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Acidentes radioativos

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TUTORIA 1 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
fonte: Cap. 9 (Química ambiental), CNEN.
TEMA: ACIDENTES NUCLEARES
1. PONTUAR OS PRINCIPAIS ACIDENTES NUCLEARES (BRASIL E MUNDO);
● Chernobyl, 1986:
O maior efeito crônico à saúde dos habitantes expostos à explosão de Chernobyl foi
o grande aumento do câncer de tireoide entre as crianças da região, doença que foi
iniciada, provavelmente, pela radiação beta proveniente do iodo radioativo, ¹³¹I, que possui
meia-vida de apenas 8 dias.
O solo em todas as áreas afetadas tornou-se permanentemente deficiente em
iodo, assim a substância seria prontamente absorvida pela tireoide de crianças
cronicamente deficientes em relação a este elemento. Além disso, pastilhas de iodeto de
potássio, KI, planejadas para provocar um aumento do iodo no corpo e, dessa forma,
diluir a forma radioativa, foram distribuídas para os habitantes ao redor de Chernobyl,
mas somente uma semana após a explosão.
Outros tipos de câncer que não o da tireoide têm um tempo de desenvolvimento
muito mais longo. Existe um temor de que mulheres que estavam em idade de
amamentação ou na puberdade na época do acidente poderão ter um risco mais elevado de
desenvolver câncer de mama. De acordo com a OMS, o maior problema de saúde pública
para as pessoas que viviam nas regiões mais afetadas pelo desastre de Chernobyl é a
deterioração a longo prazo de sua saúde mental.
● Three Mile Island, 1979:
Por causa do mau funcionamento mecânico e erro do operador, o núcleo tornou-se
parcialmente descoberto, e como resultado ele se aqueceu muito além do permitido (>
2200oC), tendo se fundindo até a metade. Foram produzidos gases hidrogênio e oxigênio
a partir da decomposição da água superaquecida.
2. COMPREENDER OS EFEITOS DA RADIOATIVIDADE NO ORGANISMO;
A)DIFERENCIAR RADIAÇÃO IONIZANTE E NÃO-IONIZANTE:
Embora a maioria dos núcleos atômicos seja indefinidamente estável, alguns não o
são. Os núcleos instáveis ou radioativos se decompõem espontaneamente, emitindo
uma pequena partícula que se movimenta muito rápido e, por conseguinte, carrega
consigo uma grande quantidade de energia. Muitos elementos pesados são
particularmente propensos a esse tipo de decomposição que ocorre pela emissão de
pequenas partículas.
Pode-se conceituar as radiações como ondas eletromagnéticas ou partículas
que se propagam com uma determinada velocidade, contendo energia, carga elétrica e
magnética e ainda podem ser geradas por fontes naturais ou dispositivos construídos
pelo homem. A radiação corpuscular é a energia emitida pelo núcleo do átomo na
forma de partícula dotada de massa. A radiação corpuscular pode ou não transportar
carga elétrica. São exemplos de radiação corpuscular as partículas alfa (α), beta positiva
(β+), beta negativa (β-), nêutron (n).
A radiação eletromagnética são fótons de origem nuclear também conhecidos
como radiação gama (γ) e que apresentam características elétricas e magnéticas e se
TUTORIA 1 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
propagam com uma velocidade de 300.000 km/s. Tais radiações não apresentam massa
nem carga elétrica e podem se propagar no vácuo. Entre os fótons produzidos neste
processo estão as ondas de rádio, ondas de televisão, micro-ondas, infravermelho,
visível, ultravioleta e raios X. Contudo, não se deve confundir estas radiações
eletromagnéticas com aquelas de origem nuclear (radiações gama).
A radioatividade de um átomo instável diminui com o passar do tempo. Essa
diminuição de atividade é chamada de decaimento nuclear. Quando um átomo sofre
decaimento ele perde energia do seu núcleo. O fenômeno conhecido como
desintegração radioativa acaba por produzir a transmutação do elemento. Quanto
maior a instabilidade do núcleo mais rapidamente ele decairá por emissão de radiação.
Após a emissão, o núcleo adquire maior estabilidade energética.
