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DIREITO PENAL I - RESUMO

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DIREITO PENAL I
LÓGICA DO DIREITO PENAL – Serve para proteger o acusado contra o Estado
1. Características do Direito Penal
- Ramo do Direito Público – Conjunto de normas que são aplicadas nas relações entre o Estado e o indivíduo. O Estado detém o “Jus Puninendi”, ou seja, o direito de punir.
- Ciência Normativa – Tem objeto de estudo da lei penal, ou seja, o Direito Positivo
- Ciência Finalista – Prevê uma sanção para cada caso de descumprimento. Se preocupa com a proteção de bens jurídicos fundamentais.
- Sancionador – Prevê a sanção para cada tipo penal. Não cria bens jurídicos, mas acrescenta uma proteção penal aos bens jurídicos disciplinados por outras áreas do Direito.
- Constitutivo – No momento em que é prolatada uma sentença condenatória (trânsito em julgado) desconstitui o estado de inocência. Quando protege interesses não regulados em outras áreas do Direito, como o uso indevido de drogas.
*Zaffaroni – “É predominantemente sancionador e excepcionalmente constitutivo”
*”Última ratio” – Última razão para a solução de conflitos
*Além do Código Penal, possui as leis especiais (Ex: decreto contravenções penais, lei dos crimes ambientais).
2. Funções do Direito Penal
A – Instrumento ético-social – O Direito Penal ao prever os tipos penais estabelece normas de conduta. Busca-se um efeito moralizador.. Desempenha a fução “educativa” em relação aos cidadãos.
B – Proteção de bens jurídicos (vida, patrimônio, honra, fé pública) – O Direito Penal ao tipificar as condutas protege certos bens da vida, os quais são selecionados pelo legislador. Apenas os interesses mais relevantes são erigidos a categoria de bens jurídicos penais, em face do caráter fragmentário do Direito.
Claus Roxin - O Direito Penal não deve ser estruturado deixando de lado a análise dos efeitos que produz na sociedade sobre a qual opera. Teleológico-funcional – defende que o sistema poderá inclusive chegar a descartar aquelas soluções que, mesmo sendo coerentes com a dedução sistemática, sejam incompatíveis com seus princípios garantistas e fins político-criminais. Preocupa-se com os fins do direito penal.
Jakobs – Normativismo sistêmico = postula a total renormativização do sistema penal. Se satisfaz com os fins da pena, isto é, com as consequências do direito penal. É muito mais radical que Roxin, concebe o Direito Penal como um sistema autopoiético, fechado e limita a dogmática jurídico-penal a analise normativo-funcional do Direito Positivo, com a exclusão de considerações empíricas não normativas e de valorações externas ao sistema jurídico positivo. Bem jurídico penal a ser protegido = validez fática das normas.
Crítica = dificulta qualquer tentativa de limitar o poder punitivo estatal
C - Garantia – Só pode haver punição caso sejam praticados os fatos expressamente previstos em lei como infração penal. O Código Penal é a Magna Carta do delinquente
D – Controle social – O Direito Penal ao prever sanção exerce um controle sobre a sociedade, punindo os que violam normas de conduta e preservando a paz pública. É SELETIVO
E – Função simbólica – Cria falsamente a expectativa de que ao criminalizar será alcançada a redução da criminalidade. Não produz efeitos externos, mas somente na mente dos governantes e dos cidadãos.
F – Fontes do Direito Penal – Criação do Direito Penal
A) Materiais ou Substanciais – Criação dos tipos penais e das sanções
UNIÃO – Lei Federal, ela que legisla. O Estado jamais poderá legislar em matéria de Direito Penal Fundamental, nem tampouco poderá compor normas que contrariem, de qualquer modo, a legislação federal. Excepcionalmente, o Estado-Membro se autorizado por Lei complementar editada pela União.
B) Formais ou Cognitivas (no momento da aplicação) – Proporcionam a exteriorização das normas penais 
Imediata (direta, sentido estrito) – CF e Leis (CP + Leis). São criadoras e revogadoras de normas penais. Somente ela pode fixar crimes. Desta forma, somente o Poder Legislativo Federal, como regra, pode fazer nascer uma lei penal
Mediata (indireta) – Costumes, princípios do direito, doutrina, jurisprudências. Auxiliam no processo de interpretação e aplicação da lei penal. Não servem para criar ou revogar lei penal. Não tem natureza cogente, salvo quando representativa de súmula vinculante oriunda do Supremo Tribunal Federal
4. Interpretação da lei penal
4.1 – Quanto ao Sujeito
Autêntica – Busca sentido original da norma. Natureza obrigatória. Fornecida pelo próprio legislativo
Doutrinária ou Científica – Produzida pelos doutrinadores, que interpretam a lei a luz de seus conhecimentos técnicos. Não tem força obrigatória.
Jurisprudência – Qual o precedente? Interpretação executada pelos membros do judiciário. Em regra, não tem força obrigatória, salvo em dois casos: na situação concreta e quando constituir súmula vinculante. Produzida pelos tribunais.
4.2 Quanto aos meios
Gramatical ou literal – Flui da acepção literal das palavras contidas na lei. Atribui-se o menor grau hierárquico, uma vez que o intérprete que se atém a letra fria da lei como único critério, sem se preocupar com os demais é um mau intérprete ou um mau aplicador do texto legal, é um “formalista”. Entretanto, quase sempre se inicia o processo interpretativo pela interpretação gramatical.
Teleológico – Busca a finalidade das normas, desvendando a genuína vontade manifestada na lei. É a mais profunda e, consequentemente, merecedora de maior grau de confiabilidade
4.3 Quanto ao alcance ou resultados
Declaratória ou estrita – Repete o próprio texto. Nada a ser retirado ou acrescentado. Corresponde exatamente a seu real significado.
Restritiva – Intérprete reduz o alcance da norma (Só é usada quando for CONTRA o acusado, havendo dúvidas na interpretação). A lei disse mais do que desejava.
Extensiva – As palavras do texto legal dizem menos que sua vontade. Intérprete amplia o alcance da norma (Só é usada se for para BENEFICIAR o acusado, havendo dúvidas na interpretação). Sentido da norma fica aquém de sua expressão literal.
Ex. art. 235 CP (bigamia) – Por uma questão lógica, pune-se, ainda, a poligamia
Ex. art 159 CP (extorsão mediante sequestro) – Por uma questão lógica, pune-se, ainda, a extorsão mediante cárcere privado.
Analógica – Buscar casos semelhantes. Cria-se uma norma penal onde, originalmente, não existe. Visa a aplicação de lei lacunosa
Não cabe analogia “in malam partem”, ou seja, contra o réu, em face do princípio da legalidade.
Ex: Assédio moral por semelhança ao assédio sexual, art. 216-A
Para favorecer o réu = Somente em caráter excepcional
Interpretação analógica é DIFERENTE de Analogia.
Interpretação analógica = processo interpretativo. Não deixa de ser uma espécie e interpretação extensiva, em que a própria lei determina que se amplie seu conteúdo ou alcance
Analogia = processo integrativo, tendo como objeto a aplicação da lei.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU LEGALIDADE (art. 1 CP, art. 5, XXXIX, CF)
Reserva Legal – Amplo. Algumas matérias a CF reservou para serem disciplinadas pela Lei.
Trata-se de cláusula pétrea
Exclusividade da Lei para a criação de delitos (e contravenções penais)
Não há crime sem lei que o defina, nem pena sem comição legal. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal, seja ela prejudicial ou benéfica ao réu.
Dois fundamentos:
Jurídico – taxatividade, certeza, determinação.
Político – Proteção do ser-humano em face do arbítrio do poder de punir do Estado. Enquadra-se entre os direitos fundamentais de primeira geração.
Legalidade – Restrito – “Nulla poena sine lege”
Não é correto o uso do termo, pois nele se enquadram quaisquer das espécies normativas elencadas pelo art. 59 da Constituição Federal, e não apenas a lei.
Ver art 62 CF
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE (art 1, CP art.5, XXXIX, CF)
Para que uma pessoa responda por um crime é necessário uma lei prévia.
A lei penal não pode retroagir, salvo se beneficiar o réu. Também, é proibida a aplicação da lei pena; aos fatos praticados durante o período de vacatio legis.
PRINCÍPIODA ALTERIDADE
O Direito se ocupa de condutas que criem risco ou lesionem o bem jurídico alheio. Não se pune a autolesão.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE/RAZOABILIDADE (Alemanha, EUA)
As penas devem ser proporcionais à conduta praticada
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE/OFENSIVIDADE
O Direito Penal somente deverá atuar naquelas situações de efetiva lesão/ofensa ao bem jurídico tutelado
Crimes quanto à lesão ao bem jurídico:
Crimes de perigo:
Abstrato – andar com munição no bolso
Concreto – art. 132
-A conduta não chega a lesar o bem jurídico, mas causa perigo
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA OU DA NECESSIDADE
Também conhecido como “ultima ratio”, ou seja, o Direito Penal somente deve atuar quando os demais ramos do Direito se revelarem incapazes de dar a tutela devida a bens relevantes na vida do indivíduo e da própria sociedade.
- O Direito Penal como prevê medidas muito restritivas/invasivas, como a privação de liberdade, deve intervir o mínimo possível na vida da sociedade. Caso contrário estará restringindo em demasiado as liberdades públicas.
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
Corolário do princípio da intervenção mínima e da reserva legal
Estabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser humano e da sociedade.. Todo ilícito penal será também ilícito perante os demais ramos do Direito, mas a recíproca não é verdadeira.
