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Acessibilidade e inclusão digital

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Indaial – 2019
AcessibilidAde e
inclusão digitAl
Prof.a Franciéle Carneiro Garcês da Silva
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Franciéle Carneiro Garcês da Silva
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SI586a
Silva, Franciéle Carneiro Garcês da
Acessibilidade e inclusão digital. / Franciéle Carneiro Garcês da
Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
196 p.; il.
ISBN 978-85-515-0395-9
1. Acessibilidade. - Brasil. 2. Inclusão digital. – Brasil II. Centro
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 020
ApresentAção
Prezado acadêmico, bem-vindo! Este livro didático foi criado 
visando capacitá-lo para as questões relativas à disciplina de Acessibilidade 
e Inclusão Digital. Tais questões fazem parte da sua formação acadêmica e, 
nesse sentido, encontra-se dividido em três unidades. 
Na Unidade 1, intitulada Tópicos Especiais em Acessibilidade 
e Inclusão Digital são apresentados os aspectos históricos e conceituais 
sobre a acessibilidade e inclusão digital, a importância dos conhecimentos 
sobre a acessibilidade para a Biblioteconomia, bem como apresenta a 
legislação, os direitos das pessoas com deficiência e as normas técnicas 
de acessibilidade em bibliotecas. Por fim, conceitua o que são tecnologias 
assistidas e sua contribuição para a promoção da qualidade de vida de 
pessoas com deficiência.
Na Unidade 2, intitulada Acessibilidade e Inclusão Digital: caminhos 
para uma prática inclusiva e acessível, você compreenderá os motivos que 
levam às pessoas com deficiência a estarem afastadas dos ambientes das 
bibliotecas e unidades de informação e qual o papel do bibliotecário para 
reverter essa situação; conhecerá a promoção da autonomia e da acessibilidade 
em bibliotecas estudando o papel do bibliotecário, as necessidades de 
informação e acesso à informação por pessoas com deficiência. Será possível 
também entender como planejar bibliotecas que busquem a inclusão e 
promovam a acessibilidade para as pessoas com deficiência; aprenderá a 
identificar como as tecnologias assistivas podem contribuir para a autonomia 
de pessoas com deficiência e seu pleno exercício da cidadania, bem como o 
acesso à informação e, por fim, conhecerá os softwares e instrumentos que 
permitem a acessibilidade às pessoas com deficiência em bibliotecas.
A Unidade 3, intitulada Educação Inclusiva e Bibliotecas Acessíveis 
apresenta a importância da educação inclusiva e da acessibilidade no 
ambiente escolar. Traz ainda a compreensão do papel e do conceito de 
biblioteca inclusiva e acessível e incita refletir sobre o Código de Ética 
bibliotecária, as funções do bibliotecário e a sua contribuição para tornar 
bibliotecas acessíveis e inclusivas. Por fim, traz o conceito de audiodescrição 
e sua função e fornece exemplos de bibliotecas com acessibilidade.
Nesse sentido, sugerimos a leitura de cada unidade deste livro didático 
na íntegra e de forma atenta. Incentivamos também que sejam respondidas 
as questões da Autoatividade, que contém exercícios elaborados para testar 
seus conhecimentos. Lembre-se de que esta disciplina é vital para seu 
aprendizado no que se refere às questões de acessibilidade e inclusão social e 
digital. Estes conteúdos serão úteis no seu dia a dia como profissional dentro 
de uma biblioteca ou unidade de informação e o concederão as habilidades 
necessárias para ser um profissional que atenda às demandas da sociedade 
do século XXI.
 Ótimo estudo e boas reflexões!
 Ma. Franciéle Carneiro Garcês da Silva
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL ...... 1
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE ........................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 ACESSIBILIDADE E OS DIREITOS HUMANOS ....................................................................... 4
3 PRINCIPAIS MARCOS DA ACESSIBILIDADE NO BRASIL ................................................... 8
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 10
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 11
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS ................................................ 13
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 13
2 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS SOBRE ACESSIBILIDADE ................................................. 14
3 AS DIMENSÕES DA ACESSIBILIDADE .................................................................................... 23
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 28
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 29
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE ........................................................... 31
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 31
2 ACESSIBILIDADE E A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988.................................... 32
3 LEGISLAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE EM INSTITUIÇÕES 
 DE ENSINO E BIBLIOTECAS ........................................................................................................ 36
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................42
TÓPICO 4 — INCLUSÃO DIGITAL E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS .................................... 45
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 45
2 CONCEITUANDO A INCLUSÃO DIGITAL .............................................................................. 46
3 ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL ............................................................................... 48
4 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS PARA A PROMOÇÃO DA LIBERDADE E 
AUTONOMIA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM SUA INTERAÇÃO 
 NA SOCIEDADE ............................................................................................................................... 49
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 59
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 62
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 63
UNIDADE 2 — ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL: CAMINHOS PARA 
 UMA PRÁTICA INCLUSIVA E ACESSÍVEL .................................................... 65
TÓPICO 1 — ACESSIBILIDADE E A PROMOÇÃO DA AUTONOMIA EM BIBLIOTECAS ......67
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 67
2 ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO E A PROFISSÃO BIBLIOTECÁRIA .................................. 68
3 ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO SOCIAL E O ACESSO À INFORMAÇÃO ....................... 69
3.1 NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO E AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA .................... 71
3.2 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL E O ACESSO À INFORMAÇÃO ........................ 74
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................77
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 82
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 84
TÓPICO 2 — PLANEJANDO BIBLIOTECAS ACESSÍVEIS E INCLUSIVAS ......................... 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87
2 PENSANDO AS BIBLIOTECAS PARA A INCLUSÃO DE PESSOAS COM 
 NECESSIDADES ESPECIAIS ......................................................................................................... 88
3 PLANEJAMENTO DE BIBLIOTECAS ACESSÍVEIS E INCLUSIVAS E AS 
SUAS ETAPAS .................................................................................................................................... 89
4 PRÁTICAS COMUNICACIONAIS E RECURSOS PARA AMPLIAÇÃO DA 
ACESSIBILIDADE DA COMUNICAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ................ 91
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 3 — ESTUDO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA E DE OUTRAS 
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS QUE VISEM À INCLUSÃO 
SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NAS BIBLIOTECAS ........................ 99
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99
2 TECNOLOGIA ASSISTIVA E ACESSO EM BIBLIOTECAS E UNIDADES 
DE INFORMAÇÃO ........................................................................................................................ 100
2.1 SISTEMA BRAILLE .................................................................................................................... 100
2.2 MOUSEKEY ................................................................................................................................. 102
3 SOFTWARES DE ACESSIBILIDADE ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL ....... 103
3.1 DOSVOX ...................................................................................................................................... 103
3.2 VIRTUAL VISION ...................................................................................................................... 106
3.3 PROGRAMA MOTRIX .............................................................................................................. 109
3.4 JAWS FOR WINDOWS .............................................................................................................. 110
3.5 NVDA ........................................................................................................................................... 111
3.6 OPENBOOK ............................................................................................................................... 112
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 113
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 114
UNIDADE 3 — EDUCAÇÃO INCLUSIVA E BIBLIOTECAS ACESSÍVEIS .......................... 117
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A BIBLIOTECA ESCOLAR ................................. 119
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 119
2 REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE BIBLIOTECONOMIA E A ACESSIBILIDADE ........ 119
3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ACESSIBILIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR................... 121
4 BILIOTECAS ESCOLARES E ACESSIBILIDADE .................................................................... 125
LEITURA COMPLEMENTAR...........................................................................................................127
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 137
TÓPICO 2 — BIBLIOTECAS INCLUSIVAS E O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO ................ 141
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 141
2 ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO EM BIBLIOTECAS PÚBLICAS ...................................... 144
3 O AMBIENTE UNIVERSITÁRIO E A ACESSIBILIDADE ..................................................... 147
3.1 ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ................................................. 152
3.1.1 PROESP/CAPES: Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca Central Cesar 
Lattes – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) ....................................... 154
3.1.2 Laboratório de Acessibilidade (LA) da Biblioteca Central Zila Mamede 
(BCZM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte ....................................... 160
3.2 NÚCLEOS DE ACESSIBILIDADE DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ............ 162
3.2.1 Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da Universidade Federal de Minas 
Gerais (UFMG) ................................................................................................................... 162
3.2.2 Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal de Goiás (UFG) ........................ 165
3.2.3 Núcleo de Acessibilidade Educacional (NAE) da Universidade do Estado 
 de Santa Catarina (UDESC) .............................................................................................. 169
3.3 FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES DESTINADAS AO ATENDIMENTO DE 
 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ................................................................................................170
3.3.1 Fundação Dorina Nowill para Cegos ............................................................................. 170
3.3.2 Associação Catarinense para Integração do Cego – ACIC .......................................... 173
3.3.3 Centro de Apoio ao Deficiente Visual – CADEVI ......................................................... 174
3.3.4 Associação de Pais Banespianos de Excepcionais – APABEX ..................................... 174
3.3.5 Associação Mineira de Reabilitação – AMR .................................................................. 175
3.3.6 Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual ...................... 176
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 180
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 181
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 183
1
UNIDADE 1 — 
TÓPICOS ESPECIAIS EM 
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os aspectos históricos e conceituais sobre acessibilidade e 
inclusão digital;
• entender a importância dos conhecimentos sobre acessibilidade para a 
Biblioteconomia;
• conhecer os conceitos que envolvem a temática da acessibilidade;
•	 aprender,	a	partir	da	legislação,	os	direitos	das	pessoas	com	deficiência;
• conhecer as normas técnicas para acessibilidade em Bibliotecas e centros 
de informação;
• entender o que são tecnologias assistivas e como elas podem proporcionar 
qualidade	de	vida	para	pessoas	com	deficiência.
Esta	unidade	está	dividida	em	quatro	tópicos.	No	decorrer	da	unidade	você	
encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
TÓPICO	2	–	ACESSIBILIDADE:	ASPECTOS	CONCEITUAIS
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE
TÓPICO	4	–	INCLUSÃO	DIGITAL	E	TECNOLOGIAS	ASSISTIVAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
1 INTRODUÇÃO
A equidade de direitos entre cidadãs e cidadãos está prevista em diversas 
localidades	do	mundo	como	política	de	inclusão	social.	Nesse	sentido,	conforme	
os instrumentos normativos que serão discutidos ao longo dessa unidade, toda 
pessoa com necessidades educacionais especiais deve ter seus direitos e qualidade 
de	vida	assistidos	pelo	Estado,	como	uma	política	pública.
