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Fundação Universidade Federal do Rio Grande
 Escola de Enfermagem
 
Profª Fernanda Martins
Profª Fabiane Francioni
 
Portfólio
Saúde da Mulher
Margareth P. Santos
113367
 
 
Rio Grande
Abril/2021
Margareth Pinto dos Santos
Portfólio
Saúde da Mulher
 
 
 
 
Trabalho de encerramento 
 do 1º bimestre da
	 disciplina de Saúde 
 da Mulher
	
Rio Grande
Abril/2021
Sumário
Introdução.........................................................................................................04
1. Diagnóstico de Gravidez...............................................................................05
1.2 Considerações..............................................................................................06
2. Enfermagem no Pré-Natal de Baixo Risco......................................................06
2.1 Considerações..............................................................................................11
3. Planejamento Familiar.................................................................................12
 3.1 Considerações...............................................................................................16
 4. Cuidado de Enfermagem na Prevenção do CA de Colo Uterino e Mama.......17
 4.1 Considerações...............................................................................................23
	5. Diabetes Gestacional......................................................................................23
5.1 Considerações...............................................................................................27
6. Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez – SHEG.................................. 27
6.1 Considerações...............................................................................................30
 7. Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Vulvovaginites........................31
7.1 Considerações...............................................................................................45
 8. Consulta de Enfermagem à Mulher em Seu Ciclo Vital...................................45
 8.1 Considerações...............................................................................................50
 9. Abortamento...................................................................................................50
 9.1 Considerações..............................................................................................55
 Referências........................................................................................................56
	
Introdução
Sou casada há 16 anos, tenho 2 filhos e moro na cidade de Rio Grande. Ingressei no curso de Enfermagem da FURG no segundo semestre de 2016. A princípio, não era o curso desejado. Por ser Técnica em Meio Ambiente, pretendia ingressar no curso de direito para atuar na área de Direito Ambiental. No entanto, não consegui ingressar na 1ª chamada. Na 2ª chamada do Sisu, em julho/agosto acabei optando pela enfermagem por ser mais perto de minha residência, não necessitando utilizar transporte coletivo. Confesso que pensei que não conseguiria levar o curso a diante, por ser tão diferente do que pretendia inicialmente. Não tem sido fácil conciliar família e graduação, em vários momentos pensei em desistir. Às vezes por dificuldades em disciplinas complexas, como Bioquímica e Farmacologia, em outras por professores que me deixaram muito estressada, a ponto de desistir de provas práticas. Semiologia 2 foi bastante desgastante, mas patologia foi interessantíssima. Tem sido um grande aprendizado e um grande desafio para mim, retornar às salas de aulas depois de tantos anos de ausência. Hoje estou no 5º/6º semestre, com certo atraso, claro, mas muito feliz com meus novos conhecimentos e habilidades. Fiz parte da Lesat, Liga de Saúde do Trabalhador do Lamsa, por um ano e meio, participei de algumas ações com trabalhadores do município e atividades com novos alunos da enfermagem na Acolhida Cidadã. 
Neste Portfólio, trago o que considerei os principais pontos das aulas dadas durante este bimestre em Saúde da Mulher. É meu primeiro portfólio e, provavelmente, há pontos em que preciso me aprimorar, mas um passo atrás do outro. Admito que achei cansativo e mexeu bastante com a minha ansiedade. Talvez por ser o primeiro. 
1. Diagnóstico de gravidez
O diagnóstico da gravidez pode ser realizado utilizando-se da propedêutica clínica, do diagnóstico laboratorial e da ultrassonografia. A propedêutica clínica pode ser realizada pela anamnese e pelo exame físico, utilizando-se a seguinte divisão:
a) Sintomas de presunção: são sintomas que a paciente apresenta e que podem surgirem várias outras situações e, portanto, pouco específicos para utilizar como diagnóstico de gravidez. Os mais importantes são: náuseas e vômitos, sialorreia, alterações do apetite, aversão a certos odores que provocam, náuseas e vômitos, lipotímia e tonteiras, polaciúria, nictúria, sonolência e alterações psíquicas variáveis na dependência de a gestação ser desejada ou não;
b) Sinais de presunção: melasma facial, linha nigra, aumento do volume abdominal. O melasma e a linha nigra são decorrentes do aumento da produção de melanina durante a gestação. O melasma se manifesta por coloração escura dos zigomáticos, fronte e nariz. A linha nigra é escurecimento da linha alba no abdome.
c) Sintomas e sinais de probabilidade: são sintomas e sinais mais evidentes de
gravidez, no entanto, sem caracterizá-la com certeza. O sintoma mais importante é o atraso menstrual, e entre os sinais podemos individualizar: aumento do volume uterino, alterações da forma em que o útero se torna globoso (sinal de Noblé-Budin), diminuição da consistência do istmo (sinal de Hegar) e diminuição da consistência do colo (sinal de Goodel), aumento da vascularização da vagina, do colo e vestíbulo vulvar (sinal de Jacquemier-Kluge) e sinal de Hunter (aréola mamária secundária). Os sinais de probabilidade são mais evidentes a partir de oito semanas de gestação.
d) Sinais de certeza: 
• Diagnóstico laboratorial: é realizado pela identificação do hormônio coriogonadotrófico (hCG), um indicativo de gravidez. O tipo de exame a ser solicitado dependerá de ser realizado na urina ou no sangue, assim como do tempo de atraso menstrual.
• Ausculta fetal: a presença de batimentos cardíacos fetais no abdome somente está presente na vigência de gestação.
• Palpação de partes fetais no abdome materno é também exclusivo da gestação.
• Ultrassonografia é um método frequentemente utilizado no diagnóstico de certeza de gravidez, por ser de simples realização, não deixar dúvidas quanto ao diagnóstico, além de fornecer várias outras informações sobre a gestação, como: idade gestacional embrionária e/ou fetal, identificar se a gestação é única ou gemelar, se a gestação é tópica ou ectópica, auscultar os batimentos cardíacos embrionários e fetais. Até a 12a semana de gestação é utilizada a técnica transvaginal, e, a partir dessa idade gestacional, a técnica transabdominal.
Considerações
Confirmar a gravidez o mais cedo possível é essencial para a elaboração de um plano de cuidados para a gestação, parto e pós-parto. O acolhimento da mulher com suspeita de gravidez pelo profissional enfermeiro é de grande relevância, para que possa entender sua evolução e repercussões na vida da mulher e ter instrumentospara dar suporte a ela e à família.
2. Enfermagem no Pré-natal de Baixo Risco
A gravidez é dita de Baixo Risco quando não é necessário aplicar intervenções de maior complexidade, e quando a morbidade e mortalidade materna e perinatal são menores do que as da população geral. Embora tenhamos observado uma ampliação na cobertura do acompanhamento pré-natal, a incidência de sífilis mantém-se alta, assim como da hipertensão arterial sistêmica, que é a causa mais frequente de morbimortalidade materna e perinatal no Brasil. 
No exame geral, cabe verificar especialmente a pressão arterial (PA), o peso e a altura da mulher. É recomendada a realização do exame clínico das mamas (ECM) e do exame preventivo do câncer do colo do útero uma vez ao ano e, após dois exames normais, a cada três anos, principalmente na faixa etária de risco (de 25 a 64 anos). 
Podem ser instituídas ações específicas quanto aos hábitos e ao estilo de vida:
 • Orientação nutricional visando à promoção do estado nutricional adequado tanto da mãe como do recém-nascido, além da adoção de práticas alimentares saudáveis;
 •Orientações sobre os riscos do tabagismo e do uso rotineiro de bebidas alcoólicas e outras drogas;
 • Orientações quanto ao uso de medicamentos e, se necessário mantê-los, realização da substituição para drogas com menores efeitos sobre o feto;
 • Avaliação das condições de trabalho, com orientação sobre os riscos nos casos de exposição a tóxicos ambientais;
 •Administração preventiva de ácido fólico no período pré-gestacional, para a prevenção de anormalidades congênitas do tubo neural, especialmente nas mulheres com antecedentes desse tipo de malformações (5mg, VO/dia, durante 60 a 90 dias antes da concepção);
 •Orientação para registro sistemático das datas das menstruações e estímulo para que o intervalo entre as gestações seja de, no mínimo, 2 (dois) anos.
Em relação à prevenção e às ações que devem ser tomadas quanto às infecções e a outras doenças crônicas, são consideradas eficazes as investigações para:
 •Rubéola e hepatite B: nos casos negativos, deve-se providenciar a imunização previamente à gestação;
 •Toxoplasmose: deve-se oferecer o teste no pré-natal;
 • HIV/Aids: deve-se oferecer a realização do teste anti-HIV, com aconselhamento pré e pós teste. Em caso de teste negativo, deve-se orientar a paciente para os cuidados preventivos. Já em casos positivos, deve-se prestar esclarecimentos sobre os tratamentos disponíveis e outras orientações para o controle da infecção materna e para a redução da transmissão vertical do
HIV. Em seguida, deve-se encaminhar a paciente para o serviço de referência especializado;
 • Sífilis: nos casos positivos, deve-se tratar as mulheres e seus parceiros para evitar a evolução da doença, fazer o acompanhamento de cura e orientá-los sobre os cuidados preventivos para sífilis congênita.
