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MERTON, Robert K - Sociologia_ Teoria e Estrutura - Editora_ Mestre Jou, São Paulo, 1910

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MERTON, Robert K. - Sociologia: Teoria e Estrutura - Editora: Mestre Jou, São Paulo, 1910
PARTE I - Teoria Sociológica 
· Os ensaios do livro se tratam da substância sistemática de certas teorias hoje utilizadas pelos sociólogos. 
Um paradigma da análise funcional na sociologia 
Funções Manifestantes e Latentes
A função social se refere às consequências objetivas observáveis e não as disposições subjetivas (propósito e finalidade). 
· Função: são aquelas consequências objetivas que contribuem para o ajustamento ou adaptação do sistema, que são intencionadas e reconhecidas pelos participantes do sistema. 
· Função Manifestante: refere-se aquelas consequências objetivas para uma unidade específica (pessoas, grupo, sistema social ou cultural) na qual contribui para seu ajustamento ou adaptação e assim é intencionada; são aquelas consequências objetivas que contribuem para o ajustamento ou adaptação do sistema, que são intencionadas e reconhecidas pelos participantes dos sistemas; 
· Função Latente: se refere às consequências não intencionadas e não reconhecidas da mesma ordem; correlativamente são aquelas que não constam nas intenções nem são reconhecidas; 
Heurísticas são processos cognitivos empregados em decisões não racionais sendo definidas como estratégias que ignoram parte da informação com o objetivo de tornar a escolha mais fácil e rápida; 
p. 97
PARTE II - Estudos sobre a Estrutura Social e Cultural
Introdução 
· A Parte II, é devotada para à interação entre as estruturas sociais e as ocupações, dentro de um contexto de mecanismos sociais dinâmicos;
· Problemas de estrutura social, do ponto de vista teórico da análise funcional; 
· A análise funcional concebe a estrutura como ativa, como produtora de novas motivações que não podem ser preditas sobre a base de conhecimento dos impulsos nativos do homem. Se a estrutura social restringe algumas disposições para agir, cria outras; 
· Alguns desvios também podem ser considerados como um novo molde de comportamento possivelmente emergente entre subgrupos que estejam em oposição com aqueles moldes institucionais apoiados por outros grupos além deles mesmos e pela lei; 
· Não é possível referir-se às instituições como se elas fossem todas uniformemente apoiadas por todos os grupos e estratos da sociedade; 
· O poder pode ser legitimado por alguns grupos da sociedade, sem ser legitimado por todos os grupos da mesma; 
· Merton propõe-se ocupar-se em aplicar a teoria da análise funcional, levando a lidar com problemas de mudança social e cultural; 
· O conceito chave que estabelece uma ponte sobre a brecha entre a estática e dinâmica na teoria funcional é o da tensão, do esforço, da contradição ou da discrepância entre os elementos componentes da estrutura social e cultural, tais esforços podem ser disfuncionais para o sistema social em sua forma existente, podem ser também instrumentais para produzir mudanças em tal sistema; 
· Os desvios não são necessariamente disfuncionais para um sistema social, como temos visto, assim como o conformismo não é necessariamente funcional; 
· As disfunções burocráticas são encaradas, consoante a Merton, desvirando o rompimento dos mecanismos sociais que ordinariamente são auto-reguladores. Ex: O funcionário burocrático que almeja seguir uma carreira e desempenha melhor sua função negocia não somente com um grau de conformidade, mais eficientemente do ponto de vista técnico; 
· Os estudos sociológicos da burocracia são claramente necessários a fim de proporcionar uma base mais larga e firme para o conhecimento da administração, tanto pública como privada; 
· Análise sociológica das ocupações;
· Análise do componente da estrutura social: o grupo de referência; 
V - Estrutura Social e Anomia
· O inconformismo com as exigências de uma estrutura social é assim admitido como estando arraigado na natureza original. São os impulsos biologicamente enraizados que de vez em quando irrompem através do controle social. A conformidade é o resultado de um cálculo utilitário ou de um condicionamento não racional; 
· Questão em levantamento: como é que algumas estruturas sociais exercem uma pressão definida sobre certas pessoas da sociedade, para que sigam conduta não conformista, ao invés de trilharem o caminho conformista. 
