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Teorias Direito Penal

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1 2 3 4 5 6 
 
 
1 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Sumário 
1. Causalismo .................................................................. 4 
2. Neokantismo.............................................................. 4 
3. Finalismo ..................................................................... 4 
4. Funcionalismo racional ou teleológico ............... 4 
5. Funcionalismo sistêmico ......................................... 4 
6. Funcionalismo reducionista ou contencionista . 4 
7. Novas propostas doutrinárias: direito penal e 
enfrentamento da criminalidade moderna ............. 4 
7.1. Direito intervencionista ou de intervenção 
(Hassemer) ................................................................. 4 
7.2. Velocidades do Direito Penal (Jesus-Maria 
Silva Sanches) ............................................................ 5 
7.3. Direito penal do inimigo ................................. 5 
Conceito ................................................................. 5 
Efeitos da aplicação do Direito Penal do 
Inimigo .................................................................... 5 
7.4. Neopunitivismo (Daniel Pastor)..................... 5 
7.5. Direito Penal como proteção de contextos 
da vida em sociedade (Stratenwerth) .................. 5 
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL ................................ 6 
1. Princípio da reserva legal ou da estrita 
legalidade ................................................................... 6 
2. Princípio da anterioridade ................................. 6 
3. Princípio da insignificância ou da 
criminalidade de bagatela ...................................... 6 
4. Princípio da individualização da pena ............ 7 
5. Princípio da alteridade (Roxin) .......................... 7 
6. Princípio da confiança ......................................... 7 
7. Princípio da adequação social .......................... 7 
8. Princípio da intervenção mínima (ultima ratio)
 ...................................................................................... 7 
9. Princípio da proporcionalidade (razoabilidade 
ou convivência das liberdades públicas) ............ 7 
10. Princípio da humanidade ................................. 7 
11. Princípio da ofensividade (lesividade) ............ 8 
12. Princípio da exclusiva proteção de bens 
jurídicos ....................................................................... 8 
13. Princípio da imputação pessoal ...................... 8 
14. Princípio da responsabilidade pelo fato ....... 8 
15. Princípio da personalidade ou da 
intranscendência ...................................................... 8 
16. Princípio da responsabilidade penal subjetiva
 ...................................................................................... 8 
17. Princípio do ne bis in idem ............................... 8 
18. Princípio da isonomia........................................ 8 
Conceito de crime ........................................................ 9 
1. Critério analítico .................................................... 9 
2. Conceito formal ou legal ................................... 9 
3. Conceito substancial ou material ..................... 9 
4. Conceito criminológico ...................................... 9 
5. Diferenças entre crime e contravenção ......... 9 
Fato típico ....................................................................... 9 
Elementos do fato típico ........................................ 9 
1. Conduta............................................................. 10 
2. Nexo .................................................................. 10 
3. Resultado ......................................................... 10 
4. Tipicidade: formal e material ....................... 10 
Exclusão do crime ........................................................ 11 
Classificação dos crimes ............................................. 11 
Crimes de dano e de perigo................................. 11 
Crimes materiais, formais e de mera conduta . 11 
Outras classificações ............................................... 11 
1. Conceito ..................................................................... 12 
2. Espécies ..................................................................... 12 
2.1. Tipo legal ............................................................ 12 
2.1.1. Conceito ...................................................... 12 
2.1.2. Funções ....................................................... 12 
2.1.3. Estrutura ..................................................... 12 
2.1.4. Classificação............................................... 12 
3. Tipo doloso ............................................................... 13 
3.1. Previsão legal: art. 18, CP. ............................... 13 
3.2. Conceito............................................................. 13 
3.2. Elementos do dolo .......................................... 13 
3.3. Teorias do dolo ................................................ 13 
V. Espécies de dolo ................................................. 13 
4. Crime culposo .......................................................... 15 
4.1. Conceito ............................................................. 15 
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2 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
4.2. Elementos ......................................................... 15 
4.3. Espécies de culpa ............................................ 16 
4.4. Graus de culpa ................................................ 16 
4.5. Compensação de culpas ............................... 16 
4.6. Concorrência de culpas ................................. 16 
4.7. Caráter excepcional do crime culposo ...... 16 
4.8. Exclusão da culpa ........................................... 16 
5. Crime preterdoloso ................................................ 16 
5.1. Espécies de crimes agravados pelo resultado
 .................................................................................... 16 
5.1. Conceito..............................................................17 
5.2. Natureza do preterdolo .................................17 
5.3. Versari in re illicita ............................................17 
1. Aplicação da lei penal (arts. 1 ao 12) ................... 18 
1.1. Interpretação da lei penal .............................. 18 
1.2. Lei penal em branco ....................................... 19 
Espécies ................................................................ 19 
Lei penal em branco e conflito de leis no 
tempo ................................................................... 19 
1.3. Conflito aparente de normas ....................... 19 
1.4. Jurisprudência .................................................. 19 
1.5. Analogia ............................................................. 19 
1.6. Lei penal no tempo ......................................... 20 
1.7. Tempo do crime .............................................. 20 
1.8. Lugar do crime ................................................. 20 
2. Crime (arts. 13 ao 25, CP) ...................................... 20 
Relação de causalidade (art. 13, CP) .................. 20 
Teorias .................................................................. 20 
Omissão própria x omissão imprópria ......... 21 
Dupla causalidade.............................................. 21 
Tentativa (14, CP) .................................................... 21 
Teorias explicativas do início da execução .. 21 
Espécies de tentativa ......................................... 21 
Outras questões ................................................. 22 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
(15, CP) ....................................................................... 22 
Crimes que não admitem tentativa ............... 22 
Arrependimento posterior (16, CP) .................... 22 
Jurisprudência .....................................................22 
Crime doloso e crime culposo (18, CP) ............. 22 
Teorias do dolo .................................................. 23 
Erro ............................................................................ 23 
Erro de tipo ......................................................... 23 
Crime putativo por erro de tipo ......................... 23 
Descriminantes putativas ................................. 23 
Ilicitude ..................................................................... 23 
Exclusão da ilicitude .......................................... 23 
3. Imputabilidade penal (26 ao 28) ........................ 24 
4. Concurso de pessoas (29 ao 31) ......................... 24 
Conceito de autor – teorias ............................ 24 
Coautoria/Participação ..................................... 25 
Teorias sobre a punição do partícipe ........... 26 
5. Penas (32 ao 95) ..................................................... 26 
Função da pena ...................................................... 26 
Teorias da pena ...................................................... 26 
Regime prisional (art. 33 e segs., CP) ................ 26 
Pena-base ................................................................ 26 
Agravantes e atenuantes ...................................... 27 
Agravantes .......................................................... 27 
Causas de aumento e de diminuição ................ 27 
Concurso de causas de aumento ou de 
diminuição (68, CP) ........................................... 27 
Continuidade delitiva ............................................ 27 
Limite das penas (75, CP) ..................................... 27 
Sursis ......................................................................... 28 
Espécies ................................................................ 28 
Livramento condicional ........................................ 28 
Reabilitação ............................................................. 28 
6. Medidas de segurança (96 ao 99) ...................... 28 
7. Ação penal (100 ao 106) ........................................ 28 
8. Extinção da punibilidade (107 a 120).................. 28 
Prescrição ................................................................. 28 
9. Decorar na Parte Geral ......................................... 28 
1. Crimes contra a pessoa ......................................... 30 
2. Crimes contra o patrimônio................................. 30 
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3 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Furto .......................................................................... 30 
Jurisprudência ..................................................... 30 
Roubo ........................................................................ 30 
Majorantes do roubo ........................................ 30 
Roubo qualificado .............................................. 30 
Jurisprudência ..................................................... 30 
Extorsão (158, CP) ................................................... 30 
Jurisprudência.......................................................... 30 
3. Crimes contra a propriedade imaterial (184 a 196)
 ......................................................................................... 31 
4. Crimes contra a organização do trabalho ........ 31 
5. Crimes contra o sentimento religioso e contra o 
respeito aos mortos .................................................... 31 
6. Crimes contra a dignidade sexual ...................... 31 
Estupro ...................................................................... 31 
Manutenção de casa de prostituição (art. 229, 
CP) .............................................................................. 31 
7. Crimes contra a fé pública .................................... 31 
Art. 297, CP: Falsidade material de documento 
público....................................................................... 31 
Art. 307, CP: Falsa identidade .............................. 31 
Lei de Execução Penal ................................................ 32 
Trabalho do preso .................................................. 32 
Falta grave ................................................................ 32 
Reconhecimento da falta grave ..................... 32 
Consequências decorrentes da prática de 
FALTA GRAVE:..................................................... 32 
Regime disciplinar diferenciado (RDD) ............. 33 
Progressão de regime ........................................... 33 
Competência............................................................ 33 
Remição .................................................................... 33 
Lei n° 8.137/90.............................................................. 33 
Lei de Lavagem de Dinheiro .................................... 34 
Lei dos Crimes Ambientais ....................................... 35 
Estatuto do Desarmamento ..................................... 35 
Lei Maria da Penha ..................................................... 35 
Resumo ..................................................................... 35 
Súmulas STF e STJ .................................................. 36 
Lei de Drogas ............................................................... 36 
Noções gerais ......................................................... 36 
Jurisprudência correlata........................................ 36 
Súmulas STF e STJ ............................................. 36 
Lei de Organização Criminosa................................. 37 
Compilado de Teorias Penais .................................. 38 
1. Teorias sobre o conceito analítico de crime 38 
2. Teoria das velocidades do Direito Penal ...... 38 
3. Lugar do crime e tempo do crime ................ 38 
4. Combinação de leis penais ............................. 39 
5. Conceito de conduta ........................................ 39 
6. Omissão penal .................................................... 40 
7. Nexo de causalidade ......................................... 40 
8. Teorias do dolo ................................................... 41 
9. Teoria da tipicidade conglobante ................... 41 
10. Teorias sobre a relação entre tipicidade e 
ilicitude ...................................................................... 42 
11. Teorias sobre a transição dos atos 
preparatórios para os atos executórios ............ 42 
12. Punibilidade da tentativa ............................... 43 
13. Crime impossível .............................................. 43 
14. Estado de necessidade ................................... 44 
15. Teorias da culpabilidade ................................ 44 
16. Teorias da coculpabilidade ............................ 45 
17. Teorias explicativas do conceito de autor .. 45 
18. Tipificação das condutas no concurso de 
pessoas ..................................................................... 46 
19. Teorias sobre a punição do partícipe.......... 47 
20. Teorias da pena ............................................... 48 
21. Teorias sobre o concurso formal de crimes
 .................................................................................... 48 
22. Teorias sobre o crime continuado (a 
continuidade delitiva exige unidade de 
desígnios?) ............................................................... 49 
 