O Direiro Penal é a última etapa de proteção do bem jurídico
PRINCÍPIO DA SUBSIRIARIEDADE 
A atuação do Direito Penal é cabível unicamente quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de controle social tiverem se revelado imponentes para o controle da ordem pública. Por isso é chamado de executor de reserva. Crimes de maior gravidade, por exemplo.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA – Sucedâneo do princípio da ofensividade e da intervenção mínima
O Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico legalmente tutelado. Foi incorporado pelos estudos de Claus Roxin.
Pode ser aplicado em qualquer espécie de delito, e não apenas contra o patrimônio.
O cabimento do princípio deve ser analisado em cada caso concreto, de acordo com suas especificidades, e não no plano abstrato.
Requisitos Objetivos:
- Mínima ofensividade da conduta
- Ausência de periculosidade social da ação
- Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
- Inexpressividade da lesão jurídica
Requisitos Subjetivos:
- Primariedade do bem antecedente
-Princípio não é admitido em crimes praticados com emprego de violência à pessoa ou ameaça grave. STJ não admite no roubo, pois há ofensa a bens jurídicos diversos (o patrimônio e a integridade da pessoa.
Não é admitido a insignificância no tocante aos crimes previstos na Lei 11.343/2006 – Lei de Drogas, visto que se cuida de delito de perigo abstrato praticado contra a saúde pública.
STF não aceita o princípio em âmbito da Justiça Militar, sob pena de afronta à autoridade e à hierarquia
Não se admite, também, o postulado da insignificância no tocante ao crime de tráfico internacional de arma de fogo, pois se trata de crime de perigo abstrato e atentatório à segurança pública.
Com efeito, a análise da extensão do dano causado ao ofendido é imprescindível para aquilatar o cabimento do princípio da insignificância. Ex: STJ não reconheceu o princípio de furto de uma bicicleta, que embora de valor ínfimo, foi subtraída de uma pessoa humilde e de poucas posses, que a utilizava para se deslocar ao seu local de trabalho, revelando a relevância do bem para o seu proprietário e a repercussão extensiva da conduta em seu patrimônio.
Valor sentimental do bem exclui o princípio da insignificância. Ex: Disco de Ouro, considerando também a infungibilidade da coisa
Julgado do STJ
Subtração de uma caixa de bombom no supermercado por um policial. Apesar da inexpressividade da lesão jurídica, em razão de ser ínfimo o valor subtraído, há alto grau de reprovação na conduta do paciente, pois, aos olhos da sociedade, o policial militar representa confiança e segurança, dele se exige um comportamento adequado, dentro do que ela considera correto do ponto de vista ético e moral.
STJ – Considera inadmissível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública. Ainda que o valor possa ser ínfimo, a norma busca não somente resguardar o aspecto patrimonial, mas a moral pública.
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL DA CONDUTA – Sucedâneo do princípio da intervenção mínima
-Se uma conduta não afrontar o sentimento social de Justiça, não há porque o Direito Penal se ocupar dessa conduta
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE
- A Lei Penal que define o tipo penal tem que ser taxativa, clara, objetiva, sem gerar várias interpretações.
A NORMA PENAL
Estrutura:
Tipo penal 
Preceito primário – é o que define a conduta
Preceito secundário – é o que prevê a pena
Ex: Homicídio simples. Primário = matar alguém. Secundário = reclusão, de 6 a 20 anos.
Lei penal não é proibitiva, mas sim descritiva
Norma Penal em branco: 
É aquele tipo penal que necessita de complemento para sua perfeita definição.
O complemento tem a mesma natureza jurídica e provém do mesmo órgão que elaborou a lei penal incriminadora = norma penal em branco homogênea ou sem sentido lato
O complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgão distinto daquele que elaborou a lei penal incrimiadora= norma penal em branco heterogênea ou em sentido estrito.
LEI PENAL NO TEMPO
*Durante o período de vacatio legis, a lei penal não pode ser aplicada, mesmo que ela seja mais favorável ao réu
Princípio da continuidade das leis
A lei vigora até ser revogada por outro ato normativo de igual natureza
L1--------L2----------
CONFLITO DE LEIS NO TEMPO:
Regra Geral: = prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato (revogação tácita). Se o fato tiver sido praticado durante a vigência da lei anterior, podem ocorrer as seguintes situações:
NOVATIO LEGIS:
IN MELLIUS OU LEX MITIOR – É a lei nova a qual beneficia o acusado (alcança, inclusive, os processos que já transitaram em julgado) Art. 5, XL, CF / Art. 2, parágrafo único, CP.
- A lei mais favorável deve ser obtida no caso concreto, aplicando-se a que produzir resultado mais vantajoso ao agente
-A retroatividade é automático, dispensando-se cláusula expressa
-Se estiver preso e entrar em vigor uma nova lei, pode pedir ao Juiz da execução a aplicação desta nova lei, recalculando a pena. (Súmula 611 STF) - transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
*A lei anterior, quando for mais favorável, além da retroatividade, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já estar revogada
Ex: Lei 11343/2006 Lei 6378/76
Art 28 Art. 16 (lei velha)
- Advertência - Prisão
- PSC
- Curso
* Neste caso, mesmo se tivesse sido condenado antes de 2006, poderia solicitar a aplicação da lei nova
Ex:
Antes da lei 12015 - 7/08/09 Depois da lei 12015 – 7/08/09
213 – Estupro – 6-10 anos 213 - 6-10 anos (qualquer prática)
214 – AVP – 6-10 anos 214 - revogado
(Atentado Violento ao Pudor)
*Antes da lei 12015 de 2009 era possível somar as penas, depois da lei não mais. Com isso, muitos presos pediram a revisão da pena
IN PEJUS OU LEX GRAVIOR – É a lei nova que prejudica o acusado
Jamais retroagirá, conforme expressa determinação constitucional
Tem incidência sobre todas as leis com conteúdo material
Lei 11343/06 Lei 6368/76
Art. 33, caput Art. 12, caput
5-15 anos 5-10 anos
-------------
Parágrafo quarto (in mellius)
-Reduz a pena de 1/6 a 2/3
* Quem praticou antes de 2006 não retroage
* Neste caso, temos uma combinaçãode leis, pois no mesmo artigo temos in pejus e in mellius. Não é permitida a aplicação do art.12, caput da lei de 76 em conjunto somente com o parágrafo quarto da lei de 2006, como expresso na súmula 501 do STJ - É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
* Os Juízes podem recalcular a pena na íntegra. Ex: pegar 7 anos na lei velha, recalcular para a lei nova e pegar 9 anos. Com isso, aplicar a redução da pena, que daria +/- 3 anos.
Art. 28 – Crime
E se o STF entender que é atípico?
*Não é abolitio, pois não é uma lei, e sim uma interpretação
- Jurisprudência do STF pode retroagir 
ABOLITIO CRIMINIS
-É a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. Tem natureza jurídica de causa de extinção de punibilidade.
Dois requisitos são necessários para a configuração da abolitio criminis:
a) revogação formal do tipo penal
b) supressão material do fato criminoso
Consequências:
Retroage (in mellius) – alcança os efeitos penais da sentença condenatória, não servindo como pressuposto de reincidência, também não configurando maus antecedentes
Alcança os efeitos penais, mas não os civis – sobrevivem os efeitos civis de eventual condenação. A indenização, por exemplo, permanece.
Para o STF, reclama revogação total do preceito penal
Princípio da irretroatividade da lei penal (Regra geral)
Aplica-se a lei vigente na época dos fatos. Lei do tempo do crime = data do fato
LEIS TEMPORÁRIAS E EXCEPCIONAIS
São autorrevogáveis, ou seja, não precisam ser revogadas por outra lei.
-Art. 3 – CP – Exceção a irretroatividade da lei penal
Lei temporária – é aquela cuja vigência tem tempo penal certo
Ex: a lei diz que sua validade se limita ao dia 31 de dezembro do ano em que foi editada.
Lei excepcional – é aquela cuja vigência perdurará enquanto houver uma situação excepcional. Não dá um prazo certo final.
Ex: É editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis meses a dois anos, tomar banho com mais de dez minutos de duração durante o período de racionamento de energia.
Ex: Lei temporária ou excepcional vigeu de 1/1/2015 a 1/8/2015
Pena – 1 – 3 anos
20/8/2015 – A pessoa é presa, mas o fato foi praticado durante o período de vigência da lei, então será aplicada. 
*A lei anterior, quando for mais favorável, terá ultratividade e prevalecerá mesmo ao tempo de vigência da lei nova, apesar de já estar revogada
DO TEMPO DO CRIME – Art. 4, CP
Teorias:
Da atividade – É a adotada pelo CP BR. Data do fato (é o que vale) = data da conduta. É nesse momento que o indivíduo exterioriza a sua vontade violando o preceito proibitivo.
Do resultado
Da ubiquidade
LEI PENAL NO ESPAÇO
(Ao alcance da lei)
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (Art. 5º CP) – Caso do Pizzolato
-A todos os crimes praticados dentro do território brasileiro se aplica a lei penal brasileira (regra geral), sem prejuízo das convenções e tratados de Direito Internacional – autoriza a criação das imunidades diplomáticas e de chefes de governos estrangeiros -.
-Por sua vez, as regras constitucionais instituem as imunidades parlamentares.
-Não é absoluto – Código Penal adotou o princípio da territorialidade temperada ou mitigada 
-Excepcionalmente, admitem-se outros princípios, que são os da personalidade, do domicílio, da defesa, da justiça universal e da representação. Esses são a razão do nome temperada ou mitigada
Conceito de território nacional – espaço em que o Estado exerce sua soberania política
- Águas territoriais
-Solo e subsolo dentro de fronteiras
-Espaço aéreo subajecente
+
- Território por extensão – art 5º
a) Aeronaves e embarcações públicas ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontre.
