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Materia P1 HPE
Economia clássica
Economia clássica é o nome dado à primeira escola moderna de pensamento econômico. É geralmente aceito que o marco inaugural do pensamento econômico clássico seja a obra A Riqueza das Nações, do escocês Adam Smith. Seus conceitos giram em torno da noção básica de que os mercados tendem a encontrar um equilíbrio econômico a longo prazo, ajustando-se a determinadas mudanças no cenário econômico.
Os principais economistas clássicos incluem Adam Smith, Jean-Baptiste Say, Thomas Malthus, David Ricardo, John Stuart Mill, Johann Heinrich von Thünen e ainda Anne Robert Jacques Turgot.
Enquanto Adam Smith enfatizou a produção de renda, David Ricardo na sua distribuição entre proprietários de terras, trabalhadores e capitalistas, Ricardo enxergou um conflito inerente entre proprietários de terras e capitalistas. Ele propôs que o crescimento da população e do capital, ao pressionar um suprimento fixo de terras, eleva os aluguéis e deprime os salários e os lucros.
Thomas Robert Malthus usou a ideia dos retornos decrescentes para explicar as baixas condições de vida na Inglaterra. De acordo com ele, a população tendia a crescer geometricamente sobrecarregando a produção de alimentos, que cresceria aritmeticamente. A pressão que uma população crescente exerceria sobre um estoque fixo de terras significa produtividade decrescente do trabalho, uma vez que terras cada vez menos produtivas seriam incorporadas à atividade agrícola para suprir a demanda. O resultado seria salários cronicamente baixos, que impediriam que o padrão de vida da maioria da população se elevasse acima do nível de subsistência. Malthus também questionou a automaticidade da economia de mercado para produzir o pleno emprego. Ele culpou a tendência da economia de limitar o gasto por causa do excesso de poupança pelo desemprego, um tema que ficou esquecido por muitos anos até que John Maynard Keynes a reviveu nos anos 1930.
No final da tradição clássica, John Stuart Mill divergiu dos autores anteriores quanto a inevitabilidade da distribuição de renda pelos mecanismos de mercado. Mill apontou uma diferença dois papéis do mercado: alocação de recursos e distribuição de renda. O mercado pode ser eficiente na alocação de recursos mas não na distribuição de renda, ele escreveu, de forma que seria necessário que a sociedade intervenha.
A teoria do valor foi importante na teoria clássica. Smith escreveu que "o preço real de qualquer coisa… é o esforço e o trabalho de adquiri-la" o que é influenciado pela sua escassez. Smith dizia que os aluguéis e os salários também entravam na composição do preço de uma mercadoria.[1] Outros economistas clássicos apresentaram variações das ideias de Smith, chamada 'Teoria do valor-trabalho'. Economistas clássicos se focaram na tendência do mercado de atingir o equilíbrio no longo prazo.
ECONOMIA MARXISTA
Breve histórico da Economia Marxista
Assim como aconteceu em relação à Filosofia clássica alemã e ao socialismo e à historiografia franceses, que foram a base do pensamento marxista, a economia do marxismo também se baseou no que já havia sido desenvolvido até seu tempo.
Marx desenvolveu, corrigiu e aperfeiçoou a economia clássica inglesa.
Por que justamente a economia inglesa, e não a francesa ou a alemã? Porque a Inglaterra era o país capitalista mais desenvolvido.
Marx adotou a tese central da economia política clássica: a de que a troca se baseava numa equivalência (uma comparação) das quantidades de trabalho contidas na mercadoria.
Essa teoria, chamada de valor-trabalho, já havia sido expressa no século XII por Tomás de Aquino e seu mestre, Alberto, o Grande, e foi refinada por William Petty no século XVII. Recebeu sua forma definitiva com Adam Smith no século XVIII e David Ricardo, no século XIX.
Esses economistas conseguiam descrever corretamente alguns fenômenos do capitalismo, mas ficavam estacionados à beira de um conhecimento mais profundo e racional.
Algumas limitações dos economistas burgueses:
· O valor para eles era simplesmente um instrumento de medida, um numerário que permitia reduzir a um único fator os diferentes elementos do custo das mercadorias. Não disseram qual era a natureza, a essência desse valor.
· Isso levou Adam Smith a um raciocínio circular: Para ele o valor é determinado pelo trabalho, isso é correto. Mas o valor do trabalho é determinado pelo salário. E agora o impasse: mas o que então determina o valor do salário (ou seja, dos meios de subsistência que o operário compra com seu salário, do arroz, do feijão, etc)?
· A economia capitalista é vista como sendo estática, visando sempre a “busca do equilíbrio”. As únicas perturbações de equilíbrio consideradas são aquelas oriundas de uma concorrência imperfeita.
Além disso, apesar de ser objetiva e descritiva em relação ao capitalismo, quando se chegava à questão da luta operária e da organização operária, ela voltava a ser normativa, subjetiva e moralizadora.
Condenava as organizações e lutas operárias como “entraves à liberdade”, “obstáculos à concorrência”, “conspirações”, “utopias contrárias a leis econômicas (leis de mercado) inexoráveis”, “atentados contra a ordem pública”, etc.
Principais características do capitalismo
1) Produção de mercadorias
No capitalismo se produz antes de tudo mercadorias. A mercadoria não é um produto qualquer, mas um produto que se destina ao mercado.
Um produto não é uma mercadoria, desde que seja feito para atender à própria necessidade.
O capitalismo tende a transformar tudo em mercadoria (educação, cultura, arte, relacionamentos descartáveis, etc), assim como o Rei Midas transformava tudo em ouro.
Midas era um rei grego que, certa vez, acolheu o pai de Baco, um velho bêbado que havia entrado em seu reino. Midas lhe reconheceu e o levou de volta a Baco, que agradecido, disse a Midas que pudesse fazer qualquer pedido.
Ganancioso, Midas pensou em inúmeras riquezas, jóias, etc. Mas lhe veio a ideia “genial” de que tudo o que ele tocasse se transformasse em ouro. Baco disse que era não era boa ideia, mas Midas insistiu e Baco atendeu. Midas agradeceu e foi dar um abraço em Baco, que se afastou e foi embora apenas acenando de longe.
Ao chegar em casa Midas tentou comer, mas a comida se transformavam em ouro na sua boca. Quando sua esposa chegou contou-lhe orgulhosamente que agora era o rei mais poderoso da terra, e pediu-lhe um abraço. Sem desconfiar de nada, a esposa lhe abraçou e imediatamente se transformou em ouro.
Midas percebeu então a sua miséria.
Depois aparece seu cunhado, que veio lhe pedir dinheiro emprestado, como sempre. Midas tocou em seu ombro, que se tranformou em ouro, e lhe disse: nunca mais vai precisar pedir nada. Então seu cunhado saiu contente e foi se vender.
Midas tentou beber água, que desceu por sua garganta como um líquido quente e espesso, e caiu como chumbo em seu estômago. Ele se ajoelhou, invocou a Baco e pediu que desfizesse seu pedido.
2) Monopolização dos meios de produção pela classe capitalista
Os meios de produção são propriedade de uma classe pouco numerosa. As fábricas, as terras, as máquinas, etc, pertencem à classe dos capitalistas.
De outro lado, uma classe muito numerosa não tem nenhum meio de produção, e é obrigada a vender sua força de trabalho para essa classe que a explora.
3) Trabalho assalariado
Antigamente, no sistema escravista, o homem era vendido por inteiro. Seu corpo, sua carne, seu sangue, enfim, sua própria pessoa era vendida.
Em Roma o escravo era uma simples coisa. Os meios de produção eram divididos em “instrumentos de trabalho mudos” (as coisas, o arado, a carroça, etc), “instrumentos de trabalhos semi-mudos” (os animais de carga, carneiros, vacas, bois, etc) e “instrumentos falantes” (os escravos, os homens).
No capitalismo o que é vendido é a força de trabalho. O operário assalariado, pessoalmente, é livre; o fabricante não pode espancá-lo nem vendê-lo ao vizinho, nem trocá-lo por um cão de caça como acontecia no tempo da servidão.
O operário estaria supostamente em “pé de igualdade”:“Se não quiseres, não trabalhes, ninguém te obriga a trabalhar.”
Mas no capitalismo a escravidão não é tão aparente por não ser “política” ou jurídica, como era na servidão. Não existe um “contrato” ou nenhuma lei que afirme isso. A escravidão é econômica.
