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TUTORIA 5 - UC 8 Karolina Cabral Machado - P3 2020.2 fonte: Cap. 59,60 - Guyton Cap. 35 - Farmacologia Penildon Cap.20 - Cem bilhões de neurônios Cap. 27 - Machado Pág.168/199 - DSM 5 Cap.7 - Compêndio de psiquiatria https://www.scielo.br/pdf/rpc/v30n6/a05v30n6.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832008000200003 TEMA: SISTEMA LÍMBICO E SUAS DESORDENS. Termos desconhecidos: 1. Irascível →Que se irrita com facilidade, mudança de humor brusca. 2. DSM-5 → Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Descreve os transtornos bipolares com diagnósticos diferenciais e classifica as doenças. 3. Esquizofrenia → A esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao tratamento e cursos da doença variáveis. Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. É um dos mais comuns dos transtornos mentais graves, mas sua natureza essencial ainda não foi esclarecida; portanto, às vezes, ela é referida como uma síndrome. Os sintomas incluem distúrbios associativos do pensamento, especialmente frouxidão, distúrbios afetivos, autismo e ambivalência, teoria dos quatro As. Pacientes com o transtorno mostraram diminuição no tamanho de regiões, incluindo a amígdala, o hipocampo e o giro para-hipocampal. O hipocampo não apenas é menor em tamanho na esquizofrenia como também é funcionalmente anormal, como indicado por distúrbios na transmissão de glutamato. Hipóteses: 1. Grandes perdas financeiras ou emocionais são fatores desencadeantes para quadros de transtornos psiquiátricos. 2. Hipertensão, tabagismo e obesidade são fatores de risco para transtornos psiquiátricos. Mais do que uma relação unidirecional, tabagismo e depressão podem influenciar-se reciprocamente. Por exemplo, alguns fumantes deprimidos podem fumar para aliviar seus sentimentos negativos e, por conseguinte, uma vez que a nicotina tem esse efeito desejado, o tabagismo para esses indivíduos é reforçado positivamente. Contudo, sob a cessação do consumo, fumantes com histórico depressivo podem ter aumentado seu risco de desenvolver novo episódio depressivo, o que pode aumentar sua predisposição às recaídas. A administração de nicotina parece melhorar alguns comprometimentos cognitivos e o parkinsonismo na esquizofrenia, possivelmente devido à ativação dependente de nicotina de neurônios de dopamina nicotino-dependentes. Estudos recentes também demonstraram que a nicotina pode diminuir sintomas positivos, como alucinações, em https://www.scielo.br/pdf/rpc/v30n6/a05v30n6.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832008000200003 pacientes com esquizofrenia por seu efeito sobre os receptores de nicotina no cérebro que reduzem a percepção de estímulos externos, sobretudo ruídos. Nesse sentido, o tabagismo é uma forma de automedicação. É importante entender que a depressão e a ansiedade são transtornos que compartilham com a obesidade os processos de adoecimento das doenças crônicas não transmissíveis, em especial as cardiovasculares e o diabetes mellitus, o que aumenta o risco de morte prematura. Seus mecanismos envolvem a desregulação do eixo neuroendócrino-imunológico, incluindo o sistema nervoso autônomo e o eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal, ou seja, no nível central envolvem hipocampo, córtex pré-frontal, amígdala e o tronco cerebral. Assim sendo, podemos entender que mecanismos fisiopatológicos subjacentes a estes processos de adoecimento são biopsicossociais por definição, onde estresse, experiências traumáticas, hábitos de vida, estados emocionais, padrões vinculares de relacionamento e as representações culturais interagem com cargas genéticas, processos inflamatórios, levando a desregulação de sistemas neuroimunoendócrinos. 3. A instabilidade emocional é caracterizada por mudanças abruptas de emoções de maneira inconsciente. 4. A mudança de humor pode ser uma consequência da instabilidade emocional. 5. Fluoxetina é um antidepressivo. 6. Os medicamentos antidepressivos podem agravar o quadro patológico no início do tratamento. 7. A instabilidade emocional intensifica vícios como alcoolismo e tabagismo. 8. O abuso de álcool agrava quadros psiquiátricos, visto que o álcool é um depressor do SNC. 9. Os transtornos psiquiátricos podem apresentar momentos eufóricos com atitudes que pioram o quadro. 10. Ações exageradas de consumo podem funcionar como mecanismo de compensação para quadros de depressão. 11. O transtorno bipolar é quadro clínico com sintomas semelhantes aos sintomas apresentados na depressão e esquizofrenia. O transtorno bipolar e transtornos relacionados são separados dos transtornos depressivos no DSM-5 e colocados entre os capítulos sobre transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos e transtornos depressivos em virtude do reconhecimento de seu lugar como uma ponte entre as duas classes diagnósticas em termos de sintomatologia, história familiar e genética. 12. O transtorno bipolar é um quadro que não tem relação com a esquizofrenia. 13. O transtorno bipolar é um quadro que se caracteriza por sintomas da depressão e da hipomania. 