 
 
 
 
 
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4 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
EVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA DO 
DIREITO PENAL 
1. Causalismo 
• Final do século XIX e início do séc. XX. 
• Von Liszt; Beling (desenvolveu a teoria da 
tipicidade, em 1906). 
• O fato típico é objetivo e valorativamente 
neutro, possuindo os seguintes requisitos: 
a) conduta humana; 
b) resultado naturalístico, apenas nos 
crimes materiais (ex: homicídio); 
c) nexo de causalidade; 
d) adequação típica, ou seja, subsun-
ção do fato à norma. 
• O dolo é mero vínculo subjetivodo agente 
com o fato. 
2. Neokantismo 
• 1900 - 1930. 
• Mezger, Nélson Hungria, Jimenez de Asúa. 
• O tipo penal é objetivo e valorativo. Assim, 
tipo é o fato valorado negativamente pelo 
legislador. 
• Os requisitos do tipo são os mesmos do 
causalismo. A mudança está no enfoque, 
agora valorativo, dado aos mesmos requi-
sitos do causalismo. As diferenças extrapo-
lam o tipo penal. 
• O dolo possui dois requisitos: 
a) consciência do fato; 
b) consciência da ilicitude. 
3. Finalismo 
• 1939 – 1960. No Brasil, 1970. 
• Hans Welzel. 
• O tipo penal possui duas dimensões: obje-
tiva e subjetiva. Welzel é o primeiro autor 
a afirmar a dupla dimensão do fato típico. 
No plano objetivo, os requisitos continuam 
idênticos. Já no plano subjetivo, inserem-
se dolo e culpa, antes situados na culpabi-
lidade. 
4. Funcionalismo racional ou teleoló-
gico 
• 1970. 
• Roxin. 
• O tipo penal possui três dimensões: 
a) objetiva (com os mesmos requisi-
tos); 
b) subjetiva (dolo + requisitos subje-
tivos especiais); 
c) imputação objetiva 
• Por que imputação objetiva? Introduz no 
TIPO OBJETIVO 2 elementos novos: 
a) Criação ou incremento de risco 
proibido relevante (CIRPR) 
b) Realização do risco no resultado. 
• (3 dimensões: objetiva, subjetiva e imputa-
ção objetiva). 
5. Funcionalismo sistêmico 
• Jakobs 
• Com base na teoria dos sistemas de Luh-
mann, Jakobs cria sua teoria da imputação 
normativa. 
• Para ele, o Direito Penal é um sistema au-
tônomo, autorreferente e autopoiético. 
• A função do Direito Penal, portanto, é apli-
car o comando contido na norma penal, 
pois somente sua reiterada incidência lhe 
confere o merecido respeito. 
6. Funcionalismo reducionista ou con-
tencionista 
• Zaffaroni. 
• O tipo penal possui três dimensões: 
a) sistemática; 
b) normativa; 
c) subjetiva. 
• Zaffaroni desenvolve a teoria da tipici-
dade conglobante. 
7. Novas propostas doutrinárias: di-
reito penal e enfrentamento da crimi-
nalidade moderna 
7.1. Direito intervencionista ou de inter-
venção (Hassemer) 
O direito de intervenção consiste na manutenção, 
no âmbito do Direito Penal, somente das condutas 
lesivas aos bens jurídicos individuais e também 
daquelas que causam perigo concreto. As demais, 
de índole difusa ou coletiva, e causadoras de perigo 
abstrato, por serem apenadas de maneira mais 
branda, seriam reguladas por um sistema jurídico 
diverso, com garantias materiais e processuais 
mais flexíveis, possibilitando um tratamento mais 
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5 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
célere e amplo dessas questões, sob pena de tornar 
o Direito Penal inócuo e simbólico. Além disso, não 
seria tarefa do Poder Judiciário aplicá-las, e sim da 
Administração Pública. 
7.2. Velocidades do Direito Penal (Jesus-
Maria Silva Sanches) 
• Parte do pressuposto de que o Direito Penal, NO 
INTERIOR DE SUA UNIDADE SUBSTANCIAL, contém 
dois grandes blocos de ilícitos: 
1º. Infrações às quais são cominadas PPL (DP 
nuclear); 
2º. Infrações às quais são cominadas espécies 
diversas de sanções penais (DP periférico). 
OBS. Os 2 grupos têm natureza penal e devem ser 
processados e julgados pelo Poder Judiciário (≠ Di-
reito Intervencionista). 
• Velocidades (Silva Sanches cuidou das duas pri-
meiras velocidades): 
✓ 1ª: PPL 
➢ Rígida observância dos princípios 
clássicos; 
➢ Regras de imputação. 
✓ 2ª: PRD 
➢ Flexibilização dos princípios pro-
porcional à menor intensidade da 
sanção. 
✓ 3ª: Direito Penal do Inimigo 
✓ 4ª: Neopunitivismo 
✓ 5ª: Estado policial: maior assiduidade do 
controle policial, no cenário em que o Di-
reito Penal tem o escopo de responsabili-
zar os autores, diante da agressividade pre-
sente em nossa sociedade de relações 
complexas e por vezes incompreensíveis. 
7.3. Direito penal do inimigo 
Conceito 
Propõe a flexibilização ou mesmo a supressão de 
diversas garantias materiais e processuais, até en-
tão consideradas absolutas e intocáveis. 
Quem é o inimigo? É o indivíduo que afronta a es-
trutura do Estado, pretendendo desestabilizar a or-
dem nele instaurada ou, até mesmo, destruí-lo. É a 
pessoa que revela um modo de vida contrário às 
normas jurídicas, demonstrando não ser um cida-
dão (ex: terroristas). 
Efeitos da aplicação do Direito Penal do Ini-
migo 
1º. O inimigo não pode gozar de direitos pro-
cessuais. 
2º. Submete-se a um juízo de periculosidade 
(DP prospectivo). 
3º. Antecipação da esfera de proteção da 
norma jurídica, para abranger inclusive 
atos preparatórios, sem redução quantita-
tiva da pena. 
4º. Novos meios de investigação, como ação 
controlada e infiltração de agentes. 
5º. Mitigação do princípio da reserva legal. 
6º. Condutas descritas em tipos de mera con-
duta e perigo abstrato (flexibiliza o princí-
pio da lesividade). 
7º. Descrição vaga dos crimes e das penas (fle-
xibiliza o princípio da legalidade). 
8º. Preponderância do Direito Penal do Autor 
(flexibiliza o princípio da exteriorização do 
fato). 
9º. "Leis de luta e combate", leis de ocasião (Di-
reito Penal de Emergência). 
10º. Endurecimento da execução penal (Re-
gime Disciplinar Diferenciado - RDD). 
7.4. Neopunitivismo (Daniel Pastor) 
• Relaciona-se com o Direito Penal Internacional, 
caracterizado pelo alto nível de incidência política 
e pela seletividade, com elevado desrespeito às re-
gras básicas do poder punitivo. 
• Insere-se na linha do panpenalismo, que busca a 
todo custo o aumento do arsenal punitivo do Es-
tado, inclusive de forma mais arbitrária que o mo-
delo defendido pelo DP do Inimigo. 
7.5. Direito Penal como proteção de con-
textos da vida em sociedade (Stra-
tenwerth) 
• Deixa em segundo plano a proteção dos interes-
ses individuais, para salvaguardar imediatamente 
os bens jurídicos inerentes a toda a coletividade. 
• Ao contrário de Hassemer, busca justamente a 
proteção dos bens jurídicos difusos. 
• Com isso, desloca-se o foco da criação de infra-
ções penais: antes, fundada na proteção de bens 
individuais contra lesões efetivas; agora, centrada 
nos crimes de perigo abstrato, como forma de 
proteção aos bens jurídicos transindividuais. 
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6 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL 
1. Princípio da reserva legal ou da estrita 
legalidade 
• Cláusula pétrea. 
• Medidas provisórias em Direito Penal? Se-
gundo STF, somente pro reo. 
• Fundamentos: 
✓ Jurídico = taxatividade, certeza ou 
determinação. Por isso não se ad-
mite analogia in malam partem. 
✓ Político = proteção do ser humano 
em face do arbítrio do Estado no 
exercício do seu poder punitivo. 
• Princípio da reserva legal e mandados de 
criminalização. CUIDADO: há mandado im-
plícito de criminalização (ex: homicídio, em 
razão da superioridade do direito à vida). 
• Não é o princípio da legalidade que proíbe 
a criação de tipos penais vagos, mas, isto 
sim, o princípio da taxatividade. 
2. Princípio da anterioridade 
• A lei deve ser anterior ao fato cuja punição 
se almeja. 
• A lei não incide nem mesmo sobre os fatos 
praticados durante o período de vacatio. 
3. Princípio da insignificância ou da crimi-
nalidade de bagatela 
• De minimus non curat praetor. 
• Veda a atuação penal do Estado quando a 
conduta não é capaz de lesar ou no mínimo 
de colocar em perigo o bem jurídico tute-
lado pela norma penal. 
• Finalidade: diminuir a intervenção do Di-
reito Penal. 
• Natureza jurídica: causa de exclusão da ti-
picidade material. 
• Subsidiariedade (em abstrato) x Framenta-
riedade (em concreto). 
• Requisitos (STF) – M.A.R.I. 
1º. Mínima ofensividade da conduta; 
2º. Ausência de periculosidade social 
da ação; 
3º. Reduzido grau de reprovabilidade 
do comportamento; 
4º. Inexpressividade da lesão jurídica 
provocada. 
• Insignificância e reincidência 
✓ Possibilidade de aplicar o regime ini-
cial aberto ao condenado por 
FURTO, mesmo ele sendo reinci-dente, desde que seja insignificante 
o bem subtraído (Info 938, STF). 
✓ STF reconheceu que o valor econô-
mico do bem FURTADO era muito 
pequeno, mas, como o réu era rein-
cidente, em vez de absolvê-lo apli-
cando o princípio da insignificância, 
o Tribunal utilizou esse reconheci-
mento para conceder a pena restri-
tiva de direitos (Info 913, STF). 
• É cabível o princípio da insignificância: 
✓ Descaminho e crimes tributários = 
até R$ 20 mil. 
✓ Atos infracionais. 
✓ Crimes ambientais, EXCEPCIONAL-
MENTE. 
• Não cabe o princípio da insignificância: 
x Roubo e demais crimes com violên-
cia ou grave ameaça. 
x Crimes contra a Administração (S. 
599, STJ). 
x Crimes da LD. 
x Crimes ambientais (em regra). 
x Crimes contra a fé pública. 
x Tráfico internacional de arma de 
fogo. 
x Porte ilegal de munição (em regra). 
x Evasão de divisas – “dólar cabo”. 
x Crimes ou contravenções contra a 
mulher no âmbito das relações do-
mésticas (S. 589, STJ). 
x Crimes habituais (tese p/ MP). 
x Art. 34, LCA: pesca proibida (em re-
gra – tese p/ MP). 
x Rádio comunitária clandestina. 
x Apropriação indébita previdenciária. 
x Posse ou porte de arma ou munição. 
x Estelionato previdenciário. 
x Furto qualificado (em regra – tese p/ 
MP). 
x Violação de direito autoral. 
x Prefeitos: para o STJ, NÃO cabe insig-
nificância (p/ MP, ficar com o STJ). 
• Princípio da insignificância imprópria (ou 
da bagatela imprópria) 
✓ Configura-se o crime, ou seja, o fato 
é típico e ilícito, o agente é culpável 
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@mp_estadual 
Thiago Diniz 
e o Estado possui o direito de punir. 
✓ Há, portanto, desvalor da conduta e 
desvalor do resultado. 
✓ No entanto, a pena revela-se incabí-
vel, ilegítima e desnecessária no 
caso concreto, pois diversos fatores 
justificam seu afastamento (ex: su-
jeito com personalidade ajustada ao 
convívio social, colaboração com a 
Justiça, reparação do dano causado 
à vítima etc). 
✓ Sua natureza, portanto, é a de causa 
supralegal de extinção da punibili-
dade. 
4. Princípio da individualização da pena 
• 3 aspectos ou dimensões: 
a) Legislativo 
b) Judicial 
c) Administrativa (execução da pena) 
5. Princípio da alteridade (Roxin) 
• A conduta deve invadir patrimônio jurídico 
alheio (ninguém pode ser punido por cau-
sar mal apenas a si próprio). 
6. Princípio da confiança 
• Todos devem esperar por parte das demais 
pessoas comportamentos responsáveis e 
em consonância com o ordenamento jurí-
dico, almejando evitar danos a terceiros. 
• Por isso, esse princípio tem especial aplica-
ção nos delitos praticados na direção de 
veículo automotor. 
7. Princípio da adequação social 
• Não pode ser criminoso o comportamento 
humano que, embora tipificado em lei, não 
afronta o sentimento social de Justiça. 
• Funciona, portanto, como causa supralegal 
de exclusão da tipicidade. 
• É INCORRETA a afirmação de que o princí-
pio da adequação social serve de parâme-
tro fundamental ao julgador, que, à luz das 
condutas formalmente típicas, deve deci-
dir quais sejam merecedoras de punição 
criminal (MPCE/2020). Isso porque a impe-
ratividade da lei penal impede que a ade-
quação social seja empregada pelo juiz 
para decidir quais condutas merecem a pu-
nição criminal. A esse respeito, confira-se o 
julgado veiculado no Informativo 515 do 
STJ: O ato de vender ou expor à venda CDs 
e DVDs falsificados é conduta formal e ma-
terialmente típica, estando prevista no art. 
184, § 2º, do CP. Assim, não se pode alegar 
que tal conduta deixou de ser crime por 
conta do princípio da adequação social. 
8. Princípio da intervenção mínima (ul-
tima ratio) 
• A criminalização de um fato só se mani-
festa legítima quando constitui meio indis-
pensável para a proteção de determinado 
bem ou interesse. 
• Disso resultam dois atributos do Direito Pe-
nal (Obs: MASSON conceitua os atributos 
de modo inverso): 
Subsidiariedade Fragmentariedade 
Desnecessidade da 
incursão do Direito 
Penal, dada a sufici-
ência da proteção 
conferida pelos de-
mais ramos. 
Desnecessidade da atu-
ação do Direito Penal, 
dada a irrelevância da 
lesão ou do perigo de 
lesão causado ao bem 
jurídico tutelado pena 
norma penal. 
Opera em abstrato. Opera em concreto. 
9. Princípio da proporcionalidade (razoa-
bilidade ou convivência das liberdades 
públicas) 
• A criação de tipos penais deve constituir-se 
em atividade vantajosa para os membros 
da sociedade, eis que impõe um ônus a to-
dos os cidadãos, decorrente da ameaça de 
punição. 
• Vetor que se dirige a 3 destinatários: 
✓ Legislador, 
✓ Juiz, 
✓ Órgãos da execução penal. 
• Possui dupla face: 
a) Garantismo hiperbólico monocu-
lar: proibição do excesso; 
b) Garantismo hiperbólico binocu-
lar: proibição do excesso + proibi-
ção da tutela deficiente. 
10. Princípio da humanidade 
• Decorre da dignidade da pessoa humana e 
proíbe a criação de tipos e a cominação de 
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8 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
penas que violam a incolumidade física e 
moral de alguém. 
11. Princípio da ofensividade (lesividade) 
• Não há infração penal quando a conduta 
não tiver oferecido ao menos perigo de le-
são ao bem jurídico. 
12. Princípio da exclusiva proteção de 
bens jurídicos 
• Veda ao Direito Penal a preocupação com 
as intenções e pensamentos das pessoas, 
do seu modo de viver ou de pensar, ou 
ainda de suas condutas internas, enquanto 
não exteriorizada a atividade delitiva. 
• Direito Penal não resguarda questões de 
ordem moral, ética, ideológica, religiosa ou 
política. 
STF: “A criação de crimes de perigo abs-
trato não representa, por si só, comporta-
mento inconstitucional por parte do legis-
lador penal”. 
Espiritualização, desmaterialização ou li-
quefação do Direito Penal: crescente in-
cursão do Direito Penal na seara dos inte-
resses metaindividuais e dos crimes de pe-
rigo, especialmente os de índole abstrata. 
13. Princípio da imputação pessoal 
• O Direito Penal não pode castigar um fato 
cometido por agente que atue sem culpa-
bilidade (inimputável, sem potencial cons-
ciência da ilicitude ou de quem não se 
possa exigir conduta diversa). 
14. Princípio da responsabilidade pelo 
fato 
• Os tipos penais devem definir fatos, não 
estereotipar autores. 
• Direito Penal do fato x Direito Penal do 
autor. 
15. Princípio da personalidade ou da in-
transcendência 
• A pena não pode passar da pessoa do con-
denado. 
16. Princípio da responsabilidade penal 
subjetiva 
• Nenhum resultado penalmente relevante 
pode ser atribuído a quem não o tenha 
produzido por dolo ou culpa. 
• O princípio da culpabilidade afasta a res-
ponsabilização objetiva em matéria penal, 
de modo que a punição penal exige a de-
monstração de conduta dolosa ou culposa 
(MPCE/2020). 
• Vestígios de responsabilidade objetiva? 
➢ Rixa qualificada (art. 137, § único, 
CP); 
➢ Punição de infrações praticadas 
em estado de embriaguez voluntá-
ria ou culposa. 
17. Princípio do ne bis in idem 
• Proíbe a dupla punição pelo mesmo fato 
• S. 241, STJ: A reincidência penal não pode 
ser considerada como circunstância agra-
vante e, simultaneamente, como circuns-
tância judicial. 
18. Princípio da isonomia 
• Produz reflexo na dosimetria da pena (ex: 
não merecem o mesmo sancionamento o 
traficante contumaz e aquele que se de-
dica pela 1ª vez ao tráfico de drogas, em fa-
vor de quem incide a minorante do art. 33, 
§ 4°, da LD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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@mp_estadual 
Thiago Diniz 
TEORIA DO CRIME 
Conceito de crime 
1. Critério analítico 
a) Teoria bipartida: crime é fato típico e ilícito 
b) Teoria tripartida: crime é fato típico, ilícito 
e praticado por agente culpável. 
c) Teoria quadripartida: Crime é fato típico, ilí-
cito, praticado por agente culpável e punível. 
2. Conceito formal ou legal 
Crime é aquilo que a leidefine como tal. De acordo 
com a Lei de Introdução ao CP: são as infrações pe-
nais cujo preceito secundário comina pena de re-
clusão ou detenção, isolada, alternativa ou cumu-
lativamente com a pena de multa. 
3. Conceito substancial ou material 
Crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou 
expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente 
tutelados. 
4. Conceito criminológico 
Crime é um fenômeno social, caracterizado a partir 
dos seguintes parâmetros: 
1. Incidência massiva; 
2. Incidência aflitiva; 
3. Persistência espaço-temporal; 
4. Inequívoco consenso acerca da punição. 
 
