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DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS

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DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS 
Fonte e usos dos aminoácidos: 
- Reserva de aminoácidos dentro do organismo é 
resultante entre o equilibro entre aa disponíveis 
para síntese de proteína e aa disponíveis a partir 
da proteólise. Também influenciado pelo con-
teúdo de aa proveniente da dieta e conteúdo 
que sofre catabolismo para produção da ureia.
- Reserva de aminoácidos livres no organismo é 
resultante de diferentes fontes e usos do aa. Há 
vários usos possíveis dessa reserva.
- Fontes dos aa presentes no sangue:
- Dietas proteicas: absorção de aa do intes-
tino
- Renovação dos tecidos
- Síntese endógena principalmente no fígado 
(exceto aa essenciais - obtidos apenas 
através da dieta)
- Grande variedade de aminoácidos, com diferen-
tes propriedades. Cerca de 20 tipos são capazes de serem uti-
lizados na síntese proteica
- Aminoácidos divididos em dois tipos principais, de acordo com 
a sua utilidade após o catabolismo: 
- Glicogênicos: catabolismo leva a formação de intermediá-
rios passiveis de serem utilizados pela via de gliconeogê-
nese (síntese de glicose)
- Cetogênicos: catabolismo leva a formação de de interme-
diários passiveis de serem utilizados para síntese de cor-
pos cetônicos
 Proteínas da dieta 
- Origem animal: leite/lacticínios, carnes, peixe, ovos, etc
- Origem vegetal: cereais, leguminosas, castanhas, etc
- O cozimento destrói inibidores enzimáticos, bactérias e mi-
croorganismos patogênicos ‣ alimento mais seguro e mais 
facilmente assimilável pelo organismo.
- Inibidor de tripsina: presente na clara do ovo e soja
- Tiaminase (enzima): presente em marisco cru. Aumento 
da atividade dessa enzima, ao se alimentar de marisco 
cru, promove prejuízo da absorção de algumas vitami-
nas
- Diferentes classes dos aminoácidos em função de suas ca-
deias laterais
- Aminoácidos da dieta de ocorrência natural
- Essenciais: não podem ser sintetizados a partir de ou-
tros componentes da dieta e precisam estar incluídos 
nessa dieta para que possam ser utilizados. Não são 
sintetizados endogenamente. 
- Não-essenciais: podem ser sintetizados pelo organismo a partir de componentes não ni-
trogenados. Quando inclusos na dieta, poupam a síntese endógena.
- Diferentes processos possibilitam a síntese desses aminoácidos
- Pode haver interconversão entre aa - exemplo: glutamato, sintetizado a partir de 
alfa-cetoglutarato com incorporação do grupamento amina (NH3). Esse grupa-
mento amina pode ser transferido para outros componentes, a partir da ação 
das transaminases, e permitir a síntese de outros compostos nitrogenados.
Síntese de aminoácidos não essenciais 
- Glutamato: alfa-cetoglutarato + NH3 (fonte 
de N para síntese de aminoácidos e uréia)
- Cisteína e tirosina (não essenciais): forma-
dos a partir de metionina e fenilalanina (es-
senciais), ou seja, os precursores para sín-
tese endógena de cisteína e tirosina são 
outros aminoácidos, mas nesse caso es-
senciais.
- Além de serem utilizados para incorpo-
ração das proteínas, metionina e fenilalanina são fundamentais, pois 
são precursores desses aminoácidos não essenciais.
- Caso cisteína e tirosina sejam fornecidos na dieta, não há necessida-
de de muita mobilização de metionina e fenilalanina, que podem ser 
poupados para outras funções.
DIGESTÃO DE PROTEÍNAS 
- Não existe enzima proteolítica na cavidade oral - não 
ocorre digestão de proteínas nesse segmento
- Locais de digestão:
- Estômago:
- Início da digestão das proteínas pelo contato 
do bolo alimentar com a secreção gástrica
- Tanto enzimas proteolíticas quanto o HCl da 
secreção gástrica contribuem para a digestão 
parcial de proteínas.