As radiações podem ser ionizantes ou não ionizantes. As radiações que
possuem energia suficiente para ionizar os átomos e moléculas com as quais
interagem são as chamadas radiações ionizantes. As radiações não ionizantes, por seu
lado, são aquelas que não possuem energia suficiente para ionizar os átomos e as
moléculas com as quais interagem. São exemplos desse tipo de radiação a luz visível, os
infravermelhos, as ultravioletas, as micro-ondas, as ondas de rádio e telecomunicações.
As radiações não ionizantes são as que apresentam um comprimento de onda
maior e uma frequência menor, enquanto que as ionizantes possuem comprimento de
onda muito curtas e uma maior frequência.
*Define-se que os átomos com Z < 20, ou sejam, número atômico abaixo de 20, no qual a
razão entre nêutrons/prótons = 1, são ditos estáveis, enquanto que os elementos com
número atômico maior que 83 são ditos elementos instáveis e podem sofrer o
processo de decaimento radioativo.
TUTORIA 1 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
As partículas alfa e beta que são produzidas no decaimento radioativo de um
núcleo, por si mesmas não são entidades químicas nocivas, uma vez que elas são
simplesmente o núcleo de um átomo de hélio despido dos seus elétrons. No entanto, elas
são ejetadas do núcleo com uma inacreditável quantidade de energia de movimento.
Quando essa energia é absorvida pela matéria em contato com a partícula, ela muitas
vezes ioniza átomos ou moléculas; por essa razão ela é chamada de radiação
ionizante, ou apenas radiação. Essa radiação é potencialmente perigosa se as
absorvermos, uma vez que os componentes moleculares de nossos corpos podem ser
ionizados ou, de outro modo, danificados. Embora as partículas alfa e beta sejam
energéticas, elas não podem percorrer uma longa distância no corpo humano, uma
vez que perdem mais e mais parte da sua energia – e consequentemente diminuem a
velocidade – quando elas colidem com mais e mais átomos.
As partículas alfa podem percorrer apenas alguns milésimos de centímetro
dentro do corpo, portanto, elas não são penetrantes. Se uma partícula alfa for emitida
para o exterior do corpo, ela será, geralmente, absorvida no ar ou pela camada de pele
morta, portanto, não causará dano algum. No entanto, a inalação ou ingestão de átomos
radioativos pode causar sérios danos quando eles emitirem partículas alfa. Em sua
interação com a matéria, as partículas alfa são altamente danosas – a mais danosa de
todas as partículas – uma vez que elas podem eliminar átomos de moléculas ou íons de
cristais locais. Se as moléculas afetadas forem o DNA ou suas enzimas associadas,
pode resultar em câncer.
A partícula alfa é composta por dois prótons e dois nêutrons e que todo elemento
que emitir essa partícula terá sua configuração completamente alterada, tornando-se outro
elemento. Vale ressaltar ainda que emissão alfa perde energia para o meio muito
rapidamente e que isso a confere um alcance muito baixo, mas seu poder de ionização
é alto.
As partículas beta se movem muito mais rapidamente que as partículas alfa, uma
vez que elas são muito mais leves, e podem percorrer em torno de 1 m no ar e 3 cm na
água ou tecido biológico antes de perder seu excesso de energia. Como as partículas
alfa, elas podem causar danos significativos em células se forem emitidas de
partículas que foram inaladas ou ingeridas e se o núcleo radioativo estiver,
consequentemente, confinado com a célula quando ela decai.
Os raios gama, o tipo mais perigoso de radiação, passam facilmente através
das paredes de concreto e de nossa pele. Poucos centímetros de chumbo são
TUTORIA 1 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
necessários para nos proteger dos raios gama. Os raios gama são os mais penetrantes
e, por essa razão, o mais prejudicial dos três, percorrendo umas poucas dúzias de
centímetros no nosso corpo ou mesmo diretamente através dele. Os raios gama perdem
uma parte de sua energia no processo, e as células podem ser danificadas por essa
transferência de energia, uma vez que eles podem ionizar as moléculas. O DNA ionizado
e moléculas de proteínas não podem desempenhar suas funções normais,
potencialmente resultando em doença da radiação e câncer.Os íons produzidos pela
radiação quando suas energias são transferidas para moléculas são radicais livres e,
por essa razão, eles são altamente reativos. Se a molécula de água afetada estiver
contida em uma célula, o radical hidroxila pode provocar uma reação prejudicial nas
moléculas biológicas da célula, tal como o DNA e as proteínas.