Rosa Luxemburgo afirma que nas sociedades anteriores o antagonismo de classes encontrava expressão em relações jurídicas bem determinadas, mas hoje a situação é bem diversa. O proletariado não é obrigado por nenhuma lei a submeter-se ao jugo do capital. Ele é obrigado a tal através da miséria, pela falta de meios de produção.
Eles são acorrentados ao capital pela fome.
4) Anarquia da produção
Cada fabricante produz não para outros produtores, mas para o mercado. Ele simplesmente não sabe quem lhe comprará a mercadoria. Mas mesmo assim, os homens trabalham uns para os outros.
5) Exploração da força de trabalho
Por que os fabricantes contratam os operários? Não é porque desejam sustentar os operários esfomeados, mas sim porque querem tirar lucro deles.
Não se produz para satisfazer necessidades, mas para obter lucros. É o desejo do lucro junto com a anarquia da produção. Muitos capitalistas dedicam sua vida à fabricação de aguardente, por exemplo, que é socialmente prejudicial. Mas por que muitos capitalistas investem nisso? Porque é possível lucrar com a embriaguez do povo.
6) Principais contradições do sistema capitalista
· Vimos que no capitalismo a produção não é planejada. Cada um produz o que quer, na quantidade que quer. A “mão invisível” do mercado é quem supostamente regularia o deus mercado. Por isso, às vezes produz-se em excesso, gerando crises de superprodução.
Ao mesmo tempo em que há superprodução, a classe operária, empobrecida, não consegue consumir estes produtos que ela própria gera porque seu salário não é suficiente.
· O trabalho é social, mas a apropriação deste trabalho é privada. Ou seja, produz-se coletivamente, mas apenas o capitalista, sozinho, se apropria da produção.
Marx afirma no Manifesto:
“O capital é um produto coletivo e só pode ser colocado em movimento pela atividade comum de muitos membros da sociedade e mesmo, em última instância, pela atividade comum de todos os membros da sociedade.
“O capital, portanto, não é uma potência pessoal; é uma potência social. Assim, se o capital é transformado em propriedade comum pertencente a todos os membros da sociedade, não é uma propriedade pessoal que se transforma em propriedade social. Transforma-se apenas o caráter social da propriedade. Ela perde seu caráter de classe.”
Alguns conceitos da Economia Marxista
Valor
· O que determina o valor é a quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir determinada mercadoria.
Esse “socialmente necessário” significa o tempo de trabalho utilizado em média pelos vários produtores, e que portanto cada mercadoria deveria ser considerada como um exemplar médio de sua espécie.
Por exemplo: o valor de um par de sapatos seria equivalente ao tempo de trabalho que em média os dez, vinte, cem ou mil fabricantes de sapatos necessitam para produzi-los, e não ao tempo de trabalho necessário para produzir este ou aquele par.
Seria ilícito portanto argumentar que um par fabricado por um sapateiro preguiçoso, porque demandaria mais tempo para ser produzido, teria maior valor do que o fabricado por um sapateiro diligente.
· Dois aspectos fundamentais do valor: valor de uso e valor de troca: diferença entre qualidade e quantidade.
· Uma coisa pode ter valor de uso sem ter valor. É o caso sempre que sua utilidade não é mediada pelo trabalho. Ex: ar, terra virgem, florestas não plantadas, etc.
· Valor de troca: quantidades definidas de “tempo de trabalho congelado”.
· A lei do valor foi uma descoberta fundamental de Marx, que superou dificulades que a lei da oferta e da procura não conseguia responder.
A lei da oferta e da procura, que produz oscilações de preços, só explicam se o equilíbrio entre oferta e procura for atingido ou não, mas não explica como os valores são determinados.
Exemplo: Se em uma determinada sociedade tanto os pães quanto os aviões tiverem a mesma oferta e a mesma procura, eles terão o mesmo valor? Claro que não, pois mesmo que as pessoas estivessem passando fome e os pães fossem muito necessários, os aviões requerem muito mais trabalho socialmente necessário para sua produção do que os pães.
· Importantíssimo: a única coisa que gera valor é o trabalho.
Mais-valia
· É o trabalho excedente do operário. Durante um dia de trabalho o operário produz mais do que ele recebe de volta em forma de salário.
· O operário trabalha parte do dia para pagar seu salário e a outra parte de graça para sustentar o capitalista.
· O capitalista tem duas formas de aumentar a mais-valia: a mais-valia absoluta e a mais-valia relativa.
Mais-valia absoluta: pode ser obtida através da extensão da jornada de trabalho ou do aumento da intensidade do trabalho.
Mais-valia relativa: pode ser obtida através do aumento da produtividade, de melhorias nas técnicas, no maquinário, etc.
 
Mercadoria
· Produto destinado ao mercado, não à satisfação humana. Nem todo produto é uma mercadoria.
· Um produto não é uma mercadoria, desde que seja feito para atender à própria necessidade.
Força de trabalho
· O trabalhador não vende o seu trabalho, mas a sua força de trabalho.
· É uma mercadoria da qual o único reservatório é a carne e o sangue do homem.
· É a única mercadoria que gera todas as outras – a única que gera valor.
· É o segredo do lucro do capitalista. A força de trabalho gera valor além daquilo que recebe de volta em forma de salário.
Salário
· Como se determina o salário?
“... o valor da força de trabalho é determinado pelo valor dos artigos de primeira necessidade exigidos para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho.” (Marx)
· “É a parte mínima indispensável do produto, tanto quanto o trabalhador precisa para subsistir como trabalhador, não como homem, e para originar a classe aprisionada dos trabalhadores, não a humanidade.” (Marx)
· “Assim como um cavalo, [o trabalhador] deve receber somente o que precisa para ser capaz de trabalhar. A economia política não se ocupa dele no seu tempo livre como homem, mas deixa este aspecto para o direito penal, os médicos, a religião, as tabelas estatísticas, a política e o funcionário de manicômio”. (Marx)
· Os preços do trabalho são mais constantes que os preços dos meios de subsistência.
· Característica interessante do salário:
No sistema de trabalho assalariado, até o trabalho não pago parece trabalho pago. No sistema de escravidão, até o trabalho pago parece ser trabalho não pago.
Parte do trabalho do escravo era necessário para cobrir os custos de sua própria moradia, alimentação, saúde, etc. Mas esse aspecto é obscurecido, e parece que o escravo não recebia nada pelo que fazia.
No capitalismo tem-se a impressão de que todo o trabalho do operário lhe é retornado em forma de salário, mas isso é uma grande ilusão.
 
Capital
· Não é “riqueza acumulada”, como vulgarmente se define e às vezes se atribui a Marx. Nem tampouco “qualquer meio para aumentar a produtividade do trabalho”.
Um chimpanzé usando um pedaço de pau para pegar bananas mais facilmente não foi o primeiro capitalista da história. Também não seria “acumular capital” uma comunidade tribal querendo aumentar sua riqueza através da pecuária ou da irrigação da terra.
· O capital pressupõe o seguinte:
Que os bens não são produzidos para consumo direto, mas são vendidos como commodities (mercadorias);
Que o potencial total de trabalho da sociedade foi fragmentado em trabalhos privados conduzidos independentemente uns dos outros;
Que as mercadorias são dotadas de valor;
Que esse valor é realizado através da troca com uma mercadoria especial chamada dinheiro;
· A lógica interna do capital é sempre aumentar o grande capital, levando à formação de grandes monopólios, e eliminar o pequeno.
· O capitalista, por ter capital para iniciar um negócio privado, passa pelo seguinte processo:D – M – D',
onde D (dinheiro) é trocado por mercadoria (M) que, por sua vez, gera uma quantidade D' de dinheiro superior à primeira.
· Já o trabalhador segue o seguinte ciclo:
M – D – M,
onde M é a força de trabalho (mercadoria, no capitalismo), que se tranforma em dinheiro utilizado para comprar meios de subsitência (arroz, feijão, moradia, etc).
Assim, o operário nunca consegue acumular no capital.
ECONOMIA NEOCLASSICA
Economia neoclássica é uma expressão genérica utilizada para designar diversas correntes do pensamento econômico que estudam a formação dos preços, a produção e a distribuição da renda através do mecanismo de oferta e demanda dos mercados. Essas correntes surgem no fim do século XIX e século XX, com o austríaco Carl Menger (1840-1921), o inglês William Stanley Jevons (1835-1882), o suíço Léon Walras (1834-1910) dentre outros autores liberais menos importantes. Posteriormente, destacaram-se o inglês Alfred Marshall (1842-1924), o sueco Knut Wicksell (1851-1926), o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) e o estadunidense Irving Fisher (1867-1947).