 	Para as demais DST, nos casos positivos, deve-se instituir diagnóstico e tratamento no momento da consulta (abordagem sindrômica) e orientar a paciente para a sua prevenção. Deve-se também sugerir a realização de exame de eletroforese de hemoglobina se a gestante for negra e tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou se apresentar histórico de anemia crônica. 
a. Acolhimento
O acolhimento da gestante na atenção básica implica a responsabilização pela integralidade do cuidado a partir da recepção da usuária com escuta qualificada e a partir do favorecimento do vínculo e da avaliação de vulnerabilidades de acordo com o seu contexto social, entre outros cuidados. O profissional deve permitir que a gestante expresse suas preocupações e suas angústias,garantindo a atenção resolutiva e a articulação com os outros serviços de saúde para a continuidade da assistência quando necessário, possibilitando a criação de vínculo da gestante com a equipe de saúde.
É cada vez mais frequente a participação do pai no pré-natal, devendo sua presença ser estimulada durante as atividades de consulta e de grupo, para o preparo do casal para o parto, como parte do planejamento familiar. É importante acolher o(a) acompanhante de escolha da mulher, não oferecendo obstáculos à sua participação no pré-natal, no trabalho de parto, no parto e no pós-parto. 
b. Fatores de risco para a gravidez atual
História Reprodutiva Anterior:
• Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado;
• Abortamento habitual;
• Esterilidade/infertilidade;
• Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos;
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia;
• Cirurgia uterina anterior;
Intercorrências clínicas crônicas:
• Cardiopatias;
• Pneumopatias;
• Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus)
• Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras DST);
Doença obstétrica na gravidez atual:
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico;
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada
• Hemorragias da gestação;
• Óbito fetal.
2.1 Roteiro de Primeira Consulta
Gestação atual:
• data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação –DUM (anotar certeza ou dúvida);
• Data provável do parto;
• peso prévio e altura;
• hábitos alimentares;
• medicamentos usados na gestação
• hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas;
• aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente.
2.2 Cálculo da Idade Gestacional
Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher.
a) Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa:
É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais:
• Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas);
• Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual.
b) Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu:
Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos.
c) Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos:
Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas. Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vagina considerando-se os seguintes parâmetros:
• Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino;
• Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal;
• Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual;
• Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica;
• Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical;
• Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical;
• A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional.
Quando não for possível determinar clinicamente a idade gestacional, solicite o mais precocemente possível a ultrassonografia obstétrica.
2.3 Cálculo da data provável do parto
Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de calendário. Com o disco (gestograma),coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês da última menstruação e observe a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto.
Outra forma de cálculo consiste em somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março). Esta forma de cálculo é chamada de Regra de Näegele. Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês.
2.4	Exame Físico
 São indispensáveis os seguintes procedimentos: avaliação nutricional (peso e cálculo do MC), medida da pressão arterial, palpação abdominal e percepção dinâmica, medida da altura uterina, ausculta dos batimentos cardiofetais, registro dos movimentos fetais, realização do teste de estímulo sonoro simplificado, verificação da presença de edema, exame ginecológico e coleta de material para colpocitologia oncótica, exame clínico das mamas e toque vaginal de acordo com as necessidades de cada mulher e com a idade gestacional.
Exame físico geral:
• Inspeção da pele e das mucosas;
•Sinais vitais: aferição do pulso, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura axilar;
• Palpação da tireoide, região cervical, supraclavicular e axilar (pesquisa de nódulos ou outras anormalidades);
• Ausculta cardiopulmonar;
• Exame do abdome;
• Exame dos membros inferiores;
• Determinação do peso;
• Determinação da altura;
• Cálculo do IMC;
• Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional;
• Medida da pressão arterial;
• Pesquisa de edema (membros, face, região sacra, tronco).
Exame físico específico (gineco-obstétrico):
• Palpação obstétrica;
• Medida e avaliação da altura uterina;
• Ausculta dos batimentos cardiofetais;
• Registro dos movimentos fetais;
• Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess);
• Exame clínico das mamas;
• Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame especular, coleta de material para exame colpocitopatológico, toque vaginal).
Obs: O exame físico das adolescentes deverá seguir as orientações do Manual de Organização de Serviços para a Saúde dos Adolescentes.
 INSPEÇÃO → PALPAÇÃO → MENSURAÇÃO → AUSCULTA → TOQUE VAGINAL 
Mensuração
• Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto;
• Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
• Fixar a extremidade inicial (0 cm) da fita métrica, na borda superior da sínfise púbica, passando-a entre os dedos indicador e médio;
• Proceder à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino;
• Anotar a medida, em centímetros.
Ausculta
É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 120 e 160 batimentos por minuto.
Toque Vaginal
Tamanho, consistência e elasticidade do colo uterino.
Considerações
O caráter preventivo do pré-natal é fundamental para diminuir os índices de mortalidade materna e perinatal, pois um acompanhamento durante o período gestacional bem feito previne patologias, tais como anemias e doença hipertensiva gestacional. A realização do pré-natal representa papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. O enfermeiro, além de seu papel de orientador, tem a função, durante o pré-natal, de acompanhar a gestação, quando de baixo risco. Ele faz consultas às gestantes, avaliando a medida da altura uterina, verifica o peso e a altura da gestante e os batimentos cardíacos fetais. O pré-natal, quando realizado com qualidade, desempenha importante papel na redução da mortalidade materna e infantil.
3. Planejamento Familiar 
Segundo a OMS, tarefa do planejamento familiar permanece inacabada. Apesar do grande progresso ao longo das últimas décadas, mais de 120 milhões de mulheres no mundo todo desejam evitar a gravidez, porém nem elas nem seus parceiros estão fazendo uso dos métodos contraceptivos. 
 Métodos contraceptivos
Os métodos contraceptivos se dividem em hormonais, comportamentais, de barreiras e cirúrgicos. Podem ser utilizados tanto por homens quanto por mulheres, sendo necessário um consenso entre o casal para que o melhor seja escolhido. Não existe nenhum método completamente eficaz, não existe a definição do melhor método contraceptivo a ser adotado. Cada casal deve escolher, de acordo com sua realidade, levando em consideração a saúde da pessoa em sua complexidade.
3.1 MÉTODOS HORMONAIS
a) Anticoncepcionais Orais: Atuam inibindo a estimulação do ovário, não permitindo a ovulação.
→ Pílula Oral: 1 comprimido diário por 3 semanas, 1 semana de pausa.
O tratamento deve iniciar no 1º dia da menstruação e continuar pelos 21 ou 22 dias seguintes até o dia da pausa. Neste período deve ocorrer a menstruação. Imediatamente após o último dia da pausa, no 8º dia deve ser reiniciada a cartela seguinte.
Desvantagens: vômitos ou diarreia, esquecimento, interação medicamentosa, não protege contar as ISTs, pode haver ganho de peso por conta dos hormônios
Vantagens: Eficiência de 99%, as minipílulas tem efeitos colaterais quase 0
→ Anticoncepção de Emergência (pílula do dia seguinte): Age antes que a gravidez ocorra. Age antes que a gravidez ocorra. Se a fecundação ainda não aconteceu, o medicamento vai dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo. Agora, se a fecundação já tiver ocorrido, irá provocar uma descamação do útero, impedindo a implantação do ovo fecundado. Caso o ovo já esteja implantado, ou seja, já tenha iniciado a gravidez, a pílula não tem efeito algum. Deve ser usada em casos excepcionais e não como um anticoncepcional de rotina, em função dos efeitos hormonais.. Deve ser tomado até 72 horas após o coito. Esse método não causa aborto.
→ Adesivos Hormonais: O Evra® (adesivo anticoncepcional) foi lançado no Brasil em Março de 2003. O Evra é um adesivo anticoncepcional que deve ser colado na pele 1 vez por semana por 3 semanas. Deve ser colocado na face externa e superior do braço ou acima da linha púbica.
Vantagens: Sem risco de esquecimentos, são absorvidos diretamente pela circulação, evitando efeitos colaterais desagradáveis da pílula.
Desvantagem: Não protege contra ISTs, cuidados com cremes, saunas ou banho de imersão para evitar o descolamento de adesivo.
→ Anel Vaginal: É um anel vaginal (Nuvaring®) contendo hormônios femininos que é colocado na vagina no 5º dia da menstruação, permanecendo nesta posição durante três semanas.
Vantagens: A mulher não necessita tomar a pílula todo dia, não há risco de esquecimentos, os hormônios serão absorvidos diretamente pela circulação.
Desvantagem: Não protege contra ISTs
→ Implantes Hormonais: O implante é um bastonete que libera progestagênio lentamente durante um período prolongado, podendo proporcionar contracepção por 3 a 5 anos após a implantação subcutânea. A inserção do bastonete é bem simples e fácil, deve ser colocado pelos eu médico.
Vantagens: ,7%deeficiência. Após a implantação, não precisa preocupar-se com métodos anticoncepcionais por até cinco anos. Independe da cooperação de seu parceiro. Diminui o sangramento vaginal.
Desvantagens: É caro. Ciclo menstrual irregular é comum nos primeiros seis meses.Ao levantar o braço, o implante pode ser visto. Sua remoção é mais difícil que sua implantação. Não previne contra doenças sexualmente transmissíveis.