Unidades de medida convencionais compreendem roentgen, gray e sievert. O
roentgen (R) representa a intensidade de radiação X ou gama no ar. O gray (Gy) é a
quantidade daquela energia absorvida por unidade de massa. Devido ao fato de o dano
biológico por Gy variar com o tipo de radiação (mais alto para nêutrons e partículas
alfa), a dose em Gy é corrigida por um fator de qualidade; a dose equivalente resultante
é o roentgen equivalente em man (rem).
B) FORMAS, EFEITOS, FATORES DE INFLUÊNCIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS:
Se os seres humanos forem expostos a uma quantidade significativa de
radiação ionizante, ainda que subletal, eles podem desenvolver a doença da radiação.
A ocorrência dos primeiros efeitos dessa enfermidade
pode ser observada em tecidos contendo células que
se dividem rapidamente, por causa dos danos nas
células de DNA ou proteínas, podendo afetar a
divisão celular. Os primeiros sintomas da doença da
radiação incluem náusea e uma queda na contagem
de células brancas do sangue, justamente por serem
células que estão em constante renovação. As
crianças são mais suscetíveis à radiação do que os
adultos porque seus tecidos envolvem mais divisões
celulares. Por outro lado, a radiação pode ser
efetivamente usada para exterminar células
cancerosas, uma vez que elas estão se dividindo
rapidamente.
As mudanças na molécula de DNA podem
resultar num processo conhecido como transformação
neoplásica. A célula modificada, mantendo sua
capacidade reprodutiva, potencialmente, pode dar origem a um câncer. Após período
de latência, se as células persistirem na reprodução, superando as dificuldades de
divisão celular, os possíveis desvios de percurso devido a diferenciações e mecanismos
de defesa do organismo, originam o tumor cancerígeno.
Quando a dose de radiação é elevada (vários Gy), muitas células de tecido
atingidas podem não suportar as transformações e morrem, após tentativas de se
dividir. A perda de células em quantidade considerável, pode causar prejuízos
detectáveis no funcionamento do tecido ou órgão. A severidade do dano caracteriza o
efeito determinístico, uma vez que o limiar de dose que as células do tecido suportam, foi
ultrapassado.
TUTORIA 1 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
Os efeitos da radiação são classificados em função da dose e forma de
resposta:
Os efeitos estocásticos são aqueles em
que a probabilidade de ocorrência é
proporcional à dose de radiação recebida,
sem a existência de limiar. Isto significa que
doses pequenas, abaixo dos limites
estabelecidos por normas e
recomendações de proteção radiológica,
podem induzir tais efeitos. Entre estes
efeitos, destaca-se o câncer.
Os efeitos determinísticos são causados
por irradiação total ou localizada de um
tecido, gerando um grau de morte celular
não compensado pela reposição ou
reparo, com prejuízos detectados no
funcionamento do tecido ou órgão. São
produzidos por doses elevadas, acima
do limiar, onde a severidade ou gravidade
do dano aumenta com a dose aplicada. A
probabilidade de efeito determinístico é
considerada nula para valores de dose
abaixo do limiar.
Efeitos a longo prazo da radiação podem apresentar-se na forma de danos
genéticos, porque cromossomos podem ter sofrido danos ou pode ter ocorrido
mutação no seu DNA. Tais danos podem levar ao câncer a pessoa exposta ou afetar
seus descendentes se as mudanças ocorrerem nos ovários ou testículos.
A radiação pode provocar basicamente dois tipos de danos ao corpo, um deles
é a destruição das células com o calor, e o outro consiste numa ionização e
fragmentação (divisão) das células. O calor emitido pela radiação é tão forte que pode
queimar bem mais do que a exposição prolongada ao sol. Portanto, um contato com
partículas radioativas pode deixar a pele do indivíduo totalmente danificada, uma vez
que as células não resistem ao calor emitido pela reação.
O tempo de meia-vida é um ponto bem importante nesse processo lógico e ele
pode ser definido como o tempo necessário para que a atividade de uma amostra diminua
para a metade do valor inicial, ou seja, pode nos oferecer o tempo em que a atividade das
radiações podem existir no meio.