5. Diferenças entre crime e contravenção 
 Crime Contravenção 
Penas 
Reclusão ou deten-
ção. 
Prisão simples ou 
multa. 
Aplicação 
Admite extraterri-
torialidade. 
Não admite extra-
territorialidade. 
Tentativa 
Pune a tentativa. Tentativa não é pu-
nível. 
Culpabili-
dade 
Compatível com o 
erro de tipo e o 
erro de proibição. 
Admitem apenas a 
ignorância ou a er-
rada compreensão 
da lei, se escusá-
veis. 
Tempo 
máximo 
40 anos. 5 anos. 
Período 
de prova 
sursis 
2 a 4 anos; 
4 a 6 anos. 
1 a 3 anos. 
Prazo mí-
nimo MS 
1 a 3 anos. 6 meses. 
Ação 
penal 
Pública ou privada. Sempre pública in-
condicionada. 
Fato típico 
Elementos do fato típico 
Crimes materiais 
consumados 
Crimes tentados, 
formais e de mera 
conduta 
Conduta Conduta 
Nexo Tipicidade 
Resultado naturalístico 
Tipicidade 
Crime
Fato típico
Conduta
Nexo de 
causalidade
Resultado 
naturalístico
Tipicidade
Ilícito
"Culpável"
Imputabilidade
Exigibilidade de 
conduta diversa
Potencial consciência 
da ilicitude
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@mp_estadual 
Thiago Diniz 
1. Conduta 
Conceito de conduta 
Depende da teoria adotada: 
Teoria clássica, 
naturalística, 
mecanicista ou 
causal 
Liszt, 
Beling 
Comportamento humano 
voluntário que produz mo-
dificação no mundo exterior 
 
Conduta independe de dolo 
e culpa, bastando que o 
agente produza o resultado 
Teoria final ou 
finalista 
(CP) 
Welzel 
Comportamento humano, 
consciente e voluntário, di-
rigido a um fim. 
 
