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FICHAMENTO DE LEITURA
	Tipo: Livro
	Assunto / tema: Educação
	Referência bibliográfica: BOSERUP, Ester. Evolução agrária e pressão demográfica. São Paulo: Editora
Hucitec; Polis, 1987
	Resumo / conteúdo de interesse: A autora define o crescimento da população como uma variável independente e como sendo o principal fator determinante das mudanças da agricultura. Em Regiões com baixa densidade populacional, nota-se agricultura extensiva. Basicamente se utilizando da técnica corte e queima, resultando e alta produção em duas ou três safras, e posteriormente ocasionando o abandono do local cultivado, que ficara em pousio durante vários anos. Tal técnica garante garante produtividade alta por mão-de-obra, se utilizando do fogo em substituição ao esforço humano. Havendo extensas áreas disponíveis, em função de baixa densidade populacional, pode-se utilizar de agricultura itinerante com várias áreas de pousio longo. Porém havendo um aumento populacional, o período de pousio será reduzido para garantir a oferta de suprimentos. Para a autora ao se reduzir as áreas de pousio, consequentemente haverá uma intensificação agrícola, que introduzirá importantes mudanças, Com a redução do período de pousio haverá necessidade incrementar com técnicas de fertilização, até então desnecessárias. Ocorrendo o crescimento populacional, a consequência será a diminuição das áreas de pousio e maior intensificação agrícola, reduzindo-se severamente o pousio, surgira uma nova estrutura vegetal, onde as gramíneas predominam, nestes campos o fogo não se faz suficiente pra limpezas destes lotes, sendo necessário o emprego de enxadas e arados.Com isto haverá necessidade de trabalho adicional para o preparo, plantio, e colheita são maiores do que os resultados alcançados. Há um declínio da produtividade do trabalho, pois há uma troca entre o fogo e o trabalho humano. 
Consequentemente a introdução do arado exige o uso de animais de tração, que necessitarão de cuidados e alimentos, consequentemente os camponeses deverão reservar algumas horas de trabalho para o cultivo da forragem para a sua tração animal e destinar extensas áreas de pastoreio. Porém, enquanto a densidade populacional não for muito alta, o agricultor irá relutar em trocar seus períodos de liberdade para adquirir o hábito do trabalho regular e diário.
As mudanças de um padrão de pousio longo de alta produtividade no curto prazo para um sistema de pousio curto enfatiza a adoção de tecnologia, pois o uso continuado de um mesmo lote sem pousio irá declinar sua produtividade se não ocorrer a adoção de técnicas como fertilização, aração, capina e outros. O uso das novas técnicas não visam incremento da produtividade, mas sim, evitar que ela se reduza a um nível muito baixo por homem-hora. Frequentemente estas técnicas não são novas, elas já são conhecidas e estão disponíveis na região. Contudo, elas passam a ser utilizadas somente quando o cultivo se torna mais intensivo e quando a escala mínima da técnica é alcançada. Se o crescimento populacional for baixo, poderá levar muitos anos para a introdução de novas técnicas produtivas.
De modo que determinada população ainda se encontra no sistema de pousio longo com terras abundantes, não há o interesse de um grupo retornar ao lote específico cultivado anos antes. Porém, quando a densidade populacional se eleva e os lotes passam a ser cultivados em espaços de tempo mais curtos, as famílias passam a se vincular a parcelas específicas. Provavelmente, surge neste período o costume de cessão de uso familiar descendente, ou seja, a origem da propriedade privada. Assim, em processos de intensificação agrícola, o regime de propriedade deve mudar, em um gradiente partindo de terras comuns e chegando à propriedade particular. Resumindo a abordagem de Boserup, o processo progressivo de transformação da paisagem em função do crescimento populacional força a redução do pousio e impulsiona a adoção de novas tecnologias. Tais mudanças aumentam a produção total de alimentos, alterando de forma gradual a posse das terras e a produtividade do trabalho é reduzida.
Enganosamente o emprego das novas tecnologias, não se resumem em avanços, representam sim uma tentativa de impedir a queda da oferta per capita de alimentos, dada a pressão demográfica. Podemos constatar que o processo desenvolvimento rural seria, em última instância, a busca de manter os padrões de vida alcançados em tempos anteriores. 