· As proporções do comportamento desviado que estão em análise. 
Padrões de Metas Culturais e Normas Institucionais 
· Entre os diversos elementos das estruturas sociais e culturais dois são de imediata importância. 
· O primeiro consiste em objetivos culturalmente definidos de propósitos e intereses mantidos como objetivos legítimos para todos ou para membros diversamente localizados na sociedade. Os objetivos são mais ou menos integrados e aproximadamente ordenados em alguma hierarquia de valores. 
· Um segundo elemento da estrutura social cultural define, regula e controla os modos aceitáveis e alcançar esses objetivos. Cada grupo social, invariavelmente, liga seus objetivos culturais e regulamentos, enraizados nos costumes ou nas instituições de procedimentos permissíveis para a procura de tais objetivos. 
· Dizer que os objetivos culturais e normas institucionalizadas funcionam ao mesmo tempo para modelar práticas em vigor, não significa que elas exercem constante uma sobre as outras; A ênfase cultural dada a certos objetivos varia independentemente do grau de ênfase sobre os meios institucionalizados; 
· Pode-se desenvolver uma tensão muito pesada sobre o valor de objetivos particulares, envolvendo em comparação pouca preocupação com os meios institucionalmente recomendados de esforçar-se para consecução de tais objetivos; O caso limite desse tipo é alcançado quando a amplitude de procedimentos alternativos é governada apenas pelas normas técnicas em vez das normas institucionais. Isso constitui um tipo de cultura mal integrada; Um segundo tipo limite está em grupos onde as atividades originalmente concebidas como instrumentais são transmutadas em práticas autocontidas, às quais faltem ulteriores objetivos, as finalidades são esquecidas e a estreita aderência à conduta institucionalmente recomendada torna-se um valor central. Desde que a amplitude dos comportamentos alternativos, permitidos pela cultura é severamente limitada, há pouca base para adapta-la a novas condições. Desenvolve-se então uma sociedade limitada pela tradição, sagrada, marcada pela neofobia. 
· Merton coloca, que compreende que a o comportamento aberrante, pode ser considerado sociologicamente como um sintoma de dissociação entre as aspirações culturalmente prescritas e as vias socialmente estruturadas para realizar essas aspirações; 
· Nenhuma sociedade carece de normas governante da conduta, porém elas realmente se diferenciam na medida em que os usos e costumes populares e os controles institucionais estão efetivamente integrados com os objetivos que se destacam com a hierarquia dos valores culturais; 
· A cultura pode ser tal que induza os indivíduos a centralizarem suas convicções emocionais sobre o complexo dos fins culturalmente aplaudidos, com muito menos apoio emocional sobre os métodos prescritos para alcançarem essas finalidades;
· A medida em que se desenvolve este processo de amaciamento das normas, a sociedade torna-se instável e aparece o que Durkheim chamava de anomia; 
· Lesar regras com o intuito de atingir dado objetivo se compreende como a anomia; Quando o indivíduo ignora os meios e focaliza apenas nos fins; O exagero cultural que conduz o homem a obter sucessos de qualquer maneira, leva-o a desprezar o apoio emocional das regras;
· A questão do dinheiro, Simmel salientou-o como altamente abstrato e impessoal. O dinheiro é visto como um valor em si mesmo, além e acima de seu gasto a troco de artigos de consumo ou de seu uso para o aumento de poder; 
· A aquisição do dinheiro, na anomia da sociedade urbana, permite que a riqueza sirva como símbolo elevado de status; 
· O objetivo monetário está entricheirado na cultura norte-americana. A ideia do american dream; 
· A problemática se insere juntamente no imperaçãoda disciplina ao povo a fim de mantê-lo preso às suas ilusões insatisfeitas; 
· As matérias de comunicação de massa norte-americanas, estabelecem os valores de cultura predominante; 
· O norte-americano detém o legado de que não se deve desistir, não se deve moderar os esforços, não se pode diminuir os objetivos; 
· Assim a cultura impõe três axiomas culturais; primeiro: todos devem esforçar-se para atingir os mesmos elevados objetivos já que estão elevados a todos; segundo: o aparente fracasso momentâneo é apenas uma estação no caminho do sucesso final; e terceiro: o fracasso genuíno consiste apenas na diminuição ou retirada da ambição; 