A	discussão	sobre	a	qualidade	de	vida	das	pessoas	com	deficiência	pode	
ser	considerada	recente.	As	primeiras	conferências	que	discutiram	essa	temática	
no mundo ocorreram na segunda metade do século XX, especialmente no contexto 
europeu.	No	Brasil,	 o	debate	 se	 iniciou	na	 elaboração	da	Constituição	Federal	
de	 1988,	 conhecida	 popularmente	 como	 “constituição	 cidadã”.	 Entretanto,	 as	
primeiras	garantias	de	direitos	da	pessoa	com	deficiência	só	foram	conquistadas	
no	início	do	século	XXI,	no	Brasil	(MAZZOTTA;	D’ANTINO,	2011).
Diversos foram os motivos que contribuíram para o atraso dessas pautas, 
elenca-se o principal destes o pré-conceito sobre a participação social das pessoas 
com	deficiência	nos	estratos	sociais:	escolas,	ambientes	de	cultura	e	lazer	e	também	
no	mercado	de	trabalho.	Acreditava-se	que	a	pessoa	com	deficiência	não	poderia	
ser inserida nesses espaços e, no modelo econômico capitalista, eram consideradas 
economicamente	 e/ou	 intelectualmente	 improdutivas.	A	 pessoa	 com	 deficiência	
era,	por	muitas	vezes,	enxergada	com	pré-conceito	pelas	pessoas	sem	deficiência.
Parte desses pré-conceitos mudaram a partir do aprofundamento de 
pesquisas	 científicas	 sobre	 as	 doenças,	 isso	 inclui	 pesquisas	 que	 buscassem	 a	
melhoria	da	qualidade	de	vida	da	pessoa	com	deficiência,	mudando,	inclusive,	a	
forma	como	as	pessoas	eram	tratadas.	Até	o	início	dos	anos	2000	era	comum	que	
se	 referissem	 às	 pessoas	 com	 deficiência	 como	 “dementes”,	 “débeis	 mentais”,	
“deficientes”,	 “incapaz	 intelectual”,	 “especiais”,	 entre	 outros	 adjetivos	 que	
contribuíram	para	a	exclusão	dessas	pessoas.	
Pensando	em	uma	forma	de	minimizar	o	pré-conceito	e	exclusão	das	pessoas	
com	 deficiência,	 Amiralian	 et al. (2000)	 discutem	 a	 necessidade	 de	 se	 analisar	
os	 termos	médicos	e	os	 termos	sociais	sobre	as	doenças	a	fim	de	relacioná-los	e	
utilizá-los	como	medida	educativa.	Os	autores	discutem	que	se	utilizada	apenas	
a terminologia médica, limita-se à compreensão social das doenças (haja vista a 
complexidade	da	linguagem	entre	profissionais	da	saúde).	Em	contrapartida,	usar	
apenas	a	terminologia	social	pode	aumentar	preconceitos	e	dificultar	a	inclusão	das	
pessoas	com	deficiência	na	sociedade.
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
4
Nos	próximos	subtópicos	serão	discutidas	a	inclusão	social	das	pessoas	
com	deficiência	 e	 acessibilidade	 a	partir	 da	Declaração	Universal	 dos	Direitos	
Humanos,	bem	como	os	principais	marcos	da	acessibilidade	no	Brasil.
2 ACESSIBILIDADE E OS DIREITOS HUMANOS
Ao pensar em acessibilidade, imagina-se que o termo está relacionado 
majoritariamente a aspectos arquitetônicos, tais como pisos direcionais, rampas, 
barras	de	apoio	etc.	Entretanto,	a	acessibilidade	vai	além	das	condições	físicas	de	
estar em determinado espaço, compreende também o acesso a materiais, serviços 
e	informações	que	permita	a	pessoa	com	deficiência	uma	vida	mais	digna.
Ao relacionar a temática com a atividade bibliotecária, compreendese como 
fundamental	 a	 preocupação	 desses	 profissionais	 com	 o	 acesso	 às	 informações	
para	 todas	as	pessoas,	 respeitando	as	 limitações	 (quando	houver)	 e	 fazendo	o	
possível	para	satisfazer	a	necessidade	informacional	do	usuário.
No	que	tange	ao	acesso	às	informações,	faz-se	necessária	a	compreensão	da	
trajetória da acessibilidade para entender os contextos e limites que se encontram 
atualmente	para	a	promoção	da	equidade	de	oportunidades	para	todas	as	pessoas.	
Compreende-se que o contexto pós-guerra mundial foi fundamental para pensar 
a	 acessibilidade	 arquitetônica	 para	 pessoas	 com	 deficiência	 física,	 pois	 nessa	
época, devido ao enfrentamento bélico, muitos militares e civis sofreram traumas 
físicos	e	psicológicos	e,	com	isso,	mobilidade	reduzida	(perda	parcial	ou	total	de	
membros,	distúrbios	motores,	visuais	e	auditivos)	(CARDOSO,	2011).	
Para	minimizar	a	situação	conflituosa	do	período,	um	grupo	de	países	se	
reuniu	para	repensar	a	estrutura	global	sobre	a	paz	e	os	direitos	humanos.	Assim,	
compreende-se	 a	 Declaração	 Universal	 dos	 Direitos	 Humanos	 (DUDH)	 como	
o	primeiro	documento	que	promoveu	não	só	a	união	das	nações,	mas	também	a	
equidade	entre	as	pessoas.	No	preâmbulo	desse	documento	consta	que	a	DUDH	
tem	“[...]	como	o	ideal	comum	a	ser	atingido	por	todos	os	povos	e	todas	as	nações,	
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em 
mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover 
o	 respeito	 a	 esses	 direitos	 e	 liberdades	 [...]”	 (ONU,	 2009,	 s.p.).	 Nesse	 sentido,	
compreende-se	que	profissionais	de	Biblioteconomia,	enquanto	mediadores,	têm	
papel	fundamental	na	promoção	e	discussão	desses	valores	na	sociedade.
Salienta-se	que	tal	documento	foi	escrito	com	base	no	contexto	de	conflitos	
de	 guerra	 da	 época,	 por	 isso	 nota-se	 artigos	 específicos	 que	 tratam	do	direito	
a julgamento em um tribunal, a proibição da tortura, dos castigos cruéis e dos 
exílios	 arbitrários.	 Com	 relação	 ao	 tema	 desse	 tópico	 (acessibilidade),	 notase	
que, mesmo não explicitados, os ideais para a equidade de direitos e para a 
humanização	de	 todas	 aspessoas,	 independentemente	 da	 sua	 condição,	 estão	
presentes nos respectivos artigos:
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
5
QUADRO 1 – DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
(ARTIGOS RELACIONADOS À ACESSIBILIDADE)
• Artigo 1 – “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos.	São	dotados	de	razão	e	consciência	e	devem	agir	em	relação	uns	aos	
outros	com	espírito	de	 fraternidade”.	Nesse	artigo	destaca-se	o	nascer	 livre,	
em	dignidade	e	direitos.	Toda	pessoa	deve	nascer	com	o	mínimo	de	direito	
garantido, como por exemplo, o seu registro civil, acesso à saúde, alimentação 
e	deve	ser	tratada	com	espírito	de	fraternidade	pelas	pessoas	a	sua	volta.
• Artigo 2, Parágrafo 1 –	“Todo	ser	humano	tem	capacidade	para	gozar	os	
direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de 
qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política 
ou	de	outra	natureza,	origem	nacional	ou	social,	 riqueza,	nascimento,	ou	
qualquer	 outra	 condição”.	 Ainda	 que	 não	 esteja	 explicitado,	 elenca-se	
a relação com a temática proposta nesta unidade a menção a “qualquer 
outra	condição”.	Nessa	perspectiva,	assume-se	que	essas	condições	podem	
referirse	à	condição	da	pessoa	com	deficiência.
• Artigo 3 – “Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal”.	 É	 dever	 do	 Estado	 garantir	 condições	 para	 nascimento,	
desenvolvimento	e	segurança	para	todas	as	pessoas.
• Artigo 5 –	“Ninguém	será	submetido	à	tortura,	nem	a	tratamento	ou	castigo	
cruel,	desumano	ou	degradante”.	Considera-se	o	referido	artigo	importante	
para	 essa	 discussão,	 uma	 vez	 que	 o	 fato	 de	 não	 enxergar	 a	 pessoa	 com	
deficiência	 com	 humanidade	 tornou	 esses	 corpos	 vulneráveis.	 A	 partir	
desse	artigo,	observa-se	um	movimento	global	contra	a	desumanização	e	a	
crueldade	de	umas	pessoas	em	relação	às	outras.
• Artigo 6 – “Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, 
reconhecido	 como	 pessoa	 perante	 a	 lei”.	 Mais	 uma	 vez,	 destaca-se	 o	
reconhecimento de todos os indivíduos como pessoa, como indivíduo que 
merece	equidade	de	tratamento	em	todos	os	espaços.
• Artigo 7 –	 “Todos	 são	 iguais	 perante	 a	 lei	 e	 têm	 direito,	 sem	 qualquer	
distinção,	a	igual	proteção	da	lei.	Todos	têm	direito	a	igual	proteção	contra	
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer 
incitamento	a	tal	discriminação”.	Nota-se	que	aqui	foi	utilizada	pela	primeira	
vez	a	palavra	discriminação,	ou	seja,	destaca	ainda	mais	a	necessidade	de	
igual	proteção	e	tratamento	perante	a	lei.
• Artigo 13, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção 
e	residência	dentro	das	fronteiras	de	cada	Estado”.	Aqui	destaca-se	a	primeira	
preocupação	com	a	locomoção	de	todas	as	pessoas.	Pode-se	associar	esse	artigo	
ao	início	da	preocupação	com	a	acessibilidade	nos	espaços	públicos.
• Artigo 19 – “Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e 
expressão;	esse	direito	inclui	a	liberdade	de,	sem	interferência,	ter	opiniões	e	
de	procurar,	receber	e	transmitir	informações	e	ideias	por	quaisquer	meios	e	
independentemente	de	fronteiras”.	Esse	artigo	relaciona-se	às	atividades	de	
profissionais	da	informação,	já	que	mediar	as	informações	de	acordo	com	as	
necessidades	do	usuário	é	uma	das	missões	desses	profissionais.	Atenta-se	
para o fato de que é necessário compreender a condição do usuário para que 
este	consiga	acessar	a	informação	desejada.
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
6
• Artigo 23, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre 
escolha	de	emprego,	a	condições	justas	e	favoráveis	de	trabalho	e	à	proteção	
contra	o	desemprego”.
• Artigo 23, Parágrafo 2 – “Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem 
direito	a	igual	remuneração	por	igual	trabalho”.	Nesse	artigo,	pode-se	notar	
que	 todas	 as	pessoas	 têm	direito	 a	um	 trabalho	digno	 com	 remuneração	
justa	e	isso	também	se	aplica	às	pessoas	com	deficiência.