A palavra neo-classical ('neoclássico') foi introduzida por Thorstein Veblen em 1900[1] para designar os autores que integraram a chamada revolução marginalista, iniciada por Stanley Jevons e a escola austríaca (Léon Walras não é citado). Veblen inclui nessa categoria Alfred Marshall e os austríacos, principalmente.
Os neoclássicos podem ser divididos em diferentes grupos, como a escola Walrasiana, a escola de Chicago e a escola austríaca. Os modelos macroeconômicos são influenciados pelo pensamento keynesiano, através da adoção de postulados sobre rigidez de curto prazo.
Comumente são adotadas as hipóteses de maximização de funções utilidade em função da renda ou dos custos de indivíduos ou firmas, dados os fatores de produção e as informações disponíveis sobre o mercado.
A hipótese de maximização da utilidade pressupõe cálculos econômicos e está ligada à corrente marginalista, nascida no fim do século XIX. Dos três fundadores do marginalismo - Léon Walras, Carl Menger e William Stanley Jevons - o primeiro foi quem exerceu maior influência sobre a escola neoclássica atual.
A influência clássica, por sua vez, dá-se através da presença de microfundamentos. O estado da arte da macroeconomia neoclássica, entretanto, baseia-se no desenvolvimento de modelos dinâmicos estocásticos de equilíbrio geral (DSGE).
Das várias críticas em relação à economia neoclássica, muitas são absorvidas pela própria teoria, de acordo com o evoluir da percepção sobre o problema econômico. Essa evolução levará os economistas austríacos a se afastarem cada vez mais da escola neoclássica, aprofundando suas diferenças em relação às outras correntes marginalistas.
A partir dos anos 1930, após os trabalhos de John Hicks, a corrente walrasiana assume importância crescente e incorpora uma parte das ideias keynesianas, através da chamada síntese neoclássica, que é considerada atualmente como a vertente dominante no ensino de economia.[2] Para E. Roy Weintraub[3], se a escola neoclássica representa a ortodoxia e é ensinada nas maiores universidades, isso se deve à sua capacidade de "matematizar" e "cientificizar" a economia, bem como de fornecer indicações para a escolha da conduta a seguir.
À pergunta "quem não é neoclássico?", pode-se responder:[3]
· os economistas marxistas[4]
· os pós-keynesianos[5]
· a escola austríaca e algumas correntes da nova economia institucional ou do institucionalismo.
1. Paleo Keynesiana (ou Keynesiana da Síntese Neoclássica)
Principais proposições: No longo prazo, a economia tem tendência de se equilibrar no nível de pleno emprego, mas no curto prazo, pode haver equilíbrio com desemprego involuntário, devido à falta de confiança dos empresários e à rigidez de preços e salários. Como chegar ao longo prazo é “doloroso”, os governos podem encurtar esse caminho, fazendo políticas fiscal e monetária expansionistas para atingir mais rápido o pleno emprego. O modelo IS-LM (que concurseiros conhecem bem) descreve o funcionamento dessas políticas. Os Paleo Keynesianos aceitam as proposições da economia neoclássica para a análise microeconômica e para a análise de crescimento de longo prazo, assim com as proposições do Keynes para a análise macroeconômica de curto prazo. Por isso eles fizeram a “síntese”.
Data: Surgiu no final da década de 1940, nos Estados Unidos. Foi mainstream e depois declinou a partir do início da década de 1970.
Descrição: Ortodoxa
Uso de linguagem matemática: Médio
Proponentes históricos: Paul Samuelson, Robert Sollow, James Tobin, Franco Modigliani.
Proponentes atuais: Poucos, uma vez que esta corrente declinou. O principal atualmente é o Paul Krugman.
O que seus proponentes amam: O modelo IS-LM
O que seus proponentes odeiam: Nada, uma vez que eles pretenderam fazer uma síntese.
Onde é forte: Em lugar nenhum, uma vez que sofreu declínio.
Principais críticas: Incompatibilidade entre a análise microeconômica e a macroeconômica, dificuldade de explicar a existência simultânea de inflação e estagnação, conhecida popularmente como estagflação.
2. Monetarista
Principais proposições: O nível de preços é determinado pela quantidade de moeda. No curto prazo, uma variação da quantidade de moeda pode ter impacto no PIB, mas no longo prazo, a variação da quantidade de moeda tem impacto apenas no nível de preços. Políticas fiscal e monetárias ativistas mais atrapalham do que ajudam. A única política monetária deve ser a de crescer a quantidade de moeda conforme cresce o PIB.
Data: Surgiu no final de década de 1960 nos Estados Unidos. Deixou de ser muito importante a partir da década de 1980.
Descrição: Ortodoxa.
Uso de linguagem matemática: Médio
Proponentes históricos: Milton Friedman, Anna Schwarts, Phillip Cagan.
Proponentes atuais: Difícil encontrar. Esta corrente ficou démodé.
O que seus proponentes amam: A teoria quantitativa da moeda.
O que seus proponentes odeiam: Política fiscal ativista.
Onde é forte: Em lugar nenhum, uma vez que sofreu declínio.
Principais críticas: No mundo atual, com taxas reais de juros próximas de zero nos países desenvolvidos, é possível perceber que políticas fiscais ativistas têm efeito sobre o produto, ao contrário do que os monetaristas pregavam. Isto pode ser visto principalmente a partir das crises de 2001 e 2008.
3. Novo Clássica
Principais proposições: Os agentes econômicos têm expectativas racionais, e os preços têm poder de se ajustar rapidamente para equilibrar oferta e demanda. Portanto, uma variação de quantidade de moeda ou de gastos públicos tem efeito nulo sobre o produto no longo e até mesmo no curto prazo. As flutuações do PIB podem ser explicadas pelo “ciclo real de negócios”, causados principalmente por variações de tecnologia e decisões dos agentes econômicos sobre quando poupar ou quando gastar. Tentativas do governo de interferir nestes ciclos mais atrapalham do que ajudam. Os novos clássicos consideram que a análise macroeconômica não pode ser separada da análise microeconômica, e os modelos matemáticos novo clássicos sobre Macroeconomia são muito semelhantes aos modelos de Microeconomia.
Data: Surgiu em meados da década de 1970 nos Estados Unidos. É muito relevante até hoje.
Descrição: Ortodoxa.
Uso de linguagem matemática: Alto.
Proponentes históricos: Como é uma corrente razoavelmente recente, seus fundadores estão vivos, bem velhinhos
Proponentes atuais: Robert Lucas, Thomas Sargent, Robert Barro, Edward Prescott, Finn Kydland.
O que seus proponentes amam: Modelos matemáticos de equilíbrio geral com matemática bem complexa.
O que seus proponentes odeiam: Tudo que tem a ver com impacto da demanda sobre o produto, notadamente o modelo IS-LM.
Onde é forte: Em universidades interioranas nos Estados Unidos, notadamente Chicago e Minnesota. Por isso, seus proponentes são chamados de “economistas de água doce”. No Brasil, tem grande influência na PUC–RJ e na FGV–RJ.
Principais críticas: A desinflação dos Estados Unidos na primeira metade dos anos 1980, feita com políticasmonetárias restritivas, causou elevação do desemprego, ao contrário do que os novos clássicos, que influenciaram esta política, previram. As evidências empíricas dos modelos de “ciclos reais de negócios” são muito frágeis. Estes modelos têm dificuldade de explicar a Grande Depressão dos anos 1930.
4. Novo Keynesiana
Principais proposições: As mesmas que as dos Novos Clássicos, com uma pequena diferença: os Novos Keynesianos consideram que os preços e salários são rígidos no curto prazo, e que por isso, pode haver equilíbrio com desemprego involuntário no curto prazo, e que, portanto, poderiam ser feitas políticas fiscais e monetárias ativas para a estabilização. Os Novos Keynesianos utilizam a Microeconomia para explicar a rigidez de curto prazo de preços e salários: custos de elaborar um novo menu, oligopólios, salários de eficiência (empresas pagando salários acima do equilíbrio de mercado para incentivar trabalhadores a se esforçarem mais). Os Novos Keynesianos negligenciam a questão da demanda efetiva, abordada por Keynes. Como não há muitas diferenças com os Novos Clássicos, e como os Novos Keynesianos não são tão keynesianos assim, seria perfeitamente possível chamar os Novos Clássicos de “Novos Clássicos Dogmáticos” e os Novos Keynesianos de “Novos Clássicos Pragmáticos”. Os Novos Keynesianos também poderiam ser chamados de “Novos Monetaristas”, uma vez que também consideram que as políticas monetárias não são neutras no curto prazo, mas são neutras no longo prazo.