· Esses axiomas representam, na paráfrase psicológica, em primeiro um reforço secundário simbólico do incentivo e em segundo lugar um freio à ameaça de extinção da reação mediante um estímulo associado, em terceiro o aumento das força impulsora para responder constantemente ao estímulo, apesar da continuada ausência de recompensa; 
· Na paráfrase sociológica, estes representam primeiro o desvio da crítica da estrutura social para a crítica do próprio indivíduo, colocado entre aqueles situados de tal forma na sociedade, que não tem total acesso igual à oportunidade; segundo, a preservação de uma estrutura de poder social, pela identificação dos indivíduos dos estratos sociais inferiores, mas com aqueles que estão no alto, e terceiro a atuação de pressões favoráveis à conformidade para com os ditames (princípio determinado pela razão, pela moralidade, pela consciência) culturais de ambição irreprimível, mediante a ameaça, para aqueles que não se acomodam aos referidos ditames, de não serem considerados plenamente pertencentes à sociedade; 
· A cultura norte-americana contemporânea continua a ser caracterizada por uma pesada ênfase sobre a riqueza como símbolo básico do sucesso sem enfatizar os meios legítimos que se deve trilhar para atingir esse objetivo; 
Tipos de Adaptação Individual 
· Cinco tipos de adaptação social; 
(+) aceitação 
(-) rejeição 
() rejeição dos valores predominantes e sua substituição por novos valores 
TIPOLOGIA DE MODOS DE ADAPTAÇÃO INDIVIDUAL 
	Modos de Adaptação
	Metas Culturais 
	Meios Institucionalizados 
	I. Conformidade 
	+
	+
	II. Inovação 
	+
	-
	III. Ritualismo 
	-
	+
	IV. Retraimento
	-
	-
	V. Rebelião 
	
	
· Essas categorias se referem ao papel de comportamento em tipos específicos de situações, não à personalidade. São tipos de reação mais ou menos duradoura, não tipos de organização de personalidade; 
· Merton ocupa-se primordialmente com a atividade econômica no sentido amplo da produção, da troca, distribuição e consumo de bens e serviços em nossa sociedade competitiva, onde a riqueza assumiu um papel altamente simbólico;
 
I. CONFORMIDADE 
· Na medida em que a sociedade é estável, é a mais comum e mais difundida extensamente. 
· A engrenagem de expectativas que constitui cada ordem social é sustentada pelo comportamento modal de seus membros, representando a conformidade com os padrões culturais estabelecidos embora estes estejam talvez variando desde muitos séculos; 
· É somente porque o comportamento é tipicamente orientado em direção aos valores básicos da sociedade, que podemos falar de um agregado humano como constituinte de uma sociedade; 
· As fontes de comportamento de Merton, se concentram no desvio; 
II. INOVAÇÃO 
· A grande ênfase cultural sobre a meta de êxito estimula este modo de adaptação através de meios institucionalmente proibidos, mas frequentemente eficientes, para atingir o sucesso: riqueza e poder; 
· Ocorre quando o indivíduo assimilou a ênfase cultural de atingir seu alvo não obstante não absorveu igualmente as normas institucionais que governam os meios e processos para atingir este; 
· Do ponto de vista da psicologia, pode-se esperar que um grande interesse emocional por determinado alvo em vista, produza a disposição de aceitar os riscos e esta atitude pode ser adotada por pessoas de todas as camadas da sociedade; 
· Do ponto de vista sociológico, agrega quais as características da estrutura social que predispõe o indivíduo a este tipo de adaptação; 
· Nos níveis econômicos mais elevados a pressão rumo à inovação apaga, com não pouca frequência, distinção entre os esforços normalmente usados no mundo dos negócios, no lado "legal" dos costumes manobras "espertas" além dos costumes; 
· Merton, através dos dados compõe que a pressão para o comportamento transviado são exercidas sobre as camadas inferiores;
· Primeiro, os incentivos para o êxito são inculcados pelas normas estabelecidas da cultura e em segundo, as vias disponíveis para o acesso a este objetivo são tão limitados pela cultura de classe que não resta outra saída senão apelar para os desvios de comportamento; 
· É a falta de entrosamento entre os alvos propostos pelo ambiente cultural e as possibilidades oferecidas pela cultura social que produz intensa pressão para o desvio de comportamento. 
