. Naquela noite, os membros daquela 
associação “depois de terem tractado dos seus respectivos negocios, 
celebrarão com hum esplendido jantar a entrada, como seu Membro 
honorario, do Excellentissimo Sr. D. Domingos Antonio de Souza 
Coutinho, Embaixador Extraordinario, e Ministro Plenipotenciario”. O 
club londrino, que prezava pelas virtudes da“união, patriotismo e fi-
90 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
delidade”, era formado por Jacinto José Dias de Carvalho (secretário) 
Manoel Ribeiro Guimarães, Antonio Martins Barroso, João Ferreira 
Duarte, José Antonio Gonçalves de Oliveira, Manoel Fernandes Alves, 
Ignacio Palyart, João Antonio Fructuoso, Francisco Alves de Carvalho 
Vianna e Domingos José Martins.16
Domingos José Martins é fundamental para entender as transfor-
mações da maçonaria nas capitanias do norte da América portuguesa 
entre 1811 e 1817, especialmente na Bahia e em Pernambuco. Segun-
do Evaldo Cabral de Mello, a partir de 1813, “as lojas pernambucanas 
haviam-se tornado exclusivamente brasileiras, excluindo portugue-
ses, os quais por isso mesmo fizeram seu inferno à parte” (MELLO, 
2004:36). A maçonaria estava dividida entre a influência do Grande 
Oriente Francês e das lojas inglesas. Entre 1811 e 1813, a guerra en-
tre a França napoleônica e a Inglaterra, aliada de Portugal, estava no 
auge. A realidade das lojas maçônicas de Pernambuco era, contudo, 
diferente das lojas da Bahia, onde a presença portuguesa foi cons-
tante até 1822.
O que os historiadores não perceberam é que antes de seguir para 
Pernambuco, Domingos José Martins estivera em Salvador desde o 
início de 1812. Domingos José Martins, que seria um dos chefes da 
Revolução Pernambucana de 1817, estava na Bahia a pretexto de 
divulgar suas duas firmas, em Londres e Liverpool, em sociedade 
com o supracitado Antônio Martins Barroso. 17 Decerto a firma de 
Martins e Barroso já não era prospera e faliu em 1814, mas foi essa 
sociedade que trouxe para Salvador, em 1810, os dois prelos utiliza-
dos na Tipografia de Manoel Antonio da Silva Serva. No primeiro se-
mestre de 1811, Hipólito da Costa tentara introduzir uma imprensa e 
duas caixas de tipos em Salvador, embarcados secretamente no navio 
Americana, que foi interceptado pelas autoridades coloniais em de-
corrência de uma mensagem enviada pelo embaixador português na 
Inglaterra, D. Domingos Antônio de Sousa Coutinho, Conde do Fun-
chal, ao Conde de Linhares, ministro no Rio de Janeiro, que alertou o 
16 Idade d’Ouro do Brazil. N. 56, sexta-feira, 22 de novembro de 1811. Sobre o 
presidente José Sebastião de França e Andrade, natural da Ilha da Madeira, ver 
OLIVEIRA MARQUES, 1990:141.
17 Idade d’Ouro do Brazil. N. 23, sexta-feira, 20 de março de 1812.
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Conde dos Arcos em Salvador.18 Essa imprensa funcionaria, decerto, 
clandestinamente na Cidade da Bahia, possivelmente por meio de 
conexões entre o editor do Correio Braziliense e a maçonaria local.
Em maio daquele mesmo ano, contudo, foi inaugurada a Tipogra-
fia de Manoel Antonio da Silva Serva (1811-1819). Os primeiros anos 
do funcionamento da imprensa na Bahia foram de expansão dos 
quadros maçônicos na capitania. A própria família Silva Serva esta-
va ligada ao Grande Oriente Lusitano e Manoel José da Silva Serva, 
parente do tipógrafo Manoel Antonio da Silva Serva, era o tesoureiro 
daquela instituição, sob o nome iniciático de Ciro, que chegou a ser 
denunciado à intendência da polícia em maio de 1817 por ser o res-
ponsável pelo aluguel de um sobrado no Pátio da Galega onde fun-
cionavam clandestinamente agremiações maçônicas (MAGALHÃES, 
2016b:223-256).19
Após examinar, um por um, o nome dos autores/tradutores/edito-
res dos 147 impressos produzidos pela Tipografia de Manoel Antonio 
da Silva Serva, é possível afirmar que os intelectuais que gravitavam 
em torno desse personagem e da sua tipografia eram pedreiros-livres, 
ligados não somente ao Grande Oriente Brasileiro, mas também à 
maçonaria portuguesa. O redator do jornal Idade d’Ouro do Brazil, o 
padre Ignacio José de Macedo, foi um dos acusados por frei Amador 
da Santa Cruz de ser um dos mais influentes maçons da Bahia. A par-
tir da sua trajetória e dos seus escritos, particularmente da coleção do 
Velho Liberal do Douro (1826-1827; 1833-1834), foi possível confirmar 
as ligações do Ignacio “Gazeteiro” com as sociedades maçônicas e os 
ideais liberais em Salvador e em Portugal (MAGALHÃES, 2013:221-
262).
