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Sujeitos do contrato de trabalho empregado e empregador

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Sujeitos do contrato de trabalho empregado e empregador
Iniciaremos este tópico falando sobre o conceito de TRABALHO. Necessário se faz entender a diferença que se estabelece entre "emprego" e "trabalho" porque trabalho é todo e qualquer esforço em qualquer tipo de  relação jurídica ou não, e ainda,  podendo ser remunerado ou não, como ocorre com o trabalho voluntário , por exemplo.
Assim, temos que a relação de trabalho é gênero e como todo gênero tem suas espécies, a relação de emprego é espécie de uma relação de trabalho.
Trabalho é todo esforço físico ou intelectual destinado à produção. Emprego é o trabalho subordinado, não eventual, com dependência e remunerado.
Assim, todo empregado é um trabalhador, mas nem todo trabalhador é empregado.
O empregado é sempre uma pessoa física, portanto, pessoa jurídica jamais será empregado. O contrato de trabalho sempre será constituído por uma pessoa física ( empregado ) e uma pessoa jurídica (empregador) ou uma pessoa física (empregador ) e uma pessoa física (empregado).
 
DEFINIÇÃO DE EMPREGADO
 
A Consolidação das leis do trabalho ( CLT )  em seu artigo 3º, estabelece que EMPREGADO é:
"Toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário".
Características ou elementos da relação de emprego:
SUBORDINAÇÃO - quem decide como e onde o empregado irá trabalhar, é o empregador, portanto, o empregado é subordinado às regras estabelecidas pelo empregador e de acordo com suas determinações técnicas.
 HABITUALIDADE - os serviços devem ser prestados de forma habitual pelo empregado e não esporadicamente, caso contrário, não caracteriza a figura do empregado.
 PESSOALIDADE - o contrato de trabalho é pessoal, a prestação de serviços pelo empregado, não pode ser delegada por este à uma outra pessoa pois o contratado é ele e não o outro.
 REMUNERAÇÃO - não existe contrato de trabalho gratuito, ou seja, a relação de emprego pressupõe o pagamento de salário que é o principal dever do empregador pelos serviços prestados pelo empregado.
Ao analisarmos o conceito de empregado disposto no artigo 3º da CLT, podemos concluir que "exclusividade" não é requisito do contrato de trabalho.  Temos como exemplo, o professor com vínculo empregatício que trabalha em mais de uma instituição de ensino, a enfermeira que trabalha em dois ou mais hospitais, com vínculo de emprego. 
Desde que respeitada a jornada legal de trabalho estabelecida por lei, pode o empregado manter vínculo empregatício com mais de um empregador.
  DIFERENÇA ENTRE EMPREGADO E TRABALHADOR AUTÔNOMO
O principal requisito que difere o trabalhador autônomo do empregado é a "subordinação". Sabemos que todo trabalhador autônomo trabalha para si e não para outrem.
Empregado é trabalhador subordinado. Autônomo trabalha sem subordinação.
O autônomo, portanto, não está sob o poder de direção de alguém. Ao contrário, ele se auto-organiza, suporta o ônus (despesas, custos, materiais, telefone, energia, água, gás, etc) do trabalho que realiza, e assim, exerce sua atividade.
Se o autônomo na relação jurídica estabelecida pelo contrato de prestação de serviços (relação civil e não trabalhista) utilizar os meios e/ou materiais do contratante, a natureza da relação jurídica passa a ser trabalhista pois descaracteriza o elemento fundamental que é a AUTONOMIA do prestador de serviços.
Exemplo: advogado, médico, dentista, pequenos ambulantes, fisioterapeuta, psicólogo e outros
 EMPREGADOS COM VÍNCULO, PORÉM, COM CONTRATOS DIFERENCIADOS
 