• Artigo 26, Parágrafo 1 –	 “Todo	 ser	 humano	 tem	 direito	 à	 instrução.	 A	
instrução	será	gratuita,	pelo	menos	nos	graus	elementares	e	fundamentais.	
A	instrução	elementar	será	obrigatória.	A	instrução	técnico-profissional	será	
acessível	a	todos,	bem	como	a	instrução	superior,	está	baseada	no	mérito”.	
É	dever	do	Estado	proporcionar	uma	educação	que	inclua	todas	as	pessoas	
no	sistema	de	ensino	público.
• Artigo 27, Parágrafo 1 – “Todo ser humano tem o direito de participar 
livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar 
do	progresso	científico	e	de	seus	benefícios”.	Aqui	discute-se	o	acesso	e	o	
usufruto	de	bens	culturais	públicos	e	do	progresso	científico	para	bem-estar	
de	todas	as	pessoas.
FONTE: Adaptado de Organização das Nações Unidas – ONU (2009)
Apesar	de	essencial	para	o	contexto	político	mundial	da	época,	a	DUDH,	
mesmo propondo o tratamento equânime para todas as pessoas no acesso à saúde, 
educação,	mobilidade,	 julgamento	justo	e	usufruto	dos	avanços	científicos,	não	
abordou	especificamente	as	pautas	que	incluem	as	pessoas	com	deficiência.
Observa-se também que não foram estabelecidas normas para a 
acessibilidade.	Tal	discussão	se	iniciou	em	1973,	nos	Estados	Unidos	da	América	
(EUA),	com	a	criação	da	Lei	de	Reabilitação,	que	impunha	a	criação	de	adaptações	
e	ambientes	menos	restritivos	no	emprego	e	no	ensino	superior	financiado	pelo	
estado	 para	 que	 pessoas	 com	 deficiência	 pudessem	 estudar	 e	 trabalhar	 (U.S.	
DEPARTMENT	OF	JUSTICE,	2009).
Pouco	 tempo	 depois,	 em	 1975,	 a	 Lei	 de	 reabilitação	 se	 estendeu	 às	
escolas	para	a	 integração	das	pessoas	com	deficiência	com	a	Lei	Education	for	
All Handicapped Children Act - EAHCA (Educação para Todas as Crianças 
Deficientes).	 Essa	 lei	 garantia	 que	 todas	 as	 escolas	 que	 recebessem	 auxílio	 do	
governo,	acolhessem	crianças	com	necessidades	educacionais	especiais.
O	marco	civil	na	garantia	dos	direitos	das	pessoas	com	deficiência	aconteceu	
em	1980	nos	EUA	com	a	Lei	Americans	with	Disabilities – ADA (Americanos com 
Deficiência), proibindo	a	discriminação	da	pessoa	com	deficiência,	promovendo	
a acessibilidade no mercado de trabalho e estabelecendo fundos públicos para 
a	compra	de	recursos	que	necessitam	(U.S.	DEPARTMENT	OF	JUSTICE,	1990).
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
7
Outro importante documento para a causa foi a Declaração Mundial sobre 
a Educação para Todos,	 publicado	pela	UNESCO	no	 ano	de	 1990.	 Este	 também	
pode ser considerado um dos documentos norteadores a respeito da inclusão da 
diversidade	nas	instituições	de	ensino.	Nele	consta	que	“as	necessidades	básicas	
de	aprendizagem	das	pessoas	[...]	 [com]	deficiência	requerem	atenção	especial.	
É	preciso	 tomar	medidas	que	garantam	a	 igualdade	de	acesso	à	 educação	aos	
portadores	 de	 todo	 e	 qualquer	 tipo	 de	 deficiência,	 como	 parte	 integrante	 do	
sistema	educativo”	(UNESCO,	1990,	p.	4).	
Observa-se que na citação anterior consta o adjetivo “portadores de 
deficiência”	ao	referir-se	à	pessoa	com	deficiência.	Recomenda-se	que	não	seja	
utilizado,	pois	não há opção de a pessoa deixar de portar uma deficiência.	Nesse	
sentido,	 recomenda-se	 que	 utilize	 pessoa	 com	 deficiência	 ou	 o	 adjetivo	 que	
determinados	grupos	prefiram,	como	é	o	caso	dos	cegos	e	surdos.	
Retomando	a	discussão,	destaca-se	que	em	1995	a	Organização	das	Nações	
Unidas	(ONU)	publica	as	Normas sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas 
com Deficiência,	estabelecendo	diretrizes	para	a	acessibilidade	de	todas	as	pessoas.	
Consta no documento que: 
[...]	Os	Estados	devem	reconhecer	a	importância	global	das	condições	
de acessibilidade para o processo de igualdade de oportunidades em 
todas	as	esferas	da	vida	social.	No	interesse	de	todas	as	pessoas	com	
deficiência,	os	Estados	devem:	a)	iniciar	programas	de	ação	que	visem	
tornar	 acessível	 o	 meio	 físico;	 b)	 tomar	 medidas	 que	 assegurem	 o	
acesso	à	informação	e	à	comunicação	(ONU,1995,	s.p.).
Tal	 documento	 torna-se	 essencial	 para	 estudantes	 e	 profissionais	 de	
Biblioteconomia, pois versa sobre a acessibilidade aos espaços, incluindo a 
biblioteca	e	o	acesso	à	informação	e	comunicação.
Outro documento importante acerca da acessibilidade é a Declaração de 
Salamanca	(1995),	também	promovida	pela	ONU.	Esse	documento	é	resultado	da	
“Conferência	Mundial	Sobre	Necessidades	Educacionais	Especiais”	e	estabelece	
diretrizes	para	a	educação	especial	no	mundo	incluindo	crianças,	jovens	e	adultos	
da	educação	básica	ao	ensino	superior.	Essa	declaração	dialoga	com	a	DUDH,	
com	 a	 “Declaração	 Mundial	 de	 Educação	 para	 todos”	 e	 propõe	 orientações	
e	 sugestões	 para	 que	 as	 nações	 incorporem	 nas	 políticas	 escolares.	 São	 elas:	
política	 e	 organização,	 fatores	 relativos	 à	 escola,	 recrutamento	 e	 treinamento	
de educadores, serviços externos de apoio, áreas prioritárias, perspectivas 
comunitárias	e	requerimentos	relativos	à	aquisição	e	distribuição	de	recursos.	
A declaração de Salamanca pauta-se no princípio de que a educação é um 
direito de todos, independentemente da sua condição humana, toda pessoa tem 
o	direito	de	se	educar.	Outro	aspecto	discutido	no	documento	é	que	toda	criança	
que	tem	dificuldades	no	processo	de	ensino-aprendizagem	pode	ser	considerada	
com	necessidades	educacionais	especiais	e,	para	atendê-la,	a	escola	deve	adaptar-
se aos estudantes cumprindo com seu compromisso de oferecer uma educação 
diversificada	no	espaço	comum	a	todas	as	crianças.	
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
8
Nesse	subtópico	foram	tratados	alguns	dos	documentos	que	contribuíram	
para	 a	 consolidação	 da	 acessibilidade	 como	 um	 direito	 de	 todas	 as	 pessoas.	
Vimos	que	a	discussão	se	iniciou	no	pós-guerra	com	a	DUDH	e	ampliou	nas	leis	
americanas até aumentar o debate globalmente a partir da Declaração Mundial de 
Educação para Todos, da Declaração de Salamanca e das Normas sobre a Igualdade de 
Oportunidades para as Pessoas com Deficiência	da	ONU.	A	seguir	serão	abordados	os	
principais	marcos	para	a	acessibilidade	e	inclusão	social	no	Brasil.	
3 PRINCIPAIS MARCOS DA ACESSIBILIDADE NO BRASIL
A discussão sobre a acessibilidade no Brasil, assim como em outros países 
do	mundo,	também	foi	tardia.	Costa,	Maior	e	Lima	(2005)	dizem	que	essa	temática	
começou	a	ser	abordada	no	país	a	partir	da	Constituição	Federal	de	1988.
Apesar do tema acessibilidade ser recente, a preocupação com a 
qualidade	de	vida	e	educação	da	pessoa	com	deficiência	pode	ser	 identificada	
desde o período histórico conhecido como Brasil Império, quando o imperador 
Dom	Pedro	 II	 criou	em	1845	o	 Instituto	Benjamin	Constant	 (IBC),	destinado	à	
educação	de	crianças	cegas.	No	ano	de	1857,	também	foi	fundado,	com	a	outorga	
do imperador, o Instituto Imperial dos Surdos Mudos, conhecido atualmente 
como	Instituto	Nacional	de	Educação	de	Surdos	(INES),	ambas	as	instituições	na	
cidade	do	Rio	de	Janeiro.
Outras	importantes	instituições	para	cuidado,	apoio	e	educação	de	pessoas	
com necessidades educacionais especiais são: a Associação de Pais e Amigos dos 
Excepcionais	–	APAE	–	e	a	Associação	de	Apoio	à	Criança	Deficiente	–	AACD.	
A	primeira	trata-se	de	uma	organização	social	fundada	em	1954	que	tem	como	
objetivo	 “promover	 a	 atenção	 integral	 à	 pessoa	 com	 deficiência	 intelectual	 e	
múltipla”	 (APAE,	2018,	 s.p.).	Atualmente,	 a	 instituição	atende	a	mais	de	2	mil	
municípios	 brasileiros.	 A	 segunda,	 fundada	 em	 1950,	 inspirada	 na	 inovação	
tecnológica	dos	EUA,	é	considerada	uma	instituição	de	excelência	no	tratamento	
de	pessoas	com	deficiência.	A	instituição	também	oferece	outras	atividades,	tais	
como a inserção no esporte paraolímpico e atividades para a integração social 
das	 pessoas	 com	 deficiência,	 especialmente	 para	 a	 superação	 do	 trauma	 e/ou	
condição	(AACD,	2018).	
A	história	da	acessibilidade,	no	Brasil,	dialoga	com	as	convenções	citadas	
no	 subtópico	 anterior.	 Preocupado	 com	 a	 inclusão	 e	 atendimento	 da	 pessoa	
com	deficiência,	 o	Governo	 Federal	 brasileiro	 aderiu	 às	 sugestões	 e	 diretrizes	
propostas	pela	ONU	e	legitimadas	pela	Declaração de Salamanca.	Salienta-se	que	
apesar	de	ter	aderido	às	propostas	internacionais	entre	os	anos	1990	e	início	dos	
anos	2000,	ainda	hoje	o	acolhimento	da	pessoa	com	deficiência	e	a	acessibilidade	
dessas	pessoas	é	um	desafio,	haja	vista	a	dimensão	do	território	brasileiro.	
