Buscar

defeitos do negocio jurídico

Prévia do material em texto

Introdução: 
No presente conteúdo serão abordadas temáticas a respeito do negócio jurídico, mais 
especificamente os vícios que podem ocorrer no mesmo. inicialmente os vícios de 
consentimento serão abordados e respectivamente os vícios sociais. 
Vícios do Negócio Jurídico: 
Erro ou ignorância: 
Segundo o Prof. Caio Mario é quando o agente por desconhecimento o falso 
conhecimento da circunstância, age de um modo que não seria sua vontade, se 
conhecesse a verdadeira situação, diz-se que procede com o erro. 
Embora a lei não faça distinção entre as duas hipóteses, erro é um estado de espírito 
positivo, sendo no caso a falsa percepção da realidade, ao passo que a ignorância é um 
estado de espirito negativo, o total desconhecimento do declarante a respeito das 
circunstâncias do negócio. 
O erro subdivide-se em essencial ou substancial e escusável ou perdoável. Assim sendo 
substancial é o erro que vai de encontro com a essência do ato o qual havia sido 
praticado, sem o qual não se teria praticado. É o caso o colecionador que pretendendo 
adquirir uma peça original, compra a cópia da mesma. 
Hipóteses de erro substancial: 
A) Quando interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a 
alguma das qualidades a ele essenciais; 
B) Quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se 
refira a declaração de vontade, desde que tenha incluído neste modo relevante; 
C) Sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único 
ou principal do negócio jurídico. 
Vê-se, portanto, que o erro poderá incidir no negócio jurídico, no objeto ou na 
pessoa. 
Senão vejamos o que diz o art. 138 do Código civil de 2002 
“São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de 
erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio” 
Dolo: 
 Por procedência lógica temos que após o erro ou ignorância aborda-se o dolo, uma vez 
que a doutrina do primeiro fundamenta a do segundo. 
Nesse diapasão, temos que o dolo é o erro praticado por terceiro e não pelo próprio 
enganado. 
Convenciona-se que é todo meio malicioso empregado por uma das partes ou por 
terceiro para causar fato danoso a outrem, quando da celebração do negócio jurídico. 
Sendo que este deve ser provado por quem o alega. 
 
 
Exemplo: Terceiro que vende colar de latão dizendo ser de prata, futuramente o negócio 
poderá ser anulado. 
Quanto a extensão dos efeitos do dolo, no negócio jurídico, pode o mesmo ser: 
A) Principal (essencial, determinante ou causal) 
B) Acidental 
O dolo para invalidar o ato deve ser principal- sendo fator impeditivo para o ato em si- , 
ao passo que o acidental não atacaria o negócio em si porém gera dever de indenizar. 
Por último, porém, não menos importante o dolo será classificado quanto á atuação do 
agente, podendo ser: 
A) Positivo; 
B) Negativo (omisso) 
O primeiro decorre de fato comissivo, e o segundo de atuação omissa negativa ardilosa 
juridicamente relevante. 
Senão vejamos o artigo 148 do Código Civil de 2002: 
“Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem se 
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que 
subsista o negócio jurídico, terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a 
quem ludibriou” 
Sendo assim se a parte a quem aproveita o dolo, não sabe do mesmo, subsiste negócio 
porem a quem se aproveita reponde pela diferença aproveitada civilmente. E ainda, se 
ambas as partes procederam com dolo, pelo princípio que veda a alegação da própria 
torpeza em juízo, a ei proíbe que se possa anular o negócio jurídico ou pletear 
indenização. 
Coação: 
Enquanto o dolo manifesta-se por meio ardiloso a coação traduz violência. 
Entende-se como coação capaz de viciar o consentimento toda violência psicológica que 
possa influenciar a vítima a concretizar negócio jurídico que por sua vontade própria 
não deseja efetuar. 
Existem dois tipos de coação: 
A) Física 
B) Moral 
A coação física é aquela que age diretamente no corpo da vítima. Sendo entendimento 
tranquilo que esse tipo de situação neutraliza de pronto a manifestação de vontade, 
tornando o negócio jurídico inexistente. 
A coação moral, por sua vez, é aquela a qual transmite um temor constante a vítima 
fazendo com que manifeste seu consentimento de maneira viciada. Por não tolher 
completamente a liberdade volitiva da vitima o fato recebe status de anulável e não de 
inexistente. 
 
 
Senão vejamos, o artigo 151 do Código Civil de 2002: 
“A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente 
fundado temos de dano iminente e considerável à pessoa, à família ou aos seus bens.” 
Sendo assim podemos apontar os seguintes requisitos para que se configure coação: 
A) Violência psicológica; 
B) Declaração de vontade viciada; 
C) Receio e fundado de grave dano à pessoa, à família ou a pessoa próxima ou aos 
bens do paciente. 
Lesão: 
Pode-se conceituar segundo Stolze e Pamplona a lesão como sendo o prejuízo resultante 
da desproporção existente entre as prestações de um determinado negócio jurídico, em 
face do abuso da inexperiência, necessidade econômica ou leviandade de um dos 
declarantes. 
A lesão se compõe de dois requisitos básicos: 
A) Objetivo ou material- desproporção nas prestações avençadas; 
B) Subjetivo, imaterial ou anímico- premente a necessidade, a inexperiência ou a 
leviandade (da parte lesada) e o dolo de aproveitamento da parte beneficiada 
(característica ressaltada pela concepção tradicional do instituto, mas que, que 
não foi exigida n a presentecodificação.) 
Senão vejamos, o artigo 157 do Código Civil de 2002: 
“Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob permanente necessidade, ou por inexperiência, 
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ou valor da prestação oposta. 
§1.º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em 
que foi celebrado o negócio jurídico. 
§2.º Não se decretará a anulação do negócio jurídico,se for oferecido suplemento 
fsuficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.” 
Estado de perigo: 
O estado de perigo guarda semelhanças com o estado de necessidade, instituto de direto 
penal causa excludente de ilicitude. 
Configura-se quando o agente, diante de situação de perigo conhecido pela outra parte, 
emite declaração de vontade para salvaguardar direito seu, ou de pessoa próxima, 
assumindo obrigação excessivamente onerosa. 
Senão vejamos, o artigo 156 do Código Civil de 2002: 
“Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, 
o a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa. 
 
 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente a família do declarante, o juiz 
decidirá segunda as circunstâncias.” 
Fraude contra credores: 
Segundo Stolze e Pamplona conceitua-se a fraude contra credores como a alienação ou 
oneração de bens, assim como de remissão de dívida, praticado pelo devedor insolvente, 
ou a beira da insolvência, como propósito de prejudicar o credor preexistente, em 
virtude da diminuição experimentada pelo seu patrimônio. 
Dois elementos compõem a Fraude, o primeiro de natureza subjetiva e o segundo, 
objetiva: 
A) Consilium fraudis (o conluio fraudulento); 
B) Eventus damni (o prejuízo causado ao credor). 
Grande parte da doutrina preleciona que o cocilium fraudis não é elemento essencial 
deste vício social, de maneira que ao estado de insolvência aliado ao prejuízo causado 
ao credort seriam suficientes para a caracterização de fraude. Sobre não haver, 
unanimidade doutrinári, tem-se que tratando-se de atos gratuitos de alienação praticados 
em fraude contra credores o requisito subjetivo consilium fraudis é presumido. 
Sendo que dessa fraude cabeação pauliana para reverter a insolvência forçada do 
devedor.

Continue navegando