- Intestino:
- Continuidade da digestão de proteínas pelo contato do bolo alimentar com a secre-
ção pancreática (duodeno)
- As enzimas proteolíticas da secreção pancreática degradam os fragmentos peptídi-
cos em porções ainda menores
- Parte da digestão de proteínas acontece também na borda em escova (enterócitos)
- Na absorção intestinal é possível observar a absorção de aminoácidos livres (monômetros) e 
também de pequenos peptídeos (de 2-3 aminoácidos - dipeptídeo e tripeptídeo)
- Diferente da absorção de carboidratos, que apenas monossacarídeos são absorvidos.
- Figura: 
- Proteínas em contato com pH ácido leva a uma des-
naturação dessas proteínas, que perde sua confor-
mação tridimensional. Por conta disso, a pepsina 
consegue atuar fragmentando o polipeptídeo.
- Nos segmentos posteriores (ex duodeno), sob pH bá-
sico (que permite a ação das enzimas pancreáticas) e 
ação dessas enzimas (tripsina, carboxipeptidases, 
etc), os fragmentos são ainda mais fragmentados,
- Aminoácidos e pequenos peptídeos são capazes de 
ser, então, absorvidos.
- DIGESTÃO DE PROTEÍNAS NO ESTÔMAGO 
- Enzimas proteolíticas e HCl da secreção gástrica contribuem 
para a digestão parcial das proteínas, permitindo a liberação de 
vitaminas e minerais ligados às proteínas.
- Digestão parcial, pois nesse momento ainda não há grande 
liberação de aminoácidos livres e fragmentos ainda são re-
lativamente grandes
- HCl: pH ácido da secreção gástrica favorece a desnaturação e 
desenovelamento das proteínas da dieta
- Enzimas proteolíticas: promovem a clivagem dos polímeros em 
fragmentos menores
- Exemplos de enzimas proteolíticas presentes na secreção 
gástrica: pepsina, renina (quimosina/coalho), gelatinase
Enzimas digestivas 
- As enzimas que participam da digestão de proteínas são secretadas na forma de zimogê-
nios. A secreção de zimogênio evita que as proteases ativas atuem dentro da célula epite-
lial.
- Pepsina 
- Pré-pepsinogênio sofre clivagem do 
peptídeo sinal, formando pepsinogê-
nio. A partir da ativação do pepsino-
gênio na luz do estômago, haverá for-
mação da pepsina.
- Processo de formação da enzima em sua forma ativa acontece na luz do estômago
- Pepsinogênio: precursor inativado (zimogênio) de pepsina
- Possui baixa atividade proteolítica, mas em meio ácido sofre auto-ativação (conver-
são em pepsina).
- Ativação intra-molecular
- Ativação inter-molecular
- A pepsina formada pode atuar na ativação de outros zimogênios presentes na secre-
ção gástrica - ativação luminal
- Ativa tanto zimogênio de pepsinogênio (formando mais pepsina), quanto outros 
zimogênios da secreção ‣ secreção gástrica passa a apresentar rápida ativação 
de suas enzimas
- Figura: 
- Pepsinogênio sozinho: atividade proteolítica 
muito baixa, resultando em lentidão nessa 
processo
- Pepsinogênio em contato com pH ácido: ob-
serva taxa de conversão maior de pepsino-
gênio em pepsina. 
- Ainda, a pepsina formada inicialmente auxilia 
na conversão de mais pepsinogênio, produ-
zindo mais pepsina.
- Pepsina: endopeptidase não específica. 
- Liberada pelas células principais da mucosa gástrica
- Promove a digestão parcial de proteínas, formando pe-
quenos peptídeos e poucos aminoácidos livres. 
- Cliva ligações peptídicas entre aminoácidos lipofílicos 
(mais expostos pela ação desnaturante do HCl ‣ cadeia 
perde sua conformação tridimensional, de modo que es-
ses aminoácidos lipofílicos que naturalmente ficam mais 
internos, passam a ficar expostos a ação da pepsina)
- Ou seja, hidrolisa ligações peptídicas internas à ca-
deia
- Geralmente cliva ligações peptídicas entre 
aminoácidos aromáticos (-COOH)
- HCl é importante para permitir a ação da pepsina, pois os fragmentos precisam 
ficar acessíveis a ela, o que é possível pela ação desnaturante do ácido.
