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Paragominas 2021 ANTÔNIA PEREIRA FARIAS FRANCISCA DAS CHAGAS DE PAULA GLEIDE LUANA SILVA SALES HELENA ALEXANDRE DOS SANTOS VALDIRENE ALMEIDA NASCIMENTO UNIVERSIDADE PAULISTA ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM PERANTE AS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) NA GESTANTE NO TERCEIRO TRIMESTRE. ANTÔNIA PEREIRA FARIAS FRANCISCA DAS CHAGAS DE PAULA GLEIDE LUANA SILVA SALES HELENA ALEXANDRE DOS SANTOS VALDIRENE ALMEIDA NASCIMENTO PROJETO DE PESQUISA: ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM PERANTE AS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) NA GESTANTE NO TERCEIRO TRIMESTRE. Projeto de pesquisa apresentado a Universidade Paulista–UNIP, como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Profª: Msc. Carla Daniela Teixeira Girard. Paragominas 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..........................................................................................4 2. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA.............................................................6 3 OBJETIVO................................................................................................7 3.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................7 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................7 4 JUSTIFICATIVA........................................................................................7 5 HIPOTESES............................................................................................09 6 METODOLOGIA.....................................................................................10 7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................11 7.1 DEFINIÇÃO DA INFECÇÃO TRATO URINÁRIO.........................11 7.2 INFECÇÃO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES......................12 7.3 CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES.....................................................................................................13 7.4 INFECÇÃO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES......................15 8 CRONOGRAMA.....................................................................................17 9 RESULTADOS ESPERADOS................................................................18 REFERÊNCIAS.................................................................................................19 4 1 INTRODUÇÃO Inicialmente podemos definir as infecções do trato urinário, conhecida como (ITU) como a invasão e replicação de bactérias dos canais uretrais até alcançar os rins. A maioria dos episódios acontece devido a propagação da urina por bactérias das fezes. Observa-se que o sexo feminino demonstra elevada tendência a devolver ITU, por causas das peculiaridades anatômicas devido o comprimento da uretra ser reduzido e a perto do ânus com a vagina e uretra. Ainda que relativamente benignas na mulher não grávida, as infecções urinárias representam uma complicação potencialmente grave durante a gestação, estabelecendo uma causa de morbidade elevada. (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). Filho e Teleni (2018) reafirmam descrevendo que as infecções do trato urinário (ITU’s) ocorrem por meio da colonização, invasão e proliferação de agentes infecciosos em qualquer parte do sistema urinário. Ocorrem em até 15% das gestações, estabelecendo o tipo mais frequente de infecção no ciclo gravídico- puerperal. As infecções urinárias concebem as infecções bacterianas mais frequentes da gravidez. Complicam cerca de 20% das gestações e são responsáveis por 10% dos internamentos durante a gravidez. Embora de relativamente benignas na mulher não grávida, as infecções urinárias compõem uma complicação potencialmente grave durante a gravidez, estando associadas a morbimortalidade materna e perinatal significativas. Assim sendo, o diagnóstico precoce e o tratamento a tempo das infecções urinárias sintomáticas (cistite aguda e pielonefrite aguda) e da bacteriúria assintomática na grávida são mandatórios, podendo prevenir complicações graves. (FIGUEIREDO, GOMES, CAMPOS, 2012). Observa-se que de acordo com Gubert (2015), as transformações anatômicas e fisiológicas que ocorrem durante a gestação são responsáveis por predispor as gestantes a terem ITU’s sintomáticas, simulando serem maiores os casos nesse período de vida. Uma maior prevalência de culturas positivas no terceiro trimestre de gestação é observada, ato este que pode estar pertinente a mudanças anatômicas como: pressão exercida pela cabeça fetal sobre a bexiga, com consequente redução da capacidade vesical, variações dos níveis hormonais e aumento dos sintomas urinários irritativos como noctúria e urgência miccional. 