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Digestão e absorção de lipídeos e lipoproteínas - Bases Celulares e Moleculares 2

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BCM Digestão e Absorção de lipídeos e Lipoproteínas 
As áreas do trato digestório que irão digerir lipídios são: 
Boca: lipase lingual 
Estômago: lipase gástrica 
Duodeno: lipase pancreática 
DIGESTAO DUODENAL 
A produção da bile ocorre no fígado e seu armazenamento da vesícula biliar. Já o suco 
pancreático é produzido e secretado pelo pâncreas. 
 
SAIS BILIARES 
Os sais biliares são compostos anfipáticos que atuam como detergentes biológicos, convertendo 
as gorduras da dieta em micelas mistas de sais biliares e triacilgliceróis. 
 
 
Os sais biliares presentes na bile são 
responsáveis pela emulsificação de 
gorduras. As concentrações desses 
sais variam da bile hepática para a da 
vesícula biliar, sendo que esta 
apresenta concentração mais 
elevada de sais biliares. 
A bilirrubina está presente na bile 
para ser excretada. 
A degradação do colesterol leva a formação 
de ácido cólico e ácido quenodesoxicólico. 
Esses ácidos, ligados à glicina e taurina, 
respectivamente, levam a formação de 
ácidos biliares glico e tauroconjugados – 
ácidos biliares primários. 
Havendo digestão, esses ácidos serão 
liberados no duodeno e sofrem 
transformação pelas bactérias da microbiota 
enquanto agem e, assim, passem a ser 
classificados como secundários. 
 
 
 
 
A propriedade dos sais biliares de emulsificar gorduras se deve a seu caráter anfipático. 
ABSORÇÃO 
A formação de micelas aumenta muito a fração das moléculas de lipídeo acessíveis à ação das 
lipases hidrossolúveis no intestino, e a ação das lipases converte os triacilgliceróis em 
monoacilgliceróis (monoglicerídeos) e diacilgliceróis (diglicerídeos), ácidos graxos livres e 
glicerol. 
Uma vez dentro dos enterócitos, os monoacilgliceróis e os ácidos graxos movem-se para o 
retículo endoplasmático liso, onde se recombinam, formando triacilgliceróis. Os triacilgliceróis, 
então, combinam-se com colesterol e proteínas, formando grandes gotas, denominadas 
quilomícrons. Devido ao seu tamanho, os quilomícrons devem ser armazenados em vesículas 
secretoras pelo aparelho de Golgi. Os quilomícrons, então, deixam a célula por exocitose. O 
grande tamanho dos quilomícrons também impede que eles atravessem a membrana basal dos 
capilares. Em vez disso, os quilomícrons são absorvidos pelos capilares linfáticos, os vasos 
linfáticos das vilosidades. Os quilomícrons passam através do sistema linfático e, por fim, entram 
no sangue venoso logo antes que ele se direcione para o lado direito do coração. 
 
 
 
 
 
 
LIPOPROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
Complexos esféricos que contém apolipoproteínas e lipídeos, como triglicerídeos, colesterol, 
fosfolipídeos e éster de colesterol, que tem a função de realizar o transporte de lipídeos através 
da circulação sanguínea. 
 
As apolipoproteínas introduzidas na superfície das lipoproteínas determinam seu destino 
metabólico através de interações com receptores celulares. Também servem como reguladores 
da atividade de enzimas envolvidas no transporte e distribuição de lipídeos. 
A captação celular das lipoproteínas é mediada pela ligação das apolipoproteínas aos receptores 
presentes nas membranas celulares. 
Há enzimas e proteínas que realizam a transferência de lipídeos dessas moléculas: 
Lipoproteínas lipase (LPL): presente na superfície das células endoteliais vasculares. 
Triglicerídeo lipase hepática (HTGL): presente na membrana plasmática do fígado. 
RECEPTORES DE LIPOPROTEÍNAS 
 
O receptor scavenger tipo A, ilustrado aqui, está presente em macrófagos e tem uma estrutura 
tipo colágeno. O receptor scavenger tipo BI participa no metabolismo das partículas de HDL. 
Enquanto o receptor apoB/E tem ligandos bem definidos, os receptores scavenger podem se 
ligar a várias moléculas diferentes. 
 