- HCl - desnaturação e pepsina - fragmentação
- Não hidrolisa proteínas do tipo queratina, fibroína (seda) e mucoproteínas, que são 
resistentes a sua ação.
- pH ideal para sua atividade: ácido
- Esse pH ácido é importante, portanto, tanto para sua ativação quanto para sua 
atividade proteolítica.
- Atividade:
- pH 2,0: atividade máxima
- pH 3,5: inibição reversível
- > pH 7,2: inibição irreversível - atividade é inibida de maneira irreversível 
- Outras enzimas proteolíticas presentesna secreção gástrica: 
- Renina 
- Zimogênio: prorrenina
- Atividade ótima em pH 4,0
- Presente em recém-nascidos e ausente em adultos
- Hidrolisa ligações peptídicas vizinhas a aminoácidos aromáticos. 
- Secretada na luz do estômago
- Assim como a pepsina, promove a coagulação do leite, permitindo a degradação das 
proteínas para obtenção dos aminoácidos.
- Caseína (proteína presente no leite em sua forma solúvel): sofre ação da renina, 
ou pepsina, formando paracaseína (solúvel) e proteose (Whey protein)
- Paracaseína em contato com íons Ca2+ acaba precipitando, sofrendo posteri-
ormente a ação de outras enzimas proteolíticas, de modo a permitir a absorção 
de aminoácidos presentes no leite. 
- Gelatinase 
- Ativa em meio ácido
- Forma polipetídeos
- Gastricina 
- Ativada na presença de HCl
- pH ótimo entre 3-4
- DIGESTÃO DE PROTEÍNAS NO DUODENO 
- A mistura do bolo alimentar com o suco gástrico (quimo) ao chegar 
no duodeno se encontra com a secreção pancreática
- Quimo: hiperosmótico, proteínas parcialmente digeridas (peptídeos e 
aminoácidos) e conteúdo lipídico
- Enzimas atuantes nesse segmento necessitam de meio básico para 
sua atividade, de forma que o conteúdo ácido que está chegando ao 
duodeno deve ser neutralizado. Por isso, conteúdo de bicarbonato é 
importante.
- Vão continuar com o processo de digestão de proteínas já inici-
ado. 
- Ativação dos zimogênios:
- Enzimas pancreáticas também são secretadas na forma de zi-
mogênio
- No pâncreas, além da presença de enzimas proteolíticas, são encontradas en-
zimas envolvidas com a digestão de lipídeos (lipases). Ambas são secretadas na 
forma de zimogênio.
- Zimogênios são lançados na luz intestinal 
- As enzimas inativas secretadas pelo pâncreas são ativadas 
em cascata
- Dentre os zimogênios presentes na secreção pancreáti-
ca, há o tripsinogênio (precursor da tripsina)
- O tripsinogênio é ativado em tripsina pela enteropepti-
dase da borda em escova (enteroquinase).
- Após a conversão de tripsinogênio em tripsina, a tripsina 
ativa os outros zimogênios presentes na secreção pan-
creática.
- Envolvidos com a digestão de proteínas:
- Quimiotripsinogênio ‣ quimiotripsina 
- Procarboxipeptidase ‣ carboxipeptida-
se
- Envolvidos com a digestão de lipídeos:
- Procolipase ‣ colipase
- Profosfolipase ‣ fosfolipase
Secreção pancreática 
- A secreção do pâncreas exócrino ocorre sempre em 
direção ao lúmen. A maioria das enzimas digestivas 
é produzida, armazenada e secretada como pró-
enzimas inativas (zimogênio).
- Apresenta peptidases, lipases e amilases.
- É majoritariamente aquosa (99,5%) 
- 0,5%: sólidos
- Substâncias orgânicas: enzimas e outras 
substâncias orgânicas
- substâncias inorgânicas
- Proteases digestivas 
- A ativação das pró-enzimas digestivas ocorre só depois de terem 
sido liberadas pelas células na luz intestinal.
- Enzimas:
- Serino proteases e tripsina 
- Pró-enzima: tripsinogênio
- Ativadores: enteropeptidase (presente na borda em escova) 
e tripsina (a própria tripsina formada pode servir como ati-
vador)
- Quimiotripsina
- Pró-enzima: quimiotripsinogênio
- Ativador: tripsina
- Elastase
- Pró-enzima: pró-elastase
- Ativador: tripsina
- Carboxipeptidase 
- Pró-enzima: pró-carboxipeptidase
- Ativador: tripsina
- A ação coordenada dessas enzimas permite a fragmentação de dife-
rentes pontos da cadeia.