5 Santos, Silva e Prado (2017) ainda relatam que as transformações anatômicas e fisiológicas atribuídas pela gravidez sobre o sistema urinário beneficiam a multiplicação e resistência de bactérias na urina. Dentre essas modificações Santos, Silva e Prado (2017) destacam- se: “a dilatação pélvica e hidroureter, ampliação do tamanho renal, aumento da produção de urina, transformação na posição da bexiga que de pélvica passa a abdominal, redução do tônus vesical e relaxamento da musculatura lisa da bexiga e do ureter determinado pela impregnação de progesterona, glicosúria e aminoacidúria”. As ITU's podem ser classificadas como do trato urinário inferior (baixa) ou superior (alta), sendo baixa quando situada na bexiga e uretra, podendo apresentar-se como bacteriúria assintomática (BA), diagnosticada por meio de urocultura de rastreamento no pré-natal, ou como cistite, quando existirem sintomas clínicos associados à positividade na cultura. Uma vez que acometa algum dos rins, apresenta sintomatologia importante e passa a ser considerada uma infecção alta, denominada pielonefrite. (FILHO E TELENI, 2018). Durante a gravidez, Silva, Santos e Prado (2017), relatam que as infecções urinárias mais graves podem ocasionar contrações uterinas, induzindo ao trabalho de parto prematuro, aborto, hipertensão arterial, óbito fetal e até mesmo óbito materno quando a infecção se torna severa e generalizada. Sendo assim, torna-se indispensável o estudo da infecção urinária em gestantes para melhor compreender suas implicações para a gestação e, para realizar o planejamento da assistência de Enfermagem de modo que contribua para a sua prevenção. Para impedir o agravamento dos episódios de infecção urinária é preconizado, pela normatização do pré-natal, o rastreamento da bacteriúria assintomática e o seu tratamento durante a gravidez, como é preconizado pelo Ministério da Saúde, com efetivação de dois exames de urina durante o pré-natal. O enfermeiro necessita de maior conhecimento para conhecer os sintomas clínicos para os problemas reais existentes durante a gravidez e ponderar a importância da prevenção. (SANTOS, 2018). É de elevada relevância que os enfermeiros permaneçam atualizados para diagnosticar as infecções urinárias desenvolvidas pelas gestantes. pelos os motivos citados anteriormente, Sendo essencial o diagnóstico e tratamento precoce, assim como o acompanhamento dos tratamentos junto às grávidas assistidas. O enfermeiro ainda precisa de maior conhecimento dos sinais clínicos para identificação 6 de problemas reais e potenciais durante a gestação e do reconhecimento da importância da prevenção. 2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA Segundo o Ministério da Saúde, em 2012, entre 17% e 20% das gestantes exibiram algum episódio de ITU. As infecções no trato urinário assinalar-se a forma mais comum de infecções bacterianas em gestantes, sendo que a prevalência de bacteriúria assintomática, que pode ser ressaltada desde o início da gestação até o terceirotrimestre, é de até 10%. Isso tem suma importância, pois, se não tratadas adequadamente, podem ocasionar sérios danos tanto para a mãe quanto para o Recém- -Nascido (RN), como redução do crescimento intrauterino, parto prematuro, pneumonia, baixo peso ao nascer, aborto espontâneo e asma na infância, dentre outros (SANTOS 2018). Advindo desta temática abordada acima, a problematização da ITU no ciclo gravídico-puerperal deve-se ao potencial acréscimo de risco de trabalho de parto prematuro (TPP), prematuridade, baixo peso ao nascer, rotura prematura de membranas, corioamnionite, sepse materna e neonatal, anemia, pré-eclâmpsia e insu- ficiência renal, condições que elevam a morbimortalidade do binômio materno-fetal. .