Ex: matar alguém dentro do avião da Dilma, mesmo que a pessoa não seja brasileira.
b) Aeronaves e embarcações brasileiras privadas no espaço aéreo correspondente em alto mar
Ex: avião sobrevoando espaço aéreo correspondente em alto mar. Uma pessoa atinge outra com uma faca. Será aplicado o princípio da territorialidade
-Os navios públicos – de guerra, em serviços militares, públicos, a serviço de Chefes de Estados ou representantes diplomáticos -, independentemente de se encontrarem em mar-territorial brasileiro, mar territorial estrangeiro ou em alto-mar, são considerados território nacional. Por isso, qualquer crime cometido dentro de um desses navios, indiferentemente de onde se encontrem, deverá ser julgado pela justiça brasileira (art. 5º, parágrafo 1º, 1ª parte). Pela mesma razão, os crimes praticados em navios públicos estrangeiros, em águas territoriais brasileiras, serão julgados de acordo com a lei da bandeira que ostentem. No entanto, o marinheiro de um navio público que descer em um porto estrangeiro e lá cometer um crime será processado de acordo com a lei local, e não segundo a lei do Estado a que pertence seu navio.
-Os navios privados têm um tratamento diferente: a) quando em alto-mar, segue a lei da bandeira que ostentam; b) quando estiverem em portos ou mares territoriais estrangeiros, seguem a lei do país em que se encontrem. (art. 5º, parágrafo 1º, 2ª parte).
*Mar territorial brasileiro – 12 milhas marítimas, depois disso é alto mar.
MACETE:
NAVIOS/AERONAVES PÚBLICOS:
Brasileiros: Aplica-se a lei penal brasileira onde quer que se encontrem
Estrangeiros: em águas territoriais brasileiras – Aplica-se a lei da bandeira do navio
NAVIOS/AERONAVES PRIVADOS:
Alto-mar: Seguem a lei da bandeira do navio
Portos ou mares territoriais estrangeiros: Seguem a lei do país em que se encontram
Questão: E se a aeronave ou embarcação brasileira for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro?
R: Não incide no caso do princípio da representação, mas sim o da territorialidade, de acordo com o art 5º, parágrafo 1º, do Código Penal.
PRINCÍPIO DA EXTRATERITORIALIDADE
-É a possibilidade de uma pessoa ser julgada conforme a lei penal brasileira, ainda que tenha praticado o crime fora do Brasil.
-Não se admite a aplicação da lei penal brasileira às contravenções penais praticadas no estrangeiro.
1 INCONDICIONADA
-Nessas situações se aplica a lei brasileira, independentemente de qualquer condição. 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro – Princípio da defesa, real ou da proteção
 I - os crimes:  
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Parágrafo 1º - Exceções do Direito ao princípio do “NE BIS IN IDEM”. Não existem condições. O agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
-A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas
Ex: Se o agente praticou um crime contra a vida da Presidente da República do Brasil em solo argentino, e lá foi condenado a 10 anos de reclusão, dos quais já cumpriu oito anos, e, posteriormente, fugiu para o Brasil, vindo aqui a ser condenado a doze anos de reclusão, não precisará cumprir toda a pena imposta em nosso país. Faltará o cumprimento de outros quatro anos, em consonância com a regra prevista no art. 8º do CP.
Princípio do domicílio – o autor do crime deve ser julgado em consonância com a lei do país em que for domiciliado.
2 CONDICIONADA
-Aplica-se a lei brasileira desde que preenchidas as condições do art 7º, parágrafo 2º
Hipóteses – art. 7º, II
a) – crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (Princípio da justiça universal)
b) – crimes praticados por brasileiro fora do Brasil* - O Estado tem o direito de exigir que oseu nacional no estrangeiro tenha comportamento de acordo com seu ordenamento jurídico.
c) – Praticados em aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou privadas, e aí não tenham sido julgados ( Princípio da representação, também denominado pavilhão, bandeira, subsidiário, substituição) – Neste caso, o agente está sujeito à soberania do Estado onde o crime foi praticado. No entanto, se referido Estado não aplicar a lei, é natural que o Brasil o faça, para evitar a impunidade
*Agente tem que vim para o Brasil. O Brasil terá que pedir extradição.
§ 2º Condições - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça.  
EXTRADIÇÃO
-Ato de entrega de um cidadão por um país a outro país
-Dá-se pelo chefe do executivo
Requisitos:
-Mediante um processo que tramita pelo STF
-Depende da existência prévia de tratado de extradição entre os países
-Existência de sentença final condenatória ou decreto de prisão cautelar
-Ser o extraditando estrangeiro
-O fato imputado deve constituir crime perante ambos os Estados
Ex: Battisti – alegou que sofria perseguição política na Itália quando veio ao Brasil. Itália solicitou a extradição e o STF aceitou. Entretanto, o presidente Lula pediu um parecer a Tarso Genro, e esse afirmou que Battisti sofria de fato perseguição política. Lula resolveu dar asilo político, ignorando a decisão do STF.
No Brasil, o pedido de extradição não é concedido quando há perseguição política ou quando é um brasileiro nato.
TEORIA DO CRIME
*Será detalhada mais adiante
IMPORTANTE!
OBS: ART. 28 / LEI 11343/06 - DROGAS
Criou um novo conceito de crime?
Não, criou uma nova definição para o crime de posse de droga para consumo pessoal, seguindo, relativamente, aos demais crimes (tráfico, financiamento ao tráfico, associação ao tráfico etc.). Portanto o conceito geral de crime sob o aspecto legal - art 1º da LICP -, permanece o mesmo.
-É crime pelo conceito legal
1ª corrente – Não há crime porque não há previsão de pena privativa de liberdade, nem de reclusão, nem de detenção. Assim, não se enquadra no conceito de crime, art 1º LICP.
2ª corrente – O art. 28 é crime, pois o conceito de crime trazido no art 1º da LICP e geral nada impede a criação de um tipo especial
1 Tipicidade ou fato típico
a) Conduta humana – ação/omissão – Como compreender a conduta relevante para o direito penal?
b) Resultado – formal/material
c) Nexo causal
d) Tipicidade – formal + material – Zaffaroni (tipicidade conglobante – conduta no meio social -.). Aqui, entra o dolo e a culpa
2 Ilicitude ou ilícito
Analisar se a conduta não está amparada por uma causa de justificação
a) legítima defesa
b) estado de necessidade
c) estrito cumprimento do dever legal
d) exercício regular de um direito
e) consentimento do ofendido (se o bem jurídico é disponível)
3 Culpabilidade ou culpável
Elementos da culpabilidade (critério biopsicológico) – idade/higidez mental
a) Imputabilidade – maior de 18 anos 
-higidez mental
b) Potencial consciência de ilicitude – juízo profano sobre o que é certo ou errado
c) exigibilidade de conduta diversa – era esperado do sujeito outro comportamento?
SISTEMAS:
Clássico ou Casual naturalista:
O movimento filosófico corrente era o positivismo científico, que utilizava no Direito Penal o método causal-explicativo, método este típico das ciências naturais, dando importância ao juízo de realidade e não a juízos de valor
Podemos observar que para a Teoria causal-naturalista da ação, ação é o comportamento humano voluntário que produz modificação no mundo exterior. Importante ressaltar que a ‘vontade’ nessa conceituação é em relação à conduta em si e não a direcionada ao resultado.
O dolo e a culpa strictu sensu (culpa em sentido estrito[), segundo a concepção psicológica, são as duas espécies de culpabilidade, esgotando o conteúdo da culpabilidade. São “a” culpabilidade.
-Culpabilidade psicológica
-Dolo normativo dentro de culpabilidade – conduta relevante para o DP era aquela que produzia um resultado
Von Liszt 
Movimento corporal que produz resultado no exterior
Beling 
Ação deve afirmar-se sempre que concorra uma conduta humana levada pela vontade, independentemente da conduta consistir-se num movimento ou num não movimento
Tipo penal (Limpo de antijuridicidade, avalorativo) 
Mayer
Indiciário
“Ratio Coenoscendi”
Resumo: 
Escola Causalista (Causal-Naturalista) 
Von Liszt – Movimento corporal que causa resultado no mundo exterior
Beling – 1906 – Tatbestand – tipo penal neutro – ratio cognoscendi
Max Ernest Mayer – tipo penal indiciário – ratio essendi
Escola Neokantista (Causal-Valorativa)
Edmundo Mezger – “Valores” – Causal valorativa
Escola neokantismo
Elementos normativos do tipo penal
Elementos valorativos e subjetivos do tipo penal
Crime – tipicamente ilícito – “ratio essendi”
Mezger fez importantes contribuições para a dogmática do direito penal, especialmente para a compreensão do "fato" (tipo penal) os elementos subjetivos da antijuricidade e o conceito de culpa.
Hans Welzel – Escola Finalista
Superação das imprecisões com relação à omissão
Dolo – sai da culpa e vai para o tipo penal
Crime – ação/omissão, guiada pela vontade, dirigida por um fim determinado, que pratica um fato previsto em Lei como crime
Princípio da adequação social
-Dolo e culpa no fato típico
-Teoria pura da culpabilidade – imputabilidade, potencial consciência de ilicitude, exigibilidade de conduta diversa
-Dolo = elemento subjetivo (não mais normativo, pois não se presume o dolo); ninguém age sem uma finalidade
Ex - comparação
Fato típico
- Conduta
- Resultado
Ilícito
- Contrariedade ao Direito
Culpável
Dolo (elemento normativo) e culpa (elemento anímico) – psicológica -.