- Tripsina, elastase e quimiotripsina clivam ligações peptídicas mais internas da cadeia, 
por exemplo.
• Tripsinogênio/tripsina: principal enzima 
- Ativação dependente de enteroquinase (pH 5,5) e de Ca2+
- Autocatálise em tripsina em pH 7,9
- Hidrolisa ligações peptídicas vizinhas a aminoácidos básicos (argenina, lisina), for-
mando várias proteoses, peptonas, tri e dipeptídeos.
- Não hidrolisa ligações com prolina
- Inibidores de tripsina: presentes em colostro e soja - diminuem a atividade da enzima 
e a continuidade da digestão dos alimentos
- Durante o cozimento e preparo do alimento, muitos desses inibidores são elimi-
nados.
• Quimiotripsina: 
- Contribui para a coagulação do leite
• Elastase/colagenase: 
- Contribui para digestão de tecido conjuntivo
• Carboxipeptidase A/B: 
- Exopeptidases (pH 7,5)
- Hidrolisam um ligação peptídica na extremidade carboxi-terminal, liberando um ami-
noácido livre por vez
- Não hidrolisam dipeptídeos
Secreção intestinal 
- O conteúdo enzimático se origina também dos frag-
mentos de células epiteliais.
- É majoritariamente aquosa
- Apresenta proteases (enteroquinases), peptidases, ami-
lases e lipases.
- Enteroquinase (enteropeptidase):
- Enzima glicoproteica presente na borda em escova 
dos enterócitos e na secreção intestinal (suco en-
térico), responsável pela ativação da tripsina, per-
mitindo a ativação de outros zimogênios.
- DIGESTÃO DE PROTEÍNAS NO INTESTINO 
- Aminopeptidases: 
- Hidrolisam peptídeos até a formação de tripeptídeos
- Não hidrolisam dipeptídeos ou ligações com prolina
- Hidrolisam uma ligação peptídica na extremidade amino-terminal, liberando um ami-
noácido livre por vez.
- Prolidase:
- Hidrolisa ligações terminais com prolina (colágeno), liberando prolina livre
- Tri/dripeptidases:
- Capazes de hidrolisas peptídeos com 2 ou 3 aminoácidos
- Hidrolisam peptídeos na borda em escova ou no interior das células epiteliais (tripep-
tídeo ‣ dipeptídeo e 1 aminoácido livre ‣ 2 aminoácidos livres) 
- Obs: lembrando que além da absorção de aminoácidos livres, di ou tripeptídeos também 
podem ser absorvidos (podem ser hidrolisados já no interior da célula)
ABSORÇÃO DE AMINOÁCIDOS 
- Em condições normais, as proteínas da dieta/endógenas são digeridas até aminoácidos livres, 
di e tripeptídeos.
- Há transportadores nos enterócitos capazes de identificar aminoácidos livres e outros ca-
pazes de identificar di ou tripeptídeos.
- Esses produtos são absorvidos rapidamente
- Aminoácidos livres são absorvidos do jejuno ao íleo distal
- Dri e tripeptídeos são absorvidos do duodeno ao jejuno proximal
- Uma vez internalizados, vão ser hidrolisados internamente. Aminoácidos livres po-
dem ser então direcionados ao espaço intersticial, e em seguida para o sangue, ou 
podem ser utilizados pelo próprio enterócito.
- Absorção de aminoácidos livres na borda em escova 
- São absorvidos por:
- Transportadores dependentes de Na+: transporte ativo secun-
dário - simporte de aminoácido junto com íon sódio, que entra 
a favor do gradiente produzido pela bomba sódio/potássio AT-
Pase na região basolateral
- Transportadores independentes de Na+
- Ambos os tipos de transporte resultam no acúmulo de aminoácidos 
no interior dos enterócitos
- Na região basolateral é observado outros transporta-
dores, que possibilitam a difusão facilitada de ami-
noácidos para o espaço intersticial e corrente sanguí-
nea.