(FILHO E TELENI, 2018). O principal responsável por essas infecções é a bactéria Escherichia coli, concebendo cerca de 80% dos casos. As ITU's podem acometer qualquer pessoa, mas, no caso das mulheres, cerca de 40% terão algum episódio em algum momento de suas vidas, inclusive na gestação, e 20% delas serão recorrentes. (SANTOS, 2018). De acordo com Santos (2018), os organismos que ocasionam ITU em grávidas acontecem especialmente do trato genital inferior, com virulência parecida aos das não grávidas. Permanecem, além da própria gestação, fatores de risco que alargam a chance de ocorrer ITU e sua recorrência, tais como história prévia e ou recente de ITU, práticas sexuais específicas, alterações anatômicas e más-formações do trato urinário, bexiga neurogênica, refluxo vesico ureteral, urolitíase, diabetes mellitus, distopias urogenitais, imunossupressão (como uso crônico de corticoides e 7 infecção pelo HIV), imunoglobulinopatias, anemia falciforme, entre outros. Quanto às complicações para o concepto, estudos epidemiológicos caso-controle comprovaram que mulheres com ITU na gestação proporcionam média de partos prematuros e mortalidade fetal 2,4 vezes maior. Assim, o baixo peso ao nascer observados, em muitos estudos, não se daria necessariamente por restrição do crescimento intrauterino, mas sim pela prematuridade mais prevalente. (FILHO E TELENI, 2018). Mediante tal situação podemos indagar quais são os cuidado de enfermagem frente uma gestante com ITU no terceiro trimestre? Quais os fatores que ocasionam as ITU's nas gestantes, principalmente no terceiro trimestre? 3 OBJETIVOS 3.1 GERAL: • Analisar o cuidado de enfermagem frente a gestante com ITU no terceiro trimestre. 3.2 ESPECÍFICOS • Verificar os fatores que ocasionam as ITU's nas gestantes, principalmente no terceiro trimestre; • Observar as complicações causadas pelas ITU em gestante; • Analisar as atribuições do enfermeiro no controle das ITU's na gestante. 4 JUSTIFICATIVA As diferentes transformações anatômicas e fisiológicas do aparelho urinário durante o período de gestação propiciam o desenvolvimento de infecções urinárias. Com isso, a gestação, como episódio separado, não é responsável por 8 maior incidência de infecções urinárias. Este estudo justifica-se, pois nesse grupo de mulheres em especial, as gestantes, a infecção urinária torna-se preocupante, pois quando assintomática pode passar despercebida e induzir a complicações como o progresso para falência renal. Para o feto pode levar a parto prematuro, baixo peso ao nascer, paralisia cerebral e até mesmo a morte. De acordo com Santos, Silva e Prado (2017), durante a gestação a urina torna-se mais farta em nutrientes, o que propicia um meio de cultura mais rico, facilitando o crescimento das bactérias. Além disso, ocorrem mudanças anatômicas como a dilatação do sistema coletor e o aumento do débito urinário. A soma desses fatores junto à redução do tônus vesical favorece a estase urinária e o refluxo vesico ureteral. Vale salientar que ainda que a episódio de infecção urinária em gestante e também em não gestantes, de acordo com Filho e Teleni (2018) “pode ser determinada por fatores socioeconômicos como: a idade da gestante, nível de escolaridade, número de gestações, idade gestacional”. Em um estudo analisado as implicações dessas características mostraram que de acordo com Filho e Teleni (2018): ”a faixa etária de maior prevalência para ITU em gestantes foi entre 30 e 39 anos; quanto à escolaridade, a maioria tinha até o nível fundamental; predomínio em multigestas (duas até sete gestações); quanto à idade gestacional, maior ocorrência das infecções no terceiro trimestre de gravidez”. Observa-se que o que agrava o quadro de infecção urinária em gestantes é o fato de que neste momento, as opções de antimicrobianos tornam-se mais limitadas devido à toxicidade das drogas para o feto. A redução da capacidade do rim de concentrar a urina reduz também a sua ação antibacteriana, o que favorece a proliferação de bactérias. Dessa forma, é essencial que os enfermeiros permaneçam norteados para detectar as infecções urinárias desenvolvidas pelas gestantes, pois elas podem proporcionar distintos graus de infecção. A ineficácia do seguimento do tratamento da ITU pode ser muito perigoso e prejudicial, já que há resistência da bactéria ao tratamento ou reinfecção por outro microrganismo, o que promove o desenvolvimento dessas complicações que poderiam ser impedidas (MATA et al., 2014). 