	Citações:
	Página:
	1- Nos séculos passados, colonizadores e funcionários coloniais europeus das regiões onde predominava o cultivo com alqueive longo ignoraram o fato de que terras em aparente desuso estavam, na verdade, sob pousio.
	16
	2- A expropriação das terras em pousio teria, necessariamente, de forçar os cultivadores a reduzir os períodos de repouso do solo, conduzindo-o, em alguns casos, à exaustão, o que, juntamente com as queixas dos nativos, acabou por abrir os olhos de muitos europeus para a existência de sistemas de cultivo com pousio longo. Desde então, esses sistemas têm sido objeto de estudo de economistas, agrônomos e antropólogos. 
	16
	3- A conclusão de Gourou e que a população nos trópicos atingiu o limite imposto pelas disponibilidades do território e que qualquer aumento de população só poderá ser acomodado com base na industrialização e no comércio exterior
	17
	4- Paisagem em mudança - autores parece apoiar a teoria dinâmica de uso do solo, baseada no reconhecimento de que a relação entre "condições naturais" e sistemas de pousio não é unidirecional, mas recíproca. 
	18
	5- Alguns autores acreditam que o recuo das florestas acabou por afetar o clima, fazendo-o mais seco e facilitando a expansão de desertos. Outros pensam que a expansão de terras estéreis resultou primeiramente da erosão causada por cultivo e pastoreio excessivos por parte das tribos nômades
	19
	6- Os neomalthusianos não perderam a ocasião para interpretar a teoria dinâmica do uso da terra como uma confirmação das crenças malthusianas. Malthus pensava que o aumento da população além do nível de capacidade de suporte da terra deveria levar a eliminação do excesso de população seja diretamente, por inanição, seja através de
Outras restrições positivas que, em sua opinião, poderiam ser todas remetidas à causa básica: falta de alimentos
	20
	7- teorias malthusianas são enganosas, pois tendem a negligenciar as evidências que temos a respeito de populações em crescimento que conseguiram alterar seus métodos de produção de maneira a preservar e aumentar a fertilidade de suas terras.
	20
	8- Populações em crescimento podem ter, no passado, destruído mais do que aperfeiçoado as terras que cultivaram. Mas não há razão para extrapolar tendências do passado, porque cada dia sabemos mais a respeito de métodos de preservação do solo e podemos, portanto, usando as técnicas modernas, recuperar para o cultivo muito da terra
que nossos antepassados tornaram estéril.
	21
	9- (2) INTERDEPENDÊNCIA ENTRE USO DA TERRA E MUDANÇA TÉCNICA (Correlação )
A Autora cita Três grandes: tipos de agricultura: 
1. o mais primitivo, em que não se empregavam nem a enxada nem o arado; 
2. o sistema de enxada; 
3. o sistema de arado
	23
	10- SISTEMAS DE POUSIO E TIPOS DE TÉCNICAS
O sistema de pousio longo ou florestal associa-se a um método de cultivo que pouco varia de uma a outra parte do mundo. Na parcela escolhida para cultivo, as árvores maiores são derrubadas a machado ou por meio da queima das raízes.
-Múltiplo Corte: Com tempo de pousio curto ou inexistente, a mesma área de cultivo traz duas ou mais culturas sucessivas a cada ano
- Corte Anual: Não é geralmente considerado um sistema de pousio, mas pode ser classificado como tal pelo tempo em que a terra é deixada sem cultivo.
- Cultivo de Curto- Pousio: O pousio dura de um a dois anos. Período em que os cuidados para eliminação de ervas daninhas são mantidos para o próximo plantio.
- Cultivo de Arbusto- Pousio Pode levar de um a dois anos ou de seis a oito anos.
- Cultivo de Arbusto- Pousio Pode levar deum a dois anos ou de seis a oito anos.
- Cultivo de Florestas- Pousio : Semeadas e plantadas por um ou dois anos e deixada em repouso para recuperação da terra. Leva de vinte a vinte e cinco anos
	24
	11- TIPOS DE INSTRUMENTOS VERSUS FABRICAÇÃO DE INSTRUMENTOS
1. Um tipo de mudança é aquele em que comunidades rurais substituem espécies de instrumentos (da vara de plantar à enxada, desta ao arado) mas continuam a recorrer à fabricação primitiva desses instrumentos, produzidos pelo próprio agricultor ou pelo ferreiro da aldeia.