- Alguns aminoácidos tem afinidade por mais de um 
transportador: especificidade sobreposta. Alguns de-
les podem acabar competindo pelos mesmos trans-
portadores, a fim de serem absorvidos, o que impacta 
a velocidade de absorção.
- Absorção de aminoácidos livres na membrana basolateral dos enterócitos e outros tipos 
celulares 
- Após a refeição, apenas aminoácidos livres alcançam a 
veia porta (em adultos)
- Glutamato, glutamina, aspartato e asparagina são meta-
bolizados nos enterócitos
- Enterócitos são capazes de absorver nutrientes a partir da 
luz, mas as outras células do epitélio que não apresentam 
capacidade absortiva terão que absorver pela região ba-
solateral.
- Células das criptas: não possuem atividade absortiva, é 
mais atividade secretória.
- Nessas células secretórias, a captação de aminoáci-
dos ocorre pela membrana basolateral, onde há transportadores responsáveis pelo 
transporte de aminoácidos para o interior das células.
- Absorção de peptídeos nos enterócitos 
- A absorção de peptídeos ocorre por meio de uma classe de 
transportadores específica, que realiza o simporte de di e 
tripeptídeosjuntamente com H+
- Esse simporte é possível em razão de um trocador de 
Na+/H+ (antiporter) presente na borda em escova, que 
atua em função da bomba sódio/potássio ATPase na 
região basolateral:
- Bomba retira Na+ do interior da célula, diminuin-
do a concentração do sódio no interior do ente-
rócito, o que permite a internalização de sódio e 
secreção de H+ pelo antiporter. 
- H+ pode ser reciclado, entrando na célula em conjunto com os di e tripeptídeos
- Transportadores PEPT:
- PEPT1: isoforma presente no intestino - importante para absorção a partir da dieta
- PEPT2: isoforma presente nos rins - importante para evitar perdas juntamente com a 
urina
- A absorção de di e tripeptídeos é mais rápida do que de aminoácidos livres, pois:
- Apresentam menor efeito osmótico, já que não acumula di e tripeptídeos no interior 
do enterócito (e sim aminoácidos). Dessa forma, a concentração extracelular dessas 
substâncias é sempre maior do que a concentração intracelular, o que favorece a ab-
sorção.
- Menor competição pelos transportadores
- Dependente do cotransporte com H+
- A absorção de di e tripeptídeos apresenta vantagem cinética 
se comparada com a absorção de aminoácidos livres
- Figura: absorção do aminoácido glicina após a ingestão 
na forma de aminoácido livre, di ou tripeptídeo.
- Em quantidade equivalente de glicina administrada 
(100 mM), quando digerida e absorvida, é possível 
verificar que:
- Di e tripeptídeos fornecem maior quantidade de 
glicina na corrente sanguínea do que a sua for-
ma monomérica ‣ são mais facilmente absorvi-
dos, podendo ser rapidamente digeridos, lan-
çando assim os aminoácidos na corrente san-
guínea
- Aumentando a dose administrada (200 mM), observa-se que:
- Absorção de glicina na forma livre apresenta valor quase que equivalente a 
dose de 100 mM. Não é observada uma alteração significativa, mesmo do-
brando o fornecimento de glicina livre. O fato dos aminoácidos livres preci-
sarem competir por transportadores e se encontrarem mais concentrados 
no interior da célula, a capacidade absortiva dos aminoácidos livres encon-
tra limitações.
- Entretanto, quando aumentada a quantidade de di e tripeptídeo disponível, 
o valor de glicina absorvida também aumenta consideravelmente. Quanto 
mais di e tripeptídeo disponíveis, mais rapidamente são digeridos, forne-
cendo mais glicina na corrente sanguínea. Isso porque a menor concentra-
ção de di e tripeptídeos no interior da célula e a menor competição pelos 
transportadores favorecem a maior capacidade absortiva.
- Figura: atividade de absorção de glicina (aminoácido livre) 
e glicina-prolina (dipeptídeo) em enterócitos de coelhos, 
em diferentes idades
- Nos recém-nascidos, a absorção de glicina-prolina é 
muito mais significativa do que a absorção de glicina.