O receptor de LDL (principal receptor 
de lipoproteína), também conhecido 
como receptor de apoB/E, medeia a 
captação celular de partículas de LDL 
intactas. O receptor scavenger 
internaliza a LDL quimicamente 
modificada (p. ex., oxidada). Ambos 
os tipos de receptor atravessam as 
membranas celulares. A expressão 
do receptor de LDL é regulada pela 
concentração intracelular de 
colesterol, enquanto o receptor 
scavenger permanece não regulado. 
 
 
TRAJETO DO QUILOMÍCRON 
 
A molécula de quilomícron recebe Apo C-II e Apo E da molécula de HDL. 
CLASSIFICAÇÃO 
Lipoproteína Densidade Origem Principal 
componente 
Função 
Quilomícron Menos densa Enterócitos TG Transporte da dieta 
para os tecidos 
(principalmente 
triglicerídeos) 
VLDL Very low density 
lipoprotein 
Hepatócitos TG Transporte do fígado 
para os tecidos 
(principalmente 
triglicerídeos) 
IDL Intermediate 
density 
lipoprotein 
Lipoproteína 
transitória 
TG e 
colesterol 
Após a entrega de 
triglicerídeos para o 
adipócito e miócito, o 
VLDL é convertido em 
IDL 
LDL Low density 
lipoprotein 
Produzida 
pela remoção 
adicional de 
triglicerídeos 
da IDL 
Colesterol Transporta colesterol 
do fígado para os 
tecidos 
HDL High density 
lipoprotein 
Hepatócitos e 
enterócitos 
Proteínas Transporta colesterol 
dos tecidos de volta 
para o fígado 
Quanto maior o diâmetro das lipoproteínas, menor a sua densidade. 
 
 
 
 
LIPOPROTEÍNAS E O TRANSPORTE DE LIPÍDEOS 
 
Os quilomícrons se movem pelo sistema linfático até atingir a corrente sanguínea. Uma 
de suas apolipoproteínas, a apoC-II, ativa a enzima lipase proteica nos capilares dos miócitos, do 
tecido adiposo e da glândula mamária, permitindo a liberação de ácidos graxos (FFA) para esses 
tecidos. Os quilomícrons, portanto, transportam ácidos graxos da dieta para os tecidos onde 
eles serão consumidos ou armazenados como combustível. O que resta dos quilomícrons se 
move para o fígado e é absorvido por endocitose. Lá eles liberam seu colesterol e são 
degradados nos lisossomos. Essa via do colesterol da dieta até o fígado é definida como via 
exógena (setas azuis). 
Quando a dieta contém mais ácidos graxos e colesterol do que a quantidade necessária 
para uso imediato como combustível ou como precursores de outras moléculas, eles são 
convertidos em triacilgliceróis ou ésteres de colesterila no fígado e empacotados com 
apolipoproteínas específicas, formando as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL). O 
excesso de carboidratos na dieta também pode ser convertido em triacilgliceróis no fígado e 
exportado como VLDL. As VLDL são transportadas pelo sangue do fígado para o tecido adiposo. 
Nos capilares desses tecidos, a apoC-II novamente ativa a lipase lipoproteica, que catalisa a 
liberação de ácidos graxo a partir dos trigliceróis das VLDL. Os adipócitos absorvem esses ácidos 
graxos e os convertem novamente em trigliceróis, armazenando-os. Já os miócitos 
primeiramente oxidam esses ácidos graxos para obter energia. A perda de triacilgliceróis 
converte parte da VLDL em remanescentes de VLDL (também chamadas de lipoproteínas de 
densidade intermediária, IDL). 
A remoção adicional de triacilgliceróis da IDL (remanescentes) produz lipoproteínas de 
baixa densidade (LDL). Rica em colesterol e ésteres de colesterila e contendo apoB-100 como 
sua principal apolipoproteína, a LDL transporta colesterol para os tecidos extra-hepáticos, como 
músculo, glândulas suprarrenais e tecido adiposo. Esses tecidos têm receptores na membrana 
plasmática que reconhecem a apoB-100 e controlam a captação de colesterol e ésteres de 
colesterila. A LDL também entrega colesterol para os macrófagos, algumas vezes os convertendo 
As vias do 
metabolismo das 
lipoproteínas 
plasmáticas são: 
Via do transporte 
de combustível – 
via exógena: feita 
pelos quilomícrons 
e VLDL. 
Via do fluxo 
excedente – via 
endógena: via do 
metabolismo do 
LDL. 
Via do transporte 
reverso do 
colesterol. 
 