Data: Surgiu no início dos anos 1980 nos Estados Unidos. É a corrente mais mainstream até os dias atuais. Os principais livro-textos de Macroeconomia utilizados em graduação e pós-graduação foram escritos por novos keynesianos.
Descrição: Ortodoxa.
Uso de linguagem matemática: Alto.
Proponentes históricos: Como é uma corrente razoavelmente recente, seus fundadores estão vivos.
Proponentes atuais: No braço politicamente conservador, Greg Mankiw, David Romer e Stanley Fischer. No braço politicamente progressista, Joseph Stiglitz, George Akerlof, Brad DeLong e Paul Krugman jovem (quando este envelheceu, ficou mais progressista ainda e virou Paleo Keynesiano). No braço politicamente mais ou menos, Olivier Blanchard e Larry Summers
O que seus proponentes amam: Um pouco da contribuição de cada corrente anterior
O que seus proponentes odeiam: A ideia de que existem correntes rivais de pensamento econômico. Eles acham que a ciência econômica, mais do que um conflito entre diferentes visões, é um constante acúmulo de conhecimento, e que eles seriam o resultado mais bem acabado deste acúmulo.
Onde é forte: Nas universidades das costas leste e oeste dos Estados Unidos: Harvard, MIT, Yale, Princeton, Columbia, Berkley. Por isso, seus proponentes são chamados de “economistas de água salgada”. Muitos dos principais economistas do Fed, do FMI e do Banco Mundial podem ser chamados de Novos Keynesianos.
Principais Críticas: Os keynesianos mais keynesianos do que os novos (os paleo e os pós) consideram que os Novos Keynesianos são quase nada keynesianos. Não abordam o problema da demanda efetiva como resultado de entesouramento de moeda. As crises ocorridas depois dos crashes de 1929, 2001 e 2008 não poderiam ser explicadas apenas por causa de rigidez de preços. A sofisticação matemática excessiva e a ênfase na fundamentação na Microeconomia, incorporadas dos Novos Clássicos, seriam desnecessárias.
5. Austríaca
Principais proposições: A economia tem diversos estágios da produção. O estágio final da produção é aquele que produz bens finais que satisfazem preferências individuais de consumidores. Os estágios iniciais são aqueles que produzem insumos e bens de capital. Aumento da taxa de poupança faria os investimentos se deslocarem do estágio final da produção para os estágios iniciais, diminuindo a produção do estágio final no curto prazo, mas aumentando no longo prazo. Flutuações do produto seriam resultado de mudança de alocação de capital e trabalho de um estágio de produção para o outro. Tentativas do governo de interferir neste processo seriam prejudiciais.
Data: Surgiu por volta de 1870, na Áustria. Teve importância na década de 1930, através de economistas nascidos na Áustria e residentes na Inglaterra.
Descrição: Em geral, heterodoxa, embora o grupo do Hayek tenha se aproximado da ortodoxia.
Uso de linguagem matemática: Médio
Proponentes históricos: Carl Menger, Böhn von Bawerk, Ludwig Von Mises, Friedrich Hayek.
Proponentes atuais: Israel Kirzner, Bryan Caplan.
O que seus proponentes amam: o livre mercado.
O que seus proponentes odeiam: a intervenção estatal. Alguns preferem ditaduras de direita com pouca intervenção estatal a democracia com muita intervenção estatal.
Onde é forte: embora o mainstream do pensamento econômico possa ser considerado mais conservador do que a média das outras ciências sociais, a Escola Austríaca não é mainstream. Está à direita do mainstream. Tem um ou outro expoente espalhado em diferentes universidades, mas não domina departamentos inteiros de Economia. Tem mais influência em think-thanks de direita, como o Cato e o Heritage, do que em universidades.
Principais críticas: A Escola Austríaca é criticada tanto por inconsistências internas de seus modelos, quando pela adequação deles à realidade. Sobre a inconsistência interna dos modelos, nota-se que se o aumento do desemprego fosse causado pela realocação de trabalho entre os diferentes estágios da produção, como dizem os austríacos, ele ocorreria em recessões e expansões, e não apenas em recessões, como realmente ocorre. Até mesmo economistas conservadores de escolas mais mainstream, como a monetarista e a novo keynesiana, criticam os austríacos, alegando que a falta de matemática cria buraco nas teorias. Sobre o problema da adequação da teoria à realidade, nota-se que os países desenvolvidos tiveram elevadas taxas de crescimento do PIB entre 1950 e 1973, mesmo com bastante presença do Estado na economia.
6. Pós Keynesiana
Principais proposições: A economia pode (e na maioria das vezes isto acontece) se equilibrar com desemprego involuntário por insuficiência de demanda efetiva, já que não há qualquer mecanismo automático no mercado que faça com que a poupança dos agentes econômicos seja utilizada para o investimento. A poupança pode não se transformar em investimento porque agentes econômicos poderiam preferir reter dinheiro ao invés de emprestá-lo, mesmo se a taxa real de juros for positiva, porque a liquidez oferecida pelo dinheiro ofereceria mais segurança em um mundo incerto. O equilíbrio com desemprego involuntário é possível até mesmo com perfeita flexibilidade de preços e salários. Nem mesmo no longo prazo a economia teria mecanismos automáticos de retorno ao pleno emprego. Por isso, o Estado teria papel importante em realizar políticas fiscais e monetárias ativas para evitar o desemprego, o subconsumo e o subinvestimento. A Escola Pós Keynesiana não é unificada. Há pós keynesianos que preferem retomar a obra original de Keynes. Há pós keynesianos que preferem conciliar a obra de Keynes com a de pensadores não neoclássicos. De qualquer maneira, os pós keynesianos são aqueles que se consideram os verdadeiros keynesianos.
Data: Surgiu no final da década de 1970 nos dois lados do Atlântico.
Descrição: Heterodoxa.
Uso de linguagem matemática: Baixo.
Proponentes históricos: Michal Kalecki (morreu em 1970, seria um pré pós keynesiano), Joan Robinson, Hyman Minsky.
Proponentes atuais: Paul Davidson, Philip Arestis, Victoria Chick, Fernando Cardim de Carvalho, Davi Dequech.
O que seus proponentes amam: A Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda.
O que seus proponentes odeiam: Modelos neoclássicos, até mesmo os incorporados ao Paleo Keynesianismo e ao Novo Keynesianismo.
Onde é forte: Não é uma escola mainstream. No Primeiro Mundo, os pós keynesianos têm importância em Camdbridge, Inglaterra. Em outros países, há um ou outro em diferentes universidades, mas não chegam a dominar um departamento de economia. No Brasil, os pós keynesianos têm bastantepresença nos Institutos de Economia da Unicamp e da UFRJ. Muitos professores desses dois institutos fazem parte da Associação Keynesiana Brasileira. As principais publicações dos pós keynesianos estão presentes no Journal of Post Keynesian Economics.
Principais críticas: Críticos dizem que buscar compreender o que um pensador escreveu em 1936 é de interesse somente para a história do pensamento econômico, e não para a análise econômica. Também é criticada a falta de atenção às mudanças tecnológicas e ao crescimento de longo prazo, temas que não eram de interesse de Keynes durante a Depressão dos anos 1930. A falta de formalização em modelos matemáticos é outro motivo de crítica.
7. Estruturalista
Principais proposições: Os preços de commodities naturais têm tendência de queda em comparação com os preços de produtos manufaturados. Por isso, os países periféricos precisam se industrializar para escapar do subdesenvolvimento. Como isto ocorre em um período em que a industrialização já apresenta grandes economias de escala e requer grande quantidade de capital, a industrialização não pode ocorrer sem apoio do Estado. Isto mudaria as estruturas produtivas do país, disto vem o nome. O aumento da renda da população pobre auxilia a industrialização, pois cria um mercado para indústrias com grandes economias de escala. A industrialização de países periféricos não poderia ser analisada apenas como um fenômeno econômico, daí a necessidade de interação com outras ciências sociais.
Data: Surgiu com a CEPAL, no final da década de 1940. Declinou a partir da década de 1960. As ideias que surgiram na Unicamp na década de 1970 podem ser consideradas uma continuação do estruturalismo.