· O recurso a canais legítimos para conseguir dinheiro é limitado por uma estrutura de classe a qual não é inteiramente acessível, em todos os níveis, a homens de boa capacidade. Apesar da nossa persistente ideologia de "oportunidades iguais para todos", o caminho para o êxito é relativamente fechado e notavelmente difícil para os que têm pouca instrução formal e poucos recursos. A pressão dominante conduz à atenuação da utilização de vias legais, mas ineficientes, e ao crescente uso dos expedientes ilegítimos, porém mais ou menos eficientes. 
· A cultura dominante faz exigências incompatíveis para os indivíduos situados nas camadas inferiores da estrutura social. De um lado, se pede que orientem sua conduta em direção à expectativa da grande riqueza e de outro lado, a eles se nagem em larga medida, as oportunidades efetivas de assim fazer dentro das instituições vigentes. A consequência desta inconsistência estrutural é uma grande porcentagem de comportamento transviado. O equilíbrio entre fins e meios culturalmente aceitos, torna-se altamente instável, devido à tendência crescente a se atingir as metas carregadas de prestígio, por qualquer meio. 
· Al Capone representa o triunfo da inteligência amoral sobre o fracasso que a moral prescreve quando os canais de mobilidade vertical são fechados ou estreitados numa sociedade que atribui alto prêmio sobre a afluência econômica e ascensão social para todos os seus membros; 
· Alta porcentagem de comportamento desviado não é gerada simplesmente pela falta de oportunidade ou por exagerada ênfase pecuniária. Uma estrutura de classes comparativamente rígida, uma ordem de castas, podem limitar as oportunidades muito além do ponto que hoje se observa na sociedade norte-americana. 
· Nossa ideologia igualitária nega implicitamente a existência de indivíduos e grupos não competidores, na perseguição do sucesso pecuniário. Ao invés, ao mesmo copo de símbolos de sucesso é dado como se aplicando a todos. 
· Afirma-se que as metas transcendem as linhas de classe, não sendo limitadas por elas, mas a organização social hoje é tal que existem diferenças de classe na acessibilidade a essas metas. 
· A questão da pobreza, a pobreza em si e a consequente limitação de oportunidades não bastam para produzir uma proporção alta e conspícua de comportamento criminoso. A pobreza associada a cultura dominante pecuniária, competição entre outros, resultam na criminalidade. Quando consideramos a configuração total, pobreza, oportunidades limitadas e inculcação de alvos culturais - aparece alguma base para explicar a mais alta correlação entre a pobreza e o crime em nossa sociedade, do que em outras onde a estrutura de classes, rígida, é associada a símbolos de sucesso diferentes para as diversas classes. 
· As vítimas dessa contradição entre a ênfase cultural da ambição pecuniária e os obstáculos sociais à oportunidade completa não são sempre conscientes das fontes estruturais de suas aspirações frustradas; 
· A questão do sucesso e do fracasso associado a sorte; O que se relaciona também as relações compulsivas comjogos de azar; 
· A ênfase cultural sobre o sucesso pecuniário para todos e uma estrutura que limita indivíduos, compreende a inserção em práticas inovativas, em contraste com as normas institucionalizadas; 
III. RITUALISMO 
· Implica no abandono ou na redução dos elevados alvos culturais do grande sucesso pecuniário e da rápida mobilidade social, até o ponto em que possam ser satisfeitas as pirações de cada um. Porém, embora se rejeite a obrigação cultural de tentar progredir na vida, embora se tracem os próprios horizontes, quase compulsivamente a ser seguidas as normas institucionais. 