→ Hormônios Injetáveis: Injeção de hormônios sexuais femininos, com duração de eficácia contraceptiva de três meses. 
Vantagens: Sem risco de esquecimento.
Desvantagens: Sua ação não pode ser interrompida como pode prolongar-se para além dos 3 meses (até 12 meses), não permitindo retomar de imediato a capacidade reprodutiva quando desejada. Ciclo menstrual irregular e amenorreia (ausência de menstruação). 
3.2 MÉTODOS DE BARREIRA
Imobilizam os espermatozoides, impedindo-os de entrar em contato com o óvulo e de haver fecundação.
→ Preservativo Masculino e Feminino:O preservativo masculino é uma capa fina de borracha, lubrificada, que cobre o pênis durante a relação sexual, impedindo o seu contato direto com a vagina e retendo o esperma ejaculado. Deve ser colocada no pênis enquanto este estiver ereto e antes de qualquer contato com a vagina e a ponta deve ser estendida cerca de 1 cm além do pênis para armazenar o esperma. O preservativo feminino é uma bolsa com um anel interno e externo; o anel interno é inserido na vagina, e o anel externo permanece fora e cobre o períneo. O preservativo feminino não deve ser colocado mais de 8 h antes da relação sexual e deve ser mantido na vagina por 6 h após a relação sexual. O pênis deve ser cuidadosamente guiado através do anel externo para assegurar que a ejaculação é coletada pela bolsa. Os preservativos feminino e masculino devem ser utilizados somente uma vez.
Vantagens: Único método indicado para a prevenção das ISTs; não precisa de receita médica.
Desvantagens: No caso de má colocação ou rotura durante o ato sexual, perde a sua eficácia; ocasionalmente, pode causar alergia.
→ Espermicidas (óvulos, creme, espuma): aplicação vaginal antes do início da relação sexual.
Vantagens: Não precisam de receita médica.
Desvantagens: Têm baixa eficácia quando utilizados isoladamente e não protegem das ISTs. 
→ Diafragma: 
É um anel flexível, coberto por uma membrana de borracha fina, que a mulher deve colocar na vagina, para cobrir o colo do útero. Deve ser usado com espermicida. Recomenda-se introduzir de 15 a 30 minutos antes da relação sexual e retirar 6 a 8 horas após a última relação sexual de penetração.
Desvantagem: Não protege contar as ISTs.
→ DIU – Dispositivo Intra-uterino: Pequena haste, normalmente no formato das letras T ou Y, que é colocada pelo médico dentro do útero. Permanece na cavidade uterina de 5 a 10 anos e libera substâncias que tornam o útero um local hostil para o espermatozoide, impedindo que ele fecunde o óvulo. Assim, impede a gravidez indesejada. 
Vantagens: Alternativa para mulheres que não possam ou não queiram utilizar contracepção hormonal e que desejem uma contracepção prolongada.
Desvantagens: Provoca fluxos menstruais mais abundantes e ligeiro aumento de dores pré-menstruais nas mulheres com essa propensão. Não protege contra as ISTs.
3.3 MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
Se baseiam em evitar as relações sexuais vaginais no período fértil do ciclo. O sucesso destes métodos depende do reconhecimento dos sinais de ovulação e do período fértil. Sabe-se que os espermatozoides, após a ejaculação no trato genital feminino, têm capacidade para fecundar o óvulo por um período de até aproximadamente seis dias.
→ Ogino-Knaus/Tabelinha: Para ser usado, a mulher deve registrar o número de dias de cada ciclo menstrual começando pelo primeiro dia da menstruação. O ideal é observar esses ciclos por pelo menos seis meses. Esse método não pode ser usado em casos que a mulher tenha ciclos menstruais irregulares com diferença maior que 10 dias entre os ciclos. Teoricamente, a mulher é mais fértil no meio do seu ciclo. Ou seja, nos ciclos mais comuns com 28 a 30 dias, a fertilidade máxima seria entre o 12°e o 15º dia, contando como primeiro dia o início da menstruação. Mas isso é válido para quem quer engravidar, e não para quem quer prevenir a gravidez. 
Como usar a Tabelinha:
2.Marque em azul os dias em que você tem menos chances de engravidar: entre o 1º dia e o 9º dia da menstruação. Lembre-se: conte sempre a partir do 1º dia da menstruação.
3.Marque em vermelho os dias em que você provavelmente estará mais fértil: do 10º ao 19º.
4.Do 20º até a próxima menstruação, marque novamente em azul.
5.Não confie na memória.
6.Nunca conte a partir do último dia da menstruação. Isso não tem nenhum valor.
7.Há casos de mulheres que engravidam em qualquer época do ciclo, até mesmo durante a menstruação.
→ Muco Cervical ou Método de Billings: O método do muco cervical, também conhecido como método de Billings, baseia-se na observação da secreção do muco secretado pela vagina. Após o período de menstruação, a vagina fica seca. Ao perceber a presença do muco cervical, que pode indicar fertilidade, a mulher deve evitar relações. O muco cervical inicialmente é esbranquiçado, turvo e pegajoso. Sob a ação estrogênica, vai se tornando a cada dia mais elástico e lubrificante, semelhante a clara de ovo, podendo-se puxá-lo em fio. Método pouco eficiente, não recomendado para mulheres sem parceiro fixo. Não protege contra as ISTs.
→ Sintotérmico: Este método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e confiabilidade. Combina os métodos da tabela, do muco cervical, da temperatura basal e a observação de sinais e sintomas que indicam o período fértil da mulher.
● Métodos Cirúrgicos:
A esterilização é um método contraceptivo cirúrgico, definitivo. Ele pode ser realizado, na mulher, por meio da ligadura de trompas (laqueadura ou ligadura tubária) e, no homem, pela ligadura dos canais deferentes (vasectomia).
→ Vasectomia: Funciona por meio do fechamento de cada vaso deferente, fazendo com que o sêmen não contenha espermatozoides. O sêmen é ejaculado, mas não pode provocar uma gravidez. A intenção é que proporcione proteção muito eficaz, permanente e pela vida toda contra a gravidez. Envolve um procedimento cirúrgico simples e seguro. Demora 3 meses para fazer efeito. O homem ou o casal deve utilizar preservativos ou um outro método contraceptivo por 3 meses após a vasectomia. Não afeta o desempenho sexual masculino. 
→ Laqueadura: Funciona através do corte ou bloqueio das trompas de falópio. Os óvulos liberados pelos ovários não conseguem se deslocar pelas trompas e, por este motivo, não encontram o espermatozoide. A intenção é que proporcione proteção muito eficaz, permanente e pela vida toda contra a gravidez. De modo geral, não é possível revertê-la. O procedimento é realizado por um profissional de saúde especificamente habilitado para tal. Não tem efeitos colaterais a longo prazo.
Considerações
Entre as inúmeras formas de atuação do enfermeiro, a educação em saúde vem destacando-se como principal estratégia a promoção da saúde. O profissional enfermeiro tem grande influência sobre a comunidade no planejamento familiar por ser o profissional dotado de conhecimentos específicos embasados por teorias, leis, normas e rotinas. O casal tem o direito de, em defesa e respeito pela vida, planejar o momento mais adequado para a mulher engravidar, quantos filhos querem ter e com que intervalo, visando às condições socioeconômicas, através do uso de métodos anticoncepcionais. 
4. Cuidado de enfermagem na prevenção do câncer de colo uterino e mama
Câncer de Mama: 
É uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente e outros não. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.
● Causas: Não há uma única causa. Diversos fatores estão relacionados ao câncer de mama. Ser mulher e envelhecer são os principais fatores que aumentam o risco.
Fatores de risco:
Ambientais
◊ Obesidade e sobrepeso principalmente após a menopausa 
◊ Sedentarismo (não fazer exercícios) 
◊ Consumo de bebida alcoólica e tabaco
◊ Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X)
 Hormonais
◊ Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos; 
◊ Não ter tido filhos; 
◊ Primeira gravidez após os 30 anos; 
◊ Não ter amamentado; 
◊ Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos; 
◊ Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos
Genéticos
◊ História familiar de câncer de mama e ovário, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos 
◊ Alteração genética
● Manifestações Clínicas
◊ Saída de secreção pelo mamilo: unilateral e espontânea, podendo ser transparente, rosada ou avermelhada;
◊ Coloração avermelhada da pele da mama;
◊ Edemacutâneo “casca de laranja”;
◊ Retração ou abaulamento;
◊ Dor ou inversão no mamilo;
◊ Inversão, descamação ou ulceração do mamilo;
◊ linfonodos palpáveis na axila.
A mamografia é o único exame utilizado para rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e causar impacto na mortalidade por câncer de mama, sendo por isso o exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer de mama no Brasil. Indicado para mulheres de 50 a 69 anos a cada 2 anos.
A enfermagem, assim como toda equipe de saúde, possui um papel essencial no tratamento do câncer de mama, sendo de extrema importância alguns cuidados, dentre os quais podemos citar: o esclarecimento ao paciente sobre a doença e suas opções de tratamento, a promoção do autocuidado, o apoio emocional, o alívio da dor, o tratamento das complicações, além de todo incentivo e coragem que o paciente necessita para enfrentar o câncer e suas possíveis consequências. 