Descrição: Heterodoxa.
Uso de linguagem matemática: Baixo.
Proponentes históricos: Raul Prebisch e Celso Furtado.
Proponentes atuais: Carlos Lessa, Maria da Conceição Tavares, Bresser Pereira, Luiz Gonzaga Belluzzo (embora este também possa ser um pós keynesiano e também um marxista).
O que seus proponentes amam: todas as ciências humanas.
O que seus proponentes odeiam: teorias completamente abstratas, a-históricas, muito matematizadas e focadas no indivíduo representativo.
Onde é forte: Por ser uma teoria que teve declínio de importância nos últimos 50 anos, não é fácil de ser encontrada. Está um pouco mais presente nos Institutos de Economia da Unicamp e da UFRJ.
Principais críticas: A falta de formalização em linguagem matemática dificulta a aceitação no Primeiro Mundo. A relação prevista entre melhoria da distribuição de renda e industrialização nos países em desenvolvimento acabou não acontecendo. Os países em desenvolvimento que mais se industrializaram foram os que conseguiram colocar mercadorias mais baratas no mercado mundial, ou seja, os que fizeram industrialização com baixos salários.
8. Marxista
Principais proposições: O lucro do capitalista é resultado da parcela do trabalho não remunerada do trabalhador, a mais-valia. Os salários sempre estarão no nível de subsistência porque sempre haverá trabalhadores desempregados, o exército de reserva. Os capitalistas sempre introduzirão novos métodos capazes de aumentar a produção por trabalhador. Mas com o salário sempre estagnado no nível de subsistência, a taxa de mais-valia aumentará. Isto levará à superacumulação de capital, pois a mais-valia será utilizada para introduzir mais máquinas na produção. Com maior composição do capital (capital constante) em relação ao trabalho (capital variável), a taxa de lucro declinará. A única forma de resolver este problema é destruir o capital constante em crises econômicas. Em poucas palavras, o sistema capitalista é propenso à superexploração dos trabalhadores e às crises frequentes. Nem todos os economistas marxistas são favoráveis à revolução comunista. Alguns utilizam o marxismo apenas para entender como a economia funciona, mas defendem soluções social-democratas. Estes são, às vezes, chamados de marxianos.
Data: Surgiu por volta de 1860, quando Marx, morando na Inglaterra, passou a enfocar a Economia Política. Sempre a atenção aumenta quando tem alguma grande crise da economia capitalista mundial.
Descrição: Heterodoxa.
Uso de linguagem matemática: Baixo.
Proponentes históricos: Karl Marx, Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo, Rudolf Hilferding, Paul Sweezy.
Proponentes atuais: Yanis Varoufakis, Eleutério Prado, Leda Paulani, Richard Wolff, Paul Singer, Maria de Lourdes Rollember Mollo, Marcelo Carcanholo, Nelson Prado Alves Pinto.
O que seus proponentes amam: Abordagens que consideram a existência de classes sociais.
O que seus proponentes odeiam: Abordagens que consideram a existência de indivíduos representativos.
Onde é forte: Os marxistas estão mais presentes em faculdades de outras ciências sociais do que nas de economia. Ainda assim, é possível encontrar marxistas em algumas faculdades de economia de universidades públicas brasileiras, como a Unicamp, a UFRJ, a USP e a UFF.
Principais críticas: Existe a crítica política, relacionada às experiências socialistas do século XX, mas esta crítica não é relevante do ponto de vista acadêmico, uma vez que Marx não dedicou sua vida a propor o modelo soviético. Marx escreveu muito mais sobre o capitalismo do que sobre o socialismo. Mas há algumas críticas à teoria: pode-se dizer que as previsões sobre estagnação dos salários em economias capitalistas foram catastróficas demais. Outro problema algumas vezes apontado são inconsistências matemáticas na mais-valia.
 
ESCOLA CLÁSSICA
Tem como principais expoentes Adam Smith e David Ricardo e é baseada em livre mercado e em como a mão invisível e o funcionamento do mercado podem permitir uma alocação eficiente de recursos.
A escola clássica sugere que, em geral, a economia funciona de maneira mais eficiente quando a intervenção do governo é mínima e preocupada com a proteção da propriedade privada, a promoção do livre comércio e os gastos limitados do governo, atuando em áreas como defesa, lei, ordem e educação.
 
ESCOLA NEOCLÁSSICA
Os principais nomes dessa escola são Leon Walras, William Jevons, John Hicks, George Stigler e Alfred Marshall. A escola neoclássica foi construída sobre os fundamentos da economia clássica, baseada no livre mercado. Incluiu novas ideias, como Maximização de utilidade, Teoria da escolha racional e Análise marginal (que estuda como os indivíduos tomam cada decisão, escolhendo a melhor opção).
A escola neoclássica é atualmente e frequentemente chamada de escola ortodoxa e é a economia ensinada na maioria dos livros-texto como o ponto de partida para o ensino de economia.
 
ESCOLA KEYNESIANA
Logicamente, o principal nome dessa escola é John Maynard Keynes e foi desenvolvida nos anos de 1930 durante a Grande Depressão. A ortodoxia econômica da época estava perdida para dar explicações para a grande crise que viviam e Keynes defendeu a intervenção do governo para resolver o problema.
Acredita-se que a economia keynesiana tenha criado a Macroeconomia como um estudo distinto. Keynes não rejeitou todos os elementos da escola neoclássica, mas sentiu que novas ideias eram necessárias para a macroeconomia.
 
ESCOLA MONETARISTA
O monetarismo foi em parte uma reação ao domínio da economia keynesiana no período pós-guerra. Os monetaristas, liderados por Milton Friedman, argumentaram que as ideias keynesianas de ação do governo era muito menos eficazes do que sugeriam. Os monetaristas promoveram ideais clássicos anteriores, como a de eficiência dos mercados. Eles também enfatizaram o controle de emissão de moeda como forma de controlar a inflação.
A economia monetarista tornou-se influente nas décadas de 1970 e 1980, em um período de alta inflação.
 
ESCOLA AUSTRÍACA
Esta é outra escola de economia que criticava a intervenção do estado e o controle de preços. Apesar de defender o livre mercado, criticou algumas ideias da escola clássica – colocando maior ênfase no valor individual e nas ações de um indivíduo. Por exemplo, economistas austríacos argumentam que o valor de um bem reflete a utilidade marginal do bem – e não os custosde produção.
Essa escola tem como principais expoentes Ludwig Von Mises e Carl Menger.
 
ESCOLA MARXISTA
Essa é outra escola que dispensa comentários sobre quem manda na parada. Claro que foi Karl Marx, que enfatizava as desigualdades sociais e instabilidade do capitalismo. Em vez de defender o livre mercado, Marx defendia a intervenção estatal, que deveria deter todos os meios de produção, pondo fim à propriedade privada, e sendo o responsável pelo planejamento e distribuição de recursos.
 
ECONOMIA ORTODOXA
Suposições 
Um grande número de suposições está por trás da economia ortodoxa, apesar de rejeitadas por algumas escolas heterodoxas. Elas incluem as suposições neoclássicas da teoria da escolha racional, um agente representativo, e, muitas vezes, expectativas racionais. A metodologia empregada pela economia ortodoxa é a metodologia dedutiva, que começa com axiomas (que não necessitam ser provados, visto que são classificados como dados), tais como a racionalidade dos indivíduos e seu único objetivo de maximizar seu próprio benefício pessoal (maximização da utilidade). A esses axiomas, suposições são adicionadas, tais como a informação perfeita e simétrica, mercados completos, competição perfeita e custos de transação nulos. Baseado nesses axiomas e suposições, conceitos básicos, como o equilíbrio de mercado, são postulados, que são relevantes apenas quando todas ou quase todas as suposições são consideradas.
Métodos
A economia ortodoxa também foi definida metodologicamente como uma obra que exige conformidade com a linguagem tradicional dos modelos matemáticos,[10] usando cálculo, otimização e estática comparativa. Sobre esta definição, as áreas do pensamento que são tipicamente consideradas como heterodoxas porque não trabalham sobre as suposições típicas neoclássicas, tais como econofísica, economia comportamental e economia evolucionária, podem ser consideradas ortodoxas quando elas utilizam de seus métodos.