Neoclássico – Dolo e culpa entrarão no fato típico. 
- Culpabilidade passará a ser um elemento a parte. Culpa =psicológica normativa
- Potencial consciência de ilicitude, exigibilidade de conduta diversa.
CLAUS ROXIN
Funcionalismo (teleológico) – bens jurídicos
Princípio da insignificância
Crime = FT + ilícito + responsabilidade (culpabilidade + necessidade plena)
LIVRO:
O Direito Penal não deve ser estruturado deixando de lado a análise dos efeitos que produz na sociedade sobre a qual opera. Teleológico-funcional – defende que o sistema poderá inclusive chegar a descartar aquelas soluções que, mesmo sendo coerentes com a dedução sistemática, sejam incompatíveis com seus princípios garantistas e fins político-criminais. Preocupa-se com os fins do direito penal.
JAKOBS
Funcionalismo – papéis das pessoas na sociedade
Sistêmico
LIVRO:
Normativismo sistêmico = postula a total renormativização do sistema penal. Satisfaz-se com os fins da pena, isto é, com as consequências do direito penal. É muito mais radical que Roxin, concebe o Direito Penal como um sistema autopoiético, fechado e limita a dogmática jurídico-penal a analise normativo-funcional do Direito Positivo, com a exclusão de considerações empíricas não normativas e de valorações externas ao sistema jurídico positivo. Bem jurídico penal a ser protegido = validez fática das normas.
TEORIA DO CRIME
Critério material ou substancial: Toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados
Critério legal: O conceito de crime é o fornecido pelo legislador
Crime ou delito: Pena de reclusão ou de detenção, isolada, alternativaou cumulativamente com a pena de multa
Conceito material: 
Toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico de terceiro que, por sua importância, merece proteção penal. 
Conceito legal: 
Definição dada pela própria lei
Art. 1º LICP (Dec Lei 3914/41)
Sistema dicotonômico – fracionou o gênero infração penal em duas espécies:
Crime + contravenção penal = Infrações penais.
Conceito formal ou dogmático:
-É formado a partir dos elementos estruturais do crime
Crime = fato típico (tipicidade) + ilícito (ilicitude) + culpável (culpabilidade) – TEORIA TRIPARTIDA – BRASIL
Contravenção penal: Pena de prisão simples ou multa, isolada, alternativa ou cumulativamente
- Protegem o bom funcionamento das instituições
Ex: perturbação do sossego, jogo do bicho.
- Na prática não há prisão
- Distinção entre crime e convenção é qualitativa e quantitativa, e não ontológica
Conduta objetiva: Analisar se foi realizada
Conduta subjetiva: O que moveu a realização da conduta? (dolo/culpa)
Crimes de dano: são aqueles cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico
Ex: homicídio, lesão corporal
Crimes de perigo: São aqueles que se consumam com a mera exposição do bem jurídico penalmente tutelado a uma situação de perigo, ou seja, basta a probabilidade do dano. Subdivide-se em:
Concreto – Consumam-se com a efetiva comprovação, no caso concreto, da ocorrência da situação de perigo. É o caso do crime de perigo para a vida ou saúde de outrem
Abstrato – Consumam-se com a prática da conduta, automaticamente. Não se exige a comprovação da situação de perigo. Há presunção absoluta de que determinadas condutas acarretam perigo a bens jurídicos. É o caso do tráfico de drogas
Crime putativo: trata-se de algo que aparenta ser real, mas que na verdade não existe
Também chamado de imaginário ou erroneamente suposto, existe apenas na mente do agente, não encontra correspondência em um tipo penal
Sujeito ativo: É pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa, seja isoladamente, seja em concurso
Portanto, sujeito ativo é quem pratica o fato descrito como crime na norma penal incriminadora
Autor e coautor = forma direta
Partícipe e autor mediato = forma indireta
Sujeito passivo: É o titular do bem jurídico atingido pela conduta criminosa. Pode ser denominado de vítima ou de ofendido.
Mediato = Estado. Poderá ser direto, como por exemplo nos crimes contra a Administração Pública
Tripartite: Fato Típico, Ilícito e Culpável
Bipartite (Damásio): Fato Típico e Ilícito. 
Bipartite (Roxin): Injusto típico e culpável. 
Roxin: Funcionalismo (política criminal)
Injusto típico = fato típico – onde está presente o princípio da insignificância - + ilícito
Culpável: (pena é necessária?). Responsabilidade penal – culpabilidade + política criminal -.
1 FATO TÍPICO
Princípio da legalidade – nullum crimen, nulla poena sine lege
Escrita, prévia, estrita (taxativa, clara, limitada)
a) Conduta humana – ação/omissão – Como compreender a conduta relevante para o direito penal?
Conduta = Toda ação ou omissão
Sujeitos ativos de crimes:
Pessoa física ou jurídica
Passivos:
Constante - Estado
Eventual – Pessoas titulares dos bens jurídicos lesados
Objetos:
Jurídico – bem tutelado por aquele crime, no homicídio, objeto jurídico = vida
Material – Homicídio = pessoa morta (sobre a qual recai a conduta)
Crimes:
Comissivos ou de Ação = teoria finalista – o dolo e a culpa estão dentro da conduta, responsabilidade é subjetiva, salvo algumas hipóteses de responsabilidade objetiva.
Omissivos – Realiza a conduta, não fazendo alguma coisa.
Omissivo próprio – Agente simplesmente não faz alguma coisa. É crime. Qualquer pessoa pode praticar
- O tipo descreve uma omissão, são crimes de mera conduta, não admitem tentativa, são sempre dolosos
-Responde pela omissão, e não pelo resultado
Ex: Omissão de socorro
Omissivo impróprio ou comissivo por omissão - Algumas pessoas podem praticar (Pais – Filhos, Policiais – Sociedade). Crime dos garantes
- O tipo descreve uma ação, são crimes materiais, admitem tentativa, podem ser culposos ou dolosos
- Não fazer o que deveria ser feito. É a obrigação de agir a fim de evitar um resultado
-Responderá também pelo resultado
-Quaisquer crimes de ação, homicídio, roubo, estupro. Pessoa que tem “dever contratual”
Ex: Mãe deixa de alimentar o filho, este morre por inanição, responderá por homicídio
Crimes comuns, próprios e de mão própria
Comum ou geral – Podem ser praticados por qualquer pessoa
Ex: homicídio, furto, extorsão
Próprio ou especial – Só podem ser praticados por determinados sujeitos ativos
Ex: Peculato (só pode ser praticado por funcionário público), receptação qualificada pelo exercício de atividade comercial ou industrial
Infanticídio
Mão própria (dentro do próprio) – Somente podem ser praticados pela pessoa expressamente indicada no tipo penal
Ex: Falso testemunho
Excludentes da conduta:
Coação física irresistível –Ex. Forçar alguém a colocar suas impressões digitais em cofre automático.
Estados de inconsciência – Ex. Hipnose, sonambulismo, mal súbito.
Atos reflexos – Ex. Internos (espirro, convulsão, epilepsia) ou Externos (susto, descarga elétrica, picada de insetos).
b) Nexo causal
Regra Geral - conditio sine qua non
- Elo entre a conduta e o resultado
- Adota-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais
Causa: é tudo aquilo que de alguma maneira produziu o resultado
- Responsabilidade subjetiva, só haverá crime se houver dolo ou culpa
Excludentes:
Causalidade adequada: causa do resultado será apenas o que for apto e idôneo a produzir o resultado
Ex: A produção de armas pela indústria não é causa do resultado, uma vez que não são produzidas para causar homicídio. Apenas a compra da arma pelo homicida e posteriores disparos seria apto e idôneo a produzir o resultado
Superveniência causal
Causas dependentes
- Posterior depende da anterior
Causas independentes
- É aquela que está fora do nexo causal, e que produz o resultado
- Duas espécies: concausas
Concausas:
Absolutamente independente: 
Totalmente alheia à conduta do agente. Só responde pelos atos até então praticados, jamais pelo resultado causado. Não se originam da conduta do agente, isto é, são absolutamente desvinculadas da sua ação ou omissão ilícita. Rompem com o nexo causal.
Pré – existentes, concomitantes, supervenientes. Dizem respeito à conduta do agente.
Ex: A pessoa tomar veneno, depois levar um soco e morrer
Relativamente independente:
Originam-se da própria conduta efetuada pelo agente. Daí serem relativas, pois não existiriam sem a atuação criminosa.
Pré – existentes, concomitantes, supervenientes. Nas duas primeiras responderá pelo resultado. Na superveniente, nunca responde pelo resultado, responde pelos atos até então praticados
Ex: Saber da condição de diabético da pessoa e oferecer a ela um lanche cheio de açúcar. Responderá pela morte. 