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DA ACESSIBILIDADE
9
As	 convenções	 descritas	 trouxeram	 como	 pautas	 importantes	 os	
princípios	 gerais	 de	 autonomia,	 independência	 das	 pessoas,	 exercício	 pleno	 à	
cidadania,	não	discriminação,	prevenção	e	repressão	de	abusos	e	violência	contra	
a	pessoa	 com	deficiência.	Destaca-se,	portanto,	que	a	 assistência	 social,	 saúde,	
educação	e	acolhimento	da	pessoa	com	deficiência	é	dever	do	Estado,	e	ainda	
que determinados municípios possuam autonomia federativa, devem incluir 
diretrizes	determinadas	pelo	Governo	Federal	para	atender	a	essa	comunidade	
em	suas	pastas	(BRASIL,	1988).	
Carletto	 e	Cambiaghi,	 autoras	 do	 e-book	Desenho universal: um conceito 
para todos	(2008),	também	trazem	uma	contribuição	importante	para	a	história	da	
acessibilidade	no	Brasil,	que	diz	respeito	à	adoção	dos	desenhos	universais	para	
o	acesso	de	pessoas	com	deficiências	nos	transportes	públicos,	ruas	e	construções.	
O	 desenho	 universal	 funciona	 como	 um	 instrumento	 para	 a	 concretização	 de	
políticas	de	acessibilidade	determinadas	pelo	Estado,	utiliza	princípios	e	conceitos	
adotados mundialmente para todo e qualquer programa de acessibilidade plena 
para	que	ele	seja	igualitário,	adaptável,	óbvio	(intuitivo),	conhecido,	seguro,	sem	
esforço	e	abrangente.
Com base nesses conceitos descritos, cabe ao poder público promover as 
melhorias	no	espaço	público	e	fiscalizar	as	instituições,	sendo	o	órgão	competente	
para	 essa	 fiscalização	 o	 Ministério	 Público,	 que	 deve	 cobrar	 o	 cumprimento	
das	 leis	 e	 normas	 instituídas	 para	 a	 sociedade	 civil	 e	 empresarial.	No	 tocante	
às bibliotecas, elas também devem atender às normas de acessibilidade como a 
adoção	do	desenho	universal	 para	 sinalização.	O	 espaço	deve	 incluir	 rampas,	
pisos direcionais e de alerta, banheiros adaptados e atendimento adequado por 
parte	dos	profissionais	que	nela	trabalham.	
As	adaptações	nas	construções	civis	para	a	promoção	da	acessibilidade	
ainda	não	têm	a	cobertura	de	todos	os	espaços	públicos	e/ou	privados.	Entretanto,	
destaca-se que a adoção de tais medidas é boa para todas as pessoas: para pessoas 
com	deficiência	por	 facilitar	o	acesso	e	a	 inclusão	social	e	para	as	pessoas	sem	
deficiência	no	desenvolvimento	da	empatia,	que	contribuirá	para	a	formação	de	
uma	sociedade	inclusiva	e	equânime.	
No site da ONU Brasil você pode encontrar um amplo material bibliográfico e 
audiovisual sobre direitos humanos. Acesse https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/ e confira.
DICAS
10
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	 discussão	 sobre	 a	 acessibilidade	 de	 pessoas	 com	 deficiência	 começou	
efetivamente	no	contexto	pós-guerras	mundiais.	
•	 A	Declaração	Universal	dos	Direitos	Humanos	foi	essencial	para	o	reconhecimento	
dos	direitos	e	acesso	à	informação,	saúde	e	educação	de	todas	as	pessoas.
•	 Instituições	 como	 a	 ONU	 e	 UNESCO	 foram	 fundamentais	 para	 ampliar	 as	
discussões	sobre	acessibilidade	e	educação	especial	em	diversas	regiões	do	mundo.	
• A Declaração Mundial de Educação para Todos, a Declaração de Salamanca e as 
Normas sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com Deficiência, da 
ONU,	são	documentos	essenciais	para	conhecimento	das	principais	propostas	
para	a	acessibilidade.	
•	 No	 Brasil,	 apesar	 de	 adotar	 apenas	 no	 século	 XXI	 pautas	 efetivas	 para	 a	
prevenção,	 proteção	 das	 pessoas	 com	 deficiência	 e	 punição	 nos	 casos	 de	
abuso	 e	 violência,	 pode-se	 observar	 que	 a	 preocupação	 com	 a	 educação	 e	
tratamentodessas	pessoas	acontece	desde	o	século	XIX.	
•	 As	principais	instituições	que	acolheram,	ao	longo	do	tempo,	essas	pessoas	
foram	 o	 Instituto	 Benjamin	 Constant,	 o	 Instituto	 Nacional	 de	 Educação	
para Surdos, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – e a 
Associação	de	Apoio	à	Criança	Deficiente	–	AACD.
• A adoção do desenho universal amplia as formas de mobilidade e a acesso a 
bens	públicos	e	privados	para	as	pessoas	com	deficiência.	
RESUMO DO TÓPICO 1
11
1	 O(s)	documento(s)	que	impulsionaram	a	discussão	sobre	acessibilidade	no	
mundo foram: 
I-	 Declaração	Universal	dos	Direitos	Humanos
II- Marco Civil da Internet
III-	 Normas	sobre	a	Igualdade	de	Oportunidades	para	as	Pessoas	com	Deficiência
IV-	 Declaração	de	Salamanca
V-	 Nenhuma	das	respostas	anteriores
De acordo com os itens elencados, assinale a alternativa que corresponde aos 
documentos estudados nesse tópico: 
a)	(			)	Apenas	o	item	V	está	correto.
b)	(			)	Os	itens	II	e	III	estão	corretos.	
c)	 (			)	Apenas	o	item	I	está	correto.	
d)	(			)	Os	itens	I,	III	e	IV	estão	corretos.
2 Observe a seguinte tirinha:
AUTOATIVIDADE
A	 tirinha	 “Super	 Normais”	 foi	 criada	 para	 retratar	 a	 deficiência	 de	 maneira	
diferente.	De	acordo	com	os	autores,	o	objetivo	é	desconstruir	os	pré-conceitos	e	
discriminações	que	essas	pessoas	sofrem	no	dia	a	dia.	No	que	tange	à	transformação	
da	sociedade,	a	fim	de	que	ela	se	torne	mais	inclusiva,	assinale	a	alternativa	que	
aponta	a	medida	que	permite	a	universalização	dos	espaços	para	a	mobilidade	e	
acesso	de	pessoas	com	deficiência	em	espaços	públicos	e	privados:	
a)	 (			)	Escadas	rolantes	em	shoppings,	aeroportos	etc.	
b)	(			)	A	adoção	do	desenho	universal	que	permite	à	pessoa	com	deficiência	o	
acesso	por	rampas,	pisos	direcionais,	banheiros	inclusivos,	entre	outros.
c)	 (			)	A	presença	de	um	acompanhante	em	todos	os	espaços	públicos.
d)	(			)	Todas	as	alternativas	anteriores.
12
3	 De	 acordo	 com	os	 conteúdos	 estudados	 sobre	 as	 instituições	de	 apoio	 à	
pessoa	com	deficiência,	relacione	as	colunas:
(1)	Associação	de	Pais	e	Amigos	dos	Excepcionais	–	APAE
(2)	Associação	de	Apoio	à	Criança	Deficiente	–	AACD
(3)	Instituto	Benjamin	Constant	–	IBC
(4)	Instituto	Nacional	de	Educação	de	Surdos	–	INES	
a)	 (			)	Instituição	 criada	durante	o	Brasil	 Império	destinada	à	Educação	de	
crianças	cegas.
b)	(			)	Tem	por	objetivo	promover	a	atenção	integral	à	pessoa	com	deficiência	
intelectual	e	múltipla.
c)	 (			)	Foi	 chamado,	 durante	 o	 Brasil	 Império,	 de	 Instituto	 Imperial	 dos	
Surdos	Mudos.
d)	(			)	A	instituição	promove	a	inserção	da	pessoa	com	deficiência	no	esporte	
paraolímpico
4 Leia a frase a seguir:
A acessibilidade nas bibliotecas e unidades de informação vai além da 
construção de rampas e pisos táteis, envolve a participação de todos os 
profissionais	da	biblioteca	e	da	sociedade	civil.
De	acordo	com	a	afirmação	contida	na	frase,	existe	uma	série	de	atividades	
que	profissionais	da	informação	podem	realizar	para	a	promoção	da	inclusão	
social.	 Sobre	 o	 atendimento	 às	 pessoas	 com	 necessidades	 educacionais	
especiais,	cabe	a	este	profissional:
a)	 (			)	Priorizar	o	atendimento	de	pessoas	que	não	possuem	deficiência	para	
aumentar	a	produtividade.	
b)	(			)	Não	atender	às	pessoas	com	deficiência	intelectual.
c)	 (			)	Atender	somente	pessoas	com	deficiência	acompanhadas.	
d)	(			)	Nenhuma	das	alternativas	anteriores.
13
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
Como estudado nas unidades anteriores, uma das principais áreas de 
estudo	da	Biblioteconomia	é	a	organização	do	conhecimento	para	a	recuperação	
da	informação	através	dos	sistemas	de	organização	do	conhecimento	(SOC).	
Esses	 sistemas	 também	 são	 utilizados	 nas	 bibliotecas	 físicas	 para	
organizar	a	localização	fixa	dos	livros	e	são	denominados	sistemas	de	classificação	
bibliográficas,	tais	como	a	Classificação	Decimal	de	Dewey	(CDD),	a	Classificação	
Decimal	Universal	(CDU),	a	Classificação	de	dois	pontos	ou	classificação	facetada	
(Colon classification), a	Classificação	da	Biblioteca	do	Congresso	(LCC	–	Library of 
Congress Classification),	entre	outros	sistemas.	
Para	 a	 organização	 do	 conhecimento	 e	 tratamento	 das	 informações,	
o	assunto	das	obras	é	o	elemento	essencial	para	o	 tratamento	da	 informação.	
Sendo	assim,	a	compreensão	dos	conceitos	é	essencial	para	a	classificação	dos	
assuntos	(DAHLBERG,	1978).	
No	que	se	refere	à	acessibilidade,	tema	central	dessa	unidade,	enxerga-se	
a	compreensão	do	assunto	como	fundamental	para	profissionais	da	informação	
por dois aspectos: o primeiro para tratamento da informação no processamento 
técnico	e	o	segundo	para	que	o	atendimento	no	serviço	de	referência	para	que	se	
atenda	a	toda	diversidade	de	usuárias	e	usuários	da	mesma	forma.	