9 5 HIPOTESES Sabe-se que para precaver para essa patologia é imprescindível uma assistência de pré-natal de qualidade, em que os profissionais de saúde expliquem os procedimentos corretos para realizar a coleta de urina, norteiem sobre a relevância de executar o exame e compreendam como proceder corretamente quando for diagnosticada. (MATA et al., 2014). Afirma-se que deve esclarecer sobre a significância do acréscimo da ingestão de líquidos e das práticas de micção saudáveis. Mata et al (2014) afirma que: “evitar adiar a micção e adquirir o hábito de micção antes do sono e depois das relações sexuais, pois esses atos podem reduzir o tempo de multiplicação das bactérias”. A não execução dos exames de rotina do pré-natal determina severos riscos para a gestante, já que a infecção do trato urinário só pode ser encontrada com a realização de exames específicos (sumário de urina, urocultura com antibiograma), uma vez que a grande parte das mulheres grávidas que manifestam a infecção é assintomática (MATA et al., 2014). Observa-se que a profilaxia com antibióticos reduz em até 95% a chance de nova infecção e deve ser realizada quando houver: história prévia de ITU's recorrentes antes da gestação; um episódio de pielonefrite durante a gravidez; duas ou mais ITU's baixas na gestação; uma ITU baixa, complicada por hematúria franca e/ou febre; uma ITU baixa associada a fatores de risco importantes para recorrência. Uma inquietação suplementar para os enfermeiros responsáveis pela assistência pré-natal destas mulheres é que, além da incidência adicionada de infecções sintomáticas entre grávidas, neste momento, o acervo terapêutico antimicrobiano e as probabilidades profiláticas são limitadas, considerando-se a toxicidade de alguns fármacos para o produto conceptual (embrião/feto e placenta). (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). Diante destes pretextos, a assistência pré-natal apropriada pode ser capaz de diagnosticar antecipadamente as gestações envolvidas e adotar tratamentos adequados e imediatos para reduzir os agravos resultantes, evitando o comprometimento do prognóstico materno e gestacional. Além disso, os profissionais da atenção primária necessitam observar os fatores de risco como estresse familiar, 10 uso de álcool e drogas, tabagismo, Infecção Sexualmente Transmissível (IST), gestante de baixo peso. 6 METODOLOGIA Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, uma revisão sistemática bibliográfica, sendo uma pesquisa exploratória, cujo projeto tem como objetivo analisar o cuidado de enfermagemfrente uma gestante com ITU no terceiro trimestre. Para esse fim realizou-se um levantamento bibliográfico na base de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) a partir do ano de 2012. A pesquisa qualitativa é ajustada quando existe uma afinidade dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, uma vinculação indissociável em meio ao mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não deve ser traduzido em números. A explicação dos acontecimentos e a pertinência de significações são essenciais no método de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de procedimentos e tecnologias estatísticas (SILVA e MENEZES, 2005). Segundo De-la-Torre-Ugarte-Guanilo, Takahashi e Bertolozzi (2010), a revisão sistemática compõe o meio para alcançar os elementos para a prática baseada em evidências. É um método rigoroso indicado para: identificar os estudos sobre um assunto em questão, sobrepondo procedimentos explícitos e sistematizados de procura; avaliar a qualidade e validade desses estudos, assim como a sua aplicabilidade na conjuntura onde as modificações serão praticadas, para escolher os estudos que proverão as evidências científicas e, disponibilizar a sua súmula, com vistas a promover sua implementação na prática baseada em evidências. Cada uma dessas ocasiões é esquematizada no protocolo das revisões sistemáticas ponderando critérios que os autenticam, para minimizar o viés e outorgar qualidade à metodologia. Os critérios de inclusão dos artigos para o estudo foram: disponibilidade; texto completo, ser gratuito e acesso íntegro aos textos; idioma sendo em português; artigos publicados no período de 2005 a 2018 e que retratasse o cuidado de enfermagem frente uma gestante com ITU no terceiro trimestre atendendo os objetivos da pesquisa. 