Exclusão do nexo causal:
Causalidade adequada – superveniência de causa relativamente independente afasta a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Art. 13, § 1º do Código Penal
Imputação objetiva – o resultado somente pode ser imputado quando o agente cria um risco não permitido, ou quando o risco se realiza no resultado concreto, ou quando o resultado se encontra dentro do alcance do tipo penal. 
c) Resultado – formal/material
- Consequência da conduta
- Teoria naturalística é adotada no Brasil
Naturalístico:
Ocorre nos crimes materiais, sendo aquele resultado o qual se manifesta no mundo exterior e que pode ser demonstrado
É possível um crime sem resultado naturalístico
Jurídico:
Existe em todos os crimes e diz respeito ao bem jurídico protegido pela norma
Não há crime sem resultado jurídico
3 espécies de crimes
Crimes materiais ou causais – Crimes que possuem nexo causal e também resultado. Exigem resultado para a sua caracterização
Ex: Homicídio. Conduta = matar alguém. Resultado naturalístico = ocorre com o falecimento da vítima, operando-se com ele a consumação
- Lei 8137 art 1º (suprimir/reduzir tributos)
Crimes formais – A lei prevêo resultado, mas não exige que ele ocorra para que haja a consumação do crime. Nexo causal é dispensável
Ex: Extorsão
- Ameaça
-Injúria
Crimes de mera conduta – Crimes totalmente sem resultado previstos na lei
Ex: Violação de domicílio
- Ato obsceno
Iter criminis – Caminho percorrido pelo agente quando ele pratica o crime:
Cogitação – Apenas idealiza o crime, pensa, não é punível em DP, pois cada um pode pensar o que quiser
Preparação – Escolhe os meios, onde praticará o crime, como regra não é punível
Execução – O fato já é punível:
Tentativa, desistência voluntária, arrependimento eficaz, crime impossível
Tentativa (4 tipos) – O agente inicia a execução, mas não consegue consumar o crime, por circunstâncias alheias a sua vontade
- O agente responde pela mesma pena do crime consumado, mas diminuída de 1/3 a 2/3.
- Culposos, preter dolosos, não admitem a tentativa
Consumação – Ocorre quando todos os elementos da disposição legal estão completos, não está necessariamente ligada ao resultado. Ou o crime se consume com a conduta (formal) ou com o resultado (material)
- Após essa fase, pode ocorrer o arrependimento posterior (espécie de reparação do dano, ou restituição da coisa devem ser integrais,). Causa de diminuição de pena (1/3 a 2/3)
- Cabível nos crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa
- Cabe desde a consumação do crime até o recebimento da denúncia (ato do Juiz)
- Deve ser por ato voluntário do agente
Efeitos:
Estende-se ao co-autor ou partícipe. Basta que uma delas repare o dano à outra.
Ex: furto com rompimento de obstáculo
d) Tipicidade – formal + material – Zaffaroni (tipicidade conglobante – conduta no meio social -.). Aqui, entra o dolo e a culpa
- Juízo de subsunção (adequação) da conduta realizada com a norma penal prevista
- É a adequação entre a conduta praticada pelo agente no mundo real e a descrição típica contida na lei penal para o aperfeiçoamento do delito culposo
Tipicidade objetiva: Divide-se em formal e material
Tipicidade objetiva: Analisa a tipicidade independentemente da vontade do agente. Preocupa-se com a conduta propriamente dita e sua correspondência com o tipo penal.
Formal: Lei em si. Enquadramento da conduta no tipo penal
Material: Bem jurídico (Roxin)
-Se não houver lesividade = insignificância
Tipicidade subjetiva: representada pelo DOLO e pela CULPA
-Análise do elemento subjetivo exigido pelo tipo penal em cotejo com a conduta do caso concreto
-Natureza psicológica; vontade/intenção. Somente conhecendo e identificando a intenção – vontade e consciência – do agente poder-se-á classificar um comportamento como típico
-O que o artigo de Lei exige para o caso?
Tipicidade conglobante:
a) A conduta deve ser antinormativa (contrária ao Direito)
b) Tipicidade material (Relevância para o Direito)
Ex: entrar no mercado e subtrair uma pasta de dente.
É antinormativa, mas não relevante. Em caso de insignificância, exclui-se a tipicidade material
Ex: oficial de justiça entra na casa e subtrai bens
Não é antinormativa
Fase do caráter indiciário da ilicitude
- Todo o fato típico a princípio também é ilícito, ao não ser que ocorram as causas excludentes da ilicitude
Dolo = consciência + vontade de realizar a conduta e de produzir o resultado
Espécies de dolo: 
Dolo direto: Vontade de realizar a conduta e de produzir o resultado. Pego uma arma e atiro com a intenção de matá-la.
- É vontade por causa do resultado
Dolo indireto: 2 modalidades
Alternativo – Vontade de produzir um ou outro resultado. Atirar e matar ou produzir lesão corporal. Existe para fins doutrinários, mas não práticos
Eventual – Vontade de produzir a conduta, assumindo o risco de produzir o resultado
- É a vontade apesar do resultado
Teoria da vontade – adotada para o dolo direto
Teoria do assentimento ou do consentimento – adotada para o dolo eventual
Elementos do crime culposo:
Conduta voluntária
Resultado involuntário
Nexo causal
Tipicidade – é excepcional. Em regra, todo o crime é doloso, excepcionalmente será culposo, quando houver previsão legal
Previsibilidade objetiva – previsibilidade do homem médio de prever o resultado. O homem médio é o homem dotado de prudência e discernimento. No caso concreto, comparo a conduta do agente com a conduta do homem médio, se a conduta do agente for igual a do homem médio não há crime culposo, se for diferente há crime culposo
Quebra do dever objetivo de cuidado – Dever imposto a todas as pessoas que vivem em sociedade. Respeitar a faixa de pedestres, o sinal. Três formas de quebrar – imprudência, negligência e imperícia
Ausência de previsão: Não prever o que era previsível
*Dolo e culpa não são opostos. Isto é, caso não se caracterize o dolo, não necessariamente se caracterizará a culpa e vice-versa.
*Culpa = Inobservância de um dever de cuidado + sem intenção
*Todo o crime culposo integra o grupo dos crimes materiais. O sistema penal brasileiro não admite crimes culposos de mera conduta.
Ex: homicídio admite dolo e culpa, enquanto o roubo admite somente o dolo
Três formas de quebrar:
Imprudência – A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
-Desenvolve-se sempre de modo paralelo à ação, ou seja, surge e se manifesta enquanto o autor pratica a conduta.
- É concomitância da culpa e da ação – enquanto o agente pratica a ação, vai-se desenvolvendo ao mesmo tempo a imprudência -
- Postura + ativa em relação a negligência
Ex: Manejar arma carregada
- Andar em excesso de velocidade
- Ultrapassagem proibida, trafegar na contramão
Negligência – Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções.
- Ocorre previamente ao início da conduta.
Ex: É o caso do agente que deixa a arma de fogo municiada em local acessível a menor de idade, inabilitado para manuseá-la, que dela se apodera, vindo a matar alguém.
- Motorista do ônibus que trafegar com as portas do coletivo abertas, causando a queda e a morte de um passageiro
Imperícia, também chamada de culpa profissional - Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia.
- Imperícia não se confunde com erro profissional. Este é um acidente escusável, justificável e, de regra, imprevisível, que não depende do uso correto e oportuno de conhecimentos e regras da ciência. Esse tipo de acidente não decorre da má aplicação de regras e princípios recomendados pela ciência
Espécies de culpas
Culpa inconsciente: é aquela culpa onde há ausência de previsão. 
Ex: Não previu que em excesso de velocidade poderia matar alguém
Culpa consciente x dolo eventual:
Culpa consciente: Não assume o risco, apesar de sabê-lo possível. Acredita cegamente que não produzirá o resultado ou que será capaz de evita-lo. (ex: andar por ruas menos movimentadas depois de beber)
-O agente, mesmo prevendo o resultado, não o aceita, não assume o risco de produzi-lo, nem permanece indiferente a ele. Apesar de prevê-lo, confia o agente em sua não-produção.
Ex: atirador de facas
Dolo eventual: Assume o risco, não quer causar o resultado, entretanto não está nem aí para a consequência. Aceita o resultado como uma das alternativas possíveis. 
- Não há uma aceitação do resultado em si, há a sua aceitação como probabilidade, como possibilidade
Ex: andar por ruas movimentadas depois de beber
Imagine o exemplo de um fazendeiro, colecionador de armas de fogo, que treina tiro ao alvo em sua propriedade rural. Certo dia decide atirar com um fuzil de longo alcance. Sabe que os projéteis têm capacidade para chegar até uma estrada próxima, com pequeno fluxo de transeuntes. Prevê que, assimagindo, pode matar alguém. Nada obstante, assume o risco de produzir o resultado, e insiste em sua conduta. Acaba atingindo um pedestre que vem a falecer. Responde por homicídio doloso, pois presente se encontra o dolo eventual.
Obs: Persistindo a dúvida entre as duas, deve-se optar pela solução menos gravosa, ou seja, pela culpa consciente
Culpa imprópria – Há a previsão. Ocorre nas descriminantes putativas
Dolo derivou do erro – responde pelo crime culposo
No DP, não há compensação de culpas, não se anulam. Existe a concorrência, a culpa poderá ser amenizada.
Crime qualificado pelo resultado: A lei prevê um fato típico previsto e sancionado como crime e um resultado que aumenta essa pena. Modalidade = preter doloso
Preter doloso (além do dolo) 
Dolo (elemento subjetivo) no antecedente e culpa (elemento normativo) no consequente
Agente produz resultado diverso do pretendido
Ex: lesão corporal seguida de morte
Responde pelo dolo com agravante
Dolo – Dolo – não será preter doloso
Ex: latrocínio (roubo seguido de morte)
ESQUEMA:
	
	CONSCIÊNCIA
	VONTADE
	Dolo Direto
	Prevê o resultado
	Quer o resultado
	Dolo Eventual
	Prevê o resultado
	Não quer, mas assume o risco
	Culpa Consciente
	Prevê o resultado
	Não quer, não assume risco e pensa poder evitar
	Culpa Inconsciente
	Não prevê o resultado (que era previsível)
	Não quer e não aceita o resultado
Exclusão da tipicidade:
Princípio da Insignificância
Princípio da Adequação social
Imunidade Parlamentar
Consentimento do Ofendido*
Tipicidade Conglobante
Arrependimento eficaz e desistência voluntária
Crime Impossível
Princípio da insignificância: Ocorre apenas a tipicidade formal, e não a material. Crime de bagatela. Ex. Furto de pequeno valor. Descaminho até R$ 20 mil. (Roxin).