Alguns campos podem ser descritos como sendo em parte ortodoxia e em parte heterodoxia, por exemplo a escola austríaca,[11] a economia institucional, a neuroeconomia e a economia da complexidade.[12] Esses campos podem usar a teoria neoclássica como ponto de partida. Ainda assim, pesquisas recentes sugerem que a "economia neoclássica não domina mais a ortodoxia."[13]
Uma outra tendência é a expansão dos métodos ortodoxos a áreas de estudo tão distantes quanto crime,[14] a família, direito, política e religião.[15] O último fenômeno é descrito algumas vezes como imperialismo econômico. [16]
Tópicos 
A economia ortodoxa inclui as teorias de falha de mercado e de falha do governo e as noções de bens públicos e privados. Esses desenvolvimentos sugerem uma gama de pontos de vista favoráveis à intervenção governamental.
Opiniões críticas à economia ortodoxa 
Desde a crise econômica de 2008-2009, conflitos consideráveis surgiram entre teóricos econômicos e uma grande parte do público, com preocupações sobre a validade e futuro da economia ortodoxa.[9][17]
Os chartalistas, que eram considerados parte da escola pós-keynesiana de pensamento, criticaram a teoria ortodoxa por falhar em descrever os mecanismos das economias monetárias modernas fiduciárias. O chartalismo foca-se na compreensão detalhada da forma como o dinheiro realmente flui através dos diferentes setores de uma economia. Especificamente, o chartalismo se foca na interação entre bancos centrais, tesouro e o sistema bancário privado. Ele rejeita as teorias críticas do mainstream tais como o mercado de fundos emprestáveis, o multiplicador bancário e a utilidade da austeridade fiscal.
Alguns economistas da economia ecológica acreditam que a "santa trindade" neoclássica da racionalidade, ganância e equilíbrio está sendo substituída pela santa trindade do comportamento proposital, auto-interesse esclarecido e sustentabilidade, alargando o âmbito da economia ortodoxa.[10] A economia ecológica aborda questões de sustentabilidade, tais como bens públicos, capital natural e externalidades negativas (como a poluição).[18]
Escolas econômicas alternativas, tais como a escola austríaca, também apresentam visões que contradizem a atual teoria econômica ortodoxa, considerando como a economia moderna realmente funciona.[19]
Teorias de conceitos econômicos relacionadas à energia também existem na economia da energia, relacionando a termodinâmica conceitos do pensamento econômico, tais como a contabilidade da energia.[20] A economia biofísica relaciona-se com esta área.[21]
WALRAS 
A forte utilização da matemática em seus estudos foi um traço marcante de Walras, fato que fez com que tenha ficado conhecido, juntamente com Vilfredo Pareto, também professor na Universidade de Lausanne, como fundador da escola matemática da Economia.
Walras é também considerado um marginalista, na medida em que utilizou e desenvolveu nos seus estudos o conceito de utilidade marginal como fonte do valor dos bens e serviços de uma economia.
No entanto, a contribuição maior de Walras para a ciência econômica é o seu trabalho em relação à teoria do equilíbrio geral, ou seja, a forma como uma determinada economia na qual existe uma multiplicidade de bens pode atingir o equilíbrio geral.
Valor-Utilidade
Walras abandona a visão clássica do valor-trabalho em favor do valor-utilidade. O ponto de ruptura entre os “clássicos” e os “neoclássicos” se encontra na questão da determinação do valor dos bens.
Os clássicos (Smith, Ricardo, Marx) consideram que o valor de um bem está ligado ao trabalho necessário à sua produção, ou seja, aos custos de produção, numa linguagem moderna. Os neoclássicos, puxados por Walras, juntamente com Jevons e Menger, associam o valor à utilidade do bem junto ao consumidor. Desse modo, esses economistas fundam o VALOR-UTILIDADE, em lugar do valor-trabalho.
Utilidade Marginal
O conceito de utilidade marginal foi desenvolvido na mesma época por Walras, Menger e Jevons, que nunca haviam se encontrado e não sabiam do trabalho um do outro. Para eles, a fonte do valor reside NÃO na utilidade total de um bem, mas em sua UTILIDADE MARGINAL, isto é, a utilidade da última unidade num mundo necessariamente sujeito à escassez.
O conceito de utilidade marginal se situa no cruzamento entre a utilidade e a escassez dos bens econômicos.
O paradoxo da água e do diamante é resolvido pelos neoclássicos
É com esse conceito de utilidade marginal que os neoclássicos resolvem o paradoxo de Smith, afirmando que o valor da água em relação ao diamante se dá da seguinte maneira: a água é barata porque sua utilidade marginal é muito pequena, devido à abundância de sua produção. Em contrapartida, o diamante é raro e, portanto, sua utilidade marginal é grande.
A satisfação do uso de um bem diminui à medida que ele é consumido: tal é a lei da utilidade marginal decrescente.
Os três tipos de mercado
Walras apresentou a noção de que uma economia moderna é composta por três tipos de mercado: 1. O mercado de bens e serviços (onde se compra e se vende os diversos produtos e serviços); 2. O mercado de trabalho (permite o encontro da oferta com a demanda de trabalho); e, 3. O mercado de capital (mercado monetário e mercado financeiro). Foi a partir do estudo dos mercados que Walras criou o modelo de Concorrência Pura e Perfeita (CPP).
A concorrência pura e perfeita
Considera-se uma concorrência pura e perfeita quando o mercado satisfaz as seguintes condições: 1. existência de grande número de vendedores, cada um dos qual incapaz de forçar a baixa nos preços por não poder fornecer uma quantidade maior de produtos do que os demais; 2. todos os compradores e vendedores com o mais absoluto conhecimento dos preços; 3. inexistência de significativas economias de escala; 4. inexistência de qualquer barreira à livre movimentação dos fatores de produção e dos empresários.
Walras afirma que para se atingir o EQUILÍBRIO GERAL é necessário cada mercado apresentar o seu equilíbrio. Um equilíbrio individual (de cada mercado) leva ao equilíbrio geral.
Para Walras, é a variável PREÇOque permite esse equilíbrio em cada mercado e, portanto, num equilíbrio geral.
O sistema de preços, assegurado pela autorregularão entre a oferta e a demanda em cada mercado, favorece a realização do equilíbrio geral, na medida em que todos os mercados são interdependentes.
Assim, o equilíbrio no mercado de trabalho e no mercado do capital por meio do salário (preço de equilíbrio do trabalho) e do juro (preço de equilíbrio do capital) gera o equilíbrio no mercado de bens e serviços.
MARSHAL
Alfred Marshall (1842–1924) foi um gigante sem rival entre os pioneiros neoclássicos ingleses. Sua obra ainda é o âmago de boa parte da ciência econômica moderna. Afirmava que a economia era o estudo do homem nos “negócios normais da vida” e que suas descobertas deveriam ser acessíveis ao grande público. Por esse motivo, afirmava que as exposições matemáticas, apesar de sua ajuda imprescindível às elucubrações do economista, eram desnecessárias, e poderiam até atrapalhar, à comunicação de suas descobertas.
Diferentemente dos seus principais antecessores clássicos, Marshall ocupou posições de ensino durante toda a vida. Fora quatro anos diretor da University College of Bristol e um curto período como Fellow do Balliol College, Oxford, onde ensinava economia política aos candidatos do Indian Civil Service. Mas foi em Cambridge que exerceu uma enorme influência sobre uma fértil geração de estudantes, como John Maynard Keynes e Arthur Cecil Pigou.
O corpo principal do pensamento de Marshall está no livro Principles of Economics (1890). Não foi um escritor prolixo, mas era extremamente cuidadoso, relutando em pôr seus pensamentos em forma impressa antes de estarem completamente elaborados e antes que fosse comprovada sua importância para os problemas práticos. Keynes, lembraria que, segundo seu mestre “economia não é um corpo de verdades concretas, mas um artifício para a descoberta de verdade concretas.”
Para Marshall, a análise do funcionamento de um sistema de mercado começava com o comportamento de consumidores e produtores. Em toda a discussão supunha-se que os homens agiam racionalmente em busca de sua própria vantagem. Dizia-se que os consumidores buscavam maximizar sua satisfação; de maneira semelhante, esperava-se que os fornecedores de serviços produtivos buscassem recompensas máximas. Entretanto, insistia que seu estudo se restringia aos aspectos econômicos da ação humana, não a todo o complexo de suas aspirações, no que divergia dos utilitaristas clássicos. Portanto, não sustentava que todos os que participavam de transações de mercado eram calculistas racionais. O que buscava era mostrar que a racionalidade era um postulado comportamental para o estudo de um grupo de pessoas.