EMPREGADO EM DOMICÍLIO
· Artigo 6º da CLT. É a pessoa que presta serviços em sua própria residência. O empregador o remunera e estão presentes todos os requisitos da relação de emprego.
· Não se distingue com o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, se equipara. Também se equipara com o trabalho realizado à distância. (home office)
· Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.
· Importante dizer que neste tipo de contrato, todos os meios e materiais utilizados pelo empregado, são disponibilizados ou pagos pelo empregador, não sendo responsabilidade do empregado em momento algum.
EMPREGADO PÚBLICO
· É ESPÉCIE DO GÊNERO SERVIDOR PÚBLICO. Tem o contrato regido pela CLT e a contratação para emprego público se dá através de concurso público e geralmente por prazo determinado. (contratação temporária) ( art.37, II, CF )
DEFINIÇÃO DE EMPREGADOR
Empregador é aquele que administra e dirige a relação de emprego suportando todo o ônus da contratação. 
O Artigo 2º da CLT define empregador como "a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação de serviços."
Notem que o artigo faz referência a empresa individual ou coletiva, portanto, o micro empreendedor individual, pode ter até um empregado registrado, já o empresário individual ou a empresa individual de responsabilidade limitada (eireli) podem ser empregadores, sem limite de empregados.
Já as empresas coletivas citadas na lei, referem-se aos tipos societários diversos, todas elas podendo ser empregadores, sem limite de empregados contratados, como as empresas de responsabilidade limitada, as S/As, as comanditas simples e por ações, as sociedades simples, em nome coletivo e demais.
 
EMPREGADORES POR EQUIPARAÇÃO
Pessoa jurídica, porém, sem fins lucrativos, com exceção dos profissionais liberais, são eles:
- Profissionais liberais
- Instituições de Beneficência
- Associações Recreativas
- Instituições sem fins lucrativos
 
EMPREGADORES DOMÉSTICOS
Empregadores domésticos são sempre pessoas físicas que contratam empregados para trabalharem em atividades relacionadas ao "âmbito doméstico ", à casa residencial ou de lazer da família ou ainda cuidando das pessoas da família dentro do contexto doméstico. Pessoas jurídicas não podem ser empregadores domésticos.
 
SUCESSÃO DE EMPRESAS
Alterações na estrutura jurídica da empresa não afetarão os direitos adquiridos por seus empregados, como dispõe: 
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
I - a empresa devedora; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
II - os sócios atuais; e (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
III - os sócios retirantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
GRUPO ECONÔMICO
Quando uma ou mais empresas estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, serão solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas – artigo 2º, parágrafos 2º e 3º da CLT
§2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)
EMPREGADOR RURAL
Pessoa física ou jurídica que explore atividades agrícolas, pastoris ou de indústria rural e tambémo empregador doméstico no âmbito rural.
Consórcio de empregadores rurais: solução alternativa para contratação de trabalhadores nos meios rurais.
  
PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR
Trata-se do poder de direção do empregador que é limitado pelos princípios trabalhistas, portanto não é absoluto. A CLT estabelece esse poder no caput do artigo 2º quando determina que o empregador é quem dirige as atividades do empregado. 
A-) Poder diretivo de ORGANIZAÇÃO : cabe ao empregador determinar as regras de caráter técnico as quais o empregado está subordinado, organizando o seu empreendimento, o tipo de sociedade, o número de empregados, as funções, o local de trabalho, etc.
B-) Poder diretivo de DISCIPLINAR:  é o direito do empregador de impor sanções(punições) disciplinares ao empregado, uma vez que o direito de propriedade assegura o poder hierárquico e disciplinar. O empregador pode determinar ordens aos empregados, que se não cumpridas, acarretam penalidades que podem ser, advertências verbais ou escritas, suspensões (máximo de 30 dias, artigo 474 da CLT) e até dispensa com justa causa. ( artigo 482 da CLT )
  C-) Poder diretivo de CONTROLE: o empregador tem o direito de fiscalizar o trabalho do empregado, sendo estendida não só ao modo de trabalhar, mas também ao comportamento do empregado, respeitando sempre a integridade física e moral do empregado. Exemplos são a fiscalização da marcação ou assinatura de ponto, revista pessoal do empregado salvo a vexatória e as revistas íntimas, vistoriar o computador fornecido ao empregado como instrumento de trabalho.

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