11 Utilizamos critérios de abrangência dos periódicos na consulta ao banco de informações do SCIELO, Biblioteca Virtual de Saúde; com publicações em periódicos nacionais, em revistas eletrônicas; pesquisa dos periódicos acessíveis. Utilizado os descritores: infecção do trato urinário (ITU), gestante, pré-natal. 7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7.1 DEFINIÇÃO DA INFECÇÃO TRATO URINÁRIO As infecções do trato urinário (ITU) tratam-se da colonização, invasão e propagação de agentes infecciosos no trato urinário e são muito comuns durante a gravidez, sendo a bactéria Escherichia coli, patógeno mais habitualmente localizado, em cerca de 80% das pacientes infectadas, acompanhadas por outras como Staphylococcus saprophyticus, Proteus sp, Klebsiella sp, Pseudomonas sp, Serratia sp, Enterobacter sp, Enterococcus. (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). Vale salientar que a maior incidência de ITU durante a gestação é decorrente de alterações funcionais e anatômicas das vias urinárias e dos rins. Comumente, estas alterações são causadas da atividade hormonal (mais especificamente do estrogênio e da progesterona), pelo aumento do volume de sangue e da pressão do útero. Essas alterações no desempenho do trato urinário ocasionadas durante a gravidez têm sua provável origem no aumento da quantidade de hormônios maternos e placentários, compreendendo os hormônios: adrenocorticotrófico, antidiurético, aldosterona, cortisol e tireoidianos. (Vieira, 2016). A decorrência destas modificações anatômicas e fisiológicas é o elevado do volume de urina que fica armazenada na pelve renal e nos ureteres, e o fluxo fica mais lento. Esta contenção urinária se torna um meio propício de cultura para alguns microrganismos, pois contém mais nutrientes, que ajudam a aumentar o pH, deixando a urina mais alcalina e aumentando a incidência de ITU em gestantes. (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). 12 7.2 INFECÇÃO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES Diante disso, o progresso de ITU na gestação é responsável por causar complicações para a gestante e para o feto, algumas dessas complicações são: processos septicêmicos, endocardite bacteriana, abortamento, trabalho de parto prematuro, insuficiência renal, hipóxia perinatal, paralisia cerebral neonatal, parto prematuro e óbito intrauterino. (Vieira, 2016). Vieira (2016) afirma que: Entre as principais complicações perinatais associadas às ITU são: infecção fetal intrauterina, ruptura prematura das membranas amnióticas, sepse neonatal, prematuridade, crescimento intrauterino restrito, com recém-nascidos de baixo peso e óbito fetal. A sintomatologia da infecção do trato urinário inclui: presença de pus na urina, urgência miccional, frequência miccional, febre, dor ao urinar, alterações no aspecto e na coloração da urina. Enquanto nos casos de cistite (infecções baixas), é mais rara a presença de febre, dor lombar e micção são frequentes à noite. Nestas infecções acontece a colonização tecidual por estes microrganismos, originando inflamação local, sinais e sintomas característicos dessa infecção e o seu diagnóstico baseia-se na apresentação de bacteriúria ligada às manifestações clínicas que implicam inflamação dos segmentos do trato urinário. As infecções podem ser agrupadas em três entidades clínicas distintas, de acordo com a localização anatômica do agravo e sítio de proliferação bacteriana, mantendo relação entre elas: bacteriúria assintomática (urina), cistite (bexiga) e pielonefrite (rins) (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). Advinda desta abordagem, Santos, Silva e Prado (2017) afirmam que a mortalidade materna também é agravada pelos riscos de infecção. Além do trabalho de parto prematuro, a pielonefrite foi notada como a segunda complicação mais evidente nas gestantes, que pode evoluir para o choque séptico, além de eventos que possam elevar o risco de desenvolvimento de cicatrizes renais, que estão associadas à incidência significativamente maior de pré-eclâmpsia em gestantes com bacteriúria. A Pré-eclâmpsia/eclampsia é caracterizada pela Hipertensão que 13 acontece após 20 semanas de gestação (ou antes, em casos de doença trofoblástica