2. Um outro tipo envolve não apenas a substituição de espécies de instrumentos mas também o abandono gradual de instrumentos caseiros em favor daqueles produzidos por artesãos e fábricas.
3. Finalmente, há os casos de comunidades rurais que passam a
Utilizar instrumentos mais aperfeiçoados da mesma espécie. Ex. desse tipo de mudança em muitas comunidades tribais da Indonésia que recentemente substituíram o machado de pedra pelo de aço mas continuam a usar o sistema de pousio longo sem enxada e sem arado
	27
	12 – (3)-PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NOS SISTEMAS DE POUSIO LONGO E POUSIO CURTO
1. sistemas intensivos de uso da terra requerem inversões de capital tão grandes que a sua introdução torna-se improvável antes que o crescimento populacional os faça necessários e compensadores;
2. esses sistemas geram um produto por homem-hora inferior aos dos sistemas mais extensivos
	29
	13- a passagem de um sistema de pousio para outro e frequentemente parte de um padrão complexo de mudança, envolvendo também alteração das proporções de fatores, substituição de instrumentos e métodos. Devemos buscar evidências empíricas, especialmente através da comparação das diferenças de rendimento em dois sistemas de uso da terra com as diferenças de inversão de trabalho e capital por unidade de área nesses mesmos sistemas
	29
	14- A questão que devemos levantar é esta: deve-se esperar que o produto por homem-hora de uma dada população, em um dado território, diminua, em prazo relativamente curto, quando ocorre redução do pousio acompanhada de mudanças correspondentes de instrumentos e métodos? Ou deve-se esperar que aumente
	30
	15- (4)-CAPACIDADE DE SUPORTE DA TERRA E PRODUTIVIDADE DO TRABALHONA AGRICULTURA INTENSIVA
	
	16- O ADVENTO DO CULTIVO COM ARADO
Arado primitivo é trabalho árduo para o camponês e para o animal; além do trabalho de arar, o camponês terá de cuidar dos animais. A menos que ele mantenha um rebanho grande de animais domésticos e empenhe muito trabalho na coleta, preparação e distribuição do esterco sobre os campos, e provável que a produção por hectare seja menor nos sistemas de pousio curto e cultivo anual do que no de pousio floresta (O sistema de pousio florestal era aplicado no século dezenove em algumas regiões da Rússia, com rendimentos por hectare três vezes maiores que o obtido do cultivo com arado.)
	33
	17- A vantagem relativa do arado é maior em terras planas de climas frios e úmidos, onde é mais difícil a limpeza por meio do fogo. Nessas condições, é provável que o arado seja introduzido antes que se atinja o alto grau de densidade populacional que induziria sua introdução sob outras condições naturais.
	36
	18- Produtividade do trabalho sob diferentes sistemas de uso da terra deverá levar em
Consideração o problema da provisão de alimentos para animais de trabalho
	37
	19- As comunidades rurais que vivem sob sistemas de pousio florestal não possuem animais de tiro. O suprimento de carnes para consumo humano obtém-se da caça, da pesca e de pequenos animais domésticos que se alimentam principalmente na floresta ou nos campos. A extensão da área cultivada é determinada pela necessidade de manter áreas em repouso de maneira a não prejudicar as colheitas, e não pelas necessidades de alimentação dos animais domésticos o limite da área cultivada é dado pela necessidade de reservar grandes áreas para o pastoreio daqueles animais, que se alimentam principalmente, ou exclusivamente, de vegetação natural. 
(Cavalo de tração ou cavalo de tiro é um termo empregado para designar animais específicos ou mais comumente determinadas raças de cavalo, próprios para trabalhos pesados como o arado e o transporte de cargas.)
	37
	20- sistemas intensivos de pousio arbustivo (ou intermediário) com até oito anos de cultivo ininterrupto, seguidos de igual período de repouso do solo, apresentam maior capacidade de sustentar populações humanas do que sistemas de pousio curto com uso de arado puxado por animais.