14. Instabilidade emocional → Hipomania → Depressão 15. A euforia é um estágio da hipomania. 16. O quadro do paciente não é apenas um quadro depressivo e por isso os antidepressivos não tiveram resposta. 17. Quadros clínicos de depressão não dependem somente de terapêutica farmacológica. Ainda que o tratamento atual enfatize a farmacoterapia e a psicoterapia orientadas ao paciente individual, acontecimentos estressantes da vida também estão associados com aumentos nas taxas de recaída. Portanto, o tratamento deve ser voltado à redução do número e da gravidade dos estressores nas vidas dos pacientes. A terapia familiar é indicada se o transtorno ameaçar o casamento do paciente ou o funcionamento da família, ou se for promovido ou mantido pela situação familiar. A terapia examina o papel do membro com a perturbação do humor no bem-estar psicológico geral de toda a família; também examina o papel da família na manutenção dos sintomas do paciente. 18. O mecanismo de ação do antidepressivo prescrito não era adequado à fisiopatologia da doença apresentada pelo paciente. 19. Ações suicidas geralmente estão associadas aos episódios de depressão dentro do quadro de transtorno bipolar. 20. Lítio é um estabilizador de humor e atua nos canais de cátions. Objetivos: 1. Entender a fisiologia do sistema límbico; ● Sistemas de ativação e inibição do cérebro: Os sinais neurais no tronco cerebral ativam os hemisférios cerebrais por duas formas: (1) por estimular diretamente o nível basal da atividade neuronal, em grandes áreas do cérebro; e (2) por ativar sistemas neuro hormonais que liberam neurotransmissores específicos, facilitadores ou inibidores, semelhantes a hormônios, em áreas selecionadas do cérebro. ● Excitação: A componente motriz central desse sistema é a área excitatória, situada na substância reticular da ponte e do mesencéfalo. Essa área é também referida como área facilitadora bulborreticular. É a mesma área reticulardo tronco cerebral que transmite sinais facilitatórios descendentes para a medula espinal, com a finalidade de manter o tônus dos músculos antigravitários e controlar os níveis de atividade dos reflexos medulares. Essa área também envia profusão de sinais na direção ascendente. A maioria desses sinais vai primeiro para o tálamo, onde eles excitam grupamento distinto de neurônios que transmitem sinais nervosos para todas as regiões do córtex cerebral, bem como para múltiplas áreas subcorticais. Os sinais que passam pelo tálamo são de dois tipos. Um tipo são os potenciais de ação transmitidos rapidamente que excitam o prosencéfalo por apenas alguns milissegundos. São originados de corpos neuronais grandes, situados por toda a área reticular do tronco cerebral e libera neurotransmissor acetilcolina que serve como agente excitatório, durando por apenas alguns milissegundos. O segundo tipo de sinal excitatório se origina de grande número de pequenos neurônios, disseminados por toda área reticular excitatória do tronco cerebral. Se dirigem para o tálamo mas, dessa vez, por fibras delgadas de condução lenta, que fazem sinapse, principalmente no núcleo intralaminar do tálamo e no núcleo reticular sobre a superfície do tálamo. Daí seguem fibras se projetam para todo o córtex cerebral. O efeito excitatório, causado por esse sistema de fibras, pode se prolongar, progressivamente, por diversos segundos a minutos ou mais. O nível de atividade da área excitatória no tronco cerebral e, consequentemente, o nível de atividade em todo o encéfalo, são determinados, em grande parte, pelo número e pelo tipo de sinais sensoriais, vindos da periferia. Sinais de dor, em particular, aumentam a atividade nessa área excitatória e, por conseguinte, excitam intensamente o cérebro para a atenção. O efeito de se seccionar o tronco cerebral, acima do ponto de entrada do quinto nervo craniano na ponte. Esses são os nervos mais altos que entram no encéfalo. Quando todos esses sinais sensoriais são perdidos, o nível de atividade na área excitatória cerebral diminui de modo abrupto e o cérebro passa, instantaneamente, para estado de atividade muito reduzida, que se aproxima do estado de coma permanente. Entretanto, quando o tronco cerebral é seccionado, abaixo do quinto nervo, que leva muitos sinais sensoriais das regiões facial e oral, o coma é evitado. Não apenas sinais excitatórios se dirigem para o córtex cerebral da área excitatória bulborreticular do tronco cerebral. Mas sinais são enviados pelo córtex para a área excitatória do tronco cerebral, que, por sua vez, manda ainda mais sinais excitatórios para o córtex. Esse processo ajuda a manter o nível de excitabilidade do córtex cerebral ou até a aumentá-lo. Existe mecanismo geral de feedback positivo, permitindo a qualquer atividade que se inicie no córtex cerebral gerar ainda mais atividade, levando então ao estado de mente “acordada”. Quase toda área do córtex cerebral se conecta com sua área muito específica, no tálamo. Portanto, a estimulação elétrica de ponto específico no tálamo em geral ativa sua própria região específica no córtex. O tálamo excitando o córtex e o córtex excitando o tálamo, por meio das fibras de retorno. ● Inibição: A área reticular inibitória, situada medial e ventralmente no bulbo. Essa área pode inibir a área reticular facilitadora da parte superior do tronco cerebral e consequentemente também diminuir a atividade nas porções prosencefálicas. Um dos mecanismos para essa atividade consiste em excitar neurônios serotoninérgicos; estes, por sua vez, liberam o neurotransmissor serotonina em pontos cruciais do cérebro. ● Sistemas neuro-hormonais do cérebro humano: 1. O locus ceruleus e o sistema da norepinefrina. O locus ceruleus é a pequena área situada bilateral e posteriormente na junção entre a ponte e o mesencéfalo. Fibras nervosas dessa área se espalham por todo o encéfalo. A norepinefrina, em geral, excita o cérebro para aumentar sua atividade. Entretanto, ela tem efeito inibitório em algumas áreas cerebrais, por causa de receptores inibitórios em certas sinapses neuronais. 2. Substância negra e sistema dopaminérgico. Ela se localiza anteriormente na parte superior do mesencéfalo, e seus neurônios se projetam em sua maioria para o núcleo caudado e para o putâmen do prosencéfalo, onde liberam dopamina. Outros neurônios, situados nas regiões adjacentes, também secretam dopamina, mas enviam suas projeções para áreas mais ventrais do encéfalo, em especial para o hipotálamo e para o sistema límbico. Acredita-se que a dopamina atue como transmissor inibitório nos gânglios da base, mas em algumas regiões ela é, possivelmente, excitatória. 3. Os núcleos da rafe e o sistema serotoninérgico. Na linha média da ponte e do bulbo, existem diversos núcleos estreitos, chamados núcleos da rafe. Muitos dos neurônios, nesses núcleos, liberam serotonina. Eles enviam fibras para o diencéfalo e algumas fibras para o córtex cerebral; ainda, outras fibras descem para a medula espinal. A serotonina, liberada nas terminações nervosas da medula, tem a capacidade de suprimir a dor. A serotonina liberada no diencéfalo e no prosencéfalo quase certamente desempenha papel inibitório essencial para a indução do sono normal. 4. Os neurônios gigantocelulares da área reticular excitatória e o sistema colinérgico. As fibras dessas grandes células se dividem imediatamente em dois ramos, um que se dirige para cima, para níveis superiores do cérebro, e outra que se dirige para baixo, pelos tratos reticuloespinais, para a medula espinal. A substância neuro-hormonal liberada em suas extremidades é a acetilcolina. Na maioria dos locais, a acetilcolina funciona como neurotransmissor excitatório. A ativação desses neurônios colinérgicos promove um sistema nervoso abruptamente desperto e excitado. ● Sistema límbico: Situado no meio de todas essas estruturas, fica o extremamente pequeno hipotálamo, que, do ponto de vista fisiológico, é um dos elementos centrais do sistema límbico. Ao seu redor, outras estruturas subcorticais do sistema límbico, incluindo a área septal, a área paraolfatória, o núcleo anterior do tálamo, partes dos gânglios da base, o hipocampo e a amígdala. E, ao redor das áreas límbicas subcorticais, fica o córtex límbico, composto por anel de córtex cerebral, em cada um dos hemisférios cerebrais, (1) começando na área orbitofrontal, na superfície ventral do lobo frontal; (2) se estendendo-se para cima para o giro subcaloso; (3) então, de cima do corpo caloso para a região medial do hemisfério cerebral, para o giro cingulado e, por fim; e (4) passando por trás do corpo caloso e para baixo, pela superfície ventromedial do lobo temporal para o giro para-hipocampal e para o unco. Nas superfícies medial e ventral de cada hemisfério cerebral existe anel principalmente de paleocórtex, que envolve o grupo de estruturas profundas intimamente associadas ao comportamento geral eàs emoções. Por sua vez, esse anel de córtex límbico funciona como via de mão dupla de comunicação e de associação entre o neocórtex e as estruturas límbicas inferiores. Muitas das funções comportamentais, promovidas pelo hipotálamo e por outras estruturas límbicas, são também mediadas pelos núcleos reticulares do tronco cerebral e por seus núcleos associados. O hipotálamo e suas estruturas intimamente conectadas emitem sinais em três direções: (1) para o tronco cerebral, principalmente para as áreas reticulares do mesencéfalo, ponte e bulbo e dessas áreas para os nervos periféricos do sistema nervoso autônomo; (2) ascendente, em direção a muitas áreas superiores do diencéfalo e prosencéfalo, especialmente para a parte anterior do tálamo e porções límbicas do córtex cerebral; e (3) para o infundíbulo hipotalâmico, a fim de controlar, total ou parcialmente, a maioria das funções secretórias tanto da hipófise anterior e posterior. O hipotálamo controla a maioria das funções vegetativas e endócrinas do corpo, bem como muitos aspectos do comportamento emocional. ● Controle das funções vegetativas: - Regulação cardiovascular: A estimulação das regiões posterior e lateral do hipotálamo aumenta a PA e FC, enquanto a estimulação da área pré-óptica, em geral, tem efeitos opostos, causando diminuição tanto na FC como da PA. Esses efeitos são transmitidos principalmente pelos centros específicos de controle cardiovascular, nas