Princípio da adequação social: Tolerância da conduta pela sociedade. Ex. Brincos em crianças, trotes universitários. (Welzel)
Imunidade parlamentar: Artigo 53 da CRFB. Inviolabilidade por opiniões, palavras e votos
Consentimento do ofendido: Quando o não-consentimento faz parte do tipo penal. Ex. Invasão de domicílio (art. 153) e estupro (art. 213).
Tipicidade conglobante: Quando a conduta aparentemente proibida é admitida por outra norma que a ordena, autoriza ou incentiva sua realização Deve-se analisar o sistemar normativo em sua totalidade. Ex. Cirurgia x lesão corporal; Penhora x furto. Tipicidade x Antinormatividade. Zaffaroni. 
Arrependimento eficaz
- Termina todos os atos de execução, mas se arrepende
Ex: Depois de ministrar veneno à vítima, que o ingeriu ao beber o café “preparado” pelo agente, este lhe oferece o antídoto, impedindo a eficácia causal de sua conduta inicial
- Compatível com a tentativa perfeita ou acabada
- É possível somente no tocante aos crimes materiais
- O agente responde somente pelos atos já praticados Art. 15, CP.
Desistência voluntária
- Inicia a execução, mas não termina todos, por vontade própria
- Compatível com a tentativa imperfeita ou inacabada
- O agente responde somente pelos atos já praticados Art. 15, CP.
Obs: O arrependimento eficaz e a desistência voluntária são incompatíveis com os crimes culposos, salvo na culpa imprópria.
Crime impossível
Não se pune a tentativa impossível, pois acabaria punindo-se apenas a intenção, o que o artigo 14, II, CP, não admite
-Tentativa inadequada. O agente inicia a execução, mas não se consegue chegar à consumação
Ineficácia absoluta do meio – revólver de brinquedo a fim de matar uma pessoa
Objeto absolutamente impróprio – Se der um tiro em um cadáver
Ex: Tentar matar, pistola travada, não conseguiu utilizar como queria. O crime não se consuma em virtude da inidoneidade do meio de execução ou do objeto material
Exclusão do dolo:
Erro de tipo: Má representação da realidade
Incriminador (Art. 20, caput, CP): incide sobre elementos que caracterizam o tipo penal (droga, moeda falsa, alguém, etc).
Permissivo (Art. 20, §1º, CP): incide sobre elementos que permitiriam (justificariam) a realização do fato típico (excludentes de ilicitude).
Consequências:
Invencível: Exclui dolo e culpa. É escusável
Vencível: Exclui dolo, pune por culpa se previsto. É inescusável
2 ILICITUDE OU ILÍCITO
- Em regra: todo o fato típico é ilícito
- Contradição entre a conduta praticada e o ordenamento jurídico
- Analisar se a conduta não está amparada por uma causa de justificação (retirar o caráter ilícito/examinar se existe algo que neutraliza)
Excludentes legais da ilicitude, causas de justificação, descriminantes:
- Nem todas estão na parte geral do CP. Estudaremos as que estão na parte geral
Elementar do crime x circunstância do crime:
Elementar do crime – Tudo o que retiro do tipo desaparece ou se transforma em outro
Ex: Crimes funcionais. O conceito de funcionário público é elementar. Se retirar o conceito de funcionário público não tenho mais um crime funcional.
Circunstância do crime
Ex: Arma de fogo em um roubo é uma circunstância. Se retirá-la o crime de roubo permanece o mesmo, pois não é necessário praticá-lo com arma.
Elementares Objetivas – não pertencem ao agente
Elementares Subjetivas – São as que fazem parte do conhecimento do agente
Obs: Elementar subjetiva nos quatro casos = conhecimento da situação justificante. Ainda que todos os elementos objetivos estejam presentes, se a pessoa não conhecer que está numa dessas quatro situações, isso não pode beneficiá-la.
a) legítima defesa
*Quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
* Precisa saber que está em legítima defesa
*Situação de agressão – sempre ato de ser – humano
*Admite-se a saída mais cômoda
*Não existe legítima defesa real x legítima defesa real.
*Real x putativa é possível
*Putativa x putativa também é possível
*Sucessiva – Cabe quando houver excesso
* A reação realiza-se contra bem jurídico pertencente ao autor da agressão injusta
Elementos objetivos – Real:
Injusta (contrária ao Direito) agressão
Atual ou iminente – Enquanto estiver sendo agredido ou em vias de ser agredido
- Passada seria vingança, e futura poderia procurar a autoridade
Direito próprio ou de terceiro
- Mesma coisa do EN
Meios necessários
- Que está a disposição do agente ou o menos lesivo
Uso moderado 
- Maneira pela qual será usado o meio necessário
- Até cessar a agressão
Obs: Posso usar o revólver, mesmo que levar um soco. Mas tenho que observar se mato, leso ou assusto.
Elemento subjetivo:
Conhecimento da situação justificante
a.1) Real: É tradicional defesa legítima contra agressão injusta, atual ou iminente, onde estão presentes todos os requisitos da sua configuração
a.2) Putativa: Quando acredito que estou agindo em legítima defesa. Erroneamente suposta, imaginária
- Não exclui ilicitude, apenas exclui culpabilidade ou dolo e culpa
Ex: Entro dentro de um bar e vejo o meu desafeto. Este leva a mão ao bolso, e eu penso que ele vai atirar e eu atiro primeiro. Quando chego perto, ele tinha um lenço no bolso
a.3) De terceiros:
*Não existe legítima defesa recíproca. 
ATENÇÃO: Matar em legítima defesa é DOLO
* Policiais reagem a um tiroteio em banco e matam os assaltantes – será legítima defesa. Entretanto, se continuarem revidando, será homicídio
b) estado de necessidade
*Salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
*Precisa saber que está em estado de necessidade
* Pode haver estado de necessidade real x real
* Caracteriza-se pela colisão de interesses juridicamente protegidos
* Há ação, enquanto na legítima defesa há reação
* A ação dirige-se, de regra, contra um bem jurídico pertencente a terceiro inocente
Ex: dois náufragos disputam a mesma tábua. A vida um terá de ser sacrificada para salvar outra
Elementos objetivos:
Situação de perigo atual/iminente (alguns doutrinadores) – Por um ato humano ou força da natureza (ex: se defender de um animal)
Estado de necessidade próprio (sempre existente) ou de terceiro*
*Só haveria se o bem fosse indisponível (vida).No caso de bem disponível (patrimônio) – poderia haver estado de necessidade se houvesse autorização de terceiro
Perigo não pode ter sido causado voluntariamente (dolosamente) pelo agente*
*Corrente majoritária: Só o perigo causado dolosamente não é passível de alegar estado de necessidade
Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo 
- Algumas profissões têm obrigação de enfrentar o perigo (bombeiros, por exemplo)
- Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
- Não é um princípio absoluto (caso o risco seja inútil). Vida x patrimônio.
Inevitabilidade do comportamento
- Somente se admite o sacrifício do bem quando não há outro meio de salvá-lo
- Tenho que tentar salvar todos os bens que estejam em perigo
Ex: disputar uma tábua de salvação em meio a um naufrágio. Devo tentar evitar o dano, se não puder, devo sacrificar o bem
Razoabilidade do sacrifício
- Razoabilidade do homem médio. Conflito entre patrimônio e vida, sacrifica-se o patrimônio.
- Se não houver razoabilidade a pessoa responderá pelo crime, porém com uma causa de diminuição de pena de 1/3 até 2/3
Elemento subjetivo:
- Conhecimento da situação justificante
Características:
- Quando há oposição de dois bens
- Quando preciso sacrificar um bem jurídico para proteger outro
- Deve-se analisar com ponderação e bom-senso
- Pode ser agressivo ou defensivo
ATENÇÃO – Caso seja defensivo, não poderá ser legítima defesa, tendo em vista que não é injusta agressão
*Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços
b.1) Real
b.2) Putativo
-Ex: Ouço uma gritaria em um prédio, vejo algo saindo por baixo da porta acreditando ser fumaça. Entretanto, ao arrombar a porta para averiguar, vejo que era apenas gelo seco decorrente de uma festa.
- Não exclui ilicitude, apenas culpabilidade
b.3) Teoria Unitária – Todo o EN = É sempre justificante (exclui ilicitude). Adotada pelo Código Penal Brasileiro
- Nunca o estado de necessidade deixa de ser justificante
b.4) Teoria Diferenciadora – EN = Não é sempre causa de justificação. 
Justificante: (Bem protegido (BP) > bem sacrificado (BS))
- Exclui a ilicitude
Ex: Sacrificar um patrimônio para salvar uma vida
Exculpante: Causa de exculpação (BP BS)
- Hierarquia
Adotada pelo Código Penal Militar Brasileiro.
- Exclui a culpabilidade
Ex: Sacrifico uma vida para salvar outra vida
- Sacrifico uma vida para salvar um patrimônio
Legítima defesa e estado de necessidade:
a) No estado de necessidade há um conflito de interesses legítimos; na legítima defesa o conflito ocorre entre interesses lícitos, de um lado, e ilícitos, de outro.
b) Na legítima defesa a preservação do interesse ameaçado de faz através de defesa, enquanto no estado de necessidade essa preservação ocorre através de ataque
c) No estado de necessidade existe ação e na legítima defesa reação
c) estrito cumprimento do dever legal
- Não pode se exceder
- Só pode atuar os agentes públicos e os particulares que exercem uma função pública
- Consiste no cumprimento do dever dentro dos limites
Ex: Oficial de Justiça arromba a porta de uma casa caso o proprietário se negue a abrir.
