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A Industrialização e a Integração do Território Brasileiro

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Em meados do século XIX, difundiu-se o 
capitalismo industrial na Europa 
Ocidental, nos EUA, no Japão e em 
outros países do mundo, como o Brasil, 
que, recém-independente, 
politicamente frágil e com economia 
de baixo nível técnico, assumiu posição 
de periferia. 
A expansão do capitalismo no mundo 
fez disparar a produção e a 
exportação do café brasileiro. O 
crescimento da economia 
agroexportadora impulsionou a 
indústria nas últimas décadas do século 
XIX e no início do século XX, embora a 
exportação do café continuasse como 
base da economia nacional. Nesse 
período, teve início nos países centrais 
a Segunda Revolução Industrial, 
enquanto o Brasil não dispunha de 
capital suficiente para intensificar o 
processo de industrialização. 
Em 1929, uma crise mundial fez avançar 
a industrialização brasileira, com a 
criação de indústrias para fabricar 
produtos antes importados, 
impulsionada pelo aumento da 
demanda interna e pelas políticas 
governamentais (financiamentos, 
taxações sobre produtos importados, 
protecionismo). A atividade industrial 
ultrapassou o setor agroexportador, em 
baixa por causa da diminuição da 
demanda mundial de café. 
A partir da década de 1930, o Estado 
brasileiro adotou políticas 
desenvolvimentistas para promover a 
industrialização. Entre elas, a obtenção 
de financiamento estadunidense para 
a criação da indústria siderúrgica (em 
Volta Redonda) ocasionou a chegada 
da Segunda Revolução Industrial ao 
Brasil, com algumas décadas de atraso. 
Na década de 1940, em plena 
Segunda Guerra Mundial, o Brasil 
apresentava uma organização 
fragmentada do espaço, pois havia 
mais ligações com o exterior (onde 
estavam os mercados para as 
matérias- -primas produzidas) do que 
com as áreas próximas, com uma 
deficiente rede de transportes. 
O Brasil pós Segunda Guerra Mundial 
O final da guerra em 1945 e o início da 
Guerra Fria marcaram a 
internacionalização da economia 
brasileira. A hegemonia capitalista 
estadunidense promoveu a articulação 
de uma base aliada formada pela 
Europa Ocidental, Japão e América 
Latina. A criação de instituições como 
o FMI (Fundo Monetário Internacional) e 
o Banco Mundial foi decisiva para o 
Brasil. Os constantes déficits da 
balança comercial, associados às leis 
de redução das remessas de lucros, 
dificultavam a aceleração da 
industrialização. Somente na segunda 
metade dos anos 1950 houve uma 
guinada em relação à obtenção de 
capitais externos. 
O Estado permaneceu presente na 
implantação da infraestrutura 
(transportes, energia, comunicações) e 
na criação e expansão de indústrias de 
base (siderúrgica, petroquímica). 
Apesar disso, a industrialização 
brasileira tornou-se dependente dos 
investimentos das empresas 
multinacionais, sobretudo as indústrias 
de bens duráveis (automobilística, de 
eletrodomésticos, etc.), que passaram 
a dominar o processo de 
industrialização. Depois do golpe militar 
de 1964, fortaleceu-se o elo entre a 
economia brasileira e o capital 
internacional. A abundância de 
créditos no mercado internacional 
garantiu a fase denominada “milagre 
brasileiro” (entre 1967 e 1973), período 
de elevado crescimento econômico e 
forte concentração de renda, que se 
encerrou com a primeira crise do 
petróleo. 
Na década de 1980, a economia 
mundial passou a crescer mais 
lentamente, provocando déficits 
públicos em vários países centrais; o 
neoliberalismo foi adotado nos Estados 
Unidos e no Reino Unido e se expandiu 
para outros países, incluindo o Brasil; o 
mercado financeiro mundializou-se, 
embora continuasse centralizado em 
Nova York, Londres e Tóquio. As 
multinacionais foram e continuam 
sendo favorecidas pela gradual 
abertura dos mercados promovida 
pelo neoliberalismo e pelas inovações 
tecnológicas da Terceira Revolução 
Industrial. A economia brasileira, mais 
internacionalizada, enfrentou 
problemas com sua dívida externa. A 
inserção na economia capitalista 
internacional promoveu mudanças no 
papel desempenhado pelo nosso país 
na DIT: o Brasil diversificou a pauta das 
exportações, incluindo artigos 
manufaturados, e assim ampliou sua 
participação no comércio mundial, 
passando de exportador de matérias-
primas e bens agrícolas − modelo 
agroexportador − para o novo modelo 
urbano-industrial, o que, contudo, não 
melhorou as condições sociais do país.

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