Por	 diversidade,	 entende-se	 como	 as	 pessoas	 que	 não	 fizeram	 parte	
da hegemonia social e cultural (homens brancos heterossexuais e abastados 
financeiramente)	(MORAES,	1997),	que	representaram	por	séculos	o	poder	na	política,	
na	ambiência	jurídica,	nos	cargos	de	liderança,	trabalho	e	também	no	lar	como	chefes	
de	 família.	Assim,	 os	 grupos	 sociais	 que	 englobam	 a	 diversidade	 correspondem	
a:	 diversidade	 de	 gênero	 (mulheres	 cisgêneros,	 mulheres	 transgêneros,	 homens	
transgêneros,	pessoas	de	gênero	fluído	ou	gênero	não	binário	etc.),	diversidade	sexual	
(população	LGBTI+),	diversidade	étnico-racial	(negros,	indígenas,	ciganos,	asiáticos	
etc.)	e	diversidade	da	condição	humana	(pessoas	com	deficiência).
Nessa	perspectiva,	entende-se	que	diversidade	e	acessibilidade	são	temas	
que	 estão	 relacionados,	 uma	 vez	 que,	 ao	 longo	 do	 tempo,	 alguns	 grupos	 não	
puderam exercer a cidadania, participar da vida política e ocupar o mercado 
de	trabalho,	enquanto	outros	viviam	à	margem	da	sociedade.	Com	base	nisso,	
o	 presente	 tópico	 se	 dedicará	 a	 operacionalizar	 os	 conceitos	 de	 diversidade,	
especificamente	 à	 diversidade	 da	 condição	 humana	 e	 acessibilidade	 para	 que	
estudantes	de	Biblioteconomia	compreendam	esse	universo	a	fim	de	proporcionar	
um	atendimento	mais	equânime	às	pessoas	com	deficiência.	
1 INTRODUÇÃO
14
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
2 DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS SOBRE ACESSIBILIDADE
O conceito, na Biblioteconomia, é majoritariamente estudado na 
Organização	 do	 Conhecimento	 e	 teve	 como	 principal	 teórica	 a	 cientista	 da	
informação	e	pesquisadora	alemã	Ingetraut	Dahlberg	(1978).	A	autora	diz	que	a	
atividade	de	definir	as	coisas	é	natural	aos	seres	humanos,	ou	seja,	desde	que	a	
pessoa	humana	foi	capaz	de	pensar	e	falar,	criou	um	conjunto	de	símbolos	para	
definir	as	coisas,	representando-as	através	de	imagens	e/ou	palavras	escritas	ou	
expressas	através	da	fala	ou	dos	sinais.	
Os conceitos podem ser representados por uma ou mais palavras e 
representam	 objetos,	 instituições,	 espaços	 geográficos	 e	 ideias.	 Francelim	 e	
Kobashi	 (2011)	 explicam	 que	 os	 conceitos	 podem	 ser	 entendidos	 também	
como	 unidades	 de	 conhecimento.	 Os	 autores	 consideram	 que	 ao	 estruturar	 a	
operacionalização	dos	conceitos	deve-se	pensar	numa	estrutura	hierárquica	para	
facilitar	a	organização	e	compreensão	do	que	será	conceituado.	
Diante disso, para compreender ainda mais o universo da acessibilidade, 
observe	o	esquema	e	a	operacionalização	dos	conceitos	envolvidos	na	temática	
dessa unidade:
QUADRO 2 – MAPA CONCEITUAL DA ACESSIBILIDADE
FONTE: A autora
• Acessibilidade
A acessibilidade vai além do planejamento do espaço físico para incluir as 
pessoas	com	deficiência,	ele	também	é	aplicado	a	outros	ambientes,	por	exemplo,	
o ambiente digital, pois trata-se de: 
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
15
[...]	um	conceito	que	envolve	tanto	aspectos	do	espaço	físico,	o	espaço	
em	 que	 vivemos,	 como	 do	 espaço	 digital.	 A	 legislação	 brasileira	
conceitua acessibilidade como sendo a possibilidade e condição de 
alcance	 para	 utilização,com	 segurança	 e	 autonomia,	 dos	 espaços,	
mobiliários	e	equipamentos	urbanos,	das	edificações,	dos	transportes	
e	dos	sistemas	e	meios	de	comunicação	por	pessoas	com	deficiência	
(TORRES;	MAZZONI;	ALVES,	2002,	p.	83).
Sendo assim, a acessibilidade é um direito para que todas as pessoas, 
independentemente da sua condição, possam frequentar todos os espaços e 
acessar	diversos	conteúdos	 informacionais.	Tornar	um	espaço	 inclusivo	é	uma	
boa prática para formar uma sociedade mais equânime, haja vista que a alteração 
desses	espaços	em	nada	afeta	o	dia	a	dia	das	pessoas	sem	deficiência,	mas	inclui,	
ou	seja,	amplia	o	acesso	para	todas	as	pessoas.	
FIGURA 1 – SÍMBOLOS REFERENTES À ACESSIBILIDADE
FONTE: <https://www.franciscoegito.com.br/noticia/noticias/o-que-e-acessibilidade-e-quais-as-
normas-na-seara-condominial>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Equidade de direitos e oportunidades 
A	 Equidade	 é	 um	 conceito	 que	 por	 diversas	 vezes	 foi	 utilizado	 como	
sinônimo	 de	 igualdade.	 Entende-se	 que	 tais	 conceitos	 são	 distintos,	 pois	 a	
igualdade representa uma forma de tratamento e atendimento igual para as 
pessoas,	sem	a	compreensão	da	diversidade.	Nesse	sentido,	a	equidade	representa	
uma forma mais justa de compreender e atender às necessidades de diferentes 
grupos,	uma	vez	que	as	necessidades	de	informação,	comunicação,	mobilidade,	
são	diferentes	entre	as	pessoas	com	deficiência	e	as	pessoas	sem	deficiência.	
	Hossne	(2009,	p.	212)	salienta	que	“a	equidade	busca	o	que	é	justo,	o	que,	
em última análise, está intrinsecamente vinculado à ética, enquanto adequada 
opção	de	valores”.	Tornar	uma	sociedade	mais	equânime	significa	compreender	
e	agir	em	todos	os	espaços,	reconhecendo	as	limitações	e	necessidades	de	cada	
pessoa,	combatendo	a	exclusão	e	contribuindo	para	a	inclusão	social.	
AUDITIVO FÍSICA OU 
MOTORA
INTELECTUAL 
OU MENTAL
MOBILIDADE
REDUZIDA
OBESIDADE PESSOA COM 60 
ANOS OU MAIS
VISUAL
16
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
FIGURA 2 – DIFERENÇAS ENTRE IGUALDADE E EQUIDADE
FONTE: <https://programaelas.com.br/diferenca-de-equidade-e-igualdade-de-genero/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Inclusão Social 
A inclusão social é a ideia que visa a participação de todas as pessoas nos 
ambientes	escolares,	de	trabalho,	de	esportes	e	lazer	para	o	exercício	da	cidadania.	
Nessa	 perspectiva,	 Garrafa	 (2005)	 destaca	 que	 a	 inclusão	 social	 considera	 o	
empoderamento, a emancipação e libertação das pessoas para viverem de forma 
mais autônoma, cumprindo com seus deveres e usufruindo dos seus direitos como 
cidadãs	e	cidadãos.	Reconhece-se	que	todas	as	pessoas	têm	direito	à	saúde,	educação,	
assistência	social	e	jurídica	e	a	participar	da	economia	de	seus	Estados-nações.	
FIGURA 3 – INCLUSÃO SOCIAL 
FONTE: <http://guiadocente.com.br/inclusao-escolar-experiencias-nova-lei/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
17
• Diversidade 
A diversidade contempla o que é diferente do hegemônico, do padrão 
socialmente	 instituído	 como	 imagem	 ou	 conduta	 correta.	 Para	 Abramowicz	
(2006,	p.	12),	“diversidade	pode	significar	variedade,	diferença	e	multiplicidade.	
A diferença é qualidade do que é diferente; o que distingue uma coisa de outra, 
a	 falta	de	 igualdade	ou	de	 semelhança”.	Nessa	perspectiva,	 o	 reconhecimento	
de que há diversidade entre as pessoas é fundamental para a formação de uma 
sociedade	mais	inclusiva.	
FIGURA 4 – ÁRVORE DA DIVERSIDADE
FONTE: <https://leveconsciencia.files.wordpress.com/2017/11/arvore-da-diversidade.jpg>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Diversidade étnica 
Trata-se	do	reconhecimento	das	muitas	populações	existentes.	Reconhecer	
e respeitar a diversidade étnica contribui para o combate ao preconceito contra 
populações	não	brancas,	respeitando	as	especificidades	culturais	de	cada	grupo	
e	dando	voz	a	todas	as	pessoas	na	ciência,	na	representação	política,	nos	espaços	
de	lazer	e	no	mercado	de	trabalho.	A	diversidade	étnica	também	contempla	as	
características étnico-raciais que vão além da cultura e visam ao combate ao 
racismo	que	 trata	do	preconceito	 ligado	muitas	vezes	a	características	 físicas	e	
cor	da	pele.	
Ao longo do tempo, pessoas negras, indígenas, orientais, entre outros 
grupos	foram	marginalizados	ou	categorizados	socialmente	de	forma	pejorativa.	
Foi	através	de	lutas,	como	a	do	Movimento	Negro,	que	as	populações	conquistaram	
os direitos civis e buscam, ainda hoje, o combate ao racismo e ao preconceito nos 
mais	diversos	estratos	sociais	(GOMES,	2011).	
18
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
FIGURA 5 – DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL
FONTE: <https://novaescola.org.br/conteudo/8921/por-um-ensino-de-varias-cores>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Diversidade de Gênero 
É	a	compreensão	de	que	existem	pessoas	de	diversos	gêneros,	não	apenas	
o	masculino	e	feminino.	O	gênero	representa	a	identidade	político-social	que	a	
pessoa	escolhe	ou	que	é	escolhida	por	ela.	Quando	se	refere	ao	fato	de	o	gênero	
ser	escolhido	por	pais	e/ou	mães	em	relação	aos	seus	filhos	e	filhas,	fala-se	sobre	
os papéis e comportamentos normativos que a pessoa deve “cumprir” ao longo 
da	vida.	Por	exemplo,	quais	atividades	devem	ser	realizadas	por	homens	e	quais	
devem	ser	realizadas	por	mulheres.	
Ao	discutir	sobre	a	diversidade	de	gênero,	faz-se	necessária	a	compreensão	
de	que	existem	mais	gêneros	que	os	binários	(homem	e	mulher).	Nesse	sentido,	
reconhece-se a escolha política-identitária para que cada pessoa possa decidir 
a	qual	gênero	 se	 enquadra,	 tais	 como:	homem	cisgênero,	homem	 transgênero,	
mulher	 cisgênero,	mulher	 transgênero,	 pessoas	 de	 gênero	 fluído	 e	 pessoas	 de	
gênero	não	binário,	entre	outros.	Destaca-se	que	diversidade	de	gênero	não	têm	o	
mesmo	significado	de	diversidade	de	sexualidade	(JESUS,	2012).	Esta	última	será	
abordada	no	próximo	conceito.