Dolo e culpa no fato típico, 
dentro da conduta. Formou-
se uma culpabilidade “va-
zia”, porque desprovida de 
dolo e culpa. 
Teoria 
cibernética 
Zaffaroni 
Leva em conta o controle da 
vontade, presente nos cri-
mes dolosos, assim como 
nos culposos. 
Teoria social 
Wessels, 
Jescheck 
Comportamento humano 
com transcendência social. 
Teoria jurídico-
penal 
Francisco de As-
sis Toledo 
Comportamento humano, 
dominado ou dominável 
pela vontade, dirigido para 
a lesão ou para a exposição 
a perigo de um bem jurí-
dico, ou, ainda, para a cau-
sação de uma previsível le-
são a um bem jurídico. 
Formas de conduta 
1. Ação 
2. Omissão – há duas teorias sobre a omis-
são: 
Naturalística Normativa (CP) 
Omissão é fenô-
meno causal que 
pode ser consta-
tado no mundo 
fático 
Omissão é não fa-
zer o que a lei de-
terminava que se 
fizesse. 
Quem se omite 
faz alguma coisa. 
“Do nada, nada 
vem”. 
 
 
2. Nexo 
➔ Teorias abordadas nos comentários ao art. 13 
do CP. 
3. Resultado 
• É a consequência provocada pela conduta 
do agente. 
• Pode ser: 
a) Jurídico ou normativo 
b) Naturalístico ou material 
• Todo crime tem resultado jurídico, embora 
possa não contar com resultado naturalís-
tico. 
4. Tipicidade: formal e material 
Tipicidade formal 
• Juízo de subsunção do fato à norma. 
• Espécies de tipicidade formal 
a) Adequação típica imediata ou direta: a 
conduta humana se enquadra diretamente na lei 
penal incriminadora, sem necessidade de qualquer 
norma interposta. 
b) Adequação típica mediata ou indireta: o 
ajuste entre o fato e a norma somente se realiza 
por meio da conjugação do tipo penal com uma 
norma de extensão. As normas de extensão, que 
permitem a subsunção indireta, podem ser: 
1) de extensão temporal (art. 14, II, CP): na 
tentativa, antecipa-se a tutela penal para 
abarcar os atos executórios prévios à con-
sumação; 
2) de extensão pessoal: na participação (art. 
29, CP), o tipo penal passa a alcançar não 
só o sujeito que praticou os atos executó-
rios, mas todos que de qualquer modo con-
correram para o delito; 
3) de extensão causal: nos casos dos crimes 
omissivos impróprios (art. 13, § 2°, CP), há 
uma ampliação da conduta criminosa, en-
globando a omissão daquele que não cum-
priu seu dever de agir. 
Tipicidade material 
É a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penal-
mente tutelado. 
 
 
1 2 3 4 5 6 
 
 
11 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Exclusão do crime 
 Elemento Causa excludente 
F
a
to
 t
íp
ic
o
 
Conduta 
Caso fortuito 
Força maior 
Atos/movimentos reflexos, 
sonambulismo, hipnose 
Coação física irresistível 
Nexo 
causal 
Concausa... 
- relativamente indepen-
dente, 
- superveniente, 
- que por si só produziu o re-
sultado. 
Resultado 
Tipicidade 
Il
ic
it
u
d
e
 
(n
ão
 p
o
ss
u
i e
le
m
e
n
to
s)
 
Causas 
legais 
genéricas 
Estado de necessidade 
Legítima defesa 
Estrito cumprimento de 
dever legal 
Exercício regular de di-
reito 
Causas 
legais 
específicas 
Exemplos 
Art. 128: aborto necessário 
Art. 142: injúria/difamação 
Art. 1.210, § 1°, CC: des-
forço imediato. 
Art. 37, I, Lei 9.605/98: não 
é crime o abate de animal... 
Causa 
supralegal 
Consentimento do ofen-
dido 
C
u
lp
a
b
il
id
a
d
e
 
Imputabili-
dade 
Menoridade 
Doença mental + inteira-
mente incapaz 
Desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado + 
inteiramente incapaz 
Embriaguez completa pro-
veniente de caso fortuito 
ou força maior 
Potencial 
consciência 
da ilicitude 
Erro de proibição escusá-
vel, invencível ou inevitá-
vel 
Exigibilidade 
de conduta 
diversa 
Coação moral irresistível 
Obediência hierárquica 
(ordem não manifesta-
mente ilegal) 
Classificação dos crimes 
Crimes de dano e de perigo 
• Crime de perigo abstrato: Os crimes de perigo 
abstrato, que são modalidades de tutela anteci-
pada de bens jurídicos, podem ser considerados 
exemplos da forma de intervenção penal denomi-
nada “Direito Penal do Inimigo” descrita por Ja-
kobs. Esta forma de tutela é utilizada, por ex., no 
Direito Ambiental e na proteção de vítimas de vio-
lência doméstica (MPSC/19). 
Crimes materiais, formais e de mera con-
duta 
• Crime formal, de consumação antecipada ou 
de resultado cortado. Tipo penal prevê conduta 
+ resultado, que é DISPENSÁVEL para a consuma-
ção do crime. MPSC/2019: A especial finalidade da 
conduta (também denominada “dolo específico”) é 
um elemento subjetivo do tipo existente em alguns 
delitos materiais, mas não é compatível com os de-
litos formais. ERRADO! 
Outras classificações 
a) Crime obstáculo: é aquele que retrata 
atos preparatórios tipificados como crimes 
autônomos. Ex: associação criminosa (art. 
288, CP); petrechos para falsificação de 
moeda (Art. 291, CP). 
b) Crime de empreendimento ou de aten-
tado: aquele em que a pena da tentativa é 
igual à pena do crime consumado. Ex: art. 
352 do CP - Evadir-se ou tentar evadir-se o 
preso ou o indivíduo submetido a medida 
de segurança detentiva, usando de violên-
cia contra a pessoa. 
c) Crime de ação astuciosa: é o praticado 
por meio de fraude, engodo. Ex: estelio-
nato - Art. 171, CP. 
d) Crime de tendência ou atitude pes-
soal: é aquele em que a tendência afetiva 
do autor delimita a ação típica, ou seja, a 
tipicidade pode ou não ocorrer em razão 
da atitude pessoal e interna do agente. Ex: 
palavras dirigidas contra alguém podem ou 
não caracterizar o crime de injúria a depen-
der da intenção do agente (se é ofender a 
honra, ou apenas brincar ou criticar). 
e) Crime de intenção ou de tendência in-
terna transcendente: é aquele em que o 
agente quer e persegue um resultado, que 
não necessita ser alcançado para consuma-
ção. Ex: extorsão mediante sequestro (art. 
159, CP). 
f) Crime remetido: tipo penal que se reporta 
expressamente ao preceitosecundário de 
outro tipo penal. Ex: uso de documento 
1 2 3 4 5 6 
 
 
12 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
falso (art. 304 do CP). 
g) Crime vago: não possui vítima específica e 
o bem jurídico pertence a toda a coletivi-
dade (ex: tráfico de drogas). 
h) Crime de olvido (crime de esqueci-
mento): modalidade de crime omissivo 
impróprio, caracterizado pela natureza 
culposa, em que por negligência, impru-
dência ou imperícia o sujeito deixa de pra-
ticar uma conduta ativa, produzindo um re-
sultado coberto pela norma penal incrimi-
nadora (ex: pai que estaciona o carro no su-
permercado e ESQUECE seu filho no veí-
culo, vindo a criança a morrer por asfixia). 
i) Crimes aberrantes: classificação que in-
clui os crimes praticados em erro de tipo 
acidental: 
1. Aberratio causae (erro sobre o 
nexo causal); 
2. Aberratio ictus (erro na execução); 
3. Aberratio criminis (resultado di-
verso do pretendido). 
j) Crimes de acumulação: embora isolada-
mente a conduta seja incapaz de ofender o 
valor ou o interesse protegido pela lei pe-
nal, a repetição delas, cumulativamente 
consideradas, configura crime, em face da 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico 
(ex: poluição). 
k) Crimes de catálogo: aqueles compatíveis 
com a interceptação telefônica como meio 
de investigação ou de produção de provas. 
TEORIA DO TIPO 
1. Conceito 
É o modelo genérico e abstrato, formulado pela lei, 
descritivo da conduta criminosa ou da conduta per-
mitida. 
2. Espécies 
a) Tipos incriminadores ou legais 
b) Tipos permissivos ou justificadores 
2.1. Tipo legal 
2.1.1. Conceito 
É o modelo sintético, genérico e abstrato da con-
duta definida em lei como crime ou contravenção 
penal. 
2.1.2. Funções 
a) De garantia: decorrência da previsão cons-
titucional do princípio da reserva legal, so-
mente a lei pode criar crime e cominar 
pena. 
b) Fundamentadora: fundamenta o direito 
de punir do Estado. 
c) Indiciária da ilicitude 
✓ Presunção relativa de que o fato tí-
pico é também ilícito. 
✓ Opera a inversão do ônus da prova 
quanto às excludentes. 
d) Diferenciadora do erro: o dolo deve abran-
ger todos os elementos do fato típico. Au-
sente algum, afasta-se o dolo, configu-
rando-se o erro de tipo. 
e) Seletiva: cumpre ao tipo penal selecionar 
as condutas que deverão ser proibidas (cri-
mes comissivos) ou ordenadas (crimes 
omissivos). 
2.1.3. Estrutura 
 
2.1.4. Classificação 
I) Tipo normal e tipo anormal 
a) Tipo normal: prevê apenas elementos ob-
jetivos. 
b) Tipo anormal: prevê elementos objetivos 
e também elementos subjetivos e/ou nor-
mativos. 
II) Tipo fundamental e tipo derivado 
a) Tipo fundamental: retrata a forma mais 
simples da conduta criminosa. 
Núcleo Elementos
Objetivos
Subjetivos
Normativos
Modais
(há 
controvérsia)
Circunstâncias
(figuras qualificadas 
ou privilegiadas)
1 2 3 4 5 6 
 