 Ignácio José de Macedo foi acusado de ensinar um catecismo 
maçônico impresso em Londres na “Impressão de Segredo”; o nome 
correto é Impressão do Silêncio e os três volumes do Compendio das 
Instrucções Maçonicas para uso do G:. O:. B:., foram preparados em 
Londres por diligência de Hipólito José da Costa. Por intermédio de 
18 Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Seção de Manuscritos - 33, 24, 6; Oficio 
do Conde de Linhares, ao conde dos Arcos. Rio de Janeiro, 04 de setembro de 
1811.
19 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Intendência da Polícia. Papeis diversos, 
maço 600, DOC. nº199-199ª.
92 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
Domingos José Martins seus exemplares foram distribuídos entre os 
pedreiros-livres iniciados na Bahia e em Pernambuco. Até as pre-
sentes linhas, foi repetidamente afirmado que esse livro não existia. 
A principal prova material da existência de um Grande Oriente do 
Brasil nos tempos coloniais reside na própria existência dos três vo-
lumes desse livro.
Na correspondência da Legação de Londres, conservada no Ita-
maraty, existe uma carta na qual D. Domingos Antônio de Souza 
Coutinho, referindo-se a Hipólito da Costa, afirma “ouvi depois que 
ele tinha composto certas cartas maçônicas e hum catecismo que 
aqui se imprimiu em portuguez” (DOURADO, 1857:121). Esse “cate-
cismo” está desaparecido há mais de dois séculos e todos os autores 
que escreveram sobre Hipólito da Costa duvidaram da existência do 
referido impresso. Segundo Rubens Borba de Moraes, o renomado 
conhecedor de impressos sobre o Brasil, “o catecismo impresso em 
português em Londres não me consta que tenha sido publicado, nun-
ca vi um exemplar mencionado e nem os biógrafos de Hipólito da 
Costa citam a existência de algum. É pouco provável, aliás, o minis-
tro português não o afirma, ouviu dizer” (MORAES, 1968:244-245). 
Borba de Moraes, nessa questão, subestimou Hipólito da Costa e 
Domingos José Martins.
Outra pista sobre a existência do “catecismo” sobre o qual Souza 
Coutinho “ouviu dizer” está na carta de frei Amador da Sancta Cruz. 
Esse misterioso frade, que possivelmente se esconde sob um pseudô-
nimo, vivia em Salvador e em 1817, após o Seis de Março, enviou às 
autoridades na Corte do Rio de Janeiro uma missiva contendo graves 
acusações contra os pedreiros-livres da Bahia. A carta foi encontrada 
pelo historiador português Ângelo Pereira no arquivo particular do 
Conde dos Arcos e impressa em 1956. Nela, o denunciante revela que
a malvada seita dos Pedreiros Livres, cujo principal 
acento he nesta Cidade [da Bahia], plantada, há mais 
de vinte annos por Joze Francisco Cardozo (...). Os 
Padres Ignacios, Gazeteiro, o M.e de Grammatica, 
e outro mestre da mesma lingoa, Dominicano, e o 
Substituto das mesmas Cadeiras são iguaes aos ante-
cedentes, todos elles profanadores do seo estado, e 
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
as mais fortes columnas da Massonaria; elles são, q. 