regiões reticulares da ponte e do bulbo. - Regulação de temperatura: A porção anterior do hipotálamo, especialmente a área pré-óptica, está relacionada à regulação da temperatura corporal. Aumento da temperatura do sangue, que flui por essa área, eleva a atividade dos neurônios sensíveis à temperatura, enquanto o decréscimo da temperatura diminui sua atividade. - Regulação de água corporal: O hipotálamo regula a água corporal por duas maneiras: (1) por criar a sensação de sede, o que faz o animal ou pessoa beber água; e (2) pelo controle da excreção de água, na urina. A área, chamada centro da sede, está localizada na região lateral do hipotálamo. Quando os eletrólitos do líquido, tanto nesse centro como em áreas próximas, tornam-se muito concentrados, o animal desenvolve desejo intenso de beber água; ele procurará a fonte mais próxima de água e beberá o suficiente para retornar ao normal a concentração de eletrólitos no centro da sede. O controle da excreção renal de água é realizado principalmente no núcleo supraóptico. Quando os líquidos corporais ficam muito concentrados, os neurônios dessas áreas são estimulados. Fibras nervosas desses neurônios se projetam para baixo, pelo infundíbulo do hipotálamo para a hipófise posterior, onde as terminações nervosas secretam o hormônio antidiurético (também chamado vasopressina). Esse hormônio é então lançado na circulação e transportado para os rins, onde age nos ductos coletores dos rins para aumentar a reabsorção de água. Isto diminui a perda de água na urina, mas permite a excreção contínua de eletrólitos. - Regulação da contratilidade uterina e ejeção do leite: A estimulação dos núcleos paraventriculares causa aumento da secreção do hormônio ocitocina por suas células neuronais. Por sua vez, a secreção desse hormônio causa aumento da contratilidade do útero, bem como a contração das células mioepiteliais circunjacentes aos alvéolos das mamas, o que, então, leva os alvéolos a esvaziar seu leite pelos mamilos. Toda vez que o bebê sugar a mama da mãe, sinal reflexo do mamilo para o hipotálamo anterior, também causará a liberação de ocitocina, e ela agora realiza a função necessária de contrair os dúctulos da mama, expelindo o leite pelos mamilos. - Regulação gastrointestinal: A área associada à fome é a área hipotalâmica lateral. Dessa forma, qualquer dano a essa área em ambos os lados no hipotálamo leva o animal a perder o desejo pelo alimento. O centro que se opõe ao desejo por comida, chamado centro da saciedade, está localizado no núcleo ventromedial. Se essa área for destruída bilateralmente, o animal não poderá ser saciado; ao contrário, seu centro de fome hipotalâmico ficará hiperativo, com apetite voraz, o que resultará em grande obesidade. O núcleo arqueado do hipotálamo conduzem a um aumento ou a uma diminuição do apetite. Outra área do hipotálamo que entra no controle geral da atividade gastrointestinal são os corpos mamilares, que controlam, pelo menos parcialmente, os padrões de muitos reflexos da alimentação, como o ato de lamber os lábios e a deglutição. - Secreção de Hormônios Endócrinos pela Hipófise Anterior: A hipófise anterior recebe seu suprimento sanguíneo, em sua maior parte, pelo sangue que flui primeiro através da parte inferior do hipotálamo e, então, por meio dos sinusoides da hipófise anterior. À medida que o sangue passa pelo hipotálamo, antes de alcançar a hipófise anterior, hormônios específicos de liberação e inibitórios são secretados no sangue por diversos núcleos hipotalâmicos. Esses hormônios são, então, transportados pelo sangue, para a hipófise anterior, onde agem nas células glandulares para controlar a liberação dos hormônios específicos da hipófise anterior. ● Controle das funções emocionais/comportamentais: - Estímulo da região lateral do hipotálamo aumenta o nível geral de atividade do animal, algumas vezes levando à raiva e à luta. - O desejo sexual pode ser estimulado em diversas áreas do hipotálamo, especialmente nas porções mais anterior e mais posterior do hipotálamo. - A estimulação de zona estreita dos núcleos periventriculares localizados imediatamente adjacentes ao terceiro ventrículo levando a sensação de medo e punição. - A estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes causa sensação de saciedade e tranquilidade. ● Função de recompensa: Se as áreas de recompensa são acionadas, o animal tende a repetir a ação com o intuito de reacionar a mesma área. Os principais centros de recompensa foram localizados ao longo do curso do fascículo prosencefálico medial, especialmente nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo. É estranho que o núcleo lateral deva ser incluído nas áreas de recompensa porque estímulos fortes nessa área podem causar raiva. Entretanto, esse fenômeno tem lugar em muitas áreas, cujos estímulos fracos dão a sensação de recompensa, e estímulos fortes, a sensação de punição. O "centro de recompensa" está relacionado, principalmente, ao feixe prosencefálico medial – nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo –, havendo conexões com o septo, a amígdala, algumas áreas do tálamo e os gânglios da