· O ritualista é acomodado; não arrisca; O tema que se entremeia nessas atitudes é que as altas ambições convidam à frustração e ao perigo, ao passo que as aspirações mais baixas produzem satisfação e segurança. 
· É a perspectiva do empregado assustado, do burocrata zelosamente conformista, na gaiola da caixa da empresa bancária particular ou no escritório da empresa de utilidade pública. 
· É um modo de adaptação para procurar individualmente uma fuga particular dos perigos e frustrações que parecem a eles inerentes na competição pela obtenção dos objetivos principais, pelo abandono de tais objetivos, agarrando-se o quanto mais estreitamente às rotinas seguras e às normas institucionais;
· A classe média inferior, que os pais tipicamente exercem pressão sobre as crianças a fim de se pautarem pelos mandatos morais da sociedade e na qual a escalada social para cima apresenta menos possibilidade de encontrar sucesso do que entre a classe média superior.
IV. RETRAIMENTO 
· Rejeição dos objetivos culturais e meios institucionais, é provavelmente a menos comum; 
· Pertencem a esta categoria algumas das atividades adaptativas dos psicóticos, artista, párias, proscritos, errantes, mendigos, bêbados crônicos e viciados em drogas. 
· Eles renunciam aos objetivos culturalmente prescritos e seu comportamento não se ajusta as normas institucionais. 
· Duplo conflito: a obrigação moral assimilada, de adotar os meios institucionais, conflita com as pressões para recorrer a meios ilícitos, os quais podem atingir o alvo e o indivíduo não pode utilizar meios que sejam ao mesmo tempo legítimos e eficientes; 
· O sistema competitivo é mantido mas o indivíduo frustrado e que encontra empecilhos não pode sobrepujar, é excluído no sistema. 
· O derrotismo, o quietismo e a resignação são manifestados em mecanismos de fuga que posteriormente o levam a fugir dos requisitos da sociedade; 
· O conflito é resolvido abandonando-se ambos os elementos conflitantes: os fins e os meios; 
· A fuga é completa, o conflito é eliminado e o indivíduo é assocializado. 
· São os indivíduos que não fazem ou participam da sociedade; Os deserdados sociais; 
V. REBELIÃO 
· Essa adaptação conduz os homens que estão fora da estrutura social circundante a encarar e procurar trazer à luz uma estrutura social nova, isto é, profundamente modificada. Ela pressupõe o afastamento dos objetivos dominantes e dos padrões vigentes, os quais vem a ser considerados como puramente arbitrários. E o arbitrário é precisamente aquilo que nem pode exigir sujeição, nem possuir legitimidade, pois poderia muito bem ser de outra maneira. 
· Em nossa sociedade, os movimentos organizados para a rebelião, almejam introduzir uma estrutura social na qual os padrões culturais de êxito seriam radicalmente modificados e na qual se adotariam medidas para uma correspondência mais estreita entre o mérito, o esforço e a recompensa. 
· O ponto essencial que distingue o ressentimento da rebelião é que o primeiro não envolve uma genuína mudança de valores; 
· No ressentimento condenamos secretamente o que ambicionamos, na rebelião condenamos a ambição. 
· Há uma insatisfação e uma organização para mudança.
· Merton pauta que os rebeldes em grupos revolucionários, são tipicamente membros de uma classe em ascensão em vez de provirem de estratos mais baixos. 
TENDÊNCIA À ANOMIA 
· A estrutura social em questão produz uma tendência à anomia e ao comportamento divergente. A pressão de tal ordem social, visa a que o indivíduo faça melhor que os competidores. Enquanto os sentimentos que apoiam este sistema competitivo estão distribuídos por toda a extensão das atividades e não estão confinados ao resultado final do êxito, a escola dos meios permanecerá principalmente dentro do âmbito do controle institucional. 