explicão o cathecismo, e Ritual das funçoes massoni-
cas, cujo livro foi impresso em Londres com o titulo = 
Compendio p.a o Oriente da Bahia= na Impressão de 
Segredo (PEREIRA, 1956:251-252).20
Apesar de Borba Moraes, Carlos Rizzini e Mecenas Dourado du-
vidarem da existência do “catecismo” foi possível, após dois séculos 
da sua impressão, encontrar uma coleção completa dos três volumes, 
que comprovam tanto o valor do ouvido do Souza Coutinho quanto 
da carta de frei Amador da Sancta Cruz. Pesquisas no The Library and 
Museum of Freemasonary, em Londres, possibilitaram identificar um 
exemplardo 
 
Compendio das Instrucções Maçonicas para uso do 
G:. O:. B:. [insígnias maçônicas] :recopilado por hum 
cavalleiro de todas as ordens maçonicas maçoneria 
Adonhiramita azul.[London] : Impressão do Silencio, 
Anno L. 3 v; 12 x 7.5 cm. Call Number: VBR 200 
BRA Item ID: L4297.21
20 O único catálogo bibliográfico onde o Compendio está referenciado é o da Wigan 
Free Public Library (1882), onde está descrito: “Compendio das instrucções ma-
çonicas para uso do G.: O.: B.: Recopilado por hum cavalliero (sic) de todas as 
ordens maçonicas. Maçoneria Adonhiramita, Azul, Impressão do Silencio, Anno 
L. [Lond.] 3vols. 18mo.”. 
21 Agradeço ao bibliotecário sr. Martin Cherry e ao sr. Paul Saxton, ambos do Li-
brary and Museum of Freemasonry, de Londres, que ao meu pedido, generosamente 
enviaram as imagens do Compendio das Instrucções. Eles não conheciam a real 
natureza do impresso que a referida instituição custodia. Durante a correspon-
dência, o sr. Cherry escreveu: “We haven’t dated this book but there is a small 
publisher/book seller catalogue for F. Wingrave of the Strand at the back of 
the book. He appears to have specialised in foreign language books (including 
Portuguese) and was active from about 1795 to the middle of the 19th Century. 
Most of the books listed in his catalogue were printed between 1800 and 1815 but 
as the Grand Orient of Brazil did not come into being until 1822, I suspect this 
book was printed in the 1820s. Do you believe this is correct? ”. Isto posto, foi 
possível demonstrar que os três volumes das Instrucções eram de autoria de Hi-
pólito da Costa e que fora impresso por volta de 1814. Tanto o sr. Saxton quanto 
o sr. Cherry aceitaram as informações e incorporam ao catálogo da biblioteca, a 
18 de julho de 2016. 
94 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
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Cada volume do Compendio das instrucçoens maçonicas para uso 
do G:. O:. B:. contempla um dos graus iniciáticos da maçonaria ado-
nhiramita; o primeiro volume é para o grau de aprendiz, o segundo 
é para o grau de companheiro e, por fim, o terceiro é para o grau de 
mestre maçom. Não estão datados, apresentando apenas “Anno L.”, 
ou Ano Lucis (Ano da Luz), em conformidade com o tipo de calen-
dário usado pela maçonaria.
Corrigindo um importante detalhe na denúncia de frei Amador de 
Sancta Cruz: não é “Impressão de Segredo”; o correto é Impressão 
do Silencio, mas isso demonstra cabalmente que o denunciante sa-
bia muito sobre a sociabilidade maçônica na capitania da Bahia. De 
todo modo, essa tipografia, nunca registrada pelos historiadores da 
maçonaria, do livro e da leitura ou da história luso-brasileira em ge-
ral, foi uma forma de Hipólito José da Costa ocultar a sua influência 
(ou política e intelectual) sobre diversos indivíduos espalhados pelas 
capitanias brasílicas, mas ligados ao Grande Oriente Brasileiro. Não 
resta dúvida de que a Impressão do Silêncio era a casa tipográfica de 
Wright, o mesmo que imprimia o Correio Braziliense.
A existência desses três livros demonstra como os principais bió-
grafos de Hipólito José da Costa pouco conheceram a real extensão 
de sua influência sobre a maçonaria brasílica.
95
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Imagem 2: do Library and Museum of Freemasonry, Londres 
Essas instruções maçônicas foram impressas para serem utilizadas 
na Bahia entre 1813 e 1817. Kurt Prober conhecia o rito utilizado nos 
primeiros tempos da maçonaria brasílica:
Usava-se primitivamente no Brasil o rito Adonhira-
mita e por isto mesmo a Arte Real de 1800 até 1834 
tinha (...) o nome genérico de ‘Maçonaria Adonhira-
mita’, nome derivado do mestr.: Adonhiram, designa-
ção que ainda encontramos no Manual Maçônico ou 
Cobridor de todos os ritos maçônicos, impresso no Rio 
de Janeiro em 1833 (PROBER, 1981:92).