C) RADIAÇÃO PRECOCE, TARDIA, DOSES E EXPOSIÇÃO:
A radiação ionizante danifica o DNA, RNA e diretamente as proteínas, mas, com
mais frequência, o dano a essas moléculas é indireto, causado pelos radicais livres
altamente reativos gerados pela interação da radiação com moléculas de água
intracelulares. Grandes doses de radiação causam morte celular, ao passo que baixas
doses interferem na proliferação delas. Os danos aos demais componentes celulares
podem resultar em hipoplasia progressiva, atrofia e, eventualmente, fibrose.
A resposta biológica depende de alguns fatores como: radiossensibilidade
tecidual, dose, duração da exposição, idade do paciente, comorbidades, existência de
doenças genéticas por defeito de reparo do DNA.
Células e tecidos se diferem em sua radiossensibilidade. Em geral, as células
indiferenciadas e as que têm altas taxas mitóticas (células tronco, células
neoplásicas) são particularmente vulneráveis à radiação. Como a radiação deteriora
células-tronco que se dividem rapidamente em vez de células maduras mais resistentes,
normalmente há um período entre a exposição à radiação e lesão visível. O dano não se
manifesta até que uma fração significativa das células maduras morra de senescência
natural e, devido a perda das células-tronco, não são repostas.
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A dose exata em que o efeito tóxico ocorre depende do tempo de exposição e
do período de tempo da liberação. Uma única dose rápida e alta é mais lesiva que a
mesma dose administrada por semanas ou meses. A reação a ela também depende da
amplitude da área exposta do corpo. Doença significativa é certa, e morte é possível, após
irradiação de corpo inteiro de > 4,5 Gy liberada ao longo de um curto período de tempo
(minutos a horas); entretanto, 10s de Gy podem ser bem tolerados quando liberados por um
longo período de tempo em uma pequena área do tecido.
Crianças são mais suscetíveis a danos por radiação por terem maior taxa de
proliferação celular. Distúrbios, como os do tecido conectivo e diabetes, podem
aumentar a sensibilidade a lesões por radiação. Agentes quimioterápicos também
podem aumentar a sensibilidade a lesões por radiação.
Dano genético induzido por irradiação em células somáticas pode resultar em
transformação maligna, enquanto exposição no útero pode levar a efeitos
teratogênicos e danificar as células germinativas. Os radionuclídeos que são
incorporados a tecidos específicos são potencialmente carcinogênicos nesses locais. O feto
é excepcionalmente suscetível a danos por altas doses de radiação. No entanto, em
doses < 100 mGy os efeitos teratogênicos são improváveis. O risco fetal de radiação por
doses típicas de testes de imagem que as gestantes tendem a fazer é muito pequeno
comparado ao risco geral de defeitos de nascença.
Uma exposição intensa maior do que 25 rem resulta num decréscimo
mensurável na contagem de células brancas do sangue de uma pessoa; mais de 100
rem produz em náusea e queda de cabelo; e uma exposição > 500 rem resulta em 50%
de chance de morte dentro de poucas semanas.
A dose fatal para 50% dos pacientes dentro de 60 dias para radiação de todo o
corpo é de cerca de 3Gy; a exposição a 6Gy ou mais é quase sempre fatal. Quando a
exposição é < 6Gy, a sobrevida é possível e é inversamente relatada à dose total.
Pacientes expostos por todo o corpo a doses < 2Gy devem se recuperar em 1 mês,
apesar das sequelas a longo prazo (câncer). Comorbidades significativas, lesões e
queimaduras pioram o prognóstico.
Tipos de exposição:
- Contaminação:A contaminação externa ocorre em pele ou roupas, de onde
pode cair ou ser retirada por atrito, contaminando outras pessoas e objetos. A
contaminação interna é o material radioativo dentro do corpo, o qual pode
entrar por ingestão, inalação ou através de lesões na pele. Uma vez no corpo, o
material radioativo pode ser transportado para vários locais (medula óssea), onde
continua liberando radiação até ser removido ou se desintegrar. A contaminação
interna é mais difícil de ser removida.