FIGURA 6 – DIVERSIDADE DE GÊNERO
FONTE: <https://aminoapps.com/c/seven-oclock-soc-br/page/blog/diversidade-de-genero>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
19
• Diversidade de sexualidade ou diversidade sexual 
Corresponde ao reconhecimento de diversas formas afetivas e sexuais de 
relacionamento	entre	pessoas.	Esses	relacionamentos	podem	ser	heterossexuais	(entre	
pessoas	 de	 gêneros	 diferentes),	 homossexuais	 (entre	 pessoas	 do	mesmo	 gênero),	
bissexuais	(quando	a	pessoa	se	relaciona	com	o	homens	e	mulheres)	e	pansexuais	
(quando	a	pessoa	sente	atração	por	todos	os	gêneros,	binários	e	não	binários).
A identidade sexual ou identidade de sexualidade foi reprimida e 
oprimida	durante	a	história	da	humanidade.	Foi	através	dos	movimentos	sociais	
que	 as	populações	LGBTI+	 (Lésbicas,	Gays,	Bissexuais,	Travestis,	 Transexuais,	
Intersexuais,	 entre	 outros)	 buscaram	 e	 buscam,	 dia	 após	 dia,	 o	 respeito	 a	 sua	
identidade,	segurança,	igualdade	de	direitos	civis	como	casamento	e	previdência	
social.	A	liberdade	de	gênero	e	sexualidade	é	um	direito	de	todas	as	pessoas	e	
deve	ser	respeitado	sem	distinções	de	tratamento	(JESUS,	2012).
FIGURA 7 – SÍMBOLO DE LUTA DA POPULAÇÃO NEGRA LGBTQI+
FONTE: <https://ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/6646/filmes-lgbt-com-protagonistas-
negros>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Diversidade da Condição Humana 
A	 diversidade	 de	 características	 físicas,	 culturais,	 étnicas,	 de	 gênero,	
sexualidade	 e	 da	 condição	 humana	 devem	 compor	 o	 mundo	 social.	 Entende-se	
por	diversidade	da	condição	humana	a	humanização	das	pessoas	com	deficiência,	
reconhecendo	que	são	pessoas	que	compõem	a	sociedade	e	merecem	ser	respeitadas	
não	havendo	diferenciação	no	tratamento	em	relação	a	pessoas	sem	deficiência.	
Destaca-se	 que	 diversidade	 e	 diferenciação	 são	 conceitos	 opostos.	 A	
diversidade	 diz	 sobre	 o	 reconhecimento	 de	 que	 as	 pessoas	 não	 são	 iguais	 e	
devem	gozar	de	direitos	equiparados	no	exercício	da	cidadania.	A	diferenciação	
tem	caráter	discriminatório,	uma	vez	que	implicana	concepção	de	que	pessoas	
de	condição	humana	diferentes	merecem	 tratamentos	diferentes.	 “A	sociedade	
cria	e	reproduz	a	‘diferenciação	social’	sem	absorver	o	conjunto	das	diferenças	
singulares	como	parte	de	seu	movimento”	(FERNANDES,	2002,	p.	55).
20
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
FIGURA 8 – DIVERSIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA
FONTE: <http://revistadmais.com.br/sp-reune-gestores-municipais-para-formular-sugestoes-de-
politicas-publicas-para-pessoas-com-deficiencia/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Pessoa sem deficiência 
Caracteriza	 as	 pessoas	 que	 não	 têm	 deficiência	 ou	 necessidades	
educacionais	 especiais.	 Salienta-se	 que	 de	 forma	 alguma	 deve-se	 caracterizar	
essas pessoas como normais, pois essa diferenciação trataria as pessoas com 
deficiência	como	anormais.	
FIGURA 9 – PESSOAS SEM DEFICIÊNCIA
FONTE: <https://sociologiacienciaevida.com.br/masculinidade-hegemonica-e-representativida-
de/diversidade-pessoas/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Pessoa com deficiência 
Caracteriza-se	 pessoa	 com	 deficiência	 aquela	 que	 possui	 necessidades	
educacionais	e	de	mobilidade	especiais.	Sassaki	(2003)	explica	que	esse	é	o	termo	
para	tratamento	escolhido	pelas	pessoas	com	deficiência,	o	autor	conta	que	foi	
decidido	 em	 assembleia	 durante	 um	 encontro	 realizado	 em	Recife	 no	 qual	 as	
pessoas	optaram	por	desconsiderar	o	termo	“portadores	de	deficiência”,	passando	
a	denominar-se	“pessoa	com	deficiência”.	
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
21
Atenta-se	também	que	não	é	correto	caracterizar	as	pessoas	com	deficiência	
como	deficiente	físico	ou	deficiente	intelectual.	Deve-se	utilizar	apenas	pessoa	com	
deficiência,	sem	especificar	a	condição.	
FIGURA 10 – PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
FONTE: <https://diariodainclusaosocial.com/2016/09/08/quem-sao-as-pessoas-consideradas-
pessoas-com-deficiencia/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Educação inclusiva
A	educação	inclusiva	é	aquela	que	visa	incluir	as	pessoas	com	deficiência	
no	sistema	de	ensino	público	e	privado	do	país.	Acredita-se	que	ela	é	“promotora	
do sucesso de todos e de cada um, assente em princípios de direito e não de 
caridade,	igualdade	de	oportunidades	e	não	de	discriminação”	(SANCHES,	2005,	
p.	131).	Nessa	perspectiva,	a	educação	inclusiva	contribui	para	a	socialização	da	
pessoa	 com	 deficiência	 e	 que,	 dessa	maneira,	 possa	 desenvolver	 empatia	 nas	
pessoas	sem	deficiência.	
FIGURA 11 – EDUCAÇÃO ESCOLAR INCLUSIVA
FONTE: <http://www.ung.br/noticias/univeritas-itaqua-recebe-i-jornada-pedagogica-de-
educacao-inclusiva>. Acesso em: 6 jun. 2019.
22
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
• Educação para a diversidade
 
É	a	concepção	de	que	a	educação	deve	atender	a	todas	as	pessoas	para	que	
se	sintam	parte	do	sistema	de	ensino	e	da	comunidade	escolar.	De	acordo	com	o	
Ministério da Educação e Cultura brasileiro, a diversidade deve estar contemplada 
nos	currículos	como	previsto	na	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional	
(LDB)	(BRASIL,	1996).
FIGURA 12 – EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
FONTE: <https://desabafosocial.com.br/blog/2016/05/06/luto-educacao-bahia/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Necessidades educacionais especiais
Tratam-se	dos	recursos	humanos,	materiais	e	tecnológicos	utilizados	para	
que	pessoas	com	deficiência	tenham	condições	para	frequentar	as	instituições	de	
ensino	(BEYER,	2013).	
FIGURA 13 – NECESSIDADES EDUCACIONAIS E PARA LOCOMOÇÃO ESPECIAIS
FONTE: <http://estudantesdepedagogia10.blogspot.com/2017/03/necessidades-educacionais-
especiais.html>. Acesso em: 6 jun. 2019.
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
23
Até aqui foram discutidos os conceitos que envolvem a temática da 
acessibilidade,	da	diversidade	e	do	universo	educacional	que	acolhe	a	temática.	
No	próximo	subtópico	serão	discutidas	as	dimensões	da	acessibilidade.	
3 AS DIMENSÕES DA ACESSIBILIDADE
A	 acessibilidade	 para	 pessoas	 com	 deficiência	 dialoga	 com	 a	 inclusão	
dessas pessoas, permitindo que tenham acesso a bens e serviços como as pessoas 
sem	 deficiência.	 Para	 minimizar	 as	 barreiras	 no	 acesso	 à	 saúde,	 mobilidade,	
educação,	 trabalho	 e	 lazer	 foram	 estabelecidas	 seis	 dimensões	 que	 auxiliam	
na	 qualidade	 de	 vida	 das	 pessoas	 com	deficiência	 (SASSAKI,	 2009;	 FÁVERO;	
COSTA,	2014,	VASCONCELOS;	SONZA,	2017).	São	elas:	
• Acessibilidade Arquitetônica – visa a eliminação das barreiras físicas nos 
ambientes	 internos	 e	 externos	 para	 que	 as	 pessoas	 com	 deficiência	 possam	
frequentar	todos	os	espaços.	Alguns	exemplos	de	barreiras	arquitetônicas	são:	
degraus, buracos, desníveis no chão, pisos escorregadios e não direcionais, 
sanitários pequenos e sem barras de apoio, má iluminação, móveis e 
equipamentos	mal	localizados,	corredores	estreitos.	Estima-se	que	os	espaços	
sejam adaptados inserindo rampas; mantendo o chão nivelado; incluindo pisos 
antiderrapantes e direcionais; construindo corredores largos; repensando 
o posicionamento dos móveis e equipamentos para que as pessoas com 
deficiência	possam	circular	no	espaço;	construindo	banheiros	adaptados.	
FIGURA 14 – RAMPA DE ACESSO PARA CADEIRANTES
FONTE: <https://arqdicasblog.wordpress.com/2016/06/17/nbr-9050-calculo-de-rampas/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade comunicacional – visa extinguir barreiras na comunicação 
interpessoal,	no	acesso	à	informação	escrita	e	virtual.	Esse	tipo	de	acessibilidade	
ocorre	na	comunicação	face	a	face,	na	impressão	de	materiais	bibliográficos	e	
placas em braile, o uso de computadores adaptados para pessoas com baixa 
visão, na inclusão de intérpretes de libras nos programas de televisão, o uso 
de	áudio	 livros,	recursos	auditivos	nos	caixas	eletrônicos	e	uso	de	softwares	
especiais	para	navegação	na	internet,	entre	outros	recursos.	
24
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
FIGURA 15 – COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)
FONTE: <http://www.acessibilidade.ufc.br/acessibilidade-comunicacional-voce-ja-ouviu-falar/>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade atitudinal	–	busca	eliminar	barreiras	para	a	convivência,	como	
a	promoção	de	eventos,	exposições,	palestras	e	encontros	que	integrem	todas	as	
pessoas	para	que	desenvolvam	empatia,	acolhimento,	conscientização,	a	fim	de	
eliminar preconceitos e estereótipos e ensinando através da educação que todas 
as	pessoas	devem	ser	respeitadas.	Recomenda-se	a	realização	de	uma	recepção	
acolhedora	de	estudantes	e	profissionais	com	deficiência	e	o	relacionamento	
integrado	junto	à	família	(especialmente	no	caso	de	estudantes).