- A maior absorção em neonatos compensa a me-
nor atividade proteolítica do estômago (por conta 
da capacidade de produção reduzida de pepsi-
na/HCl) e/ou menor atividade proteolítica do 
pâncreas que ainda está em desenvolvimento.
- Por isso, durante o período neonatal, os enterócitos se 
encontram facilmente adaptados a absorção de di e tripeptídeos, pois a digestão em 
si não formará tanto aminoácido livre.
- Em adultos: em condições normais, há quantidades míni-
mas de proteínas intactas que alcançam o espaço inters-
ticial - associado ao processo de imunidade da mucosa
- Boa parte das proteínas são digeridas na luz intesti-
nal 
- Parte das proteínas pode ser fagocitada pelos ente-
rócitos
- Via de degradação: a maior parte das proteínas 
fagocitadas vai ser degradada no interior do 
enterócito, de modo que as proteínas chegam 
processadas ao espaço intersticial
- Via direta: uma pequena parte das proteínas 
(10%) passa pelo interior do enterócito sem 
sofrer degradação, atingindo o espaço intersti-
cial de forma intacta.
- No epitélio intestinal também há células M, associadas ao sistema imune, que pos-
suem capacidade de fagocitose de proteínas.
- Nesse caso, metade das proteínas fagocitadas percorre a via direta e metade 
percorre a via da degradação. Assim, metade das proteínas atinge o espaço in-
tersticial na forma intacta e metade processada.
- Há também nesse contexto a apresentação dos fragmentos celulares para as 
células do sistema imune.
- Em recém-nascidos:
- Absorção de proteínas intactas no pinocitose no período neonatal 
- Proteínas internalizadas por pinocitose e lançadas em sua forma intacta no es-
paço intersticial, como as imunoglobulinas
- Imunoglobulinas: anticorpos presentes no leite. São ingeridos, não vão ser 
plenamente digeridos e parte desses anticorpos é absorvida pelo enteróci-
to, sendo lançados na corrente sanguínea na forma intacta/funcional. Esses 
anticorpos serão funcionais na circulação do neonato.
METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS 
- Proteínas provenientes da dieta, depois da digestão e absorção, vão contribuir 
para a reserva de aminoácidos circulante no sangue. Parte dos aminoácidos 
pode ser incorporados em proteínas; uma parte das proteínas endógenas está 
sendo degradada, fornecendo mais aminoácidos para a corrente sanguínea; 
parte dos aminoácidos pode ser direcionada para vias de síntese de compos-
tos nitrogenados; parte pode ser oxidada; podem ser direcionados para ob-
tenção de glicose; parte do grupamento amino dos aminoácidos pode ser di-
recionado para ureia e exceção. Ou seja, há diversos caminhos de aproveita-
mento possíveis.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS 
- Apesar do repertório de 21 aminoácidos, é obtido um 
repertório de 6 intermediários comuns como resulta-
do, importantes para o metabolismo energético.
- Ciclo de krebs e gliconeogênese, por exemplo, 
são alimentados por intermediários do catabo-
lismo de aminoácidos.
- Grupamentos amino liberados por conta do catabo-
lismo precisam de uma destinação: formação de ureia
- Exemplos do catabolismo de aminoácidos:
- Ciclo glicose-alanina: permite o transporte de nitrogênio do músculo e outros tecidos peri-
féricos para o fígado.
- Utilização de aminoácido para formação de 
alfa-cetoácido, intermediário do ciclo de Krebs. 
- Utilização do alfa-cetoglutarato para formação 
de glutamato, que dá origem a alanina a partir 
da utilização de piruvato, regenerando alfa-ce-
toglutarato.
- Alanina é liberada na corrente sanguínea e se 
dirige ao fígado, onde pode ser convertida no-
vamente para formação de piruvato. Piruvato 
serve como substrato da gliconeogênese, de 
modo que a glicose gerada se direciona para o músculo.
- O esqueleto carbono da alanina pode também ser convertida em glutamato. Com a 
retirada do grupamento amina, pode haver formação de ureia no fígado.
- Transporte de nitrogênio pela glutamina: transferên-
cia de nitrogênio dos tecidos periféricos para o fí-
gado em troca de glutamato.