96 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
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Kurt Prober, o maior colecionador particular de livros sobre maço-
naria no Brasil, contudo, sequer teve notícia do Compendio impresso 
para o Grande Oriente Brasileiro.
 Outro elemento que merece ser observado é a importância do 
conteúdo dos livros feitos para a maçonaria da Bahia, que continua-
ram a ser copiados pela maçonaria fluminense até os anos de 1830. 
Tanto isso que, na verdade, os três volumes do Compendio feito na 
Impressão do Silêncio para o G.O.B. foram reimpressos por diligên-
cia de Januário da Cunha Barbosa no Rio de Janeiro em 1833, na 
Tipografia do maçom Seignot-Plancher, para ser utilizando na Loja 
Comércio e Artes. Na edição fluminense foi revelando, finalmente, 
que o autor do Compendio fora Hipólito da Costa. As duas obe-
diências maçônicas em atividade no Rio de Janeiro a partir de 1832 
tomaram cuidado de não mencionar qualquer ligação do Compendio 
com o primitivo Grande Oriente que fora implantado na Bahia. O 
Compendio das Instruções maçônicas para uso na Loja Comércio e 
Artes, que está na raiz da formação do Grande Oriente Brasileiro do 
Rio de Janeiro, é uma mera cópia dos que foram utilizados no primei-
ro Grande Oriente Brasileiro, em Salvador e também pelos rebeldes 
pernambucanos de 1817, já que foram achados na casa de Domingos 
José Martins, que os distribuía no Recife e em Olinda.
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Imagem 3: Coleção Guita e José Mindlin 
É possível, até mesmo, identificar outros agentes de Hipólito da 
Costa atuando em Salvador na distribuição dos seus impressos. José 
Joaquim da Silva Maia, que redigiu o Semanário Civico da Tipografia 
da Viúva Serva, e Carvalho entre 1822 e 1823, revelou:
Nós com maior satisfação, nos encarregamos naquele 
tempo [isto é, durante a década entre 1812 e 1822] 
de ser o agente para distribuir nesta cidade os 
seus folhetos, e a nossa estima a seu respeito ain-
da mais se aumentou, quando cabalmente soubemos 
que, tendo sido consultado pelos corifeus democra-
tas de Pernambuco, ele não aprovou os seus planos 
(que eles a seu pesar puseram em prática em 1817), 
98 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
Revista do IAHGP, Recife, n. 70, pp. 73-137, 2017
formalmente declarando-lhe que o Brasil está ainda 
no estado infantil, não tinha ainda a virilidade para 
constituir-se em Estado independente.22
Hipólito, apesar dos seus diversos agentes e da sua influência po-
lítica, estava demasiado distante para interferir no cotidiano do Gran-
de Oriente Brasileiro. Assim, uma questão importante diz respeito à 
identidade do Grão-mestre do Grande Oriente Brasileiro entre 1813 
e 1817, ou seja, a maior autoridade instituída naquela Obediência 
maçônica. As informações são imprecisas, mas uma pista está no 
MANIFESTO do G:. O:. B:. [Grande Oriente Brasileiro] a todos os GG:. 
OO:. GG:. LL:. LL:. RR:. E MM:. [a todos os Grandes Orientes e Grandes 
Lojas Regulares e Maçónicas] de todo o Mundo, de autoria de José 
Bonifácio de Andrada e Silva:
Passado este primeiro golpe da partida e do despo-
tismo, os dispersados maçons se reuniram de novo 
e instalaram a Loja Beneficência, e outras; já então 
amestrados na escola da experiência, reconheceram 
a necessidade de nacionalizar o regime maçônico, 
criando um Grande Oriente do Brasil [Sic] que ofe-
recesse um ponto de apoio e de união a todos os 
seus filhos, vedasse novas tentativas lusitanas e des-
se aos maçons brasileiros aquela força que só pode 
resistir aos tufões da tirania. Animados deste espírito 
convocaram as Lojas existentes na então primogênita 
do Brasil [Bahia] e na pátria do Camarão [sic, Per-
nambuco]; e com a sua zelosa aquiescência deram 
impulso à grande empresa, inaugurando o primeiro 
Grande Oriente do Brasil, que foi logo reconhe-
cido e saudado pelos Orientes estrangeiros, e 
proclamado grão-mestre interino o cidadãoAn-
tonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado. (...) 