- Irradiação: É a exposição à radiação, mas não a material radioativo (nenhuma
contaminação envolvida). A exposição à radiação pode ocorrer sem que a fonte
da radiação (material radioativo, equipamento de raios-X) entre em contato com a
pessoa. Quando a fonte da radiação é removida ou desligada, a exposição
termina. A irradiação pode envolver todo o corpo e, se a dose é alta o suficiente,
pode resultar em sintomas sistêmicos e síndromes radioativas, ou envolver uma
pequena parte do corpo (radioterapia), que pode resultar em efeitos locais. As
pessoas não emitem radiação após a irradiação.
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● Sinais e sintomas:
TUTORIA 1 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
3. IDENTIFICAR FORMAS DE PREVENÇÃO, MEDIDAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO
E EDUCAÇÃO PREVENTIVA;
Os objetivos da proteção contra as radiações são a prevenção ou a diminuição
dos seus efeitos somáticos e a redução da deterioração genética. Considera-se que a
dose acumulada num período de vários anos seja o fator preponderante, mesmo que as
doses intermitentes recebidas durante esse período sejam pequenas.
Para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser
controladas se maneira que seja improvável que, a partir da notificação da gravidez, o feto
receba dose efetiva superior a 1 mSv durante o resto do período da gestação. Além disso,
indivíduos com idade inferior a 18 anos não podem estar sujeitos a exposições
ocupacionais.
Uma das primeiras tarefas é a identificação das pessoas que poderiam ser vítimas
da contaminação radioativa. Esta atividade é realizada após convocação da população
aos centros de triagem ou a visita às casas e locais possíveis de terem sido contaminadas.
4. CONHECER O PROTOCOLO UTILIZADO EM ACIDENTES RADIOATIVOS;
A) OS ÓRGÃOS COMPETENTES A SEREM ACIONADOS EM CASOS DE ACIDENTES:
Na aplicação do plano de contingência por agentes químicos, biológicos,
radiológicos e nuclear (QBRN) serão, portanto, realizadas atividades específicas a serem
implementadas em quatro níveis:
• Nível zero – Monitoramento
• Nível de resposta I – Ameaça identificada por agentes QBRN
• Nível de resposta II – Ocorrência de acidente/incidente
• Nível de resposta III – Desastre por agentes QBRN
Para detecção: É o processo de identificar a presença de agente QBRN que seja nocivo
aos seres vivos ou ao ambiente.
• As equipes de Defesa QBRN do Ministério da Defesa possuem estrutura e equipamentos
necessários para a detecção de agentes QBRN e varredura do local dos eventos.
• Na vigência da ameaça ou mesmo na deflagração de evento por QBRN, será informado
imediatamente o Centro de Defesa de Área do Exército que acionará a equipe de
Defesa QBRN, além dos parceiros de resposta, como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil,
entre outros capacitados para atuar nestas situações.
O atendimento inclui as ações imediatas, destinadas a eliminar ou minimizar
os efeitos de um evento por agente QBRN. Estas ações serão realizadas pelas equipes
do Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (Samu 192) e pelos hospitais de
referência, se necessário. As equipes devem ter treinamento adequado para agir
rapidamente, tanto na execução dos primeiros atendimentos quando na descontaminação
de pessoas e/ou equipamentos e contribuir para a triagem de vítimas por agentes
QBRN. A equipe do Samu 192 responsável pelo atendimento pré-hospitalar, ao trabalhar no
cenário do acidente (área morna), deve estar devidamente equipada, a fim de reduzir
risco de contaminação e/ou de exposição em altos níveis ou em níveis cumulativos de
radiação ou outros agentes, que venham lhes causar efeitos imediatos ou tardios à saúde.
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B) EXPLICAR O MANEJO EM RELAÇÃO À CONTAMINAÇÃO DE RADIAÇÃO AGUDA E
CRÔNICA EM PACIENTES INTOXICADOS:
A sequência típica e prioridades são:
1- Remover as roupas e fragmentos externos;
2- Descontaminação das feridas antes da antissepsia da pele intacta;
3- Limpar as áreas mais contaminadas primeiro;
4- Uso de contadores geiger para monitorar o progresso da antissepsia;
5- Antissepsia contínua até que as áreas estejam < 2 a 3 vezes nos níveis de radiação
anteriores e não haja redução significativa dos esforços de antissepsia;
Ao se identificar a contaminação radioativa em um paciente, deve-se isolá-lo
prontamente em uma área designada, descontaminá-lo e notificar um oficial de
segurança em radiação do hospital. Todos os equipamentos que tiverem contato com
quarto ou paciente (incluindo o equipamento da ambulância) devem ficar isolados até que
se verifique a ausência de contaminação. Os funcionários envolvidos no tratamento e
transporte dos pacientes precisam seguir as precauções padrão, usando capas,
máscaras, roupas, luvas e proteção nos sapatos. As feridas são descontaminadas
antes da pele intacta; elas são irrigadas com soro fisiológico e gentilmente esfregadas
com uma esponja cirúrgica.