 
13 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
b) Tipo derivado: se estrutura com base no 
tipo fundamental, acrescentando circuns-
tâncias que aumentam ou diminuem a re-
provabilidade e, consequentemente, a 
pena. 
III) Tipo fechado e tipo aberto 
a) Tipo fechado (cerrado): possui descrição 
minuciosa da conduta criminosa. 
b) Tipo aberto: não possui descrição minuci-
osa da conduta criminosa, cabendo ao in-
térprete, na análise do caso concreto, com-
plementar a tipicidade mediante um juízo 
de valor (ex: crimes culposos, com exceção 
da receptação culposa – art. 180, § 3°, CP). 
IV) Tipo de autor e tipo de fato 
V) Tipo simples e tipo misto 
a) Tipo simples: abriga um único núcleo. 
b) Tipo misto: abriga dois ou mais núcleos. 
i. Tipo misto alternativo: a prática 
de dois ou mais núcleos dá origem 
a um único crime. 
ii. Tipo misto cumulativo: a prática 
de mais de uma conduta acarreta 
concurso material (ex: abandono 
material – art. 244, CP). 
VI) Tipo congruente e tipo incongruente 
a) Tipo congruente: há perfeita coincidência 
entre a vontade do autor e o fato descrito 
na lei penal (ex: crimes dolosos consuma-
dos). 
b) Tipo incongruente: não há coincidência 
entre a vontade do autor e o fato descrito 
na lei penal (ex: tentativa, crimes culposos 
e crimes preterdolosos). 
VII) Tipo complexo 
VIII) Tipo preventivo 
Associado aos crimes-obstáculo, traduz a antecipa-
ção da tutela do Direito Penal em relação a deter-
minados bens jurídicos, incriminando de forma au-
tônoma comportamentos que seriam fase prepara-
tória de outros delitos autônomos. 
 
 
3. Tipo doloso 
3.1. Previsão legal: art. 18, CP. 
3.2. Conceito 
Dolo é a vontade livre e consciente dirigida a reali-
zar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo 
pena incriminador. 
3.2. Elementos do dolo 
a) Intelectivo ou cognoscitivo. É a consci-
ência. 
b) Volitivo. É a vontade. 
3.3. Teorias do dolo 
a) Teoria da vontade. Dolo é a vontade 
consciente de querer praticar a infração 
penal (adotada para o dolo direto). 
b) Teoria da representação. Ocorre dolo 
toda vez que o agente, prevendo o resul-
tado como possível, continua a sua con-
duta. A crítica feita à teoria da representa-
ção reside no ponto em que funde os con-
ceitos de dolo eventual e culpa consciente. 
c) Teoria do consentimento ou assenti-
mento. Ocorre dolo toda vez que o agente, 
prevendo o resultado como possível, de-
cide prosseguir com sua conduta, assu-
mindo o risco de produzi-lo. Acrescen-
tando esta parte final ao conceito de dolo, 
a teoria do consentimento distingue dolo 
eventual e culpa consciente (adotada para 
o dolo eventual). 
V. Espécies de dolo 
a) Dolo direto ou determinado. Ocorre 
quando o agente prevê determinado resul-
tado, dirigindo sua conduta na busca de re-
alizar esse mesmo resultado. O resultado é 
querido diretamente (como fim ou como 
consequência necessária do meio esco-
lhido). 
 
 121 (quer) 
b) Dolo indireto ou indeterminado. O 
agente com sua conduta não busca realizar 
resultado determinado. 
b.1) dolo alternativo. O agente 
prevê pluralidade de resultados, dirigindo 
121 
1 2 3 4 5 6 
 
 
14 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
sua conduta na busca de realizar qualquer 
um deles. 
 
 121 (quer)/129 (quer) 
 (mesma intensidade de vontade) 
 
b.2) dolo eventual. O agente 
prevê pluralidade de resultados, porém di-
rige sua conduta para realização de um de-
les, aceitando produzir o outro. 
 
 121 (pretende)/129 (assume) 
 (diferentes intensidades de vontade) 
 
Dolo 
Direto 
De primeiro grau: quando o 
resultado é diretamente 
querido como fim. 
De segundo grau: quando o 
resultado é a consequência 
necessária do meio esco-
lhido. 
Eventual 
Quando o sujeito repre-
senta a possibilidade do re-
sultado concomitante, e a 
inclui como tal na vontade 
realizadora. 
 
c) Dolo cumulativo. O agente pretende al-
cançar dois resultados em sequência. Ex: 
pretendo ferir, depois pretendo matar. O 
dolo cumulativo é um caso de progressão 
criminosa. 
d) Dolo de dano. A vontade do agente é no 
sentido de causar efetiva lesão ao bem ju-
rídico tutelado. Por exemplo, quando se 
cogita do bem jurídico ‘vida’, a intenção do 
agente é matar. 
e) Dolo de perigo. Neste, o agente atua com 
a intenção de expor a risco o bem jurídico 
tutelado (Ex: se tomo o bem jurídico ‘vida’, 
a intenção é periclitar a vida de outrem). 
f) Dolo genérico. O agente tem vontade de 
realizar a conduta descrita no tipo penal, 
sem fim específico. 
g) Dolo específico. O agente tem vontade 
de realizar a conduta descrita no tipo pe-
nal, com fim específico. 
h) Dolo geral (ou erro sucessivo). Ocorre 
quando o agente, supondo já ter alcançado 
um resultado por ele visado, pratica nova 
ação que efetivamente o provoca. É uma 
espécie de erro de tipo acidental, não isen-
tando o agente de pena. Há controvérsia 
na doutrina sobre qual série causal deve 
ser considerada (se a visadaou a efetiva-
mente ocorrida). 
Teoria 
psicológica 
da culpabi-
lidade 
Teoria psico-
lógica norma-
tiva 
Teoria norma-
tiva pura 
Causalista Neokantista Tem base finalista 
A culpabili-
dade se divide 
em duas espé-
cies: 
 a) dolo; 
 b) culpa. 
A culpabilidade 
não tem espé-
cies. 
Fato típico: 
- Culpa 
- Dolo natural: 
 . consciência 
 . vontade 
Elemento da 
culpabilidade: 
 a) imputa-
bilidade. 
Elementos da 
culpabilidade: 
a) imputabili-
dade; 
b) exigibilidade 
de conduta di-
versa; 
c) culpa; 
d) dolo norma-
tivo – constitu-
ído de: 
1. consciência 
2. vontade 
3. consciência 
atual da ilicitude 
(elemento nor-
mativo). 
Culpabilidade: 
- potencial consci-
ência da ilicitude. 
 
i) Dolo normativo (colorido ou valorado). 
Adotado pela teoria psicológica normativa 
da culpabilidade (de base neokantista), in-
tegra a culpabilidade tendo como requisi-
tos: 
a) consciência; 
b) vontade; 
c) consciência atual da ilicitude (ele-
mento normativo). “O dolo é cha-
mado de normativo, justa-
mente porque conta com um 
elemento normativo: a consci-
ência atual da ilicitude”. 
j) Dolo natural (incolor ou avalorado). 
Adotado pela teoria normativa pura da cul-
pabilidade (de base finalista), integra o fato 
típico, tendo como requisitos: 
a) consciência; 
b) vontade. 
“Está despido do elemento nor-
121/129 
121/129 
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@mp_estadual 
Thiago Diniz 
mativo (consciência da ilici-
tude), que passa a integrar a 
própria culpabilidade”. 
k) Dolo antecedente, concomitante e sub-
sequente 
Dolo 
antecedente 
Dolo 
concomitante 
Dolo 
subsequente 
Antecede a 
conduta. 
Ao tempo da 
conduta 
Posterior à 
conduta. 
 
 No Brasil, em regra, pune-se somente o 
dolo concomitante. Há um único caso em que se 
pune o dolo antecedente: a teoria da actio libera in 
causa. Nesta hipótese, analisa-se o dolo do bêbado 
completo não no momento da conduta, mas em 
momento anterior, quando ele bebia. 
l) Dolo de 1° grau. É o dolo direto. 
m) Dolo de 2° grau (ou necessário). Nessa 
espécie de dolo, o agente produz resultado 
paralelo ao visado, pois necessário a reali-
zação à concretização de sua vontade. Pre-
tendo matar ‘X’ colocando uma bomba no 
avião em que ele viaja. Em relação a ‘X’ o 
dolo é de 1º grau, já em relação aos demais 
passageiros, tem-se dolo de 2° grau. Para 
LFG, o dolo de 2° grau consagra a teoria da 
representação. 
Dolo de 2º grau Dolo eventual 
O resultado para-
lelo é certo e neces-
sário (no exemplo, 
a morte dos demais 
passageiros é certa 
e indispensável). 
O resultado para-
lelo é incerto (even-
tual, possível, des-
necessário). 
 
n) Dolo de propósito. É o dolo refletido. Nem 
sempre majora a pena. 
o) Dolo de ímpeto. É o dolo repentino. Con-
figura atenuante de pena. 
# Doente mental tem dolo? O doente mental tem 
consciência e vontade dentro do seu precário 
mundo valorativo, isto é, tem dolo. Se doente men-
tal não tivesse dolo, a inimputabilidade não seria 
causa excludente da culpabilidade, mas do fato tí-
pico. Ademais, o doente mental sofre sanção penal 
(medida de segurança). 
# Segundo a doutrina, a espécie de dolo pode inter-
ferir na aplicação da pena. Ex: o dolo direto merece 
pena maior que o dolo eventual. 
 