Assim, por exemplo, a “procura” ou demanda, referia-se à relação entre quantidades procuradas e preços: esperava-se que os compradores adquirissem mais de um determinado bem a preços mais baixos, e menos a preços mais altos. Dessa forma, contratava com os pensadores clássicos, para os quais os efeitos das preferências do consumidor tinham muito pouco peso, e a análise do preço era voltada para as forças que influenciavam os “preços naturais” das mercadorias. Na economia neoclássica, por outro lado, a determinação dos preços de mercado tornou-se o problema essencial, e as relações preço-quantidade cruciais para sua solução.
Tal esquema era analisado em dois estágios:
O primeiro era o da utilidade marginal decrescente. Afirmava que um consumidor entrava no mercado para obter satisfações (ou utilidades), entretanto, o volume de satisfação estava atrelado à quantidade de mercadoria adquirida. Com o incremento da quantidade, esperava-se o declínio do incremento da satisfação total. Dessa forma, o consumidor racional pagaria menos pela última unidade do que pelas precedentes, sendo necessária uma redução de preços para leva-lo a comprar mais.
Em seguida, os esquemas de procura dos consumidores individuais tinham de ser combinados. Assim, poder-se-ia traçar as relações preço-quantidade tendentes a prevalecer no mercado. Mas, na prática os consumidores escolhem mais de um bem. Para maximizar a utilidade possível a partir de dada renda, eles ajustam seus padrões de consumo de maneira que não seja possível estabelecer mais satisfação com nenhuma alocação alternativa. O resultado ótimo seria obtido quando a última unidade monetária gasta acrescentasse uma quantidade idêntica de satisfação.
Essa abordagem rompe com a tradição clássica de atribuir valor apenas a objetos tangíveis. Os economistas neoclássicos postulam que o objetivo de um sistema econômico era a produção de satisfações. Dessa forma, produtos e serviços eram igualados na sua capacidade de promover utilidade. Similarmente, foram eliminadas as noções clássicas de trabalho produtivo e não-produtivo.
O conceito de oferta era tratado por Marshall nos seguintes termos: uma firma qualquer não poderia adquirir mais terra, trabalho ou capital a não ser que estivesse preparada para sobrepujar quem desejasse os mesmos recursos (custo de oportunidade). Enquanto pudesse supor que só a custos maiores é que as firmas poderiam obter mais quantidade dos insumos produtivos necessários, elas só poderiam expandir sua oferta de produtos quando os preços fossem maiores e fizessem que tal ação valesse a pena. Em suma, as empresas operavam sob condições em que seria crescente a adição dos custos totais de produção. Além disso, o acréscimo à produção total possível com a adição de um insumo tendia a declinar.
Com seus conceitos gêmeos de procura e oferta, Marshall tinha os instrumentos necessários para explicar o preço. Este era estabelecido no ponto de interseção entre essas duas curvas, tratando-se do preço em torno do qual o mercado deveria gravitar. Um preço acima do equilíbrio produzia uma situação em que os vendedores eram estimulados a oferecer mais quantidade do que os compradores adquiriam. Tal prática levaria o mercado ao equilíbrio. Dessa forma, abandonou-se a busca de uma medida invariável do valor tão cara aos clássicos. O que importava eram os preços e maneira como eram determinados em um mercado competitivo.
Quanto à teoria da distribuição da renda aos vários fatores, Marshall se apoiava numa interpretação funcional das parcelas distributivas, ligando os pagamentos à contribuição produtiva dos vários fatores. Assim, a fabricação de um bem era produto do trabalho dos operários, juntamente com o trabalho do empregador, dos gerentes e do capital empregado. Tal interpretação conferia uma legitimidade às parcelas de renda da propriedade que Marx não estava disposto a conferir.
Uma vez definida as categorias de distribuição, as leis de oferta e procura entravam em ação. Por exemplo, os trabalhadores eram altamente diferenciados entre si em termos de habilidade e capacidade. Portanto, poder-se-ia confiar ao mercado a tarefa de reconhecer diferenças na contribuição produtiva dos vários tipos de trabalhos a fim de estabelecer as diferenças salariais.
Quanto à teoria da produção, Marshall dirigiu-se a dois problemas principais. O primeiro tratava da maneira em que o produtor iniciava a combinação dos fatores produtivos. O segundo tratava dos ajustamentos possíveis quando se alteravam as condições de mercado.
No primeiro caso, os empresários individuais eram tidos como agentes racionais que buscavam maximizar seus ganhos. Enquanto prevalecessem as condições de concorrência, eles não tinham como influenciar os preços de seus produtos, e dessa forma seu foco era a minimização de custos. Assim, o empresário escolheria a combinação de fatores que produzisse o custo mínimo.
O ajustamento da produção à situação do mercado iniciava com a diferenciação dos períodos de tempo. O primeiro era o período de mercado, muito curto para que o empresário fizesse qualquer alteração. O segundo era o curto prazo e permitia que a mudança fosse ajustada através da mudança de intensidade de um determinado equipamento, empregando-se mais trabalhadores ou mais horas de trabalho. Tal medida permitia que se ampliasse aprodução em resposta ao ajustamento de mercado (ou, similarmente, diminuísse a produção, diminuindo a intensidade de uso do equipamento). Caso se suspeitasse que o aumento fosse permanente, valeria a pena a expansão da produção com a diminuição de custos. Este era o longo prazo.
As distinções entre momentos do tempo econômico deram início a um novo conjunto de possibilidades. Mudanças de escala poderiam estar associadas a custos unitários crescentes, decrescentes ou constantes. Se os custos médios declinassem com o aumento da escala de produção, haveria o que chamamos de rendimentos crescentes de escala. Este fator, associado à aplicação de altas tecnologias criava o problema de que um pequeno número de grandes produtores poderia operar com custos unitários menores que muitas firmas pequenas. Assim, a premissa dos mercados competitivos era posta em risco.
Quanto à oferta de moeda, Marshall sustentava que ela era movimentada para um exame dos encaixes monetários mantidos pela comunidade, e que o volume guardado era regulado pelos arranjos institucionais, de forma que, ceteris paribus, podia ser tratado como constante. O resultado de tal abordagem era considerar que a taxa de juros seria estabelecida através da interação entre a oferta de fundos (alimentada pela poupança) e a procura de fundos (estimulada pela produtividade do capital). Essa linha de raciocínio não excluía a possibilidade de instabilidade econômica. Ondas de pessimismo e otimismo pareciam ser endêmicas à comunidade empresarial. Nas ondas de otimismo, os empresários aumentavam sua procura por capital, o que poderia gerar dispêndios em empreendimentos de alto risco, alguns dos quais destinados ao fracasso. Assim, o processo se invertia, e a onda de otimismo dava lugar à uma onda de pessimismo.
O pessimismo clássico quanto às mudanças de longo prazo não havia se cumprido. O estado estacionário não tinha surgido, o aumento populacional foi compensado pelo aumento da oferta de alimentos e a renda real dos trabalhadores tinha melhorado. Segundo Marshall, a competição entre trabalho e capital seria compensada pelo crescimento da procura de trabalhadores nas indústrias de bens de capital. Além disso, os efeitos da redução de custos promovida pela mecanização eram claramente benéficos: uma diminuição dos preços em geral.
Marshall via a auto-organização do mercado como a forma mais eficiente de arranjo econômico, mas também via exceções. A mais importante dizia respeito aos casos em que por razões técnicas, a concorrência não podia gerar o resultado ótimo. Eram os casos de serviços de utilidade pública por exemplo, onde um monopolista, ou mesmo a propriedade pública, produziriam arranjos mais eficientes. Mas, relutava recomendar intervenção econômica nos setores em que rendimentos crescentes de escala ameaçassem produzir concentrações industriais.
Marshall foi, para todos os efeitos, um dos maiores, talvez o maior, economista da história. Suas contribuições não só formaram boa parte do pensamento econômico neoclássico (ou novo-clássico), mas até hoje fazem parte do arcabouço teórico da economia e foram imprescindíveis para o estabelecimento da disciplina como parte importante da pesquisa científica.
Resenha-Resumo de: MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro 
1. Capítulo 3: O dinheiro ou a circulação de mercadorias. 
A leitura do capítulo 3 do livro 1 de Marx, descreve através de seu ponto de vista, 
como a forma-dinheiro se transforma, através da mercadoria e de seus valores 
em uma forma padrão de se realizar transações mercantis. Aos longo desse 
resumo pode-se notar como o meio de produção capitalista se transforma ao 
longo da história e das necessidades da sociedade. 