• Autoexame das mamas 
O autocuidado é um conjunto de ações que as pessoas realizam individualmente com o objetivo de preservar a saúde e/ou prevenir a doença. Sendo assim, a enfermagem tem papel importante na prevenção ao câncer de mama, promovendo ações e orientações sobre o autocuidado e como realizar o autoexame.
• Exame clínico das mamas
O Exame Clínico das Mamas é parte do exame físico e ginecológico. Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 centímetro, se superficial.
Detecção precoce:
→ Rastreamento por meio do exame clínico da mama, para todas as mulheres a partir de 40 anos de idade, realizado anualmente. Deve ser realizado em todas as consultas clínicas, independente da faixa etária; 
→ Mamografia de rastreamento, para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com intervalo máximo de dois anos entre os exames; 
→ Exame clínico da mama e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama; 
→ Garantia de acesso ao diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados.
A mamografia de rastreamento é realizada de rotina em mulheres sem sintomas para identificar o câncer antes de aparecer qualquer sintoma. A mamografia diagnóstica é realizada para avaliar uma alteração suspeita na mama e pode ser feita em qualquer idade.
A mamografia e o exame clínico das mamas identificam alterações suspeitas mas a confirmação de câncer de mama é feita através do exame histopatológico, que analisa uma pequena parte retirada da lesão (biópsia).
• Anaminese: Questionar sobre o histórico da usuária para detectar o risco da mesma desenvolver câncer de mama. 
 Identificação 
 Queixa principal e história da doença atual 
 Antecedentes gineco/obstétricos 
 História pessoal ou antecedente 
 História familiar
• Inspeção estática
Sentar a paciente na mesa de exame, dispondo de uma boa iluminação. Observar a simetria de ambas as mamas, o contorno mamário, se existe abaulamentos, retrações ou alterações de pele (hiperemia, edema ou ulceração), das aréolas (forma, tamanho) e simetria dos mamilos (desvio da direção em que os mamilos apontam, descamação, erosão). Observar características da papila.
• Inspeção Dinâmica
→Sentar a paciente na mesa de exame, dispondo de uma boa iluminação. Observar a simetria de ambas as mamas, o contorno mamário, se existe abaulamentos, retrações ou alterações de pele (hiperemia, edema ou ulceração), das aréolas (forma, tamanho) e simetria dos mamilos (desvio da direção em que os mamilos apontam, descamação, erosão). Observar características da papila.
→ A paciente deve elevar os braços, o que permite observar se as mamas mostram alguma alteração ou se produz retração.
• Palpação das Mamas
→ Posicionar a usuária em decúbito dorsal, sem travesseiro e com as mãos atrás da nuca na mesa de exames. Palpar todos os quadrantes da mama, detalhadamente, em busca de alterações.
→ Com a paciente dos Linfonodos sentada, palpar os linfonodos cervicais, supra claviculares, intraclaviculares e axilares.
• Expressão
Fazer a expressão suave da mama, desde a base até o complexo areolopapilar. Ocorrendo a saída de fluxo, observar se é uni ou bilateral. Para verificar adequadamente a cor do fluxo, deve ser absorvido em uma gaze.
• Palpação das cadeias ganglionares axilares e supraclaviculares
→ Ao examinar a axila, é importante que os músculos peitorais fiquem relaxados para que seja feito um exame completo da axila. Músculos contraídos podem obscurecer discretamente linfonodos aumentados de volume.
→ Na posição sentada também avaliar o oco axilar. A paciente apoia sua mão no antebraço do profissional para este palpar a axila esquerda, facilitando a identificação de possíveis adenopatias axilares. Anotar o número de linfonodos palpados, bem como seu tamanho, consistência e mobilidade.
• Diagnóstico
→ Biópsia cirúrgica (excisional) é considerada “padrão ouro”
→ Biópsia percutânea (agulha grossa e vácuo)
→ Punção por agulha fina (PAAF) pode ser usada para lesões palpáveis e impalpáveis, de conteúdo cístico ou sólido.
• Tratamento
→ Cirúrgico radical (mastectomia total)
→ Cirúrgico conservador (retirada do segmento ou setor mamário onde se localiza o tumor) + radio pré ou pós-operatória
→Sistêmico (quimio/radioterapia/hormonioterapia)
4.2 Câncer de Colo de Útero: 
O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano - HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer. Estas alterações das células são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso é importante a realização periódica deste exame. É o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva. 
• Principaistipos:
→ Carcinoma epidermoide: mais incidente; acomete o epitélio escamoso 
(representa cerca de 80% dos casos);
→ Adenocarcinoma: tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular.
• Sintomas:
Normalmente não existem primeiros sintomas do câncer de colo do útero, sendo que a maioria dos casos é identificado durante o exame de papanicolau ou apenas nas fases de câncer mais avançado:
→ Sangramento vaginal sem causa aparente e fora da menstruação;
→ Corrimento vaginal alterado, com mau cheiro ou coloração marrom, por exemplo;
→ Dor abdominal ou pélvica constante, que pode piorar ao usar o banheiro ou durante o contato íntimo;
→ Sensação de pressão no fundo da barriga;
→ Vontade de urinar mais frequente, mesmo durante a noite;
→ Perda rápida de peso sem estar fazendo dieta.
• Exame Preventivo
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois sua realização periódica permite reduzir a mortalidade pela doença.
• Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivo?
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos de idade. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos.
•Exame Especular 
→ Presença de sangramento
→ Tumoração
→ Ulceração
→ Necrose no colo do útero
•Tratamento
→ Crioterapia
→ Biopsia em cone
→ Terapia a laser
→ Histerectomia
→ Radioterapia
→ Quimiorradiação
•Prevenção
Prevenção primária do câncer do colo do útero estárelacionada à diminuição do risco de contágio pelo papilomavírus humano (HPV). A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, consequentemente, o uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer através do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
•Fatores de risco
→Infecção pelo Papiloma Vírus Humano –HPV principal fator de risco
→Início precoce da atividade sexual
→Idade > 30 anos
→Multiplicidade de parceiros sexuais
→Tabagismo
→Baixa condição socioeconômica
→Imunossupressão
→Uso prolongado de contraceptivos orais
→Higiene íntima inadequada.
•Recomendações antes do exame
→Não utilizar duchas ou medicamentos vaginais ou exames intravaginais, como por exemplo a ultrassonografia, durante 48 horas antes da coleta;
→Evitarrelaçõessexuaisdurante48horasantesdacoleta;
→Não utilizar anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores ao exame.
→O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico. Aguar dar o 5° dia após o término da menstruação. 
Em algumas situações particulares, como em um sangramento anormal, a coleta pode ser realizada.
•Vacinação contra o HPV
O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos de idade e meninos de 11 a 14 anos. Esta vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.  Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. A vacinação, em conjunto com o exame preventivo (Papanicolaou), se complementam como ações de prevenção deste câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV.
Considerações
Durante o processo de doença do câncer de mama e útero, a atuação do enfermeiro é de extrema importância, começando pela prevenção e estendendo-se aos cuidados durante o tratamento. Para isso, é importante que o enfermeiro saiba os principais fatores de risco que influenciam nesses processos, atuando tanto na prevenção primária como na educação em saúde. Durante o tratamento o enfermeiro tem que priorizar a mulher e sua família, atendo-os com humanização, oferecendo apoio emocional, informando como será o tratamento, que normalmente é longo, desgastante, trazendo insegurança à mulher e à família, e alertando sobre os efeitos colaterais durante o tratamento.
5. Diabetes Gestacional
É o aumento das taxas de glicose (açúcar) no sangue. Uma vez diagnosticada, persiste até o final da gravidez. Afeta 14% das mulheres grávidas no mundo. É mais comum na população negra (sistema renina-angiotensina -aldosterona), latina (sanguínea/altitude/latitude) e nas mulheres asiáticas do que em caucasianas (brancas). O DMG é uma condição de intolerância aos carboidratos, com graus de intensidade variados. Sua principal característica é o início ou detecção durante a gravidez, podendo ou não persistir após o parto, quando se deve fazer nova avaliação. A glândula endócrina localizada no pâncreas, responsável pela produção de insulina, tem como função controlar a quantidade de açúcar no sangue. 
 40% das mulheres que apresentam diagnóstico de diabetes gestacional se tornarão diabeticas em até 10 anos após o parto 
 Algumas já ficam diabéticas após a gestação
• Fatores de risco para Diabetes Mellitus 
Gravidez com RN com mais de 4 kg 
Histórico de abortos 
Cirurgias 
Viroses e outras infecções (principalmente na infância) 
Alguns medicamentos (corticóides) 
Menopausa 
Idade superior a 40 anos 
Uso de ACO 
Obesidade
• Fatores de risco para Diabetes Mellitus Gestacional
Idade acima de 25 anos; 
Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual; 
Deposição de gordura no tronco; 
História familiar de Diabetes em parente de 1° grau; 
Baixa estatura (1,50m); 
Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, pré eclâmpsia, 
hipertensão; 
Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia (peso excessivo do bebê) ou DMG. 
Presença de glicose na urina.