 
 
4. Crime culposo 
• Culpa é elemento normativo do tipo. 
• Os crimes culposos são previstos em tipos 
penais abertos. 
4.1. Conceito 
É o que se verifica quando o agente, deixando de 
observar o dever objetivo de cuidado, por impru-
dência, negligência ou imperícia, realiza voluntari-
amente uma conduta que produz resultado natura-
lístico, não previsto nem desejado, mas objetiva-
mente previsível, e excepcionalmente previsto e 
desejado, que podia, com a devida atenção, ter evi-
tado. 
4.2. Elementos 
a) Conduta voluntária 
✓ Vontade circunscrita à realização da 
conduta, e não à produção do resul-
tado. 
✓ Ação ou omissão. 
b) Violação do dever objetivo de cuidado 
✓ Dever objetivo de cuidado é o com-
portamento imposto pelo ordena-
mento a todas as pessoas, visando o 
regular e pacífico convívio social. 
✓ Modalidades de culpa: imprudência 
(atuação sem observância das caute-
las necessárias), negligência (omis-
são da conduta cuidadosa) e imperí-
cia (≠ erro profissional: no erro pro-
fissional, a falha é “da ciência”, o que 
exclui a culpa). 
c) Resultado naturalístico involuntário 
✓ Todo crime culposo é material! 
✓ Por isso o crime culposo é incompa-
tível com a tentativa. 
d) Nexo causal 
e) Tipicidade 
f) Previsibilidade objetiva 
✓ É a possibilidade de uma pessoa co-
mum, com inteligência mediana, 
prever o resultado. Por isso a previ-
sibilidade é objetiva: não leva em 
conta as características particulares 
do agente. 
g) Ausência de previsão 
✓ Exceção: culpa consciente. 
 
 
1 2 3 4 5 6 
 
 
16 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
4.3. Espécies de culpa 
Culpa inconsciente, 
sem previsão ou ex 
ignorantia 
Culpa consciente, 
com previsão ou ex 
lascívia 
Agente não prevê o re-
sultado objetivamente 
possível. 
Agente, após prever o 
resultado, realiza a con-
duta acreditando since-
ramente que ele não 
ocorrerá. 
 
Culpa própria 
Culpa imprópria, por equi-
paração ou por assimila-
ção 
Agente não quer o 
resultado, nem 
assume o risco de 
produzi-lo. 
Sujeito, após prever o resultado, 
e desejar sua produção, realiza a 
conduta por erro inescusável 
quanto à ilicitude do fato. 
 Supõe uma situação de fato que, 
se existisse, tornaria a sua ação 
legítima. 
 Para parte da doutrina, é a única 
espécie de crime culposo que 
admite tentativa. 
 
Culpa mediata 
ou indireta 
O agente produz o resultado 
naturalístico indiretamente, a 
título de culpa. Ex: agente tor-
tura a vítima, que, desorien-
tada, sai do carro e morre atro-
pelada (responde por tortura + 
homicídio culposo). 
 
Culpa 
presumida ou 
in re ipsa 
Foi abolida do sistema penal 
pátrio, por traduzir manifes-
tação da responsabilidade 
objetiva. 
4.4. Graus de culpa 
Distinção antiga, não mais adotada, que distinguia 
a culpa, quanto à sua intensidade, em grave, leve e 
levíssima. 
4.5. Compensação de culpas 
• Não se admite compensação de culpas no Direito 
Penal. 
• Nos termos do art. 59 do CP, no entanto, a culpa 
da vítima funciona como circunstância judicial fa-
vorável ao acusado. 
• Por fim, a culpa EXCLUSIVA da vítima exclui a 
culpa do agente. 
4.6. Concorrência de culpas 
Duas ou mais pessoas concorrem ou contribuem, 
culposamente, para a produção de um resultado 
naturalístico (ex: dois pedreiros, do alto de um pré-
dio, arremessam uma tábua em uma caçamba que 
se encontrava no passeio, vindo a acertar um pe-
destre). MASSON entende que não há que se falar 
em concurso de pessoas (coautoria ou participa-
ção), por ausência do vínculo subjetivo. A doutrina 
majoritária, no entanto, admite a coautoria nos cri-
mes culposos. 
4.7. Caráter excepcional do crime cul-
poso 
• Art. 18, § único, CP: princípio da excepcionali-
dade do crime culposo. 
4.8. Exclusão da culpa 
a) Caso fortuito e força maior; 
b) Erro profissional (falha dos métodos cien-
tíficos); 
c) Risco tolerado (ex: piloto que testa, pela 
primeira vez, um novo conceito de aero-
nave); 
d) Princípio da confiança (especialmente 
relevante nos crimes de trânsito). 
5. Crime preterdoloso 
5.1. Espécies de crimes agravados pelo re-
sultado 
a) Dolo no antecedente e dolo no conse-
quente (dolo/dolo); 
b) Culpa no antecedente e culpa no conse-
quente (culpa/culpa) – ex: crimes culpo-
sos de perigo comum, com resultado lesão 
grave ou morte (art. 258, in fine, CP); 
c) Culpa no antecedente e dolo no conse-
quente (culpa/dolo) – ex: motorista atro-
pela pedestre, ferindo-o culposamente, e, 
na sequência, deixa de prestar socorro à ví-
tima, quando era possível. 
d) Dolo no antecedente e culpa no conse-
quente (dolo/culpa) = crime preterdo-
loso. 
LATROCÍNIO: pode ou não ser preterdoloso 
Situação 1 Situação2 
Roubo doloso 
+ 
Homicídio doloso 
Roubo doloso 
+ 
Homicídio culposo 
Não é preterdoloso Latrocínio preterdoloso 
Admite tentativa Não admite tentativa 
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@mp_estadual 
Thiago Diniz 
5.1. Conceito 
É uma espécie de crime qualificado pelo resultado, 
em que há dolo no antecedente e culpa no conse-
quente. 
5.2. Natureza do preterdolo 
• A natureza é de elemento subjetivo-normativo 
do tipo penal (subjetivo porque contém dolo; nor-
mativo porque contém culpa). 
• O resultado mais grave deve ser objetivamente 
previsível (sob pena de responsabilidade objetiva). 
5.3. Versari in re illicita 
• “Quem se envolve com coisa ilícita é responsável 
também pelo resultado fortuito”. 
• Esse princípio não é admitido em nosso sistema 
penal, devendo a culpa que agrava especialmente 
o resultado ser provada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
CÓDIGO PENAL 
Alterações promovidas pelo 
Pacote Anticrime no CP 
Art. 25, CP: Especificação de hipótese de legí-
tima defesa 
• Observados os demais requisitos, 
• agente de segurança pública que... 
• repele agressão ou risco de agressão a... 
• vítima mantida refém durante a prática 
de crimes. 
Art. 51, CP: Execução da pena de multa... 
• A multa é considerada dívida de valor; 
• Executada perante o juiz da execução 
penal; 
• Segundo as normas relativas à dívida 
ativa da Fazenda Pública. 
Art. 75, CP: tempo máximo de cumprimento da 
pena privativa de liberdade 
40 anos 
Art. 83, CP: requisitos do livramento condicio-
nal 
[...] 
III – comprovado: 
a) bom comportamento durante a execução 
da pena; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
b) não cometimento de falta grave nos últi-
mos 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 
13.964/2019) 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi 
atribuído; e (Incluído pela Lei nº 13.964/2019) 
d) aptidão para prover a própria subsistên-
cia mediante trabalho honesto; (Incluído pela Lei nº 
13.964/2019) 
[...] 
Art. 91-A, CP: confisco alargado 
• Condenação por infrações cuja pena má-
xima é superior a 6 anos de reclusão; 
• Perda de bens correspondentes à diferença 
entre o valor do patrimônio do condenado 
e aquele que seja compatível com o seu 
rendimento lícito; 
• Exige requerimento expresso do MP na de-
núncia. 
Art. 116, CP: causas impeditivas da prescrição 
[...] 
II - enquanto o agente cumpre pena no exte-
rior; 
III - na pendência de embargos de declaração 
ou de recursos aos Tribunais Superiores, 
quando inadmissíveis; e 
IV – enquanto não cumprido ou não rescin-
dido o acordo de não persecução penal. 
 
 
 
 
 
Art. 157, § 2°, VII; e §2°-B: nova disciplina do 
roubo majorado pelo emprego de arma... 
a) Arma branca: a pena aumenta-se de 1/3 
até 1/2; 
b) Arma de fogo: a pena aumenta-se de 2/3; 
c) Arma de fogo de uso restrito ou proibido: 
aplica-se a pena em dobro. 
Art. 171, § 5°, CP: ação penal no crime de esteli-
onato... 
• REGRA: ação penal pública condicionada à 
representação. 
• Exceções: se a vítima for... 
a) Administração Pública, direta ou indi-
reta; 
b) Criança ou adolescente; 
c) Pessoa com deficiência mental; 
d) Maior de 70 anos; 
e) Incapaz. 
Art. 216, CP: pena máxima do crime de concus-
são 
2 a 12 anos 
 
PARTE GERAL 
1. Aplicação da lei penal (arts. 1 ao 12) 
1 2 3 4 5 6 
7 8 9 10 11 12 
1.1. Interpretação da lei penal 
a) Interpretação extensiva 
• Amplia-se o texto da lei, para amoldá-lo à sua 
efetiva vontade. 
• É possível sua utilização mesmo em relação às 
normas incriminadoras. 
b) Interpretação analógica 
• O legislador traz uma fórmula casuística (fe-
chada) seguida de uma fórmula genérica. 
• A viabilidade da interpretação analógica não 
se define apenas pelo sistema da alternância 
expressa (ex: art. 251, CP), podendo derivar 
também do sistema de alternância implícita 
(ex: “121, § 2º Se o homicídio é cometido: I 
- Mediante paga ou promessa de recompensa, 
ou por outro motivo torpe”) ou do sistema de 
autonomia correlata (ex: art. 260, CP). 
Obs. Analogia não é forma de interpretação, mas 
modo de integração da lei penal. 
1 2 3 4 5 6 
 