	38
	21- DO PASTOREIO AO CULTIVO DE FORRAGEIRAS
Com a transição para o sistema de cultivo de forrageiras, o que era dom da natureza
Passa a ser produto do esforço humano. É possível que assim aumente o produto líquido, pois aumentará a capacidade de trabalho dos animais e a adubação com esterco será facilitada
	38
	22- Algumas das forrageiras introduzidas nos campos europeus, durante a revolução agrícola, eram leguminosas. Anteriormente, o cultivo de leguminosas para consumo humano ocorrerá apenas em pequenas escala. A introdução desse novo elemento de fertilização e o aumento simultâneo da disponibilidade de esterco ajudaram a provocar um acentuado aumento de rendimentos das outras culturas incluídas na rotação. Assim, ao longo do período em que o pousio foi reduzido a alguns meses por ano, ocorreu considerável aumento da produtividade por área.
	40
	22- a descoberta da possibilidade de cultivo ininterrupto da terra dada pela rotação com plantas forrageiras, algumas das quais leguminosas. O rápido crescimento da população na Europa Ocidental era considerado mais efeito que causa dessa mudança
	40
	23- DA AGRICULTURA DE SEQUEIRO À AGRICULTURA IRRIGADA
Quando a densidade de população ultrapassa um certo nível numa região em que a agricultura se baseia no uso do arado de tração animal, a transição ao cultivo de forrageiras em rotação não é a única alternativa à escassez de pastagens. Uma outra solução consiste em interromper o cultivo das terras mais pobres e transformá-las em pastagens permanentes, enquanto a terra melhor passa a ser cultivada uma vez por ano, ou mais, com o uso de técnicas trabalho-intensivas de fertilização e, se necessário, irrigação. Este é o método usualmente empregado na Ásia quando a densidade de população excede um certo nível.
	41
	24- A produção média por homem-hora parece ser mais baixa neste tipo de irrigação que a produção de sequeiro em circunstâncias semelhantes. A agricultura irrigada dos camponeses chineses alcança, algumas vezes, um rendimento extremamente elevado mesmo sem o uso de fertilizantes químicos. Mas, em tais casos, a inversão de trabalho
Atinge 600 dias de trabalho por hectare cultivado com cereais. Este valor é dez a vinte vezes maior que as necessidades da cultura de sequeiro dos mesmos cereais, segundo o sistema extensivo associado ao arado nos países subdesenvolvidos.
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	25- CRESCIMENTO POPULACIONAL E PRODUTIVIDADE DO TRABALHO
Muitos métodos diferentes de fertilização tem sido utilizados, em todo o mundo, desde os tempos mais antigos. Muitas vezes, um povo pode aprender com um povo vizinho, ou com outro grupo humano que encontre quando migrando em busca de terras não exauridas, como preservar os rendimentos agrícolas praticando pousio de duração mais curta do que aqueles até então praticados
	
	26- A perspectiva pode ser menos sombria para uma população que, tendo alcançado este nível crítico de densidade, ignore o arado — ou seja incapaz de usá-lo por causa da falta de animais de tiro — se bem que conhecedora dos métodos de fertilização do solo. Esta situação pode, sem dúvida, obrigar esta população a aceitar um declínio do rendimento por hora de trabalho muito mais forte do que teria sido necessário se pudesse ser utilizado o arado, mas não se colocará a escolha entre inanição e migração. De fato, a população pode continuar a crescer no mesmo ritmo, como se tivesse sido possível o cultivo com arado, sobretudo se ela conhece as técnicas de irrigação.
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	27-(5) CRESCIMENTO POPULACIONAL E HORAS DE TRABALHO
Quando se começaa cultivar um pedaço de terra de modo mais frequente — com técnicas pré-industriais — será necessário, em geral, dedicar uma maior quantidade de trabalho agrícola por hectare cultivado, do que anteriormente. Assim, o emprego agrícola talvez cresça por duas razões distintas: porque cresce a área total cultivada, em um dado ano, ao mesmo tempo que a inversão anual de trabalho, por unidade de área cultivada, cresce provavelmente pois que os cultivos são mais frequentes. Sugeriu-se que, no caso típico pelo menos, uma intensificação do padrão de uso da terra reduz a produção por hora de trabalho ou, em outras palavras, que o emprego agrícola aumenta a uma taxa mais elevada do que a produção agrícola quando, sob a pressão do crescimento populacional, se intensifica o uso da terra.