- Outros aminoácidos podem ser formados nos 
músculos e tecidos periféricos ‣ formação de 
glutamina, que pode ser direcionada para o 
fígado, onde pode ser convertida em glutama-
to e retornar para o circulação sanguínea. 
- Fígado: local de produção da ureia, produto 
de grupamentos nitrogenados
- Glutamina é o aminoácido mais abundante no sangue.
- Ciclo da ureia:
- Importante para garantir a eliminação de gru-
pamentos nitrogenados, provenientes especi-
almente do metabolismo de aminoácidos.
- Amônia é tóxica e pode interferir no valor de 
pH, de modo que precisa ser eliminada.
- Série de reações que ocorrem na mitocôndria 
e no citosol que favorecem a formação de 
ureia, que possui dois grupamentos amino.
- Ureia é facilmente solúvel em meio 
aquoso, diferente da amônia, de modo 
que é facilmente eliminável. 
- Comprometimento das enzimas participantes pode prejudicar a formação da ureia. 
Situações em que o metabolismo de aminoácidos está sendo promovido, mas não 
está conseguindo eliminar corretamente os produtos de excreção nitrogenados, pode 
produzir complicações. 
- Papel central do glutamato na eliminação do nitrogênio, sobretudo dos tecidosperiféricos, fa-
vorecendo a formação de glutamina no fígado.
- No fígado: catabolismo de aminoácidos leva a uma 
elevação nos níveis de grupamento amônia em função 
da hidrólise dos aminoácidos. Amônia é um compo-
nente tóxico, de modo que seus níveis precisam ser 
controlados.
- É uma substância alcalina que pode levar a al-
calinização do meio celular ou da circulação 
sanguínea, por isso é importante que não se 
acumule.
- Amônia é uma substância tóxica, que 
pode interferir no valor de pH e que apresenta baixa solubilidade em meio aquoso. 
- A utilização da amônia proveniente do catabolismo de aminoácido na formação de glu-
tamina é uma forma de controle, pois reduz os níveis de amônia livre.
- Síntese de ureia também auxilia nesse controle, eliminando esse produto.
- O ciclo do ácido cítrico e o ciclo da uréia podem ser conectados (biciclo de krebs)
- Gráfico: quantidade de ureia presente na urina em diferentes 
situações:
- Indivíduo alimentado: baixo conteúdo de ureia eliminado
- Indivíduo em jejum de 12 horas: alto conteúdo de ureia 
eliminado
- Indivíduo em inanição de 3 dias: alto conteúdo de ureia 
eliminado
- Indivíduo em inanição de 5-6 semanas: baixo conteúdo de 
ureia eliminado 
- Considerações:
- Indivíduo alimentado não vai precisar utilizar o catabolismo de aminoácidos para 
produção de energia, pois há outras fontes preferenciais.
- No período de jejum de 12 horas é necessário começar a mobilizar aminoácidos para 
obtenção de energia.
- Conforme a situação se prolonga, outras fontes vão ser necessárias para obtenção 
de energia, o que não prioriza o catabolismo de aminoácidos e assim, o conteúdo de 
ureia excretada é reduzido.
- Cortisol indica ao músculo que a degradação proteica precisa ser iniciada. Queda da 
glicemia é um sinal importante, que pode ser interpretado como sinal de estresse. 
- Liberação de cortisol permite a mobilização de proteínas pelos músculos para 
obter aminoácidos e gerar energia
- Há outros mecanismos de adaptação do metabolismo que vão ocorrendo, para ga-
rantir a estabilização da glicemia e que outros substratos sejam disponibilizados.
- Conforme a glicemia vai se estabilizando, esse estímulo de cortisol vai diminuin-
do.
- Se não for mais possível mobilizar as reservas de lipídeos, e tem que retornar 
para degradação de proteínas, o indivíduo já está bastante debilitado, pois ha-
verá perda de funcionalidade de muitas proteínas.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS 
- Ação tóxica da ureia
- Defeitos genéticos nos transportadores de aminoácidos (não apenas no TGI)
- Doença de Hartnup (aminoacidúria)
- Cistinúria
- Intolerância lisinúrica proteica
- Comprometimento do pâncreas exócrino
- Perda de proteínas não digeridas nas fezes.

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