Pele e pelos contaminados são lavados com água morna e detergente suave
até que a contagem da radioatividade indique níveis 2 a 3 vezes abaixo do nível de radiação
normal antecedente, ou até que sucessivas lavagens não signifiquem redução dos níveis de
contaminação. As feridas devem ser lavadas gentilmente porque esfregar pode aumentar a
gravidade da lesão. A troca subsequente dos curativos ajuda a remover a
contaminação residual. Descontaminação não é necessária para pacientes que foram
irradiados por fonte externa e que não estejam contaminados.
A frequente lavagem da boca com soro fisiológico ou peróxido de hidrogênio
diluído é indicada na descontaminação oral. A exposição ocular é descontaminada
dirigindo-se jato de água ou soro fisiológico lateralmente, para evitar a contaminação do
ducto nasolacrimal.
Entre as medidas protetoras imediatas de relevância, estão a abrigagem, a
evacuação e a administração de iodo estável, podendo ser complementadas por
ações adicionais, tais como controle de acesso, proteção respiratória e
descontaminação.
Abrigagem significa permanecer no interior de prédios para reduzir a
exposição externa à contaminação presente no ar e ao material radioativo depositado em
superfícies. Para que seja efetiva, deve incluir a vedação de portas e janelas e o
desligamento de sistemas de ventilação, de maneira a evitar ou minimizar a inalação
de material radioativo contido no ar do ambiente externo. Esta medida de proteção
deve ser adotada como uma medida intermediária de proteção, quando uma
evacuação rápida não for possível, devido, principalmente, a condições ambientais
adversas (como chuva intensa ou inundações), restrições de saúde, dificuldades para
locomoção de pessoal (algumas indústrias, hospitais e prisões) ou restrições físicas
(estradas em condições inadequadas). Além disso, a abrigagem pode fornecer proteção
adequada e ser mais eficiente do que a evacuação, quando esta não puder ser concluída
antes da chegada da nuvem radioativa. A eficácia desta medida é muito pequena para
estruturas leves ou para aquelas com altas taxas de troca de ar e diminui com o
tempo de permanência na edificação.
TUTORIA 1 - UC 12 Karolina Cabral Machado - P4 2021.1
Evacuação significa o movimento dos indivíduos para fora do campo de
radiação ou do caminho da nuvem radioativa, isto é, envolve a retirada urgente de
pessoas de seus locais normais de residência, trabalho ou lazer, em período curto de
tempo. A decisão entre a abrigagem e evacuação deve levar em conta que a dose
máxima a ser evitada com a evacuação tem que ser, pelo menos, igual à dose não
evitada coma abrigagem. Quando a abrigagem puder fornecer proteção adequada, esta
sempre deverá ser a medida de proteção preferencial.A administração de iodo estável só
deve ser considerada nos casos em que a situação de emergência possa ocasionar a
incorporação de iodo radioativo.
C) DESCARTE CORRETO DE RESÍDUOS DO MATERIAL:
Regido pela Lei 10.308 de 2011.
Inicialmente, as barras de combustível consumido são simplesmente estocadas
sobre o solo – frequentemente resfriadas com água – por muitos anos e décadas até
que o nível de radioatividade tenha sido reduzido e as barras tenham finalmente resfriado
a um nível aceitável. Nesse estágio, as barras podem ser transferidas para uma
estocagem seca, ou seja, em reservatórios de concreto. Se as barras de combustível são
processadas para remover o plutônio, o resíduo remanescente altamente radioativo é
subsequentemente ressolidificado.