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	28- JORNADA CURTA NO SISTEMA DE POUSIO LONGO
Quando o crescimento da população, em uma dada área de agricultura de subsistência pré-industrial, redunda em uma produção agrícola média mais baixa por homem-hora, a reação consiste, normalmente, em aumentar o número médio de horas trabalhadas por ano de modo a compensar os rendimentos decrescentes por homem-hora certos períodos do ano. Mesmo nas estações de muito trabalho a jornada era de somente quatro horas para os homens e seis horas para as mulheres. Nas estações de trabalho menos intenso, a média era de duas horas e três quartos para os homens é seis horas para às mulheres, sendo que, desse total, apenas duas horas eram consagradas ao trabalho agrícola enquanto as outras quatro eram dedicadas às tarefas domésticas
	50
	29- A ESTAÇÃO MORTA NO SISTEMA DE POUSIO CURTO
Quando as terras até então cultivadas com enxadas, são aradas e usadas em rotação no sistema de pousio curto, os picos sazonais tornam-se mais pronunciados do que costumam ser no sistema de pousio longo. No sistema com pousio arbustivo, a capina e a coleta de estrume podem resultar em algum trabalho fora das estações de maior movimento, como as de preparação para o plantio e a colheita. Além do mais existe o trabalho de abertura das clareiras, o qual também cai fora do período de grande atividade. Em contraste, no sistema com pousio curto não há, virtualmente, trabalho agrícola fora dos períodos de aração e de colheita. Geralmente, os cultivos são de cereais sem capina e em adubação, exceto a que consiste em revolver com o arado os excrementos animais deixados durante o pastoreio
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	30- O TRABALHO ÁRDUO DA AGRICULTURA INTENSIVA
(A introdução do sistema de três campos na Europa setentrional, depois do ano 800 da Era Cristã, elevou a produção agrícola total através do encurtamento do período de pousio e permitiu uma melhor distribuição estacional dos recursos humanos e animais porque se tornaram possíveis duas semeaduras, uma de Primavera e outra de outono, e um melhor espaçamento entre os trabalhos de colheita. Charles Parain sugere que esta mudança foi um meio de elevar a produção total porque a população estava crescendo: "Como se tem um aumento considerável na produção agrícola total, o crescimento da população pode ter sido, com frequência, um fator determinante)
Passagem da agricultura de sequeiro para a agricultura irrigada envolve um grande aumento na inversão de trabalho. Entretanto, parte deste trabalho adicional é utilizado
no pico da estação e desta forma a mudança se torna efetiva somente do crescimento natural da população ou da imigração de trabalhadores agrícolas
	58
	31- A MUDANÇA GRADUAL DOS HÁBITOS DE TRABALHO
supor que o montante e o padrão de emprego agrícola que se observam hoje nas regiões esparsamente povoadas dos países subdesenvolvidos, onde se praticam sistemas de uso extensivo do solo, forneçam um quadro mais ou menos fiel do padrão e do grau de emprego agrícola que existiram no passado nas regiões que hoje em dia são densamente povoadas pode-se considerar as mudanças no emprego agrícola provocadas pelo crescimento populacional e pela intensificação do uso da terra, em uma dada região, como um alongamento gradual das horas de trabalho dedicadas à agricultura 
	59
	32- Quando se usa o arado nos cultivos com pousio curto, ele se torna um meio para preservar, durante longos períodos, a liberdade em relação ao trabalho penoso, mesmo quando existe uma densidade populacional elevada.
Os cultivadores que se empenham em seguir com a intensificação do cultivo com pousio longo, além de um certo estágio de densidade populacional, devem trabalhar durante um período mais longo do ano para obter a mesma quantidade de alimento que se poderia obter com o uso do arado. Somente quando se atinge uma densidade populacional muito alta é que o agricultor se verá forçado a empregar o arado, a
renunciar a seus períodos de liberdade estacional em relação ao trabalho agrícola e a adquirir o hábito de um trabalho regular diário, durante muitas horas ao longo de todo o ano. Não se atinge esse estágio antes que os agricultores sejam obrigados
a alimentar seus animais, durante quase o ano inteiro, com forragem cultivada ou a pôr em prática uma irrigação trabalho-intensiva e a colher safras sucessivas para poder subsistir
	61
	Indicação da obra: Economia, agricultura, Sociologia
	
	Local: arquivo em PDF disponível em https://br1lib.org/book/2381537/fd32db?id=2381537&secret=fd32db

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