 
em células espumosas. A LDL não captada pelos tecidos periféricos retornam ao fígado onde são 
captados via receptores de LDL na membrana plasmática dos hepatócitos. O colesterol que entra 
no hepatócitopor essa via pode ser incorporado nas membranas, convertido em ácidos biliares 
ou reesterificados para armazenamento nas gotículas lipídicas citosólicas. Essa via, da formação 
de VLDL no fígado ao retorno de LDL para o fígado é a via endógena (setas vermelhas) do 
metabolismo e transporte do colesterol. 
 A HDL tem origem no fígado e no intestino delgado como pequenas partículas ricas em 
proteína que contêm relativamente pouco colesterol e não contêm ésteres de colesterila. As 
HDL contêm principalmente apoA-I e outras apolipoproteínas. Elas contêm também a enzima 
lecitina-colesterol-aciltransferase (LCAT), que catalisa a formação de ésteres de colesterila a 
partir de lecitina (fosfatidilcolina) e de colesterol. A LCAT na superfície das partículas de HDL 
nascentes (recém- formadas) converte o colesterol e a fosfatidilcolina dos remanescentes do 
quilomícron e da VLDL encontradas na corrente sanguínea em ésteres de colesterila, dando 
início à formação do núcleo da HDL, transformando a HDL nascente em forma de disco em uma 
partícula de HDL madura de forma esférica. A HDL nascente também pode captar colesterol de 
células extra-hepáticas ricas em colesterol (inclusive de macrófagos e de células espumosas 
formadas a partir dele). A HDL madura então retorna ao fígado, onde o colesterol é 
descarregado por meio do receptor SR-BI. Parte dos ésteres de colesterila no HDL também pode 
ser transferida ao LDL pela proteína transportadora de éster de colesterila. O circuito da HDL é 
o transporte reverso do colesterol (setas roxas). A maior parte desse colesterol é convertido em 
sais biliares no fígado e armazenado na vesícula biliar. Quando uma refeição é ingerida, os sais 
biliares são excretados no intestino, onde ele dispersa pedaços macroscópicos de gordura em 
micelas microscópicas que podem ser atacadas pelas lipases. Os sais biliares são reabsorvidos 
pelo fígado e recirculam pela vesícula biliar na circulação êntero-hepática (setas verdes). 
 
TRANSPORTE REVERSO DE COLESTEROL 
 
A HDL é formada no fígado e no intestino como uma partícula discoide. Adquire o colesterol das 
membranas celulares através do transportador ABCA1. A LCAT associada à HDL esterifica o 
colesterol adquirido. Os ésteres de colesterol se movem para dentro da partícula, tornando-a 
esférica (HDL-3). A CETP facilita a troca de apolipoproteínas e ésteres de colesterol entre a HDL 
ABCA1- 
Transportador de 
colesterol 
LCAT- Lecitina 
Colesterol Acil-
transferase 
CETP-Proteína de 
Transferência de 
Ésteres de 
Colesterol 
HTGL-Triglicerídeo 
Lipase Hepática 
 
 
e as lipoproteínas ricas em triglicerídios: este processo insere os ésteres de colesterol na via de 
transporte de combustível e é o principal modo de transporte reverso de colesterol em 
humanos. A HDL-3, que adquire triacilgliceróis durante a troca mediada pela CETP, aumenta 
mais o seu tamanho e se torna a HDL-2. Esta se liga ao receptor scavenger BI na membrana do 
hepatócito e transfere os seus ésteres de colesterol para o fígado. Após a transferência do 
colesterol, o tamanho da partícula de HDL diminui novamente. Parte do material redundante da 
superfície da partícula é liberado, formando partículas ricas em apoA1 e pobres em lipídios, pré-
β-HDL, que retornam ao ciclo de remoção de colesterol. LCAT, lecitina:colesterol aciltransferase; 
CETP, proteína de transferência de ésteres de colesterol; HTGL, triglicerídio lipase hepática. 
LDL E ATEROSCLEROSE 
Quando a soma do colesterol sintetizado e do colesterol obtido na dieta excede a quantidade 
necessária para a síntese de membranas, sais biliares e esteroides, o acúmulo patológico de 
colesterol (placas) pode obstruir os vasos sanguíneos, condição chamada aterosclerose.

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