• Fisiopatologia da Diabetes Gestacinal (DG) 
A glicose excedente no sangue tem dificuldade na filtragem/metabolismo de forma eficaz. O hormônio insulina ajuda a transportar a glicose do sangue para dentro das células. No DG o corpo não responde bem à ação da insulina, a menos que a insulina possa ser produzida ou possa ser suprida em maiores quantidades. Na maioria das mulheres, o problema se resolve quando a gravidez termina, embora aumente o risco de desenvolver DM 2 com o passar do tempo.
• Quadro clínico sintomático
Hiperglicemia 
Sede excessiva (polidipsia) 
Diurese mais frequente (poliuria) 
Perda de peso, apesar do elevado apetite (polifagia) 
Cansaço 
Náuseas ou vômitos 
Infecções por fungos (candidíase vaginal, por exemplo) 
Visão turva 
Obs: algumas mulheres não apresentam sintoma detectável (pré-natal detecta)
“Numa gravidez normal, os níveis de glicose estão aproximadamente 20% abaixo do que é visto em mulheres que não estão grávidas porque o feto em desenvolvimento absorve uma parte da glicose do sangue da mãe. O Diabetes é evidente se os níveis de açúcar no sangue forem mais altos que o esperado para a gravidez.”
 • Diabetes Mellitus Gestacional Descompensado
 Bebês com macrossomia enfrentam problemas de saúde, incluindo dano aos seus ombros durante o nascimento. Por causa da insulina adicional produzida pelo pâncreas do bebê, recém-nascidos podem apresentar níveis de glicose no sangue muito baixos no nascimento (hipoglicemia severa/ comprometimento SNC) e estão sujeitos a um risco mais alto para problemas respiratórios. Bebês com excesso de insulina se tornam crianças com maior risco para a obesidade e adultos com maior risco para o DM2.
• Consequências do aumento anormal da glicose para mãe e bebê
 Macrossomia a criança cresce muito e pode nascer pesando mais de 4 Kg;
 Parto cesariano em função do tamanho da criança; 
 Bebê com hipoglicemia (níveis reduzidos de açúcar no sangue); 
 Morte fetal intra-útero; 
 Infecções urinárias frequentes na gestação; 
 Parto prematuro em função de excesso de líquido amniótico no útero, causando, inclusive, aumento exagerado da barriga e do peso corporal. 
 •Prevenção 
O Diabetes Gestacional não pode ser prevenido, porém mulheres acima do peso durante a gestação estão em maior risco. 
Não são recomendadas dietas com baixa caloria durante a gravidez porque a nutrição adequada é importante para o feto. 
Complicações do Diabetes Gestacional podem ser prevenidas controlando cuidadosamente as taxas glicêmicas e acompanhamento regular de pré natal. 
Depois da gravidez, pode reduzir o risco de DM2 adotando a tríade clássica (DME) 
O Metformin (Glicofage) ajuda a prevenir o diabetes em mulheres que elevaram os níveis de glicose no sangue fora da gravidez, mas que não têm níveis altos o bastante para serem rotuladas de diabéticas gestacionais. 
• Diagnóstico
 O método diagnóstico preconizado pela OMS. Consiste no teste 
de tolerância com sobrecarga oral (TOTG) de 75g de glicose. 
Deve ser realizado entre 24 e 28 semanas de gestação, exceto nas 
gestantes de alto risco ou aquelas que tiverem rastreamento positivo.
 Nestas pacientes a realização do teste deve ser mais precoce, 
em geral na 20ª semana. 
 Nas gestantes de alto risco, se o rastreamento inicial for negativo, 
deve ser repetido entre a 24ª e 28ª semana (7). 
“ De cada 100 mulheres grávidas, mais de 5 e até 12 delas desenvolvem diabetes
Gestacional (DMG), segundo oEstudo Brasileiro de Diabetes Gestacional.”
•Riscos:
Para a gestante: Pré-eclâmpsia, maior ganho ponderal, infecções do trato urinário, vulvovaginites, infecção puerperal e óbito.
Para o bebê: 
Intra-útero: Abortamento, polidrâmnio, macrossomia e RN GIG, anomalias congênitas,RCIU, óbito fetal
Após o parto: Hipoglicemia, policitemia, hipocalcemia e hiperbilirrubinemia, prematuridade, síndrome do desconforto respiratório, mortalidade perinatal
Consequências na infância e fase adulta para filhos de mães com DM
Na infância: maior frequência de obesidade
Na vida adulta: maior risco para diabetes tipo 2, com a chance potencial de complicações cardiovasculares
• Rastreamento de DM Gestacional
Testes laboratoriais:
Glicemia de jejum(GJ): nível de glicose sanguínea após jejum de 8 a 12 horas.
Teste oral de tolerância à glicose (TOTG-75g): 75g de glicose anidra (jejum 60min-120min)
Creatinina sérica e clearence de creatinina, TSH, Urina tipo Ieurocultura, Proteinúria de 24 horas ou micro albuminúria.
• Tratamento 
 Ultrassonografia obstétrica no 1º trimestre e US morfológica, entre 16-20 semanas, ecocardiografia fetal (se suspeita de mal formação);
Insulinoterapia, se necessária
Hipoglicemiantes orais: não são recomendados por muitos autores devido ao risco de mal formação fetal, porém a metformina e a glibenclamida podem ser prescritos
Metformina: diminui a gliconeogênese hepática e a absorção da glicose e aumenta a utilização periférica da glicose
Glibenclamida: ligando-se aos receptores da célula-β, bloqueando o canal de potássio e a brindo o canal de cálcio, (aumenta o ca intracitoplasmático e estimula a liberação da insulina)
Controle metabólico adequado: terapia nutricional orientada (baseada nos mesmos princípios de uma alimentação saudável)
Atividade física
• Controle glicêmico:
Gestantes diabéticas SEMINSULINA: glicemias de jejum, pós-prandiais semanais e glicemia capilar( ponta de dedo).
Gestantes diabéticas COM INSULINA: controle glicêmico rigoroso, medições diárias pela manhã em jejum, antes do almoço, antes do jantar, 1h ou 2h após o almoço e 1h ou 2h após o jantar
• Insulinoterapia
Insulina: utilizar caso níveis glicêmicos elevados persistam após 2 semanas de dieta;
Insulina rápida ou NPH (lenta);
Preferencialmente utilizar insulina humana;
Ajustar a dose de acordo com o perfil glicêmico.
• Parto
Bom controle metabólico: aguardar parto espontâneo;
Durante o trabalho de parto: monitorar glicemia;
Via de parto: normal ou cesariana;
 Avaliar necessidade de insulina no puerpério;
Seguimento do recém-nascido.
Considerações
A mulher gestante diagnosticada com Diabetes Mellitus Gestacional necessita de acompanhamento mais rigoroso para minimizar os riscos de complicações durante a gestação. Nesse sentido, a assistência de enfermagem é fundamental na prevenção dessas complicações, onde o profissional enfermeiro deverá orientar, avaliar e monitorar os fatores de risco, além de oferecer suporte e apoio emocional. O enfermeiro deve orientar sobre o controle glicêmico, o acompanhamento rigoroso do desenvolvimento do feto, estimular exercícios físicos, dieta, sintomas de hiper e hipoglicemia, entre outros cuidados.
Além de uma atuação importante nos cuidados de enfermagem prestados à mulher com DMG, o enfermeiro é um dos responsáveis pelo desfecho de uma gestação e parto bem sucedidos. 
6. Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez – SHEG
É a complicação mais frequente na gestação que acarreta num aumento dos níveis pressóricos da gestante, previamente normotensa, e constitui a primeira causa de mortalidade materna no ciclo gravídico puerperal. Normalmente inicia-se na 20ª semana de gestacional e é detectada quando os níveis pressóricos ultrapassam os 140/90, ou quando ocorre um aumento de 30 mmHg na PAS ou 15 mmHg na PAD com base em valor anterior às 20 semanas.
• Fatores de risco:
Nulíparas
História familiar positiva
Gemelaridade
Diabetes
HAS crônica
SHEG anterior
Doença vascular ou do tecido conjuntivo
Nefropatia
Idade > 35 anos
•Incidência: 5 a 10% das gestantes
Caracteriza-se: 
Hipertensão Arterial
Edema
Proteinúria
( a partir da 20semana de gestação)
A HAS na gestação é classificada em: pré-eclâmpsia, eclâmpsia, pré-eclâmpsia superposta, hipertensão crônica e hipertensão gestacional.
Hiper tensão crônica: acontece se uma Mulher grávida tiver o diagnóstico de hipertensão antes da gravidez ou até a 20ª semana de gestação. 
Hipertensão induzida pela gravidez (HIG)ou doença hipertensiva Específica da gestação (DHEG): o quadro hipertensivo se desenvolve após a 20ª semana de gestação, mas não acompanhada de proteinúria.
Pré-eclâmpsia (PE): Caracterizada pelo aparecimento de HAS e proteinúria(>300mg/24h) após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas.
Pré-eclâmpsia superposta (PES): Elevação aguda da PA. Proteinúria, trombocitopenia ou anormalidades da função hepática, em portadoras de HAS crônica, após a 20ª semana.
Eclâmpsia convulsiva (EC): agravamento com crises convulsivas. 