gestacional ou hidropisia fetal) seguida de proteinúria, esvanecendo até a 12ª semana após o parto. Quando não há proteinúria, a desconfiança se fortalece quando o aumento da pressão aparece acompanhado por cefaleia, distúrbios visuais, dor abdominal, plaquetopenia e aumento de enzimas hepáticas. Pode decorrer durante a gravidez, o parto e o puerpério imediato (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). Outra complicação materna é a Rotura Prematura de Membranas Ovulares (RPM), caracterizada pelo rompimento espontâneo da membrana antes do começo do trabalho de parto. Concebe causa importante de partos pré-termo (cerca de 1/3 dos casos), colaborando para o crescimento da mortalidade perinatal. (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). Os sinais e sintomas comumente variam de acordo com o tipo da infecção. As infecções urinárias na gestação são classificadas por meio do local da proliferação bacteriana em bacteriúria assintomática, cistite e pielonefrite. (Vieira, 2016). Diagnósticos, tratamentos e prevenção Para o diagnóstico clínico das ITU’s durante a gestação é importante salientar que alguns sintomas da infecção são difíceis de distinguir, já que, durante a gravidez, alguns deles podem estar presentes, a exemplo da polaciúria e disúria. Os sintomas se enquadram de acordo com o tipo de infecção no trato urinário da gestante. Complementa-se ao diagnóstico a anamnese topográfica da infecção, visto que, pedagogicamente, os sintomas e sinais são próprios de cada forma clínica, mas, na prática, essas manifestações podem confundir o profissional de saúde. Além dos sinais e sintomas, a presença de bactérias na urina com sintomatologia ou não, é um complemento para o diagnóstico da infecção. (SANTOS, SILVA E PRADO, 2017). 7.3 CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES As ITU's passam a ser classificadas também como recorrentes nas seguintes situações:dois ou mais episódios de ITU na gestação, sintomáticos ou não; duas infecções urinárias nos últimos seis meses ou três nos últimos 12meses, antes do início da gestação. (FILHO E TELENI, 2018). 14 Em algumas pessoas, principalmente em mulheres, podem apresentar bactérias no trato urinário e não desenvolvem infecção urinária, chamadas de bacteriúria assintomática. A Bacteriúria assintomática (BA) significa que a presença de bactérias na urina de pacientes sem apresentar sintomas. O fluxo de bacteriúria assintomática varia de acordo com a idade, sexo, atividade sexual e presença de alterações no trato urinário (Vieira, 2016). Filho e Teleni (2018) afirmam que a bacteriúria acontece em 2% a 10% das gestações. Por não expor sintomas, torna o rastreamento pré-natal com exames laboratoriais imperioso para o diagnóstico a fim de evitar as formas evolutivas e complicadas da infecção. O exame padrão-ouro para o diagnóstico da BA é a urocultura. A cistite é ocasiona quando a infecção afeta a bexiga. Essa configuração clínica de infecção do trato urinário baixo é mais comum no segundo e terceiro trimestres da gestação distinguindo da bacteriúria assintomática pelos sintomas de urgência miccional, polaciúria, disúria, dor, dor em região supra púbica, urina com odor fétido ou sangue, e somente nos casos mais excêntricos que apresenta febre (Vieira, 2016). Já sobre a cistite, Filho e Teleni (2018) afirmam que a cistite é uma forma sintomática frequente de infecção urinária, acometendo 2% das grávidas. Assinalar-se, clinicamente, por disúria, polaciúria, urgência miccional, dor suprapúbica e hematúria – sintomas cientes para o diagnóstico em gestantes, uma vez afastadas uretrites e vaginites. A cistite complicada acontece na presença dos sintomas anteriores associados à hematúria franca e/ ou febre. A pielonefrite atinge o rim. É a infecção urinária que danifica o sistema coletor e a medula renal. Seguido de um quadro clínico de febre (acima de 38ºC), dor em região lombar, calafrios, taquicardia, urina turva, sensibilidade ao toque em região lombar, náuseas, vômitos. As principais causas incluem a relação sexual e a presença das bactérias do trato gastrointestinal migrando pela via ascendente da região perineal até a bexiga. (Vieira, 2016). A clínica apresentada por gestantes com pielonefrite inclui os seguintes sintomas: febre, dor em flanco, náusea, vômitos, lombalgia e desconforto costovertebral. Os sintomas urinários semelhantes às infecções baixas podem estar presentes ou não. A piúria é sinal típico de pielonefrite presente em alguns casos. (FILHO E TELENI, 2018). 