Marx coloca o ouro como a moeda-mercadoria e é através dele que se pode 
representar o valor das mercadorias por meio de mesmo denominador. O ouro 
torna-se então, a mercadoria-equivalente, consequentemente, o dinheiro. No 
entanto, não se mede as mercadorias pelo dinheiro, mas pelo tempo de 
trabalho,que entre si se torna comensuráveis, formando uma forma conjunta de 
valor, vista como dinheiro. 
O ouro por ser mercadoria-dinheiro tem caráter de dinheiro. As expressões 
relativas do valor torna-se a forma do valor da mercadoria-dinheiro, que esta 
dada socialmente, como o preço. O dinheiro, porém, não tem preço, ele precisa 
se confrontar como seu próprio equivalente. 
O preço pode ser visto como a forma-dinheiro, caracterizado como forma 
representada. Esse preço para dar valor a mercadoria deve ser fixado. Mas se 
torna claro, que não necessita-se da quantidade do ouro para dar valor a uma 
mercadoria. 
Mesmo que apenas o dinheiro sirva de medida de valor(quantidade de trabalho 
humano), o preço depende do material real do dinheiro. E como função 
necessária de medida de valor é importante que apenas uma mercadoria sirva 
como tal. Portanto, não deve-se utilizar mais de uma mercadoria para determinar 
a grandeza, é preciso que se fixe uma, que nesse caso, será o ouro. 
O ouro servirá para transformar o valor das diferentes mercadorias em preço. E 
por estar fixado nas relações de medida ele servirá como padrão de preços. 
Dessa forma uma quantidade de ouro servirá como unidade de medida. O ouro 
será medida de valor, pois ele também possui o produto do trabalho, este que 
pode mudar dependendo da época. 
Caso mantenha-se o valor do dinheiro, os preços mudarão apenas caso o valor 
das mercadorias mude primeiramente. Por exemplo, se uma mercadoria aumenta de valor na mesma proporção que aumenta o valor do dinheiro, o preço se manterá o mesmo. 
É importante citar também, que a denominação monetária dos pesos metálicos 
se diferem de sua denominação original. Isso acontece, pois, no decorrer da 
história uma denominação monetária (libra) não se encontra mais como medida 
de peso para o ouro. Que será padrão monetário regulado por lei. 
No decorrer do processo o preço será expresso por denominação monetária do 
trabalho objetivado na mercadoria. Assim, a mercadoria declara quanto valem 
monetariamente o valor, e o dinheiro fixará uma ‘coisa’ como valor e poderá 
expressa-lá como forma-dinheiro. Se o preço se torna efeito da grandeza de 
valor da mercadoria, pode-se dizer que a grandeza dessa mercadoria será uma 
relação necessária com o tempo de trabalho social. Essa relação aparecerá, 
portanto, como relação de troca. 
O desvio do preço em relação a grandeza de valor está na forma-preço, que 
pode fazer com que o preço deixe de ser expressão de valor. Essa situação 
assume um processo em que uma ‘coisa’ pode ter preço sem apresentar valor. 
Como preço a mercadoria pode expressar um valor real ou representativo. 
O processo de troca de mercadorias pode representar um metabolismo social. A 
mercadoria transitará da esfera da troca para a esfera do consumo. A mudança 
de forma da mercadoria se dá quando a mercadoria comum transmuta-se em 
mercadoria-dinheiro. 
Durante o processo a mercadoria confronta-se em valor e valor de uso, onde ela 
será o valor de uso e o dinheiro será o valor de troca. Essa forma de mercadoria 
se resume no movimento do processo de troca. Este que mostra a conversão da 
mercadoria em dinheiro e do dinheiro em mercadoria, tais momentos tendem a 
acontecer simultaneamente. 
Essa troca acontece de certo modo da troca do produto do seu trabalho pelo 
produto do trabalho do outro. O movimento em si será, portanto, a troca de 
mercadoria por mercadoria. Será o processo de venda e compra, e assim por 
diante. Esse movimento será por isso, um ciclo. 
Todo esse ciclo acontece relacionando-se a mercadoria com o dinheiro, este 
ultimo, se encontra no lado do comprador, ele funcionará como meio de troca já 
que realiza o preço da mercadoria. Ao longo do percursso do processo de troca, 
a mercadoria trocará de lugar com o dinheiro, que elimina a mercadoria 
constantemente do processo de circulação social. Amercadoria irá aparecer 
simplesmente, como resultado do movimento do dinheiro, que movimenta-se 
por meio da forma das mercadorias. 
Toda mercadoria, em determinado momento, sai de circulação dando lugar a 
uma nova mercadoria. Já o dinheiro continuamente habita a esfera da circulação.
A quantidade de dinheiro no meio de circulação será determinado, então, pela 
somatória dos preços das mercadorias em circulação. 
A função do dinheiro deriva da sua função como moeda. As moedas metálicas 
acabam se desgastando ao longo do tempo e passam a ter valores diferentes, 
pois, diferem em peso. O ouro nessa fase, pode portanto, deixar de fazer seu 
papel de padrão dos preços, deixando de existir como moeda. 
Surge a partir daí, a possibilidade de usar símbolos como medida de dinheiro. 
Mas o ouro continua a fazer certa parte desse processo, já que continua sendo 
utilizado para delimitar a quantidade de papel-moeda emitido pelo Estado, isso 
até certo período histórico. O papel-moeda poderá ser visto como “signo do ouro 
ou signo de dinheiro”. Esse ultimo precisa da validade objetivamente social, o 
que é conferida ao papel-moeda para a circulação. 
Com tudo, pode-se notar que a mercadoria funciona como medida de valor e 
como meio de circulação, sendo representada pelo dinheiro. O ouro nesse caso 
será o dinheiro se fixando na figura de valor. O dinheiro apresenta uma função 
como mobilidade perpétua de circulação. Passa-se a querer reter o dinheiro que 
se petrifica em tesouro. Isso pode acontecer quando transforma-se em dinheiro 
excedentes de valor de uso, e no decorrer da expansão da circulação de 
mercadorias, o poder do dinheiro cresce como forma social de riqueza. O 
dinheiro se torna ele mesmo uma mercadoria 
Ao longo do tempo, outra mudança ocorre na forma de mercadoria ou em sua 
forma de valor, desse modo, o dinheiro aquire outra função, a de meio de 
pagamento, em que uma mercadoria pode ser comprada antes de paga. O 
dinheiro passará, então, das mãos do comprador para as mãos do vendedor, 
quando do vencimento do prazo para liquidar a dívida. O dinheiro passa, nesse 
momento, a concluir esse processo de troca, presente na sociedade.
WICKSELL
Wicksell enuncia o
Processo Cumulativo
 dessa forma:
!
 "a tendência a aumentar o espírito de empresa, a aumentar a demanda de bens e serviços, e portanto a elevar seus preços, direta ou indiretamente, se torna evidente em toda redução espontânea da taxa de juros de empréstimos ,seja devido ao aumento da oferta de dinheiro, seja simplesmente devido à intensificação do uso do crédito bancário"
Knut Wicksell usou o conceito "natural" a fim de explicar o equilíbrio de longo prazo da taxa de juros. Em seu trabalho Interest and Prices, Wicksell escreveu sua versão da teoria quantitativa da moeda, com uma visão particular a respeito dos efeitos indiretos da oferta da moeda nos preços. Desenvolveu também a teoria da produtividade marginal, que afirma que o preço de cada fator de produção deve se igualar a produtividade marginal. Wicksell também afirmou que uma alocação eficiente de recursos não garantiria uma distribuição justa, pois apenas tomaria a forma de uma injusta e preexistente alocação de renda.
As teorias de Wicksell sobre os preços e quantidades colaboraram decisivamente para a macroeconomia desenvolvida na Escola de Estocolmo. Wicksell pode também ser considerado um malthusiano, pois defendia o uso do controle da natalidade.
O seu valor como teórico evidenciou-se na sua teoria da produtividade marginal, formulada como síntese das correspondentes teorias de Jevons e Menger e da teoria do capital de Böhm-Bawerk, numa estrutura walrasiana de equilíbrio geral. Trabalhou também na teoria do capital e do juro e distinguiu-se na teoria monetária, sua maior contribuição para a análise económica.

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