FIGURA 16 – ACESSIBILIDADE ATITUDINAL
FONTE: <http://apaeconselheirolafaiete.blogspot.com/2011/04/acessibilidade-atitudinal-
quando-somos.html>. Acesso em: 6 jun. 2019.
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
25
• Acessibilidade programática – deve-se eliminar barreiras nos documentos 
institucionais, tais como legislação, editais de concursos, regulamentos, 
portarias,	projeto	político-pedagógico	etc.	Essa	dimensão	contempla	a	liberdade	
no	acesso	a	bens	e	serviços	para	que	a	pessoa	com	deficiência	tenha	uma	vivência	
plena	 nos	 espaços	 escolares,	 culturais,	 de	 lazer	 e	 trabalho.	 Recomenda-se	 a	
capacitação	de	profissionais	da	educação	e	da	saúde	e	 formação	continuada	
para	 que	 estes	 profissionais	 atendam	 à	 pessoa	 com	 deficiência	 de	 maneira	
apropriada.	 Também	 recomenda-se	 a	 adequação	 dos	 projetos	 políticos-
pedagógicos e a proposição e implementação de leis voltadas às necessidades 
das	pessoas	com	deficiência.
FIGURA 17 – ACESSIBILIDADE NAS ELEIÇÕES
FONTE: <http://www.tre-mt.jus.br/imprensa/noticias-tre-mt/2012/Outubro/direito-ao-voto-tre-
garante-acessibilidade-de-portadores-de-necessidades-especiais>. Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade metodológica – busca promover uma educação sem barreiras 
de	 técnicas,	 métodos	 e	 teorias.	 Consiste	 na	 inclusão	 de	materiais	 didáticos	
adequados para atender às necessidades educacionaisespeciais, deseja-se que 
educadoras	e	educadores	tenham	o	conhecimento	das	teorias	da	inteligência	
múltipla,	compreendendo	diversos	estilos	para	ensinar	e	aprender.	Recomenda-
se	a	adequação	dos	métodos	de	ensino,	atendimento	especializado,	bidocência,	
a presença de estagiárias e estagiários para auxiliar e educar de forma 
participativa,	uso	de	laboratórios	especializados	no	espaço	escolar,	diversidade	
de	materiais	na	biblioteca	e/ou	brinquedoteca	para	pessoas	com	deficiência	e	
a	criação	de	projetos	acessíveis,	como	projetos	de	competência	em	informação	
realizados	por	profissionais	de	Biblioteconomia.
26
UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
FIGURA 18 – ACESSIBILIDADE METODOLÓGICA (LIBRAS)
FONTE: <https://www.justica.gov.br/seus-direitos/classificacao/classificacaolinguasinais.pdf>. 
Acesso em: 6 jun. 2019.
• Acessibilidade instrumental – elimina barreiras nos instrumentos e ferramentas 
de	estudo.	Tais	barreiras	dizem	respeito	aos	obstáculos	que	limitam	o	acesso	da	
pessoa	com	deficiência	à	informação,	liberdade	de	movimento	e	circulação	com	
segurança	nos	espaços	internos	e	nas	ruas.	Essas	barreiras	são	minimizadas	com	a	
utilização	de	equipamentos,	aparelhos	e	utensílios	adaptados	e	com	o	recurso	das	
tecnologias	assistivas	(ver	Tópico	4).	Recomenda-se	a	adequação	do	mobiliário,	a	
aquisição	de	jogos	e	computadores	inclusivos.
FIGURA 19 – TECLADO ADAPTADO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
FONTE: <http://site.uniaraxa.edu.br/instituicao/inclusao-e-acessibilidade-no-uniaraxa/
acessibilidade-instrumental-e-tecnologica/>. Acesso em: 6 jun. 2019.
As	dimensões	descritas	nesse	tópico	tratam-se	de	recomendações,	ou	seja,	
não	são	garantias	de	que	aconteçam	nas	instituições	de	ensino,	cultura,	informação,	
trabalho,	saúde	e	lazer.	Sabe-se	que	apesar	de	haver	estudos	desenvolvidos	para	
a	melhoria	da	qualidade	de	vida	da	pessoa	com	deficiência,	por	vezes	existem	
limitações	orçamentárias	para	que	a	inclusão	seja	feita	com	excelência.
TÓPICO 2 — ACESSIBILIDADE: ASPECTOS CONCEITUAIS
27
A Teoria do Conceito é de grande importância para o processamento técnico 
de materiais da Biblioteca durante a atividade de classificação e indexação.
IMPORTANT
E
Ficou curioso sobre a Teoria do Conceito? Sugerimos a leitura do seguinte 
artigo: DAHLBERG, Ingetraut. Teoria do conceito. Ciência da informação, v. 7, n. 2, 1978. 
Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/115. Acesso em: 4 jun. 2019.
DICAS
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Conhecer os conceitos que envolvem a acessibilidade é importante para 
profissionais	 de	 Biblioteconomia,	 tanto	 para	 atividades	 de	 processamento	
técnico quanto para atendimento de usuárias e usuários das bibliotecas e 
centros	de	informação.
• Entender os conceitos e termos adequados auxilia no combate ao preconceito e 
estereótipos	enfrentados	pelas	pessoas	com	deficiência.	
•	 A	acessibilidade	diz	respeito	não	só	ao	espaço	físico,	mas	também	ao	acesso	à	
informação,	à	comunicação,	ao	aprendizado	e	aos	documentos	normativos	das	
instituições	e	empresas.
•	 Existem	 seis	 dimensões	 (arquitetônica,	 comunicacional,	 metodológica,	
programática,	 instrumental	e	atitudinal)	que	visam	eliminar	obstáculos	para	
que	pessoas	com	deficiência	tenham	condições	melhores	de	ensino,	trabalho,	
mobilidade	e	lazer.	
•	 Ainda	que	existam	estudos	e	ações	que	visem	a	melhoria	da	qualidade	de	vida	
da	pessoa	 com	deficiência	há	 impedimentos	que	podem	restringir	 o	 acesso,	
como preconceitos e corte orçamentário para adquirir recursos humanos, 
materiais	e	tecnológicos	que	assistam	esse	público.	
29
1	 Pode-se	observar	que	as	pessoas	com	deficiência	têm	uma	série	de	direitos	
educacionais especiais que permitem o acesso à educação e exercício 
da	 cidadania.	 Com	 base	 nesse	 contexto,	 marque	 (V)	 para	 as	 sentenças	
verdadeiras	e	(F)	para	as	falsas:	
a)	 ( )	A	 denominação	 correta	 de	 pessoas	 com	 necessidades	 educacionais	
especiais	é	pessoa	portadora	de	deficiência	ou	deficiente.
b)	( )	As	 dimensões	 para	 acessibilidade	 são	 diretrizes	 e	 sugestões,	 não	
garantias	de	que	os	espaços	serão	inclusivos.	
c)	 ( )	Pessoas	 sem	 deficiência	 não	 podem	 ocupar	 o	 mesmo	 espaço	 que	
pessoas	com	deficiência,	pois	terão	seus	direitos	prejudicados.
d)	( )	O	 espaço	 da	 Biblioteca	 também	 deve	 adotar	 as	 dimensões	 de	
acessibilidade	para	que	se	torne	um	espaço	inclusivo.
e)	 ( )	A	diversidade	da	condição	humana	é	o	conceito	que	visa	à	humanização	
da	 pessoa	 com	 deficiência	 para	 que	 sejam	 incluídas	 socialmente	 e	
tenham	equidade	de	direitos	e	oportunidades.
f)	 ( )	As	 escolas	 devem	 adaptar-se	 às	 condições	 dos	 estudantes	 com	
necessidades	educacionais	especiais.	
2	 Observe	o	cordel	apresentado	na	figura:
AUTOATIVIDADE
FONTE: <http://cuiadepoeta.blogspot.com/2011/04/paixao-pela-acessibilidade.html>. 
Acesso em: 7 jun. 2019.
30
A proposta de teatro inclusivo do governo de Pernambuco se relaciona 
especificamente	com	qual	dimensão	da	acessibilidade?
a)	( )	Dimensão	comunicacional.
b)	( )	Dimensão	arquitetônica.
c)	 ( )	Dimensão	instrumental.
d)	( )	Todas	as	alternativas.
3	 Qual	das	recomendações	a	seguir	dizem	respeito	à	dimensão	arquitetônica?	
a)	 ( )	Adequação	 dos	 documentos	 normativos,	 editais	 e	 projetos	
políticos-pedagógicos.
b)	( )	Adequação	do	espaço	físico	com	a	inclusão	de	rampas,	pisos	direcionais	
e	antiderrapantes,	barras	de	apoio,	e	banheiro	inclusivo.
c)	 ( )	Compra	de	computadores	adequados	para	pessoas	com	baixa	visão.	
d)	( )	Promoção	de	eventos	como	palestras,	encontros,	seminários	e	 fóruns	
que	discutam	a	temática	da	acessibilidade.
4 Leia a tirinha a seguir:
Com base na tirinha e nos conteúdos estudados, aponte atitudes que podem 
ser	feitas	para	que	as	pessoas	com	deficiência	sejam	incluídas	socialmente.	
FONTE: <https://ponte.org/armandinho-por-alexandre-beck/>. Acesso em: 7 jun. 2019.
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TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE
1 INTRODUÇÃO 
A	organização	social,	seja	qual	for	o	regime	político-econômico	adotado	
pelo	Estado-nação	é	regida	por	 leis,	ou	seja,	obedece	à	constituição.	No	Brasil,	
o instrumento normativo conhecido como a carta magna da população é a 
Constituição	 da	 República	 Federativa	 do	 Brasil,	 conhecida	 também	 como	
constituição cidadã, pois foi nela que os direitos das mulheres, crianças, idosos, 
populações	tradicionais	brasileiras	(indígenas	e	quilombolas)	e	das	pessoas	com	
deficiência	foram	contemplados	pela	primeira	vez	na	história	(BRASIL,	1988).	
No	 que	 tange	 à	 acessibilidade,	 as	 primeiras	 leis	 foram	 sancionadas	 no	
Brasil a partir da constituição de 1988, impulsionadas pelos movimentos sociais, 
pelas	conferências	mundiais	citadas	no	Tópico	1	e	outros	eventos	sobre	a	temática.	
A partir desses eventos, outras leis e decretos foram sancionados, destaca-se um 
aumento	considerável	depois	dos	anos	2000,	especialmente	com	a	popularização	
da	internet,	facilitando,	assim,	o	acesso	à	informação.	