15 Os fundamentais cuidados que se precisa ter para a prevenção das complicações da ITU nas gestantes é a solicitação de urocultura de três em três meses com a finalidade de descobrir a infecção urinária logo no início e tratá-la imediatamente. (Vieira, 2016). 7.4 INFECÇÃO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES O sistema de saúde carece de enfermeiros preparados a adquirir novos conhecimentos e novas práticas, capazes de prevenir a infecção do trato urinário em gestantes. O papel do enfermeiro durante o pré-natal é fundamental, visando adotar medidas que favoreçam a prevenção da ITU durante o período gestacional. (Vieira, 2016). De acordo com Filho e Teleni (2018) destacam-se os seguintes pontos fundamentais: 1. Rastreamento pré-natal adequado para diagnóstico da bacteriúria assintomática a fim de evitar as formas mais complicadas de ITU. Deve ser coletada uma urocultura na primeira consulta pré-natal e outra no início do terceiro trimestre. Para pacientes com fatores de risco e/ou recorrência, a vigilância com cultura mensal pode ser uma estratégia cuidadosa mais adequada. 2. Adequação dos antibiogramas, específicos para gestantes, para melhor opção de escolha dos antibióticos, procurando prescrever aqueles com a menor concentração inibitória bacteriana e respeitando a tolerabilidade, disponibilidade e segurança para o binômio materno-fetal. 3. Valorização dos sinais clínicos das formas sintomáticas para diagnóstico e tratamento precoces visando à prevenção secundária da evolução para sepse e complicações graves. 4. Escolha empírica da antibioticoterapia, obedecendo à epidemiologia e à sensibilidade bacteriana regional na escolha da droga. 5. Elencar os casos com fatores de risco, critérios par recorrência e necessidade de pro laxia com antibióticos e adjuvantes. 6. Finalmente, orientar as gestantes e puérperas no tocante aos hábitos de ingestão hídrica, diurese e higiene íntima. O pré-natal ingressa como uma estratégia de prevenção e tratamento para os episódios de ITU durante a gestação. Sendo assim, determinado como um conjunto de atuações que aponta aprimorar os índices de mortalidade e morbidade da 16 gestante e do feto, acomodando qualidade de vida e saúde durante o período de gestação e proporcionando boas condições para os períodos seguintes do ciclo gravídico puerperal-parto e puerpério. O pré-natal concebe um período importante de atuação que tem seu início juntamente com a gestação. (Vieira, 2016). O enfermeiro desempenha seus papéis em todos os níveis da assistência e exercendo uma função de grande importância para a concretização no acompanhamento das gestantes e no desenvolvimento das ações direcionadas a promoção, prevenção e tratamento de distúrbios durante a gravidez no período pré- natal de baixo risco. (Vieira, 2016). Enfim, a fundamental orientação que o profissional enfermeiro necessita ser a orientação à gestante com infecção urinária inclui seguindo em manter uma ingesta hídrica de no mínimo 2 litros por dia, pois acrescenta a quantidade de urina e impede que as bactérias se fixem na parede da bexiga causando infecção, urinar frequentemente (no mínimo a cada 2 horas), pois isso ajuda na limpeza da bexiga e uretra dificultando a infecção, urinar antes de dormir e após as relações sexuais para a diminuição da entrada de bactérias na bexiga. (Vieira, 2016). O apropriado consumo de água coopera para manter o corpo hidratado, garantindo um bom funcionamento do organismo, minimizando as chances de formação de cálculos renais e de infecção urinária, além de vários benefícios, tais como: melhora do ritmo intestinal, prevenção da desidratação, evitando-se prisão de ventre e hemorroidas, evitando-se sintomas como tontura, boca seca, dor de cabeça e náuseas, auxílio no transporte de nutrientes para o feto e produção do leite materno. Para prevenir a infecção urinária é imprescindível a recomendação de alguns conceitos a serem atingidos no dia a dia. Ingestão de líquidos em grande quantidade, não reter urina, ponderar alterações intestinais como diarreia ou obstipação, micção antes e após relação sexual, estrógeno para as mulheres na pós- menopausa sem contraindicação hormonal, como também evitar o uso do diafragma e espermicidas, tratamento adequado do diabetes mellitus. (Vieira, 2016). 