As embalagens seriam enfim enterradas em câmara 300 a 1000m abaixo da
superfície. As características geológicas dos locais dessa disposição incluem alta
estabilidade (oriunda de fendas por terremotos ou atividade vulcânica) e baixa
permeabilidade para assegurar mínimas interações com água subterrânea e com a
biosfera. Disposição em fendas geológicas profundas é o único método pelo qual requisitos
de segurança podem ser alcançados sem sobrecarregar as gerações futuras com
responsabilidade de monitoramento e gerenciamento.
Os depósitos iniciais de rejeitos radioativos de usinas nucleoelétricas são
construídos obedecendo a rígidos preceitos normativos de segurança nuclear, proteção
radiológica e proteção física, estabelecidos pela CNEN, visando isolar os rejeitos da
biosfera de modo a assegurar à proteção aos seres vivos e ao meio ambiente. A
CNEN realiza inspeções rotineiras nesses depósitos para verificar que as condições
de segurança estão sendo mantidas, a CNEN esclarece que os rejeitos radioativos gerados
na operação de uma usina nucleoelétrica podem permanecer em depósitos iniciais de
armazenamento, devidamente licenciados pela CNEN, localizados na área de propriedade
da usina, até a construção do depósito final de rejeitos ou até o início das operações de
descomissionamento da usina, qual ocorrer primeiro.
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D) DESCREVER OS EFEITOS AMBIENTAIS:
O césio liberado na atmosfera pode se depositar nas lavouras contaminando
por longos períodos de tempo os vegetais nelas cultivados. O césio radioativo é
potencial formador de câncer nos tecidos nervosos.
Da mesma forma, as emissões de estrôncio e bário radiativos são danosas, pois
contaminam as pastagens, podendo ser fonte de contaminação para rebanhos,
levando à fixação destes elementos no leite produzido por esses animais,
contaminando toda uma cadeia alimentar.
Doses letais variam de 6 a 10 Gy para os mamíferos pequenos, e cerca de 2,5
Gy para os maiores. Alguns insetos, bactérias e vírus podem tolerar doses acima de 1 000
Gy.
5. LISTAR OUTRAS FORMAS DE RADIAÇÃO;
Em média, cada um de nós recebe anualmente cerca de 0,3 rem, isto é, 300
mrem, ou 3.000 μSv, de radiação. A proporção de origem é:
- 55% do radônio presente na atmosfera interna e externa;
- 8% de raios cósmicos oriundos do espaço;
- 8% de rochas e solos;
- 11% de isótopos radioativos naturais (exemplos, 40K, 14C) de elementos que
estão presentes em nosso próprio corpo;
- 18% de fontes antropogênicas, sobretudo raios X de exames médicos.
O gás radônio se acumula em níveis insalubres em cavernas, incluindo algumas
que são frequentemente usadas para propósitos de recreação. No entanto, em certas
residências é evidente que o radônio torna-se um importante poluente atmosférico de
ambientes internos. A maioria do radônio que se infiltra nas residências é proveniente do
primeiro metro de solo abaixo e em torno da fundação. Solto, o solo arenoso permite a
máxima difusão do gás radônio, ao passo que solos frios, compactados ou argila
inibem o seu fluxo. O material utilizado para construção e as águas de poços
artesianos são outras fontes potenciais do radônio em residências. Sistemas de água
subterrâneas que servem umas poucas centenas de pessoas, frequentemente, possuem
níveis de radônio quase 10 vezes maiores do que aqueles de águas superficiais.
O perigo surge a partir da radioatividade dos três
elementos na sequência de desintegração do radônio –
chamados polônio, chumbo e bismuto. Esses descendentes
são chamados de filhos do radônio, que, por sua vez, é
chamado de elemento origem. Em quantidades macroscópicas
esses elementos-filhos em particular são sólidos, e quando
formados no ar, e se aglomeram em partículas de poeira.
Algumas partículas de poeira aderem à superfície dos
pulmões quando inalados e, sob essas condições, apresentam
uma ameaça à saúde. Esses emitem partículas energéticas alfa
que podem causar danos por radiação às células dos brônquios,
dano que podem eventualmente provocar câncer de pulmão. A
maior exposição às partículas alfa, oriundas da desintegração
do radônio, é experimentada por mineiros que trabalham em
minas subterrâneas de urânio muito pouco ventiladas.

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