 
19 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
1.2. Lei penal em branco 
Espécies 
a) Própria (em sentido estrito ou hetero-
gênea): complemento tem natureza jurí-
dica diversa da norma incriminadora. 
b) Imprópria (em sentido amplo ou homo-
gênea): complemento tem a mesma natu-
reza jurídica da norma incriminadora. 
a. Homovitelina: a lei incriminadora 
e seu complemento estão no 
mesmo diploma normativo. 
b. Heterovitelina: a lei incriminadora 
e seu complemento estão em di-
plomas normativos diversos. 
c) ao revés, ao avesso ou inversa: o pre-
ceito secundário é que reclama comple-
mentação. 
d) de fundo constitucional: complemento 
encontra-se em norma constitucional (ex: 
art. 121, § 2°, VII, CP complementado pelos 
arts. 142 e 144 da CF). 
e) ao quadrado: aquela cujo complemento 
também precisa de complementação (art. 
38 da Lei 9.605/98). 
Lei penal em branco e conflito de leis no 
tempo 
Se o complemento da norma penal em branco é al-
terado, precisamos distinguir 2 situações: 
a. Situação de normalidade: a modificação 
do complemento favorece o sujeito (ex: re-
tirada de determinada substância da Porta-
ria editada pelo Poder Executivo Federal). 
b. Situação de anormalidade ou excepciona-
lidade: a modificação do complemento, 
ainda que benéfica ao réu, não pode retro-
agir (ex: tabelamento de preços no caso de 
grave crise verificada no abastecimento de 
determinado insumo essencial). O funda-
mento é a ultratividade das leis penais ex-
cepcionais (art. 3°, CP). 
1.3. Conflito aparente de normas 
• Princípios que atuam na solução (C.A.S.E.): 
1. Consunção 
▪ O fato mais amplo e grave absorve 
os demais fatos menos amplos e gra-
ves. 
▪ Hipóteses em que se aplica o princí-
pio da consunção: 1) crime com-
plexo; 2) crime progressivo; 3) pro-
gressão criminosa; 4) fatos impuní-
veis. 
2. Alternatividade 
▪ Não é aceito pela doutrina majoritá-
ria como critério válido para a solu-
ção do conflito aparente de normas. 
▪ Isso porque o princípio da consunção 
resolve com vantagens os problemas 
aos quais prestaria a alternatividade. 
3. Subsidiariedade 
▪ A lei primária prevalece sobre a lei 
secundária. 
▪ Observa-se graus diversos de ofensa 
a um mesmo bem jurídico. 
▪ Análise da subsidiariedade é feita 
em concreto. 
▪ A lei subsidiária funciona como “sol-
dado de reserva”. 
▪ Pode ser expressa (ex: 129, § 3°, CP) 
ou tácita (ex: constrangimento legal 
em relação ao estupro). 
4. Especialidade 
▪ Elementos especializantes: relação 
de gênero/espécie. 
▪ Contemporaneidade (no mesmo 
contexto fático – exemplo da mãe 
que tenta matar o filho durante o es-
tado puerperal e, depois, consegue o 
que pretendia: responde por infanti-
cídio tentado + homicídio consu-
mado). 
▪ Análise da especialidade é feita em 
abstrato. 
▪ Verificada a especialidade, seu em-
prego é peremptório. 
▪ Não importa a gravidade dos delitos. 
1.4. Jurisprudência 
• Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-
se ao crime continuado ou ao crime perma-
nente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência. 
1.5. Analogia 
• Método de integração da lei penal. 
• Espécies: 
1. In malam partem 
2. In bonam partem 
3. Analogia legis 
4. Analogia juris 
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20 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
1.6. Lei penal no tempo 
• Regra: tempus regit actum; 
• Exceções: 
1. Novatio legis incriminadora 
2. Lex gravior 
3. Abolitio criminis 
4. Lex mitior 
5. Lei híbrida 
1.7. Tempo do crime 
O CP adotou a teoria da atividade (art. 4°, CP). 
Nesse ponto, importante a mençãoà súmula 711 
do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua vi-
gência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
1.8. Lugar do crime 
O CP adotou a teoria da ubiquidade (art. 6°, 
CP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Crime (arts. 13 ao 25, CP) 
13 14 15 16 17 18 
19 20 21 22 23 24 
25 
Relação de causalidade (art. 13, CP) 
Teorias 
Teoria Definição 
Teoria da 
equivalência 
dos 
antecedentes 
Causa é a condição sem a qual o 
resultado não teria ocorrido. 
Identifica-se o que é causa pelo 
processo hipotético de elimina-
ção (Thyrén). 
Teoria da 
causalidade 
adequada 
É o antecedente necessário e 
também ADEQUADO à produção 
do resultado. Assim, não basta 
contribuir de qualquer modo para 
o resultado, deve-se contribuir de 
forma eficaz, levando em consi-
deração as circunstâncias idôneas 
à sua produção. É aferida de 
acordo com o juízo do homem 
médio e com experiência comum. 
Imputação 
objetiva 
• Tipo subjetivo = dolo e culpa 
• Tipo objetivo 
1) Nexo causal 
2) CIRPR = criação ou incre-
mento de risco proibido 
relevante. 
3) Realização do risco no 
resultado. 
Teoria da 
qualidade do 
efeito 
Causa é a condição da qual de-
pende a qualidade do resultado, 
havendo diferenciação entre con-
dições estáticas e dinâmicas, 
sendo que somente estas últimas 
seriam causa decisiva ou eficiente 
para o efeito 
Teoria da 
relevância 
causal 
A causa da produção de um resul-
tado depende, dentre outros cri-
térios, da relevância jurídica da 
conexão causal do ato de vontade 
com o resultado 
• A chamada “teoria da imputação objetiva” re-
úne um conjunto de critérios pelos quais se res-
tringe o âmbito da relevância penal dos fatos 
abrangidos pela relação de causalidade, e que se-
riam imputáveis ao sujeito caso não fossem empre-
gados esses critérios (MPSC/19). 
• Nos delitos imprudentes (ou culposos), a afe-
rição da concreção do risco na implementação do 
evento típico (ou resultado) é um dos critérios da 
“teoria da imputação objetiva” (MPSC/19). 
1 2 3 4 5 6 
 
 
21 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Omissão própria x omissão imprópria 
Omissão própria Omissão imprópria 
- Crime omissivo - Crime comissivo por 
omissão 
- Doloso - Doloso/culposo 
- Não admite tentativa - Admite tentativa 
- Não há nexo causal - Nexo causal normativo 
- Não exige resultado na-
turalístico 
- Exige resultado naturalís-
tico 
- Agente responde pela 
omissão 
- Agente responde pelo re-
sultado que poderia e de-
veria evitar 
- Crime de mera conduta - Crime material 
- Tipo mandamental - Figura do garantidor 
- Tipos penais específicos 
(ex.: omissão de socorro) 
- Cláusula geral (art. 13, 
§2º, CP) 
Subsunção direta Subsunção indireta 
Omissão é sempre rele-
vante. 
Omissão é relevante 
quando o agente devia e 
podia agir p/ evitar o resul-
tado. 
Dupla causalidade 
• Duas ou mais condutas provocam o resul-
tado, sendo cada qual suficiente para pro-
vocá-lo. 
• Os agentes não se encontram subjetiva-
mente vinculados. Na verdade, um desco-
nhece a conduta do outro. 
• Ex: “A” e “B” ministram veneno a “C”, que 
vem a morrer. 
• Prevalece que ambos respondem por homi-
cídio consumado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tentativa (14, CP) 
Teorias explicativas do início da execução 
Teoria Definição 
Teoria 
negativa 
Reconhece que é impossível definir 
o limite entre ato preparatório e ato 
de execução, devendo isso ficar a 
cargo do juiz. Conforme Fábio Roque 
Araújo, "os adeptos da teoria nega-
tiva não reconhecem relevância na 
distinção entre as fases que com-
põem o iter criminis". 
Teoria 
subjetiva 
Importa o plano do agente, culmi-
nando na punição de atos prepara-
tórios. 
Teoria da 
hostilidade 
ao bem 
jurídico 
Inicia-se a execução com a prática da 
conduta que ataca o bem jurídico. 
Teoria 
objetivo-
formal 
Início da realização do verbo típico. 
Teoria 
objetivo- 
material 
Atos executórios são aqueles em 
que se começa a prática do núcleo 
do tipo, e também os imediata-
mente anteriores ao início da con-
duta típica, de acordo com a visão 
de terceira pessoa, alheia aos fatos. 
Teoria 
objetivo-
individual 
Atos executórios são relacionados 
ao início da conduta típica, e tam-
bém os imediatamente anteriores 
ao início da conduta típica, de 
acordo com o plano concreto do au-
tor. 
Espécies de tentativa 
1. Branca ou incruenta: objeto material não é 
atingido; 
2. Vermelha ou cruenta: objeto material é atin-
gido; 
3. Perfeita, acabada ou crime falho: agente es-
gota todos os meios executórios que esta-
vam à sua disposição. 
4. Imperfeita, inacabada ou propriamente 
dita: o agente inicia a execução sem, con-
tudo, utilizar todos os meios que tinha ao seu 
alcance. 
5. Qualificada ou abandonada: ocorre nos cri-
mes em que o resultado não ocorre por cir-
cunstâncias intrínsecas à vontade do agente, 
como se dá no arrependimento eficaz e na 
desistência voluntária. 
 
1 2 3 4 5 6 
 
 
22 
@mp_estadual 
Thiago Diniz 
Outras questões 
• Masson sustenta, com apoio na doutrina de 
Hungria, que a tentativa é compatível com 
os delitos de ímpeto, apesar de reconhecer a 
existência de corrente no sentido da incom-
patibilidade. 
• Prevalece, ainda, o entendimento favorável 
ao cabimento da tentativa nos crimes come-
tidos com dolo eventual. 
Desistência voluntária e arrependimento 
eficaz (15, CP) 
Desistência 
Voluntária 
Arrependimento eficaz 
(Resipiscência) 
Art. 15, 1ª parte Art. 15, 2ª parte 
O agente abandona a 
execução do delito no 
decurso dos atos execu-
tórios. 
Prevalece que se confi-
gura a desistência volun-
tária quando o agente 
opta por apenas adiar a 
prática do crime. 
Quando já esgotados os 
atos executórios, o agente 
adota conduta voltada a 
impedir a concretização do 
evento danoso. 
Logo, o arrependimento 
eficaz somente se confi-
gura em relação à tentativa 
perfeita. 
Em ambos os casos, o crime não se consuma pela von-
tade do agente. É por isso que esses institutos são de-
nominados pela doutrina de "tentativa abando-
nada". 
Em ambos os casos o agente responde apenas pelos 
atos já praticados, desde que sejam típicos. 
Ambos são incompatíveis com os crimes culposos, salvo 
a culpa imprópria. 
São irrelevantes os motivos que animam a nova pos-
tura do agente. 
Crimes que não admitem tentativa 
x Crimes culposos (exceto culpa imprópria). 
x Crimes preterdolosos. 
x Crimes unissubsistentes (ex: desacato). 
x Crimes omissivos próprios ou puros (ex: art. 
135, CP – omissão de socorro). 
x Crimes de perigo abstrato (ex: porte de arma 
de fogo). Obs. Os crimes de perigo concreto 
admitem tentativa. 
x Contravenções penais (art. 4°, LCP: Não é pu-
nível a tentativa de contravenção). 
x Crimes condicionados: aqueles em que a pu-
nição está sujeita à ocorrência de um resul-
tado legalmente exigido. Ex: art. 164, CP - In-
troduzir ou deixar animais em propriedade 
alheia, sem consentimento de quem de di-
reito, desde que o fato resulte prejuízo: 
x Crimes de atentado ou de empreendimento: 
pena da tentativa = pena do crime consu-
mado (art. 352, CP: “evadir-se ou tentar eva-
dir-se...). 
x Crimes obstáculo: retratam atos preparató-
rios tipificados de forma autônoma pelo le-
gislador (ex: art. 288 do CP – associação cri-
minosa) 
x Crimes com tipo penal composto de condu-
tas amplamente abrangentes (ex: art. 50, I, 
da Lei 6.766/79 – Dar início, DE QUALQUER 
MODO, ou efetuar loteamento...). 
x Crimes habituais. 
Obs. Existem crimes que são punidos apenas na 
forma tentada: arts. 9° e 10 da Lei dos Crimes 
contra a Segurança Nacional. 
 