base. Centros secundários de recompensa são encontrados na área septal, na amígdala, em certas áreas do tálamo e nos gânglios da base, e estendem-se para baixo pelo tegmento basal do mesencéfalo. O sistema de recompensa premia com a sensação de prazer os comportamentos importantes para a sobrevivência, mas é também ativado por situações cotidianas que causam alegria. A dopaminaparece ser fundamental na mediação dos efeitos de recompensa. Neurônios dopaminérgicos projetam-se da área tegmentar ventral do mesencéfalo para muitas áreas do encéfalo através do feixe prosencefálico medial. Além disso, drogas que causam dependência química aumentam a eficácia da dopamina e provocam sua liberação no núcleo acumbens, demonstrando o papel desse neurotransmissor nos mecanismos de recompensa e/ou prazer. O prazer sentido após o uso de drogas de abuso, como heroína e crack, deve-se à estimulação do sistema dopaminérgico mesolímbico em especial e o núcleo accumbens. A dependência ocorre pela estimulação exagerada dos neurônios deste sistema, o que resulta em gradual diminuição da sensibilidade dos receptores e redução de seu número. Quando os centros de recompensa são estimulados, os animais passam a ter ações de docilidade e placidez. ● Função de punição: A estimulação nessas áreas faz com que o animal mostre todos os sinais de desprazer, medo, terror, dor, punição e até mesmo doença. As áreas mais potentes para as tendências de punição e fuga foram encontradas na substância cinzenta circundando o aqueduto de Sylvius, no mesencéfalo, e se estendendo para cima, para as zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo. Áreas de punição menos potentes foram encontradas em algumas localizações da amígdala e do hipocampo. A estimulação dos centros de punição pode, muitas vezes, inibir por completo os centros de recompensa e prazer. A estimulação forte dos centros de punição do cérebro, especialmente na zona periventricular e na região lateral do hipotálamo, faz o animal (1) desenvolver postura defensiva; (2) estender as garras; (3) levantar sua cauda; (4) sibilar; (5) cuspir; (6) rosnar; e (7) desenvolver piloereção, olhos arregalados e pupilas dilatadas. No animal normal, o fenômeno de raiva é freado principalmente por sinais inibitórios dos núcleos ventromediais do hipotálamo. Além disso, porções dos hipocampos e do córtex límbico anterior, especialmente nos giros cingulados anteriores e giros subcalosos, ajudam a suprimir o fenômeno de raiva. Se o estímulo de fato causar recompensa ou punição, em vez de indiferença, a resposta do córtex cerebral ficará cada vez mais intensa durante estimulação repetida em vez de desaparecer, e diz-se que a resposta é reforçada. O animal acumula fortes traços de memória para sensações que são recompensadoras ou punitivas, mas por outro lado desenvolve habituação completa a estímulos sensoriais indiferentes. obs.:A administração de tranquilizante, tal como clorpromazina, em geral inibe tanto os centros de recompensa quanto os de punição; dessa forma, diminuem a reatividade afetiva do animal. Portanto, presume-se que os tranquilizantes funcionem nos estados psicóticos pela supressão de muitas das áreas comportamentais importantes do hipotálamo. ● Hipocampo: O hipocampo tem numerosas conexões, mas principalmente indiretas com a maioria das porções do córtex cerebral, bem como com estruturas basais do sistema límbico — a amígdala, o hipotálamo, a área septal e os corpos mamilares. Portanto, o hipocampo é um canal adicional pelo qual sinais sensoriais que chegam possam iniciar reações comportamentais para diferentes propósitos. Como em outras estruturas límbicas, a estimulação de diferentes áreas do hipocampo pode levar a diferentes padrões comportamentais, como prazer, raiva, passividade ou excesso de desejo sexual. Em pessoas que o hipocampo foi removido só conseguiam lembrar, de forma satisfatória, a maioria de suas memórias aprendidas ocorridas previamente. Elas são capazes de memorizar a curto prazo, por segundos até 1 ou 2 minutos, embora sua habilidade de estabelecer memórias que durem mais do que alguns minutos esteja de modo completo ou quase completamente perdida. Esse fenômeno, chamado amnésia anterógrada. Se o hipocampo sinaliza que a informação que chega é importante, essa informação provavelmente será armazenada na memória. Assim, a pessoa ficará rapidamente habituada aos estímulos indiferentes, mas vai aprender com atenção qualquer experiência sensorial que cause prazer ou dor. O hipocampo transmite sinais que parecem fazer com que a mente repita a nova informação, até que o armazenamento permanente esteja completo. ● Amígdala: É um complexo de múltiplos pequenos núcleos localizados imediatamente abaixo do córtex cerebral do polo medial anterior de cada lobo temporal. Ela tem conexões bilaterais abundantes com o hipotálamo. No ser humano, outra porção da amígdala, o núcleo basolateral, desenvolveu-se muito mais do que a porção olfativa e desempenha papéis importantes em diversas atividades comportamentais. Os núcleos da amígdala se dispõem em três grupos, corticomedial, basolateral e central. O grupo corticomedial