- Cumprimento de mandado de prisão preventiva
- Hipóteses de flagrante compulsório
Ex: 
- Prisão em flagrante com violência necessária
- Cumprimento de mandado de busca e apreensão
- Médico plantonista que precisa operar paciente
- Policial que mata outro em tiroteio NÃO ESTÁ em Estrito Cumprimento de Dever, mas em Legítima Defesa
d) exercício regular de um direito
- Não pode se exceder
- Podem atuar os particulares de uma maneira geral
Ex: Resultado danoso que decorre do boxe, da luta livre, do judô, do futebol
- Flagrante facultativo
- Cliente, a partir do seu CONSENTIMENTO, que chega para fazer uma cirurgia plástica
- Médico que opera uma pessoa que chega inconsciente*
*E se esta pessoa estiver grávida e o médico optar pela vida da mãe em detrimento da do bebê? Caracterizará estado de necessidade.
Direito correcional: pais e filhos
Práticas desportivas
Práticas médico-cirúrgicas eletivas
Offendiculas (cerca elétrica, cacos de vidro em cima do muro): ERD ou LD? ERD, pois a agressão não é iminente
Excludentes específicas:
Aborto – 128, I-II, CP
Honra – 142, I-III, CP
Constrangimento ilegal – 146, §3º, I-II, CP
Invasão de domicílio – 150, §3º, I-II, CP
Excludente supralegal:
- Consentimento do ofendido (se o bem jurídico é disponível)
- Pode excluir também a tipicidade
- Causa supralegal de exclusão da ilicitude (não está na Lei)*
Elementos objetivos:
Deve ser obtido sem vícios, fraude ou coação (expresso, livre)
Pode ser implícito ou explícito
Deve existir capacidade para consentir (18 anos)
Bem deve ser disponível (ex: patrimônio) – por isso não se admite o pacto de morte
Deve ser dado antes ou durante a prática da conduta do agente
É revogável a qualquer tempo
Excesso nas excludentes da ilicitude:
*Responsabilidade no DP é subjetiva (dolo ou culpa)
EXCEÇÃO: embriaguez não acidental seja ela voluntária ou culposa. Agente sempre responde pelo crime. Responsabilidade objetiva. Não vou aferir o dolo e a culpa no momento da conduta, mas no momento da embriaguez. Teoria das ações livres na causa.
- Intensifica uma situação que anteriormente era justificada
- Não apaga as excludentes, a pessoa responderá somente pelo crime que praticou durante o excesso
Espécies:
Excesso doloso: Intensificação com dolo
Responderá pelo crime a título de dolo
Excesso culposo: A pessoa se excede por imprudência, negligência, imperícia
Excesso acidental: nem dolo nem culpa, caso fortuito ou força maior
Ex: Dou um soco, a pessoa cai e morre
- Não responderá pelo crime praticado pelo excesso
Excesso exculpante: se excede por medo ou pavor
Ex: estuprada que agride o agressor
- Não responderá por crime – inexigibilidade de conduta diversa. Exclui a culpabilidade
Elemento Subjetivo:
Conhecimento do consentimento do ofendido
3 CULPABILIDADE OU CULPÁVEL
Conceito: É um elemento do crime (corrente maioritária). Juízo de reprovação social incidente sobre o autor e o fato
Para quem entende que não faz parte do crime: é o pressuposto de aplicação da pena
- Adota a teoria normativa pura na modalidade limitada. 
Teoria normativa pura se subdivide em duas:
Teoria estrita ou extremada – Só existe descriminante putativa por erro de proibição. Não é adotada
Teoria limitada – Se a descriminante putativa for sobre a situação de fato, será um erro de tipo (erro de tipo indireto). Se a descriminante putativa for sobre a existência ou os limites da norma, será um erro de proibição (erro de proibição indireto)
Obs: diferenciam as descriminantes putativas
TEORIAS:
Psicológica – Causal-naturalista. Relação autor x fato. Imputabilidade como pressuposto e dolo e culpa como espécies, apenas. 
- A conduta era mera causação de um resultado. Não era necessário que na conduta houvesse o dolo ou a culpa, pois estes estavam dentro da culpabilidade. Dolo e culpa estão na cabeça do Juiz, e não do réu
- Psicológica: elementos da culpabilidade a imputabilidade + dolo e a culpa. 
Crítica: Como que o elemento normativo que é a culpa pode ser elemento de uma teoria chamada de psicológica?
- Nos casos de coação moral irresistível muito embora haja dolo e culpa, o agente não responde pelo crime, por quê?
Psicológico-normativa – Frank. Causal-valorativa (neokantismo). Não apenas na psiqué, mas em um juízo de valoração entre autor e fato. Imputabilidade passa a ser elemento, juntamente com dolo e culpa e poder agir diverso*
*Elemento normativo
- Imputabilidade + dolo e culpa + exigibilidade de conduta diversa
Normativa – Welzel. Finalismo. Dolo e culpa são elementos do tipo penal (conduta) (fato típico). Culpabilidade é puramente normativa: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
Provérbio jurídico alemão: “O dolo está na cabeça do réu; a culpabilidade na do juiz”
Elementos da culpabilidade (critério biopsicológico) – idade/higidez mental:
Critério biopsicológico: Adotado pelos peritosde uma maneira geral. Como regra, o réu é imputável. Verificando o magistrado que o réu não possui uma das duas capacidades, manda instaurar o que se chama de incidente de insanidade mental, réu vai a uma perícia, perito vai aferir de acordo com o critério biopsicológico, se é imputável, semi-imputável ou inimputável. Como é esse critério? Perito vai analisar:
1) Requisito causal: analisará se o agente é portador de uma doença mental, desenvolvimento mental incompleto (com exceção do menor de 18) ou desenvolvimento mental retardado.
2) Requisito consequencial: em consequência disso, houve a retirada total ou parcial da capacidade de entendimento
3) Requisito cronológico: tinha capacidade ao tempo da ação de entender?
EXCEÇÃO - Ao menor de 18 anos = critério biológico. Se baseia apenas no requisito causal e cronológico.
a) Imputabilidade – maior de 18 anos 
-Higidez mental: Entendimento do caráter ilícito e capacidade de determinação de acordo este entendimento. 
- Capacidade de querer e entender
- Dever ser analisada ao tempo da ação ou da omissão
Inimputável: se faltar uma das duas capacidades. Medida de segurança – sentença absolutória imprópria
Semi-imputável – uma das duas capacidades é reduzida. Pena reduzida de 1/3 até 2/3 ou medida de segurança. Chama-se sistema vicariante.
Obs: o menor de 18 anos civilmente emancipado, no campo penal, continua inimputável
Excludentes da imputabilidade, também chamadas de dirimentes ou exculpantes:
Doença mental
Ex: dependentes químicos
Desenvolvimento mental incompleto 
Ex: silvícolas (inadaptados à civilização – índios -), menores de 18 anos
Obs: Silvícolas nem sempre serão inimputáveis, deve-se analisar o grau de assimilação dos valores sociais, a ser revelado pelo exame
Desenvolvimento mental retardado – idade cronológica incompatível com psicológico
Ex: oligofrênicos (QI reduzido - débil mental, imbecil, idiota - )
Obs: surdo-mudo irá competir à perícia indicar o grau de prejuízo a ele causado por essa falha biológica
Menoridade
Embriaguez acidental – é a que decorre de caso fortuito (boa-noite cinderela) ou força maior (é obrigada)
Completa: exclui a imputabilidade
Incompleta: apenas reduz a pena de 1/3 até 2/3
Dependência de drogas
Curiosidade:
Embriaguez pré-ordenada: ocorre quando o agente se embriaga para cometer o crime, para criar coragem de praticar o crime. Agente responde pelo crime, além de ser uma agravante genérica
Embriaguez patológica: Dependentes químicos (alcoólatras). Se submete ao critério biopsicológico. Pode excluir a imputabilidade ou reduzi-la.
Art. 28 CP: a emoção e a paixão excluem a culpabilidade? Não. Mas podem trazer benefício ao réu? Sim. Ex: Homicídio, lesão corporal, se são praticados sob o domínio de violenta emoção (reação deve ser logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou seja, deve ser imediata) logo em seguida a injusta provocação da vítima. Pena reduzida de 1/6 até 1/3. Também funcionam como atenuante genérica, aplicada para qualquer crime. Agente atuar sob a influência de uma violenta emoção (reação pode ser um pouco depois da provocação da vítima, reação pode demorar algumas horas ou uns dias depois) por ato injusto da vítima, não será uma causa de diminuição de pena, mas será uma atenuante (art. 65 do CP)
b) Potencial consciência de ilicitude – juízo profano sobre o que é certo ou errado
Também chamada de previsibilidade subjetiva
Possibilidade do agente prever que o que ele faz é certo ou errado
Excludentes da potencial consciência da ilicitude, também chamadas de dirimentes ou exculpantes:
Erro de Proibição escusável (art. 21 CP): Má representação sobre o caráter jurídico de determinado fato. 
Direto: Recai sobre o caráter proibitivo da norma
Indireto: Descriminantes putativas por erro de proibição. O agente acredita estar amparado por excludente.
Quanto à existência
Quanto aos limites
Consequências:
Inevitável: afasta a culpabilidade
Evitável: reduz a pena
c) exigibilidade de conduta diversa – era esperado do sujeito outro comportamento?
