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COAÇÃO E ESTADO DE PERIGO NO CÓDIGO CIVIL A coação é uma ameaça injusta que o indivíduo sofre para realizar um negócio jurídico contra a sua vontade. Nele, é o temor que a vítima possui de sofrer um dano iminente que vicia seu consentimento como parte em um negócio jurídico. Ressalta-se que na coação, o mal ainda não aconteceu. A vontade expressada pela vítima, é, portanto, uma vontade fundamentada apenas no temor, não é a sua vontade real, e é essa fata de expressão da vontade que leva ao defeito no negócio jurídico. O artigo 151 do Código Civil propõe que: A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. Temos que lembrar que não é qualquer ameaça que configura a coação. Para constituir o defeito do negócio jurídico, a ameaça • deve ser a causa determinante do ato jurídico • deve ser grave e injusta • deve dizer respeito a ameaça de ocorrência de um dano patrimonial atual ou iminente contra a vítima ou pessoa de sua família O Estado de Perigo previsto no artigo 156 do Código Civil, ocorre quando alguém está precisando se salvar (ou salvar alguém da sua família) de grave dano conhecido pela outra parte. Com o objetivo de possuir essa salvação, a vítima adquire obrigação excessivamente onerosa. No estado de perigo, são as condições abusivas do contratam que levam ao defeito do negócio jurídico, isto é, não há vício de consentimento. Os principais elementos para reconhecer o vício do negócio jurídico do estado de perigo são: • Situação de necessidade • Iminência de dano atual e grave para a própria pessoa ou sua família • Conhecimento do perigo pela outra parte • Aquisição de obrigação excessivamente onerosa Sendo assim, pontua-se que a diferença essencial entre esses dois tipos de erro do negócio jurídico é: na coação, há ausência de vontade da parte-vítima, enquanto no estado de perigo o erro decorre da aquisição de obrigação excessivamente onerosa. Referências bibliográficas: Gonçalves, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral – 17. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
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