recebe conexões olfatórias e parece estar envolvido com os comportamentos sexuais. O grupo basolateral recebe a maioria das conexões aferentes da amígdala e o central dá origem às conexões eferentes. A amígdala recebe sinais neuronais de todas as porções do córtex límbico, bem como do neocórtex dos lobos temporal, parietal e occipital. A amígdala já foi chamada “janela”, pela qual o sistema límbico vê o lugar da pessoa no mundo. Por sua vez, a amígdala transmite sinais (1) de volta para essas mesmas áreas corticais; (2) para o hipocampo; (3) para a área septal; (4) para o tálamo; e (5) especialmente para o hipotálamo. Possui conexões aferentes com todas as áreas de associação secundárias do córtex, trazendo informações sensoriais já processadas, além das informações das áreas supramodais. Recebe, também, aferências de alguns núcleos hipotalâmicos, do núcleo dorsomedial do tálamo, dos núcleos septais e do núcleo do trato solitário. A estimulação da amígdala pode causar quase todos os mesmos efeitos produzidos pela estimulação do hipotálamo. Os efeitos iniciados pela amígdala e, então, finalizados pelo hipotálamo incluem (1) aumento ou diminuição da PA; (2) aumento ou diminuição da FC; (3) aumento ou diminuição na motilidade e secreção gastrointestinais; (4) defecação ou micção; (5) dilatação pupilar ou, raramente, contração; (6) piloereção; e (7) secreção de diversos hormônios da hipófise anterior. A amígdala tem grande diversidade de neurotransmissores, tendo sido demonstrada nela a presença de acetilcolina, GABA, serotonina, noradrenalina, substância P e encefalinas. Além disso, a estimulação de alguns núcleos amigdalóides pode levar a padrões de raiva, fuga, punição, dor grave e medo, similares aos padrões de raiva produzidos pelo hipotálamo. A estimulação de outros núcleos amigdalóides pode promover reações de recompensa e prazer. A excitação ainda de outras porções da amígdala pode causar atividades sexuais que incluem ereção, movimentos copulatórios, ejaculação, ovulação, atividade uterina e parto prematuro. A estimulação dos núcleos do grupo basolateral da amígdala causa reações de medo e fuga. A estimulação dos núcleos do grupo corticomedial causa reação defensiva eagressiva. O comportamento de ataque agressivo pode ser desencadeado com estimulação da amígdala, mas também do hipotálamo. A informação visual (auditiva, se o boi berrar) é levada ao tálamo (corpo geniculado lateral) e daí a áreas visuais primárias e secundárias. A partir desse ponto, a informação segue por dois caminhos, uma via direta e outra indireta. Na via direta, a informação visual é levada e processada na amígdala basolateral, passa à amígdala central, que dispara o alarme, a cargo do sistema simpático. Isto permite uma reação de alarme imediata com manifestações autonômicas e comportamental típicas.Na via indireta, a informação passa ao córtex pré-frontal e depois à amígdala. A via direta é mais rápida e permite resposta imediata ao perigo, é inconsciente e o medo só se toma consciente, ou seja, a pessoa só sente medo quando os impulsos nervosos chegam ao córtex. A via indireta é mais lenta, mas permite que o córtex pré-frontal analise as informações recebidas e seu contexto. As amígdalas parecem ser áreas de conhecimento comportamental que operam em nível semiconsciente. Elas também projetam para o sistema límbico o estado atual da pessoa a respeito de seu ambiente e de seus pensamentos. Acredita-se que a amígdala faz com que a resposta comportamental da pessoa seja adequada para cada ocasião. ANSIEDADE e ESTRESSE: A diferenciação é feita pelo estímulo de medo que está presente no estresse, mas que na ansiedade não possui uma causa aparente. Os neurônios hipotalâmicos, em resposta a estímulos da amígdala, promovem a liberação do hormônio adrenotropicocórtico (ACTH) que, por sua vez, induz a liberação do cortisol pela adrenal. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é regulado pelo hipocampo, que exerce seu efeito inibindo este eixo. A exposição crônica ao cortisol pode levar à disfunção e à morte dos neurônios hipocampais. Assim, a degeneração do hipocampo torna a resposta ao estresse mais acentuada, levando a maior liberação de cortisol e maior lesão do hipocampo. A resposta ao estresse tem sido relacionada tanto à hiperatividade da amígdala como à redução da atividade do hipocampo. Na ansiedade e no estresse, os ajustes fisiológicos extrapolam o âmbito do sistema nervoso autônomo e atingem o sistema endócrino e imunitário. A ativação da divisão simpática, por exemplo, que causa taquicardia, taquipnéia, sudorese, piloereção e outras manifestações, causa também a estimulação da medula da glândula adrenal, cujas células secretam adrenalina e noradrenalina. Ambos são hormônios simpático miméticos (isto é, que mimetizam as ações da divisão simpática do SNA). ● Córtex límbico: A porção menos entendida do sistema límbico é o anel do córtex cerebral, chamado córtex límbico, que fica ao redor das estruturas límbicas subcorticais. Portanto, o córtex límbico efetivamente funciona como área associativa cerebral de controle do comportamento. 