Conceito: É a expectativa social de uma conduta diferente daquela que foi adotada pelo agente
Ex: praticou crime por excesso de velocidade, era exigível outra conduta? Sim.
Excludentes, também chamadas de dirimentes ou esculpantes:
Legais: art. 22 CP
a) Coação moral irresistível
b) Obediência hierárquica
Coação moral: O constrangimento não é físico e deve ser irresistível. Não há concurso de pessoas. Se for resistível, não exclui a culpabilidade, mas responderá pelo crime com atenuante genérica de pena. Há concurso de pessoas.
Ex: Bandido sequestra a família do gerente do banco, solicitando que o gerente retire o dinheiro do banco e transfira para a sua conta. Neste caso, apenas o bandido responde pelo crime.
Coação física – exclui a conduta. O fato é atípico em virtude da ausência de vontade
Obediência hierárquica: Somente no cumprimento de ordem não manifestamente ilegal. 
- Só cabe nas relações de direito público. Superior x subordinado. Ordem do primeiro para o segundo
- Ocorre quando um funcionário público subalterno pratica uma infração penal em dcorrência do cumprimento de ordem, não manifestamente ilegal, emitida pelo superior hierárquico
Supralegais: 
Excesso exculpante
Excesso acidental
Objeção de consciência
Coculpabilidade
Inexigibilidade de conduta diversa stricto sensu
Excesso exculpante: Quando o fato é praticado por pânico, medo, susto, consternação, fadiga ou terror.
Excesso acidental: Quando o agente observa os limites de causa de justificação, mas se excede em razão de caso fortuito ou causa maior.
Inexigibilidade de conduta diversa strico sensu: dificuldades financeiras demonstradas em caso de sonegação fiscal ou apropriação indébita previdenciária.
Objeção de consciência: agente se recusa a cumprir certas obrigações legais alegado convicção ideológica, filosófica, política ou religiosa.
Coculpabilidade: Coparticipação do Estado na ocorrência do crime. Aponta a parcela de responsabilidade do Estado pela não inserção social. Zaffaroni. 
ERRO DE TIPO
- O erro de tipo resta caracterizado na hipótese em que o agente, conhecendo a lei, equivoca-se acerca de seu conteúdo
Erro ≠ Ignorância
- Ignorância é a falta de representação da realidade ou desconhecimento de um objeto ou da lei
- Erro é a má representação da realidade ou o equivocado conhecimento de um objeto ou da lei
- Direito Penal trata-os como sinônimos
-Erro incidente sobre uma situação de fato, incide sobre a realidade (art. 20 CP). Não sabe o que faz, e por isso comete o crime
- Incide sobre as elementares e as circunstâncias do crime.
Elementar: é tudo aquilo que eu retirar do tipo penal, este desaparece ou se transforma em outro
Ex: infanticídio, mãe que mata o mata filho em estado puerperal
Circunstância: é tudo aquilo que se eu retirar do tipo penal, este permanece o mesmo
Crime de roubo, se retirar o concurso de pessoas, permanece existindo o crime de roubo
ERRO DE TIPO ESSENCIAL:
- É a má representação da realidade que faz o agente incorrer em erro quando:
a) Equivoca-se sobre elemento constitutivo do tipo penal, sem o qual o crime jamais ocorreria;
b) Quando o agente supõe estar em circunstância fática, que se de fato estivesse, seria autorizado a lançar mão das excludentes de ilicitude,
- Exclui o dolo (Regra geral)
Art. 20 – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
Recai sobre os elementos do tipo penal (ex. matar ALGUÉM; vantagem INDEVIDA; moeda FALSA, substância ENTORPECENTE, etc.) ou de excludente, sem os quais não restaria caracterizado o crime
- Recai sobre a essência do tipo penal
Sob as elementares ou circunstâncias do tipo incrimador:
Erro de tipo incriminador: recai sobre elementos que constituam o tipo penal
Ex: 
Sob a elementar: (erro de tipo direto): Pessoa na hora de ir embora de uma festa, confunde a bolsa dela com a de outra pessoa. Subtrair coisa móvel acreditando que era isso
Sob a circunstância: entrar na casa pensando em subtrair um relógio de grande valor.Mas, subtrai um relógio de pequeno valor. 
Sob as elementares do tipo permissivo:
Erro de tipo permissivo: recai sobre situação de fato que, se existisse, tornaria lícita a conduta do agente, em razão da suposta existência de causa excludente de ilicitude – Descriminantes putativas
Descriminantes putativas - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo
Erro sui generis – Cezar Roberto Bitencourt e Luiz Flavio Gomes. É quando há um pouco de erro de tipo e um pouco de erro de proibição
Ex:
Entro no bar, vejo meu desafeto e penso que ele está armado e vai atirar: saco o revólver e atiro primeiro (legítima defesa putativa, ou descriminante putativa). Erro de tipo indireto
Alguém entra na minha casa, e eu pensar que é assaltante e matar, não responderei por crime doloso (art. 20 CP)
Obs: 
Todo o erro essencial sob a elementar = SEMPRE exclui o dolo. Erro e dolo são incompatíveis
Erro sob circunstância: O dolo não será excluído, mas sim a circunstância. O agente responde pelo crime sem a circunstância
2 espécies de erro de tipo essencial – Consequências jurídicas
a) Escusável, invencível ou inevitável (desculpável)
- Qualquer pessoa que fosse colocada na situação do agente incidiria no erro
Ex: Pessoa na hora de ir embora de uma festa confunde a bolsa dela com a de outra pessoa
- Exclui o dolo e a culpa. Se for sobre uma qualificadora, ou agravante, elas que serão afastadas e o agente será condenado pelo resto.
*Obs: caso a pessoa se dê conta que se equivocou e não devolver a bolsa, será apropriação indébita dolosa
b) Inescusável, vencível ou evitável (não desculpável)
- É um erro no qual a pessoa incide por negligência, imperícia ou imprudência
Responde por crime culposo, se prevista a modalidade culposo. Não responde por dolo
- Afasta o dolo e será punido por culpa. Culpa imprópria – Punição subsidiária/residual. Está vinculada ao erro, não ao fato. ATENÇÃO: Aqui, admite-se a tentativa!!!
Resumo do professor:
Exclusão do dolo:
Erro de tipo: Má representação da realidade
Incriminador (Art. 20, caput, CP): incide sobre elementos que caracterizam o tipo penal (droga, moeda falsa, alguém, etc).
Permissivo (Art. 20, §1º, CP): incide sobre elementos que permitiriam (justificariam) a realização do fato típico (excludentes de ilicitude).
Consequências:
Invencível: Exclui dolo e culpa. É escusável
Vencível: Exclui dolo, pune por culpa se previsto. É inescusável
ERRO DE TIPO ACIDENTAL
- Erro sob dados secundários da figura típica
ATENÇÃO!!!
- O agente responde pelo crime normalmente, sem qualquer benefício
5 espécies:
Erro sobre o objeto material: É uma variável do erro sobre a pessoa
Ex:
Pessoa quer subtrair sacas de arroz, mas subtrai sacas de feijão
Furto de qualquer maneira, não beneficia o réu, responderá pelo crime de furto.
O agente desejando levar uma sacola com um computador da vítima, subtrai a sacola com dinheiro. Será punido rigorosamente pelo mesmo crime.
*Na hipótese de os objetos pertencerem a vítimas diferentes, aplica-se a regra do artigo 20, §3º do Código Penal
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime
Erro sobre a pessoa: O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
O agente realiza o que queria, mas equivoca-se quanto à pessoa. Confunde-se. 
Ex:
Pratica crime contra A, quando queria na verdade praticar crime contra B. Faço uma confusão mental. De pessoa para pessoa
Responde como se tivesse praticado o crime contra quem ele queria praticar.
Será punido pelo fato realizado, mas com as circunstâncias pessoais da vítima desejada (inclusive qualificadoras, agravantes, etc.)
Erro na execução (art. 73 CP): 
Aberratio ictus
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código
Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior
- Agente tem a mais clara representação da realidade, mas por deficiência na execução, não atinge seu resultado.
Ex:
Atinge uma pessoa ao invés de atingir outra. A está ao lado de B. Miro em A e atiro, mas acabo matando B erroneamente. 
Resultado único: respondo como se eu tivesse atirado em A (solução análoga ao art. 20, § 3º).
Resultado duplo*: querer atirar em A, acertar A, mas também B. Respondo por dolo a quem eu queria atirar (A), e por culpa em B. Concurso formal de crimes
*Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior
Resultado diverso do pretendido (art. 74 CP) – De pessoa para coisa ou vice-versa. 
Aberratio Criminis
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicasse-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior
“Fora dos casos (…)”- residual em relação ao artigo 73
Art. 73 (erro na execução) - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Não tem relação pessoa-pessoa
Atenção: culposo, apenas se previsto. Caso contrário, tentativa do principal.
Ex:
Jogo a pedra em um vidro, mas atinjo uma pessoa. 
Respondo por homicídio ou lesão culposos
Jogo a pedra em uma pessoa, mas atinjo um vidro
Respondo por tentativa de homicídio ou de lesão
Resultado duplo: atinjo os dois
Respondo pelo resultado querido a título de dolo, não querido a título de culpa, por concurso formal.
Dolo geral, erro sucessivo, erro sobre o nexo causal: 
- Divergência entre os meios e modos que o agente pretendia consumar o crime.
- A pessoa realiza uma conduta, e pensando que alcançou o resultado, realiza outra conduta.
Ex: 
A dá um tiro em B. Imaginando que B

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