(ANDRADA E SILVA, 1832).
22 Semanário Cívico, n. 103, 1823.
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
Ainda segundo se pode inferir do Manifesto (1832), a Loja Bene-
ficência, estabelecida no Rio de Janeiro, também estava subordinada 
ao Grande Oriente estabelecido na Bahia, por curto período, quando 
“já as Lojas das Províncias procederam à nomeação de seus represen-
tantes, quando a revolução de uma delas eriçou de suspeitas o cora-
ção do chefe da nação e pôs em movimento as cem garras do despo-
tismo” (Idem). Bonifácio também sinaliza uma aproximação entre o 
Grande Oriente e as lojas de Pernambuco. O historiador maçom José 
Castellani, que bem conheceu o referido Manifesto de 1832, demons-
trou desprezo pela história do primeiro “Grande Oriente Brasileiro”. 
Segundo o referido autor, tratava-se de uma instituição “sem qualquer 
regularidade e sem as características de um núcleo maçônico com 
influência disciplinar sobre as demais Lojas, o que configura, apenas, 
uma tentativa de criar uma Obediência nacional, sem qualquer con-
sequência, não podendo, portanto, ser considerada como uma real 
instalação, como pretende o manifesto, ao falar de uma reinstalação 
do Grande Oriente” (CASTELLANI, 1993:91). José Castellani, contu-
do, também não conheceu os Compêndios impressos em Londres e 
muito menos conheceu a História dos indivíduos que gravitavam em 
torno daquela associação.
Decerto que uma instituição que tivera, entre seus associados, tão 
influentes indivíduos deixaria significativos registros na Bahia colo-
nial. Onde, então, esses registros estariam? Ora, estão dispersos no 
lugar mais seguro para se esconder algo: à vista de todos. Por exem-
plo, na literatura, a mais importante e bela obra literária que se impri-
miu na Tipografia de Manoel Antonio da Silva Serva foi a Parafraze 
dos Provérbios de Salomão que é um poema de cariz maçônico. Seu 
autor foi o pedreiro-livre mineiro José Eloi Ottoni, primo de Joaquim 
José Vieira Couto, que estivera preso no Santo Ofício de Lisboa junto 
com Hipólito da Costa. Em recente artigo, publicado na Bahia e em 
Lisboa, pelo bicentenário daquela obra, foi demonstrado que o poe-
ma de Ottoni (1815, mas supostamente teve sua primeira edição em 
1813) é um código moral inçado de elementos da simbologia e dos 
rituais maçônicos de então (MAGALHÃES, 2015:369-419). 
Desde 1812, agentes associados a Hipólito da Costa começaram a 
disseminar textos de autores maçônicos na capitania da Bahia. Exem-
plo disso foi o gramático baiano, radicado em Liverpool, Manoel José 
100 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
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de Freitas, que por meio de sua Arte da Grammatica, revendida na 
loja de Silva Serva, divulgou textos dos influentes pedreiros-livres An-
drew Michael Ramsay e Wellins Calcott. Não foi à toa que Hipólito fez 
um elogioso editorial sobre essa gramática e o seu autor nas páginas 
do Correio Braziliense (MAGALHÃES, 2013:8).
Outro pedreiro-livre bastante influente em Salvador foi Diogo Soa-
res da Silva e Bivar. Fundara em 1802, na vila de Abrantes, a Socie-
dade Tubuciana, junto com Filippe Ferreira de Araújo e Castro, o 
mesmo pedreiro-livre que ajudara Hipólito da Costa a fugir do Santo 
Ofício de Lisboa para Gibraltar na Espanha. O inconfidente portu-
guês Diogo Soares da Silva e Bivar, preso em Salvador desde 1810 
por auxiliar as tropas francesas de Junot, foi colaborador de Macedo 
no jornal Idade d’Ouro e redigiu a revista As Variedades (1812), a pri-
meira do Brasil, também impressa por Serva, estampando as insígnias 
dos pedreiros livres no seu frontispício.23
Imagem 4: Insígnias maçônicas em detalhe do frontispício de As Variedades (1812) 