2. Explicar os quadros de depressão, transtorno bipolar com base no DSM-5 (quadros clínico e critérios diagnósticos) e pontuar a prevalência dos transtornos psíquicos nos dias atuais (prevalência geral, prevalência da depressão e do transtorno bipolar); ● Transtornos bipolares: - Episódio hipomaníaco: Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. Presença de 3 ou mais sintomas como esses: 1. Autoestima inflada ou grandiosidade; 2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono); 7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas; Um episódio hipomaníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo, mas que persiste em um nível de sinais e sintomas além do efeito fisiológico desse tratamento, é evidência suficiente para um diagnóstico de episódio hipomaníaco. Recomenda-se, porém, cautela para que 1 ou 2 sintomas (principalmente aumento da irritabilidade, nervosismo ou agitação após uso de antidepressivo) não sejam considerados suficientes para o diagnóstico de episódio hipomaníaco nem necessariamente indicativos de uma diátese bipolar. - Episódio Maníaco: Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. Presença dos mesmos sintomas do episódio hipomaníaco. Obs.: Nos episódios hipomaníacos e maníacos há o aumento da atividade dos centros de recompensa (centro do prazer - núcleo accumbens) e do córtex pré-frontal ventromedial (responsável pela impulsividade). Além de diminuir a ação do sistema de controle, relacionado ao córtex pré-frontal lateral e ao estriado ventral, importantes para julgar riscos. - Episódio Depressivo Maior: Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social. Sintomas comuns: 1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo; 2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias; 3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias; 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias; 9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o preenchimento dos critérios para um episódio maníaco. O episódio maníaco pode ter sido antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores. Os critérios para transtorno bipolar tipo I representam o entendimento moderno do transtorno maníaco-depressivo clássico, ou psicose afetiva, descrito no século XIX. Diferem da descrição clássica somente no que se refere ao fato de não haver exigência de psicose ou de experiência na vida de um episódio depressivo maior. A característica essencial de um episódio maníaco é um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento persistente da atividade ou da energia, com duração de pelo menos uma semana e presente na maior parte do dia. O humor, em um episódio maníaco, costuma ser descrito como eufórico, excessivamente alegre, elevado ou “sentindo-se no topo do mundo”. Mudanças rápidas no humor durante períodos breves de tempo podem ocorrer, sendo referidas como labilidade. Durante o episódio maníaco, a pessoa pode se envolver em vários projetos novosao mesmo tempo. Delírios de grandeza (p. ex., de ter um relacionamento especial com uma pessoa famosa) são comuns. Uma das características mais comuns é a redução da necessidade de sono. Quando o distúrbio do sono é grave, o indivíduo pode ficar sem dormir durante dias e não ter cansaço. Frequentemente, a redução da necessidade de sono anuncia o início de um episódio maníaco. A fala pode ser rápida, pressionada, alta e difícil de interromper, caracteriza-se por piadas, trocadilhos, bobagens divertidas e teatralidade, com maneirismos dramáticos, canto e gestos excessivos. Durante um episódio maníaco, é comum os indivíduos não perceberem que estão doentes ou necessitando de tratamento, resistindo, com veemência, às tentativas de tratamento. Podem mudar a forma de se vestir, a maquiagem ou a aparência pessoal para um estilo com maior apelo sexual ou extravagante. Alguns percebem maior acurácia olfativa, auditiva ou visual. A prevalência em 12 meses estimada nos Estados Unidos foi de 0,6% para transtorno bipolar tipo I, como definido no DSM-IV. A prevalência em 12 meses do transtorno em 11 países variou de 0,0 a 0,6%. O transtorno bipolar tipo II, que requer um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco durante o curso da vida, não é mais considerado uma condição “mais leve” que o transtorno bipolar tipo I, em grande parte em razão da quantidade de tempo que pessoas com essa condição passam em depressão e pelo fato de a instabilidade do humor vivenciada ser tipicamente acompanhada de prejuízo grave no funcionamento profissional e social. Para diagnosticar transtorno bipolar tipo II, é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio hipomaníaco atual ou anterior e os critérios a seguir para um episódio depressivo maior atual ou anterior. A. Foram atendidos os critérios para pelo menos um episódio hipomaníaco; B. Jamais houve um episódio maníaco; A prevalência em 12 meses do transtorno bipolar tipo II, internacionalmente, é de 0,3%. Nos Estados Unidos, a prevalência em 12 meses é de 0,8%. ● Depressão: Os transtornos depressivos incluem transtorno disruptivo da desregulação do humor, transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior), transtorno