8 CRONOGRAMA DA PESQUISA 17 9 CONCLUSÃO Enfim, podemos concluir que as infecções na gestante podem abalar tanto a saúde materna quanto a fetal, e a transmitância pode se dar durante o período gestacional, durante o parto ou no pós-parto. O ingresso à assistência pré-natal, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado tornam-se táticas básicas para o controle das doenças e da transmissão vertical. O tratamento e um pré-natal adequado geram a diminuição dos riscos na gestação e das complicações no parto e puerpério. Observou-se que a Infecção do Trato Urinário (ITU) é um fator de primordial de implicações na gravidez. Sabe-se que essa categoria não é a responsável pelo aumento de acontecimentos de infecção urinária. Entretanto, as alterações anatômicas e fisiológicas que o aparelho urinário tolera durante a gestação, e fatoressocioeconômicos, podem ocorrer em maiores incidências de infecções. A mortalidade materna é intensificada pelos distintos riscos de infecção originários das ITU’s durante o período gestacional. Assim, vale salientar que a infecção urinária na gravidez pode acarretar diferentes complicações para a gestante, as principais são: hipertensão gestacional, pielonefrite aguda, infecção do ATIVIDADES Meses 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 1 0 1 1 12 Pesquisa e atualização bibliográfica X X X X X X X X X X X X Revisão do projeto X X X X Coleta de dados X X X X Análise de dados X X X X Escrita do Projeto X X X X Escrita do TCC X X X X X X X X X X X X 18 trato urinário pós-parto e processos septicêmicos, abortamento, trabalho de parto prematuro, insuficiência renal, hipóxia perinatal, paralisia cerebral neonatal. E já para o feto podem advir complicações com mais rigidez: crescimento intra-uterino restrito, retardado mental, parto prematuro, óbito intra- uterino, infecção e/ou morte neonatal. Várias dessas complicações podem ser impedidas com o acompanhamento pré-natal eficaz, e a concretização dos exames de rotina mínimos, ressalvando a necessidade de adicionar outros exames, como a urocultura para o rastreamento de bacteriúria assintomática. Vale frisar que durante o período gestacional é essencial prezar por um acompanhamento pré-natal bem dirigido que consente um excelente meio de prevenção, para as infecções do trato urinário, como, também, para outras doenças. Sendo assim, por intervenção da consulta pré-natal que a gestante pode adquirir orientações apropriadas em relação à promoção de saúde, realização de exames, permitindo a identificação imediata de suspeitas e possíveis alterações, através do acompanhamento regular adotando algumas medidas de prevenção que lhe proporcionaram bons hábitos de higiene o aumento da ingestão de água e o tratamento precoce de infecções genitais. Reafirma-se que o enfermeiro tem o papel essencial de comunicar orientações enriquecedoras para a gestante, em relação às medidas preventivas apropriadas de contribuir para evitar a decorrência de infecções urinárias, amortizando os riscos de complicações durante a gravidez. Garantindo a qualidade na assistência do acompanhamento pré-natal, adequando uma gestação saudável para a vida da mãe e do beb REFERÊNCIAS DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO, Mônica Cecilia; TAKAHASHI, Renata Ferreira; BERTOLOZZI, Maria Rita. Revisão sistemática: noções gerais. Rev Esc Enferm USP, São Paulo, 2011; 45(5):1260-6. Disponível em:<www.ee.usp.br/reeusp/>. Acesso em: 26 abr.2021. Figueiredo A, Gomes G, Campos A. Infecções urinárias e gravidez - diagnóstico, terapêutica e prevenção. 2012. Disponível em:<http:www.scielo.com> Acesso em: 03 mai.2021. Filho, Octávio de Oliveira Santos. Telini , Antonio Henrique Soares. Infecções do trato urinário durante a gravidez. Protocolo. Febrasgo | Nº87 | 2018. 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Utilizamos critérios de abrangência dos periódicos na consulta ao banco de informações do SCIELO, Biblioteca Virtual de Saúde; com publicações em periódicos nacionais, em revistas eletrônicas; pesquisa dos periódicos acessíveis. Utilizado os descritor...
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