Eclâmpsia comatosa: quando o quadro de pré-eclâmpsia culmina com o coma, na ausência de convulsões. 
Síndrome de Hellp: É uma das formas clínicas da pré-eclâmpsia grave, sendo frequente causa de morte materna. Quadro composto por hemólise, plaquetopenia e elevação das enzimas hepáticas (Hemolysis Elevated Liver enzymes, Low Platelet count).
• FISIOPATOLOGIA
CÉREBRO: O comprometimento cerebral é a principalcausa de morte materna.
RINS: Glomeruloendoteliose: Perda de proteína, redução progressiva da capacidade de depuração, falencia funcional total.
FÍGADO: Isquemia Periportal – Necrose hemorrágica, distensão capsular (edema) ou focos hemorrágicos, dor epigástrica ou hipocôndrio direito, ruptura hepática, morte.
• Tratamento
Uso de Sulfato de Magnésio para tratamento de crises convulsivas;
 Corticoterapia acelerando a maturidade pulmonar fetal;
Recomenda-se o repouso materno;
 Uso de anti-hipertensivo recomendado quando acompanhado pelo médico, deforma a não prejudicar o feto. Esse é o tratamento mais controverso.
Antecipação do parto (único tratamento definitivo)
• Prevenção
O estado nutricional inadequado da gestante é um dos principais fatores responsáveis pela ocorrência de patologias nesse período. Uma dieta rica em alimentos que fornecem nutrientes como vitaminas e minerais é essencial para prevenção de doenças hipertensivas e demais intercorrências. Para isso, é preciso escolher refeições mais coloridas e convidativas. A prática de atividade física (sempre orientada pelo médico) também é importante para prevenir doenças e manter uma gestação saudável.
• Alterações significativas provocadas pela SHEG
Alterações hematológicas
Alterações renais
Alterações hepáticas
Alterações cerebrais
Alterações pulmonares
Alterações oftalmológicas
Considerações
Os cuidados e a avaliação de enfermagem devem ser prestados às gestantes portadoras de SHEG tendo em vista seu diagnóstico precoce e a identificação de possíveis complicações. Devem ser rigorosamente avaliados a PA (paciente na posição sentada e em decúbito lateral esquerdo), os sinais e sintomas de edema, oligúria (< 500ml/24horas), dor epigástrica ou no quadrante superior direito, distúrbios visuais ou cerebrais, proteinúria em exame de urina de 24 h, conforme rotina de pré-eclâmpsia leve e grave, enzimas hepáticas. 
O enfermeiro deve explicar e esclarecer a gestante e seu acompanhante o processo patológico e suas necessidades. A importância de períodos de repouso em decúbito lateral esquerdo, o monitoramento dos sinais vitais de acordo com a prescrição médica, oferecer tempo para esclarecimento de dúvidas da paciente ou do seu acompanhante. 
7. Infecções Sexualmente transmissíveis (ISTs) e Vulvovaginites
 Infecções sexualmente transmissíveis
São doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.
•Transmissão
Contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina;
Transmissão vertical: da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação;
Por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.
 • ISTs não tratadas podem levar a efeitos graves e crônicos à saúde:
 doenças neurológicas e cardiovasculares
 infertilidade,gravidez ectópica,
 natimortos,
 e aumento do risco de HIV. 
Infecções que causam corrimento vaginal e cervicite (vulvovaginites)
• Corrimento vaginal é a queixa mais comum
• Infecções do trato reprodutivo podem ser divididas em:
• Infecções endógenas (candidíase vulvovaginal, vaginose bacteriana)
• Infecções exógenas (infecções pós-aborto/pós-parto)
• IST (tricomoníase, infecção por C. trachomatise N. gonorrhoeae)
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
Infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva, que cresce quando o meio torna-se favorável para o seu desenvolvimento.
Agente etiológico: Candida albicans (80-92%)
• Fatores pré-disponentes:
Gravidez
Obesidade
DM
Corticóides, antibióticos
Contraceptivos orais
Imunossupressores, quimio/radioterapia
(BRASIL, 2020)
Imunodeficiência
Hábitos de higiene e vestuário
Contato com substâncias alergênicas e/ou irritantes
Infecção HIV
•Manifestações clínicas e diagnóstico:
prurido, ardência, corrimento geralmente grumoso, sem odor, dispareunia de introito vaginal e disúria externa;
eritema e fissuras vulvares, com placas aderidas à parede vaginal, de cor branca, edema vulvar, escoriações e lesões pelo ato de coçar. 
• Tratamento:
→ Miconazol creme a 2% ou outros derivados imidazólicos, via vaginal, ao deitar por 7 noites;
→ Nistatina 100.000 UI, via vaginal ao deitar por 14 noite
→ Fluconazol 150mg, via oral, dose única
→ Itraconazol 100mg, 2 comprimidos 2x ao dia por 1 dia
• Prevenção:
→ Uso de roupas íntimas de algodão (para melhorar a ventilação e diminuir umidade na região vaginal); 
→ Evitar calças apertadas; 
→ Retirar roupa íntima para dormir.
VAGINOSE BACTERIANA
Vaginose Bacteriana é uma infecção genital causada por bactérias, principalmente pela Gardnerella Vaginalis. Não é considerada uma doença sexualmente transmissível para alguns especialistas, uma vez que algumas dessas bactérias podem ser encontradas habitualmente no ser humano. É a desordem mais frequente do trato genital inferior entre mulheres em idade reprodutiva (gestantes ou não) e a causa mais prevalente de corrimento vaginal com odor fétido.
• Manifestações clínicas:
→ Odor desagradável, particularmente após o coito e a menstruação;
→ Ao exame especular, paredes vaginais em sua maioria íntegras;
→ Corrimento vaginal acinzentado bolhoso.
→ Ardência ao urinar e/ou coceira no exterior da vagina, sem dispareunia (dor genital ou pélvica durante o contato íntimo),
Algumas mulheres podem não apresentar sintomas.
 Diagnóstico:
•Em microscopia, o diagnóstico é realizado na presença de pelo menos três critérios:
→Corrimento vaginal homogêneo; 
→pH >4,5; 
→Presença de clue cells no exame de lâmina a fresco; 
→Teste de Whiff positivo (odor fétido das aminas com adição de hidróxido de potássio a 10%). 
• Tratamento
O tratamento é recomendado para mulheres sintomáticas e para assintomáticas quando grávidas, especialmente aquelas com histórico de parto pré-termo e que apresentem comorbidades ou potencial risco de complicações.
1ª opção ( inclusive lactantes e gestantes):
→ Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x ao dia por 7 dias, ou
→ Metronidazol gel vaginal 100mg/g, 1 aplicador ao deitar por 5 dias
2ª opção:
→ Clindamicina 300mg, VO 2x ao dia, por 7 dias
Recorrentes:
→ Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x ao dia, por 10-14 dias, ou
→ Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um aplicador via vaginal 1x por dia por 10 dias, seguido de tratamento supressivo com 1 óvulo de ácido bórico intravaginal de 600mg por dia por 21 dias e metronidazol gel vaginal 100mg/g 2x por semana, por 4-6 meses.
• Preveção:
→ Evitar duchas vaginais;
→ Não utilizar perfumes na vulva, a parte externa visível da vagina;
→ Evitar roupas justas e de material sintético;
→ Evitar calcinhas estilo fio dental, pois elas promovem um contato quase direto entre a região anal e genital, facilitando a proliferação de bactérias;
→ Acostume-se a dormir sem calcinha, pois a vagina precisa “respirar”;
Mulheres que usam algum dispositivo intrauterino, como DIU, têm mais risco de apresentar vaginose.
TRICOMONÍASE
Vulvovaginite menos frequente, parasita com mais frequência a genitália feminina.
• Agente etiológico: protozoário flagelado unicelular, oTrichomonasvaginalis
• Manifestações clínicas:
corrimento vaginal intenso, amarelo-esverdeado, por vezes acinzentado, bolhoso e espumoso, acompanhado de odor fétido e prurido eventual, que pode constituir reação alérgica à afecção.
Em caso de inflamação intensa, o corrimento aumenta e pode haver sinusiorragia e dispareunia.
Colo com petéquias e em“framboesa”.
Também podem ocorrer edema vulvar e sintomas urinários, como disúria.
• Diagnóstico
Odiagnóstico laboratorial microbiológico mais comum é o exame a fresco, mediante gota do conteúdo vaginal e sorofisiológico, com observação do parasita ao microscópio.
Habitualmente visualiza-se o movimento do protozoário, que éflagelado, e um grande número de leucócitos.
O Ph quase sempre é maior que 5,0.
Na maioria dos casos, o teste das aminas é positivo.
•Tratamento
1ª opção:
Metronidazol 400mg, 5 comprimidos, VO, dose única (dose total 2g), ou
Metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 2x/dia por 7 dias
Parceiros sexuais devem ser tratados com o mesmo esquema terapêutico. O tratamento pode aliviar os sintomas de corrimento em gestantes, além de prevenir infecção respiratória ou genital no RN. Para as puérperas recomenda-se o mesmo tratamento das gestantes
a. Infecções que causam corrimento uretral (uretrite)
URETRITE GONOCÓCICA
• Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae
• A infecção uretral no homem é assintomática em menos de 10% dos casos.