depressivo persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido a outra condição médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado. A característica comum desses transtornos é a presença de humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo. O que difere entre eles são os aspectos de duração, momento ou etiologia presumida. O transtorno depressivo maior representa a condição clássica desse grupo de transtornos. Ele é caracterizado por episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração (embora a maioria dos episódios dure um tempo consideravelmente maior) experimentando pelo menos quatro sintomas de uma lista que inclui alterações no apetite e peso, alterações no sono e na atividade, falta de energia, sentimentos de culpa, problemas para pensar e tomar decisões, pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas (por exemplo anormalidade na menstruação e diminuição do interesse e do desempenho nas atividades sexuais). Obs.: Na crise de depressão cai a ação do sistema de recompensa, diminuindo a atividade da amígdala (responsável pela resposta a estímulos emocionais). O sistema de controle fica mais ativo, apurando o senso crítico e o medo. Além do aumento dos níveis de cortisol. 3. Elucidar o mecanismo de ação dos antidepressivos (fluoxetina e dos sais de lítio); Os antidepressivos são medicamentos capazes de alterar o humor através da maior disponibilidade de neurotransmissores como noradrenalina, serotonina, dopamina, entre outros. 3.1- Antidepressivos tricíclicos (ADT): Os antidepressivos tricíclicos não seletivos (ADT) inibem a captação das aminas biogênicas (catecolaminas e indolaminas) na fenda sináptica a nível cerebral. Essa inibição de recaptação aumenta a concentração desses neurotransmissores com seus receptores, aumentando, assim, a atividade do circuito neuronal. Os ADT por serem não seletivos possuem toxicidade muito mais elevada e podem causar morte em doses muito altas. Os ADT geram a diminuição do número de receptores pré-sinápticos (alfa2) e dos pós-sinápticos (beta-adrenérgicos). Esse fenômeno é chamado de dessensibilização ou infra-regulação. É devido a esse mecanismo que os antidepressivos precisam de pelo menos 1 semana para começarem a surtir efeito na clínica do paciente. 3.2-Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS); Essa classe de medicamentos surgir por volta de 1988, a fluoxetina é um desses exemplos e possui cerca de 15h de meia-vida. Esses antidepressivos são inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) pois agem exclusivamente bloqueando a recaptação serotoninérgica nos receptores 5-HT1, 5-HT2 e 5-HT3 aumentando a concentração de serotonina na fenda sináptica. Os estados tóxicos estão relacionados com ação estimulante desses fármacos no receptor 5-TH3, que ocasionam vômitos, dispepsias, náuseas e diarreia. Outros sintomas como agitação, insônia pode acontecer devido à ligação ao receptor 5-TH2. Mas os efeitos tóxicos são mais raros de acontecer. 3.3-Inibidores da recaptação serotonina-noradrenalina (IRSN); Os IRSN são potentes inibidores dos receptores de serotonina e da noradrenalina promovendo a recaptação desses neurotransmissores. Enquanto é fraco inibidor para o receptor de dopamina. Promove alta dessensibilização significativa dos receptores beta-adrenérgicos. 3.4-Inibidores não seletivos de receptação de monoaminas (IMAO); Os IMAO atuam bioquimicamente como inibidores da enzima monoamina oxidase (MAO). Essa enzima inibe os neurotransmissores (dopamina, noradrenalina e serotonina) através da desaminação dos terminais pré-sinápticos e dos corpos celulares, regulando a concentração citoplasmática livre dentro do neurônio. A inibição da MAO altera as funções cerebrais e comportamentos mediados pelas aminas biogênicas (catecolaminas). Existem dois tipos de MAO: a MAO-A e MAO-B presentes no SNC. A redução da enzima gera redução da desaminação oxidativa e consequente acúmulos das catecolaminas nas células. Os IMAO podem ser do tipo reversível, os quais possuem menos efeitos adversos e toxicidade, visto que a inibição da MAO é reversível. Todavia, os IMAO do tipo irreversível possuem mais efeitos adversos e efeitos tóxicos como: insônia, irritabilidade, agitação, conversão de depressão em hipomania ou mania devido à ação estimulante desses medicamentos, além de boca seca, constipação, retenção urinária e impotência devido aos efeitos bloqueadores das vias anticolinérgicas (responsável pela ação parassimpática do SNA). 3.5- Sais de lítio: Carbonatode lítio: É considerado o protótipo do “estabilizador do humor”. Contudo, visto que o início de sua ação antimaníaca é lento, ele geralmente é suplementado nas fases iniciais do tratamento por antipsicóticos atípicos, anticonvulsivantes estabilizadores do humor ou benzodiazepínicos de alta potência. Os níveis terapêuticos do lítio estão entre 0,6 e 1,2 mEq/L. Necessita de exames laboratoriais constantes para evitar superdosagem de lítio que pode gerar intoxicação. Age diminuindo os segundos mensageiros, proteína G e transportadores do inositol.
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