Salienta-se que o acesso à informação é um direito de todas as pessoas e 
é dever do Estado promover a acessibilidade no que tange à busca, acesso e uso 
das pessoas com necessidades educacionais especiais, como previsto no Artigo 
8°, parágrafo 3°, inciso oitavo da Lei de Acesso à Informação, que os órgãos e 
as entidades públicas devem “adotar as medidas necessárias para garantir a 
acessibilidade	de	conteúdo	para	pessoas	com	deficiência”	(BRASIL,	2011,	s.p.).
Ter	uma	documentação	que	contemple	as	pessoas	com	deficiência	é	de	
grande	importância	para	toda	a	sociedade,	uma	vez	que	as	leis	são	propostas	por	
representantes	políticos	escolhidos	democraticamente.	Nesse	sentido,	à	medida	
que a população e representantes políticos foram discutindo a temática, foram 
ampliadas	as	leis	que	discutem	o	tratamento	da	pessoa	com	deficiência	na	saúde	
e	educação	pública	(BRASIL	1996),	a	acessibilidade	nos	espaços	públicos	(ABNT,	
2015)	e	também	os	dispositivosque	agravam	a	penalização	de	crimes	cometidos	
contra	a	pessoa	com	deficiência	no	Código	Penal	brasileiro	(BRASIL,	1940).	
Diante disso, esse tópico destina-se a apresentar a temática da acessibilidade 
a partir da constituição de 1988, abordando as principais leis, decretos e acordos 
para a promoção da acessibilidade para todas as cidadãs e cidadãos e também em 
universidades	e	bibliotecas.
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UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
2 ACESSIBILIDADE E A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
DE 1988
A Constituição de 1988 pode ser compreendida como um marco civil 
revolucionário	na	história	do	Brasil.	Tal	documento	representa	não	só	a	retomada	
do Estado democrático após pouco mais de duas décadas de Golpe Militar e 
Ditadura brasileira, mas também a representatividade das mulheres na discussão 
de	 políticas	 públicas	 que	 ampliaria	 os	 direitos	 de	 toda	 a	 população.	 Essa	
representatividade das mulheres na política brasileira emergiu com o movimento 
Mulheres	do	Brasil	(CARNEIRO,	2003).
Foi	a	partir	desse	documento	que	de	fato	se	regulamentou	o	dever	do	Estado	
de	cuidar	de	todas	as	pessoas,	aparecendo,	pela	primeira	vez	na	história,	a	atenção	
às	crianças	e	idosos.	Também	foi	nela	que	surgiram	as	primeiras	leis	que	tratassem	
dos	direitos	das	pessoas	com	deficiência,	 iniciando	no	Brasil	as	discussões	sobre	
acessibilidade e inclusão social, como consta no preâmbulo da constituição:
Nós,	 representantes	 do	 povo	 brasileiro,	 reunidos	 em	 Assembleia	
Nacional	Constituinte	para	instituir	um	Estado	Democrático,	destinado	
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, 
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça 
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna	e	 internacional,	com	a	solução	pacífica	das	controvérsias	[...]	
(BRASIL,	1988,	s.p.).
A partir dessa citação, pode-se notar valores já destacados nessa unidade, 
como autonomia no exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, o bem-
estar, a igualdade escrita no documento (mas que entende-se como os princípios para 
a	equidade),	o	desenvolvimento	de	uma	sociedade	sem	preconceitos,	pautada	na	
harmonia	e	 solução	pacífica	de	problemas.	Todos	esses	valores	são	 fundamentais	
para	o	acolhimento	de	todas	as	pessoas,	especialmente	às	pessoas	com	deficiência.	
Aproximando-se do tema desse tópico, consta na Constituição do 
Brasil os artigos que tratam dos direitos de todas as pessoas, incluindo as 
pessoas	com	deficiência,	são:	
LEGENDA
Artigo – cada temática especificamente discutida na legislação.
§ -- Parágrafo
Numerais romanos I, II, III... – Incisos
DICAS
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE
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QUADRO 3 – ARTIGOS QUE TRATAM DOS DIREITOS DE TODAS AS PESSOAS, INCLUINDO AS 
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
• Artigo	2°,	IV	–	É	objetivo	fundamental	da	república	“promover	o	bem	de	todos,	sem	precon-
ceitos	de	origem,	raça,	sexo,	cor,	idade	e	quaisquer	outras	formas	de	discriminação”.	Nesse	
artigo	nota-se	os	princípios	para	o	respeito	à	diversidade,	sem	discriminações,	prevalecendo	
os	direitos	humanos	que	prezam	pela	igualdade	de	direitos.
• Artigo	5°	–	Todas	as	pessoas	são	“iguais	perante	a	lei,	sem	distinção	de	qualquer	natureza,	
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à	vida,	à	liberdade,	à	igualdade,	à	segurança	e	à	propriedade”.	Aqui	nota-se	o	direito	de	todas	
as	pessoas	de	viver	dignamente,	sem	distinção	devido	a	sua	condição	física.
• Artigo	5°,	XIV	–	É	direito	de	todas	as	pessoas	“o	acesso	à	informação	e	resguardado	o	sigilo	
da	fonte,	quando	necessário	ao	exercício	profissional”.	Aqui	pode-se	fazer	uma	aproximação	
ao	exercício	de	profissionais	da	informação,	haja	vista	que,	assim	como	consta	na	constituição,	
todas	as	pessoas	têm	o	direito	de	acessar	as	informações	que	desejarem	e	é	dever,	desses	pro-
fissionais,	atender	a	todas	e	todos	com	a	devida	atenção.	
• Artigo	5°,	XV	–	Toda	cidadã	e	cidadão	brasileiro	tem	direito	à	“livre	a	locomoção	no	território	
nacional	em	tempo	de	paz”.	Todas	as	pessoas	têm	o	direito	de	ir	e	vir,	de	circular	pelas	ruas,	
as	quais	devem	ser	acessíveis	para	pessoas	com	deficiência.
• Artigo	6°	–	Todas	as	pessoas	têm	direito	“a	educação,	a	saúde,	a	alimentação,	o	trabalho,	a	
moradia,	o	transporte,	o	lazer,	a	segurança,	a	previdência	social,	a	proteção	à	maternidade	e	
à	infância,	a	assistência	aos	desamparados,	na	forma	desta	Constituição”.	Aqui	nota-se	que	
todas	as	pessoas	têm	o	direito	de	viver	dignamente,	destaca-se	aqui	que	o	adjetivo	“desampa-
rados” é usado para referir-se às pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo as pessoas 
com	deficiência.
• Artigo	6°,	XXXI	–	No	que	se	refere	aos	direitos	de	trabalhadoras	e	trabalhadores,	a	constitui-
ção proíbe “qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha-
dor	portador	de	deficiência”.	Destaca-se	que	apesar	de	tratar	do	direito	ao	trabalho	digno	sem	
distinção	salarial	para	pessoas	com	deficiência,	a	lei	ainda	não	adotou	a	terminologia	correta	e	
ainda	trata	as	pessoas	como	“portadoras	de	deficiência”.	Tal	terminologia	é	inadequada,	uma	
vez	que	a	pessoa	com	deficiência	não	pode	deixar	de	portar	a	sua	condição.
• Artigo	23°,	II	–	A	constituição	determina	que	é	“competência	comum	da	União,	dos	Estados,	
do	Distrito	Federal	 e	dos	Municípios	 cuidar	da	 saúde	 e	 assistência	pública	 [...]	 proteção	 e	
garantia	das	pessoas	portadoras	de	deficiência”.	O	Estado	deve	assegurar	o	cuidado	dessas	
pessoas.
• Artigo	24°,	XIV	–	É	competência	do	Estado	legislar	sobre	“proteção	e	integração	social	das	
pessoas	portadoras	de	deficiência”.	Aqui	nota-se	a	valorização	e	 integração	da	pessoa	com	
deficiência	para	que	não	fiquem	em	situação	de	isolamento.
• Artigo	37°,	VIII	–	Sobre	a	administração	pública,	a	respeito	dos	cargos	e	concursos,	“a	lei	re-
servará	percentual	[...]	para	as	pessoas	portadoras	de	deficiência	e	definirá	os	critérios	de	sua	
admissão”.	Cabe	ao	Estado	incluir	as	pessoas	com	deficiência	no	serviço	público,	reservando	
as	vagas	e	garantindo	o	direito	de	trabalhadoras	e	trabalhadores	com	deficiência	servir	a	so-
ciedade	no	seu	respectivo	cargo.
• Artigo	40°,	§	4°,	I	–	Sobre	trabalhadoras	e	trabalhadores	do	serviço	público	é	vedada	a	adoção	
de	tratamento	e	critérios	diferenciados	na	aposentadoria	para	“portadores	de	deficiência”.	A	
pessoa	com	deficiência	tem	o	direito	de	gozar	de	uma	longa	carreira	no	serviço	público.
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UNIDADE 1 — TÓPICOS ESPECIAIS EM ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DIGITAL
• Artigo	100°	§	2º	–	No	que	tange	ao	pagamento	de	dívida	pelas	fazendas	públicas,	os	“débitos	
de	natureza	 alimentícia	 cujos	 titulares,	 originários	 ou	por	 sucessão	hereditária,	 tenham	60	
(sessenta)	anos	de	idade,	ou	sejam	portadores	de	doença	grave,	ou	pessoas	com	deficiência,	
assim	definidos	na	forma	da	lei,	serão	pagos	com	preferência	sobre	todos	os	demais	débitos”.
FONTE: Adaptado de Brasil (1988, s.p.)
Caso	o	Estado	entre	 em	crise	 em	 relação	à	Fazenda	 (verba)	pública,	 as	
pessoas	com	deficiência	e	pessoas	com	doença	grave	têm	prioridade	para	receber	
salários,	aposentadorias	e	pensões	alimentícias.	
QUADRO 4 – ARTIGOS QUE TRATAM DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
• Artigo	203°,	 IV	–	“A	assistência	social	será	prestada	a	quem	dela	necessitar,	 independente-
mente	de	contribuição	à	seguridade	social,	e	 tem	por	 (objetivo)	a	habilitação	e	reabilitação	
das	pessoas	portadoras	de	deficiência	e	a	promoção	de	sua	integração	à	vida	comunitária”.	
Cabe,	a	secretarias	de	assistência	social	dos	estados	e	municípios,	mediante	repasse	de	verba	
do	Governo	Federal,	atender	às	pessoas	com	deficiência	e	incluí-las	socialmente.
• Artigo	203°,	V	–	Cabe	à	assistência	social	de	cada	localidade	“a	garantia	de	um	salário	mínimo	
de	benefício	mensal	à	pessoa	portadora	de	deficiência	e	ao	idoso	que	comprovem	não	possuir	
meios	de	prover	a	própria	manutenção

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