• Nos casos sintomáticos, há presença de corrimento 
URETRITE NÃO GONOCÓCICA
Vários agentes têm sido responsabilizados por essas infecções: 
• Chlamydiatrachomatis: (50% casos em homens), Mycoplasmagenitalium, Ureaplasmaurealyticum, Mycoplasmahominis, Trichomonasvaginalis, entre outros.
• Presença de corrimentos mucoides, discretos, com disúria leve e intermitente.
Diagnóstico para uretrites sintomáticas e não sintomáticas 
 Laboratorial:
• Detecção de clamídia e gonococo por biologia molecular
• Cultura de amostra do corrimento uretral em meio seletivo
• O teste positivo de esterase leucocitária na urina de primeiro jato
Tratamento:
Uretrite sem identificação do agente etiológico:
1ª opção
Ceftriaxona 500mg, IM, dose única
 +
Azitrominicina 500mg, 2 comprimidos VO, dose única
2ª opção
Ceftriaxona 500mg, IM, dose única
 +
Doxiciclina 100mg, 1 comprimido VO, 2x/dia, por 7 dias
Uretrite gonocócica e demais infecções gonocócicas não complicadas (uretra, cólo do útero, reto e faringe)
Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única
 +
Azitromicina 500mg, 2 comprimidos VO, dose única
Uretrite não gonocócica
1ª opção
Azitromicina 500mg, 2 comprimidos VO, dose única
2ª opção
Doxiciclina 100mg, 1 comprimido VO, 2x/dia, por 7 dias
Obs: A resolução dos sintomas pode levar até 7 dias após o término do tratamento
Uretrite por clamídia
1ª opção
Azitromicina 500mg, 2 comprimidos VO, dose única
2ª opção
Azitromicina 500mg, 2 comprimidos VO, dose única
Obs: A resolução dos sintomas pode levar até 7 dias após o término do tratamento
b. Infecções que causam úlcera genital
As úlceras genitais representam síndrome clínica, sendo muitas vezes causadas por IST, e se manifestam como lesões ulcerativas erosivas, precedidas ou não por pústulas e/ou vesículas, acompanhadas ou não de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional. 
São elas:
SÍFILIS
A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano.
 Brasil: doença em reemergência.
 A maioria das pessoas com sífilis são assintomáticas.
 Agente etiológico: Treponema pallidum.
Transmissão: principalmente por contato sexual; pode ser transmitida verticalmente para o feto durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratadade forma não adequada (taxa de transmissão de até 80%).
Obs: Na gestação, a sífilis pode apresentar consequências severas, como abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém.
• Sífilis primária:
Período de incubação: 10 a 90 dias (média de três semanas). 
 A primeira manifestação é caracterizada por úlcera (“cancro duro”), geralmente única, que ocorre no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais do tegumento), indolor,com base endurecida e fundo limpo, rica em treponemas. 
 Esse estágio pode durar entre duas e seis semanas, desaparecendo espontaneamente, independentemente de tratamento.
• Sífilis secundária
Ocorre em média entre seis semanas a seis meses após a cicatrização do cancro, podendo ocorrer em um período de até um ano.
Manifestação clínica: 
 Inicialmente, apresenta-se uma erupção macular eritematosa pouco visível (roséola), principalmente no tronco e raiz dos membros;
As lesões cutâneas progridem para lesões mais evidentes, papulosas eritematosas acastanhadas, que podem atingir todo o tegumento, sendo frequentes nos genitais;
 Atingem a região plantar e palmar, com um colarinho de escamação característico, em geral não pruriginosa. 
Outros sintomas: alopecia, sintomas inespecíficos como febre baixa, mal-estar, cefaleia e adinamia.
A sintomatologia desaparece em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura.
• Sífilis terciária
Período variável de latência, podendo surgir entre 1 e 40 anos depois do início da infecção.
Manifestações clínicas: 
Cutâneas; 
Ósseas; 
Cardiovasculares; 
Neurológicas.
HERPES GENITAL
Os HSV tipos 1 e 2 pertencem à família Herpesviridae, da qual fazem parte o citomegalovírus (CMV), o vírus da varicela zoster, o vírus Epstein-Barre o vírus do herpes humano 8. 
Todos são DNA-vírus que variam quanto à composição química e podem ser diferenciados por técnicas imunológicas. 
 Embora os HSV-1 e HSV-2 possam provocar lesões em qualquer parte do corpo, há predomínio do tipo 2 nas lesões genitais e do tipo 1 nas lesões perorais. 
As manifestações da infecção pelo HSV podem ser divididas em primo-infecção herpética e surtos recorrentes. 
Proporção de infecções sintomáticas: entre 13% e 37%.
Período de incubação médio: 6 dias
Primoinfecção: 
manifestação mais severa, caracterizada pelo surgimento de lesões eritemato-papulosas de um a três milímetros de diâmetro, que rapidamente evoluem para vesículas sobre base eritematosa, muito dolorosas e de localização variável na região genital.
O quadro local na primo-infecção costuma ser bastante sintomático e, na maioria das vezes, é acompanhado de manifestações gerais, podendo cursar com febre, mal estar, mialgia e disúria, com ou sem retenção urinária. Em especial, nas mulheres, pode simular quadro de infeção urinária baixa. 
A linfadenomegalia inguinal dolorosa bilateral está presente em 50% dos casos. 
Após a infecção genital, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra nos núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em um estado de latência.
O quadro pode durar de duas a três semanas. Após a infecção genital primária por HSV-2 ou HSV-1, respectivamente, 90% e 60% dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação viral.
O quadro clínico das recorrências é menos intenso que o observado na primoinfecçãoe pode ser precedido de sintomas prodrômicos característicos, como prurido leve ou sensação de “queimação”, mialgias e “fisgadas” nas pernas, quadris e região anogenital. Regressão espontânea de 7 a 10 dias.
→ Gestantes apresentam risco acrescido de complicações fetais e neonatais (sobretudo no final da gestação). 
→ Maior risco de transmissão vertical: passagem do feto pelo canal de parto. 
→ Recomenda-se a realização de cesariana sempre que houver lesões herpéticas ativas.
CANCROIDE
Denomina-se também cancro mole, cancro venéreo ou cancro de Ducrey. 
Agente etiológico: Haemophilus ducreyi.
Período de incubação: três a cinco dias, podendo se estender por até duas semanas. 
As lesões são dolorosas, geralmente múltiplas e devidas à autoinoculação. A borda é irregular, apresentando contornos eritemato-edematosos e fundo heterogêneo, recoberto por exsudato necrótico, amarelado, com odor fétido
No homem, as localizações mais frequentes são no frênulo e sulco bálano-prepucial; na mulher, na fúrcula e face interna dos pequenos e grandes lábios. Em 30% a 50% dos pacientes, a bactéria atinge os linfonodos inguino-crurais (bubão), sendo unilaterais em 2/3 dos casos, observados quase exclusivamente no sexo masculino pelas características anatômicas da drenagem linfática. 
LINFOGRANULOMA VENÉREO
Agente etiológico: Chlamydiatrachomatis, sorotipos L1, L2 e L3. 
Manifestações clínicas:
Feridas nos órgãos genitais, as quais, muitas vezes, não são percebidas e desaparecem sem tratamento.
Entre uma a seis semanas após a ferida inicial, surge um inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha, que, se não for tratado, rompe-se, com a saída de pus.
Pode haver sintomas por todo o corpo, como dores nas articulações, febre e mal-estar.
Quando não tratada adequadamente, a infecção pode agravar-se, causando elefantíase (acúmulo de linfa no pênis, escroto e vulva).
A manifestação clínica mais comum é a linfadenopatia inguinal e/ou femoral, já que esses sorotipos são altamente invasivos aos tecidos linfáticos. 
DONOVANOSE
Agente etiológico: bactéria Klebsiella granulomatis. 
Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. É pouco frequente, ocorrendo na maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais. 
Manifestações clínicas:
Inicia-se com ulceração de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil;
A ulceração evolui lenta e progressivamente, podendo tornar-se vegetante ou úlcerovegetante. 
As lesões costumam ser múltiplas, sendo frequente a configuração em “espelho” nas bordas cutâneas e/ou mucosas.
Predileção pelas regiões de dobras e região perianal.
• Métodos diagnósticos para úlceras genitais
• A microscopia é única opção de teste laboratorial existente no SUS para auxiliar no diagnóstico etiológico das úlceras genitais e está disponível para detecção do Haemophilus ducreyie Treponema pallidum.
• Para os demais patógenos, isto é, HSV-1 e HSV-2, Chlamydia trachomatis, sorovariantes (L1, L2, L2a, L2b e L3) e Klebsiella granulomatis, o diagnóstico se dará pela exclusão de caso sífilis (Treponema pallidum) e cancroide (Haemophilus ducreyi), associado ao histórico de exposição ao risco, sinais e sintomas clínicos.
Tratamento para cancroide, LGV, e donovanose
HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO)
É um DNA-vírus de cadeia dupla, não encapsulado, membro da família Papovaviridae. 
Infecta epitélios escamosos e pode induzir uma grande variedade de lesões cutaneomucosas. 