· Com essa atenuação dos controles institucionais, ocorre uma aproximação à situação que os filósofos utilitários consideram erroneamente típica da sociedade, situação esta em que os cálculos de vantagem pessoal e o termo ao castigo são os únicos elementos reguladores.
· Esta tensão rumo a anomia não opera uniformemente em todos os setores da sociedade. 
O PAPEL DA FAMÍLIA 
· É evidentemente a família que funciona como importante correia de transmissão na difusão dos padrões culturais em relação a geração seguinte.
· A família transmite especialmente a porção de cultura acessível ao estrato social e aos grupos em que os próprios pais se encontram. É portanto, um mecanismo para disciplinar as crianças em termos dos objetivos culturais e dos costumes característicos dessa estreita variedade de grupos; 
· A criança, está laboriosamente ocupada em descobrir e agir conforme os paradigmas implícitos de avaliação cultural, de categorização das pessoas e das coisas e de formação das metas dignas de estima, assim com assimilando a orientação cultural explícita, baseada na infinita corrente de ordens, explicações e exortações a ela dirigidas pelos pais. 
· A família tem papel crucial no que diz respeito a disciplina do indivíduo, na origem da conduta desviante; 
VII. Continuidades na Teoria da Estrutura Social e da Anomia 
· Durkheim elaborou o termo anomia, se refere a condição de relativa normalidade numa sociedade ou grupo. 
· O conceito sociológico de anomia, pressupõe que o ambiente mais destacado dos indivíduos possa ser concebido de maneira útil, como envolvendo a estrutura cultural de um lado e do outro a estrutura social. 
· A estrutura cultural pode ser definida como o conjunto de valores normativos que governam a conduta comum dos membros de uma determinada sociedade ou grupo;
· A estrutura social se entende o conjunto organizado de relações no qual os membros da sociedade ou grupo são implicados de várias maneiras; 
· A anomia é concebida como uma ruptura na estrutura cultural, quando há uma disjunção aguda entre as normas e metas culturais e as capacidades socialmente estruturadas dos membros do grupo em agir de acordo com as primeiras. 
ANOMIA E AS FORÇAS DE COMPORTAMENTO DIVERGENTE 
INOVAÇÃO: Rejeição das práticas institucionais com a renteção dos objetivos culturais. 
RITUALISMO: As aspirações culturalmente definidas são abandonadas enquanto “a gente continua a acatar quase compulsivamente as normas institucionais”. 
RETRAIMENTO: Consiste no abandono substancial tanto das metas culturais anteriormente estimadas como das práticas institucionalizadas dirigidas a tais metas. 
REBELIÃO: É o conflito entre os valores culturalmente aceitos e a dificuldades socialmente estruturadas em viver de acordo com esses valores, que exerce pressão para os desvios de comportamento e o rompimento com o sistema normativo. 
XIII. A Profecia que se Cumpre por si Mesma 
· W. I. Thomas formula um teoria básico para as ciências sociais: “se os indivíduos definem as situações como reais, elas são reais em suas consequências”.
O TEOREMA DE THOMAS 
· A primeira parte do teorema constitui uma incessante lembrança de que os homens reagem não somente aos traços objetivos de uma situação, como também no sentido de que a situação tem para eles. As consequências das atitudes são determinadas pelo sentido atribuído. 
UMA PARÁBOLA SOCIOLÓGICA 
· A profecia que se cumpre por si mesma, é uma definição falsa da situação que provoca uma nova conduta a qual, por sua vez, converte em verdadeiro o conceito originalmente falso. 
CRENÇAS SOCIAIS E REALIDADES SOCIAIS 
· Pela falta de compreensão, muitos norte-americanosde boa vontade mantém persistentes preconceitos étnicos e raciais. 