CUIDADO: crimes formais e de mera conduta ad-
mitem tentativa. 
Arrependimento posterior (16, CP) 
Jurisprudência 
• Info. 590/STJ. P/ a incidência do arrependimento 
posterior, é indispensável queo crime praticado 
seja patrimonial ou possua efeitos patrimoniais. 
Logo, “os crimes contra a fé pública, assim como os 
demais crimes não patrimoniais em geral, são in-
compatíveis com o instituto do arrependimento 
posterior, dada a impossibilidade material de ha-
ver reparação do dano causado ou a restituição da 
coisa subtraída” (REsp 1.242.294, j. 18/11/2014). 
Crime doloso e crime culposo (18, CP) 
Dolo eventual Culpa consciente 
Agente não quer o resul-
tado por ele PREVISTO, 
mas assume o risco de 
produzi-lo. 
O agente prevê o resul-
tado, mas espera que ele 
não ocorra, supondo po-
der evitá-lo com a sua ha-
bilidade. 
MPSC/2019. No caso em que o sujeito realiza a con-
duta e prevê a possibilidade de produção do resul-
tado, mas não quer sua ocorrência e conta com a 
“sorte” para que ele não se materialize, pois sabe 
que não tem o controle sobre a situação imple-
mentada, se configura um exemplo de culpa cons-
ciente e não de dolo eventual, porque se o sujeito 
soubesse de antemão que o resultado iria ocorrer, 
provavelmente não teria atuado. ERRADO: se o 
agente não tem controle sobre o resultado, não 
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@mp_estadual 
Thiago Diniz 
tem poder para evitá-lo com sua habilidade, razão 
pela qual se configura dolo eventual. 
Teorias do dolo 
Teoria Definição 
Representação 
(ou possibilidade) 
• Basta a previsão do resultado. 
• CP não adotou. 
• Há quem defenda que foi aco-
lhida para a culpa consciente. 
Vontade 
• Previsão + vontade de produ-
zir o resultado. 
• CP adotou para o dolo direto. 
Assentimento 
(consentimento) 
• Previsão + agente assume o 
risco de produzir o resultado. 
• CP adotou p/ o dolo eventual. 
Erro 
Erro de tipo 
• Fenômeno que determina a ausência de dolo 
quando, havendo uma tipicidade objetiva, 
falta ou é falso o conhecimento dos elementos 
requeridos pelo tipo. 
• Falsa percepção da realidade acerca dos ele-
mentos constitutivos do tipo. 
• É possível o erro de tipo nos crimes omissivos 
impróprios (ex: salva-vidas que não age, ima-
ginando que banhista apenas brinvaca). 
Modalidades 
Essencial 
• recai sobre 
dados princi-
pais do tipo. 
• sempre eli-
mina o dolo 
Inevitável (escusável, invencí-
vel ou desculpável) 
• Quando imprevisível. 
• Exclui também a culpa. 
Evitável (inescusável, vencí-
vel ou indesculpável) 
• Quando previsível. 
• Permite a punição por crime cul-
poso, se previsto. 
Acidental 
• recai sobre 
dados secun-
dários do tipo 
 
Erro sobre o objeto 
Erro sobre a pessoa 
Erro na execução (aberratio ictus) 
Resultado diverso do pretendido 
(aberratio delicti) 
Erro sobre o nexo causal 
Crime putativo por erro de tipo 
O agente imagina que comete um crime, mas, por 
ausência de elemento típico, pratica um fato penal-
mente irrelevante (ex: pretendo praticar tráfico de 
drogas, mas o que vendo é talco). 
 
Descriminantes putativas 
Conceito 
São as excludentes da ilicitude imaginadas pelo 
agente. A causa excludente não existe concreta-
mente, encontra-se apenas na mente do agente. 
Por exemplo, o autor imagina estar agindo em legí-
tima defesa, mas não está. 
Natureza 
Depende da teoria da culpabilidade adotada: 
 Teoria 
limitada 
Teoria 
extremada 
Erro sobre pres-
supostos fáticos 
Os requisitos da 
excludente estão 
presentes? 
Erro de tipo 
permissivo 
Erro de 
proibição 
Erro sobre a 
existência 
A excludente exis-
te no ordenamen-
to? 
Erro de 
proibição 
indireto 
Erro de 
proibição 
indireto 
Erro sobre os li-
mites 
Houve excesso? 
Erro de 
proibição 
indireto 
Erro de 
proibição 
indireto 
 Forma-se a 
teoria unitá-
ria do erro. 
Consequências: 
• Sendo erro de tipo, aplica-se a disciplina do art. 
20 do CP: 
a. Se inevitável, exclui dolo e culpa; 
b. Se evitável, exclui somente o dolo. 
• Sendo erro de proibição, aplica-se a disciplina 
do art. 21: 
a. Se inevitável, isenta de pena (na verdade, 
exclui a culpabilidade, pois retira a po-
tencial consciência da ilicitude); 
b. Se evitável, reduz a pena de 1/6 a 1/3. 
Ilicitude 
Exclusão da ilicitude 
• O art. 23 do CP prevê as causas de exclusão da 
ilicitude e em todas elas é possível que o agente as 
considere presentes por erro plenamente justifi-
cado pelas circunstâncias (excludente puta-
tiva): estado de necessidade putativo, legítima de-
fesa putativa, estrito cumprimento de dever legal 
putativo e exercício regular do direito putativo. 
 
 
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@mp_estadual 
Thiago Diniz 
I – Estado de necessidade 
Teoria unitária Teoria diferenciadora 
CP CPM 
Só admite estado de 
necessidade justifi-
cante 
Admite duas espécies: 
EN 
justificante 
EM 
exculpante 
Bem preservado 
maior ou igual ao 
bem sacrificado 
Bem preser-
vado maior 
ou igual ao 
bem sacrifi-
cado 
Bem preser-
vado menor 
que bem sa-
crificado 
Exclui a ilicitude 
- Pelo CP, se bem 
preservado é menos 
“valioso” que bem 
sacrificado, reduz-se 
a pena de 1/3 a 2/3. 
Exclui a ilici-
tude 
Exclui a cul-
pabilidade 
(inexigibili-
dade de con-
duta di-
versa). 
Como o tema foi cobrado em prova 
• MPPR/2019 - O policial e o bombeiro não são ga-
rantidores da não ocorrência do resultado, não 
tendo, assim, o dever de evitar o resultado. Enun-
ciado considerado CORRETO: Segundo Busato: “É 
muito importante a distinção entre o dever de en-
frentar o perigo e o dever de evitar o resultado. O 
policial e o bombeiro dos exemplos não são garan-
tidores da não ocorrência do resultado, ou seja, eles 
não têm o dever de evitar o resultado danoso deri-
vado da situação de risco, mas sim e apenas de en-
frentar o risco. O dever de agir para impedir o re-
sultado é tema relacionado à tipicidade dos crimes 
omissivos impróprios. O dever de enfrentar o perigo 
é norma que impede a exclusão da ilicitude por es-
tado de necessidade". 
• Um bombeiro pode alegar estado de necessidade 
como forma de se eximir de enfrentar um incêndio. 
ERRADO: ele não pode! 
✓ Art. 24, § 1°, CP: Não pode alegar estado de 
necessidade quem tinha o dever legal de 
enfrentar o perigo. 
✓ Art. 13, § 2°, CP: [...] O dever de agir in-
cumbe a quem: a) tenha por lei a obrigação 
de cuidado, proteção e vigilância. 
✓ Logo, o bombeiro não pode alegar EN. 
• Em regra, o estado de necessidade não se aplica 
aos crimes permanentes e habituais (MPMT/19). 
Obs. A jurisprudência já reconheceu o estado de 
necessidade no crime habitual de exercício ilegal 
de arte dentária (art. 282, CP), em caso atinente a 
zona rural longínqua e carente de profissional ha-
bilitado. 
• Espécies: 
a) Estado de necessidade agressivo: atinge 
bem jurídico de terceiro inocente; 
b) Estado de necessidade defensivo: bem ju-
rídico atingido pertence ao causador da si-
tuação de perigo. 
II – Legítima defesa 
• Não se admite legítima defesa contra quem age 
em estado de necessidade. Se uma excludente é 
real, não haverá a agressão injusta da qual de-
pende a legítima defesa real. 
• Espécies: 
a) Legítima defesa agressiva: reação é fato tí-
pico; 
b) Legítima defesa defensiva: reação não é 
fato típico. 
• Legítima defesa sucessiva: sujeito reage contra o 
excesso da legítima defesa anterior. É admitida. 
3. Imputabilidade penal (26 ao 28) 
26 27 28 29 30 31 
 
• O CP adotou o critério biopsicológico, de 
modo que não basta a existência da doença men-
tal, devendo o agente, em razão dela, ser inteira-
mente incapaz de compreender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse en-
tendimento. 
4. Concurso de pessoas (29 ao 31) 
29 30 31 32 33 34 
Conceito de autor – teorias 
Teoria 
subjetiva 
ou unitária 
Não distingue autor e partícipe. 
Autor é todo aquele que contribui 
para o resultado. 
Teoria 
extensiva 
Não distingue autor e partícipe, 
mas admite causas de diminuição 
de pena, conforme o “grau de au-
toria”. Surge a figura do cúmplice. 
Teoria 
objetiva ou 
dualista 
Subdivide-se 
em 3:

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