Não chega a surpreender a facilidade com que a tipografia de 
Serva publicasse um poema maçônico ou estampasse as divisas dos 
pedreiros livres na revista As Variedades. A Comissão de Censura de 
Livros instituída na Bahia em 1811 era formada por pedreiros-livres 
23 Sobre as ligações maçônicas de Bivar, ver MAGALHÃES, 2016a. 
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A cabala maçônica do Brasil: o primeiro Grande Oriente Brasileiro (Bahia e Pernambuco, 
1802-1820)
cujos nomes são indicados nas listas de denúncias, conforme será 
abaixo demonstrado. Entre os membros da Comissão de Censura 
estavam os pedreiros-livres José Francisco Cardoso de Moraes, José 
Fernandes da Silva Freire e Antonio Luiz Pereira da Cunha. Francisco 
Carneiro de Campos, apesar de não ser citado em nenhuma das três 
listas, também era iniciado na maçonaria. Em suma, a Comissão de 
Censura literária na Bahia era formada por membros das lojas maçô-
nicas soteropolitanas (MAGALHÃES, 2017:203-236).
Esses sinais da presença do Grande Oriente do Brasil em Salvador 
não se restringem a discretos impressos, alcançando também a arqui-
tetura. O obelisco construído em homenagem a D. João VI e inaugu-
rado em janeiro de 1815, decerto o primeiro monumento comemo-
rativo estabelecido no Brasil, no antigo terreno do Passeio Público (e 
hoje esquecido defronte ao Palácio da Aclamação) é, antes de uma 
homenagem ao rei, uma manifestação da influência política da ma-
çonaria local. Se restar alguma dúvida de que o referido monumento 
é um constructo da maçonaria colonial, o beneditino Francisco de 
Paula de Santa Gertrudes Magna a ele se refere em 1816 como a “Py-
ramide, erecta no Passeio Publico” (MAGNA, 1816). Sua disposição 
no Passeio Público, dirigido desde 25 de janeiro de 1812 pelo maçom 
Domingos Borges de Barros (CALMON, 1963:1448), sinalizava aos 
viajantes e estrangeiros iniciados na maçonaria que havia em Salva-
dor lojas de franco-maçons e, portanto, a sua fraternal assistência, em 
caso de necessidade. No dia da inauguração, o orador da maçonaria, 
não por coincidência, Ignacio José de Macedo, concorreu para con-
sagrar o obelisco
Concluido o Pontifical subio ao pulpito o R.do P. Igna-
cio José de Macedo, e aproveitando as circunstancias 
da columna pyramidal, que no dia seguinte se havia 
consagrar ao mesmo Real assumpto, principiou a orar 
com aquelle texto do Genesis = Erexit titulum Lapi-
deum: Levantou hum titulo de pedra.24
Ignacio José de Macedo imprimiu um sermão para celebrar a inau-
24 Idade d’Ouro, n. 7, terça-feira, 24 de Janeiro de 1815.
102 Pablo Antonio Iglesias Magalhães
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guração do monumento, observando ter sido esse tipo de padrão 
servia como um “código” capaz de “instruir os homens”:
Singelos Padrões levantados em cima da terra pelas 
devotas mãos dos Patriarchas, forão os primeiros Tem-
plos, e os primeiros Altares em que o Ceo recebeo as 
primicias da Religião Natural: e pedras lavradas pelo 
Dedo do Altissimo forão o primeiro Código, em que o 
Mundo recebeo os preceitos da Religião Revelada [...] 
Logo os Monumentos de pedra são os mais dignos de 
agradarem a Deos, e os mais capazes de instruirem os 
homens (MACEDO, 1815).
O Grande Oriente do Brasil expandiu-se até 1817, ano que foi 
conturbado para a maçonaria nos dois lados do Atlântico. Em Por-
tugal ocorreu a Conspiração de Gomes Freire de Andrade, levan-
do ao cadafalso doze pessoas acusadas de Inconfidência, incluindo 
o próprio líder, que ocupava naquele ano o cargo de Grão-Mestre 
do Grande Oriente Lusitano (OLIVEIRA MARQUES, 1990:112-5). Na 
América portuguesa teve início, em 6 de março, a Revolução Pernam-
bucana, chefiada por Domingos José Martins, que organizou uma loja 
maçônica “Pernambuco Occidente” em sua casa no Recife (TAVARES, 
1884:LXX).25
Os dois movimentos estavam articulados pela maçonaria. O histo-
riador José Inácio de Abreu e Lima (também maçom), filho do padre 
Roma, emissário enviado pelos dirigentes do movimento pernambu-
cano para a Bahia, afirmou em 1843 que a Revolução Pernambucana 
havia sido arquitetada em conjunto

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