· Questão do sindicato, assim, o cidadão branco, de espírito imparcial, apoia decididamente a exclusão dos negros do seu sindicato operário. Os negros que pertenciam até pouco tempo ao Sul não industrializado, não estão disciplinados nas tradições do sindicalismo e na arte das negociações coletivas. O negro é um “fura-greves”. O negro, com seu baixo padrão de vida, presta-se a aceitar trabalho mediante a remuneração inferior aos salários correntes. O negro é em uma, um “traidor da classe operária”, devendo ser sem sombra de dúvida, excluído das organizações sindicais. Tais são os fatos do caso, como os vê o nosso afiliado a um sindicato, que não considera a situação do ser negro naquele contexto, e a profecia se cumpre por si mesma como todo processo básico da sociedade. A opinião do branco se baseia não sobre o preconceito mas sobre os fatos frios e rígidos, ignorando toda uma contextualização que vige. Nosso sindicalista não percebe que ele e seus companheiros produziram os mesmos fatos que observa. Pois ao definir a situação no sentido de que negros são incorrigivelmente contrários aos princípios do sindicalismo e ao excluí-los dos sindicatos, provoca uma série de consequências que, na verdade, tornam difícil, se não impossível que o negro evite desempenha o papel de fura-greves. Sem trabalhos depois da Primeira Guerra Mundial, mantidos fora dos sindicatos, milhares de negros não podiam resistir aos apelos dos empregadores atingidos pelas greves que lhes abriam uma convidativa porta de acesso a uma porção de empregos dos quais, em outras circunstâncias, seriam excluídos. A história cria sua própria prova da teoria da profecia que se cumpre por si mesma. Que os negros fossem furadores de greve porque eram excluídos dos sindicatos e de grande números de empregos e não que fossem excluídos por serem fura-greves, pode ser constatado pelo virtual desaparecimento dos negros como fura-greves nas indústrias em que conseguiram ser admitidos e sindicalizados nas últimas décadas. 
· A questão da educação para curar tudo; Merton fala sobre a educação racial norte-americana e que os professores agregam os mesmos preconceitos que os pedem a combater; A educação pode servir de ajuda funcional mas não de base principal para a mudança extremamente lenta das regras que prevalecem nas relações raciais; 
· Os extragrupos étnicos estão formados por todos aqueles indivíduos que julgamos serem diferentes de nós mesmos, em termo de nacionalidade, raça e religião. 
· O contrário, é o intragrupo étnico, constituído por todos os que pertencem ao nosso grupo; 
· Sob guia do intragrupo dominante, os extragrupos étnicos estão constantemente submetidos a um vivo processo de preconceitos que vicia notoriamente a educação e a propaganda de massas que se faz e favor da tolerância étnica. 
VIRTUDES DO INTRAGRUPO E VÍCIOS DO EXTRAGRUPO
· O herói do intragrupo agrega características admiráveis; 
· O intragrupo transmuta facilmente suas próprias virtudes nos vícios dos outros;
· A feia cerca que que encerra o intragrupo impede que os indivíduos que formam os 
extragrupos sejam tratados com a decência que se costuma conceder aos seres humanos. É provável que haja tantos homens e mulheres corrompidos e viciados entre os negros e os judeus como entre brancos gentios. 
FUNÇÕES E DISFUNÇÕES SOCIAIS 
· A condenação nos dois casos desempenha uma só função social. 
· Quando os negros são marcados como incorrigivelmente inferiores porque não manifestam essas virtudes, isto vem confirmar a justiça natural de atribuir-lhes um status inferior na sociedade; 
· Em alguns casos, o racionamento do número de judeus que podem ingressar nas universidades e outras escolas de profissões liberais, demonstram logicamente o medo à suposta superioridade do extragrupo; Esta crença da superioridade aparece como prematura. 
· A norma de ser condenado por fazer e também por não fazer, acarreta consequências ulteriores, entre os próprios extragrupos. 
· As definições do intragrupo, impõem ao extragrupo supostamente inferior a tendência defensiva de exaltar “as realizações da raça”; 
· Numa sociedade que considera habitualmente a riqueza como prova de talento, um extragrupo vê-se obrigado, pelas atitudes invertidas do grupo predominante, a negar que haja entre eles muitos indivíduos ricos. 