Atualmente, são identificados mais de 200 tipos de HPV, sendo que, desses, aproximadamente 40 tipos acometem o trato anogenital.
Transmissão: atividade sexual e, excepcionalmente, durante o parto, com a formação de lesões cutaneomucosas em recém-nascidos ou papilomatose recorrente de laringe. A transmissão por fômites é rara.
Os tipos de HPV que infectam o trato genital são divididos em dois grupos, de acordo com o potencial oncogênico e com as lesões às quais costumam estar associados: Os tipos 26, 53 e 66 provavelmente são de alto risco oncogênico, enquanto os tipos 34, 57 e 83, de risco indeterminado.
O tempo médio entre a infecção pelo HPV de alto risco e o desenvolvimento do câncer cervical é de aproximadamente 20 anos, de acordo com o tipo do vírus, sua carga viral, sua capacidade de persistência e o estado imunológico do hospedeiro. Na maioria das pessoas, a infecção pelo HPV não produz qualquer manifestação. Tempo de latência: pode variar de meses a anos e, quando presentes, as manifestaçõespodem ser subclínicas. As infecções são tipicamente assintomáticas. A maioria das infecções por HPV em mulheres (sobretudo quando adolescentes) tem resolução espontânea, em um período aproximado de até 24 meses. Manifestações clínicas surgem entre 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos.
Lesões subclínicas
Detectadas pelo exame preventivo de câncer de colo do útero (Papanicolau), por meio de lupas, corantes e colposcopia, acompanhada ou não de biópsia. 
Podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e de alto risco para desenvolvimento de câncer.
Lesões clínicas
Verrugas na região genital e no ânus (condiloma acuminado, “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”).
Podem ser únicas ou múltiplas, tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas).
Em geral assintomáticas, mas podem causar prurido. 
Causadas por tipos de HPV não cancerígenos.
Podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente a glande).
Diagnóstico: exames clínicos (lesões clínicas) e laboratoriais (lesões subclínicas –Papanicolau, colposcopia, peniscopia, anuscopia, biópsia e histopatologia).
Tratamento: Individualizado e conforme a extensão da lesão. Químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade.
→ Ambulatorial
•Ácido tricloroacético (ATA) 80% a 90% em solução.
•Podofilina 10%-25% (solução).
•Eletrocauterização.
•Exérese cirúrgica.
•Crioterapia.
→ Domiciliar:
•Imiquimode50mg/g creme: é um modulador da resposta imunológica pela indução do interferon alfa e de outras citocinas.
•Podofilotoxina: é a forma purificada da podofilina e possui propriedades antimitóticas. A absorção sistêmica após a aplicação tópica é muito baixa. 
PREVENÇÃO: Vacina quadrivalente contra HPV tipos 6 e 11 (de baixo risco oncogênico, responsáveis por lesões verrucosas) e 16 e 18 (de alto risco oncogênico) disponível no SUS.
Considerações:
O enfermeiro deve possuir amplo conhecimento sobre ISTs, estar bem treinado e capacitado para indicar estratégias de tratamento, fontes de encaminhamento e medidas preventivas ao paciente portador de ISTs e vulvovaginites. Deve utilizar intervenções educativas que promovam a discussão do tema entre a população, alertando sobre práticas sexuais seguras inclusive no período gestacional, motivando o interesse e aplicação do conhecimento adquirido pelos usuários do sistema de saúde. 
8. Consulta de enfermagem à mulher em seu ciclo vital. 
Formas de abordagem e as boas práticas em Enfermagem
Os profissionais de enfermagem têm o compromisso moral de estarem atualizados e capacitados para cuidar de maneira segura e qualificada, pois vivemos um tempo de constantes mudanças e convocação a um maior protagonismo na construção das novas etapas da história do cuidado de enfermagem. 
Devemos defender o direito à vida, à saúde e à qualidade do cuidado prestado, bem como a valorização da profissão orientada pelo agir ético e pelo exercício do pensamento crítico no objetivo de qualificar o nosso fazer.
BOAS PRÁTICAS EM ENFERMAGEM significa realizar os cuidados dentro das suas certezas a fim de obter os melhores resultados possíveis na prática que se exerce.
Visam promover o cuidado livre de danos deve ser um princípio a ser trabalho nos serviços, a fim de fortalecer também a cultura de segurança do paciente. A promoção do cuidado seguro e o fortalecimento da cultura de segurança são requisitos básicos dentro da Política das boas práticas. 
 Ações promotoras das boas práticas
Identificar corretamente os pacientes; 
Reduzir os riscos de infecções envolvidos ao cuidado; 
Certificação de intervenção, procedimento, paciente e ambiente correto; 
Diminuir os riscos de lesões ao paciente; 
Aperfeiçoar a comunicação entre os profissionais multidisciplinares; 
Identificar e executar processo assistencial, de acordo com cada paciente. 
A enfermagem divide seu protagonismo de cuidado com o cliente assistido.
O pensar crítico e reflexivo das práticas assistenciais e gerenciais no processo de enfermagem deve ser livre de danos, trazendo satisfação aos trabalhadores de saúde como também, envolvendo a qualificação dos profissionais, a infraestrutura dos serviços de saúde e a participação ativa dos profissionais, pacientes e familiares.
Uma atenção pré-natal e puerperal de qualidade e humanizada é fundamental para a saúde materna e neonatal. A atenção à mulher na gravidez e no pós-parto deve incluir ações de prevenção e promoção da saúde, além de diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que ocorrem neste período.
Atenção pré-natal e puerpério: pressupostos
Ampliar a cobertura do pré-natal e puerpério.
Melhorar a qualidade da atenção pré-natal e puerpério na UBS.
Melhorar a adesão ao pré-natal e ao puerpério.
Melhorar o registro do programa de pré-natal e puerpério.
Realizar avaliação do risco no pré-natal.
Promover a saúde no pré-natal e puerpério.
•Consulta de Enfermagem
A consulta de enfermagem sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza componentes do método científico para identificar situações de saúde doença, prescrever e implementar medidas de enfermagem que contribuam para a promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade, focando nas mudanças de estilo de vida do cliente e incentivo às atividades de promoção à saúde.
 •Reflexões que interferem no processo saúde-doença
Indivíduo;
Ser no mundo;
Ambiente;
Saúde-doença;
Morte (perdas, lutos, etc);
Qualidade de vida (objetivo e subjetivo);
Estilo devida;
Crenças e Valores;
Influência social;
Grupo e indivíduo.
•A comunicação na Enfermagem
O cuidado oferecido em ambiente tecnológico hospitalar e as relações interpessoais que se estabelecem neste cotidiano revelam que, para uma efetiva comunicação entre paciente e profissional, são necessárias a escuta, a presença e a sensibilidade, as quais revelam as verdadeiras necessidades de cada indivíduo.
Tipos de comunicação:
Comunicação Verbal → É a mais frequente, a mais habitual. Utiliza-se linguagem oral ou escrita para o estabelecimento do contato. Costuma ser o instrumento preferido de comunicação. Envolve ritmo, tom, entonação na voz.
Comunicação Não-verbal →É todo instrumento utilizado na comunicação que não seja a linguagem oral ou representada por sinais gráficos ou escrita, como linguagem corporal e expressões faciais.
Principais problemas na comunicação em saúde
Informação insuficiente, imprecisa ou ambígua;
Infoemação excessivamente técnica sobre resultado de exames ou causa da doença;
Linguagem inadequada;
Tempo escasso dedicado à informação em consultas;
Ruídos;
Distanciamento afetivo;
Desinteresse pelas preocupações do paciente, interrupção da fala do paciente;
Dificuldade de funcionar como fonte de apoio emocional, demonstrando irritabilidade com questionamentos e dúvidas óbvias
EXAMES DE ROTINA NO PRÉ NATAL 
Hemograma Completo
Protoparasitológico
Urina I, Urocultura no 1º, 2º e 3º Trimestre
Glicemia de jejum no 1°trimestre e após 20 semanas
Sorologia para Toxoplasmose (IgG e IgM)
Sorologia para HIV 1º e 3º Trimestre
Sorologia de Hepatite B (HbsAge AntiHBc)
Sorologia para Rubéola (IgG e IgM)
Sorologia para Lues (VDRL) 1º e 3º Trimestre 
Tipagem sanguínea (ABO) com fator Rh (no caso de Rh negativo: Coombs indireto –se negativo repeti-lo a cada 4 ou 8 semanas)
Identificar vulnerabilidades durante a consulta de consulta de pré-natal:
Identificação (idade, naturalidade, ocupação, escolaridade, situação conjugal, raça, gênero.
Anamnese (antecedentes familiares e/ou patologias associadas; histórico pessoal e ginecológico).
Exame Físico completo.
Queixas mais frequentes (náuseas, vômitos e tonturas).
Condutas:
Náuseas leves e sialorreia: Orientação nutricional, dieta fracionada, evitar frituras e estimulantes/cafeína, preferir fibras, frutas e líquidos, atividade física, eliminar (redução absoluta) álcool e fumo.
Náuseas e Vômitos Intensos: seguir conduta, avaliar perda de peso, (Hiperemese??) 
Cólicas, Flatulência e Obstipação

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