· Com um senso sutil de superioridade moral, o bem instalado intragrupo observa essas curiosas atitudes dos extragrupos com uma mescla de burla e desprezo; 
MUDANÇAS INSTITUCIONAIS E POR DECRETO 
· A profecia que se cumpre por si mesma, pela qual temores se transformam em realidades, funciona somente na ausência de controles institucionais deliberados; 
PARTE III - A Sociologia do Conhecimento e as Comunicações de Massa
Introdução
Wissenssoziologie e Pesquisa das Comunicações de Massa 
Matéria e Definição do Problema 
· A formação pela sociedade perspectivas intelectuais é o principal foco. 
· A sociologia do conhecimento interessa-se mais diretamente pelos produtos intelectuais seja na ciência e na filosofia. 
· A variante norte-americana se enfoca sobre o estudo sociológico da crença popular. Focaliza-se especialmente sobre a opinião e não sobre o conhecimento. 
· O conhecimento não é nada além de opinião aprovada por critérios particulares de prova. 
· A variante europeia se concentra em torno de doutrinas sobre os sistemas complexos de conhecimento que se reformam sobre e as vezes deformam ao chegarem a cultura popular. 
· A variante europeia se interessa pela elite intelectual; A variante norte-americana pelas massas; 
· O setor europeu ocupa-se do plano de conhecimento e o norte-americano do de informação;
· O conhecimento implica um corpo de fatos ou de ideias enquanto a informação não tem tal implicação de fatos ou ideias conectados; 
· A variante norte-americana estuda os fragmentos isolados de informação utilizados pelas massas e a europeia tipicamente pensa numa estrutura total de conhecimentos utilizáveis por uns poucos. 
· Europeia: Conhecimento; Americana: Comunicações de Massas; 
· O norte-americano sabe do que está falando e isso não é muito. O europeu não sabe do que está falando e isso é muito. 
Perspectivas de Dados e de Fatos 
· O europeu aceita dados que se candidatam ao status de dados empíricos enquanto o norte-americano aceita aos fatos empíricos. 
· O europeu imagina e o norte-americano olha; O americano investiga a longo prazo e o europeu especula a longo prazo; 
Técnicas e Processos de Pesquisa 
· Teoria das interpretações diferentes. 
· O problema norte-americano e europeu são exatamente opostos, uma vez que o norte-americano se afasta da teoria e o europeu dos fatos; 
· A hibridez na análise é crucial e relevante, além de produzir algo de maior alcance; 
· O sociólogo do conhecimento procura acima de tudo, determinantes sociais das perspectivas do intelectual como este chegou a formar suas ideias; 
· Lowenthal, estudiosos das comunicações de massa que introduziu a hibridez, interessou-se primordialmente, com o impacto dos meios de comunicação de massas sobre as audiências. Audiência para produtos culturais; 
· As categorias de medição de audiência foram as de estratificação dos rendimentos do sexo, idade e grau de educação. Agrega relação com o marketing; 
· Enquanto a variante europeia fez poucas investigações sobre as audiências de diferentes produtos intelectuais e culturais, a variante norte-americana fez muitas e as categorias dessas pesquisas foram moldadas pelas necessidades práticas dos grupos e das agências que criaram a demanda de pesquisa de audiência. 
· A comunicação de massa, a indústria e o governo proporcionaram em grande porte o capital de risco em apoio a investigação social necessária para seus próprios fins. 
Organização Social da Pesquisa 
· Os europeus trabalham tipicamente como intelectuais solitários. Europeus são sociólogos de gabinete. Os norte-americanos têm trabalhado com equipes de investigação variadas; 
· As tendências divergentes se reforçamdos dois lados; 
XIV - A Sociologia do Conhecimento 
· Interessa-se primordialmente pelas relações entre o conhecimento e outros fatores existenciais da sociedade ou da cultura; 
O Contexto Social
· O pensamento norte-americano se mostrou receptivo a sociologia do conhecimento uma vez que trata-se de uma área de problemas, conceitos e teorias que são cada vez mais pertinentes à situação social contemporânea dos EUA; 
· A sociologia do conhecimento assume interesse sob um complexo definido de circunstâncias sociais e culturais;

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